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Lucas Banzoli
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais
lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (cf. Isaías
65:17)
Como vemos, não são os homens que estarão com Deus no Céu, é
Deus quem estará com os homens na terra! O tabernáculo de Deus,
que hoje se encontra no Céu, futuramente estará “com os homens”,
isto é, aqui na terra. Foi por isso que Jesus disse que os pobres
herdarão a terra, e não o Céu:
Jesus não disse que a herança futura dos justos será habitar no Céu,
mas na terra! É evidente que todas essas passagens não se aplicam
apenas ao milênio, mas a todo o período eterno. Apocalipse 21:1-3 é
pós-milenar, e fala de coisas que acontecerão após o milênio. Mateus
5:5 não é uma referência apenas a um período de mil anos, mas ao
período eterno, pois Jesus retirou tal citação do Salmo 37:29, que
diz:
Não diz que os justos herdarão a terra por mil anos e depois irão para
o Céu, ou que irão para o Céu imediatamente após a morte, mas que
herdarão a terra para sempre. Por incrível que pareça, alguns
imortalistas tem a ultrapassada ideia de que nós estamos hoje na
terra, vamos para o Céu após a morte, voltamos para a terra no
milênio e depois voltamos de novo para a eternidade no Céu! Essa
confusão imortalista não tem base bíblica alguma, pois as Escrituras
são claras em relatar que a herança do justo é a terra, que será
transformada na criação da “nova terra” prometida por Deus.
“Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até
que venha o Reino de Deus” (cf. Lucas 22:18)
Foi por isso que, ao chegar em Jerusalém, Jesus teve que “contar-
lhes uma parábola, porque o povo pensava que o Reino de Deus ia se
manifestar de imediato” (cf. Lc.19:11). Aquelas pessoas acreditavam
que já estava na hora do Reino de Deus se manifestar em sua forma
visível, da Jerusalém celestial descer do Céu e do período eterno ter
início, e por isso Jesus teve que contar uma parábola em que dizia
que somente iria voltar “depois de muito tempo” (cf. Mt.25:19). A
crença não era de morrer e ir para o Céu no momento da morte, mas
se baseava na expectativa do estabelecimento visível do Reino de
Deus aqui na terra, por toda a eternidade.
Quando Deus criou o homem originalmente, ele não o criou no Céu,
mas na terra. Portanto, seria mais condizente que, na restauração
de todas as coisas (cf. Mt.19:28), o padrão original de Deus para com
a Sua criação fosse restabelecido com o homem em um Paraíso
terreno. Adão e Eva foram criados na terra em um lugar específico,
chamado “Jardim do Éden” (cf. Gn.2:15), mas foram expulsos de lá
com a entrada do pecado no mundo, de modo que hoje esse Paraíso
se encontra com Deus no Céu (cf. Gn.3:23,24; Ap.22:2,17).
Note que Paulo não disse que nós vamos para o Céu, mas que a
nossa pátria está nos céus. Essa cidade, que Paulo diz que está hoje
no Céu, descerá por ocasião do fim do milênio, como diz João (cf.
Ap.21:2), se estabelecendo na nova terra. Paulo completa o
pensamento dizendo que de lá (do Céu) nós também esperamos o
Salvador Jesus Cristo. Esse “também” colocado aqui pelo apóstolo
liga esses dois acontecimentos, a descida de Jesus à terra e a descida
da cidade celestial à terra. Não é apenas Jesus que irá vir à terra,
mas também Jesus. Diante do contexto, esse “também” está
relacionado à “nossa cidade que está nos céus”, a nova Jerusalém
celestial. Portanto, a crença de Paulo não era em morrer e ir morar
no Céu para sempre, mas era a expectativa da volta de Cristo e da
descida de cidade santa na nova terra prometida.