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Elementos de Lógica: Notas de Aula

Profa. Christina F. E. M. Waga

Depto II.IME.UERJ
2018
Sumário

Introdução 1

1 Lógica Proposicional 2
1.1 Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.1 Sintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.1.2 Semântica: Tabelas Verdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Cálculo Proposicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.1 Implicações e Equivalências Lógicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.2 Formas Normais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.3 Demonstrações: Direta, Condicional e Redução ao Absurdo . . . . . . . 11
1.3 Solução de alguns exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 Teoria de Conjuntos 15
2.1 Conceitos Básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 Operações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

3 Uma Introdução à Interpretação de Fórmulas da Lógica de 1a Ordem 24


3.1 Linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.1 Sintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.2 Semântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2 Demonstrações em 1a Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Solução de alguns exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

4 Álgebra de Boole 34

2
4.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.3 Reticulados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.4 Expressões, Formas e Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.5 Circuitos Lógicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.6 Minimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.7 Solução de alguns exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.7.1 Álgebra de Boole . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.7.2 Reticulados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.7.3 Minimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

3
Introdução

Este é um curso introdutório de Lógica Matemática. Os seguintes tópicos serão abordados:

• Cálculo Proposicional: conectivos lógicos, tabelas verdade, tautologias, regras de in-


ferência, formas normais e argumentos: demonstração direta e por redução ao absurdo,

• Álgebra de Conjuntos,

• Álgebra de Boole,

• Linguagem de primeira ordem, teoria e modelos e

• Decidibilidade: conceituação básica.

Referências bibliográficas importantes:

1. Alencar Filho, E., Iniciação à Lógica Matemática, Nobel (2002).

2. Gersting, J.L., Fundamentos Matemáticos para a Ciência da Computação, LTC (1995).

1
Capı́tulo 1

Lógica Proposicional

1.1 Linguagem
1.1.1 Sintaxe
Alfabeto

• Sı́mbolos Proposicionais: p, q, r, . . . ou p1 , p2 , p3 , . . . .
• Sı́mbolos Conectivos:
– Unário:

Negação ¬ não

– Binários:

Conjunção ∧ e,
Disjunção ∨ ou,
Condicional → se...então...,
Bicondicional ↔ se e somente se

• Sı́mbolos de parênteses: ( e )

Gramática
Definição de fórmulas bem escritas ou bem formadas (wff - well-formed formula):

G1 Todo sı́mbolo proposicional é uma wff.


G2 Se α e β são wff então (¬α), (α ∧ β), (α ∨ β), (α → β) e (α ↔ β) também são wff.

2
1.1 Linguagem

Observação 1.1.1

Alfabeto Grego
α alfa η eta ν nü τ tau
β beta θ Θ teta ξ Ξ csi υ Υ úpsilon
γ Γ gama ι iota o omı́cron φ Φ fi
δ ∆ delta κ capa π Π pi χ qui
 epsı́lon λ Λ lambda ρ rô ψ Ψ psi
ζ zeta µ mü σ Σ sigma ω Ω ômega

1.1.2 Semântica: Tabelas Verdade


Cada sı́mbolo proposicional pode assumir dois valores lógicos ou valores de verdade, Verda-
deiro (V) ou Falso (F). Assim, dados n sı́mbolos proposicionais teremos 2n casos a serem
considerados, isto é, 2n linhas de uma tabela de verdade.

p p q p q r
V V V V V V
F V F V V F
F V V F V
F F V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

Os valores lógicos para as wff obtidas a partir dos conectivos estão determinados nas tabelas
verdade a seguir.

α β (α ∧ β) (α ∨ β) (α → β) (α ↔ β)
α ¬α V V V V V V
V F V F F V F F
F V F V F V V F
F F F F V V

Em uma wff condicional (α → β), a wff α é denominada antecedente, primeira com-


ponente ou condição suficiente e a wff β é o consequente, segunda componente ou
condição necessária.
Além dos conectivos apresentados podemos incluir o sı́mbolo de ou exclusivo ∨ com a
tabela verdade abaixo.

α β (α ∨ β)
V V F
V F V
F V V
F F F

3
1.1 Linguagem

Exercı́cio 1.1.2 Faça tabela verdade para cada uma das wff.

1. p ∨ ¬p

2. p ∧ (¬p)

3. ¬(p ∨ q)

4. (¬ p) ∧ (¬ q)

5. (¬ p) → q

6. (p → q) ∧ (q → p)

7. (p ∨ (q ∧ r)) ↔ ((p ∨ q) ∧ (p ∨ r))

8. (p → (q → r)) ↔ ((p ∧ q) → r)

9. (p ∨ (q → r)) → ((p → q) ∨ r)

10. ((p ↔ q) ↔ r) ↔ (p ↔ (q ↔ r))

11. (α ∧ β) → α

12. α → (α ∨ β)

13. ((α → β) ∧ α) → β

14. ((α → β) ∧ ¬β) → ¬α

15. ((α ∨ β) ∧ ¬α) → β

16. ((α → β) ∧ (β → γ)) → (α → γ)

17. ((α → β) ∧ (γ → δ) ∧ (α ∨ γ)) → (β ∨ δ)

18. ((α → β) ∧ (γ → δ) ∧ (¬β ∨ ¬δ)) → (¬α ∨ ¬γ)

1.2 Cálculo Proposicional


1.2.1 Implicações e Equivalências Lógicas
Uma wff que é sempre verdadeira, isto é, todas as linhas de sua tabela verdade têm o valor
lógico V, é denominada uma tautologia. Uma contradição é uma wff sempre falsa. Já
uma fórmula que assume tanto valores verdade quanto valores falso é uma contingência.
Existem duas maneiras de se relacionar fórmulas proposicionais. Uma wff α implica
logicamente a wff β, α ⇒ β, se sempre que a wff α é verdadeira, a wff β também é, ou
equivalentemente, a fórmula condicional (α → β) é uma tautologia.

4
1.2 Cálculo Proposicional

A wff α é logicamente equivalente a wff β, α ⇔ β, se a wff α é verdadeira, a wff β


também é e vice-versa, ou seja, a fórmula bicondicional (α ↔ β) é uma tautologia.
Considere V uma tautologia, F uma contradição e α, β, γ, δ wff quaisquer.

Implicações Lógicas ou Regras de Inferência


F⇒ α
α ⇒V
Simplificação α∧β ⇒α
Adição α⇒α∨β
Conjunção α, β ⇒ α ∧ β
Modus Ponens (α → β) ∧ α ⇒ β
Modus Tollens (α → β) ∧ ¬β ⇒ ¬α
Silogismo Disjuntivo (α ∨ β) ∧ ¬α ⇒ β
Silogismo Hipotético (α → β) ∧ (β → γ) ⇒ α → γ
Dilema Construtivo (α → β) ∧ (γ → δ) ∧ (α ∨ γ) ⇒ β ∨ δ
Dilema Destrutivo (α → β) ∧ (γ → δ) ∧ (¬β ∨ ¬δ) ⇒ ¬α ∨ ¬γ

Equivalências Lógicas
Idempotência α∧α⇔α α∨α⇔α
Comutativa α∧β ⇔β∧α α∨β ⇔β∨α
α↔β⇔β↔α α∨β ⇔β∨α
Associativa (α ∧ β) ∧ γ ⇔ α ∧ (β ∧ γ) (α ∨ β) ∨ γ ⇔ α ∨ (β ∨ γ)
(α ↔ β) ↔ γ ⇔ α ↔ (β ↔ γ) (α ∨ β) ∨ γ ⇔ α ∨ (β ∨ γ)
Elemento Neutro α∧V⇔ α α∨F⇔ α
Elemento Zero α∧F⇔F α∨V⇔V
Princı́pio da Não Contradição α ∧ ¬α ⇔F
Princı́pio do Terceiro Excluı́do α ∨ ¬α ⇔V
Dupla Negação ¬¬α ⇔ α
Distributiva (α ∧ β) ∨ γ ⇔ (α ∨ γ) ∧ (β ∨ γ) (α ∨ β) ∧ γ ⇔ (α ∧ γ) ∨ (β ∧ γ)
Absorção (α ∧ β) ∨ α ⇔ α (α ∨ β) ∧ α ⇔ α
α → (α ∧ β) ⇔ α → β
Semiabsorção (¬α ∧ β) ∨ α ⇔ α ∨ β (¬α ∨ β) ∧ α ⇔ α ∧ β
De Morgan ¬(α ∧ β) ⇔ (¬α) ∨ (¬β) ¬(α ∨ β) ⇔ (¬α) ∧ (¬β)
Forma Disjuntiva do Condicional (Lei de Filo) α → β ⇔ ¬α ∨ β
Regra de Clavius ¬α → α ⇔ α
Forma Conjuntiva do Bicondicional α ↔ β ⇔ (α → β) ∧ (β → α)
Forma Conjuntiva do Ou Exclusivo α ∨ β ⇔ (α ∨ β) ∧ ¬(α ∧ β)
Fortalecimento da Hipótese α → (β → γ) ⇔ (α ∧ β) → γ
Redução ao Absurdo α → β ⇔ (α ∧ ¬β) →F

Dada uma wff condicional (α → β), diz-se que a wff (β → α) é sua recı́proca, a wff
(¬β → ¬α) é a contrapositiva e (¬α → ¬β) é a sua contrária. E se relacionam da seguinte
forma:

5
1.2 Cálculo Proposicional

Contrapositiva (α → β) ⇔ (¬β → ¬α)


(β → α) ⇔ (¬α → ¬β)

A lista (incompleta) de implicações e equivalências lógicas nos fornece um elenco de regras


de reescrita, denominadas regras de dedução, que preservam o valor verdade das wff.
Para se decidir se uma wff α implica logicamente uma wff β podemos usar duas aborda-
gens, por Tabela Verdade ou por Regras de Dedução. Por exemplo, vamos mostrar que a
regra de Modus Ponens é válida.

• Tabela Verdade

α β ((α → β) ∧ α) β α β ((α → β) ∧ α) → β
V V V V V V V V V V V V V
V F F F V F ou V F F F V V F
F V V F F V F V V F F V V
F F V F F F F F V F F V F

• Regras de Dedução

1. Usando somente equivalências

wff justificativa
((α → β) ∧ α) → β ⇔ FDC
¬((¬α ∨ β) ∧ α)) ∨ β ⇔ Abs
¬(β ∧ α) ∨ β ⇔ DM
(¬β ∨ ¬α) ∨ β ⇔ Assoc. e Comut. do ∨
¬β ∨ β ∨ ¬α ⇔ PTE
V∨¬α ⇔ EA do ∨
V
2. Usando equivalências e regras de inferência

wff justificativa
(α → β) ∧ α ⇔ FDC
(¬α ∨ β) ∧ α ⇔ Abs
β∧α ⇒ Simpl.
β

Exercı́cios 1.2.1

1. Faça tabela verdade para cada uma das wff bicondicionais associadas às equivalências
lógicas.

2. Verifique, usando tabela verdade e as regras, se:

(a) α ⇒ β → α

6
1.2 Cálculo Proposicional

(b) α → β ⇒ β → α
(c) α ⇒ ¬α → β
(d) α ∧ β ⇒ α ∨ β
(e) α ∧ β ⇒ α ↔ β
(f) α ↔ β ⇒ α → β
(g) α ↔ β ⇒ β → α
(h) α → β ⇒ (α ∧ γ) → β
(i) α → β ⇔ (α ∨ β) → β
(j) (α → β) ∧ (α → ¬β) ⇔ ¬α
(k) (α → β) ∧ (γ → β) ⇔ (α ∨ γ) → β
(l) (α → β) ∨ (α → γ) ⇔ α → (β ∨ γ)
(m) (α → β) ∨ (γ → δ) ⇔ (α ∧ γ) → (β ∨ δ)

3. Responda, usando as regras.

(a) α ∧ ¬α ⇒ β
(b) (α ∨ β) ⇒ ¬α
(c) α ∧ β ⇒ α ∨ β
(d) ¬α → α ⇔ α
(e) α → (α ∧ β) ⇔ α → β
(f) (α → β) → β ⇔ α ∨ β
(g) (α → γ) ∨ (β → γ) ⇔ (α ∧ β) → γ
(h) (α → β) ∧ (α → γ) ⇔ α → (β ∧ γ)

4. Simplifique as fórmulas.

(a) ¬(¬α → ¬β)


(b) ¬(α ∨ ¬β)
(c) ¬(¬α ∧ β)
(d) ¬(¬α ∨ ¬β)
(e) (α ∨ β) ∧ ¬α)
(f) (α → β) ∧ (¬α → β)
(g) ¬(α ∨ β) ∨ (¬α ∧ β)
(h) (α ∧ (α ∨ β)) ↔ α
(i) α ∧ ((α ∨ β) ↔ α)
(j) (α ∨ (α ∧ β)) ↔ α
(k) α ∨ ((α ∧ β) ↔ α)
(l) α ∧ (α → β) ∧ (α → ¬β)

7
1.2 Cálculo Proposicional

5. Relacione as fórmulas (a) e (b) usando manipulação e indicando (⇔), (⇒, ⇍), (⇏, ⇐)
ou (⇏, ⇍).

(a) (b)
(α ∧ ¬α) → β V
(α ∨ β) α
(¬α ∧ ¬β) ↔ (¬α ∨ γ) ¬β ∧ ¬γ
¬( (α ∨ γ) ↔ (β ∨ γ) ) ¬α ∧ β
(α → β) ∨ (¬α → γ) ¬β ∨ ¬ γ
( (α ∨ γ) → ¬(β ∧ γ) ) → (α ↔ β) β∨γ
(α → (α ∧ β)) ∨ γ ¬α ∨ β ∨ γ
(α → β) → β α
(α ↔ (β ↔ γ)) → (φ ↔ ϕ) (α ↔ β) → φ
(¬(¬α ∨ ¬β)) ∧ ((γ ∧ φ ∧ β) → θ) ∧ (¬(α ∨ θ) ∨ (γ ∧ φ)) θ

Exemplo: Relacionando ((α ∨ β) → (α → ¬γ)) e α ∧ β.


Simplificando a maior wff.

(α ∨ β) → (α → ¬γ) ⇔
¬((α ∨ β) ∧ ¬(α ∧ β) ∨ (¬α ∨ ¬γ) ⇔
(¬α ∧ ¬β) ∨ (α ∧ β) ∨ ¬α ∨ ¬γ ⇔
(¬α ∧ ¬β) ∨ ¬α ∨ (α ∧ β) ∨ ¬γ ⇔
¬α ∨ (α ∧ β) ∨ ¬γ ⇔
¬α ∨ β ∨ ¬γ

Como, ¬α ∨ β ∨ ¬γ ⇏ α ∧ β.
E, α ∧ β ⇒ ¬α ∨ β ∨ ¬γ.
Temos que, (α ∨ β) → (α → ¬γ) ⇏⇐ α ∧ β.

1.2.2 Formas Normais


Dentre os conectivos lógicos ¬, ∧, ∨, →, ∨ e ↔, três exprimem-se em termos de apenas dois,
{¬, ∧}, {¬, ∨} e {¬, →}, denominados conjuntos completos de conectivos.
Considere o conjunto {¬, ∧}, temos:

α∨β ⇔ ¬(¬α ∧ ¬β) (1.1)


α→β ⇔ ¬(α ∧ ¬β) (1.2)
α↔β ⇔ ¬(α ∧ ¬β) ∧ ¬(β ∧ ¬α) (1.3)
α∨β ⇔ ¬(¬α ∧ ¬β) ∧ ¬(α ∧ β) (1.4)

8
1.2 Cálculo Proposicional

Para o conjunto {¬, ∨}, temos:

α∧β ⇔ ¬(¬α ∨ ¬β) (1.5)


α→β ⇔ ¬α ∨ β (1.6)
α↔β ⇔ ¬(¬(¬α ∨ β) ∨ ¬(¬β ∨ α)) (1.7)
α∨β ⇔ ¬(¬(α ∨ β) ∨ ¬(¬α ∨ ¬β)) (1.8)

E, para {¬, →}, temos:

α∧β ⇔ ¬(α → ¬β) (1.9)


α∨β ⇔ ¬α → β (1.10)
α↔β ⇔ ¬((α → β) → ¬(β → α)) (1.11)
α∨β ⇔ (α → β) → ¬(β → α) (1.12)

Diz-se que uma wff está na forma normal (FN) quando contem somente os conectivos ¬, ∧
e ∨. Toda wff é logicamente equivalente a um wff na forma normal.

Exemplo 1.2.2 A wff ¬((α → β) → ¬(β → α)) não está na forma normal. Observe que, é
possı́vel obter pelo menos três formas normais equivalentes à wff dada.

wf f ∶ ¬((α → β) → ¬(β → α)) ⇔ (f dc)


F N ∶ ¬(¬(¬α ∨ β) ∨ ¬(¬β ∨ α)) ⇔ (dm)
F N ∶ ¬¬(¬α ∨ β) ∧ ¬¬(¬β ∨ α) ⇔ (dn)
FN ∶ (¬α ∨ β) ∧ (¬β ∨ α)

Forma Normal Conjuntiva (FNC)

Uma wff está na FNC quando:

1. Está na forma normal.

2. Não existem dupla negações.


Uma negação não tem alcance sobre uma conjunção nem sobre uma disjunção.

3. Uma disjunção não tem alcance sobre uma conjunção.

Dada uma wfff qualquer é sempre possı́vel obter uma wff logicamente equivalente na FNC,
bastando seguir os seguintes passos.

Fnc1. Eliminar os conectivos →, ∨ e ↔ usando as regras de equivalência Forma Disjuntiva


do Condicional e Forma Conjuntiva do Bicondicional.

Fnc2. Aplicar as regras de Dupla Negação e de De Morgan.

Fnc3. Usar a regra Distributiva (α ∧ β) ∨ γ ⇔ (α ∨ γ) ∧ (β ∨ γ).

9
1.2 Cálculo Proposicional

Forma Normal Disjuntiva (FND)

Analogamente, uma wff está na FND quando: Uma wff está na FNC quando:

1. Está na forma normal.

2. Não existem dupla negações.


Uma negação não tem alcance sobre uma conjunção nem sobre uma disjunção.

3. Uma conjunção não tem alcance sobre uma disjunção.

Obtendo a FND:

Fnd1. Eliminar os conectivos →, ∨ e ↔ usando as regras de equivalência Forma Disjuntiva


do Condicional e Forma Conjuntiva do Bicondicional.

Fnd2. Aplicar as regras de Dupla Negação e de De Morgan.

Fnd3. Usar a regra Distributiva (α ∨ β) ∧ γ ⇔ (α ∧ γ) ∨ (β ∧ γ).

Exercı́cios 1.2.3

1. Reescreva as fórmulas do item 4 do Exercı́cio 1.2.1 usando:

(a) {¬, ∧}
(b) {¬, ∨}
(c) {¬, →}

2. Determine a Forma Normal Conjuntiva das fórmulas.

(a) α ∧ β ∧ γ
(b) α ∨ β ∨ γ
(c) α → (β → γ)
(d) ¬(¬α → ¬β)
(e) ¬(α ∨ ¬β)
(f) ¬(¬α ∧ β)
(g) ¬(¬α ∨ ¬β)
(h) (α ∨ β) ∧ ¬α)
(i) (α → β) ∧ (¬α → β)
(j) ¬(α ∨ β) ∨ (¬α ∧ β)
(k) α ∧ (α ∨ β) ↔ α
(l) α ∨ (α ∧ β) ↔ α

10
1.2 Cálculo Proposicional

(m) α ∧ (α → β) ∧ (α → ¬β)
(n) α ∨ β
(o) α → β
(p) α ↔ β
(q) (α ∨ β) ↔ α
(r) (¬α ∧ β) ∨ β
(s) ¬(¬α ∨ ¬β)
(t) (α → β) ∧ ¬α
(u) (α → β) ∨ ¬α
(v) α ∨ (β ∨ γ)
(w) α ↔ ¬α
(x) (α → β) → β → (α ∨ β)
(y) (α → γ) ∧ (β ∨ γ) ∧ α ∧ β ∧ γ
(z) (¬(¬α → ¬γ)) ∨ (β → ¬γ)

3. Determine a Forma Normal Disjuntiva para as fórmulas do item anterior.

1.2.3 Demonstrações: Direta, Condicional e Redução ao Absurdo


Agora, estamos interessados em como obter conclusões a partir de um conjunto de wff dadas.
Considere um conjunto de wff Γ = {γ1 , . . . , γn }, n ⩾ 1, e uma wff β. Denomina-se argumento
toda afirmação de que o conjunto Γ tem como consequência ou acarreta a wff β, denotamos
por Γ ⊢ β. Diz-se também que β se deduz, se infere ou decorre de Γ. Assim, Γ é denominado
conjunto de hipóteses ou premissas do argumento e a wff β é denominada tese ou
conclusão do argumento.
Um argumento Γ ⊢ β é válido quando (γ1 ∧ ⋅ ⋅ ⋅ ∧ γn ) ⇒ β, isto é, quando a wff
(γ1 ∧ ⋅ ⋅ ⋅ ∧ γn ) → β é uma tautologia. Um argumento não válido é um sofisma ou falácia.
Assim, a validade de um argumento pode ser feita mediante o uso de tabelas verdade,
como foi visto anteriormente. Uma abordagem mais eficiente para verificar a validade de um
argumento consiste em deduzir ou demonstrar a conclusão a partir do conjunto de premissas.
Uma dedução ou demonstração direta da wff β a partir do conjunto de wff Γ é uma
sequência finita de wff (α1 , . . . , αm ) tal que:

1. Para todo i = 1, . . . , m,

(a) αi ∈ Γ ou
(b) αi foi obtida por aplicação de alguma das regras de inferência ou equivalência em
certas fórmulas αj , 1 ⩽ j < i, anteriores.

2. αm = β.

11
1.2 Cálculo Proposicional

Exemplo 1.2.4 Uma demonstração do argumento {α → ¬β, β} ⊢ ¬α é:

α1 α → ¬β
α2 β
α3 ¬¬β → ¬α CP1
α4 β → ¬α DN3
α5 ¬α MP2,4

Outro método para demonstrar a validade de argumentos do tipo Γ ⊢ β → γ é a de-


monstração condicional, onde o enunciado é modificado para depois apresentarmos uma
demonstração direta. Observe que, Γ ⊢ β → γ só é válido quando Γ → (β → γ) ⇔ V, que,
pelo Fortalecimento da Hipótese, é equivalente a (Γ ∧ β) → γ ⇔ V. Assim, o argumento
dado Γ ⊢ β → γ é válido quando Γ ∪ {β} ⊢ γ é válido.

Exemplo 1.2.5 Considere o argumento {α ∨ (β → γ), ¬γ} ⊢ β → α. Usando demonstração


condicional, rescrevemos o enunciado para {α ∨ (β → γ), ¬γ, β} ⊢ α e apresentamos a de-
monstração para o enunciado fortalecido.

α1 α ∨ (β → γ)
α2 ¬γ
α3 β
α4 α ∨ (¬β ∨ γ) FDC1
α5 (α ∨ ¬β) ∨ γ AssocC4
α6 α ∨ ¬β SD2,5
α7 ¬¬β DN3
α8 α SD6,7

Finalmente, temos o método da demostração por redução ao absurdo ou por con-


tradição, que também faz uma modificação no enunciado dado antes de apresentar uma
demonstração direta. O argumento Γ ⊢ β só é válido quando Γ → β ⇔ V, que, pela Redução
ao Absurdo, é equivalente a (Γ ∧ ¬β) → F ⇔ V. Assim, o argumento dado Γ ⊢ β é válido
quando Γ ∪ {¬β} ⊢ F é válido.

Exemplo 1.2.6 Considere o argumento {α → ¬β, γ → β} ⊢ ¬(α ∧ γ). Usando demonstração


por redução ao absurdo, rescrevemos o enunciado para {α → ¬β, γ → β, ¬¬(α ∧ γ)} ⊢ F e
apresentamos a demonstração para o enunciado modificado.

α1 α → ¬β
α2 γ→β
α3 ¬¬(α ∧ γ)
α4 α∧γ DN3
α5 α Simpl4
α6 ¬β MP1,5
α7 γ Simpl4
α8 β MP2,7
α9 ¬β ∧ β Conj6,8
α10 F PNC9

12
1.2 Cálculo Proposicional

Exercı́cios 1.2.7

1. Verifique a validade dos argumentos apresentando demonstrações.

(a) {γ → (α ∨ β), γ, ¬α} ⊢ β


(b) {α → ¬β, ¬¬β, ¬α → γ} ⊢ γ
(c) {α ∧ β, α → γ, β → δ} ⊢ γ ∧ δ
(d) {α → β, β → ¬γ, α} ⊢ ¬γ
(e) {α → β, ¬β, ¬α → γ} ⊢ γ
(f) {α → β, α → γ, α} ⊢ β ∧ γ
(g) {α → β, ¬β, α ∨ γ} ⊢ γ
(h) {α ∨ ¬β, γ → ¬α, γ} ⊢ ¬β
(i) {¬α ∨ ¬β, ¬¬β, γ → α} ⊢ ¬γ
(j) {α → β, α ∧ γ} ⊢ β
(k) {α ∧ β, (α ∨ γ) → δ} ⊢ α ∧ δ
(l) {α → (β → γ), α → β, α} ⊢ γ
(m) {α → β, (α ∧ β) → γ, ¬(α ∧ γ)} ⊢ ¬α
(n) {(α ∨ β) → γ, (γ ∨ β) → (α → (δ ↔ ϕ)), α ∧ δ} ⊢ δ ↔ ϕ
(o) {α → ¬β, ¬α → (γ → ¬β), (¬δ ∨ ¬γ) → ¬¬β, ¬δ} ⊢ ¬γ
(p) {(α ∧ β) → γ, γ → δ, ϕ → ¬ψ, ϕ, ¬δ ∨ ψ} ⊢ ¬(α ∧ β)
(q) {α → β, β → γ, δ → ϕ, α ∨ δ} ⊢ γ ∨ ϕ
(r) {α → β, ¬γ → (δ → ϕ), γ ∨ (α ∨ δ), ¬γ} ⊢ β ∨ ϕ
(s) {α → β, (α → γ) → (δ ∨ β), (α ∧ β) → γ, ¬δ} ⊢ β
(t) {α → β, α ∨ (¬¬γ ∧ ¬¬β), δ → ¬γ, ¬(α ∧ β)} ⊢ ¬δ ∨ ¬β
(u) {α → γ, β → δ, ¬γ, (α ∨ β) ∧ (γ ∨ δ)} ⊢ δ
(v) {α → β, β → γ, γ → δ, ¬δ, α ∨ ϕ} ⊢ ϕ
(w) {(α → β) ∧ (γ → δ), ϕ → ψ, ψ → σ, ¬β ∨ ¬σ} ⊢ ¬α ∨ ¬ϕ
(x) {α → β, β → γ, δ → ¬γ, α} ⊢ ¬δ
(y) {α → β, β → γ, α ∨ δ, δ → ϕ, ¬ϕ} ⊢ γ
(z) {α → β, ¬α → γ, ¬γ ∨ δ, ϕ ∧ ¬β} ⊢ δ

2. Use demonstração condicional para demonstrar a validade dos argumentos.

(a) {α → (β ∨ γ), ¬γ} ⊢ α → β


(b) {(¬α) ∨ β, ¬β, (¬δ) → ϕ, (¬α) → (ϕ → (¬γ))} ⊢ γ → δ
(c) {α → (¬β), γ → β} ⊢ ¬(α ∧ γ)

3. Use redução ao absurdo para demonstrar a validade dos argumentos.

13
1.2 Cálculo Proposicional

(a) {α → (¬β), γ → β} ⊢ ¬(α ∧ γ)


(b) {(¬α) → β, (¬β) ∨ γ, ¬γ} ⊢ α ∨ δ
(c) {α → (β ∨ γ), ¬γ} ⊢ α → β
(d) {(¬α) ∨ β, ¬β, (¬δ) → ϕ, (¬α) → (ϕ → (¬γ)), γ} ⊢ δ
(e) {(¬α) → β, (¬β) ∨ γ, ¬γ} ⊢ α ∨ δ

1.3 Solução de alguns exercı́cios


α1 α→β
α1 α→β
α2 (α ∧ β) → γ
α2 (α → γ) → (δ ∨ β)
α3 ¬(α ∧ γ)
α3 (α ∧ β) → γ
α4 ¬α ∨ β FDC 1
α4 ¬δ
α5 ¬α ∨ (α ∧ β) Abs 4
α5 ¬α ∨ β FDC 1
(m) α6 α → (α ∧ β) FDC 5 (s)
α6 ¬α ∨ (α ∧ β) Abs 5
α7 α→γ SH 2,6
α7 α → (α ∧ β) FDC 6
α8 ¬α ∨ γ FDC 7
α8 α→γ SH 3,7
α9 ¬α ∨ (α ∧ γ) Abs 8
α9 δ∨β MP 2,8
α10 α → (α ∧ γ) FDC 9
α10 β SD 4,9
α11 ¬α MT 3,10

α1 α→β
α1 α→γ α2 β→γ
α2 β→δ α3 γ→δ
α3 ¬γ α4 ¬δ
(u) α4 (α ∨ β) ∧ (γ ∨ δ) (v) α5 α∨ϕ
α5 α∨β Simp 4 α6 α→γ SH 1,2
α6 γ∨δ DC 1, 2 e 5 α7 α→δ SH 3,6
α7 δ SD 3,6 α8 ¬α MT 4,7
α9 ϕ SD 5,8

α1 α→β
α2 β→γ
α3 δ → ¬γ
(x) α4 α
α5 β MP 1,4
α6 γ MP 2,5
α7 ¬δ MT 3,6

14
Capı́tulo 2

Teoria de Conjuntos

2.1 Conceitos Básicos


Conjuntos podem ser entendidos como coleções de objetos distintos não importando a
ordem em que aparecem. Estes objetos são denominados elementos do conjunto. Usa-se
para os nomes de conjuntos A, B, C, . . . e para os elementos x, y, z, . . . .
Se o objeto a é um elemento do conjunto A, diz-se que a pertence ao conjunto A,
a ∈ A. O sı́mbolo ∈ denota a relação (binária) existente entre elemento e conjunto, indicando
a pertinência do primeiro em relação ao segundo e pode ser lida como o elemento a pertence
ao conjunto A ou o elemento a está no conjunto A. Se um elemento b não pertence a um
conjunto A, usa-se a ∉ A.
Um conjunto especial é o conjunto vazio, denotado por ∅ ou {}, e é caracterizado pelo
fato de não possuir elementos.
Existem dois princı́pios importantes. O Princı́pio da Extensionalidade trata da igual-
dade de conjuntos. Um conjunto A é igual a um conjunto B quando todo elemento do
conjunto A é um elemento do conjunto B e todo elemento do conjunto B é elemento do
conjunto A. A notação é A = B e a relação de igualdade é:

Reflexiva: A = A, para todo conjunto A.

Simétrica: se A = B então B = A, para quaisquer conjuntos A e B.

Transitiva: se A = B e B = C então A = C, para quaisquer conjuntos A, B e C.

O Princı́pio da Especificação diz respeito à especificação de novos conjuntos a partir de


outros. Dados um conjunto A e uma propriedade P sobre os elementos de A, fica determinado
o conjunto B dos elementos de A que possuem a propriedade P . Assim, B = {x ∈ A; P (x)}.

15
2.1 Conceitos Básicos

Exemplo 2.1.1 Considere o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}. E as propriedades:

1. P ∶ x é par. O conjunto obtido a partir do conjunto A e da propriedade P é:

B = {x ∈ A; P (x)} = {x ∈ A; x é par} = {2, 4, 6, 8}

2. Q ∶ x é primo. Assim, C = {2, 3, 5, 7}.


3. R ∶ x é múltiplo de 11. Então D = ∅.

Uma relação (binária) entre conjuntos é a de subconjunto. Um conjunto A é um sub-


conjunto de um conjunto B ou A está contido em B ou B contém A, se todo elemento
do conjunto A é também um elemento do conjunto B. A notação é A ⊆ B e a relação de
subconjunto é:

Reflexiva: A ⊆ A, para todo conjunto A.


Antissimétrica: se se A ⊆ B e B ⊆ A então A = B, para quaisquer conjuntos A e B.
Transitiva: se A ⊆ B e B ⊆ C então A ⊆ C, para quaisquer conjuntos A, B e C.

Outra relação existente entre conjuntos é a de subconjunto próprio. Um conjunto A é


um subconjunto próprio de um conjunto B ou A está propriamente contido em B quando
existe pelo menos um elemento no conjunto B que não pertence ao conjunto A. A notação
é A ⊂ B e a relação de subconjunto próprio é:

Antissimétrica: se se A ⊂ B e B ⊂ A então A = B, para quaisquer conjuntos A e B.


Transitiva: se A ⊂ B e B ⊂ C então A ⊂ C, para quaisquer conjuntos A, B e C.

Observação 2.1.2 Podemos rever as definições da seguinte forma.

• A ⊆ B quando para todo elemento x, se x ∈ A então x ∈ B.


• A = B quando A ⊆ B e B ⊆ A.
• A ⊂ B quando A ⊆ B e A ≠ B ou
A ⊆ B e existe x ∈ B tal que x ∉ A.

O conjunto das partes ou conjunto potência de um conjunto A é o conjunto formado


por todos os subconjuntos de A. Este conjunto é denotado por 2A ou P (A). Assim, X ∈ 2A
se, e somente se, X ⊆ A. Quando os elementos de um conjunto A são eles mesmos conjuntos,
A é denominado uma famı́lia ou uma classe. Um conjunto pode ser classificado como
finito quando possui um número finito de elementos, caso contrário é denominado infinito.
A cardinalidade de um conjunto finito A indica o número de seus elementos, denota-se por
♯ A, ∣A∣ ou card(A). Um conjunto A com um único elemento, isto é, ∣A∣ = 1, é denominado
conjunto unitário. Um conjunto é denominado contável ou enumerável se for finito ou
se existir uma correspondência um a um entre seus elementos e os números naturais.

16
2.1 Conceitos Básicos

Exemplos 2.1.3

1. Sendo A = {0, 1, 2}, temos que 2A = {∅, {0}, {1}, {2}, {0, 1}, {0, 2}, {1, 2}, {0, 1, 2}}. Ob-
serve que, ∣A∣ = 3 e ∣2A ∣ = 8.

2. Os conjuntos numéricos são conjuntos infinitos.

Números
N naturais
Z inteiros
Q racionais
I irracionais
R reais
C complexos

3. O conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} é finito enumerável e N, Z e Q são infinitos


enumeráveis, já os conjuntos I, R e C são infinitos não enumeráveis.

2.2 Operações
As operações (binárias) clássicas em conjuntos são união, interseção, diferença, complemento
e produto cartesiano.
A união de dois conjuntos A e B é o conjunto A ∪ B que contém todos os elementos do
conjunto A e todos os elementos do conjunto B. Assim, x ∈ A ∪ B quando x ∈ A ou x ∈ B.
A interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto A ∩ B que contém todos os elementos
comuns aos conjuntos A e B, isto é, x ∈ A ∩ B quando x ∈ A e x ∈ B. Dois conjuntos A e B
são denominados disjuntos quando sua interseção é o conjunto vazio, ou seja, A ∩ B = ∅.
A diferença entre dois conjuntos A e B é o conjunto A − B que contém os elementos que
pertencem exclusivamente ao conjunto A. Desta forma, x ∈ A − B quando x ∈ A e x ∉ B.
Sejam conjuntos A e B tais que A ⊆ B, o complemento do conjunto A em relação
ao conjunto B é o conjunto ∁B A dos elementos que pertencem ao conjunto B mas não
pertencem ao conjunto A, i.e, x ∈ ∁B A se x ∉ A e x ∈ B.
Todos os conjuntos podem ser considerados como subconjuntos de um certo conjunto
prefixado denominado conjunto universo e denotado por U . Assim, o complemento de
um conjunto A ⊆ U é o conjunto Ā = U − A. Então, x ∈ Ā se e somente se x ∉ A.
O produto cartesiano de dois conjuntos A e B é o conjunto A × B cujos elementos são
todos os pares ordenados tais que a primeira ordenada é um elemento do conjunto A e a
segunda um elemento do conjunto B. Assim, (x, y) ∈ A × B quando x ∈ A e y ∈ B.
Devemos lembrar que dois pares ordenados são iguais quando as primeiras ordenadas são
iguais e as segundas também. Quando temos um produto cartesiano A ×⋅ ⋅ ⋅× A com n fatores
usamos a notação An .

17
2.2 Operações

Exemplo 2.2.1 Sejam os conjuntos A = {a, b}, B = {b, c, d, e}, C = {a, b, c, d, e, f, g} e


U = {a, . . . , z}.

1. A ∪ B = {a, b, c, d, e}

2. A ∩ B = {b}

3. A − B = {a} e B − A = {c, d, e}

4. B − C = ∅ e C − B = {a, f, g}

5. ∁C A = {c, d, e, f, g}

6. Ā = {c, . . . , z}

Os conceitos apresentados podem ser visualizados utilizando-se Diagramas de Venn


apresentados a seguir.

P
A=B B A   B
A
A  
B

A  ⊆  B A  ∪  B

U
B
A   B A   B
CBA
A A
A  

A  ∩  B A  -­‐  B

18
2.2 Operações

Observação 2.2.2 Podemos rever os conceitos da seguinte forma:

• x ∈ A ∪ B se, e somente se, x ∈ A ou x ∈ B.

• x ∈ A ∩ B se, e somente se, x ∈ A e x ∈ B.

• x ∈ A − B se, e somente se, x ∈ A e x ∉ B.

• A ⊆ B, x ∈ ∁B A se, e somente se, x ∈ B − A


se, e somente se, x ∈ B e x ∉ A.

• x ∈ Ā se, e somente se, x ∉ A.

• (x, y) ∈ A × B se, e somente se, x ∈ A e y ∈ B.

• (x, y) = (z, t) se, e somente se, x = z e y = t.

2.3 Propriedades
Teorema 2.3.1 ∅ ⊆ A, para todo conjunto A.

Prova: Para todo elemento x, x ∉ ∅. A wff (x ∈ ∅) é falsa e a wff (x ∈ ∅) → (x ∈ A) é


verdadeira. Logo, ∅ ⊆ A.

Teorema 2.3.2 O conjunto vazio é único.

Prova: (RAA) Vamos supor que existem dois conjuntos vazios ∅ ≠ ∅′ . Pelo teorema
anterior, ∅ ⊆ ∅′ e ∅′ ⊆ ∅. Então, ∅ = ∅′ . Contradição. Logo, o conjunto vazio é único.

Teorema 2.3.3 Seja A um conjunto finito com ∣A∣ = n, então ∣2A ∣ = 2n = ∑ni=0 (ni).

Teorema 2.3.4 Sejam A e B conjuntos finitos. Então ∣A ∪ B∣ = ∣A∣ + ∣B∣ − ∣A ∩ B∣.

Teorema 2.3.5 Sejam ∣A∣ = n e ∣B∣ = m. Então ∣A × B∣ = nm.

Teorema 2.3.6 As operação de união e de interseção possuem as propriedades:

1. Associativa: para quaisquer conjuntos A, B e C

(A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) e (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)

2. Comutativa: para quaisquer conjuntos A e B

A∪B =B∪A e A∩B =B∩A

19
2.3 Propriedades

3. Elemento Neutro: para todo conjunto A

A∪∅=∅∪A=A e A∩U =U ∩A=A

4. Elemento Zero: para todo conjunto A

A∪U =U ∪A=U e A∩∅=∅∩A=∅

5. Distributivas: para quaisquer conjuntos A, B e C

(A ∪ B) ∩ C = (A ∩ C) ∪ (B ∩ C) e A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C)
(A ∩ B) ∪ C = (A ∪ C) ∩ (B ∪ C) e A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C)

6. Idempotência: para todo conjunto A

A∪A=A e A∩A=A

7. Absorção: para quaisquer conjuntos A e B

(A ∪ B) ∩ A = A e (A ∩ B) ∪ A = A

8. Complementaridade: para todo conjunto A

A ∪ Ā = U e A ∩ Ā = ∅

9. Involução: para todo conjunto A

Ā¯ = A

10. De Morgan: para quaisquer conjuntos A e B

A ∪ B = Ā ∩ B̄ e A ∩ B = Ā ∪ B̄

Prova:

1. x ∈ (A ∪ B) ∪ C ∴ x ∈ (A ∪ B) ∨ x ∈ C ∴ (x ∈ A ∨ x ∈ B) ∨ x ∈ C ∴ x ∈ A ∨ (x ∈ B ∨ x ∈ C)∴
x ∈ A ∪ (B ∪ C).
x ∈ (A ∩ B) ∩ C ∴ x ∈ (A ∩ B) ∧ x ∈ C ∴ (x ∈ A ∧ x ∈ B) ∧ x ∈ C ∴ x ∈ A ∧ (x ∈ B ∧ x ∈ C)∴
x ∈ A ∩ (B ∩ C).

2. x ∈ A ∪ B ∴ x ∈ A ∨ x ∈ B ∴ x ∈ B ∨ x ∈ A ∴ x ∈ B ∪ A.
x ∈ A ∩ B ∴ x ∈ A ∧ x ∈ B ∴ x ∈ B ∧ x ∈ A ∴ x ∈ B ∩ A.

20
2.3 Propriedades

Leis da Lógica e da Teoria de Conjuntos


Dupla Negação ¬¬α ⇔ α Ā¯ = A
Idempotência α∨α⇔α∧α⇔α A∪A=A∩A=A
Comutativa α∨β ⇔β∨α A∪B =B∪A
α∧β ⇔β∧α A∩B =B∩A
Associativa (α ∨ β) ∨ γ ⇔ α ∨ (β ∨ γ) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)
(α ∧ β) ∧ γ ⇔ α ∧ (β ∧ γ) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)
Elemento Neutro α∨F⇔α∧V ⇔α A∪∅=A∩U =A
Elemento Zero α∨V ⇔V A∪U =U
α∧F⇔F A∩∅=∅
Princı́pio do Terceiro Excluı́do α ∨ ¬α ⇔ V A ∪ Ā = U
Princı́pio da Não Contradição α ∧ ¬α ⇔ F A ∩ Ā = ∅
Distributiva (α ∨ β) ∧ γ ⇔ (α ∧ γ) ∨ (β ∧ γ) (A ∪ B) ∩ C = (A ∩ C) ∪ (B ∩ C)
(α ∧ β) ∨ γ ⇔ (α ∨ γ) ∧ (β ∨ γ) (A ∩ B) ∪ C = (A ∪ C) ∩ (B ∪ C)
Absorção (α ∧ β) ∨ α ⇔ α (A ∩ B) ∪ A = A
(α ∨ β) ∧ α ⇔ α (A ∪ B) ∩ A = A
Semiabsorção (¬α ∧ β) ∨ α ⇔ α ∨ β (Ā ∩ B) ∪ A = A ∪ B
(¬α ∨ β) ∧ α ⇔ α ∧ β (Ā ∪ B) ∩ A = A ∩ B
De Morgan ¬(α ∧ β) ⇔ (¬α) ∨ (¬β) A ∩ B = Ā ∪ B̄
¬(α ∨ β) ⇔ (¬α) ∧ (¬β) A ∪ B = Ā ∩ B̄

Exercı́cios 2.3.7

1. Apresente demonstrações para os teoremas.

2. Indique Verdadeiro ou Falso.

(a) A = {a, b}.


( ){b} ∈ A ( ){a} ⊆ A ( )∅ ∈ A ( )a ⊂ A
(b) A = {a, b, c}, B = {a, b}, C = {b, c, d}, D = {b} e E = {c, d}.
( )B ⊆ A ( )D ≠ C ( )E e D são disjuntos ( )A = B ( )B ∩ C = D

3. Considere A = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, B = {4, 5, 6, 7, 8, 9}, C = {2, 4, 6, 8}, D = {4, 5}, E = {5, 6}
e F = {4, 6}. Um conjunto G tal que G ⊆ A, G ⊆ B e G ⊆ C é algum dos conjuntos
dados?

4. Indique os conjuntos vazios.

(a) A = {x ∈ Z; x é ı́mpar e x2 = 4}
(b) B = {x ∈ Z; x + 9 = 9}
(c) C = {x ∈ Z; x ⩾ 0 e x2 < 1}
(d) D = {x ∈ Z; x2 < 1}

21
2.3 Propriedades

5. Indique o conjunto potência de A = {1, 2, 3, 4}.

6. Dê exemplos de famı́lias.

7. Dê exemplo de um conjunto infinito tal que exista função injetora entre este conjunto
e um de seus subconjuntos próprios.

8. Apresente conjuntos enumeráveis infinitos distintos dos apresentados no texto.

9. Seja A = {x ∈ Z; x ⩾ 0 e x é múltiplo de 2} e B = {x ∈ Z; x ⩾ 0 e x é múltiplo de 3}.


Indique os conjuntos A ∪ B, A ∩ B e A − B.

10. Responda, justificando.

(a) Todo subconjunto de um conjunto enumerável é finito ou enumerável ?


(b) A união de conjuntos enumeráveis é enumerável ?
(c) E o produto cartesiano?

11. Considere ∣A∣ = n e ∣B∣ = m. Para cada um dos itens, apresente condições para que seja
possı́vel estabelecer uma expressão matemática.

(a) ∣A ∩ B∣
(b) ∣A − B∣
(c) ∣ ∁B A∣
(d) ∣Ā∣

12. Faça diagramas de Venn para os eguintes casos.

(a) A ⊈ B
(b) A ≠ B
(c) A ∪ B
(d) A ∩ B
(e) A ∪ B
(f) A ∪ B = A ∪ C, mas B ≠ C
(g) A ∪ B ⊂ A ∪ C, mas B ⊈ C
(h) A ∩ B ⊂ A ∩ C, mas B ⊈ C
(i) A ∩ B = A ∩ C, mas B ≠ C

13. Demonstre:

(a) (A ∪ B) ∩ Ā = B ∩ Ā
(b) A ∪ (Ā ∩ B) = A ∪ B
(c) A − B = A se, e somente se, A ∩ B = ∅
(d) A ∩ B = A − (A − B)
(e) A − (B ∩ C) = (A − B) ∪ (A − C)

22
2.3 Propriedades

(f) (A × B) × C = A × (B × C)
(g) (A ∪ B) × C = (A × C) ∪ (B × C)
(h) (A ∩ B) × (C ∩ D) = (A × C) ∩ (B × D)

23
Capı́tulo 3

Uma Introdução à Interpretação de Fórmulas da


Lógica de 1a Ordem

3.1 Linguagem
3.1.1 Sintaxe
• Alfabeto

– Sı́mbolos de Parênteses: ( e )
– Sı́mbolos Conectivos: ¬, ∧, ∨, → e ↔
– Sı́mbolo de Igualdade: =
– Sı́mbolos de Variáveis: x, y, z, . . .
– Sı́mbolos de Constantes: a, b, c, . . .
– Sı́mbolos de Predicados: Para cada inteiro positivo n, um conjunto de sı́mbolos
denominados sı́mbolos de predicado n-ário, P, Q, R, . . . .
– Sı́mbolos de Funções: Para cada inteiro positivo n, um conjunto de sı́mbolos
denominados sı́mbolos de função n-ário, f, g, h, . . . .
– Sı́mbolos Quantificadores: universal ∀ e existencial ∃.

Exemplos 3.1.1

1. Linguagem de predicados
sı́mbolos de constantes: a, b, c
sı́mbolos de predicados: unário P e binário Q
2. Linguagem de teoria de conjuntos
sı́mbolo de constante: ∅
sı́mbolo de predicado binário: ∈

24
3.1 Linguagem

3. Linguagem de teoria elementar de números


sı́mbolo de constante: 0
sı́mbolo de predicado binário: <
sı́mbolos de funções: unária suc e binárias + e ⋅

• Gramática
Uma expressão é qualquer sequência finita de sı́mbolos. Expressões lógicas são os
termos e as fórmulas (wff).
Os termos são os nomes da linguagem, são as expressões que podem ser interpretadas
como nomeando um objeto. Assim, podemos definir os termos da seguinte forma:

T1 Todo sı́mbolo de variável é um termo.


T2 Todo sı́mbolo de constante é um termo.
T3 Sejam f um sı́mbolo de função n-ário e t1 , . . . , tn termos
então f (t1 , . . . , tn ) também é um termo.

Os fórmulas podem ser entendidas como declarações sobre os objetos. Uma fórmula
atômica é uma expressão definida por:

Fa1 Sejam t1 e t2 termos então t1 = t2 é uma fórmula atômica.


Fa2 Se P é um sı́mbolo de predicado n-ário e t1 , . . . , tn são termos
então P (t1 , . . . , tn ) é também uma fórmula atômica.

Fórmulas bem formadas, fórmulas ou wffs são as seguintes expressões:

Wff1 Toda fórmula atômica é uma wff.


Wff2 Se α e β são wffs e x é um sı́mbolo de variável
então (¬α), (α ∧ β), (α ∨ β), (α → β), (α ↔ β), ∀xα e ∃xα também são wffs.

Exemplos 3.1.2 Considere as linguagens dos Exemplos 3.1.1.

1. a, b e c são termos,
P (a) e Q(a, c) são fórmulas atômicas e
(¬P (b)), (P (a) → Q(b, c)) e ∃xQ(x, a) são wffs.

2. ∅ é um termo,
x = ∅ e x ∈ y são fórmulas atômicas e
∀x∀y∃z∀t(t ∈ z ↔ (t = x ∨ t = y)) é wff.

3. 0, suc(0), suc(suc(0)), suc(0) + x e suc(suc(0)) ⋅ suc(0) são termos,


x = 0 e x < suc(x) são fórmulas atômicas e
∀x(x ≠ 0 → (∃y x = suc(y)) é wff.

25
3.1 Linguagem

3.1.2 Semântica
Vamos definir quando uma variável x ocorre livre em (OLE) uma wff γ:

1. Se γ é uma fórmula atômica, x OLE γ quando x é um sı́mbolo de γ.


2. Se γ é (¬α) então x OLE γ quando x OLE α.
3. Se γ é (α ∧ β), (α ∨ β), (α → β) ou (α ↔ β)
então x OLE γ quando x OLE α ou x OLE β.
4. Se γ é ∀yα ou ∃yα
então x OLE γ quando x OLE α e x ≠ y.

Se um sı́mbolo de variável não ocorre livre na wff γ, diz-se que a variável está ligada ou
amarrada. Quando uma wff não tem sı́mbolos de variável livres, a wff γ é denominada uma
sentença. Devemos observar que os quantificadores têm a propriedade de ligar as variáveis
e deve-se ressaltar a importância da parentetização neste caso, pois eles definem o escopo
do quantificador.

Exemplo 3.1.3 Considere uma linguagem com dois sı́mbolos de predicados unários P e Q.
As wffs ∀x(P (x) → Q(x)) e (∀xP (x)) → (∀y Q(y)) são sentenças.
A variável x OLE (∀xP (x)) → Q(x).

Uma estrutura ou interpretação A para uma dada linguagem de 1a ordem é uma função
que atribui:

1. Aos sı́mbolos quantificadores um conjunto não vazio A denominado o universo de A.


2. A cada sı́mbolo de constante c um elemento cA do conjunto A.
3. A cada sı́mbolo de predicado n-ário P uma relação n-ária P A ⊆ An .
4. A cada sı́mbolo de função n-ária f uma função n-ária f A ∶ An → A.

Assim, a estrutura A atribui significado aos sı́mbolos da linguagem. Podemos agora


estabelecer quando uma wff γ é verdadeira na estrutura A.
Considere V o conjunto de variáveis e a função s ∶ V → A que atribui a cada variável
(livre) um elemento do conjunto A. Esta função s pode ser estendida ao conjunto de termos
T da linguagem. Assim, função s̄ ∶ T → A é tal que:

1. Para cada sı́mbolo x de variável, s̄(x) = s(x).


2. Para cada sı́mbolo c de constante, s̄(c) = cA .
3. Se f é um sı́mbolo de função n-ária e t1 , . . . , tn são termos
então s̄(f (t1 , . . . , tn )) = f A (s̄(t1 ), . . . , s̄(tn )).

26
3.1 Linguagem

A estrutura A satisfaz a wff γ com s, ⊧A γ [s], quando a tradução de γ determinada


por A e por s é verdade, de forma mais precisa, temos que:

1. ⊧A t1 = t2 [s] quando s̄(t1 ) = s̄(t2 ).

2. ⊧A P (t1 , . . . , tn ) [s] quando (s̄(t1 ), . . . , s̄(tn )) ∈ P A .

3. ⊧A ¬α [s] quando ⊭A α [s].

4. ⊧A α ∧ β [s] quando ⊧A α [s] e ⊧A β [s].

5. ⊧A α ∨ β [s] quando ⊧A α [s] ou ⊧A β [s].

6. ⊧A α → β [s] quando ⊭A α [s] ou ⊧A β [s].

7. ⊧A α ↔ β [s] quando ⊧A α [s] se e somente se ⊧A β [s].

8. ⊧A ∀x α [s] quando para todo d ∈ A, ⊧A α [s(x∣d)], sendo que s(x∣d) é exatamente a


função s exceto que a variável x assume o valor d, isto é,

s(y) se y ≠ x
s(x∣d)(y) = {
d se y = x

9. ⊧A ∃x α [s] quando existe d ∈ A, ⊧A α [s(x∣d)].

Uma wff é γ é válida quando é verdadeira para todas as estruturas. Um conjunto de wffs
Γ implica logicamente uma wff α, Γ ⊧ α, quando para toda estrutura A para a linguagem
e para toda função s ∶ V → A, se A satisfaz cada elemento de Γ com s então A também
satisfaz α com s.

Exemplo 3.1.4

1. Wffs válidas:

P (x) → (Q(x) → P (x))


∀xP (x) → P (c)
∀x(P (x) ∧ Q(x)) ↔ (∀xP (x) ∧ ∀xQ(x))

2. Relacionando wffs:

∀xP (x) ⊧ P (x)


∀xP (x) ⊧ ∃xP (x)
¬∀xP (x) ⊧â ∃x¬P (x)
¬∃xP (x) ⊧â ∀x¬P (x)
∀x(P (x) ∧ Q(x)) ⊧â (∀xP (x) ∧ ∀xQ(x))

27
3.1 Linguagem

Exercı́cios 3.1.5

1. Para cada uma das especificações, escolha uma linguagem e apresente wffs.

(a) O conjunto é unitário.


(b) Um conjunto em que todos os elementos se relacionam entre si.
(c) Um conjunto no qual nenhum elemento se relaciona.
(d) Um conjunto em que todos os elementos se relacionam com alguém.
(e) Um conjunto com uma relação de equivalência.
(f) Um conjunto com uma relação de ordem.
(g) Um conjunto com uma relação que descreve uma função.
(h) Um conjunto com uma função unária injetiva.
(i) Um conjunto com uma função unária sobrejetiva.
(j) Um conjunto com uma função unária constante.

2. Considere uma linguagem com os seguintes sı́mbolos: variáveis v1 , . . . , vn , uma cons-


tante c, uma função unária f e um predicado binário P , e a estrutura A tal que A = N,
cA = 0, f A (x) = x + 1, P A ∶⩽ e s ∶ V → N é tal que s(vi ) = i − 1. Interprete:

(a) f (f (v3 ))
(b) f (f (c))
(c) P (c, f (v1 ))
(d) ∀v1 P (c, v1 )
(e) ∀v1 P (v2 , v1 )

3. Para cada uma das wffs encontre uma estrutura em que ela é verdadeira e outra em
que é falsa.

(a) ∀x((P (x) ∨ Q(x)) ∧ ¬(P (x) ∧ Q(x)))


(b) ∀x∀y(P (x, y) → P (y, x))
(c) ∀x(P (x) → ∃yQ(x, y))
(d) ∃x(P (x) ∧ ∀yQ(x, y))
(e) (∀xP (x) → ∀xQ(x)) → ∀x(P (x) → Q(x))

4. Indique condições para que as fórmulas sejam satisfeitas.

(a) ∀xP (x), ∀x¬P (x) e ¬∀xP (x)


(b) ∀x(P (x) ∧ Q(x)), ∀x(¬P (x) ∧ Q(x)), ¬∀x(P (x) ∧ Q(x)) e ∀x¬(P (x) ∧ Q(x))
(c) ∀x(P (x) ∨ Q(x)), ∀x(¬P (x) ∨ Q(x)), ¬∀x(P (x) ∨ Q(x)) e ∀x¬(P (x) ∨ Q(x))
(d) ∀x(P (x) ∨ Q(x)), ∀x(¬P (x) ∨ Q(x)), ¬∀x(P (x) ∨ Q(x)) e ∀x¬(P (x) ∨ Q(x))
(e) ∀x(P (x) → Q(x)), ∀x(¬P (x) → Q(x)), ∀x(P (x) → ¬Q(x)), ¬∀x(P (x) → Q(x)) e ∀x¬(P (x) → Q(x))

28
3.1 Linguagem

(f) ∀x(P (x) ↔ Q(x)), ¬∀x(P (x) ↔ Q(x)) e ∀x¬(P (x) ↔ Q(x))
(g) ∃xP (x), ∃x¬P (x) e ¬∃xP (x)
(h) ∃x(P (x) ∧ Q(x)), ∃x(¬P (x) ∧ Q(x)), ¬∃x(P (x) ∧ Q(x)) e ∃x¬(P (x) ∧ Q(x))
(i) ∃x(P (x) ∨ Q(x)), ∃x(¬P (x) ∨ Q(x)), ¬∃x(P (x) ∨ Q(x)) e ∃x¬(P (x) ∨ Q(x))
(j) ∃x(P (x) ∨ Q(x)), ∃x(¬P (x) ∨ Q(x)), ¬∃x(P (x) ∨ Q(x)) e ∃x¬(P (x) ∨ Q(x))
(k) ∃x(P (x) → Q(x)), ∃x(¬P (x) → Q(x)), ∃x(P (x) → ¬Q(x)), ¬∃x(P (x) → Q(x)) e ∃x¬(P (x) → Q(x))

(l) ∃x(P (x) ↔ Q(x)), ¬∃x(P (x) ↔ Q(x)) e ∃x¬(P (x) ↔ Q(x))

5. Compare as wffs usando ⊧â, ⊭â, ⊧̸ ou ⊭̸ .

(a) ∀xP (x) ∃xP (x)


(b) ∀x(P (x) ∧ Q(x)) (∀xP (x)) ∧ (∀xQ(x))
(c) ∃x(P (x) ∨ Q(x)) (∃xP (x)) ∨ (∃xQ(x))
(d) ∀x(P (x) → Q(x)) (∀xP (x)) → (∀xQ(x))
(e) ∃x(P (x) ∨ Q(x)) (∃xP (x)) ∨ (∃xQ(x))
(f) ∀x(P (x) ↔ Q(x)) (∀xP (x)) ↔ (∀xQ(x))

6. Indique condições para que as fórmulas sejam satisfeitas.

(a) ∀xP (x, x), ∀x¬P (x, x), ¬∀xP (x, x)


(b) ∃xP (x, x), ∃x¬P (x, x) e ¬∃xP (x, x)
(c) ∀x∀yP (x, y), ∀x∃yP (x, y), ∃x∀yP (x, y), ∃x∃yP (x, y)
(d) ∀x∀y(P (x, y) → P (y, x))
(e) ∀x∀y((P (x, y) ∧ P (y, x)) → x = y)
(f) ∀x∀y∀z((P (x, y) ∧ P (y, z)) → P (x, z))

3.2 Demonstrações em 1a Ordem


De forma análoga ao Cálculo Proposicional, estamos interessados em como chegar a con-
clusões a partir de um conjunto de wff de 1a Ordem dado, ou seja, estamos interessados em
demonstrações na Lógica de 1a Ordem.
Considere um conjunto de wff Γ = {γ1 , . . . , γn }, n ⩾ 1, e uma wff β, para um argumento
Γ ⊢ β ser válido é necessário que exista uma demonstração de β a partir de Γ, ou seja, β seja
uma consequência lógica de Γ baseada na estrutura das wff, ou ainda, a wff (γ1 ∧⋅ ⋅ ⋅∧γn ) → β
tem que ser válida em todas as interpretações.
Além das equivalências lógicas e das regras de inferência do Cálculo Proposicional, temos
também as seguintes regras de dedução de 1a Ordem:

29
3.2 Demonstrações em 1a Ordem

1. Eliminação do quantificador universal ou particularização universal (PU)


∀xα ⇒ α [x∣t] com t um termo qualquer da linguagem sendo que se o termo t for uma
variável, ela deve OLE α.

∀xα
α [x∣t] PU

Idéia: Se a wff ∀xα é verdadeira então pode-se substituir o sı́mbolo de variável x por
qualquer termo t que a wff α [x∣t] é também verdadeira.

Cuidado: Considere uma linguagem L = {P2 } e a wff ∀x∃yP (x, y).


Se aplicarmos a regra PU, obtemos:

∀x∃yP (x, y) [x∣y] ⊧â ∃yP (y, y).

A estrutura [Z, <] ⊭ ∃yP (y, y) já que a wff ∃y ∈ Z y < y não é verdadeira.

Exemplo: {∀x(P (x) → Q(x)), ¬Q(y)} ⊢ ¬P (y)

1 ∀x(P (x) → Q(x))


2 ¬Q(y)
3 P (y) → Q(y) PU1
4 ¬P (y) MT2,3

2. Eliminação do quantificador existencial ou particularização existencial (PE)


∃xα ⇒ α [x∣t] onde t é um termo não utilizado anteriormente na demonstração.

∃xα
α [x∣t] PE

Idéia: Se a wff α é verdadeira para algum elemento do conjunto A, podemos nomeá-lo,


mas não podemos supor nada mais sobre ele.

Cuidado: O termo escolhido deve ser novo.

Exemplo: {∀x(P (x) → Q(x)), ∃yP (y)} ⊢ Q(a)

1 ∀x(P (x) → Q(x))


2 ∃yP (y)
3 P (a) PE2
4 P (a) → Q(a) PU1
4 Q(a) MP3,4

30
3.2 Demonstrações em 1a Ordem

3. Generalização Universal (GU): α ⇒ ∀xα

α
∀xα GU

Idéia: Se garantirmos que wff α é verdadeira e que o sı́mbolo de variável x pode ser
qualquer elemento do conjunto A, então podemos inserir um quantificador universal.

Cuidado: Se supormos que x é um certo elemento de A tal que α é verdadeira então


não podemos fazer a generallização.

Exemplo: {∀x(P (x) → Q(x)), ∀xP (x)} ⊢ ∀xQ(x)

1 ∀x(P (x) → Q(x))


2 ∀xP (x)
3 P (x) → Q(x) PU1
4 P (x) PU2
5 Q(x) MP3,4
6 ∀xQ(x) GU5

4. Generalização Existencial (GE): α ⇒ ∃xα

α
∀xα GU

Idéia: Se alguma coisa foi nomeada garantindo que a wff α seja verdadeira, então
podemos inserir um quantificador existencial.

Cuidado: A variável x não pode aparecer em α. Por exemplo, a partir da wff P (a, y)
não é possı́vel deduzir ∃yP (y, y), pois o argumento P (a, y) → ∃yP (y, y) não é válido
em qualquer estrutura. A estrutura [Z, 0, <] ⊧ 0 < y mas [Z, 0, <] ⊭ ∃y y < y.

Exemplo: {∀xP (x)} ⊢ ∃xP (x)

1 ∀xP (x)
2 P (x) PU1
3 ∃xP (x) GE2

31
3.3 Solução de alguns exercı́cios

3.3 Solução de alguns exercı́cios


1. (a) O conjunto é unitário.
L = {c} e ∀x x = c

(e) Um conjunto com uma relação de equivalência.


L = {P2 } ∀xP (x, x)
∀x∀y(P (x, y) → P (y, x))
∀x∀y∀z((P (x, y) ∧ P (y, z))) → P (x, z))

(i) Um conjunto com uma função unária sobrejetiva.


L = {f1 } e ∀y∃xf (x) = y

2. (a) f (f (v3 ))
s̄(f (f (v3 ))) = f A (f A (s̄(v3 ))) = f A (f A (s(v3 ))) = f A (f A (2))) = f A (2 + 1) = 4

(e) ∀v1 P (v2 , v1 )


⊧A ∀v1 P (v2 , v1 ) [s] quando para todo d ∈ N, ⊧A P (v2 , v1 ) [s(v1 ∣d)]
quando para todo d ∈ N, (s̄(v1 ∣d)(v2 ), s̄(v1 ∣d)(v1 )) ∈ P A
quando para todo d ∈ N, (s(v1 ∣d)(v2 ), s(v1 ∣d)(v1 )) ∈ P A
quando para todo d ∈ N, (1, d) ∈ P A
quando para todo d ∈ N, 1≤d

3. (a) ∀x((P (x) ∨ Q(x)) ∧ ¬(P (x) ∧ Q(x))) ⊧â ∀x(P (x) ∨ Q(x))
Assim, a fórmula é satisfeita quando P A ∪ QA = A e P A ∩ QA = ∅. Por exemplo,
A = {2, 3, 4, 8, 9} com P A ∶ múltiplo de 2 e QA ∶ múltiplo de 3.
Já para A = N com P A ∶ múltiplo de 2 e QA ∶ múltiplo de 3, a wff não é satisfeita.

(e) (∀xP (x) → ∀xQ(x)) → ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â


¬(∀xP (x) → ∀xQ(x)) ∨ ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â
¬(¬∀xP (x) ∨ ∀xQ(x)) ∨ ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â
(¬¬∀xP (x) ∧ ¬∀xQ(x)) ∨ ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â
(∀xP (x) ∧ ¬∀xQ(x)) ∨ ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â
(∀xP (x) ∧ ∃x¬Q(x)) ∨ ∀x(P (x) → Q(x)) ⊧â
Essa wff é satisfeita quando:
(P A = A e QA ≠ A) ou P A ⊆ QA
E não é satisfeita quando, por exemplo, QA ⊂ P A ⊂ A.

4. (a) ∀xP (x): P A = A


∀x¬P (x): P A = ∅
¬∀xP (x) ⊧â ∃x¬P (x): P̄ A ≠ ∅

32
3.3 Solução de alguns exercı́cios

(f) ∀x(P (x) ↔ Q(x)): P A = QA


¬∀x(P (x) ↔ Q(x)): P A ≠ QA
∀x¬(P (x) ↔ Q(x)) ⊧â ∀x(P (x) ∨ Q(x)): P A ∪ QA = A e P A ∩ QA = ∅

(l) ∃x(P (x) ↔ Q(x)): P A ∩ QA ≠ ∅ e P A ∪ QA ≠ ∅


¬∃x(P (x) ↔ Q(x)) ⊧â ∀x¬(P (x) ↔ Q(x)) ⊧â ∀x(P (x) ∨ Q(x)):
P A ∪ QA = A e P A ∩ QA = ∅
∃x¬(P (x) ↔ Q(x)) ⊧â ¬∀x(P (x) ↔ Q(x)): P A ≠ QA

∀xP (x) ⊧̸ ∃xP (x)


5. (a)
PA = A PA ≠ ∅

∀x(P (x) ↔ Q(x)) ⊧̸ (∀xP (x)) ↔ (∀xQ(x))


(f)
P A = QA P A = A sse QA = A

33
Capı́tulo 4

Álgebra de Boole

4.1 Definição
Uma álgebra de Boole (George Boole 1815-1864) é a estrutura [B, +, ⋅,′ ] sendo

• B é um conjunto com dois elementos distintos 0 e 1,


• + e ⋅ são operações binárias em B e
• ′ é uma operação unária em B.

com as seguintes propriedades das operações, para quaisquer, x, y, z ∈ B,


B1 Associativa: (x + y) + z = x + (y + z) (x ⋅ y) ⋅ z = x ⋅ (y ⋅ z)
B2 Comutativa: x+y =y+x x⋅y =y⋅x
B3 Elemento Neutro: x+0=x x⋅1=x
B4 Complemento: x+x =1
′ x ⋅ x′ = 0
B5 Distributiva: x + (y ⋅ z) = (x + y) ⋅ (x + z) x ⋅ (y + z) = (x ⋅ y) + (x ⋅ z)

Exemplos 4.1.1 Álgebras de boole:

1. [{0, 1}, +, ⋅,′ ] sendo que:

+ 0 1 ⋅ 0 1 x x′
0 0 1 0 0 0 0 1
1 1 1 1 0 1 1 0

2. [2A , ∪, ∩,¯] com A = {a, b}, 0 = ∅, 1 = {a, b} e as operações:

∪ ∅ {a} {b} {a, b} ∩ ∅ {a} {b} {a, b}


∅ ∅ {a} {b} {a, b} ∅ ∅ ∅ ∅ ∅
{a} {a} {a} {a, b} {a, b} {a} ∅ {a} ∅ {a}
{b} {b} {a, b} {b} {a, b} {b} ∅ ∅ {b} {b}
{a, b} {a, b} {a, b} {a, b} {a, b} {a, b} ∅ {a} {b} {a, b}

34
4.1 Definição

x x′
∅ {a, b}
{a} {b}
{b} {a}
{a, b} ∅

3. [{1, 2, 3, 5, 6, 10, 15, 30}, mmc, mdc,′ ] tal que:

mmc 1 2 3 5 6 10 15 30 mdc 1 2 3 5 6 10 15 30 x x′
1 1 2 3 5 6 10 15 30 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 30
2 2 2 6 10 6 10 30 30 2 1 2 1 1 2 2 1 2 2 15
3 3 6 3 15 6 30 15 30 3 1 1 3 1 3 1 3 3 3 10
5 5 10 15 5 30 10 15 30 5 1 1 1 5 1 5 5 5 5 6
6 6 6 6 30 6 30 30 30 6 1 2 3 1 6 2 3 6 6 5
10 10 10 30 10 30 10 30 30 10 1 2 1 5 2 10 1 10 10 3
15 15 30 15 15 30 30 15 30 15 1 1 3 5 1 5 15 15 15 2
30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 1 2 3 5 6 10 15 30 30 1

4.2 Propriedades
A partir dos axiomas da álgebra de Boole é possı́vel demonstrar que:

1. Idempotência: x + x = x
x + x = (x + x) ⋅ 1 = (x + x) ⋅ (x + x′ ) = x + (x ⋅ x′ ) = x + 0 = x
® ® ® ® ®
B3 B4 B5 B4 B3

2. Elemento Zero ou Absorvente x + 1 = 1


x + 1 = x + (x + x′ ) = (x + x) + x′ = x + x′ = 1
® ® ® ®
B4 B1 Idemp. B4

3. Unicidade do complemento.
(RAA) Supor que x + y = 1 e x ⋅ y = 0 com y ≠ x′ .
y = 1⋅y = (x+x′ )⋅y = (x⋅y)+(x′ ⋅y) = 0+(x′ ⋅y) = (x′ ⋅x)+(x′ ⋅y) = x′ ⋅(x+y) = x′ ⋅1 = x′
® ® ® ® ® ® ® ®
B3 B4 B5 hip. B4 B5 hip. B3

Contradição. Logo, o complemento é único.

4. Semiabsorção: x + (x′ ⋅ y) = x + y
x + (x′ ⋅ y) = (x + x′ ) ⋅ (x + y) = 1 ⋅ (x + y) = x + y
® ® ®
B5 B4 B3

5. x ⋅ (y + (x ⋅ z)) = (x ⋅ y) + (x ⋅ z)
x ⋅ (y + (x ⋅ z)) = (x ⋅ y) + (x ⋅ (x ⋅ z)) = (x ⋅ y) + (x ⋅ x ⋅ z) = (x ⋅ y) + (x ⋅ z)
® ® ®
B5 B1 Idemp.

35
4.2 Propriedades

Leis da Lógica e da Álgebra de Boole


Dupla Negação ¬¬α ⇔ α (x′ )′ = x
Idempotência α∨α⇔α∧α⇔α x+x=x⋅x=x
Comutativa α∨β ⇔β∨α x+y =y+x
α∧β ⇔β∧α x⋅y =y⋅x
Associativa (α ∨ β) ∨ γ ⇔ α ∨ (β ∨ γ) (x + y) + z = x + (y + z)
(α ∧ β) ∧ γ ⇔ α ∧ (β ∧ γ) (x ⋅ y) ⋅ z = x ⋅ (y ⋅ z)
Elemento Neutro α∨F⇔α∧V ⇔α x+0=x⋅1=x
Elemento Zero α∨V ⇔V x+1=1
α∧F⇔F x⋅0=0
Princı́pio do Terceiro Excluı́do α ∨ ¬α ⇔ V x + x′ = 1
Princı́pio da Não Contradição α ∧ ¬α ⇔ F x ⋅ x′ = 0
Distributiva (α ∨ β) ∧ γ ⇔ (α ∧ γ) ∨ (β ∧ γ) (x + y) ⋅ z = (x ⋅ z) + (y ⋅ z)
(α ∧ β) ∨ γ ⇔ (α ∨ γ) ∧ (β ∨ γ) (x ⋅ y) + z = (x + z) ⋅ (y + z)
Absorção (α ∧ β) ∨ α ⇔ α (x ⋅ y) + x = x
(α ∨ β) ∧ α ⇔ α (x + y) ⋅ x = x
Semiabsorção (¬α ∧ β) ∨ α ⇔ α ∨ β (x′ ⋅ y) + x = x + y
(¬α ∨ β) ∧ α ⇔ α ∧ β (x′ + y) ⋅ x = x ⋅ y
De Morgan ¬(α ∧ β) ⇔ (¬α) ∨ (¬β) (x + y)′ = x′ ⋅ y ′
¬(α ∨ β) ⇔ (¬α) ∧ (¬β) (x ⋅ y)′ = x′ + y ′

Exercı́cio 4.2.1 Mostre que, para quaisquer x, y, z ∈ B:

1. x ⋅ x = x

2. x ⋅ 0 = 0

3. Involução: (x′ )′ = x

4. De Morgan: (x + y)′ = x′ ⋅ y ′ e (x ⋅ y)′ = x′ + y ′

5. Absorção: x + (x ⋅ y) = x e x ⋅ (x + y) = x

6. x ⋅ (x′ + y) = x ⋅ y

7. x + (y ⋅ (x + z)) = (x + y) ⋅ (x + z)

8. (x + y) ⋅ (x′ + y) = y e (x ⋅ y) + (x′ ⋅ y) = y

9. (x + (y ⋅ z))′ = (x′ ⋅ y ′ ) + (x′ ⋅ z ′ ) e (x ⋅ (y + z))′ = (x′ + y ′ ) ⋅ (x′ + z ′ )

10. (x + y) ⋅ (x + 1) = x + (x ⋅ y) + y e (x ⋅ y) + (x ⋅ 0) = x ⋅ (x + y) ⋅ y

11. (x + y) + (y ⋅ x′ ) = x + y e (x ⋅ y) ⋅ (y + x′ ) = x ⋅ y

12. x + ((x′ ⋅ y) + (x ⋅ y))′ = x + y ′

13. ((x ⋅ y) ⋅ z) + (y ⋅ z) = y ⋅ z

36
4.2 Propriedades

14. (y ′ ⋅ x) + x + ((y + x) ⋅ y ′ ) = x

15. ((x′ + z ′ ) ⋅ (y + z ′ ))′ = (x + y ′ ) ⋅ z

16. (x ⋅ y) + (x′ ⋅ z) + (x′ ⋅ y ⋅ z ′ ) = y + (x′ ⋅ z)

17. (x ⋅ y ′ ) + (y ⋅ z ′ ) + (x′ ⋅ z) = (x′ ⋅ y) + (y ′ ⋅ z) + (x ⋅ z ′ )

18. x ⋅ y ′ = 0 se, e somente se, x ⋅ y = x.

19. (x ⋅ y ′ ) + (x′ ⋅ y) = y se, e somente se, x = 0.

20. x + y = 0 se, e somente se, x = 0 e y = 0.

21. x = y se, e somente se, (x ⋅ y ′ ) + (y ⋅ x′ ) = 0.

4.3 Reticulados
Um conjunto parcialmente ordenado (poset) [A, ≼] é composto por um conjunto não
vazio A e uma relação binária ≼ em A reflexiva, antissimétrica e transitiva, isto é, para
quaisquer x, y, z ∈ A,

• Reflexiva: x ≼ x.

• Antissimétrica: Se x ≼ y e y ≼ x então x = y.

• Transitiva: Se x ≼ y e y ≼ z então x ≼ z.

Um conjunto A está totalmente ordenado (toset) quando para quaisquer x, y ∈ A,


x ≼ y ou y ≼ x ou x = y.
Considere o poset [A, ≼] e A′ ⊆ A não vazio.

• L ∈ A é um limite superior de A′ se para todo x ∈ A′ , x ≼ L.

• M ∈ A′ é um máximo ou maior elemento de A′ se para todo x ∈ A′ , x ≼ M .

• s ∈ A é um supremo de A′ se s for o mı́nimo (caso exista) do conjunto de limites


superiores de A′ .

• P ∈ A′ é um elemento maximal de A′ se não existir x ∈ A′ , x ≠ P tal que P ≼ x.

• ` ∈ A é um limite inferior de A′ se para todo x ∈ A′ , ` ≼ x.

• m ∈ A′ é um mı́nimo ou menor elemento de A′ se para todo x ∈ A′ , m ≼ x.

• i ∈ A é um ı́nfimo de A′ se i for o máximo (caso exista) do conjunto de limites inferiores


de A′ .

• p ∈ A′ é um elemento minimal de A′ se não existir x ∈ A′ , x ≠ p tal que x ≼ p.

37
4.3 Reticulados

Proposição 4.3.1 Sejam [A, ≼] um poset e A′ ⊆ A não vazio. Se existe um máximo


(mı́nimo) de A′ então ele é único.

Prova: (RAA) Sejam M ≠ M ′ máximos de A′ .


M ′ ∈ A′ ∴ M ′ ≼ M .
M ∈ A′ ∴ M ≼ M ′ .
M = M ′ , pela anti-simetria. (Contradição)
Logo, o máximo é único.

O supremo e o ı́nfimo podem ser definidos para dois elementos.


Seja [A, ≼] e x, y ∈ A. O supremo de x e y é o elemento s ∈ A tal que

S1. x ≼ s e y ≼ s.
S2. se existir algum z ∈ A com x ≼ z e y ≼ z então s ≼ z.

O ı́nfimo de x e y é o elemento i ∈ A tal que

i1. i ≼ x e i ≼ y.
i2. se existir algum z ∈ A com z ≼ x e z ≼ y então z ≼ i.

Notação: s = x ∨ y = x + y
i=x∧y =x⋅y

Um reticulado é um conjunto parcialmente ordenado no qual existe supremo e ı́nfimo


para quaisquer dois elementos.
Assim, supremo e ı́nfimo podem ser entendidos como operações binárias em A. Denota-se
um reticulado por [A, ≼, +, ⋅]. Um reticulado é complementado quando

RC1. Existe um menor elemento 0, isto é, para todo x ∈ A, 0 ≼ x.


RC2. Existe um maior elemento 1, ou seja, para todo x ∈ A, x ≼ 1.
RC3. Para todo elemento x ∈ A existe x′ ∈ A tal que x + x′ = 1 e x ⋅ x′ = 0.

Um reticulado é distributivo quando para quaisquer x, y, z ∈ A,

RD. x + (y ⋅ z) = (x + y) ⋅ (x + z) e x ⋅ (y + z) = (x ⋅ y) + (x ⋅ z).

Um reticulado complementado e distributivo é uma álgebra de Boole.

Exercı́cio 4.3.2 Indique os diagramas de Hasse que representam álgebras de Boole, justifi-
cando.

38
4.4 Expressões, Formas e Funções

4.4 Expressões, Formas e Funções


Uma expressão booleana é:

b1. Qualquer sı́mbolo de variável, 0 ou 1.

b2. Se α e β são expressões boolenas então α + β, α ⋅ β e α′ também são.

Um literal é uma expressão do tipo variável ou variável complementada. Um produto


fundamental é ou um literal ou um produto de literais em que não apareça um sı́mbolo de
variável repetido. Uma expressão booleana é uma expressão em soma de produtos ou está
na forma normal (disjuntiva )quando é um produto fundamental ou a soma de produtos
fundamentais.

Exemplo 4.4.1 Seja [B, +, ⋅,′ ] uma álgebra de Boole.

expressão literal produto fundamental FN


√ √ √ √
x
√ √ √ √
x′
√ √ √
xy ′ z
√ √
xy z + x′ yz ′


(x + y)′ z

xyx′

Uma função booleana é uma função f ∶ {0, 1}n → {0, 1} para algum n ≥ 1.
As possı́veis representações de uma função booleana são por uma tabela ou por um Mapa
de Karnaugh (Maurice Karnaugh 1924-). O mapa de Karnaugh é uma representação
matricial que armazena somente os valores 1 da função de modo que o produto de variáveis
de entrada que diferem apenas por um fator sejam adjacentes.

Exemplos 4.4.2 Considere as funções.

1. f ∶ {0, 1}2 → {0, 1} tal que f (1, 1) = 0, f (1, 0) = 1, f (0, 1) = 1 e f (0, 0) = 0.

39
4.4 Expressões, Formas e Funções

x1 x2 f (x1 , x2 )
1 1 0 x1 x′1
1 0 1 x2 0 1
0 1 1 x′2 1 0
0 0 0

2. Seja a função f ∶ {0, 1}3 → {0, 1} tal que f (1, 1, 1) = f (1, 1, 0) = f (0, 1, 1) = f (0, 0, 1) = 1
e f (1, 0, 1) = f (1, 0, 0) = f (0, 1, 0) = f (0, 0, 0) = 0.

x1 x2 x3 f (x1 , x2 , x3 )
1 1 1 1
1 1 0 1
1 0 1 0 x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2
1 0 0 0 x3 1 1 1
0 1 1 1 x′3 1
0 1 0 0
0 0 1 1
0 0 0 0

Podemos associar a cada função booleana uma expressão. No exemplo anterior item 1, às
linhas 2 e 3 ficam associados os produtos fundamentais x1 x′2 e x′1 x2 , respectivamente. Assim,
a função fica associada à expressão booleana na forma normal

f (x1 , x2 ) = x1 x′2 + x′1 x2 .

No item 2, às linhas 1, 2, 5 e 7 ficam associados os produtos fundamentais x1 x2 x3 , x1 x2 x′3 ,


x′1 x2 x3 e x′1 x′2 x3 , respectivamente. Então, a função fica associada à expressão booleana na
forma normal
f (x1 , x2 , x3 ) = x1 x2 x3 + x1 x2 x′3 + x′1 x2 x3 + x′1 x′2 x3 .

Para funções com um número maior de variáveis, o mapa é a representação mais sintética.
Considere o mapa a seguir.

x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2


x3 x 4 1
x3 x′4
x′3 x′4 1 1
x′3 x4 1

A função associada é:

f (x1 , x2 , x3 , x4 ) = x1 x′2 x3 x4 + x1 x2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x′4 + x1 x′2 x′3 x4 .

40
4.4 Expressões, Formas e Funções

4.5 Circuitos Lógicos


Caracterı́sticas gerais:

• Descargas elétricas alta e baixa, 1 e 0, respectivamente.

• Flutuações de voltagem são ignoradas.

• O sinal 1 faz com que o interruptores feche e o 0 abra.

x=1 x=0

• Combinação de interruptores x e y em paralelo.

x1 = 1

x2 = 0  

Esta combinação pode ser associada à operação boolena x + y e à porta lógica OU.

x1 x2 x1 + x2
1 1 1 x1 x1+x2
1 0 1
0 1 1 x2
0 0 0
 

 
 

 
41
4.5 Circuitos Lógicos

• Combinação de interruptores x e y em série.

x1 = 1 x2 = 0 0

Esta combinação pode ser associada à operação boolena x ⋅ y e à porta lógica E.

x1 x2 x1 . x2
1 1 1 x1 x1.x2
1 0 0
0 1 0 x2
0 0 0
 

 
• Um inversor (negação) corresponde à operação unária booleana ′ .
 

  x1 x'1 x1 x'1
1 0
 
0 1
 

Observe que, circuitos podem ser associados a funções booleanas, isto é, a expressões
booleanas.

42
4.5 Circuitos Lógicos

Exemplo 4.5.1 Ao circuito

 
 

 
 
 
 

  a expressão booleana
fica associada
 
x1 x′2 x3 x4 + x1 x2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x′4 + x1 x′2 x′3 x4 .
 

4.6 Minimização
 

 
Considere a expressão do Exemplo 4.5.1
 
  x1 x′2 x3 x4 + x1 x2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x′4 + x1 x′2 x′3 x4
 
e a manipulação algébrica:
 
α1 x1 x′2 x3 x4 + x1 x2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x′4 + x1 x′2 x′3 x4 = B2
α2 x1 x′2 x3 x4 + x1 x′2 x′3 x4 + x1 x2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x′4 = B5
α3 x1 x′2 x4 (x3 + x′3 ) + (x1 + x′1 )x2 x′3 x′4 = B4
α4 x1 x2 x4 1 + 1 x2 x3 x4 =
′ ′ ′
B3
α5 x1 x′2 x4 + x2 x′3 x′4
Cada uma das linhas desta manipulação é uma expressão booleana associada à mesma
função booleana. Tanto α1 quanto α5 estão na forma normal, e α5 é a forma simplificada
ou mı́nima de α1 .
Vamos tratar agora de minimização de circuitos através do mapa de Karnaugh. Devemos
agrupar todas as ocorrências adjacentes contendo uns de forma a obter a maior combinação
possı́vel. Assim reduziremos o número de parcelas na expressão.

x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2


x3 x 4 1
x3 x′4
x′3 x′4 1 1
x′3 x4 1

43
4.6 Minimização

Observe que, tomar céluas adjacentes corresponde à simplicação algébrica com o uso dos
axiomas da distributividade, complementaridade e elemento neutro.
Finalmente, o circuito de Exemplo 4.5.1 é equivalente a um circuito menor.

x1
x2
x4

x2
  x3
x4
 

 
 
Exemplo 4.6.1 Considere o mapa de Karnaugh com oito produtos fundamentais.
 
  x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2
  x3 x 4 1 1
x3 x′4 1 1
 
x′3 x′4 1 1
  x′3 x4 1 1
 

 
Dois possı́veis agrupamentos de uns.
 

  x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2 x1 x2 x1 x′2 x′1 x′2 x′1 x2


x3 x4 1 1 x3 x4 1 1
x3 x  ′4 1 1 x3 x′4 1 1
x′3 x  ′4 1 1 x′3 x′4 1 1
x′3 x4 1 1 x′3 x4 1 1

Com cinco e quatro produtos, respectivamente.

x′1 x′2 + x1 x′2 x3 x4 + x′1 x2 x3 x′4 + x1 x′2 x′3 x′4 + x′1 x2 x′3 x4
e
x′2 x3 x4 + x′1 x3 x′4 + x′2 x′3 x′4 + x′1 x′3 x4 .

Passos para minimização através de Mapas de Karnaugh.

1. Forma a parcela correspondente as células isoladas contendo 1.

2. Combine as células adjacentes que só podem ser agrupadas de um único modo formando
blocos de tamanho 2, se possı́vel.

3. Combine as células adjacentes que só podem ser agrupadas de um único modo formando
blocos de tamanho 4, se possı́vel.

44
4.6 Minimização

4. Combine as células adjacentes que só podem ser agrupadas de um único modo formando
blocos de tamanho 8, se possı́vel.

5. Combine as células adjacentes restantes contendo 1 em blocos de maneira mais eficiente


possı́vel.

Exercı́cio 4.6.2 Indique a expressão boolena mı́nima para cada uma das funções indicadas
nos mapas de Karnaugh.

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1

1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 1 1 1 1

4.7 Solução de alguns exercı́cios

4.7.1 Álgebra de Boole


Itens:
1. x ⋅ x = xx + 0 = xx + xx′ = x(x + x′ ) = x1 = x
5. x + (x ⋅ y) = x1 + xy = x(1 + y) = x1 = x
9. (x + (y ⋅ z))′ = x′ (yz)′ = x′ (y ′ + z ′ ) = (x′ ⋅ y ′ ) + (x′ ⋅ z ′ )
13. ((x ⋅ y) ⋅ z) + (y ⋅ z) = (x(yz)) + (yz) = y ⋅ z
21. se x = y ∴ (x ⋅ y ′ ) + (y ⋅ x′ ) = (xx′ ) + (xx′ ) = 0 + 0 = 0
se (x ⋅ y ′ ) + (y ⋅ x′ ) = 0 ∴ xy ′ = 0 e yx′ = 0 ∴ xy = x e yx = y ∴ x = y

45
4.7 Solução de alguns exercı́cios

4.7.2 Reticulados

Todos os diagramas representam posets. O quinto diagrama não é um reticulado. O


quarto, sétimo e oitavo não são complementados. O terceiro não é distributivo. Assim, o
primeiro, segundo e o sexto são álgebras de Boole.

4.7.3 Minimização

1 1 1 1
x3

1 1
x1 x2 x3 + x′1 x′2 + x′2 x′3
1 1

1 1
1 1
x2 x3 x4 + x′2 x′4 + x2 x′3 x4 ou . . .
1 1
1 1

1
1 1 1
x′1 x2 x3 + x′2 x3 x′4 + x1 x′2 x′4 ou . . .
1

1
1 1 1
x1 x′2 + x′2 x′4 + x′1 x3 x′4 + x1 x′3 x′4
1 1 1
1

46

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