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LAERTE AGUIAR
LEVI OLIVEIRA
MARYSSA RODRIGUES
MARCOS GARCIA
BIOÉTICA
Rio Branco
2018
Caso 5
A mãe é a responsável, pois sua decisão é baseada na cultura da tribo em que vive. Sua
ação poderia ser fundamentada no referencial comunitarista, pois estaria respeitando
a tradição cultural já estabelecida e cujas decisões individuais e coletivas baseiam-se
nelas, ou seja o bem comum.
Quais são os fatos?
• Médico
• Gestante indígena
• Gêmeos
• Funai
São conhecidos os valores de cada um dos envolvidos?
Sim. Os valores da gravida, supostamente, condiz com o da sua tribo. A partir do relato
da experiencia anterior do médico supõe se que seus valores estejam alinhados com o
do Programa Indigenista, mas o desfecho da história o faz questionar sua decisão com
relação ao caso atual.
Médico: a prioridade do médico deve ser "guardar absoluto respeito pela vida
humana,
do ser humano".
Índia: pelo que se conhece sobre a cultura indígena, a prioridade da índia será
exterminar o gêmeo do mal.
Membos da Funai, protetores dos índios: proteger a vida de ambos os gêmeos sem
que a índia saiba que sua crença/cultura está sendo ferida.
A diversidade cultural não deve ser negligenciada, contudo suas praticas não podem
ser pretexto para justificar a violação da dignidade humana, conforme o preceituado
pelo artigo 12 da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos.
Além disso o Projeto de Lei 1057/07, apelidado de Lei Muwaji prevê uma série de
medidas para a proteção da grávida e do bebê em casos semelhantes.
Quais são as alternativas no atual curso de ação?
Caso o filho fosse entregue à mãe, utilizando a concepção Kantiana de que essa seria a
ação correta entregar a criança a sua família, sem pensar nas possíveis conseqüências,
provavelmente o recém nascido estaria fadado a morte, e a genitora cumpriria com a
tradição de sua tribo.
Por outro lado, ocultar o nascimento da criança, que sob uma perspectiva casuística
em que a abordagem foca em decisões práticas a partir de situações específicas, não
seria algo considerado errado, já que a vida do recém nascido seria poupada, ainda
que a mãe desconhecesse o fato do nascimento do segundo filho. Isso, por si só
salvaria a vida da criança, porém não garantiria um futuro digno já que um terceiro
deveria assumir os cuidados da criança.
O Princípio da Beneficência é o que estabelece que devemos fazer o bem aos outros,
independentemente de desejá-lo ou não. No caso em questão acatar a sugestão do
programa indigenista é utilizar o principio da beneficência em relação a criança que vai
nascer e poderá viver, sendo que esta morreria. No entanto, para que esse princípio
seja realizado com êxito é necessário que nunca ninguém da tribo saiba que esta
gestação foi gemelar
O Princípio do Respeito à Pessoa tem algumas características que o compõe, tais como
a privacidade, a veracidade e a autonomia. Uma pessoa autônoma é um indivíduo
capaz de deliberar sobre seus objetivos pessoais e de agir na direção desta
deliberação. Respeitar a autonomia é valorizar a consideração sobre as opiniões e
escolhas, evitando, da mesma forma, a obstrução de suas ações, a menos que elas
sejam claramente prejudiciais para outras pessoas. Demonstrar falta de respeito para
com um agente autônomo é desconsiderar seus julgamentos, negar ao indivíduo a
liberdade de agir com base em seus julgamentos, ou omitir informações necessárias
para que possa ser feito um julgamento, quando não há razões convincentes para
fazer isto. Dessa forma, se o médico aceitar o programa indigenista ela estará
utilizando o direito do respeito a pessoa, já que as possíveis atitudes da mãe quando
estiver com seus dois filhos irá prejudicar a vida de um dos filhos, considerando esta
possibilidade de prejudicar a vida de uma criança indefesa.
De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948, há uma
de suas subdivisões a defesa dos costumes dos povos indígenas, afastando o quanto
possível a interferência de outros povos em suas questões, no entanto nem todos os
países adotam com totalidade seus termos.
Possível relação A: Uma gestante ao realizar o exame de pré-natal diz que o marido
dela quer um bebê do sexo masculino, pois na família dele o primeiro ao nascer
sempre era do sexo masculino e que não tê-lo deixaria muito frustrado a ponto de
acabar com a relação conjugal. A gestante, muito preocupada, pensa em até encerrar a
vida do bebe e a própria vida se esse fato ocorrer.
Qual a decisão do médico? Revelar ou não o sexo do feto ? Deixar que a mãe decida?
Possível relação B: Uma gestante ao se consultar com Obstetra afirma que não teria
um filho com alguma síndrome e que se soubesse dessa condição colocaria um fim a
vida do bebe, pois seria vergonhoso ter um filho com defeitos.
Qual a postura do médico? Revelar ou não síndrome do feto ? Deixar que a mãe
decida?
Quais foram as alternativas consideradas e as consequências que ocorreram?
Possível relação A:
O relativismo cultural deve ser visto fora do sistema da comunidade da qual se analisa
e jamais compará-lo com outras culturas, ou seja, mantendo-se a neutralidade às
diferentes culturas
Cada cultura pesa a si mesma e julga a si mesma – não há cultura pior ou melhor.
- Ética do caráter = ética da virtude = foca nos agentes que tomam as ações e escolhas
em determinada situação. Destacando o caráter virtuoso dos agentes. Pensando no
bem do bebê.
- Estado pueperal = O puerpério é um estado de perturbação, física e psicológica que
sofre a parturiente. Algumas delas de tal intensidade que as deixam inimputáveis,
pois perdem a capacidade de autodeterminação. Portanto, quando vierem a praticar
o homicídio do filho este será chamado “infanticídio” e terá a pena diminuída, pois é
considerado um crime “privilegiado”
A diversidade cultural não deve ser negligenciada; contudo, suas práticas não podem
ser pretexto para justificar a violação da dignidade humana.
Possível relação B
*Alternativa: Revelar a síndrome e deixar que o desejo da mãe se realize, uma vez
que ela é responsável pelo bebê.
- Autonomia da paciente.
*Alternativa:
Não revelar a síndrome do feto - neglicência. Mas quebrar sigilo médico, pois há risco
de terceiro nessa situação. Revelar para familiares e indicar psicoterapia.