Sie sind auf Seite 1von 10

DOI: 10.1590/1413-81232015216.

07622016 1799

A promoção da saúde no ensino profissional: desafios na Saúde

artigo article
e a necessidade de alcançar outros setores

Health promotion in professional education: challenges in Health


and the need to achieve in other sectors

Maria de Fátima Lobato Tavares 1


Rosa Maria da Rocha 1
Cléria Maria Lobo Bittar 2
Cristina Buischi Petersen 3
Mônica de Andrade 2

Abstract This article discusses the dynamic and Resumo O artigo discute a natureza dinâmica e
complex nature of health promotion that requires complexa da promoção da saúde, o que requer for-
training to facilitate, formulate, and put into mação profissional que facilite formular e colocar
practice its theoretical and methodological prin- em prática seus princípios teóricos e metodológicos
ciples through continuous reflection on the con- mediante contínua reflexão sobre as contradições
tradictions of the contexts, and the need to face dos contextos e a necessidade de enfrentamento
the challenges and expectations of communities dos desafios e expectativas das comunidades nos
in the region it serves. It also considers another territórios. Considera também outro desafio que
challenge facing the health work, which is the me- se coloca no trabalho em saúde, que é a media-
diation/intersectoral action for implementation of ção/ação intersetorial para implementação do seu
the expanded concept of health. Thus, a demand conceito ampliado. Assim, demanda uma forma-
for competency based education, which means ção baseada em competências, o que significa um
a set of attitudes and knowledge that enable the conjunto de atitudes e saberes para viabilizar a ca-
ability to act in a given situation. A discussion pacidade de agir em determinada situação. Apre-
on two teaching experiences developed in Brazil senta duas experiências de ensino desenvolvidas
that has contributed to the training of health from no Brasil que tem contribuído na formação pro-
the perspective of health promotion: the Graduate fissional em saúde, na perspectiva da promoção: a
Program in the strict sense, in Health Promotion do Programa de Pós-graduação stricto sensu, em
at the University of Franca and the Graduate Promoção de Saúde da Universidade de Franca e
Program broad sense of the ENSP/Fiocruz will be a do Programa de Pós-graduação lato sensu da
discussed. In both cases, the use of problem-solv- ENSP/Fiocruz. Em ambas, o uso de metodologias
ing methodologies as a tool for capacity building, problematizadoras instrumentalizam a constru-
1
Escola Nacional de Saúde enabling theory to approach practice and provide ção de capacidades, possibilitando que a teoria se
Pública Sergio Arouca,
Fiocruz. R. Leopoldo critical and reflective training with scientific rigor aproxime da prática e proporcione uma formação
Bulhões 1480, Manguinhos. and thematic relevance. crítica e reflexiva com rigor científico e relevância
21041-210 Rio de Janeiro Key words Competency-based education, Health temática.
RJ Brasil. flobato@ensp.
fiocruz.br promotion, Human resources training, Intersec- Palavras-chave Educação baseada em competên-
2
Mestrado em Promoção tiorality cias, Promoção da saúde, Formação de Recursos
de Saúde, Universidade de Humanos, Intersetorialidade
Franca. Franca SP Brasil.
3
Faculdades Barão de Mauá.
Ribeirão Preto SP Brasil.
1800
Tavares MFL et al.

Introdução prática que vá ao encontro das necessidades dos


que vão aos serviços de saúde2. Este processo não
O processo de saúde e adoecimento de uma so- deve capacitar para as exigências do mercado de
ciedade é resultante da interação entre fatores as- trabalho apenas, mas principalmente ser um es-
sociados aos determinantes sociais, econômicos, tímulo para a descoberta de formas diversas do
culturais, ambientais e políticos, portanto um agir em promoção da saúde, com consequente
processo complexo que demanda ações interse- melhoria dos processos formativos e da atenção.
toriais.
A promoção de Saúde busca superar o mo- Os desafios na Saúde e a necessidade
delo biomédico, utilizando campos de ação am- de alcançar outros setores
plos, que consideram as dimensões políticas, o
desenvolvimento de habilidades pessoais e co- Uma das questões que se coloca no trabalho
letivas, o envolvimento comunitário, o cuidado em saúde é o conceito ampliado e os desafios
com o ambiente e a reorientação dos serviços de para sua implementação. A promoção da saúde
saúde. Essa natureza dinâmica e complexa requer tem como enfrentamento dessa questão 3 as-
uma formação profissional capaz de construir pectos: os 5 campos de ação – a elaboração e a
capacidades que facilitem formular e colocar em implementação de políticas públicas saudáveis,
prática seus princípios teóricos e metodológicos, a criação de ambientes favoráveis, o reforço da
mediante contínua reflexão sobre as contradições ação comunitária, o desenvolvimento de habili-
dos contextos e a necessidade de enfrentamento dades pessoais e a reorientação dos serviços; as
dos desafios e expectativas das comunidades nos 3 estratégias, – advocacy, mediação e capacitação
territórios. – e, prioridades para a ação a serem construídas
Dessa maneira, a promoção da saúde pode loco regionalmente com a participação dos indi-
ser considerada como processo transformador, víduos e coletividades em seus territórios.
capaz de melhorar as condições de vida e saúde Esses desafios destacam a necessidade de
e que só se viabiliza mediante profissionais críti- criação de capacidades para a ação, com foco
cos e com capacidade de adaptar-se aos contex- na geração de aprendizados a fim de contribuir
tos diversos. O aprendizado requer uma forma- para novos processos decisórios, enfatizando a
ção baseada na atuação política e social, com a importância de compreender a dimensão cultu-
compreensão da importância e da essencialidade ral e os processos locais para o desenvolvimento
dos determinantes sociais. Portanto, demanda de programas e ações de promoção da saúde. O
capacidade de mediação e de desenvolvimento que requer compreensão da identidade, história e
de ação intersetorial, por parte dos trabalhadores memória para sentido de pertencimento e com-
e das instituições envolvidas, em torno de planos preensão dos processos locais.
territoriais1. No contexto brasileiro, alguns autores2,3 con-
Neste artigo são discutidos os desafios en- cordam que a formação em saúde deva ser uma
frentados em diferentes níveis de formação em política do SUS e uma proposição governamen-
Promoção de Saúde e a demanda de diálogo com tal para: efetivar a implementação das Diretrizes
outros setores, utilizando-se como exemplo o Curriculares Nacionais (DCN); desenvolver uma
Curso de Especialização em Promoção da Saúde educação permanente local para professores e
e Desenvolvimento Social da ENSP, Fiocruz e o profissionais; produzir conhecimentos relevantes
Programa de Pós-graduação em Promoção de para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a
Saúde da Universidade de Franca. Em ambas, o realização do cuidado; construir o ensino junto
uso de metodologias problematizadoras instru- com o sistema de saúde e estabelecer cooperação
mentaliza a construção de capacidades, possibili- técnica para qualificar a gestão e fixar profissio-
tando que a teoria se aproxime da prática e pro- nais na rede SUS.
porcione uma formação crítica e reflexiva com Propostas e experiências como as ações e es-
rigor científico e relevância temática. tratégias do Departamento de Educação e Gestão
As metodologias participativas se mostram da Saúde (DEGES): Educar SUS; o Aprender SUS
afinadas com este processo, dado que utilizam e o VER-SUS e os Polos de Educação Permanen-
a problematização como estratégia de ensino te além de outras iniciativas, como os cursos de
-aprendizagem na direção de estimular o dis- Formação de Facilitadores de Educação Perma-
cente, já que diante do problema ele se detém, nente em Saúde e de Ativação de Mudanças (Pró-
examina, reflete, relaciona a sua história e passa a Saúde), o Programa de Educação pelo Trabalho
ressignificar suas descobertas na direção de uma para a Saúde (PET Saúde) e as Residências multi-
1801

Ciência & Saúde Coletiva, 21(6):1799-1808, 2016


profissionais, geraram e fortaleceram posturas de cação permanente, formação e capacitação, polí-
questionamento e enfrentamento ao modelo bio- tica de recursos humanos.
logicista dominante, trazendo as ciências sociais O texto revisado da PNPS (2014) aprofunda
para problematizar o campo em suas condições a essencialidade da formação específica em pro-
objetivas e subjetivas de produção de sujeitos3. moção da saúde, fazendo com que este tema seja
A reorientação da formação constitui uma um dos prioritários, assim como um de seus ei-
exigência para a consolidação do sistema de saú- xos operacionais. Traz a compreensão clara de se
de proposto. Todavia, mesmo elegendo a forma- manter em permanente diálogo com as demais
ção de futuros profissionais como foco de análise, políticas, com outros setores governamentais e
é preciso reconhecer que essa dimensão não é o não governamentais, incluindo o setor privado
único desafio da política nacional de saúde no e a sociedade civil. Nesta perspectiva, reafirma a
Brasil, e que a consolidação ou (re)construção necessidade de promover processos de educação,
desse modelo apresenta complexidades, e deixa formação profissional e capacitação específicos
evidente a necessidade de se promover uma qua- em promoção da saúde para ampliar o compro-
lificação mais humanista, crítica-social e genera- misso e a capacidade crítica e reflexiva dos ges-
lista para possibilitar a mudança no processo de tores e trabalhadores, bem como o incentivo ao
trabalho, seja através de capacitações promovidas aperfeiçoamento de habilidades individuais e co-
pelo próprio serviço ou através de cursos e pós- letivas de modo a fortalecer o desenvolvimento
graduações em Promoção da Saúde, Saúde Co- humano sustentável5.
letiva ou Saúde Pública, com ênfase em atenção Os modelos vigentes de educação superior
primária à saúde3. em saúde, no entanto, ainda se mantêm presos
No Brasil, a Política Nacional de Promoção a um modelo de prática hospitalocêntrica e frag-
da Saúde (PNPS)4,5 e a Política Nacional de Edu- mentada, de viés privatizante, e mostram-se de-
cação Permanente em Saúde (PNERS) contribu- ficientes em atender às necessidades sociais por
íram para o reconhecimento do trabalho como saúde. O perfil predominante do egresso dos
espaço de aprendizagem e a necessidade de for- cursos de graduação em saúde revela seu pouco
mação específica para a promoção da saúde. comprometimento com o SUS e falta de com-
A Política Nacional de Promoção de Saúde, preensão da necessidade do trabalho em equipe,
aprovada em 30 de março de 2006, aponta as dire- fraca formação humanística, resultando muitas
trizes e as estratégias de organização de suas ações vezes em profissionais despreparados6,7.
nos três níveis de gestão do SUS para garantir a A formação profissional depende do padrão
integralidade do cuidado. Os recursos humanos curricular e de critérios de natureza pedagógica,
desempenham funções fundamentais na promo- política, social e econômica. Para uma maior hu-
ção de saúde, por esta razão estão citados nos seus manização na prestação dos serviços de saúde é
objetivos, diretrizes e estratégias. Dentre os obje- fundamental uma reestruturação na formação de
tivos, está o de promover o entendimento da con- seus profissionais.
cepção ampliada de saúde entre seus profissionais. Profissionais com formação eminentemente
As diretrizes deste documento afirmam a necessi- técnica, pouco comprometidos com políticas pú-
dade de incentivar as pesquisas em promoção de blicas e carentes de uma visão crítica da sociedade
saúde (avaliação da eficiência, eficácia, efetividade com atitude pouco humanística e distanciada dos
e segurança das ações prestadas) divulgando e in- valores de promoção, como os atuais, geralmen-
formando suas iniciativas para seus profissionais, te mostram-se resistentes às mudanças e tendem
os gestores e os usuários do SUS. Dentre as estra- a defender o status quo vigente, distanciados do
tégias, a PNPS considera o desenvolvimento de conhecimento crítico em relação a aspectos po-
qualificação em ações de promoção de saúde para líticos, sociais e culturais estruturantes do marco
profissionais de saúde inseridos no SUS4. teórico da Determinação Social da Saúde7.
Recursos humanos referem-se à formação e A reorientação das práticas implica o melhor
capacitação de pessoal técnico especializado, ne- desempenho dos profissionais e dos demais su-
cessário ao funcionamento do sistema público jeitos envolvidos no processo: estudantes, docen-
de saúde local, estadual e nacional para as ativi- tes, gestores e população.
dades de ação, regulação, controle e fiscalização, A pesquisa na área da promoção da saúde
administração, gerenciamento e gestão, pesquisa, proporciona aos profissionais do setor e aos ór-
ensino e treinamento de pessoal. Inclui subtemas gãos governamentais uma atualização e ações
como: carreira de profissionais, desenvolvimento que podem facilitar a construção, a aplicabilida-
de recursos humanos, educação à distância, edu- de ou a reformulação de políticas públicas8.
1802
Tavares MFL et al.

A Educação e a Saúde são categorias indisso- que esta articulação deve estimular e impulsionar
ciáveis, sendo que nesse âmbito, a produção inte- os demais setores a considerar, na construção de
lectual sobre Educação na Saúde, sob a óptica da suas políticas específicas, os fatores e as condições
Promoção da Saúde, pode ser identificada como de vulnerabilidade, os riscos e as potencialidades
movimento emancipatório do ser humano com da saúde que afetam a vida da população, res-
referenciais de cidadania e democracia. ponsabilizando assim, todos os setores e fazen-
Em relação à reorientação dos serviços de do que a saúde componha as agendas de todas
saúde no Brasil, todo o processo de mudança as políticas públicas5. Para o alcance de ações de
desde a elaboração da nova constituição (1988) promoção da saúde que devem incluir, entre ou-
e a criação do SUS (1990) indica que há vontade tros, a intersetorialidade é imprescindível utilizar
em empreender um movimento salutar em prol na prática de ensino e aprendizagem a problema-
do bem-estar social e da melhoria das condições tização e a reflexão a partir dos processos de tra-
de saúde da população. A reorientação dos servi- balho, da realidade vivenciada na prática.
ços de saúde significa a adoção de uma nova lógi- Para fazer face ao novo perfil do profissional
ca no desenvolvimento do processo de trabalho, de saúde, requerido pelo mundo do trabalho, a
e, portanto, mudança ou reorientação na educa- mudança paradigmática envolvendo as concep-
ção na saúde9. Essa nova lógica traz como um dos ções de saúde e educação precisa ser vivenciada
eixos de mudança o trabalho intersetorial. durante a formação profissional, ampliando as
A intersetorialidade proporciona a compre- possibilidades de compartilhamento de saberes
ensão multidimensional e ampla da problemá- e práticas.
tica acerca da atenção em saúde, em todos os
níveis10, implicando em intervenções de diversos Currículos e competências
setores, articulando diferentes práticas e saberes em Promoção da Saúde
com o intuito de desenvolver ações produtivas e
eficazes11. No Brasil, os processos resultantes de mu-
A viabilidade dos direitos dos usuários em danças no regime governamental e constitucio-
relação às práticas públicas e o sucesso destas nal nos anos 80 tiveram como consequência de
intervenções demandam uma ação integradora reforma política desencadeada nos anos 90, mu-
entre os diversos setores para a resolução dos danças de paradigmas em Saúde Pública, levando
problemas decorrentes da problemática social, ao desenvolvimento de novas tecnologias e no-
lembrando que estas ações não se realizam de vas formas de organização do trabalho, exigindo
forma desarticulada, pois nenhuma organização a implementação de modelos de formação e de
agindo isoladamente pode agregar os recursos, gestão da força de trabalho baseados em compe-
o conhecimento, as redes de apoio e a confian- tências profissionais. Tais mudanças repercuti-
ça necessários para a reorientação dos serviços e ram na formação dos profissionais, culminando
práticas11,12. Diante do exposto, compreende-se a com a construção das Diretrizes Curriculares Na-
intersetorialidade como uma forma de trabalhar, cionais (DCN) para os cursos universitários, que
governar e construir políticas públicas voltadas orientam mudanças na formação fundamentada
para a melhoria da qualidade de vida e a promo- em competências, habilidades e atitudes para
ção da saúde13. atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo de construção de ações interseto- As DCN para os cursos de graduação, na área
riais implica, portanto, na troca e na construção da saúde a partir de 2001, constituem mudança
coletiva de saberes, linguagens e práticas entre os paradigmática do processo de educação superior,
diversos setores envolvidos na tentativa de equa- de um modelo flexneriano, biomédico e curativo
cionar determinada questão sanitária, de modo para outro, orientado pelo binômio saúde do-
que nele torna-se possível produzir soluções ino- ença em seus diferentes níveis de atenção, com
vadoras quanto à melhoria da qualidade de vida. ações de promoção, prevenção, recuperação e
Tal processo propicia a cada setor a ampliação reabilitação, na perspectiva da integralidade da
de sua capacidade de analisar e de transformar assistência; de uma dimensão individual para
seu modo de operar a partir do convívio com a outra, coletiva; de currículos rígidos, compostos
perspectiva dos outros setores, abrindo caminho por disciplinas cada vez mais fragmentadas, com
para que os esforços de todos sejam mais efetivos priorização de atividades teóricas, para outros
e eficazes4. flexíveis, modulares, dirigidos para a aquisição
A PNPS, em sua nova versão de 2014, mantém de um perfil e respectivas competências profis-
a importância do diálogo intersetorial propondo sionais, os quais exigem modernas metodologias
1803

Ciência & Saúde Coletiva, 21(6):1799-1808, 2016


de aprendizagem, habilidades e atitudes, além de princípios conceituais) e conhecimentos que são
múltiplos cenários de ensino14. listados em 47 competências e 9 domínios. Cada
Em um currículo orientado por competên- domínio especifica os conhecimentos, as habili-
cia, os conteúdos só têm significado quando dades e os critérios de desempenho exigidos para
emergem da prática e a partir daí passam a ser demonstrar a aquisição das competências. Os do-
explorados com consistência e funcionalidade mínios contidos no CompHP fornecem um guia
para o enfrentamento de situações complexas e para o desenvolvimento de habilidades e compe-
reais, construídas socialmente. O que importa tências em promoção da saúde, são eles: (1) favo-
não é a transmissão do conhecimento acumula- recimento de mudanças, (2) advocacia em saúde,
do, mas sim a possibilidade de ação, a capacidade (3) parceria, (4) comunicação, (5) liderança, (6)
de recorrer ao que se sabe para realizar o que se diagnóstico, (7) planejamento, (8) implementa-
deseja, o que se projeta15. ção e (9) avaliação e pesquisa19.
A formação generalista, como preconizam A partir da análise das diretrizes do CompHP,
as DCN, requer a inserção precoce do aluno no conclui-se que foram cunhadas para a formação
mundo do trabalho e sua atuação reflexiva para o e a prática em promoção da saúde no contexto
desenvolvimento de uma visão holística e crítica, europeu. Porém, as características do modelo de
tendo como eixo central a promoção da saúde. formação profissional praticados no Brasil per-
Sendo, portanto, necessário investir em educação mitem que se possa beneficiar muito com a pro-
permanente, numa formação profissional crítica posta de competências do CompHP20.
que estabeleça nos serviços de saúde uma postura Na América Latina, o Consórcio Interameri-
de atuação que supere o papel de reprodução e cano de Universidades e Centros de Formação de
manutenção e descompromisso com os interes- Pessoal em Educação para Saúde e PS representa
ses e necessidades sociais16. uma importante ação regional para a temática das
Essa formação demanda processos educa- Competências em Promoção da Saúde (CPS)21.
tivos voltados para o desenvolvimento de com- Uma pesquisa realizada a partir desse Con-
petências que podem ser definidas como “capa- sórcio analisou os enfoques e as características
cidade de agir eficazmente em um determinado de cursos acadêmicos ibero-americanos em Pro-
tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas moção da Saúde (PS) e educação em saúde, em
sem limitar-se a eles”17. O enfrentamento de um que foram incluídos também os cursos de pós-
problema necessita de recursos cognitivos diver- graduação da Escola Nacional de Saúde Pública
sos de forma sinérgica, dentre os quais o conheci- Sérgio Arouca da Fundação Osvaldo Cruz, Rio de
mento. Portanto, a construção das competências Janeiro, e da Universidade de Franca, São Paulo.
requer do profissional não apenas os conheci- Os resultados da pesquisa permitiram identificar
mentos técnicos, mas aqueles que são incorpora- e sistematizar uma série de competências profis-
dos a partir da sua prática. sionais para PS e educação em saúde, desenvolvi-
O conceito de competência é utilizado nos di- das a partir das matrizes curriculares dos cursos
versos campos do saber. No âmbito da Promoção de graduação, especialização, mestrado e douto-
da Saúde, outros autores definem competências rado, com ênfase no assunto22.
como sendo o conhecimento, as habilidades e as Conforme recentes revisões realizadas em
atitudes necessárias para programar ações em di- 201220 e 201523, a relevância da utilização de com-
mensões específicas de práticas18. petências para a promoção da saúde está pautada
As competências essenciais (core competen- na potencialidade de servirem como um ponto
cies) foram desenvolvidas pelo projeto Develo- de referência para: estabelecer padrões profis-
ping Competencies and Professional Standards for sionais que assegurem a qualidade de trabalho;
Health Promotion Capacity Building in Europe recrutar trabalhadores; identificar a necessidade
(CompHP), de 2009, cujo objetivo principal foi de treinamento e estruturar programas de treina-
o estabelecimento de métodos para implementa- mento profissional; nortear a formação acadêmi-
ção de padrões em promoção da saúde. São re- ca; elaborar as diretrizes de acreditação; orientar
conhecidas como um conjunto mínimo de com- a elaboração de instrumentos de avaliação; au-
petências fundamentais para o desenvolvimento mentar o entendimento sobre os conhecimen-
profissional em promoção da saúde19. tos e as habilidades requeridas pelos promotores
Nesse contexto, as competências necessárias no planejamento, implementação e avaliação de
para desenvolver ações em promoção da saúde programas15.
abrangem valores (equidade, justiça social, éti- As principais competências a serem desen-
ca, autonomia de indivíduos), habilidades (seus volvidas durante a formação do profissional em
1804
Tavares MFL et al.

promoção da saúde seriam valores éticos; conhe- Resolução CONSUVE 06/1999 (de 09/08/1999),
cimento; favorecimento de mudanças; advocacia; sendo reconhecido pela Portaria nº2530 de
mediação através de parceiros; comunicação; 04/09/2002. O programa foi credenciado na
liderança; avaliação ou diagnóstico das necessi- grande área multidisciplinar da CAPES e na área
dades; planejamento; implementação e avaliação de avaliação interdisciplinar. Em 2011 foi criado
de pesquisa19. o Doutorado, sendo o primeiro deste nível em
Para o desenvolvimento dessas competências, toda a América Latina. Até 2015, o PPG formou
a formação requer estratégias de ensino que pos- 310 mestres e 9 doutores em Promoção de Saúde.
sam ir ao encontro da complexidade da promo- Seu marco filosófico baseia-se nas cartas ori-
ção da saúde e neste sentido exige um processo ginadas das Conferências Internacionais e na Po-
educativo que envolva os profissionais e seus sa- lítica Nacional de Promoção da Saúde, publicada
beres técnicos em concepções holísticas a fim de em 2006, bem como a partir das inúmeras refle-
problematizar as situações do cotidiano de suas xões oriundas das conferencias internacionais
práticas de um modo ampliado. Além disso, ne- organizadas pela UIPES (União Internacional de
cessita de uma transformação nas instituições de Promoção e Educação para Saúde)25.
modo a favorecer um ensino em que o agir da O objetivo do Programa é formar pesquisa-
promoção da saúde considere outros possíveis dores e mestres que sejam capazes de entender
setores ao problematizar as questões, como a dos as necessidades e as peculiaridade dos diferentes
determinantes sociais. grupos populacionais e cenários, colocando em
Um processo educativo com essas caracte- prática o conhecimento e as diversas tecnologias
rísticas promove espaços de reflexão sobre os comprometidas com as estratégias preconizadas
desafios da prática profissional e fornece aos tra- na Carta de Ottawa, a saber: a construção de po-
balhadores a possibilidade de atuar como sujeito líticas públicas saudáveis, a criação de ambientes
ativo no processo de construção do seu conhe- saudáveis, o reforço da ação comunitária, o de-
cimento, e ator na reorientação de suas ações de senvolvimento das habilidades pessoais e a reo-
promoção da saúde. rientação de serviços26.
Deve-se, também, aliar à dimensão proble- Nos dois níveis de formação, o Programa de
matizadora a dialógica, possibilitando compre- Pós graduação (PPG) tem uma única área de
ensão e superação das situações e contradições concentração, que é Promoção da Saúde e duas
que fazem parte do objeto de prática e estudo. A linhas de pesquisa: “Políticas e Práticas em Pro-
aprendizagem é contínua e se dá pela experiên- moção de Saúde”, “Vulnerabilidade, Tecnologias
cia, processos de educação permanente e ações e Promoção de Saúde”.
individuais, e são fundamentais e necessárias O público alvo do programa, que tem dura-
para desenvolver competências avançadas e man- ção de 24 meses para o nível de mestrado e 36
ter o conhecimento e as habilidades exigidas pela para o de doutorado, é multiprofissional, in-
prática e mudanças políticas, fortalecendo, pela cluindo assistentes sociais, médicos, dentistas,
dialogicidade, a teoria. Logo, valoriza-se a relação psicólogos, educadores físicos, fisioterapeutas,
entre processo de trabalho e formação, devendo biólogos, enfermeiros e nutricionistas. Mais re-
criar capacidades de articular conhecimentos, centemente, alunos de formação acadêmica fora
fundamentada no conceito ampliado de saúde; do campo da saúde têm ingressado no programa,
reconhecer o contexto e a história de indivíduos como administradores de empresa e advogados.
e comunidades, possibilitando integração maior Se interessam em conhecer novas possibilidades
entre aqueles que demandam e os que acolhem de levarem para suas práticas os conhecimentos
nos serviços de saúde objetivando o surgimento adquiridos nesta área, notadamente da Promo-
de alianças envolvendo as instituições formado- ção da Saúde, ampliando, assim, a atuação frente
ras e reguladoras, os usuários e os movimentos aos sujeitos que são alvos de suas intervenções27.
sociais24. As instituições de ensino devem oferecer ao
aluno as condições de desenvolverem as compe-
A experiência de formação do Programa tências necessárias para atuar nestes e em outros
de Pós-graduação em Promoção de Saúde espaços, privilegiando o conhecimento, suas ha-
da Universidade de Franca bilidades e valores25. Diante do exposto, o pro-
grama de pós-graduação em Promoção da Saúde
Pioneiro no país, o programa de pós-gra- da Universidade de Franca pretende, além destes
duação stricto sensu em Promoção da Saúde da objetivos, que os egressos sejam capazes de lidar
Universidade de Franca foi criado em 1999 pela com os desafios que se impõem à prática e conso-
1805

Ciência & Saúde Coletiva, 21(6):1799-1808, 2016


lidação do sistema de saúde, dentro das premissas principalmente, o reconhecimento de que, nos
que preconizadas: “possibilitar a interação com a processos de formação e trabalho são consti-
população, serviços de saúde e outras instituições tuídos cidadãos detentores de conhecimentos
de ensino; e desenvolver pesquisas nacionais e in- técnicos e políticos; e ensino orientado para a
ternacionais, através de programas e políticas de competência, na perspectiva da integralidade do
intercâmbio”27. cuidado, de forma intersetorial e interdisciplinar.
O PPG em Promoção de Saúde, em geral, Foi construído a partir de um grupo de trabalho
trata de estudos formais que qualificam recur- constituído por profissionais envolvidos com
sos humanos para a docência e a inserção nas ações de Promoção da Saúde de diversos estados
atividades de pesquisa. Os projetos de pesquisa brasileiros, na modalidade presencial, de 540h,
desenvolvidos são derivados de estudos teóricos, composto por três Unidades de Aprendizagem
bibliográficos, de campo ou experimental. A ati- com 180h cada, denominadas: Promoção da Saú-
vidade científica é o componente essencial do de e Desenvolvimento Social na Gestão de Polí-
ensino, juntamente com a aquisição e a transfe- ticas Públicas; Promoção da Saúde e Desenvol-
rência de conhecimentos e técnicas. A educação vimento Social nas Instituições e Organizações;
científica tem reflexos sobre a atividade do pro- Promoção da Saúde e Desenvolvimento Social
fissional em saúde, capacitando-o para manter- nos Territórios e Comunidade28.
se atualizado e exercer seu próprio julgamento Os candidatos passam por um processo sele-
sobre o mérito de novos conhecimentos e novas tivo que aprovados conformam uma turma. Esta
técnicas e sobre a conveniência de adotá-las ou é dividida em dois pequenos grupos, de 10 a 12
não em cada caso. alunos, para trabalharem as situações problema
De característica interdisciplinar, esse PPG e os relatos de prática; o grande grupo se reúne
vem formando mestres e doutores de várias áreas toda vez que tem aulas temáticas. Realizam-se al-
da saúde, graduados em ciências biológicas, ci- gumas visitas para conhecer experiências exitosas
ências médicas, direito, educação física, enferma- de promoção da saúde.
gem, fisioterapia, medicina veterinária, psicolo- Tem como eixos de formação as áreas de
gia e odontologia. competência do Cuidado a Saúde, Desenvolvi-
No perfil do egresso, até 2011, predominava mento Social, Gestão Participativa do Proces-
o sexo feminino, profissionais de enfermagem so de Trabalho e Educação de forma a atuar na
e fisioterapia, docentes em instituições de ensi- construção da integralidade do cuidado à saúde;
no superior privadas. Atuavam em pesquisa por identificar necessidades, potencialidades e opor-
meio de orientações de trabalhos de conclusão tunidades para melhoria das condições de vida
de curso e o consideraram imprescindível para e saúde; promover a participação social e a ar-
o exercício profissional e referiram melhora na ticulação intersetorial; identificar problemas na
atuação como docente e como pesquisador27. organização do processo de trabalho, atuando
O desafio do PPG em Promoção de Saúde na sua melhoria; aprender de forma permanente
vem sendo o de oferecer uma grade curricular para a autoqualificação e desenvolvimento da au-
que aborde os aspectos históricos, conceituais e tonomia e produzir, socializar e articular saberes.
metodológicos e que integre e atenda as diversas A abordagem pedagógica tem como princí-
formações disciplinares para fomentar o desen- pio estruturante a relação entre processo de tra-
volvimento de pesquisas de inovação em tecno- balho e formação, fundamentando-se na cons-
logias sociais, de maneira a estimular a participa- trução de currículos orientados por competência
ção comunitária e o empoderamento. que criem capacidades de articular e mobilizar
conhecimentos, objetivando desenvolvimento de
A experiência de formação em Promoção atributos integrados (cognitivos, psicomotores e
da Saúde do Curso de Especialização afetivos) que propiciem implementação de práti-
em Promoção da Saúde e Desenvolvimento cas bem sucedidas no cotidiano dos profissionais.
Social da ENSP, Fiocruz A abordagem dialógica da competência va-
loriza o contexto e a prática dos profissionais e
O Curso de Especialização em Promoção da agentes sociais, possibilitando articulação entre
Saúde e Desenvolvimento Social foi elaborado no as instituições formadoras e prestadores de ser-
contexto do Projeto ENSP em Movimento que viços, usuários e organizações sociais. Neste sen-
objetivava compromissos assumidos de constru- tido, o currículo foi desenvolvido dentro da pers-
ção de processos de educação permanente pos- pectiva pedagógica da Aprendizagem Baseada
sibilitando aliança entre trabalho e formação e, em Problema (ABP), associada à perspectiva da
1806
Tavares MFL et al.

problematização e à pedagogia da autonomia. A curso, a ser realizado no seu local de origem, de


filosofia de Dewey (1859-1952) contribuiu para modo a contribuir não somente com a imple-
o ABP, que considera o aprender da experiência, mentação da Política Nacional de Promoção da
possibilitando estabelecer conexões entre as coi- Saúde (PNPS), mas com estratégias de organiza-
sas que fazemos e o que apreciamos ou sofremos. ção das ações de promoção da saúde nos três ní-
A problematização é uma abordagem que busca veis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)
superar a educação bancária orientada pela trans- garantindo a integralidade do cuidado.
missão de conteúdos específicos e despertar uma Os egressos têm trajetórias diversas que ex-
educação crítica e libertadora fundada nas experi- pressam a apropriação não somente sobre o mé-
ências de vida dos alunos29. todo que propõe o diálogo entre teoria e práti-
Para efetivar o processo de aprendizagem tra- ca, como também de alguns conceitos chave da
balha-se com professores-tutores, o que possibi- promoção da saúde e suas possibilidades e limites
lita uma aprendizagem significativa, apoiada nas para a prática. Isto pode ser constatado em pes-
experiências dos alunos e na busca por soluções quisa realizada com egressos das 5 primeiras tur-
de problemas relacionados à promoção da saúde mas, objeto de tese de Doutorado30.
e desenvolvimento social. É papel do professor-
tutor garantir que todos compreendam o propó-
sito do grupo, os objetivos de aprendizagem, os Considerações finais
resultados do processamento das situações-pro-
blema e das sínteses. O desafio para implementação de ações de pro-
O processo de aprendizagem do curso acolhe moção da saúde, que considerem o conceito am-
os alunos, pois se trata de um modo permanente pliado de saúde, requer processos de discussão
de interação entre o grupo pautado numa escuta sobre formação profissional no âmbito dos cur-
respeitosa, na participação efetiva e ativa (fator sos, em nível de stricto e lato sensu, como também
importante ao avaliar o aluno), no estabeleci- na formação técnica e na graduação.
mento de um Contrato de Convivência (respeito A formação de recursos humanos em Pro-
aos horários, uso de celular e outros aparelhos). moção de Saúde com metodologias baseada em
Utiliza-se o portfólio, construído individual problemas reais dos territórios fornece evidên-
e coletivamente, como instrumento pedagógico cias para a tomada de decisões em nível local e
que permite ao aluno e à turma sistematizar os incrementa da produção científica, contribuindo
aprendizados, as produções e os caminhos que dessa maneira tanto para a melhoria dos proces-
foram se formando no decorrer do curso. A cons- sos formativos profissionais como da atenção.
trução do portfólio não segue estrutura rígida, ao Um forma de enfrentar os desafios da forma-
contrário, é flexível e criativa, pois deve possibi- ção interdisciplinar requerida pela promoção da
litar expressões singulares, sem correr o risco de saúde é avaliar constantemente a efetividade da
perder de vista os objetivos traçados, e deve es- formação e a inserção social das pesquisas. Estas,
tar disponível durante todo percurso. Contribui com egressos, permitem uma constante atuali-
também, para o desenvolvimento da habilidade zação das práticas pedagógicas e efetividade da
de avaliar seu próprio trabalho, estabelecendo formação. Nesse sentido, dados obtidos a partir
estreita relação com a trajetória do seu desenvol- de uma pesquisa com egressos titulados em PS
vimento pessoal, acadêmico e profissional, além evidenciaram a capacidade autorreferida de pro-
de oportunizar documentação e registros de sua mover ações intersetoriais, com habilidades e
evolução, de forma sistêmica e reflexiva. competências para planejar ações para resolução
A avaliação é processual e ampla, isto é, de problemas e de auxiliar no planejamento de
acompanha todo o desenvolvimento do curso condições melhores para as comunidades27.
e avalia seus componentes: professores-tutores, Estudos sobre CPS apresentaram-se como
alunos, recursos educativos e a própria avaliação. ferramenta facilitadora para o desenvolvimento
Os alunos são avaliados por suas sínteses refe- da PS, principalmente no que concerne à forma-
rentes às situações problema e relatos de prática; ção profissional e ao aporte acadêmico, favore-
apreensão de conceitos, e como os utilizam em cendo também o ensino na saúde, pois conferem
suas colocações, ou nos trabalhos em equipe, de- certa potencialidade às competências partindo
bates ou diálogos. de uma perspectiva que valoriza a experiência
O Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) sociocultural dos sujeitos, o contexto de prática
trata-se de projeto de intervenção que deve ex- e as políticas existentes. No entanto, há alguns as-
pressar o desenvolvimento do aluno ao longo do pectos negativos, o que sugere cautela no empre-
1807

Ciência & Saúde Coletiva, 21(6):1799-1808, 2016


go das CPS, para evitar que limitem a capacidade deve ser capaz de fazer, os currículos estabele-
profissional e ignorem a diversidade de contextos cem as estratégias para construir essa capacidade
nos quais as práticas estão inseridas23,31,32. que deve ser incorporada como contribuição dos
O ensino na saúde baseado na construção profissionais de saúde na construção participati-
de competências para atender à necessidade de va e integrada dos processos de trabalho.
gerar referenciais deve ser o de impulsionar o Evidencia-se a necessidade de estudos que fa-
debate na sociedade sobre ideais de saúde que se voreçam a discussão quanto ao emprego de CPS
tem, principais desafios a enfrentar e responsabi- na função docente, tendo em vista que se enfatizou
lidades correspondentes aos atores chaves, mais a utilização deste modelo na organização de currí-
do que a elaboração de um marco normativo ou culos e programas de capacitação profissional.
de lista exaustiva de atividades a cumprir desde O ensino em saúde é um processo em mo-
uma lógica tecnocrática, conforme proposto pela vimento constante de construção, desconstrução
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)33. e reconstrução, de proposições na passagem do
Enquanto os resultados da investigação de informativo para o formativo e finalmente para
competências expressam o que o trabalhador o transformativo.

Colaboradores Referências

MFL Tavares e RM Rocha trabalharam na con- 1. Salazar L. Reflexiones y posiciones alredor de la evaluaci-
ón de intervencionescomplejas - salud pública y promoci-
cepção, delineamento e na redação do artigo;
ón de la salud. Santiago de Calle: Programa Editorial de
CML Bittar trabalhou na concepção e na redação la Universidad del Valle; 2011.
do artigo; CB Petersen trabalhou na concepção, 2. Mitre SM, Siqueira-Batista R, Girardi-de-Mendonça
na pesquisa e na redação do artigo; M Andrade JM, de Morais-Pinto NM, Meirelles Cde A, Pinto-Porto
trabalhou na concepção, na redação do artigo e C, Moreira T, Hoffmann LM. Metodologias ativas de
ensino-aprendizagem na formação profissional em
na revisão crítica.
saúde: debates atuais. Cien Saude Colet 2008; 13(Supl.
2):2133-2144.
3. Ceccim RB, Feuerwerker LCM.O quadrilátero da for-
mação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e
controle social. Physis 2004; 14(1):41-65.
4. Batista CB. Movimentos de reorientação da forma-
ção em saúde e as iniciativas ministeriais para as
universidades. Barbarói 2013; 38:97-125. [acessado
2016 fev 4]. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-6578
2013000100007&lng=pt&nrm=iso
5. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilân-
cia em Saúde. Política nacional de promoção da saúde.
Brasília: MS; 2006.
6. Brasil. Portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014.
Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde
(PNPS). Diário Oficial da União 2014; 12 nov.
7. Maluf ARL. Concepções e percepções sobre Promoção de
Saúde em universitários de um curso de medicina [dis-
sertação]. Franca: Universidade de Franca; 2010.
8. Almeida Filho NM. Contextos, impasses e desafios na
formação de trabalhadores em Saúde Coletiva no Bra-
sil. Cien Saude Colet 2013; 18(6):1677-1682.
9. Lira SVG, Bezerra MP, Frota MA, Valdé, MTM, Vieira
LJES, Silva RM. Produção científica sobre promoção da
saúde nos cursos de pós-graduação brasileiros. Saúde e
Soc 2009; 18(3):437-445.
1808
Tavares MFL et al.

10. Ferraz F, Backes VMS, Mercado-Martínez FJ, Prado 25. Tavares M, Zancan L, Rocha MR. Promoção da Saúde e
ML. Políticas e programas de educação permanente em Desenvolvimento Social. Curso de Especialização. Guia
saúde no Brasil: revisão integrativa de literatura. Sau e do Aluno. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2014
Transf. Soc. 2012; 3(2):113-128. 26. Morraye MA, Rocha SMM, Silva RC. La formación de
11. Raichelis R. Esfera pública e conselhos de assistência so- Recursos Humanos en Promoción de la Salud en un
cial: caminhos para construção democrática. São Paulo: programa de maestria stricto sensu de Brasil. In: Arroyo
Cortez; 2000. HV, organizador. Promoción de la Salud: Modelos y Ex-
12. Monnerat GL, Souza RG . Política social e interseto- periencias de Formación Académica-Profesional en Ibero
rialidade: consensos teóricos e desafios práticos. SER América. San Juan: Universidad de Puerto Rico; 2010.
Social 2009; 12(26):200-220. v. 1. p. 175-188.
13. Bronzo C, Veiga L. Interdisciplinaridade e políticas de 27. Ferreira SR, Andrade-Morraye M. Perfil dos mestres
superação da pobreza. Serviço Social & Sociedade 2007; de um programa de pós-graduação em Promoção da
92:5-21. Saúde: características e percepções sobre o curso. RBPG
14. Bernardi AP, D’Andrea AIR, Zampirolo DA, Perini S, 2013; 10(22):1085-1107.
Calvo MCM. Intersetorialidade – um desafio de gestão 28. Zancan L, Tavares MFL, Galvão GG, Rocha RM, Villa-
em Saúde Pública. Saúde & Transf. Soc. 2010; 1(1):137- rinho M, Bodstein R, Pessanha MA, Carvalho AI. Com-
142. partiendo la experiencia del Curso de Especialización
15. Stella RCR, Puccini RF. A formação profissional no en Promoción de la Salud y Desarrollo Social de la Es-
contexto das Diretrizes Curriculares nacionais para o cuela Nacional de Salud Pública (ENSP) de la Fundaci-
curso de medicina. In: Puccini RF, Sampaio LO, Batista ón Fiocruz en Brasil. In: Arroyo HV, organizador. Pro-
NA, organizadores. A formação médica na UNIFESP: moción de la Salud: Modelos y Experiencias de Forma-
excelência e compromisso social. São Paulo: Editora Uni- ción Académica-Profesional en IberoAmérica. San Juan:
fesp; 2008. p. 53-69. Universidad de Puerto Rico; 2010. v. 1. p. 189-200.
16. Chiesa AM, Nascimento DDG, Braccialli LAD, Oliveira 29. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
MAC, Ciampone MHT. A formação de profissionais da prática educativa. São Paulo: Paz e Terra; 1996. 
saúde: aprendizagem significativa à luz da promoção 30. Rocha RM. Formação em promoção da saúde: estudo
da saúde. Cogitare Enferm 2007; 12(2):236-240. de egressos do Curso de Especialização em Promoção da
17. Sarreta FO. Educação permanente em saúde para os tra- Saúde e Desenvolvimento Social [tese]. Rio de Janeiro:
balhadores do SUS. São Paulo: Editora UNESP, Cultura Fundação Oswaldo Cruz; 2015.
Acadêmica; 2009. 31. AlmeidaMJ, Campos JJB, Turini B, Nicoletto SCS, Pe-
18. Perrenoud P. Formar professores em contextos so- reira LA, Rezende LR, Mello PL. Implantação das Dire-
ciais em mudança: prática reflexiva e participação trizes Curriculares Nacionais na graduação em Medici-
crítica. Revista Brasileira de Educação 1999; 5-21. na no Paraná. Rev. bras. educ. med. 2007; 31(2):156-165.
[acessado 2016 fev 4]. Disponível em: http://www. 32. Dempsey C, Barry M, Battel-Kirk B. The CompHP core
unige.ch/fapse/SSE/teachers/perrenoud/php_main/ competencies framework for health promotion hand-
php_1999/1999_34.html book: workpackage 4. Galway: Executive Agency for
19. Battel-Kirk B, Barry MM, Taub A, Lysoby L. A review of Health Promotion and Consumers: National Universi-
the international literature on health promotion com- ty of Ireland, 2011. [cited 2015 jun 10]. Avaiable from:
petencies: identifying frameworks and core competen- http://www.iuhpe.org/images/PROJECTS/ACCREDI-
cies. Glob Health Promot 2009; 16(2):12-20. TATION/CompHP_Competencies_Handbook.pdf
20. Barry MM, Battel-Kirk B, Dempsey C. The CompHP 33. Witt RR, Almeida MCP. Competências dos profissio-
core competencies framework for health promotion in nais de saúde no referencial das funções essenciais de
Europe. Health Education & Behavior 2012; 39(6):648- saúde pública: contribuição para a construção de Pro-
662. jetos Pedagógicos na Enfermagem. Rev Bras Enferm
21. Tusset D. Competências em promoção da saúde no pro- 2003; 56(4):433-438.
grama saúde na escola no Distrito Federal [dissertação].
Brasília: Universidade de Brasília; 2012.
22. Arroyo H. La formación de recursos humanos y el de-
sarrollo de competenciaspara la capacitación en pro-
moción de la salud en América Latina. Global Health
Promotion 2009; 16(2):66-72.
23. Arroyo H. Promoción de la salud: Modelos y experien-
cias de formación académica-profesional en Ibero-
américa. In: Arroyo HV, organizador. Promoción de la
Salud: Modelos y Experiencias de Formación Académica
-Profesional en Ibero América. San Juan: Universidad de
Puerto Rico; 2010. v. 1. p. 633-641.
24. Monteiro SV. Competências em Promoção da Saúde: Artigo apresentado em 02/02/2016
uma revisão sistemática [dissertação]. Franca: Univer- Aprovado em 03/03/2016
sidade de Franca; 2015. Versão final apresentada em 05/03/2016

Das könnte Ihnen auch gefallen