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Onde passaremos a eternidade? No Céu ou na Nova Terra?

Lucas Banzoli

Um dos maiores erros teológicos já propagados, que já ficou tão


famoso e conhecido que até parece que é bíblico, é a crença de que o
crente passará a eternidade no Céu, o famoso “morrer e ir para a
glória”. Contudo, em lugar nenhum as Escrituras dizem ou deixam
entender que o salvo irá passar a eternidade no Céu. O que elas
ensinam é que Deus fará uma nova terra, que não servirá de enfeite,
mas para ser habitada:

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a


primeira terra passaram, e o mar já não existe” (cf. Apocalipse 21:1)

“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais
lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (cf. Isaías
65:17)

“Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer,


estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de
estar a vossa posteridade e o vosso nome” (cf. Isaías 66:22)

“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova


terra, em que habita a justiça” (cf. 2ª Pedro 3:13)

Se a primeira terra Deus “não a criou sozinha, mas a formou para


que fosse habitada” (cf. Is.45:18), quanto mais a nova terra, que é a
terra transformada para que seja a habitação dos santos! Se o
homem vive hoje na terra e Deus fará uma nova, só pode ser porque
viveremos na nova terra no futuro. Isso porque a cidade celestial de
que tanto falamos de fato está no Céu hoje, “preparada” para o dia
em que será habitada pelos santos (cf. Hb.11:16), mas descerá do
Céu para ser habitada pelos remidos aqui na nova terra:

“Eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu,


da parte de Deus, adereçada como uma esposa ataviada para o seu
marido” (cf. Apocalipse 21:2)

Portanto, não somos nós que subimos e vamos habitar na cidade


celestial, é a cidade celestial que desce para a nova terra! E o verso 3
complementa essa ideia, dizendo:

“Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: ‘Agora o


tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele
viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e
será o seu Deus’” (cf. Apocalipse 21:3)

Como vemos, não são os homens que estarão com Deus no Céu, é
Deus quem estará com os homens na terra! O tabernáculo de Deus,
que hoje se encontra no Céu, futuramente estará “com os homens”,
isto é, aqui na terra. Foi por isso que Jesus disse que os pobres
herdarão a terra, e não o Céu:

“Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por


herança” (cf. Mateus 5:5)

Jesus não disse que a herança futura dos justos será habitar no Céu,
mas na terra! É evidente que todas essas passagens não se aplicam
apenas ao milênio, mas a todo o período eterno. Apocalipse 21:1-3 é
pós-milenar, e fala de coisas que acontecerão após o milênio. Mateus
5:5 não é uma referência apenas a um período de mil anos, mas ao
período eterno, pois Jesus retirou tal citação do Salmo 37:29, que
diz:

“Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre” (cf.


Salmos 37:29)

Não diz que os justos herdarão a terra por mil anos e depois irão para
o Céu, ou que irão para o Céu imediatamente após a morte, mas que
herdarão a terra para sempre. Por incrível que pareça, alguns
imortalistas tem a ultrapassada ideia de que nós estamos hoje na
terra, vamos para o Céu após a morte, voltamos para a terra no
milênio e depois voltamos de novo para a eternidade no Céu! Essa
confusão imortalista não tem base bíblica alguma, pois as Escrituras
são claras em relatar que a herança do justo é a terra, que será
transformada na criação da “nova terra” prometida por Deus.

A esperança dos judeus da época de Cristo sempre esteve baseada


na crença do Reino de Deus vindo, ou seja, de Deus um dia
estabelecer Seu Reino de forma visível aqui na terra, onde
passaremos a eternidade. Isso fica claro quando vemos a esperança
que José de Arimateia tinha a este respeito:

“José de Arimatéia, membro de destaque do Sinédrio, que também


esperava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e
pediu o corpo de Jesus” (cf. Marcos 15:43)

Os judeus estavam esperando o Reino de Deus vir a eles, e não que


eles mesmos fossem ao Reino de Deus na morte. É por isso que o
próprio Senhor Jesus disse:

“Pois eu lhes digo que não beberei outra vez do fruto da videira até
que venha o Reino de Deus” (cf. Lucas 22:18)

Na oração modelo do Pai Nosso, ele nos ensinou a orar: “venha o


teu Reino, seja feita a tua vontade...” (cf. Mt.6:10). Quando oramos
pedindo que “venha o teu Reino”, não estamos pedindo a vinda
apenas de uma pessoa (segunda vinda de Cristo), mas de um Reino.
Esse Reino que virá nada mais é senão aquele mesmo Reino que João
viu descer dos céus e se estabelecer na nova terra no Apocalipse (cf.
Ap.21:2), que é chamado de “a nova Jerusalém”. Jesus não orou para
que ele voltasse, nem disse “venha o teu Filho”, mas que viesse o
próprio Reino, em sua forma física e visível, como viu João e como
esperavam os judeus.

Isso explica o porquê que vemos tantas vezes no Novo Testamento a


menção de que “o Reino de Deus está próximo” (cf. Lc.10:9; 10:11;
21:31; Mc.10:15), que quer dizer que esse Reino de Deus está
chegando, que já está perto a hora em que o Reino chegará e será
estabelecido aqui na terra. O Reino de Deus já havia chegado em sua
forma espiritual (cf. Lc.11:20), pois ainda não era o tempo de vir em
sua forma visível (cf. Lc.17:20), uma vez que em sua forma visível
ele ainda não havia chegado, mas estava “próximo” (cf. Lc.10:9;
10:11; 21:31; Mc.10:15), sendo estabelecido somente após o milênio
(cf. Ap.21:1-3).

Foi por isso que, ao chegar em Jerusalém, Jesus teve que “contar-
lhes uma parábola, porque o povo pensava que o Reino de Deus ia se
manifestar de imediato” (cf. Lc.19:11). Aquelas pessoas acreditavam
que já estava na hora do Reino de Deus se manifestar em sua forma
visível, da Jerusalém celestial descer do Céu e do período eterno ter
início, e por isso Jesus teve que contar uma parábola em que dizia
que somente iria voltar “depois de muito tempo” (cf. Mt.25:19). A
crença não era de morrer e ir para o Céu no momento da morte, mas
se baseava na expectativa do estabelecimento visível do Reino de
Deus aqui na terra, por toda a eternidade.
Quando Deus criou o homem originalmente, ele não o criou no Céu,
mas na terra. Portanto, seria mais condizente que, na restauração
de todas as coisas (cf. Mt.19:28), o padrão original de Deus para com
a Sua criação fosse restabelecido com o homem em um Paraíso
terreno. Adão e Eva foram criados na terra em um lugar específico,
chamado “Jardim do Éden” (cf. Gn.2:15), mas foram expulsos de lá
com a entrada do pecado no mundo, de modo que hoje esse Paraíso
se encontra com Deus no Céu (cf. Gn.3:23,24; Ap.22:2,17).

Então, o que acontecerá quando houver a restauração de todas as


coisas, quando o pecado for finalmente expulso do mundo? Esse
Paraíso irá descer do Céu e voltar para a posse dos seres humanos
regenerados (cf. Ap.21:2), assim como eram Adão e Eva antes do
pecado. Seria incoerente que Deus tenha criado o homem
originalmente na terra para que na restauração do modelo original
fosse mudado para o Céu. Nenhum escritor bíblico jamais expressou
desejo de ir para o Céu, o que eles almejavam era uma vida eterna.
O Reino dos céus é o Paraíso celestial que hoje se encontra no Céu,
mas que descerá para a terra após o milênio (cf. Ap.21:1-3).

Ao partirmos desta vida, nos encontraremos com Cristo no juízo após


sermos ressurretos, e logo então ocorrerá o reencontro com os
santos vivos arrebatados, junto a Jesus nos ares. Cristo vem com os
seus santos (cf. 1Ts.4:14) porque estes santos foram ressuscitados
primeiro (cf. 1Ts.4:16). Então, após o encontro entre os santos vivos
arrebatados e os mortos ressurretos, o Senhor descerá à terra para
estabelecer seu Reino milenar, quando a terra desfrutará de mil anos
de paz.

Em seguida, haverá a ressurreição dos ímpios (cf. Ap.20:5), que se


reunirão e marcharão contra o Cordeiro e os santos na cidade de
Jerusalém (cf. Ap.20:8), e serão devorados pelo fogo consumidor que
cairá do Céu (cf. Ap.20:9). Neste momento, todo o Universo é
transformado pelo poder regenerador de Deus, novos céus e nova
terra são feitos, e a cidade celestial, o Paraíso que estava no antigo
Céu, descerá para a nova terra, onde habitaremos para sempre com
o Senhor. Toda essa visão também é compartilhada até mesmo por
muitos pastores, que nem sempre tem coragem suficiente para
admitir isso, pois seria negar um mito histórico que é a crença de
morrer e ir para o Céu, que não possui qualquer respaldo bíblico.

Estar com Cristo é diferente de ir para o Céu, pois estaremos com


Cristo ressurretos no juízo, e não incorpóreos em um estado
intermediário. Reino de Deus ou Reino dos céus também não é a
mesma coisa do Céu em si. Quando a Bíblia fala do Reino de Deus,
ela pode estar se referindo simplesmente ao Evangelho (cf. Mc.4:11;
4:26; Lc.4:43; 8:1; 8:10; 9:11; 9:60), ou também ao Reino dos
céus, que se refere ao Reino que hoje está no Céu, mas que descerá
para a nova terra prometida após o milênio, quando a cidade celestial
descer do Céu e o próprio tabernáculo de Deus estiver com os
homens (cf. Ap.21:3).

Sendo assim, quando Cristo disse em Mateus 5:3 que “bem-


aventurados são os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos
céus” (cf. Mt.5:3), ele não estava entrando em contradição com
aquilo que ele mesmo disse apenas dois versos depois, de que “bem-
aventurados são os humildes, pois eles receberão a terra por
herança” (cf. Mt.5:5), nem tampouco estava dizendo que os humildes
teriam um destino eterno diferente do destino dos pobres de espírito,
porque o Reino dos céus de que ele falava descerá à terra para
habitarmos nela para sempre. Sendo assim, habitaremos na
Jerusalém celestial (Reino dos céus) estabelecida sobre a nova terra.
É por isso que a nossa maior esperança, como diz Pedro, não é de
morrer e ir para o Céu, mas de que, “de acordo com a sua promessa,
esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça” (cf.
2Pe.3:13).

E é por isso também que o apóstolo Paulo disse:

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o


Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (cf. Filipenses 3:20)

Note que Paulo não disse que nós vamos para o Céu, mas que a
nossa pátria está nos céus. Essa cidade, que Paulo diz que está hoje
no Céu, descerá por ocasião do fim do milênio, como diz João (cf.
Ap.21:2), se estabelecendo na nova terra. Paulo completa o
pensamento dizendo que de lá (do Céu) nós também esperamos o
Salvador Jesus Cristo. Esse “também” colocado aqui pelo apóstolo
liga esses dois acontecimentos, a descida de Jesus à terra e a descida
da cidade celestial à terra. Não é apenas Jesus que irá vir à terra,
mas também Jesus. Diante do contexto, esse “também” está
relacionado à “nossa cidade que está nos céus”, a nova Jerusalém
celestial. Portanto, a crença de Paulo não era em morrer e ir morar
no Céu para sempre, mas era a expectativa da volta de Cristo e da
descida de cidade santa na nova terra prometida.

Infelizmente, a partir do momento em que a mentira da imortalidade


da alma começou a ganhar força nas igrejas cristãs, essa realidade
foi completamente distorcida e deturpada. As pessoas de hoje em dia
oram dizendo “venha o teu Reino” sem saber o que isso significa.
Têm em mente aquela versão popular da vida após a morte, onde a
expectativa do cristão é baseada na ilusão de se estar no Céu em um
estado incorpóreo entre a morte e a ressurreição, e não na visão
realista bíblica da vida corpórea e terrena após a ressurreição. Toda
uma teologia escatológica bíblica sólida foi destruída para dar lugar a
um conto de fadas, onde espíritos flutuam nas nuvens do Céu
tocando flautas e conversando com os anjos, ao invés do realismo
bíblico onde a vida futura se dá através da ressurreição de um corpo
físico, para habitar em uma nova terra física, embora transformada
do pecado e dos pecadores.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

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