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MINISTÉRIO DA SAÚDE

Agenda de Ações
Estratégicas
para a Vigilância
e Prevenção do
Suicídio e Promoção
da Saúde no Brasil

2017 a 2020

Brasília – DF
2017
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas

Agenda de Ações
Estratégicas
para a Vigilância
e Prevenção do
Suicídio e Promoção
da Saúde no Brasil

2017 a 2020

Brasília – DF
2017
2017 Ministério da Saúde.

Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial
– Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total
desta obra, desde que citada a fonte.

A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
<www.saude.gov.br/bvs>.

Tiragem: 1ª edição – 2017 – versão eletrônica

Elaboração, distribuição e informações: Caroline Ludmila Bezerra Guerra – CNSH/DAPES/SAS/MS


MINISTÉRIO DA SAÚDE Cheila Marina de Lima – CGDANT/DANTPS/MS
Secretaria de Atenção à Saúde Cláudia Lemos Vieira Lima – OPAS/OMS
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Daniel Duba Silveira Elia – OPAS/OMS
Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco G Daniela Buosi – DSAST/SVS/MS
CEP: 70058-900 – Brasília/DF Francisco Norberto Moreira da Silva – CNSH/DAPES/SAS/MS
Tel.: (61) 3315-9114 Isabella Vitral Pinto – CGDANT/DANTPS/SVS
Site: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/ Larissa De Andrade Gonçalves – CGMAD/DAPES/SAS/MS
principal/secretarias/sas/dapes Quirino Cordeiro Junior – CGMAD/DAPES/SAS/MS
E-mail: dapes.sas@saude.gov.br Tamara de Oliveira e Silva – CGSPCD/DAPES/SAS/MS

Organização: Contribuição:
Maria de Fátima Marinho – DANTPS/SVS/MS Álvaro R. Merlo – Hospital das Clínicas de Porto Alegre
Thereza de Lamare Franco Netto – DAPES/SAS/MS Ana Sandra Nóbrega – Conselho Federal de Psicologia/CFP
Carlos Felipe A. D’Oliveira – Rede Brasileira de Prevenção do
Elaboração: Suicídio/REBRAPS
Hiojuma Figueiredo de Morais Monteiro – Ponto Focal/ Domiciano Siqueira – Associação de Redução de Danos
CGPNH/SAS/MS Hugo Fagundes – Secretaria Municipal de Saúde do Rio de
Renata Gomes Soares – Ponto Focal/CNSH/DAPES/SAS/MS Janeiro/RJ
Adelia Benetti de Paula Capistrano – CGMAD/DAPES/SAS/MS Humberto Correia – Universidade Federal de Minas Gerais
Aglaêr Alves da Nóbrega – CGIAE/DANTPS/SVS/MS Marcelo da Silva Araújo Tavares – Universidade de Brasília
Ana Luísa Lemos Serra – CGSAJ/DAPES/SAS/MS Maximiliano Souza – Fiocruz
Caroline Maria Arantes de Morais – CGSAJ/DAPES/SAS/MS Neury J. Botega – Universidade de Campinas
Cinthia Lociks de Araújo – CGMAD/DAPES/SAS/MS Robert Paris – Centro de Valorização da Vida
Fernando Pessoa de Albuquerque – DASI/SESAI/MS Rosany Bochner – ICICT/Fiocruz
Gabriela Chagas Dornelles – DANTPS/SVS/MS Soraya Carvalho – Centro Antiveneno/Secretaria de Estado da
Helena Cerveira Lopes – COSAPI/DAPES/SAS/MS Saúde da Bahia
Kauara Rodrigues Dias Ferreira – DANTPS/SVS/MS Tatiana Lionço – Universidade de Brasília
Lívia Vitenti – DASI/SESAI/MS
Marina Rios Amorim – CGMAD/DAPES/SAS/MS Projeto gráfico:
Patrícia Santana Santos do Amaral – CGMAD/DAPES/SAS/MS Publicidade/ASCOM/GM
Raquel Dantas da Rocha – CGST/DSAST/SVS/MS
Vania Beatris Cardeal Dos Santos – CGST/DSAST/SVS/MS Normalização:
Mariana Andonios Spyridakis Pereira – Editora MS/CGDI
Colaboração:
Camila Tiome Baba – COSAPI/DAPES/SAS/MS Diagramação:
Carolina Teru Matsui – CGVAM/DSAST/SVS/MS Renato Carvalho – Editora MS/CGDI

Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil : 2017 a 2020
[recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
– Brasília : Ministério da Saúde, 2017.
34 p. : il.

Modo de acesso: World Wide Wibe: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_estrategicas_vigilancia_


prevencao_suicidio.pdf>
ISBN 978-85-334-2523-1

1. Suicídio – prevenção & controle. 2. Saúde Mental. 3. Promoção da Saúde. I. Título.

CDU 394.86:614(81)

Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2017/0522

Título para indexação:


Strategic Actions Agenda for Surveillance and Prevention of Suicide and Health Promotion in Brazil: 2017 to 2020
LISTA DE SIGLAS

Coordenação Geral de Doenças e


CGDANT
Agravos Não Transmissíveis
Coordenação Geral de Saúde Mental,
CGMAD
Álcool e Outras Drogas
CGPNH Coordenação Geral da Política Nacional de Humanização
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
CNSH Coordenação Nacional de Saúde do Homem
CGSAJ Coordenação Geral de Saúde de Adolescentes e de Jovens
COSAPI Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa
CVV Centro de Valorização da Vida
DAB Departamento de Atenção Básica
Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos
DANTPS
Não Transmissíveis e Promoção da Saúde
DAPES Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas
DDAHV Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais 
DO Declaração de óbito
Departamento de Vigilância em Saúde
DSAST
Ambiental e Saúde do Trabalhador
DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena
IML Instituto Médico Legal
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
LGBT
Transexuais e Transgêneros
MEC Ministério da Educação
MS Ministério da Saúde
NEPS Núcleo de Educação Permanente em Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
PTS Projeto Terapêutico Singular
RAPS Rede de Atenção Psicossocial
RHS Rede HumanizaSUS
SAS Secretaria de Atenção à Saúde
SESAI Secretaria Especial de Saúde Indígena
SIA Sistema de Informação Ambulatorial
SIASI Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena 
SIH-SUS Sistema de Internações Hospitalares do SUS
SIM Sistema de Informação de Mortalidade
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SINITOX Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
SPE Saúde e Prevenção na Escola
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
UNB Universidade de Brasília
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
VSPEA Vigilância à Saúde de Pessoas Expostas a Agrotóxicos

Obs.: Em destaque os Sistemas de Informações do SUS.


Sumário

APRESENTAÇÃO-------------------------------------------------------------- 7
1 INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------- 9
2 OBJETIVOS----------------------------------------------------------------- 11
2.1 Objetivos Específicos---------------------------------------------------------11

3 EIXOS DE ATUAÇÃO E AÇÕES ESTRATÉGICAS ------------------------- 13


3.1 Eixo I: Vigilância e Qualificação da Informação--------------------------13
3.1.1 Ações Estratégicas e Atividades do
Eixo Vigilância e Informação ------------------------------------------13

3.2 Eixo II: Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde --------------------16


3.2.1 Ações Estratégicas e atividades do
Eixo Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde -----------------16

3.3 Eixo III: Gestão e Cuidado ----------------------------------------------------20


3.3.1 Ações Estratégicas e Atividades do Eixo Gestão e Cuidado------20

4 DOCUMENTOS ORIENTADORES----------------------------------------- 23
4.1 Portarias-----------------------------------------------------------------------23
4.2 Publicações --------------------------------------------------------------------23

REFERÊNCIAS---------------------------------------------------------------- 27
BIBLIOGRAFIA--------------------------------------------------------------- 29
ANEXOS---------------------------------------------------------------------- 31
Anexo A – Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio
(Portaria nº 1.867, de 14 de agosto de 2006)--------------------31
Anexo B – Ações Realizadas de Cuidado em Saúde Mental------------------32
APRESENTAÇÃO

A prevenção do suicídio é uma das prioridades do Ministério da


Saúde (MS) e representa um desafio para a saúde pública por se tratar de
um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações.

No contexto do Setembro Amarelo, mês de Prevenção do Suicídio,


o MS apresenta a Agenda de Ações Estratégicas para a promoção da
saúde, vigilância e prevenção do suicídio no Brasil, que estabelece um
rol de ações relacionadas à qualificação da vigilância e ao fortalecimento
das ações de promoção da saúde, prevenção do suicídio e atenção às
vítimas de tentativas e suicídio e seus familiares. Desde 2006, com a
publicação da Portaria nº 1.876, de 14 de agosto de 2006 que instituiu
as Diretrizes Nacionais para a Prevenção do Suicídio, o Ministério da
Saúde vem desenvolvendo ações neste campo. Com a publicação
desta Agenda de Ações Estratégicas, o Ministério da Saúde ratifica este
compromisso, estabelecendo novas ações e responsabilidades para
as secretarias, departamentos e coordenações que compõem nossa
estrutura organizacional.

Este documento foi construído conjuntamente com áreas técnicas


da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), da Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI),
da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), além de ter
incorporado contribuições de outros parceiros como secretarias
estaduais e municipais de saúde, associações e conselhos de classes e
universidades, que participaram da Oficina “Panorama e estratégias para
o enfrentamento do suicídio no Brasil”, 30 de novembro e 1 de dezembro
de 2016, e do Workshop “Estabelecendo Diálogos sobre Prevenção do
suicídio”, realizado de 30 a 31 de maio de 2017.

Espera-se que a publicação desta Agenda de Ações Estratégicas


qualifique o debate já em andamento, amplie e fortaleça as ações de
vigilância e prevenção do suicídio, e agregue novos atores para sua
implementação. A partir do compartilhamento de responsabilidades e

7
MINISTÉRIO DA SAÚDE

do somatório de esforços do Ministério da Saúde, junto às Secretarias


Estaduais e Municipais de Saúde, outros setores governamentais e o
envolvimento da sociedade civil, é possível abarcar a complexidade do
fenômeno do suicídio no Brasil e sua prevenção.

Ricardo Barros
Ministério da Saúde

8
1 INTRODUÇÃO

O suicídio é um grave problema de saúde pública que envolve


questões socioculturais, históricas, psicossociais e ambientais. Tanto os
fatores de risco quanto os de proteção para o comportamento suicida e
para o suicídio são complexos, com múltiplas determinações, podendo
ser prevenidos através de intervenções oportunas embasadas em dados
confiáveis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de
800 mil pessoas se suicidam no mundo anualmente, o que equivale a
uma pessoa a cada 40 segundos, com uma taxa de 10,7 mortes por 100
mil (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015). A cada 3 segundos uma
pessoa faz uma tentativa de suicídio. A autoagressão está entre as três
primeiras causas de morte entre as pessoas com idade entre 15-35 anos
em todo o mundo. Para cada suicídio completado, há mais pessoas que
tentam suicídio todos os anos. No Plano de Ação em Saúde Mental da
OMS para 2013-2020, países se comprometeram com a meta de redução
de 10% da taxa global de suicídio.

No Brasil ocorrem cerca de 10 mil mortes por suicídio por ano, com
valores estáveis ao longo dos últimos anos. A taxa bruta de suicídio foi
de 5,5/100 mil em 2015.

A população indígena brasileira apresenta mais altas taxas de


suicídio, fenômeno análogo ao de outros países com populações
indígenas. Segundo dados levantados pela SESAI, a partir de
informações enviadas pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas
(DSEI) e do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI)
SUS, a taxa de suicídio entre os povos indígenas no ano de 2014 foi de
21,8 por 100 mil indígenas, uma incidência quatro vezes maior do que
a população brasileira em geral. Essa incidência chega a ser dez vezes
maior do que a registrada na média nacional em regiões e entre povos
específicos, como é o caso da região oeste do Amazonas e da região sul
do Mato Grosso do Sul.

9
MINISTÉRIO DA SAÚDE

No Brasil, os homens são os mais afetados pelo suicídio,


especialmente aqueles com 70 e mais anos de idade. Os suicídios
masculinos são duas a quatro vezes mais frequentes dependendo da
faixa etária, a partir dos 70 anos o risco do homem se suicidar é seis
vezes o risco da mulher. Por outro lado, as tentativas de suicídio são 2,2
vezes mais frequentes entre mulheres comparadas aos homens.

Diante de toda a relevância do tema, o MS, com a participação


de diferentes secretarias, departamentos e coordenações, vem
desenvolvendo diversas e consistentes ações de prevenção, vigilância,
promoção de saúde e de cuidados relacionadas ao suicídio.

Considerando também a transversalidade da temática se instituiu


um Comitê Gestor de Trabalho, composto por representantes das
Secretarias do MS e OPAS/OMS, visando à elaboração de um Plano
Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Suicídio no Brasil, uma
Agenda de Ações Estratégicas, além de outras atividades. Esta Agenda
tem como objetivo agregar medidas passíveis de serem realizadas em
todos os níveis, estando ordenadas por meio de ações integradas e
intersetoriais de prevenção do suicídio.

O Comitê Gestor de Trabalho tem ainda como uma de suas


atribuições a promoção do diálogo, envolvimento de outros atores e
desenvolvimento de parcerias com gestores e profissionais de saúde,
usuários do SUS, instituições de ensino e pesquisa, outros setores
governamentais e a sociedade civil, visando à qualificação e implantação
da Agenda de Ações Estratégicas.

10
2 OBJETIVOS

Ampliar e fortalecer as ações de promoção da saúde, vigilância,


prevenção e atenção integral relacionadas ao suicídio, com vistas
à redução de tentativas e mortes por suicídio, considerando os
determinantes sociais da saúde e as especificidades de populações e
grupos sociais em situação de maior vulnerabilidade a esse fenômeno e
os municípios e grupos de municípios com alta concentração de suicídio,
no período de 2017 a 2020.

2.1 Objetivos Específicos


1 – Sensibilizar e mobilizar o campo da saúde e demais setores
governamentais (educação, justiça, assistência social, cultura,
trabalho e emprego, previdência, agricultura e outros) das gestões
federal, estadual e municipal, bem como a sociedade civil, para
atuar sobre os determinantes sociais relacionados ao fenômeno
do suicídio, especialmente os socioeconômicos, ambientais, de
trabalho e ocupação, étnico-raciais, de gênero, identidade de
gênero e orientação sexual, e outros;

2 – Instituir, no âmbito do Ministério da Saúde, o Comitê Gestor de


Trabalho de Prevenção do Suicídio no Brasil para elaboração e
operacionalização do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, a
partir desta Agenda de Ações Estratégicas;

3 – Formular e implementar o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio


no Brasil em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais
de Saúde e outros Ministérios, estabelecendo metas, prazos e
responsabilidades;

4 – Fortalecer a Vigilância de tentativas de suicídio e suicídios


completados nas três esferas de gestão, aperfeiçoando os
sistemas de informação para qualificar a análise e disseminação de

11
MINISTÉRIO DA SAÚDE

informações de forma completa, adequada e em tempo oportuno,


para subsidiar a formulação de políticas e tomadas de decisão;

5 – Fortalecer a articulação entre Vigilância e Atenção à Saúde,


promovendo a utilização efetiva e oportuna dos dados
provenientes dos sistemas de informação para subsidiar os
serviços de saúde com vistas a garantir maior integralidade,
resolutividade e continuidade do cuidado;

6 – Fomentar e apoiar os arranjos intersetoriais nos níveis municipal


e estadual, que envolvam as áreas de saúde, assistência social,
educação, justiça e trabalho, incluindo a sociedade civil nas ações
de cuidado e prevenção do suicídio;

7 – Incluir a pauta da prevenção do suicídio em Comitês e Grupos


Condutores das Redes de Atenção à Saúde existentes ou instituir
comitês de prevenção do suicídio locais para monitoramento e
avaliação das ações estabelecidas;

8 – Ampliar e fortalecer estratégias de educação permanente para


sensibilizar e capacitar gestores e profissionais de saúde para a
vigilância, qualificação do cuidado e prevenção do suicídio;

9 – Fortalecer ações de Comunicação em Saúde para sensibilizar


a população em relação ao suicídio e qualificar profissionais de
mídia para a disseminação responsável de informações sobre o
tema;

10 – Reconhecer as especificidades do suicídio entre os povos


indígenas no planejamento e implementação de ações estratégicas
relacionadas à temática; e

11 – Ampliar de forma articulada com os diferentes pontos de atenção


em saúde e demais serviços intersetoriais o acesso à atenção
psicossocial da população em geral, das pessoas com tentativa de
suicídio, familiares e pessoas próximas de vítimas de suicídio.

12
3 EIXOS DE ATUAÇÃO E
AÇÕES ESTRATÉGICAS

O conjunto de ações estratégicas para a promoção da saúde,


vigilância, prevenção do suicídio e atenção à saúde no Brasil foi
estruturado em Eixos de Atuação, relacionados com as Diretrizes
Nacionais para Prevenção do Suicídio.

3.1 Eixo I: Vigilância e Qualificação da Informação

3.1.1 Ações Estratégicas e Atividades do Eixo Vigilância e Informação

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


A.1. Sensibilizar profissionais de saúde sobre a
importância de notificar todas as tentativas de suicídio
ocorridas no município;
A.2. Qualificar profissionais de saúde para realizar o
preenchimento da ficha de notificação de forma adequada
(com preenchimento correto e responsável de todos os
A. Qualificação da campos) e oportuna (observando a obrigatoriedade da
notificação de notificação imediata em até 24h);
tentativa de
suicídio A.3. Aprimorar a ficha de notificação de violências
interpessoais e autoprovocadas do SINAN, para facilitar e
explicitar o registro da tentativa do suicídio com inclusão
de novos campos e/ou ajustes em campos já existentes;
A.4. Elaborar materiais instrutivos para sensibilizar e
capacitar profissionais de saúde para qualificação dos
registros de notificações relacionadas ao suicídio.
continua

13
MINISTÉRIO DA SAÚDE

continuação

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


B.1. Sensibilizar e capacitar médicos para a qualificação
do diagnóstico e reporte da causa do óbito por suicídio;
B.2. Sensibilizar e capacitar os profissionais codificadores
B. Qualificação para a qualificação do registro da causa do óbito
do diagnóstico por suicídio;
e registro da
causa de óbito B.3. Articular com a Secretaria de Segurança Pública/
Instituto Médico Legal (IML) estratégias estruturantes
no que se refere à melhoria do diagnóstico e registro
de causa de morte por suicídio, bem como o fluxo das
informações entre as instituições.
C.1. Articular a inserção de perguntas e variáveis sobre
o tema suicídio (ideação, tentativa e consumação) nos
inquéritos, mapeamentos e pesquisas populacionais e
nos sistemas de informação existentes, principalmente
em grupos prioritários, como população indígena, LGBT,
trabalhadores expostos a agrotóxicos, dentre outros;
C.2. Levantar lacunas de dados e informações
relacionadas às tentativas e aos suicídios completados
em populações e grupos em situação de maior
vulnerabilidade1, para subsidiar melhorias na qualidade
da informação;
C. Qualificação das
informações C.3. Criar estratégia para identificação das etnias nos
registros de suicídio considerando os Sistemas de
Informação existentes;
C.4. Pactuar com o Centro de Valorização da Vida (CVV) o
compartilhamento, com gestores das três esferas de gestão,
dos dados provenientes dos atendimentos para formulação
de estratégias locais de enfrentamento do suicídio;
C.5. Aprimorar a qualidade da informação por meio de
relacionamento de bancos de dados provenientes de
diferentes sistemas de informações do setor saúde e
outros setores.
continua

14
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

conclusão

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


D.1. Fomentar pesquisas e estudos em parceria com
instituições de ensino para o levantamento qualificado da
epidemiologia do suicídio, especialmente no que tange
às lacunas identificadas nos sistemas de informação
existentes e considerando os determinantes sociais da
saúde, com sugestões de intervenções;
D.2. Publicar dados e relatórios periodicamente sobre
o tema, dando visibilidade aos grupos populacionais
em situação de maior vulnerabilidade e abordando os
determinantes sociais de saúde;
D.3. Estimular estados e municípios a produzirem
regularmente boletins epidemiológicos a partir da
análise dos dados locais;
D.4. Lançar Boletim Epidemiológico sobre suicídio
D. Pesquisas e apresentando as principais características individuais
disseminação e determinantes sociais, por região e unidades da
de informações federação; através de análises relacionar a morte e as
tentativas de suicídio com variáveis socioeconômicas,
raça/etnia, identidade gênero e orientação sexual, bem
como outras relacionadas à ambiente, ocupação, trabalho
e desemprego;
D.5. Mapear suicídio considerando sua distribuição
espacial e a iniquidade social;
D.6. Realizar mapeamento das notificações de suicídios
e tentativas de suicídio no território brasileiro para
estabelecer prioridades de acordo com particularidades
regionais e de populações e grupos em situação de maior
vulnerabilidade; e
D.7. Sistematizar e divulgar dados e informações sobre o
impacto da cultura fumageira e exposição a agrotóxicos
e sua relação com o suicídio.

1
São consideradas populações e grupos em situação de maior vulnerabilidade para o risco de
suicídio:
Pessoas que já tentaram suicídio; pessoas em sofrimento psíquico, especialmente as depressões;
usuários de álcool e outras drogas; populações em privação de liberdade e/ou residentes e
internadas em instituições específicas (clínicas, hospitais, presídios e outros); adolescentes e
jovens, pessoas em situação de rua, pessoas que sofrem discriminação, vítimas de violência e
abusos; trabalhadores rurais expostos a determinados agentes tóxicos e/ou a precárias condições
de vida; indivíduos portadores de doenças crônico-degenerativas; povos indígenas, população
LBGT, pessoas idosas do sexo masculino.(BRASIL, 2006; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014).

15
MINISTÉRIO DA SAÚDE

3.2 Eixo II: Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde

3.2.1 Ações Estratégicas e atividades do Eixo Prevenção do Suicídio e


Promoção da Saúde

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


E.1. Dar visibilidade junto ao setor saúde, aos demais
setores governamentais e à sociedade civil dos
determinantes sociais relacionados ao fenômeno do
suicídio, ampliando e disseminando a compreensão
de que o suicídio não pode ser tratado apenas como
uma questão de ordem individual, mas que fatores
socioeconômicos, ambientais, de trabalho e ocupação,
violência e discriminação étnico-raciais, relacionadas a
gênero, identidade de gênero e orientação sexual, entre
outros, estão associados aos suicídios e tentativas;
E.2. Fomentar iniciativas intersetoriais para a regulação e
controle da disponibilidade e acesso aos meios utilizados
para o suicídio tais como: a manutenção da legislação
que restringe acesso a armas de fogo; a segurança na
arquitetura urbana; regulação e fiscalização na exposição
a agrotóxicos; o uso racional, fracionamento e descarte
de medicamentos, bem como maior fiscalização da
E. Articulação disponibilidade do acesso a pesticidas e demais produtos
inter e químicos de uso doméstico 2 ;
intrasetorial
E.3. Realizar ações de advocacy para a promoção da
saúde e prevenção do suicídio a partir da sensibilização
de membros dos conselhos nacional, estaduais e
municipais de saúde para inclusão do tema em suas
respectivas agendas;
E.4. Articular junto ao Congresso Nacional o apoio a
projetos de promoção da saúde, promoção da cultura da
paz e garantia de direitos das populações e grupos em
situação de vulnerabilidade;
E.5. Apoiar o desenvolvimento de atividades relacionadas
à prevenção de violências e promoção da cultura da paz3,
prevenção do uso prejudicial de álcool e outras drogas,
por meio dos pontos de atenção da Rede de Atenção
Psicossocial, ações do Programa Academia da Saúde, e
demais estratégias de promoção de saúde no âmbito das
Redes de Atenção à Saúde;
continua

16
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

continuação

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


E.6. Fortalecer e disseminar, em articulação com o
Ministério da Educação (MEC), as ações, conteúdos,
materiais do componente de promoção da saúde
do Programa Saúde na Escola (PSE) ou iniciativas já
existentes de prevenção de violências e promoção da
cultura da paz, prevenção do uso prejudicial de álcool e
outras drogas, prevenção do suicídio e desenvolvimento
de habilidades emocionais e sociais para estudantes,
professores, demais profissionais da escola, familiares e
comunidade;
E.7. Fomentar parcerias com instituições de ensino
e pesquisa, profissionais e sociedade civil para
desenvolvimento de estudos de custo-efetividade,
eficácia e qualidade relacionados à prevenção do
suicídio com foco nas populações e grupos em situação
de vulnerabilidade;
E.8. Mapear, divulgar e fomentar iniciativas locais
de vigilância, promoção da saúde e prevenção para
E. Articulação enfrentamento do suicídio, inclusive no fortalecimento
inter e dos núcleos de prevenção de violências e promoção da
intrasetorial saúde e das redes comunitárias, formais ou informais,
especialmente nos municípios e grupos de municípios
com alta concentração de suicídio buscando impacto na
redução das tentativas e mortes;
E.9. Fomentar e apoiar projetos e parcerias que visem
ações de promoção da saúde e prevenção do suicídio
no ambiente de trabalho por meio da construção de
ambientes saudáveis e seguros, com vistas à garantia de
direitos, considerando as especificidades do trabalhador
e trabalhadora agrícola, bem como, trabalhadores de
outras áreas, como bancos, segurança pública, transporte,
saúde e educação, entre outros.
E.10. Fomentar a qualificação e melhoria da efetividade
da regulamentação da publicidade e disponibilidade de
bebidas alcoólicas;
E.11. Apoiar as ações de implementação da Convenção
Quadro para o Controle do Tabaco – CQCT Decreto nº
5.658/2006, especialmente o Programa Nacional de
Diversificação em áreas cultivadas com tabaco;
continua

17
MINISTÉRIO DA SAÚDE

continuação

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


E.12. Sensibilizar e capacitar lideranças comunitárias,
especialmente aqueles que lidam com populações
e grupos em situação de maior vulnerabilidade, a
conhecer os fatores de risco e proteção, funcionando
como sentinelas;
E.13. Ampliar a criação e a implementação do Comitê de
Prevenção do Suicídio e/ou inserção do tema em comitês/
grupos existentes, tais como Grupos Condutores da Rede
de Atenção Psicossocial (RAPS) nos estados, municípios
E. Articulação ou regiões de saúde;
inter e E.14. Formular e implementar o Plano Nacional de
intrasetorial Prevenção do Suicídio no Brasil em parceria com as
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, assim como
com outros Ministérios, estabelecendo metas, prazos e
responsabilidades; e
E.15. Fomentar e apoiar arranjos intersetoriais em nível
nacional, estadual e municipal que envolvam as áreas
da saúde, assistência social, educação, justiça, trabalho,
previdência, agricultura, meio ambiente e outros,
incluindo terceiro setor e sociedade civil, nas ações de
cuidado e prevenção do suicídio.
F.1. Mobilizar, sensibilizar e qualificar profissionais de
comunicação, mídia web e mídia tradicional, formadores
de opinião acerca da comunicação responsável, de
modo a desconstruir o estigma relacionado ao suicídio e
disseminar estratégias de prevenção;
F.2. Manter divulgação sobre o tema da prevenção
do suicídio nas ações de comunicação durante todo o
ano, com ênfase no mês de setembro, quando ocorre o
F. Comunicação
Setembro Amarelo;
F.3. Promover comunicação de massa e material
informativo para ampliar a compreensão sobre o
fenômeno do suicídio e disseminar orientações para sua
prevenção, incluindo materiais focados na diversidade
sexual, identidade e igualdade racial e de gênero,
evidenciando a interface entre discriminação e o
fenômeno do suicídio;
continua

18
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

conclusão

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


F.4. Divulgação de materiais orientadores para a
população em geral, profissionais de saúde e mídia;
F. Comunicação F.5. Incentivar o debate da temática, inserção e
divulgação de textos, relatos de boas práticas e artigos
sobre o tema na Rede HumanizaSUS (RHS).

2
Prevenção universal – para a população em geral
Categorias de Prevenção
De modo geral, a prevenção tem como foco a redução dos riscos de aparecimento de problemas e
inclui níveis de exposição ao risco: universal, seletiva e indicada (WEISZ et al., 2005).
A prevenção universal é de acesso a todos, caminha na intenção de evitar o estabelecimento do
problema; a prevenção seletiva é indicada para subgrupos ou indivíduos expostos a fatores de risco;
e a prevenção indicada volta-se para indivíduos ou subgrupos que apresentam sintomas iniciais do
problema.
Ações de prevenção universais envolvem estratégias de baixa complexidade e custo, destinadas
a evitar a emergência de um dado fenômeno e alcançar grandes grupos. Como exemplos, há a
restrição a meios de cometer suicídio, a redução do uso prejudicial de álcool e outras drogas
e a conscientização da mídia para comunicação responsável sobre o tema (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2014).

3
Promover ações de cultura de paz
O que Cultura de Paz tem a ver com Saúde? A própria concepção de saúde é uma manifestação
da cultura de paz. Segundo a OMS, a saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e
social e não meramente a ausência de doença (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 1946). Essa
é uma perspectiva ampla de saúde, que não se restringe ao indivíduo, mas contempla também a
coletividade, a sociedade e o planeta.
No Brasil, a Constituição Federal determina que a Saúde é um direito de todos e dever do Estado
e garante a todas as pessoas acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação. No nosso país a saúde não é considerada um bem (que pode ser adquirido
por aqueles que têm recursos), mas um direito intrínseco de todas as pessoas, não só brasileiros (as)
como de qualquer pessoa em território nacional.
Os princípios do SUS são o resultado de um amplo processo democrático denominado Reforma
Sanitária, que refletem um olhar  inclusivo,  solidário  e  democrático. Todo o sistema de saúde no
Brasil é construído sobre valores intimamente associados à  Cultura de Paz. A universalidade do
acesso, que permite a todos serem atendidos, independente de qualquer tipo de contribuição é
uma das manifestações dessa relação.
A missão dos (as) profissionais que se dedicam a área da saúde:  cuidar  das pessoas, ajudá-las a
recuperar a saúde ou então promover a saúde para que não adoeçam e tenham uma vida mais
significativa e feliz é a própria tradução da Cultura de Paz.
O Setor Saúde e cada profissional que se dedica à área (seja na gestão, na promoção, ou na atenção)
ao trabalhar pela efetivação dos princípios do SUS, praticando valores positivos em benefício das
pessoas e da sociedade está contribuindo para a construção de uma Cultura de Paz (BRASIL, 2015).

19
MINISTÉRIO DA SAÚDE

3.3 EIXO III: GESTÃO E CUIDADO

3.3.1 Ações Estratégicas e Atividades do Eixo Gestão e Cuidado

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


G.1. Compartilhar modelo orientador de pactuação
de fluxos das Redes de Atenção à Saúde locais para
prevenção do suicídio e atenção à saúde integral, em
articulação com a Vigilância em Saúde e de recursos
do território (organizações sociais, redes de atenção
às mulheres em situação de violência, serviços da
assistência social e outros atores intersetoriais);
G.2. Articular com o CVV a expansão nacional do código
gratuito 188 com os pontos de atenção do SUS locais, de
modo a efetivar o acionamento do acompanhamento nas
Redes de Atenção à Saúde;

G. Pactuação de G.3. Identificar e disseminar experiências exitosas locais


estratégias e internacionais de prevenção do suicídio no campo da
e fluxos de atenção e gestão;
atenção à
G.4. Fomentar projetos piloto locais para implantar a
saúde local
operacionalização das Diretrizes Nacionais de Prevenção
do Suicídio;
G.5. Orientar Secretarias de Saúde para identificar e
apoiar os sobreviventes de uma tentativa de suicídio,
bem como seus familiares e pessoas próximas;
G.6. Qualificar as estratégias de notificação, início
imediato do acompanhamento clínico e psicossocial e
monitoramento nos casos de tentativas de suicídio, no
cotidiano dos serviços; e
G.7. Qualificar a atenção à prevenção do suicídio entre
povos indígenas considerando suas especificidades.

H.1. Articular a inserção da temática da prevenção do


suicídio nos Núcleos de Educação Permanente em Saúde
H. Educação (NEPS) regionais e municipais;
Permanente
H.2. Disseminar documentos orientadores existentes
para qualificação dos profissionais da saúde e da saúde
mental para a prevenção do suicídio;
continua

20
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

conclusão

Sub-eixos Ações Estratégicas e Atividades


H.3. Fomentar educação permanente de profissionais
das Redes de Atenção à Saúde, tomando por referência a
Política Nacional de Humanização do SUS, para detecção
de risco, acolhimento e acompanhamento de tentativas
de suicídio e de apoio a familiares/comunidade nos
casos de óbito;

H.4. Publicar os documentos “Diretrizes Diagnósticas e


Terapêuticas para intoxicação por agrotóxicos”;

H.5. Publicar documentos orientadores específicos para


a prevenção do suicídio, acompanhamento e articulação
de Redes para profissionais e gestores de saúde;

H.6. Revisar materiais de qualificação do cuidado para


inserção do tema “Prevenção do Suicídio” em novas
edições de cursos de capacitação, guias/cadernetas
existentes nas áreas temáticas do Ministério da Saúde,
tais como Curso de Atenção a Homens e Mulheres em
Situação de Violência por Parceiros Íntimos e Curso de
H. Educação Atenção Integral à Saúde do Homem, da PNAISH; Curso
Permanente EaD “Atenção Psicossocial nas Crises e Urgência - Rede
de Atenção Psicossocial”; Materiais de qualificação
profissional de saúde mental na Política Nacional de
Atenção Integral à Saúde de Adolescentes em Conflito
com a Lei, em Regime de Internação e Internação
Provisória (PNAISARI);
H.7. Inserir o tema do suicídio na qualificação dos
profissionais das portas de entrada do SUS para
implementação da diretriz Acolhimento da Política
Nacional de Humanização;
H.8. Inserir nos materiais de educação permanente
para os profissionais de saúde informações sobre
diversidade sexual, identidade e igualdade racial e de
gênero, evidenciando a interface entre discriminação e o
fenômeno do suicídio; e
H.9. Articular capacitações de prevenção do suicídio
de forma ampla para profissionais de saúde, educação,
justiça, assistência social, entre outras áreas.

21
4 DOCUMENTOS ORIENTADORES

4.1 Portarias
• Portaria nº 1.876, de 14 de agosto de 2006 - Institui Diretrizes
Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em
todas as unidades federadas, respeitadas as competências das
três esferas de gestão;

• Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece


diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no
âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS;

• Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional


de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de
saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo
o território nacional;

• Portaria nº 2.466, de 11 de novembro de 2014. Redefine a Política


Nacional de Promoção da Saúde;

• Portaria nº 3.088 de 23 de dezembro de 2013. Institui a Rede de


Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

4.2 Publicações
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Saúde mental. Brasília:
Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il. (Cadernos de Atenção
Básica, n. 34). CAB 34 Saúde Mental, 2013;

23
MINISTÉRIO DA SAÚDE

• BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Especializada e Temática. Caderneta da Saúde da Pessoa Idosa. 3.
ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/caderneta_saude_pessoa_idosa_3ed.pdf>;

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da
Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 116 p.: il. (Cadernos
de Atenção Básica, NASF, n. 39);

• ZEFERINO, M. T.; RODRIGUES, J.; ASSIS, J. A. (Org.). Crise e Urgência


em Saúde Mental: fundamentos da atenção à crise e urgência em
saúde mental. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa
Catarina, 2014;

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Saúde Indígena.


Departamento de Atenção à Saúde Indígena. Coordenação-Geral
de Atenção Primária À Saúde Indígena. Área técnica de Saúde
Mental e Medicinas Tradicionais - CGAPSI/DASI/SESAI. Material
Orientador para Prevenção do Suicídio em Povos Indígenas.
Brasília, 2015;

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Guia
estratégico para o cuidado de pessoas com necessidades
relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas: Guia AD.
Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 100 p. : il. (Guia AD, 2015);

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids
e Hepatites Virais. Combate à Sífilis Congênita - Agenda de Ações
Estratégicas para Redução da Sífilis Congênita no Brasil. Brasília:
Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: <http://www.aids.gov.
br/sites/default/files/anexos/publicacao/2016/59215/agenda_
de_acoes_estrategicaspdf_14626.pdf>;

24
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde,
2016. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.
php/o-ministerio/principal/secretarias/959-sas-raiz/dahu-raiz/
urgencia-e-emergencia/l2-urgencia-e-emergencia/20472-
servico-de-atendimento-movel-de-urgencia-samu-193>;

• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência. 2. ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2016. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/
index.php/o-ministerio/principal/secretarias/959-sas-raiz/dahu-
raiz/urgencia-e-emergencia/l2-urgencia-e-emergencia/20472-
servico-de-atendimento-movel-de-urgencia-samu-193>;

• DISKIN, L. Cultura de paz: redes de convivência. São Paulo: Senac,


2009. Disponível em: <http://www1.spsenac/hotsites/gd4/
culturadepaz/arqs/cartilha.pdf>.

25
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. O que Cultura de Paz tem a ver com


Saúde?. Brasília, 2015. Disponível em: <http://portalsaude.saude.
gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/711-
secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/violencia-e-acidentes/17232-
cultura-de-paz>. Acesso em: 20 set. 2017.

______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.876, de 14 de agosto


de 2006. Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio,
a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as
competências das três esferas de gestão. Disponível em: <https://
www.jusbrasil.com.br/diarios/687743/pg-65-secao-1-diario-oficial-da-
uniao-dou-de-15-08-2006>. Acesso em: 20 set. 2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Constituição da Organização


Mundial da Saúde (OMS/WHO) – 1946. Genebra, 1946. Disponível
em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-
Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/
constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html>.
Acesso em: 20 set. 2017.

WEISZ, J. R. et al. Promover e proteger a saúde mental dos jovens


através de prevenção e tratamento baseados em evidências . American
Psychologist , [S.l.], v. 60, n. 6, p. 628-648, 2005.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Preventing suicide: a global


imperative. Geneva, 2014.

______. World Health Statistics 2015. Geneva, 2015. Disponível em:


<http://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/2015/
en/>. Acesso em: 20 set. 2017.

27
BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 4.279, de 30 de


dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede
de Atenção a Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/
prt4279_30_12_2010.html>. Acesso em: 20 set. 2017.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do
Trabalhador. Agrotóxicos na ótica do Sistema Único de Saúde.
Brasília, 2016.

ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Prevención del suicidio:


un imperativo global. Washington, DC: OPS, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Mental health action plan 2013-2020.


Geneva, 2013.

______. Suicide data. c2017. Disponível em: <http://www.who.int/


mental_health/prevention/suicide/suicideprevent/en/>. Acesso em: 20
set. 2017.

29
ANEXOS

Anexo A – Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio


(Portaria nº 1.867, de 14 de agosto de 2006)
I - Desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida,
de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de
danos;
II - desenvolver estratégias de informação, de comunicação e de
sensibilização da sociedade de que o suicídio é um problema de saúde
pública que pode ser prevenido;
III - Organizar linha de cuidados integrais (promoção, prevenção,
tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção, garantindo o
acesso às diferentes modalidades terapêuticas;
IV - identificar a prevalência dos determinantes e condicionantes
do suicídio e tentativas, assim como os fatores protetores e o
desenvolvimento de ações intersetoriais de responsabilidade pública,
sem excluir a responsabilidade de toda a sociedade;
V - Fomentar e executar projetos estratégicos fundamentados
em estudos de custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como em
processos de organização da rede de atenção e intervenções nos casos
de tentativas de suicídio;
VI - contribuir para o desenvolvimento de métodos de coleta e
análise de dados, permitindo a qualificação da gestão, a disseminação
das informações e dos conhecimentos;
VII - promover intercâmbio entre o Sistema de Informações do
SUS e outros sistemas de informações setoriais afins, implementando e
aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e garantindo a
democratização das informações.
VIII - Promover a educação permanente dos profissionais de saúde
das unidades de atenção básica, inclusive do Programa Saúde da Família,
dos serviços de saúde mental, das unidades de urgência e emergência, de
acordo com os princípios da integralidade e da humanização.

31
MINISTÉRIO DA SAÚDE

Anexo B – Ações Realizadas de Cuidado em Saúde Mental


A partir da pactuação tripartite, foram estabelecidas as Redes de
Atenção à Saúde (RAS) com o objetivo de garantir a integralidade do
cuidado nas Regiões de Saúde, contando com as Redes Cegonha, de
Atenção às Urgências e Emergências (RUE), de Atenção Psicossocial
(RAPS), de Cuidado à Pessoa com Deficiência e de Atenção à Saúde das
Pessoas com Doenças Crônicas e tendo a Atenção Básica como centro
de comunicação. A Redes de Atenção à Saúde têm como prerrogativa
formar relações horizontais entre os diferentes pontos de atenção, com
base em cuidado multiprofissional.

Ações desenvolvidas:

• Portaria GM/MS nº 1876/2006 - institui Diretrizes Nacionais para


Prevenção do Suicídio, a serem implantadas em todas as unidades
federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão;

• Publicação do documento “Prevenção do Suicídio: Manual


dirigido a profissionais das equipes de saúde mental”, realizado
entre Ministério da Saúde, OPAS e Universidade Estadual de
Campinas (2006).

• Portaria GM/MS nº 3088/2011 - institui a Rede de Atenção


Psicossocial (RAPS) para pessoas com sofrimento ou transtorno
mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso
de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), sendo ofertado o cuidado em saúde mental por todos
os pontos da RAPS, que prevê a articulação desde a Atenção Básica
(ESF, UBS, NASF, Consultório na Rua) até a Atenção Hospitalar e
serviços de urgência e emergência, sob a coordenação dos Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS). Atualmente, o país possui 2.463
CAPS, (Centro de Atenção Psicossocial) em funcionamento.

• Portaria GM/MS nº 204/2016 – Esta portaria torna as tentativas de


suicídio e o suicídio, agravos de notificação compulsória imediata
em todo o território nacional. Os dados epidemiológicos sobre as

32
Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020

tentativas de suicídio e suicídios consumados, são disponibilizados


por meio dos sistemas de informação da Secretaria de Vigilância
em Saúde (SVS/MS): Sistema de Informação sobre Mortalidade
(SIM) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

• Protocolo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU


192) para autoagressão e risco de suicídio (2014), voltados para
profissionais de saúde, publicados em parceria com a Organização
Pan Americana de Saúde - OPAS.

• Parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de


Santa Catarina para elaboração e oferta de curso na modalidade
à distância sobre Crise e Urgência em Saúde Mental, em que se
aborda o tema do suicídio. Entre os anos de 2014 e 2015 foram
certificados 1.990 profissionais que atuam no Sistema Único de
Saúde e para este ano de 2018, consolidando oferta de mais vagas
para curso atualizado com a mesma abordagem e acrescentando
um capítulo sobre suicídio.

• Material Orientador para Prevenção do Suicídio em Povos


Indígenas (2015). Documento orientador (SESAI e CGMAD/SAS)
sobre a gestão da atenção psicossocial nos DSEI, com realização
de oficinas com a participação das referências técnicas de saúde
mental de todos os distritos, trazendo orientações gerais para a
gestão da atenção psicossocial na saúde indígena, incluindo a
abordagem sobre o suicídio (2014).

• Realização da 1ª Oficina de Qualificação das Estratégias de


Prevenção do suicídio entre povos indígenas em parceria entre
SESAI e CGMAD/SAS (2015).

• Qualificação da investigação do óbito e das informações sobre


suicídio através da notificação no SINAN para os DSEI e capacitação
de 230 profissionais de DSEI para desenvolvimento da linha de
cuidado de prevenção do suicídio.

33
MINISTÉRIO DA SAÚDE

• Desde 2015 o Ministério da Saúde mantém parceria com o


Centro de Valorização da Vida (CVV), instituição voltada ao apoio
emocional por meio de ligação telefônica para prevenção de
suicídios. Neste ano (2017), a parceria foi ampliada, tendo sido
assinado um novo Acordo de Cooperação Técnica, que prevê a
gratuidade das ligações ao CVV em todo o território nacional em
até 3 anos.

• Em novembro de 2017, serão realizadas: a V Reunião Técnica


para Qualificação das Ações Voltadas à Saúde Mental no SASISUS
(SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA) e a II Oficina de
Qualificação das Ações de Prevenção do Suicídio e Valorização da
Vida no SASISUS, voltadas para a prevenção do suicídio em povos
indígenas, em âmbito nacional.

34
ISBN 978-85-334-2523-1

9 788533 425231

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde


www.saude.gov.br/bvs

MINISTÉRIO DA
SAÚDE

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