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MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política: Livro II. 12° ed.

Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

O CICLO DO CAPITAL-DINHEIRO

No primeiro capítulo de seu segundo livro, Marx retoma o ciclo do capital, abordado
no livro I, que se realiza em três estágios: primeiro, o dinheiro converte-se em mercadoria (D-
M); em segundo lugar, há o consumo produtivo das mercadorias, resultando em uma
mercadoria cujo valor supera o dos elementos que concorreram para sua produção; e, por
último, a conversão da mercadoria (acrescida de mais valor) em dinheiro.

Para que seja feita a análise das diferentes formas sob as quais o capital se apresenta,
é necessário supor que as mercadorias são vendidas pelo seu valor e que as vendas sempre
ocorrem. Com isso, inicia-se a análise do primeiro estágio, em que o capitalista se torna
comprador no mercado de trabalho e no mercado de meios de produção. A força de trabalho
adquirida é remunerada sob a forma de salário, que consiste no preço da soma de trabalho
que contém trabalho excedente.

Uma vez que este primeiro movimento (D − M <FMp ) é realizado, o valor encontra-se
na forma de capital produtivo (P), capaz de produzir valor e, além disso, mais-valor. O autor
ressalta que P = F+Mp = D, que se converteu em F e Mp. Logo, P e D possuem o mesmo valor,
apenas modos de existência diversos: valor-capital em dinheiro ou capital-dinheiro (D). Com
isso, é possível afirmar que o primeiro estágio do processo cíclico do capital consiste na
conversão de capital-dinheiro em capital produtivo. Nesse ciclo, o dinheiro aparece como o
primeiro representante do valor-capital, logo, o capital-dinheiro é a forma em que o capital é
adiantado. O capital-dinheiro desempenha funções de meio de compra e meio pagamentos
porque é dinheiro, não por ser capital. O valor-capital na condição de dinheiro, por outro lado,
apenas pode desempenhar as funções de dinheiro, e o que faz delas funções de capital é o
papel que possuem no ciclo do capital.

Analisando a transformação do capital-dinheiro em capital produtivo, conclui-se que


D-F é o fator que caracteriza tal transformação, uma vez que é a condição para que o valor
adiantado se transforme realmente em capital, capaz de produzir mais-valia. D-Mp é
necessário apenas para corporificar a massa de trabalhocomprada por D-F.Além disso,
considera-se D-F característica do modo capitalista de produção e da economia monetária,
uma vez que o trabalho aparece como mercadoria em uma relação de compra e venda.

Ainda no capitulo 1, Marx atenta para o fato de que nem todo dinheiro é capital, assim
como nem todo processo de compra e venda consiste em capital-monetario e, portanto, nem
toda relação faz parte do processo de circulação e acumulação do capital. Segundo Marx, é
porque a relação de capital existe na circulação que ela se manifesta no processo de produção,
e não porque o dinheiro a estabelece. Assim, Marx destaca os dois erros ao observar o capital-
dinheiro:

"Primeiro: as funções desempenhadas pelo valor-capital, as quais ele pode


desempenhar por se encontrar sob a forma de dinheiro, são erroneamente
atribuídas à sua condição de capital, quando apenas decorrem do estado
monetário do valor-capital (...). Segundo, inversamente, o teor específico da
função monetária, o qual faz dela ao mesmo tempo uma função de capital,
é derivado da natureza do dinheiro, confundindo-se dinheiro com capital,
quando ela tem por pressuposto condições sociais, (...) as quais não estão
subentendidas na circulação simples de mercadorias nem na
correspondente circulação do dinheiro." PAG 46

Em seguida, apresenta-se um aspecto importantedo processo de circulação do capital,


em que o processo de produção e circulação de mercadorias pressupõe um comércio já
desenvolvimento, como requisito para a formação do capital. Além disso, Marx destaca

“(...) a fórmula do capital-dinheiro, D-M...P...M'-D', é a forma natural do


ciclo do capital apenas na base da produção capitalista já desenvolvida (…).
Como vimos, a produção capitalista não produz apenas mercadoria e mais-
valia; ela reproduz, em amplitude cada vez maior, a classe dos assalariados
(…).” PAG 47

Prosseguindo na análise dos estágios do ciclo do capital, Marx apresenta que o resultado do
primeiro estágio é a entrada no segundo, que representa o capital produtivo. Esse movimento
dá-se a partir da interrupção da circulação do capital adiantado, quando o valor-capital, ao
assumir a forma de capital produtivo, não pode mais circular, apenas ser consumido durante o
processo de trabalho. Dessa forma, interrompe-se o processo de circulação, mas mantém-se o
ciclo, passando para o processo de produção.

É importante, nesse estágio do ciclo do capital, entender que as formas de produção diferem-
se a partir da combinação de dois fatores: meios de produção e força de trabalho. A produção
sempre tem como fatores esses dois elementos, observados, nesse livro, a partir da
dissociação entre eles. Novamente, atenta-se para o fato de que a força de trabalho e os meios
de produção não são, por si só, capital. Ambos fatores apenas adquirem esta característica sob
determinadas condições, assim como no caso do capital-dinheiro.

No fim do tópico, conclui-se o movimento citado nos parágrafos anteriores, adentrando no


terceiro estágio do ciclo do capital:

“Quando funciona, o capital produtivo consome suas partes componentes,


a fim de transformá-las em massa de produtos de maior valor. Operando a
força de trabalho como um dos seus órgãos, é também fruto do capital o
excedente do valor do produto (gerado pelo trabalho excedente dessa
força) acima do valor dos elementos constitutivos do produto. (…) O
produto, portanto, não é apenas mercadoria e sim mercadoria enriquecida
de mais-valia.” PAG 51

No terceiro estágio (M'-D') parte do capital produtivo para o capital-mercadoria, acrescido de


mais valor proveniente do trabalho excedente. Nesse momento, M' exerce o que Marx chama
de “a função de todo produto-mercadoria” (PAG 54), que é completar a fase de circulação,
convertendo-se a mercadoria em dinheiro. Enquanto este movimento não se completa e o
capital valorizado conserva-se em capital-mercadoria, o processo de produção não é
retomado.

É importante destacar a importância do mais valor nesse contexto, uma vez que as
mercadorias apenas são capital-mercadoria por serem submetidas ao processo de valorização
representado pelo produto excedente gerado pela exploração da força de trabalho. O
processo observado até aqui denomina-se processo cíclico do capital-dinheiro justamente pela
sua característica de, ao seu fim, o valor-capital se manifestar da mesma maneira em que
entrou no processo, alterando apenas a magnitude do valor adiantado.

O resultado desse processo é D' como relação de capital, proveniente de sua


propriedade de gerar mais valor através de D como capital-dinheiro. O ciclo do capital-
dinheiro, no entanto, não pode ser iniciado pela expressão de relação de capital, apenas pelo
valor-capital adiantado. Logo, embora D' agora tenha a função de D, o ciclo apenas pode
começar com D, não D', que possui como diferença d, a forma dinheiro do mais valor
encontrado em M'.

No fim do capítulo, é dada uma visão geral do ciclo como um todo, em que apósD −
M <FMp , o processo de produção é interrompido e consomem-se os fatores de produção
(força de trabalho e meios de produção), resultando em uma nova mercadoria, acrescida de
mais-valor resultante da propriedade do capital produtivo de gerar mais valor através do
trabalho. Por fim, a mercadoria resultante desse processo converte-se em dinheiro, que
resulta na reprodução do ciclo do capital. O capital presente em todo o processo é o capital-
industrial, que assume três formas durante o ciclo: de capital-dinheiro e capital-mercadoria no
processo de circulação e de capital produtivo no processo de produção, que representam,
segundo Marx, "formas específicas de funcionamento do capital industrial, que as assume
sucessivamente" (PAG 63).

O capital industrial não apenas é o capital presente em todo o processo, mas o que
determina o caráter capitalista da produção, como único modo de existência do capitalque
tem por função não apenas apropriar-se do mais valor, mas também criá-lo. Essa função do
ciclo do capital industrial é observada no ciclo do capital-dinheiro, cujo objetivo é, segundo
Marx, "expandir valor, fazer dinheiro e acumular" (PAG 69). Por isso, conclui-se que o ciclo do
capital-dinheiro é a forma geral do ciclo do capital industrial, tendo como pressuposto o modo
de produção capitalista.

O CICLO DO CAPITAL PRODUTIVO

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