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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Distinto e caro Amigo Leitor, que o estudo desta presente Lição lhe seja como
um guia para o verdadeiro sentido da oração e como se comportar diante dos
homens com sinceridade e, sobretudo, diante de Deus com humildade.
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gentio, que reconhece humildemente sua indignidade, e se arrepende de seus
pecados, obtêm a graça que é recusada aos judeus.
Contudo, as palavras introdutórias desta parábola (v.9) [... uns que confiavam
em si mesmos, crendo que eram justos...], não são na verdade para os fariseus, mas
para qualquer um que fizer certo progresso espiritual em sua trajetória cristã, e que,
infelizmente, ainda está na iminência de cair em delitos e pecados tal qual era
notório entre a maioria dos fariseus. Era, portanto, necessário mostrar este perigo. O
Senhor havia descoberto que alguns de seus discípulos apresentavam alguns
sintomas do fardo do pecado, e suspiravam por um Libertador. Na verdade, Cristo
queria que seus discípulos atentassem para o fato de que um homem humilde está
mais próximo do Reino de Deus do que aquele orgulhoso fariseu.
Como bem destacou o comentarista da Lição “... as coisas que o fariseu dizia
fazer não eram, em si mesmas, erradas, mas a motivação com que ele agia, isto
sim, era algo altamente arrogante e mesquinho”, e eu diria: puramente religiosa e
ritualística, muito diferente da postura daquele discriminado publicano.
Em Mateus 15. 1,2, assim está escrito: “(v.1) Então chegaram a Jesus uns
fariseus e escribas vindos de Jerusalém, e lhe perguntaram: (v.2) Por que
transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos,
quando comem pão.”
Pois bem, aqui, nesta passagem, nos encontramos com toda a concepção do
puro e o impuro. Contudo, devemos ter bem presente que esta concepção de pureza
e impureza não tem nada a ver com a limpeza física nem com a higiene, exceto de
maneira muito remota. Trata-se de uma questão puramente cerimonial.
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Pois bem, como é sabido entre os estudiosos neste assunto:
Em The Life and Time of Jesus the Messiah, Edersheim resume as lavagens
mais complicadas.
1. O fariseu.
Como bem observou Henri Daniel-Rops, “os fariseus sem dúvida possuiam
uma fé profunda, firme e exigente – uma fé intransigente, que não fazia concessões.
A palavra “fariseu” é com frequência usada com o significado de “palhaço” ou
“hipócrita”, mas isto é um erro.” Claro que este respeitado escritor está se referindo
ao fato de que nem todos os fariseus eram como o da parábola, pois existiam
aqueles que de fato temiam a Deus e amavam a Ele. Contudo, todos nós nos
lembramos das palavras duras e terríveis do capítulo 23 de Mateus (vv 13-33).
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2. O publicano.
Eis, mais uma vez, uma boa pergunta: Quem eram esses homens?
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Os homens chamados de “publicanos” que aparecem no Novo Testamento
são especialmente esses coletores subordinados aos contratadores, e por isso
geralmente eram nativos da própria região.
3. A oração.
Como nos é conhecido, na Palestina os devotos oravam três vezes por dia: às
nove da manhã, ao meio dia, e às três da tarde. Considerava-se que a oração era
especialmente eficaz se fosse oferecida no templo, de modo que nessas horas
muitos foram aos átrios do templo a orar. Ainda hoje os mulçumanos têm a sua
oração ritualística bem presente, pois eles oram cinco vezes ao dia, ao seu deus
Alah.
Há uma oração escrita, de certo rabino, que diz assim: ”Agradeço-te, ó Deus,
meu Senhor, que me separaste com aqueles que se sentam na academia, e não
com aqueles que o fazem nas esquinas. Porque eu me levanto cedo, e eles
também; eu o faço para as palavras da lei, e eles para as coisas vãs. Eu trabalho, e
eles também o fazem. Trabalho e recebo uma recompensa; eles trabalham e não
recebem nada. Eu corro, e eles também; eu corro para a vida vindoura, e eles
correm para o abismo da destruição.”
Eis o que uma vez disse o rabino Simeão Ben Jochai: “Se só houvesse dois
homens retos neste mundo, seríamos meu filho e eu; se só houvesse um, esse seria
eu!” Portanto, aquele fariseu realmente não foi orar, foi informar a Deus a respeito de
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quão bom era ele. Como bem escreveu alguém: “Nenhum orgulhoso pode orar. A
porta do céu é tão baixa que ninguém pode entrar a não ser ajoelhado.”
II – A HIPOCRISIA DO FARISEU
Devemos notar que estes eram os dias de feira em que Jerusalém estava
cheia de gente do campo. Aqueles que jejuavam e oravam branqueavam suas caras
e vestiam roupas desordenadas, e procuravam que a maior quantidade possível de
gente os visse. Os levitas recebiam o dízimo de todos os produtos (Números 18.21;
Deuteronômio 14.22). Mas este fariseu dizimava tudo, até aquilo que não era
obrigação dizimar. Sua atitude era característica do pior farisaísmo
3. A oração arrogante.
Ninguém que menospreze a seus semelhantes pode orar. Na oração não nos
elevamos acima de nossos semelhantes. Recordamos que somos um do grande
exército da humanidade pecadora, que sofre e está contrita, ajoelhados todos
perante o trono da misericórdia de Deus. A verdadeira oração brota da aproximação
de nossas vidas a de Deus. Sem dúvida tudo o que o fariseu dizia era verdade.
Jejuava; dava meticulosamente, o dízimo; não era como os outros homens; sem
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dúvida não era como o coletor de impostos. Mas a pergunta não é: “Sou tão bom
como meus semelhantes?” A pergunta é: “Sou tão bom como Deus?” Pensemos,
pois, nisso.
1. A oração do publicano.
Tal qual aquele publicano, assim foi o ladrão na cruz. Aquele ladrão estava
prestes a morrer, mas voltou-se a Cristo em busca de perdão. O publicano voltou-se
a Deus, em busca de misericórdia. Jesus aceitou o gesto daquele ladrão,
semelhantemente, Deus aceitou a conduta do publicano.
Isto demonstra que as nossas obras não nos salvam; e sim a nossa fé sincera
em Cristo. Nunca é tarde demais para nos voltarmos para Deus. Mesmo em meio à
aflição. Em meio a tantos dissabores. O nosso Deus é a salvação. É hora de
retroceder e confiar somente em Deus Criador.
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3. A oração aceita (Lc 14.11).
CONCLUSÃO
Logo, com muito júbilo, louvemos ao Senhor com este lindo coro –– extraído
do hino de número 118 – da nossa Harpa Cristã.