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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

AFONSO SANTOS FERREIRA

DIEGO TONIN SANTOS

GUILHERME COSTA NAKAMURA

LAERTE AGUIAR

LEVI OLIVEIRA

MARYSSA RODRIGUES

MARCOS GARCIA

WILLIAM FERREIRA DE CARVALHO

BIOÉTICA

Rio Branco

2018
Caso 5

Médico que atua no extremo norte do Brasil é envolvido na


seguinte situação: programa local de proteção às tribos encaminha grávida de
gemelares à clínica privada onde trabalha (responsá-
vel pelos atendimentos de urgência aos índios e a funcionários de empresa),
solicitando que oculte da mãe um dos bebês, além da intenção
de criá-lo longe da família.
Motivo: de acordo com a cultura local, o infanticídio – por asfixia,
afogamento ou traumatismo craniano direto – é “a solução” para exterminar o gêmeo
considerado “do mal”, sendo reservado o direito à sobrevivência ao irmão tido como o
do “bem”*.
A sugestão de esconder a criança traz ao profissional grande dilema
ético, reforçado por história pregressa: seis anos antes, internara gêmeos
prematuros, sendo que o menor corria risco de morte. Uma semana depois do
nascimento, ao saber que estava fora de perigo, mãe tentou eliminá-lo
no berçário: a enfermagem encontrou o bebê “parado”, com sangramento
generalizado pelo ânus, olhos, boca e equimoses em todo o corpo.
Assustado, o médico solicitou que a mulher fosse afastada da clínica,
omitindo o fato de que filho sobrevivera depois de cuidados intensivos.
Concordou com os responsáveis brancos pela reserva indígena que o
“melhor” seria contratar funcionário para criar o bebê longe da tribo,
sem que a família tomasse conhecimento.
O que ninguém esperava: a informação “vazou” e assim que soube
da existência de outro filho, a índia matou o que estava em seu poder.
“Hoje”, explica o colega, “a criança sobrevivente tem cinco anos e mora
com a avó materna. Não apresenta seqüelas físicas, mas é rejeitada por tudo
e por todos. O que ganha é tomado pelas demais e se alimenta de restos”.
Em resumo, pergunta: o que fazer agora, já que a outra paciente
pode entrar em trabalho de parto a qualquer momento? Ocultar o nascimento de duas
crianças, mostrando só uma delas, como propõe o programa indigenista? Que critérios
usar para a escolha? É justo arriscar a
vida do bebê que mora com a mãe, se esta vir a descobrir que o outro
sobrevivera? Ou o ideal seria mostrar os dois bebês, mesmo sabendo que
um deles vai morrer na primeira oportunidade?
Cabe relembrar: a sugestão de ocultar o nascimento de uma das crian-
ças partiu de programa indigenista, fruto de parceria entre empresa e a
própria Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão governamental, que
responde ao Ministério da Justiça.
Por si só, o ato de atender a um pedido do Programa respaldaria o
médico quanto a uma eventual infração ética?

Qual a questão bioética envolvida?

A questão bioética envolvida é: respeitar a cultura da índia, dando a ela a autonomia


para escolher e decidir sobre o próprio corpo, decisão tomada a partir do que ela
entende de certo a partir da tradição ou ainda o médico salvar os dois gemelares
tomando a decisão a partir do que ele entende como certo, dado que os fetos não
podem se defender mas ainda sim, tem direito à vida.

Quem é o responsável por tomar as decisões neste caso?

A mãe é a responsável, pois sua decisão é baseada na cultura da tribo em que vive. Sua
ação poderia ser fundamentada no referencial comunitarista, pois estaria respeitando
a tradição cultural já estabelecida e cujas decisões individuais e coletivas baseiam-se
nelas, ou seja o bem comum.
Quais são os fatos?

Sabe-se que algumas tribos indígenas, em casos de gemelaridade, cometem


infanticídio, pela crença de que uma das crianças representa o “mal”.

Um médico que trabalha em uma clínica particular, no extremo norte do Brasil,


responsável pelo atendimento da população indígena local, ao atender uma indígena
que está grávida de gêmeos, a fim de evitar um infanticídio deve ocultar o fato do
nascimento de uma segunda criança a mãe, ou entrega - lá sob o risco de ser morta.

Quais as circunstâncias importantes envolvidas na situação?

Nessa situação, em específico, as circunstâncias importantes são: o infanticídio no caso


de gemelaridade é parte da cultura do povo indígena do qual a mãe faz parte; a
sugestão de ocultar da mãe o nascimento de uma segunda criança veio por parte do
programa indigenista; a experiencia anterior do próprio médico com outro caso
semelhante que terminou de forma trágica para ambos os bebes.

Quais são as pessoas envolvidas?

• Médico

• Gestante indígena

• Gêmeos

• Funai
São conhecidos os valores de cada um dos envolvidos?

Sim. Os valores da gravida, supostamente, condiz com o da sua tribo. A partir do relato
da experiencia anterior do médico supõe se que seus valores estejam alinhados com o
do Programa Indigenista, mas o desfecho da história o faz questionar sua decisão com
relação ao caso atual.

Quais as prioridades de cada um dos participantes?

Médico: a prioridade do médico deve ser "guardar absoluto respeito pela vida
humana,

atuando sempre em benefício do paciente" e jamais utilizar seus conhecimentos para


o "extermínio

do ser humano".

Índia: pelo que se conhece sobre a cultura indígena, a prioridade da índia será
exterminar o gêmeo do mal.

Membos da Funai, protetores dos índios: proteger a vida de ambos os gêmeos sem
que a índia saiba que sua crença/cultura está sendo ferida.

Existe algum acordo prévio sobre decisões nessa situação?

A diversidade cultural não deve ser negligenciada, contudo suas praticas não podem
ser pretexto para justificar a violação da dignidade humana, conforme o preceituado
pelo artigo 12 da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos.

Além disso o Projeto de Lei 1057/07, apelidado de Lei Muwaji prevê uma série de
medidas para a proteção da grávida e do bebê em casos semelhantes.
Quais são as alternativas no atual curso de ação?

1. Entregar os dois gêmeos à mãe, sabendo que um será morto.

2. Esconder da mãe um dos gêmeos, "desrespeitando" a cultura indígena

Quais as conseqüências para cada um dos participantes em cada uma das


alternativas?

Caso o filho fosse entregue à mãe, utilizando a concepção Kantiana de que essa seria a
ação correta entregar a criança a sua família, sem pensar nas possíveis conseqüências,
provavelmente o recém nascido estaria fadado a morte, e a genitora cumpriria com a
tradição de sua tribo.

Por outro lado, ocultar o nascimento da criança, que sob uma perspectiva casuística
em que a abordagem foca em decisões práticas a partir de situações específicas, não
seria algo considerado errado, já que a vida do recém nascido seria poupada, ainda
que a mãe desconhecesse o fato do nascimento do segundo filho. Isso, por si só
salvaria a vida da criança, porém não garantiria um futuro digno já que um terceiro
deveria assumir os cuidados da criança.

Quais os princípios envolvidos?

O Princípio da Beneficência é o que estabelece que devemos fazer o bem aos outros,
independentemente de desejá-lo ou não. No caso em questão acatar a sugestão do
programa indigenista é utilizar o principio da beneficência em relação a criança que vai
nascer e poderá viver, sendo que esta morreria. No entanto, para que esse princípio
seja realizado com êxito é necessário que nunca ninguém da tribo saiba que esta
gestação foi gemelar

O Princípio do Respeito à Pessoa tem algumas características que o compõe, tais como
a privacidade, a veracidade e a autonomia. Uma pessoa autônoma é um indivíduo
capaz de deliberar sobre seus objetivos pessoais e de agir na direção desta
deliberação. Respeitar a autonomia é valorizar a consideração sobre as opiniões e
escolhas, evitando, da mesma forma, a obstrução de suas ações, a menos que elas
sejam claramente prejudiciais para outras pessoas. Demonstrar falta de respeito para
com um agente autônomo é desconsiderar seus julgamentos, negar ao indivíduo a
liberdade de agir com base em seus julgamentos, ou omitir informações necessárias
para que possa ser feito um julgamento, quando não há razões convincentes para
fazer isto. Dessa forma, se o médico aceitar o programa indigenista ela estará
utilizando o direito do respeito a pessoa, já que as possíveis atitudes da mãe quando
estiver com seus dois filhos irá prejudicar a vida de um dos filhos, considerando esta
possibilidade de prejudicar a vida de uma criança indefesa.

Quais os direitos humanos envolvidos

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948, há uma
de suas subdivisões a defesa dos costumes dos povos indígenas, afastando o quanto
possível a interferência de outros povos em suas questões, no entanto nem todos os
países adotam com totalidade seus termos.

A Constituição Federal Brasileira de 1988 defende em seu artigo 231 a manutenção


dos costumes indígenas desde que as leis primordiais não sejam afetadas, entre elas o
artigo 1, inciso III, que garante a dignidade a pessoa, e o artigo 5 que considera a
inviolabilidade do direito a vida.

Portanto, no Brasil, apesar da negação da FUNAI sobre o infanticídio nas tribos


indígenas, mas há boatos em algumas tribos, conforme algumas pesquisas, a
Constituição orienta a retirada dos filhos que estiverem em risco e os introduza em
uma comunidade homônima a sua para manter seus costumes, quando isso não for
possível deve-se introduzi-los na sociedade, garantindo seu direito mor a vida.
Como eles se relacionam entre si

Analisando o caso exposto temos que o principio de beneficência se relaciona com a


constituição Federal Brasileira de 1988 que defende em seu artigo 231 a manutenção
dos costumes indígenas desde que as leis primordiais não sejam afetadas, entre elas o
artigo 1, inciso III, que garante a dignidade a pessoa, e o artigo 5 que considera a
inviolabilidade do direito a vida. Sendo assim a escolha do médico de não contar a mãe
de sua gemiparidade está respaldada pela constituição Federal Brasileira, não violando
o direito vida e usando o principio da beneficência. Já os direitos Humanos em uma
de suas subdivisões a defesa dos costumes dos povos indígenas, afastando o quanto
possível a interferência de outros povos em suas questões, no entanto nem todos os
países adotam com totalidade seus termos se relaciona mais com o principio do
respeito a pessoa, pois deixa a autonomia dela, que no caso da mãe seria o
infanticídio, porém essas práticas não são aceitas em solo brasileiro.

Quais são os casos possíveis de serem relacionados a presente situação?

- A situação: Há uma condição externa que impõe um comportamento à gestante.

Possível relação A: Uma gestante ao realizar o exame de pré-natal diz que o marido
dela quer um bebê do sexo masculino, pois na família dele o primeiro ao nascer
sempre era do sexo masculino e que não tê-lo deixaria muito frustrado a ponto de
acabar com a relação conjugal. A gestante, muito preocupada, pensa em até encerrar a
vida do bebe e a própria vida se esse fato ocorrer.

Qual a decisão do médico? Revelar ou não o sexo do feto ? Deixar que a mãe decida?

Possível relação B: Uma gestante ao se consultar com Obstetra afirma que não teria
um filho com alguma síndrome e que se soubesse dessa condição colocaria um fim a
vida do bebe, pois seria vergonhoso ter um filho com defeitos.

Qual a postura do médico? Revelar ou não síndrome do feto ? Deixar que a mãe
decida?
Quais foram as alternativas consideradas e as consequências que ocorreram?

Possível relação A:

* Alternativa: Deixar a criança nascer normalmente;

Consequência: a tradição dos da família devem ser respeitada. A diversidade cultural


não deve ser negligenciada.

- Comunitarismo (família e amigos)= considera o que é fundamental na ética vem dos


valores comunitários = o bem comum ou práticas tradicionais de uma certa
comunidade – Tudo que é fundamental na ética vem de valores comunitários (ex: bem
comum , meta social, solidariedade social, tradição de uma comunidade) – critica as
ideias liberais que não visa o bem em comum.. Para teoria comunitarista o bem
comum deve vir antes dos direitos e valores individuais.

O relativismo cultural deve ser visto fora do sistema da comunidade da qual se analisa
e jamais compará-lo com outras culturas, ou seja, mantendo-se a neutralidade às
diferentes culturas

Cada cultura pesa a si mesma e julga a si mesma – não há cultura pior ou melhor.

O médico não estaria negligenciando a condição e respeitando a decisão da gestante e


sua família.

* Alternativa: Ocultar a informação da gestação sobre o sexo do feto e convencer a


mãe a entregá-lo para o conselho tutelar e proseguir para doação;

O médico estaria cometendo negligência.

- Ética do caráter = ética da virtude = foca nos agentes que tomam as ações e escolhas
em determinada situação. Destacando o caráter virtuoso dos agentes. Pensando no
bem do bebê.
- Estado pueperal = O puerpério é um estado de perturbação, física e psicológica que
sofre a parturiente. Algumas delas de tal intensidade que as deixam inimputáveis,
pois perdem a capacidade de autodeterminação. Portanto, quando vierem a praticar
o homicídio do filho este será chamado “infanticídio” e terá a pena diminuída, pois é
considerado um crime “privilegiado”

A legislação vigente adotou como atenuante do crime de infanticídio a condição


biopsicossocial do estado puerperal, justificado pelo trauma psicológico, pela
pressão social e pelas condições do processo fisiológico do parto – angústia, aflição,
dores, sangramentos e extenuação, cujo resultado geraria confusão capaz de levá-la
a um gesto criminoso. (De França, Genival Veloso – Medicina Legal, 9ª Ed. 2011, pg.
329).

A diversidade cultural não deve ser negligenciada; contudo, suas práticas não podem
ser pretexto para justificar a violação da dignidade humana.

Possível relação B

*Alternativa: Revelar a síndrome e deixar que o desejo da mãe se realize, uma vez
que ela é responsável pelo bebê.

- Autonomia da paciente.

- Arcar com consequencias da lei – infanticídio ou homicídio .

*Alternativa:

Não revelar a síndrome do feto - neglicência. Mas quebrar sigilo médico, pois há risco
de terceiro nessa situação. Revelar para familiares e indicar psicoterapia.

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