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UERJ/IESP – Teorias Sociológicas II

Profs. Luiz Augusto Campos e Zé Szwako


Anna Carolina Pinheiro

FICHAMENTOS

LUC BOLTANSKI E LAURENT THÉVENOT


A sociologia da capacidade crítica

Momentos críticos são determinadas ocasiões raras relacionadas à


atividade crítica das pessoas e que desempenham papel importante na vida
social, envolvendo um momento reflexivo interior e uma performance exterior.
Tais momentos provocam um retorno ao passado para se construir uma narrativa
e interrompem o fluxo da ação e, ao serem externados, podem desembocar em
um “escândalo” (querelas domésticas ou litígios), um desacordo de natureza
provisória. As pessoas envolvidas estão sujeitas a um imperativo de justificação,
que seguem regras de aceitabilidade, que dão suporte a sua crítica. As pessoas,
ao buscar o acordo, precisam pôr em evidência (regime de justiça) uma
convenção de equivalência (princípio de equivalência) que lhes é externa,
transcendendo sua singularidade e definindo uma forma de generalidade na
definição dos objetos pertinentes à situação. No regime afetivo, são difíceis as
operações de acumulação e cálculo das equivalências. A pré-condição do
acordo é um reconhecimento comum de uma equivalência convencional que
possa sustentar um juízo acerca da importância ou grandeza relativa das
pessoas, objetos e ações envolvidas.
A legitimidade de uma crítica ou justificação opera-se por sua capacidade
de generalização. Os autores vão buscar superar a dicotomia entre
universalismo formal e pluralismo ilimitado na definição de uma grandeza
legítima ou justa, por meio de um pluralismo limitado de princípios de
equivalência possíveis de serem usados para dar suporte a críticas e acordos.
Os autores identificam mundos com suas próprias ordens de grandeza, a saber,
da inspiração (graça ou criatividade), doméstico (estima, reputação, dentro de
uma cadeia hierarquia), cívico (interesse coletivo), da opinião (renome, na
avaliação pública), mercantil (preço), industrial (eficiência, produtividade). As
críticas costumam relacionar duas ou mais dessas grandezas. O deslocamento
da grandeza de um mundo a outro (transporte de grandeza) pode ser
considerado como injusto e criar situações ambíguas. O momento crítico,
contudo, pode ser superado e se retomar o curso habitual da ação, por exemplo,
por meio do compromisso ou acordo confirmado por uma prova de realidade ou
pelo abandono de um princípio de equivalência e a adoção do perdão.

AXEL HONNETH
Luta por reconhecimento

Honneth desenvolve uma teoria da intersubjetividade pós-metafísica com


base em Hegel e na psicologia social de George Herbert Mead, que
complementa a ausência, naquele, da relação intersubjetiva como um curso
empírico no interior do mundo social. Trata-se de uma teoria crítica da sociedade
em que os processos de mudança social são explicados com referência às
pretensões normativas estruturalmente inscritas na relação de reconhecimento
recíproco.
Como premissa, utiliza-se a concepção de Mead de que a reprodução da
vida social se efetua sob o imperativo de um reconhecimento recíproco porque
os sujeitos só podem chegar a uma autorrelação prática quando aprendem a se
conceber, da perspectiva normativa de seus parceiros de interação, como seus
destinatários sociais. O elemento dinâmico, o imperativo citado, opera como uma
coerção normativa que confere a expressão social às pretensões subjetivas que
se regeneram constantemente, pois obriga a deslimitação gradual do conteúdo
do reconhecimento recíproco. Em Hegel e Mead, a luta social é uma força
estruturante na evolução moral da sociedade.
Para o autor, o conceito de pessoa e da construção da identidade do
indivíduo é constituído pelo reconhecimento intersubjetivo nas esferas do amor
(ligação afetiva; primeira etapa; autoconfirmação da natureza concreta das
carências pessoais; aquisição, na primeira infância, da capacidade para o
equilíbrio entre a simbiose e a autoafirmação, “intersubjetividade primária” –
Winnicott; cerne estrutural de toda eticidade - Hegel), jurídico-moral (relações
de direito e autorrespeito; percepção normativa de direitos e deveres
cooperativos do “outro generalizado” – Mead; princípio de fundamentação
universalista pós-convencional - Hegel) e da estima social (relações de
solidariedade; permite que o sujeito humano se refira positivamente a suas
propriedades e capacidades concretas; modelo da divisão cooperativa do
trabalho, já institucionalmente concretizado).
Às referidas esferas correspondem três maneiras de não-reconhecimento:
a violação, a privação de direitos e a degradação, que podem influir no
surgimento de conflitos sociais na qualidade de motivo da ação.

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