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A EDUCAÇÃO
Ao longo de sua vida, Paynter publicou diversos outros livros, nos quais abordou
principalmente a prática criativa no ensino de Música, com uso da estética da música
contemporânea. Além desse tema, Paynter envolveu a dança e o teatro em seus
projetos de ensino. O educador desenvolveu diversos materiais didáticos para
professores, alguns direcionados a alunos de Música no Ensino Médio e acompanhados
por gravações de trechos musicais.
No livro Sound and Silence (Som e Slêncio, 1970), Paynter apresenta trinta e seis
projetos, sendo a maioria deles relacionada à música do século 20. Esses projetos de
atividades e experimentações foram desenvolvidos por Paynter e Aston para o trabalho
com estudantes de Ensino Fundamental e Médio, além de alunos de centros de
formação docente e universidade.
As atividades não são divididas em sequências e sim em projetos, que podem ser
realizados em qualquer ordem e com tempo de duração que depende da complexidade.
A maioria dos projetos desse livro é direcionada para instrumentos, com temas que
inspiram a criação musical, com uso do piano, palavras, notas, modos e sequências,
música e números. O livro também possui projetos voltados a estudantes adolescentes,
com uso da música vocal e a criação melódica e harmônica. Os autores também
apresentam, nesse livro, seus “pensamentos e crenças” em educação, fundamentados,
principalmente, no papel do professor como educador que estimula o uso da
“curiosidade, imaginação e criação” das crianças e adolescentes (MATEIRO, 2012, p.
260-261).
No livro Hear and Now (Ouvir aqui e agora, 1972), Paynter propõe a utilização da
música contemporânea e seus elementos na escola, com participação ativa de
professores e alunos para uma prática musical que promove a exploração sonora e a
expressão, a partir de imaginação e criatividade. O livro traz sugestões de gravações de
compositores do século 20, instrumentos e partituras que podem ser executadas em
sala de aula, usando voz, movimentos corporais e diversos instrumentos,
principalmente percussão.
Para que os alunos conheçam bem esse repertório, familiarizando-se com essa
nova sonoridade, Paynter propõe uma escuta consciente e dirigida, focada
principalmente no repertório dos principais compositores da música contemporânea.
Integração da música com outras áreas Pensando na educação integral do ser humano,
Paynter não enxergava somente a música como arte fundamental para o currículo
escolar; ele também debatia o papel das artes e seu lugar nessa formação na escola. O
educador não desejava a primazia da música no ensino, mas sim um fazer criativo em
todas as artes e mesmo na aprendizagem dos outros conteúdos escolares, utilizando-se
dos elementos libertários da imaginação, exploração de materiais e experimentação
individual, tal qual o trabalho de artistas contemporâneos. Isso poderia ocorrer
integrando a música às outras áreas artísticas ou mesmo à linguagem, à matemática ou
a outras áreas, por meio de projetos integrados.
GEORGE SELF
Seu princípio era de que os alunos poderiam passar por experiências musicais
criativas, diferentes de um treinamento musical que os fizesse tocar ou cantar somente
músicas prontas, que necessitam de habilidades técnicas específicas, como a técnica
instrumental ou a leitura correta da partitura.
Nesse sentido, a notação musical tradicional e sua grafia não são suficientes para
representar composições que também privilegiam diferentes sonoridades, bem como
organizações rítmicas irregulares ou alturas indefinidas.
Essa diferente grafia musical pode ser vista em um de seus livros de peças
musicais, intitulado New sounds in class: a contemporary approach to music (em
português, Novos sons em sala de aula: uma abordagem contemporânea de música), de
1967.
Exploração sonora
Por se tratar de um ensino musical em sala de aula, Self propõe que as atividades
sejam realizadas coletivamente, seja as explorações sonoras, as criações musicais ou a
interpretação das partituras de seus livros.
Esses dois autores são mais conhecidos no Brasil por meio de textos como artigos
e capítulos de livros que se dedicam às abordagens em educação musical do que por
seus próprios livros e propostas, uma vez que nenhum deles foi traduzido para o
português, além de se encontrarem, em alguns casos, esgotados na língua original.