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15/11/2018 Direito romano – Wikipédia, a enciclopédia livre

Direito romano
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Direito romano é um termo Roma Antiga
histórico-jurídico que se refere,
originalmente, ao conjunto de regras
jurídicas observadas na cidade de
Roma e, mais tarde, ao corpo de
direito aplicado ao território do
Império Romano e, após a queda do
Império Romano do Ocidente em Este artigo é parte da série:
476 d.C., ao território do Império Política e governo da
Romano do Oriente. Mesmo após Roma Antiga
476, o direito romano continuou a
influenciar a produção jurídica dos
reinos ocidentais resultantes das Períodos
invasões bárbaras, embora um seu Reino de Roma
753 a.C. – 509 a.C.
estudo sistemático no ocidente pós-
romano esperaria a chamada República Romana

redescoberta do Corpo de Direito 509 a.C. – 27 a.C.

Civil pelos juristas italianos no Império Romano

século XII. 27 a.C. – 1453

Em termos gerais, a história do Principado Dominato


direito romano abarca mais de mil Império Ocidental Império Oriental
anos, desde a Lei das Doze Tábuas
(Lex Duodecim Tabularum; 449 a.C.) Constituição romana
até o Corpo de Direito Civil por Constituição do Reino
Justiniano I (c. 530 d.C.). Constituição da República
Constituição do Império
Os historiadores do direito
Constituição do Dominato
costumam dividir o direito romano
Senado
em fases. Um dos critérios
Assembleias Legislativas
empregados para tanto é o da
Magistrados executivos
evolução das instituições jurídicas
romanas, segundo o qual o direito Magistrados ordinários
romano apresentaria quatro grandes
Cônsul Edil
épocas:
Pretor Tribuno
Época Arcaica (753 a.C. a Questor Censor
130 a.C.) Promagistrado Governador
Época Clássica (130 a.C. a
230 d.C.)
Magistrados extraordinários
Época Pós-Clássica (230 d.C. a
530 d.C.) Ditador Inter-rei
Época Justiniana (530 d.C. a Mestre da cavalaria Triúnviro
565 d.C.)
Tribuno consular Decênviro (1º e 2º)

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A influência do direito romano sobre


Títulos e Honras
os direitos nacionais europeus é
Imperador
imensa e perdura até hoje. Uma das
Legado Mestre dos soldados
grandes divisões do direito
Duque Imperator
comparado é o sistema romano-
Officium Príncipe
germânico, adotado por diversos
Prefeito do pretório Pontífice máximo
Estados continentais europeus e
Vigário Augusto
baseado no direito romano. O mesmo
Vigintisexvirato César
acontece com o sistema jurídico em
Lictor Tetrarca
vigor em todos os países latino-
americanos. Precedente e Lei
Direito romano • Conflito das Ordens
Imperium Cidadania romana
senatus consultum
senatus
Índice Mos maiorum Auctoritas consultum
Colégio Cursus honorum ultimum
Desenvolvimento
Período Arcaico
Lei das Doze Tábuas
Outros países · Atlas
Conteúdo das leis das
doze tábuas
Primeiras leis
Primeiros
doutrinadores
Período clássico
Período pós-clássico
Período justiniano
O direito romano após a queda
de Roma
No oriente
No ocidente
O ressurgimento do direito
romano
Hoje
Referências
Ligações externas

Desenvolvimento

Período Arcaico
O período arcaico é dividido em duas fases, a nacionalista (753 a.C a 242 a.C.) e a universalista (242 a.C. 130 a.C.). A
primeira se caracterizou por marcar o início do ius civile, direito que se aplicava exclusivamente às
relações entre romanos, de modo algum aos estrangeiros.[1]

Sobre a fase universalista, Xavier (2011)[1] coloca que:

A segunda, por sua vez, caracterizou-se pela criação da magistratura do praetor peregrinus, o juiz encarregado de
resolver problemas entre estrangeiros (os peregrinos) e entre estes e os romanos. Já na época arcaica, portanto, os
romanos souberam se livrar de um direito exclusivamente personalista, para criar fórmulas e instrumentos de
aplicação do direito aos estrangeiros, o que contribuiu em muito para a expansão das fronteiras de Roma e para a
dominação de uma grande quantidade de povos estrangeiros.

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No período arcaico fica evidente a ligação da religião com o direito, devido ao fato de os sacerdotes dos pontífices
serem os aplicadores do direito, o que naturalmente evidencia o fato de a religião influenciar o direito. No início o
direito era costumeiro, sendo baseado nos principais costumes dos cidadãos mais influentes, ou seja, a plebe não tinha
nenhuma garantia de seus direitos, que após realizar alguns movimentos, vê-se em 449 a.C. a Lei das Doze Tábuas.[1]

Alguns entendem que as antigas raízes do direito romano provêm diretamente da religião etrusca, que enfatizava o
ritualismo.[2]

Lei das Doze Tábuas


É impossível apontar o momento exato da gênese do sistema jurídico romano. O primeiro texto legal, cujo conteúdo
chegou até os dias de hoje com algum detalhe, é a Lei das Doze Tábuas, que data de meados do séc V a.C.

Segundo os historiadores romanos, o tribuno da plebe C. Terentílio Arsa propôs que o direito fosse escrito de modo a
evitar que fosse aplicado indiscriminadamente pelos magistrados patrícios.[3] Após oito anos de lutas, os plebeus
teriam convencido os patrícios a enviar uma delegação a Atenas para copiar as Leis de Sólon. Ademais, várias
delegações foram enviadas a outras cidades da Grécia com propósitos semelhantes. Em 451 a.C., dez cidadãos
romanos teriam sido selecionados para registrar as leis (decemviri legibus scribundis). Durante o período em que
trabalharam, receberam o poder político supremo (imperium), enquanto que o poder dos magistrados foi cerceado.
Em 450 a.C., os decênviros inscreveram as leis em dez tábuas (tabulae), mas seu trabalho foi considerado insuficiente
pelos plebeus. Um segundo decenvirato teria então acrescentado duas tábuas, em 449 a.C. A Lei das Doze Tábuas foi
em seguida aprovada em assembleia.

Os estudiosos modernos tendem a descrer da exatidão dos historiadores romanos. Não creem, por exemplo, que um
segundo decenvirato tenha acontecido. Pensam que o decenvirato de 451 a.C. incluiu os pontos mais controversos do
direito consuetudinário e assumiu as principais funções públicas em Roma. Ademais, a questão da influência grega no
direito romano primitivo é motivo de grande debate. Considera-se improvável que uma delegação tenha sido enviada à
Grécia, como pensavam os romanos; é mais provável que a legislação grega tenha chegado a Roma por meio das
cidades da Magna Grécia. O texto original das doze tábuas não foi preservado. Tudo indica que foi destruído quando
os celtas tomaram Roma e a incendiaram, em 387 a.C.

Os fragmentos preservados mostram que não se tratava de um código legal no sentido moderno, pois as Doze Tábuas
não pretendiam ser um sistema completo e coerente de todas as regras jurídicas aplicáveis. Na verdade, continham
algumas disposições legais cujo propósito era alterar o direito consuetudinário da época. Embora contivessem
disposições sobre todas as áreas do direito, predominavam as referentes ao direito privado e ao processo civil.

Conteúdo das leis das doze tábuas


Nas tábuas existiam leis relacionadas com o chamamento a juízo, julgamentos e furtos, direitos de crédito, delitos etc.
Estas leis eram consideradas muito cruéis, pois tinham como direito tirar a vida de outra pessoa, por exemplo, na
Tábua Segunda "Se o furto ocorre durante o dia e o ladrão é flagrado, que seja fustigado e entregue como escravo à
vítima. Se é escravo, que seja fustigado e precipitado do alto da rocha Tarpeia".[1]

Tábua quarta, "O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida e de morte e o poder de
vendê-los". É lícito notar que o pai era o sacerdote da casa, tendo com ele o poder de vida e de morte sobre o filho,
outro fato importante na época também, era quando um filho nascia com algum problema físico, "É permitido ao pai
matar o filho que nasce disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos". Os filhos eram pertencentes aos seus
pais, a relação não era apenas de afeto, mas também de propriedade. Fica evidente o medo por encantamentos ou
bruxarias, Tábua Sétima, "Aquele que fez encantamentos contra a colheita de outrem, ou a colheu furtivamente à noite
antes de amadurecer ou a cortou depois de madura, será sacrificado a Ceres" Na Tábua Sétima pode-se ler também,
"Se um quadrúpede causa qualquer dano, que seu proprietário indenize o valor desse dano ou abandone o animal ao
prejudicado".[1]

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Primeiras leis
Ademais das Doze Tábuas, também são conhecidas dos primórdios do direito romano a Lei Canuleia (445 a.C., que
permitia o casamento - ius connubii - entre patrícios e plebeus), as Leis Licínias Sêxtias (367 a.C.), que restringiam a
posse de terras públicas - ager publicus - e exigiam que um dos cônsules fosse plebeu), a Lei Ogúlnia (300 a.C., que
autorizava os plebeus a ocupar cargos sacerdotais) e a Lex Hortensia (287 a.C., pela qual as decisões das assembleias
plebeias passavam a valer para todo o povo).

Outra lei importante do período republicano é a Lei Aquília, de 286 a.C., que regulava a responsabilidade civil.
Entretanto, a maior contribuição de Roma à cultura jurídica europeia não foi a promulgação de leis bem redigidas,
mas o surgimento de uma classe de juristas profissionais e de uma ciência do direito, por meio de um processo gradual
de aplicação dos métodos da filosofia grega ao direito - um tema que os gregos jamais haviam tratado como ciência.

Primeiros doutrinadores
Tradicionalmente, as origens da ciência do direito em Roma relacionam-se com Cneu Flávio, quem teria publicado, em
cerca de 300 a.C., os formulários com as palavras que deveriam ser ditas em juízo para que uma ação judicial tivesse
início. Como, antes da época de Flávio, estes formulários, supostamente secretos, eram conhecidos apenas pelos
sacerdotes, sua publicação teria permitido que outras pessoas pudessem estudá-los. Independentemente da
veracidade desta tradição, na altura do séc a.C. os juristas eram ativos e escreveram um grande número de tratados
sobre direito. Dentre os juristas famosos da época da República estão Quinto Múcio Escévola, autor de um volumoso
tratado sobre todos os aspectos do direito que veio a ser muito influente posteriormente, e Sérvio Sulpício Rufo, amigo
de Cícero. Assim, Roma já havia desenvolvido um sistema de direito e uma cultura jurídica sofisticados quando a
República Romana foi substituída pelo Principado, em 27 a.C.

Período clássico
Os primeiros 250 anos da era cristã foram o período no qual o direito e a ciência jurídica romanos atingiram o mais
alto grau de desenvolvimento de sua civilização. A época costuma ser chamada de período clássico do direito romano,
que alcançou um caráter único dado pelas realizações literárias e práticas dos juristas romanos.

Segundo Wolkmer "O direito de então apresenta um caráter essencialmente laico e individualista, cuja interpretação
de suas fontes, cada vez mais de natureza legislativa do que consuetudinária, compete a um corpo de profissionais
especializados os juris consultores".

Estes trabalhavam em diferentes funções: proferiam pareceres, a pedido de particulares; aconselhavam os


magistrados responsáveis pela administração da justiça, como os pretores; auxiliavam os pretores a preparar seus
editos, anunciados publicamente no início do mandato pretoriano e que continham uma explicação de como
exerceriam suas funções e um formulário de procedimentos judiciais. Alguns juristas também ocupavam altos cargos
judiciais e administrativos.

O principal ponto para as inovações nesse período foi devido ao trabalho realizado pelos pretores, o trabalho dos
pretores não era como o do juiz atualmente, os pretores não colhiam provas, eles procuravam entender as duas partes
e decidir como o processo seria julgado, a partir daí entrava o iudex que com base nas informações dadas pelo pretor,
iria julgar a causa.[1]

O pretor tinha um poder denominado então imperium, poder este que foi ampliado pela Lei Aebutia, no século II a.C.,
que lhe atribui maiores poderes discricionários, para resolver sobre as omissões e detalhes que as leis, por serem
gerais, não podiam prever. É por isso que o pretor, quando apreciava as alegações das partes e preparava-se para fixar
as diretrizes do julgamento do iudex, podia dar-lhe certas instruções sobre como ele deveria apreciar algumas questões

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jurídicas. E ele fazia isto por escrito, por meio de documentos solenes chamados de formula, na qual podia introduzir
algumas novidades, que não eram previstas no antigo ius civile, o direito das antigas leis escritas e grafadas em blocos
de bronze.[1]

A fórmula era o elemento marcante do processo formulário, representava o documento escrito elaborado por acordo
entre as partes e pelo magistrado, nela se fixava o ponto litígios e se outorgarva ao juiz popular o poder para condenar
ou absolver o réu.[4] Sendo assim o juiz popular somente poderia julgar de acordo com o que estava delimitado na
fórmula. Os romanistas reconhecem que a natureza jurídica desse processo é privada, de caráter arbitral.[5]

Os juristas produziram todo tipo de comentários e tratados de direito. Em cerca de 130 a.C., Sálvio Juliano escreveu
um edito pretoriano padronizado, que foi utilizado por todos os pretores a partir de então. O edito continha descrições
detalhadas de todos os casos nos quais o pretor permitiria uma ação judicial ou uma defesa. O edito padrão funcionava
como um abrangente código legal, embora não gozasse, formalmente, da força de lei. Indicava os requisitos para uma
reivindicação legal bem-sucedida e tornou-se a base dos amplos comentários jurídicos de juristas como Paulo e
Domício Ulpiano.

Os conceitos e instituições jurídicas desenvolvidos pelos juristas pré-clássicos e clássicos são muito numerosos para
mencionar aqui. Alguns exemplos:

os juristas romanos separavam claramente o direito de usar uma coisa (propriedade) da habilidade factual de
usá-la e manipulá-la (posse). Também distinguiam entre contrato e delito como fontes de obrigações civis.
os contratos nominados (venda, trabalhista, aluguel, prestação de serviços), presentes na maioria dos códigos
civis modernos, foram desenvolvidos pelos juristas romanos.
o jurista clássico Caio (cerca de 160 d.C.) inventou um sistema de direito privado baseado na divisão entre
personae (pessoas), res (coisas) e actiones (ações judiciais). Este sistema foi usado por vários séculos e pode
ser reconhecido em leis modernas como o código civil francês.
Ao longo do tempo o trabalho dos pretores e dos juriconsultos foi se reduzindo e o imperador tomando mais conta do
poder, marcando assim o fim do período clássico.[1]

Período pós-clássico
Inicia-se aproximadamente no século III d.C., passa a ser elaborado quase que exclusivamente pelo estado, nesse
período surge o processo extraordinário, que se assemelha com o processo moderno, em que o autor mostrava os fatos
ao magistrado que nomeava um funcionário para acompanhar o autor durante a denúncia, o processo caminhava
diante desse mesmo magistrado, sem a necessidade de um juiz popular.[5]

Em meados do século III, a situação política e econômica do Império Romano havia se deteriorado, dificultando as
condições para o desenvolvimento do direito. O sistema político do principado, que preservara algumas características
da constituição da república, transformou-se na monarquia absoluta do dominato.

Um principal acontecimento desse período é quando os bárbaros invadiram o Império Romano do Ocidente em 476
d.C., período que marca a decadência do direito em Roma, pois os bárbaros passam a vulgarizar o direito em romano,
colocando suas características no processo. Neste período surgem os juízos de Deus, realizados por juízes que não
possuíam o mínimo de competência para o cargo, que antes de proferirem a sentença, “o acusado era obrigado a
segurar nas mãos nuas uma barra de ferro incandescente. Se depois alguns dias a maõ não estivesse infeccionada, o
acusado era absolvido, porque Deus o tinha protegido”[6]. O estudo do direito decaiu ao ponto de ser ensinado em
escolas de artes, com noções jurídicas errôneas, neste período é quase nula a produção literária.[5] Embora a ciência e
a educação jurídicas se mantivessem, em certa medida, no Império Oriental, no ocidente a maior parte das sutilezas do
direito clássico perdeu-se. Este foi substituído pelo chamado direito vulgar. Os escritos dos juristas clássicos foram
editados para adaptar-se à nova situação política.

Período justiniano

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Justiniano governou o Império Romano do Oriente e tinha como principal objetivo aplicar uma ampla reforma
legislativa. Por isso em 528 d.C. nomeou uma comissão para realizar um compilado das constituições imperiais até
então vigentes, tendo em 534 d.C. lançado a versão final deste compilado, chamado de Codex.[5]

Justiniano nomeou uma comissão, com o intuito de reunir as obras dos jurisconsultos mais importantes, compilar as
mesmas, harmonizar as controvérsias existentes entre elas e as atualizar para os princípios do direito atual. Esse
compilado ficou conhecido como Digesto, é composto de 50 livros em que foram selecionados trechos de cerca de
2000 livros.[5]

Ao mesmo tempo, em 533 d.C., os jurisconsultos Triboniano, Teófilo e Doroteu publicaram um manual de introdução
ao direito (destinado a estudantes), denominado de Institutiones, e após a elaboração dessas compilações, Justiniano
expediu constituições imperiais, que modificaram as legislações até então vigentes (entre 535 a 565), em número de
177. Após a sua morte, as mesmas foram compiladas e receberam o nome de Novellae (novelas).[7]

O conjunto de obras do período Justiniano, são o Codex (12 livros), digesto (50 livros), Institutas e as Novellae. O
conjunto destas obras é chamado de Corpus Juris Civilis (corpo do direito civil).[5]

O direito romano após a queda de Roma

No oriente
Quando o centro do império foi transferido para o Oriente grego no século IV, muitos conceitos jurídicos de origem
grega apareceram na legislação oficial romana.[8] A influência é visível até mesmo no estatuto pessoal e no direito de
família, áreas do direito que tradicionalmente evoluem mais devagar. Por exemplo, Constantino introduziu restrições
ao antigo conceito romano de patria potestas, ao aceitar que pessoas in potestate pudessem ter direitos de
propriedade. Seus sucessores foram além, até que Justiniano I finalmente decretou que uma criança in potestate
passaria a ser dona de tudo que adquirisse, exceto quando adquirisse algo de seu pai.[8] O Corpo de Direito Civil de
Justiniano continuou a ser a base da prática jurídica no império ao longo da história bizantina. Leão III, o Isauro,
promulgou um novo código, a Écloga, no início do século VIII. No século seguinte, os imperadores Basílio I e
Leão VI, o Sábio providenciaram uma tradução combinada do Código e do Digesto de Justiniano para o grego, a
chamada Basílicas. O direito romano preservado nos códigos de Justiniano e na Basílicas continuaram a ser a base da
prática jurídica na Grécia e nas cortes da Igreja Ortodoxa até mesmo após a queda do Império Bizantino e sua
conquista pelos turcos. Também formaram a base do Fetha Negest, que vigorou na Etiópia até 1931.

No ocidente
No ocidente, a autoridade de Justiniano I chegava apenas a certas partes das penínsulas Itálica e Ibérica. Os reis
germânicos promulgaram códigos legais, alguns dos quais sofreram a influência dos códigos romanos orientais. Em
muitos casos, os cidadãos romanos continuaram a ser regidos pelas leis romanas, enquanto que os membros das
diversas tribos germânicas eram regidos por seus respectivos códigos. O Código e as Institutas eram conhecidos da
Europa Ocidental (embora com pouca influência no início da Idade Média), mas o Digesto foi ignorado por muitos
séculos.

O ressurgimento do direito romano


O direito romano é “descoberto” para estudo, na Itália quando o monge Irnério que no século XII funda a escola dos
Glossadores em Bolonha (Itália), com objetivo de reorganizar as normas para poder aplica-las, utilizando manuscritos
do Digesto.[5]

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A partir de então, os juristas começaram a estudar os antigos textos legais romanos e a ensiná-los. Os estudiosos do
Corpo de Direito Civil, chamados glosadores, anotavam comentários entre as linhas dos livros (glosas interlineares) ou
nas margens (glosas marginais). O centro destes esforços era a cidade de Bolonha, cuja faculdade de direito veio a se
tornar uma das primeiras universidades da Europa.

Nos séculos XII e XIII, foi fundada a escola dos pós-glosadores que realizavam comentários sobre o Corpos Iuris
Civilis, fazendo com que o direito romano pudesse ser utilizado como base para o direito moderno.[5]

Os estudantes de direito romano em Bolonha (e, posteriormente, em muitos outros lugares) descobriram que muitas
regras de direito romano aplicavam-se melhor às transações econômicas complexas do que as normas costumeiras
então em voga na Europa. Dessa forma, o direito romano, ou pelo menos algumas de suas regras, foi aos poucos
reintroduzido na prática jurídica, séculos após a queda do Império Romano do Ocidente. Este processo era apoiado
pelos reis e príncipes, que mantinham juristas como conselheiros e funcionários da corte, e que buscavam beneficiar-
se de regras como a Princeps legibus solutus est ("o príncipe está desobrigado de todas as leis").

Conforme Wolkmer "O pleno renascimento da atividade jurisprudencial nos séculos XIII e XIV apresentou como
característica básica: a) unidade e ordenação das diversas fontes do direito (direito romano-justianeu, direito canônico
e direitos locais); b) unidade do objeto da ciência jurídica (a jurisprudência romano-justianéia); c) unidade quanto aos
métodos científicos empregados pelos juristas; d) unidade quanto ao ensino jurídico, comum por toda a Europa
continental; e) e a difusão de uma literatura especializada escrita em uma língua comum, o latim."

O ius civile se desenvolveu para regular as relações econômicas entre os cidadãos romanos, desta forma são notáveis
as contribuições desse povo para o direito.

Hoje
Nos dias de hoje, o direito romano não é aplicado em nenhuma jurisdição, embora os sistemas jurídicos de alguns
países como a África do Sul e São Marinho, ainda sejam baseados no antigo jus commune. Muitas regras derivadas do
direito romano ainda se aplicam às ordens jurídicas de diversos países, que o incorporaram de um modo mais
sistemático e expresso em suas línguas nacionais.

Por este motivo, o estudo do direito romano ainda é considerado indispensável à correta compreensão dos sistemas
jurídicos de hoje. Com frequência, o direito romano é uma disciplina obrigatória para os estudantes de direito nos
países que adotam o sistema jurídico romano-germânico. O direito romano é uma legislação que não mais vigora. A
última nação na qual vigorou foi a Alemanha, até 1º de janeiro de 1900, sob o título de Direito das Pandectas, parte
principal da legislação alemã. Nesse dia, entrou em vigor o código civil alemão. No entanto, o ensino do direito
romano figura nos cursos de direito de algumas faculdades de muitos países civilizados, embora suas legislações não
apresentem pontos de semelhança com as leis romanas. A razão desse fato consiste em que nenhuma outra legislação
se equipara ao direito romano, como instrumento de educação jurídica, pois ele é o mais adequado para fazer
compreender o fenômeno do direito e para formar hábitos de raciocínio, necessários ao estudo de qualquer parte da
ciência jurídica, o que se pode verificar de várias maneiras.

O estudo do direito romano coloca, sob as nossas vistas o exemplar de um direito que, em qualquer época em que se
considere, representa uma perfeição relativa, pela sua conveniência ou adaptação ao estado da sociedade. Nos
períodos mais remotos de sua vida, o direito romano corresponde a condições sociais muito diferentes das atuais, e
assim seu estudo ou contemplação pode impressionar o nosso espírito, provocando aquelas atividades que pressupõe
uma afinidade maior ou menor, entre o passado e o presente.

Mas, se o considerarmos na sua maturidade ou pleno desenvolvimento, que inicia com o fim da república, quando
domina uma vasta, cada vez mais ampla e, com Caracala, quase ilimitada extensão territorial, cheia daquela civilização
que relaciona a sociedade antiga com a atual, então, ele provoca necessariamente a nossa admiração e se torna nosso
mestre e fonte de inspiração. Considerando em seu conjunto ele se apresenta como um direito que se adepta as

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condições humana, sem renegar o ideal que pretende objetivar; cuida tanto da liberdade como da disciplina das
relações, e, portanto, do indivíduo e da sociedade. Satisfaz a todos os interesses, dos menores aos maiores, aos morais
e aos materiais, na proporção de seus valores; submete a regra imposta, pelos casos comuns, as exigências dos casos
particulares, sem se tornar enfraquecido ou inseguro, para que dá razão aos fortes, mas não deixa indefesos os fracos,
onde a defesa possa tornar-se útil; permanece firme sobre a sólida base de poucos institutos, apresentando
simplicidade, variedade e harmonia de estrutura e é inteiramente animado pelas necessidades, pelos sentimentos e
pelas ideias próprias dos homens dignos, sob todos os aspectos.

Referências
formação do jurista brasileiro» (http://www.uel.br/revis
1. Xavier, Renata Flávia Firme. «Direito Romano» (http tas/uel/index.php/seminasoc/article/view/3744).
s://jus.com.br/artigos/18474/evolucao-historica-do-dir Semina: Ciências Sociais e Humanas. 27 (2): 125–
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Revista Jus Navigandi 1679-0383). doi:10.5433/1679-0383.2006v27n2p125
2. J. Szmodis: The Reality of the Law—From the (https://dx.doi.org/10.5433%2F1679-0383.2006v27n2
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http://www.jogiforum.hu/publikaciok/231. Tribunais» (http://www.rt.com.br/?sub=produto.detalh
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Couperus, p. 19–20. março de 2016.
4. Alves, José Carlos Moreira (2001). O direito romano 7. TABOSA, Agerson (1999). Direito Romano. [S.l.: s.n.]
e a formação dos juristas: perspectivas para o novo 8. "A Short History of Roman Law" por Olga Tellegen-
milênio. [S.l.: s.n.] Couperus, Tellegen-Couper.
5. Salerno, Marilia; Adiloar Franco (28 de novembro de
2006). «A importância do Direito Romano na

Ligações externas
Leandro Bastos 2015/2016
Biblioteca Romana de Leis - Yves Lassard, Alexandr Koptev (http://web.upmf-grenoble.fr/Haiti/Cours/Ak) (em
inglês)
Antonio Carlos Wolkner: Fundamentos de História do Direito; 3ª edição; Belo Horizonte, 2005
Gabor Hamza: Le développement du droit privé européen. Le role de la tradition romaniste dans la formation du
droit privé moderne. Budapest, 2005
Gabor Hamza: Entstehung und Entwicklung der modernen Privatrechtsordnungen und die römischrechtliche
Tradition. Budapest, 2009
Gabor Hamza: Origine e sviluppo degli ordinamenti giusprivatistici moderni in base alla tradizione del diritto
romano. Santiago de Compostela, 2013

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