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ÍNDICE

Introdução p.4
Prefácio p.8
Gregório Baremblitt

I. Forças, Potência e Micropolítica p.12


I. Magma: fluxos e estratos p.12
II. Potência e afetos p.18
III. Diagrama e poder de resistir p.28
IV. Agenciamento e Estrutura p.
V. Micropolítica e “método esquizoanalítico de intervenção” p.38
II. Subjetivação p.42
I. Constituição da subjetividade e o hábito p.42
II. A dobra e a subjetivação p.45
III. Subjetividade, subjetivação e indivíduo p.49
IV. Coeficiente de territorialização p.52
III. Códigos, Instituição e disciplina p.55
I. Imagem do pensamento p.56
II. Inscrição-registro do código: o diagrama de inscrição p.61
III. Sobrecodificação dos fluxos: o diagrama de captura p.64
IV. Institucionalização do código: as Instituições concretas p.67
V. Autonomização do código: norma e diagrama disciplinar p.71
VI. Subjetividade disciplinar p.74
IV. Capitalismo: Axiomática do capital e diagrama de rendimento p.79
I. Desterritorialização dos fluxos p.79
II. Axiomatização dos fluxos: classe universal e CMI/Império p.83
III. Diagrama de forças: controle e rendimento p.89
IV. Instituições imateriais e noopolítica p.92
V. Subjetividade capitalista e corpocapital p.99
VI. Capitalismo mafioso p.107
V. Práticas e Agenciamentos psicopolíticos p.111
I. Discursos conscientes e investimentos desejantes p.112
II. Investimentos desejantes e agenciamentos psicopolíticos: p.115
Estratopolítica p.117
Tecnopolítica p.119
Nomadopolítica p.121
III. Modos de funcionamento p.123
VI. Microfascismos e neoconservadorismos p.128
I. Micropolítica do fascismo p.128
II. Governamentalidade fascista e destrutividade p.130
III. Dos fluxos à recodificação: neoconservadorismos p.135
VII. Estado, políticas públicas e neocolonização p.143
I. Estado estratopolítico p.144
II. Estado tecnopolítico p.146
III. Políticas públicas e neocolonização p.150
VIII. Movimentos sociais nômades p.154
I. A Máquina de guerra p.154
II. Movimentos sociais como máquina de guerra p.159
Autogestão e afetos potencializadores p.160
Política nômade p.161
Linhas de luta e não apenas linhas de fuga p.162
Método da insurgência p.163
Constituição de subjetividades nômades e insurgentes p.164
III. Ecosofia: um mundo por vir p.167
Referências bibliográficas p.170
Textos do autor que serviram de base para este livro p.174
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Intensio e extensio. p.17


Figura 2: Os dois polos do poder. p.25
Figura 3: Diagrama e máquina concreta. p.30
Figura 4: Tetravalência do agenciamento. p.34
Figura 5: Constituição da dobra. p.47
Figura 6: Coeficiente de territorialização. p.54
Figura 7: Processo de codificação e integração das singularidades dispersas. p.59
Figura 8: Os dois polos das instituições. p.69
Figura 9: Processo de canalização-formatação-institucionalização do desejo. p.76
Figura 10: Os três vértices das instituições. p.94
Figura 11: Do diagrama da disciplina ao de rendimento. p.104
Figura 12: Espectro político de dois eixos. p.111
Figura 13: Maquinações inconscientes e pré-conscientes. p.114
Figura 14: Agenciamentos psicopolíticos. p.117
Figura 15: Cartografias dos agenciamentos psicopolíticos. p.125
Figura 16: Agenciamentos psicopolíticos e suas decorrências governamentais. p.126
Figura 17: Entrelaçamento entre aparelho de Estado e axiomática do capital. p.149
INTRODUÇÃO

A esquizoanálise é um conjunto de saberes contemporâneo, multifacetado, plural e


heterogêneo. É um campo teórico-político criado pelos pensadores Gilles Deleuze e Félix
Guattari após as agitações do acontecimento do maio de 68 francês, sendo sua expressão
filosófica. Sua análise micropolítica dos agenciamentos, investimentos desejantes e de poder,
propõe uma cartografia das relações clínicas, institucionais, sociais e políticas não mais no par
família e neurose, tal como privilegiado na psicanálise, senão na articulação entre capitalismo
e esquizofrenia. Deste novo par desdobra-se extenso repertório de conceitos, proposições e
práticas que transpassam as tradicionais leituras da psicanálise, da Psicologia Social, do
Estruturalismo, ou do marxismo. É produzida uma original concepção sobre o inconsciente,
enquanto usina intensiva e não como teatro representativo, o desejo, como produção e não
como falta, e um novo paradigma: o ético-estético-político. Nele, opera-se a partir de lógicas e
práticas críticas que incitam processos instituintes, desejantes, de experimentação e a
expressão das diferenças e multiplicidades, em vez da heteronomia social e normas
adaptativas.
No Brasil tornou-se importante referência para os estudos sobre a clínica, a sociedade e
a arte. Contudo, mesmo elaborando valiosas ferramentas teóricas para o estudo dos
fenômenos políticos, nota-se uma lacuna referente às produções neste campo, pois seu
potencial analítico é pouco utilizado para refletir sobre a política. Dessa forma, o livro
Psicologia, Política e Esquizoanálise tem como objetivo apresentar e discutir conceitos
esquizoanalíticos que sirvam como instrumentos teóricos para a análise dos fenômenos
psicopolíticos atuais. Busca fornecer linhas de experimentação que ampliam os repertórios
analíticos da Psicologia e das Ciências Humanas, ao apreender os fenômenos no triângulo
resultante das relações entre poder, investimentos desejantes e processos de subjetivação. Isto
é, remete à conexão de três instâncias fundamentais: política, psicologia e subjetividade.
Como método de trabalho foi realizada uma cartografia sobre toda a longa obra de
Deleuze e Guattari, que supera 40 títulos. Buscou-se sistematizar as principais passagens em
que figuram os conceitos que fornecem uma analítica dos processos psicopolíticos. A
cartografia é um modo de produção metodológico que fabrica seus sentidos a partir do
acompanhamento dos processos investigados (Passos, Kastrup & Escóssia, 2009). É um mapa
que realiza e atualiza os movimentos do território ao analisá-lo (Rolnik, 1989). Assim, traçou-
se linhas, coordenadas e articulações para investigar as engrenagens psicopolíticas do
cotidiano presentes na obra de Deleuze e Guattari. Também cita-se reflexões de pensadores
próximos, como Michel Foucault, Maurizio Lazzarato, Gregório Baremblitt, bem como outros
com quem estabeleceram parceria1.
Para a compreensão do atual cenário de efervescência e crise política, desenvolvo oito
temáticas fundamentais na articulação entre psicologia e política: 1- Poder; 2- Subjetividade;
3- Instituições e Códigos; 4- Capitalismo; 5- Práticas e Agenciamentos psicopolíticos; 6-
Microfascismos; 7- Estado e 8- Movimentos sociais.
O capítulo 1, “Forças, potência e micropolítica”, inicia o livro com uma reflexão sobre
as forças enquanto fundamento do poder, da política e de todos os processos. Desenvolve sua
atualização em fluxos e estratos, diagramas e máquinas concretas, intensidades e extensões,
agenciamento e estrutura. Discute as qualidades das forças, sua atividade e reatividade, que
marcam os processos de composição e decomposição entre os corpos e os modos de afecções
resultantes. Também versa sobre o poder de resistir e um “método esquizoanalítico de
intervenção”.
O capítulo 2, “Subjetivação”, discute a produção de subjetividade a partir de dois
modelos filosóficos: o hábito e a dobra. Diferencia subjetivação de subjetividade e de
indivíduo. Adiciona uma dimensão a mais nessa questão ao desenvolver o conceito de
coeficiente de territorialização como fenômeno fundamental para a compreensão das
diferenças individuais.
O capítulo 3, “Códigos, Instituição, disciplina”, versa sobre os fundamentos do pensar e
do agir sociais a partir das figuras do código, instituições, normas e imagem do pensamento.
Através da consolidação das forças pelos diagramas de captura e disciplinar discute a
formação das Instituições concretas e da subjetividade disciplinar.
O capítulo 4, “Capitalismo: axiomática do capital e diagrama de rendimento”, é a
dobradiça central do livro, que proporciona a compreensão de como funciona a sociedade
atual e suas fraturas. Faz a cartografia das forças do capitalismo através dos conceitos de
axiomática do capital e diagrama de rendimento. Também aborda sua atualização nas
Instituições imateriais, em novas formas de governabilidade, em modalidades corporais e
numa nova configuração subjetiva: a subjetividade capitalista, a qual é hipertrofiada, busca o
máximo rendimento, mas está esgotada e endividada.
O capítulo 5, “Práticas e agenciamentos psicopolíticos”, visa articular os investimentos
desejantes às práticas políticas. Oferece uma proposição que traz um novo ângulo de

1
Todas as citações em língua estrangeira foram traduzidas pelo autor ao português.
visualização à ação política: os agenciamentos psicopolíticos. Elabora uma nova tipologia
tripartite que explica as práticas políticas de forma que vai além das ideologias, dicotomias de
classe, ou de esquerda e direita políticas.
O capítulo 6, “Microfascismos e neoconservadorismos”, discute um dos fenômenos que
mais assombra o planeta na atualidade: o retorno e intensificação dos fascismos e
conservadorismos. A partir de uma leitura micropolítica do fascismo, em sua dimensão
molecular, analisa sua governamentalidade, pautada no ódio ao outro, que se consolida nos
fundamentalismos e extremismos políticos.
O capítulo 7, “Estado, políticas públicas e neocolonização”, analisa outro tema bastante
atual, que são as novas configurações do Estado e suas formas de governo. Versa sobre dois
modelos de Estado, em transição devido à intensificação do capitalismo. Também aborda as
políticas públicas como equipamentos de efetivação de sua razão governamental e que
fortalecem o fenômeno denominado de neocolonização.
O capítulo 8, “Movimentos Sociais Nômades”, visa desenvolver uma concepção
esquizoanalítica de movimentos sociais, articulada ao conceito de máquina de guerra. Sua
atualização faz com que os movimentos sociais assumam características singulares, muito
distintas das práticas políticas de Estado ou de partidos. Finaliza ao intensificar seu diferencial
de forças, que não somente conforma outro modo de funcionamento aos movimentos
coletivos, bem como direciona à constituição de uma Utopia Ativa na forma de uma Ecosofia
que pode instaurar um outro mundo possível.
Na esquizoanálise estas temáticas não aparecem com essa categorização. Contudo, optei
por organizar os capítulos dessa maneira para aproximar as categorias utilizadas às reflexões
psicossociais correntes e por fins de didatismo. Esta transdução também expressa traços
estilísticos do próprio autor e a forma com que se apropria da obra de Deleuze e Guattari. Por
mais que o livro tenha certa linearidade, cada capítulo corresponde a problemáticas distintas e
pode ser lido isoladamente, de acordo com os interesses do leitor. Por exemplo, aqueles que
pretendem consultar apenas o tema dos processos de subjetivação, podem ler o capítulo 2 e os
tópicos 3.6 e 4.5. O tema das Instituições, os tópicos 3.4, 3.5 e 4.4. O tema do Estado, o
capítulo 7 e os tópicos 3.3 e 8.1. O tema do Capitalismo, o capítulo 4 e o tópico 7.2. O tema
dos movimentos sociais, o capítulo 8 etc.
Este livro pode ser utilizado como uma introdução à esquizoanálise, embora não busque
ficar somente em sua reprodução, ou numa suposta exatidão de seus enunciados. Da mesma
forma que este pensamento crítico incita a insurgência e a transformação, não deve ficar
limitado a conceitos e proposições reconhecidos e legitimados. Deve se repensar e
reconfigurar-se a partir dos acontecimentos do fora e do presente, que impelem que suas
enunciações se extrapolem e assumam novas conformações e efeitos. Nem a própria
esquizoanálise deve ficar incólume às forças do pensar, deve transpassar as fronteiras. Por
isso que suas teorias são agenciadas aos problemas do presente, a uma crítica do
contemporâneo, transversalizando o campo filosófico às problemáticas psicopolíticas, na qual
se distende e se propõe outros conceitos, como os de agenciamentos psicopolíticos,
movimentos sociais nômades e linhas de luta.
Esta obra oferece elementos que expressam que a esquizoanálise é, ou fundamenta, uma
Psicologia Política, ou melhor, uma Psicologia Política Crítica, comprometida com o
fomento das potências insurgentes, sempre direcionadas à variação contínua, à transformação
e o projeto da autonomia. E, como qualquer outra produção, é muito mais coletiva do que
individual. Gera-se num campo de intersecção de diversas linhas, pensamentos e debates: é
um agenciamento coletivo de enunciação. É uma composição que atravessa leituras, estudos
teóricos e reflexões resultantes de pesquisas com diversos militantes políticos e participação
política anterior em movimentos sociais. Parte de uma reorganização de distintos escritos ao
longo de minha trajetória2 e do meu projeto de pesquisa “Psicologia Social e Esquizoanálise:
crítica, política e intervenção social” na Universidade Federal de Goiás (UFG). Deriva-se
também de meu histórico de aulas assistidas e proferidas, discussões empreendidas,
orientações realizadas, oficinas e dispositivos vivenciados e coordenados. Muitos mestres
influenciaram, direta ou indiretamente, esta obra. De vários nomearei apenas alguns, aos quais
sou extremamente agradecido, por mais que talvez não se reconheçam neste livro: Gregório
Baremblitt, Maria Inês Assumpção Fernandes, Heliana Conde Rodrigues, Félix Vázquez,
Salvador Sandoval, José Manuel Sabucedo e Gregório Kazi. Também agradeço aos alunos
das disciplinas “Psicologia, política e subjetividade: debates contemporâneos”, do Programa
de Pós-Graduação em Psicologia da UFG, e dos “Seminários optativos”, do Programa de
Mestrado em Psicologia Social da Universidade Pontifícia Bolivariana (Medellín/Colômbia),
com os quais pude ao longo de 2016/2017 apresentar, debater e desenvolver estas reflexões.

2
Cito os meus textos que serviram de base para este livro na parte final das referências bibliográficas. Ressalta-
se que os tópicos 1.2 e 1.3 são uma ampliação de Hur (2016b); os tópicos 3.4. e 4.4. são uma reformulação de
Hur (2015b) e o capítulo 5 é uma reelaboração de Hur (2016a).

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