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verve
Revista Semestral do Nu-Sol — Núcleo de Sociabilidade Libertária
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP
13
2008
VERVE: Revista Semestral do NU-SOL - Núcleo de Sociabilidade Libertária/
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, PUC-SP.
Nº13 ( maio 2008 - ). - São Paulo: o Programa, 2008 -
Semestral
1. Ciências Humanas - Periódicos. 2. Anarquismo. 3. Abolicionismo Penal.
I. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos
Pós-Graduados em Ciências Sociais.
ISSN 1676-9090
Editoria
Nu-Sol – Núcleo de Sociabilidade Libertária.
Nu-Sol
Acácio Augusto S. Jr., Anamaria Salles, Andre Degenszajn, Beatriz Scigliano
Carneiro, Bruno Andreotti, Edson Lopes Jr., Edson Passetti (coordenador),
Eliane Knorr de Carvalho, Gabriel Espiga, Guilherme C. Corrêa, Gustavo
Ferreira Simões, Gustavo Ramus, Lúcia Soares da Silva, Natalia M.
Montebello, Nildo Avelino, Rogério H. Z. Nascimento, Salete Oliveira, Thiago
M. S. Rodrigues, Thiago Souza Santos.
Conselho Editorial
Adelaide Gonçalves (UFC), Christina Lopreato (UFU), Clovis N. Kassick
(UFSC), Guilherme C. Corrêa (UFSM), Guilherme Castelo Branco (UFRJ),
Margareth Rago (Unicamp), Roberto Freire (Soma), Rogério H. Z. Nascimen-
to (UFPB), Silvana Tótora (PUC-SP).
Conselho Consultivo
Christian Ferrer (Universidade de Buenos Aires), Dorothea V. Passetti
(PUC-SP), Francisco Estigarribia de Freitas (UFSM), Heleusa F. Câmara
(UESB), José Carlos Morel (Centro de Cultura Social – CSS/SP), José Eduar-
do Azevedo (Unip), José Maria Carvalho Ferreira (Universidade Técnica de
Lisboa), Maria Lúcia Karam, Paulo-Edgar Almeida Resende (PUC-SP), Robson
Achiamé (Editor), Silvio Gallo (Unicamp, Unimep), Vera Malaguti Batista
(Instituto Carioca de Criminologia).
ISSN 1676-9090
verve
revista de atitudes. transita por limiares e ins-
tantes arruinadores de hierarquias. nela, não
há dono, chefe, senhor, contador ou progra-
mador. verve é parte de uma associação livre
formada por pessoas diferentes na igualdade.
amigos. vive por si, para uns. instala-se numa
universidade que alimenta o fogo da liberda-
de. verve é uma labareda que lambe corpos,
gestos, movimentos e fluxos, como ardentia.
ela agita liberações. atiça-me!
Dossiê 68
Coletânea 84
Nietzsche e o anarquismo
Daniel Colson 134
Máquinas e bombas
Edivaldo Vieira da Silva 234
RESENHAS
Mulheres anarquistas
Lúcia Soares 282
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68 é: “o fogo realiza!”
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Ifigênia em Utopia
ifigênia em utopia
pietro ferrua*
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Ifigênia em Utopia
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IFIGÊNIA EM UTOPIA
(peça em quatro atos)
Personagens:
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Ifigênia em Utopia
PRIMEIRO ATO
Palácio do rei
Cena 1
Aposentos do rei
[Agamêmnon e Calchas]
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Ifigênia em Utopia
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Cena 2
Aposentos da rainha
[Agamêmnon e Clytemnestra]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
Cena 3
Aposentos do rei
[Menelau e Agamêmnon]
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Ifigênia em Utopia
Cena 4
Aposentos do rei
[Aquiles e Menelau]
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Ifigênia em Utopia
Cena 5
Salão dos hóspedes
[Aquiles e Ifigênia]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
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SEGUNDO ATO
Palácio de Argos
Cena 1
Aposentos do rei
[Ifigênia e Agamêmnon]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
Cena 2
Aposentos da rainha
Ifigênia e Clytemnestra
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Ifigênia em Utopia
Cena 3
Aposentos da rainha
[Clytemnestra e Electra]
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Ifigênia em Utopia
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Cena 4
Aposentos de Electra
[Electra e Orestes]
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Ifigênia em Utopia
(Desmaia)
Orestes — Electra, sente-se melhor?
Electra — Eu tive um lapso, pois o que tenho a dizer
me horroriza.
Orestes — O que é tão terrível?
Electra — Nossos próprios pais estão sucumbindo
às demandas dos deuses e estão prontos a sacrificar
Ifigênia.
Orestes — Devemos nos opor a seus desígnios.
Electra — Podemos salvá-la?
Orestes — Com a ajuda de Pylades nós podemos.
Electra — Como poderia um pastor pobre e ignorante
ser capaz de ajudar uma princesa? Ele a disfarçaria de
pobre pastora, como em velhos contos, e enviaria outra
vítima para o sacrifício? Ou ele a esconderia em uma
gruta e a alimentaria com pão e ricota?
Orestes — Pylades pode ser pobre, o que apenas sig-
nifica que ele foi honesto toda sua vida, mas ele está
longe de ser estúpido. Ele pode não ser bem instruído,
mas isto não é a mesma coisa. Em segredo, ele é um
entre as centenas que se encontraram secretamente
contra a tirania de Agamêmnon.
Electra — Contra nosso próprio pai?
Orestes — Não contra ele como pessoa, mas contra
ele enquanto símbolo de opressão.
Electra — E você faz parte deste complô? Você está
voltando suas armas contra seu próprio sangue?
Orestes — Nós, quero dizer, os insurgentes, não te-
mos intenção de matá-lo, ou a quem quer que seja, ape-
nas queremos desarmá-los, colocá-los em uma posição
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Ifigênia em Utopia
Cena 5
Uma cabana de pastor
[Orestes e Pylades]
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Ifigênia em Utopia
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TERCEIRO ATO
Cena 1
Templo
[Calchas e Ifigênia]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
Cena 2
Aposentos de Electra
[Ifigênia, Electra, Orestes]
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Ifigênia em Utopia
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Cena 3
No campo, andando na escuridão.
[Orestes e Pylades]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
Cena 4
Próximo ao palácio
[Aquiles, Orestes e Pylades]
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Ifigênia em Utopia
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Cena 5
Templo
[Aquiles e Calchas]
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Ifigênia em Utopia
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Ifigênia em Utopia
QUARTO ATO
Cena 1
Aposentos do rei
[Calchas e Agamêmnon]
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Ifigênia em Utopia
Cena 2
Mesmo aposento
[Agamêmnon, Clymemnestra, Calchas]
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Ifigênia em Utopia
Cena 3
Mesmo aposento
[Agamêmnon, Clymemnestra, Calchas, Aquiles]
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Ifigênia em Utopia
Cena 4
Mesmo aposento
[Agamêmnon, Clytemnestra, Aquiles, Calchas]
(Calchas abre a porta seguido por dois guardas, depois
Ifigênia, Electra, Orestes e dois outros guardas)
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Ifigênia em Utopia
Cena 5
Cela
[Ifigênia e Pylades]
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Ifigênia em Utopia
fim
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Parte 1
No Café Terminus
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Eu, Émile Henry
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Eu, Émile Henry
Modo de fazer:
1. O detonador:
Coloque a água em contato com o sódio, e passe nas
espoletas de mercúrio.
2. A bomba:
Coloque no centro da marmita o detonador, circun-
dando os cartuchos de dinamite. Preencha o espaço res-
tante com o clorato de potássio misturado ao açúcar.
Fixe a tampa invertida, com cuidado, e prenda-a com
auxílio de um arame para obter uma alça.
Agora é pegar, ascender, atirar. E... bum!
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Parte 2
Na escuridão
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Eu, Émile Henry
(...)
“A grande cidade tem a rua quente
Apesar das duchas de petróleo
E realmente precisaremos
Sacudir o vosso espólio...
E os Rurais descansando
Agachados ou de quatro,
Ainda ouvirão galhos quebrando
Nos vermelhos combates!”
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Eu, Émile Henry
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Parte 3
Contra a timocracia
Nietzsche:
“Prefiro entender os homens raros de uma era como
rebentos tardios, que emergem subitamente, de cultu-
ras passadas e de suas energias: como que o atavismo
de um povo e de seus costumes: — assim haverá real-
mente algo neles a entender! Agora parecem estranhos,
raros, extraordinários: e quem sente tais energias em
si mesmo tem de cultivá-las, defendê-las, honrá-las,
promovê-las contra um mundo oposto e diverso: e assim
ele se torna um grande homem ou um excêntrico e doi-
do, desde que não pereça logo.”4
Etienne de La Boétie:
“São os próprios povos que se deixam dominar, pois
cessando de servir estariam quites; é o povo que se su-
jeita, que se degola, que, tendo a escolha entre ser ser-
vo ou livre, abandona sua franquia e aceita o julgo; que
consente seu mal — melhor dizendo, persegue-o... Se
para ter liberdade basta desejá-la, se basta um simples
querer, haverá nação no mundo que ainda a estime cara
demais... Decidi não servir e sereis livres!”5
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Eu, Émile Henry
Hakim Bey:
“A última proeza possível é aquela que define a pró-
pria percepção, um invisível cordão de ouro que nos co-
necta: dança ilegal pelos corredores do tribunal. Se eu
fosse beijar você aqui, chamariam isso de um ato de
terrorismo — então vamos levar nossos revolveres para
cama & acordar a cidade à meia-noite como bandidos
bêbados celebrando a mensagem do sabor do caos com
um tiroteio.”6
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Códigos incoerentes
Paridos pelo pavor, tirano dos tiranos!
Que a santa Unidade harmonizando o mundo
Torne os Céus mais doces, a terra mais fecunda
Então, acontecerá, aqui em baixo, como no Céu,
O reino do verdadeiro Deus, reino atracional.
Max Stirner:
É dessa liturgia, é dessa ladainha que os anarquis-
tas não conseguem se desvencilhar...
“O que o distingue dos outros homens não é o fato de
ser homem, mas de ser um homem único. Mostre o que
um homem é capaz de fazer! Mas o fato de você ser um
homem e ser capaz de fazer, isso não significa que ou-
tros o farão: o que você realiza, realiza como um homem
único, e nisso você é único.”7
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Eu, Émile Henry
Solo de bateria
Henry 5 — (para a platéia) Come on, baby, light my fire!
Fim
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Notas
1
Pesquisa de texto por Acácio Augusto, Bruno Andreotti, Edson Lopes,
Gustavo Ramus e Gustavo Simões. Adaptação de Jean Maitron. “Émile
Henry, o benjamim da anarquia”, in Verve. São Paulo: Nu-Sol, v.7, 2005, pp.
11-42. Acompanhado de textos de Antonin Artaud, Rimbaud, Nietzsche,
Etienne de La Boétie, Max Stirner e Hackim Bey com poemas de Émile
Henry musicados por Acácio Augusto e tocados pela banda Ninguém é inocente
(Acácio Augusto, Flávio Frasqueti, Pedro Henrique, Rogério Nascimento e
Thiago Parafuso). Coro: Acácio Augusto, André Degenszajn, Bruno An-
dreotti, Edson Lopes, Flávio Frasqueti, Gustavo Simões, Gustavo Ramus,
Marcelo Peccioli, Nildo Avelino, Rogério Nascimento, Thiago Parafuso e
Thiago Rodrigues. Coordenação e direção de Edson Passetti. Realização:
Nu-Sol. Apresentada em 3 de outubro e 29 de outubro de 2007, no Teatro
Tucarena, São Paulo/Brasil.
2
Antonin Artaud, Van Gogh: o suicidado pela sociedade. Rio de Janeiro, Achia-
mé, s/d. p. 36.
3
Adaptação do fragmento 95 de Heráclito acompanhado de poema de Fer-
nando Paixão In Fogo dos Rios. São Paulo, Brasiliense, 1991, p. 62.
4
Friedrich Nietzsche, A gaia ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São
Paulo, Cia. das Letras, 2005, pp. 31-62.
5
Etienne de La Boétie, Discurso da servidão voluntária. Tradução de Laymert
Garcia dos Santos. São Paulo, Brasiliense, 2001, pp. 14-16.
6
Hakim Bey. Caos: terrorismo poético & outros crimes exemplares. Tradução de
Patrícia Decia e Renato Resende. São Paulo, Conrad, 2003, p. 12.
7
Max Stirner. O único e a sua propriedade. Tradução de João Barrento. Lisboa,
Antígona, 2004, p.109.
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a
revolução
deve
deixar
de
ser
para
existir
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dossiê 68 (coletânea)*
* “Maio de 68, por eles mesmo. O Movimento de Floreal, ano 176.” Textos
e depoimentos recolhidos por: Chroniques syndicales; Femmes libres (Ra-
dio-Libertaire); grupo Pierre-Besnard da Fédération Anarchiste.
verve, 13: 84-121, 2008
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palavra de mulher
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da revolta à revolução
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E o movimento anarquista?
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Notas
1
Esta e as demais siglas estão elencadas no final do dossiê.
2
Jornal saído da Resistência..., o de Albert Camus! Em 1968, muito aberto ao
movimento de Maio, Combat editava o jornal dos estudantes Action o que
provovou a fúria do Sindicato do livro C.G.T..
3
Jornal dos estudantes.
4
A C.G.T. agiu da mesma forma nas garagens de ônibus e em outros lugares.
5
Jornal semanal satírico francês, criado em 1960. (N.T.)
6
Animado pelo doutor Carpentier.
7
Coordenação de anarco-sindicalistas.
8
Citação de Bakunin.
9
Gisèle Halimi, advogada franco-tunisiana, nascida em 1927, ativista femi-
nista e ensaísta. (N.T.)
10
Evellyne Sullerot, socióloga francesa nascida em 1924, co-fundadora do
Planning Familiar e, durante 15 anos, membro do Alto Conselho Europeu
da População e da Família. (N.T.)
11
O manifesto de 343 mulheres que gritavam alto e forte que tinham abor-
tado, em torno do processo de Bobigny.
12
O encontro com Léo Ferré aconteceu em 8 de maio de 68, no dia da eleição
presidencial.
13
Pianista que acompanhava Léo Ferré em seus espetáculos.
14
Em 10 de maio de 68, a famosa noite das barricadas, também a noite do
espetáculo anual da Federação Anarquista.
15
Lazarévitch, militante anarquista cujos artigos publicados na revista sindi-
calista: La Révolution proletarienne foram reunidos em A travers les révolutions
espagnoles, sob a assinatura de L. Nicolas.
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Anarquista de tipo individualista.
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Relação de siglas:
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te amo !!!
digo isso com os
paralele
p ípedos
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Minorias versus maiorias
emma goldman*
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Minorias versus maiorias
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Minorias versus maiorias
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Como massa, seu objetivo foi sempre uma vida mais uni-
forme, cinzenta e monótona, como o deserto. Como mas-
sa, será sempre o exterminador da individualidade, da li-
vre iniciativa, da originalidade. Assim como Emerson,
acredito que “as massas são grosseiras, coxas, pernicio-
sas em suas demandas e influências, e não precisam ser
elogiadas, mas educadas. Eu desejaria não ter que con-
ceder nada a elas, mas ensinar, dividir, quebrá-las e
transformá-las em indivíduos. Massas! A calamidade são
as massas. Eu não desejo massa alguma, mas apenas
homens honestos, e mulheres doces, amáveis e com-
pletas.”
Em outras palavras, a verdade viva e vital do bem-
estar econômico e social só se tornará realidade diante
do zelo, coragem, determinação sem obrigações, de mi-
norias inteligentes, e não por meio da massa.
Notas
1
Publicado em: Anarchism and other Essays. Second Revised Edition. New
York & London, Mother Earth Publishing Association, 1911. pp. 75-84.
2
Dr. Stockmann é um personagem da peça O inimigo do povo, de 1882, escrita
pelo poeta e dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. (N.T.)
3
Comédia de 1903, do escritor anarquista francês Octave Mirbeau. (N.T.)
4
Wendell Phillips (1811-1884) nasceu nos Estados Unidos e foi um advogado
abolicionista. (N.T.)
5
No original, Emma Goldman usa a forma pejorativa da palavra, “nigger”.
(N.T.)
6
Os intelectuais.
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Minorias versus maiorias
RESUMO
ABSTRACT
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2008
nietzsche e o anarquismo1
daniel colson*
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Nietzsche e o anarquismo
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Nietzsche e o anarquismo
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como uma luta que une e liga, mas como uma separa-
ção que desliga e distingue. Mas é justamente aqui, e
desse ponto de vista, que podemos compreender porque
os movimentos operários libertários sempre foram tão
radicalmente estrangeiros ao marxismo (uma variante
do hegelianismo) e de sua concepção da luta de classes,
na medida mesma em que eles obedeciam ao movimen-
to de diferenciação dos fortes e dos mestres.
Com efeito, na concepção anarco-sindicalista ou sin-
dicalista revolucionária, e contrariamente ao que fre-
qüentemente se afirma, a classe operária, considerada
do ponto de vista de sua emancipação, não é inicial e
principalmente definida pela luta de classes, pela ex-
ploração, a opressão e a miséria psíquica e moral que
estas necessariamente provocam; com todo seu cortejo
repugnante de humanismo, de miserabilidade e de fi-
lantropia interessada. Sua potência emancipadora de-
pende essencialmente de sua capacidade, histórica e
localmente produzida, de se constituir como força autô-
noma, independente e afirmativa, fundada sobre o or-
gulho e a dignidade, e dispondo de todos os serviços, de
todos os valores, de todas as razões e de todas as insti-
tuições necessárias a sua independência, que não de-
pendem senão dela e daquilo que ela assim se torna, de
sua capacidade de fazer nascer um outro mundo. Esta
concepção não é inicialmente de ordem teórica. Ela é a
expressão de um grande número de atitudes e de práti-
cas efetivas, no sentido da convergência, do imediato e
da evidência daquilo que as produz, como mostra, por
exemplo, para a França, o estudo de qualquer Bolsa do
trabalho minimamente conseqüente.15 Para o anarco-
sindicalismo e o sindicalismo revolucionário, a classe
operária deve em primeiro lugar separar-se de modo o
mais radical, não ter mais nada em comum com o res-
to da sociedade, inclusive e sobretudo com aqueles que
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O federalismo
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Nietzsche e o anarquismo
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Nietzsche e o anarquismo
A ação direta
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Nietzsche e o anarquismo
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Nietzsche e o anarquismo
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2008
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Nietzsche e o anarquismo
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2008
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Nietzsche e o anarquismo
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13
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Notas
1
Daniel Colson. “Nietzsche et l’anarchisme” in A Contretemps. Bulletin de
critique bibliographique. Paris, n. 21, outubro/2005.
2
Eugène Fleischmann. “Le rôle de l´individu dans la société pré-
revolutionnaire: Stirner, Marx, Hegel” in Diederik Dettmeijer. Max Stirner ou
la Première confrontation entre Karl Marx et la pensée anti-autoritaire. Lausanne,
L’Âge d’Homme, 1979, p. 172.
3
Gilles Châtelet. Vivre et penser comme des porcs. De l´incitation à l´envie et à
l´ennui dans les démocraties-marchés. Paris, Exils, 1998, p. 135.
4
De Albert Libertad ver a coletânea de artigos: Le culte de la charogne. Textos
escolhidos e anotados por Roger Langlais. Paris, éditions Galilée, 1976. De
Georges Palante ver: La sensibilité individualiste. Préfacio e notas de Michel
Onfray. Romillé, Éditions Folle Avoine, 1990.
5
“Queremos a conquista do pão, a conquista da moradia e de vestimentas
para todo mundo... Então, o texto soberbo de Nietzsche, que profetizava o
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Nietzsche e o anarquismo
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13
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16
Pierre-Joseph Proudhon. De la capacité politique des classes ouvrières. Oeuvres
completes, v. 3. Paris, Marcel Rivière, 1924, pp. 237; 244. Uma fórmula que
ecoa diretamente ao pensamento de Gilles Deleuze. Différence et répétition.
Paris, PUF, 1968, p. 137, afirma sobre a “distinção” em Nietzsche: “O que
Nietzsche com freqüência chama de distinção é o caráter interno daquilo
que se afirma (que não precisa ser buscado), daquilo que se coloca em ação
(que não é encontrado), daquilo que se goza (que não pode ser perdido)”.
17
Victor Griffuelhes. Le syndicalisme révolutionnaire. Paris, Éditions CNT-AIT,
s.d. [1909], p. 11.
18
Idem, p. 13. Ver também Georges Yvetot. ABC syndicaliste. Paris, Éditions
CNT-AIT, s.d. [1908], p. 40: “A greve parcial é um treinamento, uma ginás-
tica salutar que fortalece o proletariado em vista de uma luta suprema que
será a greve geral revolucionária.”
19
Sobre a oposição entre o direito operário, interno à ação operária, expres-
são consciente das forças que o constituem, e o direito do Estado e da socie-
dade burguesa exterior à vida operária, transcendente, cf. no que se refere ao
pensamento de Proudhon, Pierre Ansart. Naissance de l´anarchisme. Paris,
PUF, 1970, pp. 128ss, e, do mesmo autor, Marx et l´anarchisme. Paris, PUF,
1969, pp. 314ss.
20
Victor Griffuelhes, op. cit., [1909], pp. 19-20.
21
Michael Löwy. Rédemption et utopie. Le judaisme libertaire en Europe Centrale.
Paris, PUF, 1988.
22
“Em presença de qualquer usurpação de direitos, que é própria ao Estado,
ergue-se o sindicalismo que proclama para o proletariado o direito absoluto de
pensar, de agir, de lutar segundo as regras estabelecidas por ele, e de não levar
em conta aquelas editadas pelo Estado, senão na medida em que essas regras
legais o favorecem e auxiliam.” Victor Griffuelhes, 1909, op. cit., p. 8.
23
Gilles Deleuze. Nietzsche. Paris, PUF, 1965, p. 25.
24
Sobre esse ponto, cf. também Wolfang Muller-Lauter. Nietzsche, physiologie
de la volonté de puissance. Paris, Editions Allia, 1998.
25
Michel Haar, 1993, op. cit., p. 12.
26
Idem, p. 29.
27
Sobre a noção proudhoniana de “resultante”, cf. Pierre-Joseph Proudhon.
De la justice dans la Révolution et dans l´Église. Tomo III. Paris, Marcel Rivière,
1932, pp. 409ss.
28
É assim que, numa bacia industrial de porte médio como a de Saint-
Étienne, pode-se, entre 1880 a 1914, e somente para a metalurgia, recensear
mais de quarenta formas sindicais específicas, efêmeras e duráveis, distintas
164
verve
Nietzsche e o anarquismo
165
13
2008
43
Idem, p. 55.
Pierre-Joseph Proudhon. La guerre et la paix. Oeuvres completes, v. 6. Paris,
44
166
verve
Nietzsche e o anarquismo
RESUMO
ABSTRACT
167
13
2008
A
LIBERDADE
É
O
CRIME
QUE CONTÉM
TODOS OS
CRIMES
É
A
NOSSA
ARMA
ABSOLUTA
168
verve
Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
anarquismo cristão e
sua influência no brasil1
gustavo ramus*
Rebeldias cristãs
170
verve
Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
171
13
2008
172
verve
Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
173
13
2008
174
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Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
175
13
2008
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Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
177
13
2008
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Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
179
13
2008
180
verve
Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
Notas
1
Este artigo apresenta o resultado da pesquisa de iniciação científica “Cristi-
anismo primitivo e anarco cristianismo: uma prática de libertação?”; apre-
sentada, em março de 2007, ao Departamento de Política da Faculdade de
Ciências Sociais da PUC-SP e à Comissão de Pesquisa e Extensão da PUC-SP,
financiada pelo CNPq e premiada como melhor trabalho de iniciação cien-
tífica do departamento de Política em 2007.
181
13
2008
2
Jonh-Dominic Crossan. Jesus: uma biografia revolucionária. Tradução de Júlio
Castañon Guimarães. Rio de Janeiro, Editora Imago, 1995, p. 126.
3
Sobre o poder pastoral ver: Michel Foucault. “Omnes et singulatim: uma
crítica da razão política” in Estratégia de poder-saber vol. 4. Tradução de Vera
Lucia Avellos Ribeiro. Rio de Janeiro, Editora Forense Universitária, 2003,
pp. 355-386.
4
Liev Tolstoi. Os três anciãos. Tradução de Boris Schnaiderman, Aurélio
Buarque de Holanda e Paulo Rónai. Rio de Janeiro, Ediouro, 1997, p. 121.
5
Liev Tolstoi. O reino de Deus está em vós. Tradução de Celina Portocarrero. Rio
de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1994, p. 13.
6
Mikhail Bakunin. Deus e o Estado. Tradução de Plínio Augusto Coelho. São
Paulo, Imaginário, 2000, p. 28.
7
Para melhor entender a idéia de vassalagem universal, ver: Max Stirner
“Algumas observações provisórias sobre o Estado fundado no amor” in Verve
vol. 1. São Paulo, Nu-Sol – Núcleo de Sociabilidade Libertária, 2002.
8
Richard Sennett. Carne e pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Tradu-
ção de Marcos Aarão Reis. Rio de Janeiro, Record, 2001, p. 113.
9
Flavio Venâncio Luizetto. Presença do anarquismo no Brasil: um estudo dos episó-
dios literário e educacional – 1900/1920. São Paulo, Tese de Doutorado pela
USP, 1984, p. 173.
10
O Movimento dos Objetores de Consciência teve propagação internacio-
nal. Eles desenvolveram uma luta contra o serviço militar obrigatório e o
direito à insubmissão. Incentivavam a população a desobedecer as imposições
militares e se postavam contra a inserção das mulheres nas forças armadas.
Moacir Medeiros de Sant‘Ana. Elysio de Carvalho, um militante do anarquismo.
11
182
verve
Anarquismo cristão e sua influência no Brasil
RESUMO
ABSTRACT
183
13
2008
thiago rodrigues*
I.
184
verve
A guerra além do Estado
185
13
2008
186
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A guerra além do Estado
187
13
2008
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A guerra além do Estado
189
13
2008
II.
190
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A guerra além do Estado
191
13
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192
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A guerra além do Estado
193
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A guerra além do Estado
195
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2008
196
verve
A guerra além do Estado
197
13
2008
Notas
1
Esse texto é uma versão revisada e ampliada de outro de mesmo nome
apresentado na sessão temática “Relações Internacionais” do 5º Encontro
da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), ocorrido entre 26 e 29
de julho de 2006, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo
Horizonte.
2
Raymond Aron. Paz e guerra entre as nações. Tradução de Sérgio Bath. Brasí-
lia, Editora Universidade de Brasília, 1986, p. 73.
3
Idem, p. 72.
4
Raymon Aron. Sur Clausewitz. Bruxelas, Éditions Complexe, 2005, p. 99.
5
Para uma reflexão sobre o lugar das guerras de libertação nacional na obra
de Aron, consultar Stephen Launay. La pensée politique de Raymond Aron. Paris,
PUF, 1995.
6
Raymond Aron, 1986, op. cit., p. 83.
7
Friedrich von der Heydte. A guerra irregular moderna: em política de defesa e como
fenômeno militar. Rio de Janeiro, Biblioteca do Exército, 1990, p. 38.
8
Idem, p. 39.
9
Frank Pfetsch. “Why was the 20th century warlike?” in Estevão Martins
(org.). Relações Internacionais : visões do Brasil e da América Latina. Brasília, IBRI,
2003, p. 325.
10
Idem, p. 327.
11
Human Security Centre. Human Security Report 2005: war and peace in the
21th century. Oxford, Oxford University Press, 2006. p. 23.
12
Hans Magnus Enzensberger. Guerra civil. Tradução de Sérgio Flaksman e
Marcos Banda Lacerda. São Paulo, Companhia das Letras, 2002, p. 09.
198
verve
A guerra além do Estado
13
Idem.
14
Thomas Hobbes. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Bea-
triz Nizza da Silva. São Paulo, Abril Cultural, 1979, p. 135.
15
O Human Security Report 2005, por meio de um gráfico baseado em levanta-
mento da Universidade de Uppsala, aponta a existência de aproximadamen-
te 24 conflitos intraestatais em 1946; 30 em 1978; 40 em 1988; 50 em 1993
e 30 em 2002. Human Security Centre, 2005, op. cit., p. 23.
16
Frank Pfetsch. 2003, op. cit., p. 23.
17
Hans Magnus Enzensberger. 2002, op. cit., p. 14.
18
Francis Fukuyama. The end of History and the last man. Londres, Pinguin
Books, 1992.
19
A Guerra do Golfo seria um exemplo de “guerra legal” nos marcos de uma
efetiva política de segurança coletiva porque contou com a aprovação do
Conselho de Segurança da ONU que, diante da violação da soberania do
Kwait pelo Iraque, terminou por autorizar a formação de uma expedição
militar internacional, a fim de restituir a independência kwaitiana e punir a
transgressão iraquiana.
20
Mary Kaldor. New and old wars: organized violence in a global era. Stanford,
Stanford University Press, 2001.
21
Idem, p. 15.
22
Ibidem, p. 29.
23
Ibidem, p. 78.
24
Ibidem, p. 85.
25
Moisés Naim. “The five wars of globalization”. In Foreign Policy, nº.134,
January/February 2003, p. 29.
26
Moisés Naim. Ilícito: o ataque da pirataria, da lavagem de dinheiro e do tráfico à
economia global. Tradução de Sérgio Lopes. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor,
2006, p. 38.
27
Idem, p. 11.
28
Ibidem.
29
Ver Edson Passetti. Das “fumeries” ao narcotráfico. São Paulo, Educ, 1991 e
Thiago Rodrigues. Política e drogas nas Américas. São Paulo, Educ/FAPESP,
2004.
Thiago Rodrigues. “Narcoterror e warfare state” in Edson Passetti e Salete
30
199
13
2008
31
Michel Foucault. Em defesa da sociedade. Tradução de Maria Ermantina
Galvão. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 23.
32
Idem. Foucault trabalha sobre a famosa máxima de Clausewitz impressa
em seu influente tratado sobre a guerra. Nele, o general prussiano afirma
que “a guerra é a extensão pura da política por outros meios”, ou seja, o
recurso militar é um dos instrumentos pelos quais um Estado busca realizar
suas metas maiores: a sobrevivência como unidade soberana e a capacidade
de moldar o comportamento de outros Estados. Nesse sentido, a guerra é
apenas um meio para alcançar esses objetivos traçados pela política/Razão de
Estado. Karl Von Clausewitz. De la guerra. Tradução de Francisco Moglia
Buenos Aires, Distal, 2003, p. 49.
33
John Keegan. Uma história da guerra. Tradução de Pedro Maia Soares. São
Paulo, Companhia das Letras, 1995, p. 19.
200
verve
A guerra além do Estado
RESUMO
ABSTRACT
After the Second World War the number and frequency of inter-
state wars considerably dropped. At the same time, the quantity
of civil wars increased, with the development of new means, go-
als and tactics of combat. The post-Cold War era has seen the
reinforcement of this tendency that has been followed by a new
kind of warfare that opposes states and no-state actors (terro-
rism, illegal drug trafficking and “narcoterrorism”). This article
aims to present the urgent need for a renewed overview of inter-
nacional conflicts that can acknowledge the particularities of this
contemporary transterritorial warfare.
201
13
2008
Campo geral
202
verve
Atitude-limite e relações de poder...
203
13
2008
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Atitude-limite e relações de poder...
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Atitude-limite e relações de poder...
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13
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Campo específico
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Atitude-limite e relações de poder...
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Atitude-limite e relações de poder...
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13
2008
212
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Atitude-limite e relações de poder...
213
13
2008
Notas
1
Michel Foucault. Dits et écrits. Paris, Gallimard, 1994, v. IV, p. 232.
2
Idem.
214
verve
Atitude-limite e relações de poder...
3
Ibidem, p. 229.
4
Ibidem, p. 225.
5
Ibidem, p. 239.
6
Ibidem, p. 374.
7
Pois Foucault estudou os livros de Bréhier sobre os estóicos e escreveu o
importante texto sobre o Lógica do sentido, de Gilles Deleuze, texto número 80
do Dits et écrits, traduzido e publicado em Portugal no opúsculo que tem o
mesmo nome que recebeu em francês: Teatrum philosophicum. Lá está esboça-
do um projeto de ontologia que perdura em muitos de seus textos, desde
então, sem que nunca tenha recebido nenhum acabamento final. A vida,
mais que a teoria, o presente, mais que reflexão distanciada e fria, afetaram
o pensamento de Foucault de modo decisivo.
8
A teoria dos acontecimentos dos estóicos, e seu materialismo do incorporal
(como bem designou Bréhier em seu livro La théorie das incorporels dans l’ancien
stoïcisme. Paris, Vrin, 1982), faço questão de ressaltar, tanto influenciaram
teorias filosóficas ao longo da história, como foram retomados com real
vigor pelo pensamento francês contemporâneo, em especial a partir dos
anos cinqüenta do século XX.
9
Tal tradução tem uma conseqüência: Foucault fala, em inúmeros textos, do
caráter ‘acontecimental’ das relações de poder; se fosse evento, sairia caráter
‘eventual’ das relações de poder. Daria, mais ainda, margem a equívocos, um
problema a mais para que se compreenda um filósofo como Foucault.
10
Foucault, 1994, op. cit. p. 231-232. É importante lembrar que, na continu-
ação destas análises, Foucault enuncia as palavras de ordem que indicamos no
início deste texto, que dizem respeito à nossa tarefa de reinvenção da subje-
tividade e aos indicativos da liberdade no tempo atual.
11
Para entender estas referências no pensamento do Foucault dos anos sessen-
ta, a leitura de sua famosa entrevista com Madeleine Chapsal é obrigatória,
vide texto 37 dos Dits et écrits. Esta entrevista foi publicada também, em
coletânea de textos teóricos do estruturalismo, em versão que saiu, original-
mente em Portugal: Estruturalismo. Antologia de textos teóricos, Ed. Martins
Fontes. Nunca é demais lembrar que apenas um ano depois Foucault recusa,
da maneira mais firme e veemente, qualquer vínculo com o pensamento
estruturalista.
12
Foucault, 1994, op. cit., Texto 339.
13
Idem, p. 568.
14
Ibidem, p. 574.
15
Ibidem.
215
13
2008
16
Ibidem.
17
Ibidem, p. 575.
18
Ibidem.
19
Ibidem, p. 578.
20
Ibidem, p. 225.
RESUMO
ABSTRACT
216
verve
nas
cavernas
da
ordem
nossas
mãos
forjarão
as
bombas
217
13
2008
liberações beats:
a política como ética contracultural
218
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Liberações beats: a política como ética contracultural
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Liberações beats: a política como ética contracultural
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Liberações beats: a política como ética contracultural
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Liberações beats: a política como ética contracultural
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verve
Liberações beats: a política como ética contracultural
Notas
1
Ken Goffman e Dan Joy. Contracultura através dos tempos. Tradução de Ale-
xandre Martins. Rio de Janeiro, Ediouro, 2007, p. 56.
2
Matteo Guarnaccia. Provos. Tradução de Roberta Barni. São Paulo, Editora
Conrad, 2001, p. 157.
3
Ken Goffman e Dan Joy, 2007, op. cit., p. 17.
4
Idem.
5
Internacional Situacionista. Situacionista: teoria e prática da revolução. Tradução
de Francis Wuillaume e Leo Vinicius. São Paulo, Editora Conrad, 2002, p.
21.
6
Edson Passetti. Ética dos amigos: invenções libertárias da vida. São Paulo, Editora
Imaginário, 2003, p. 141.
7
Matteo Guarnaccia, 2001, op. cit., p. 63.
8
Timothy Leary. Flashbacks. Tradução de Helio Melo. São Paulo, Editora
Beca, 1999, p. 66.
9
“(...) — Nós não somos nossa pele de sujeira, nós não somos nossa horrorosa
locomotiva sem imagem empoeirada e arrebentada, por dentro somos todos
girassóis maravilhosos, nós somos abençoados por nosso próprio sêmen &
dourados corpos peludos e nus da realização crescendo dentro dos loucos
girassóis negros e formais ao pôr do sol, espreitados por nossos olhos à
sombra da louca locomotiva do cais na visão do poente de latas e colinas de
231
13
2008
232
verve
Liberações beats: a política como ética contracultural
RESUMO
ABSTRACT
233
13
2008
máquinas e bombas
234
verve
Máquinas e bombas
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Máquinas e bombas
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Máquinas e bombas
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Máquinas e bombas
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13
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Máquinas e bombas
243
13
2008
ta, nem tanto por suas ações terroristas, mas por seu
Manifesto, organizar um movimento de resistência à
sociedade tecnológica apontando para estratégias ins-
piradas na Revolução Francesa e na Revolução Russa,
não pelos ideais que preconizavam, mas por realizarem
seu ideal negativo — a destruição da ordem social exis-
tente:
“Qualquer que seja a forma de sociedade que emer-
girá das ruínas do sistema industrial, é certo que a
maioria das pessoas viverão próximas da natureza por-
que, na ausência de tecnologia avançada, é a única
maneira pela qual os homens podem viver. Para se ali-
mentar é preciso se fazer camponês, pastor, pescador,
caçador, etc. Em geral, a autonomia local aumentará
pouco a pouco porque, na falta de tecnologia avançada e
de meios de comunicação rápidos, será mais difícil aos
governos ou grandes organizações controlarem as co-
munidades locais.”10
A perspectiva primitivista de Kaczynski é apenas in-
sinuada em seu Manifesto, que se concentra na elabora-
ção de uma crítica mordaz à sociedade tecnológica e à
delimitação dos limites das atuais resistências que são
constituídas a partir de subjetividades marcadas pelo res-
sentimento e por um ‘progressismo’ que legitima as no-
vas tecnologias, demandando do Estado apenas a genera-
lização de seus supostos benefícios a toda sociedade.
Os enunciados primitivistas de Kaczynski dirigidos
contra a sociedade tecnológica assumem uma dimen-
são analítica mais radical com um representante dire-
to do ativismo político da década de 1960, John Zerzan.
Ex-ativista sindical, antropólogo e historiador, Zerzan
adquiriu reconhecimento internacional como represen-
tante da ala mais radical nas manifestações de Seattle
em 1999 e de Nova York em 2001 contra a globalização
244
verve
Máquinas e bombas
245
13
2008
246
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Máquinas e bombas
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13
2008
248
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Máquinas e bombas
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13
2008
250
verve
Máquinas e bombas
Bombas virtuais
A perspectiva de Kaczynski e de Zerzan (alimentada
por análises extremamente consistentes sobre neces-
sidades artificiais, servidão voluntária, técnicas midi-
áticas de vigilância, maus usos das tecnologias, da na-
tureza descartável do Estado e do absurdo da reprodução
do capital como critério fundamental da organização
das relações sociais) construída em torno do desejo de
retorno a uma sociedade primitiva, remetem, no entan-
to, a uma espécie de concepção religiosa que substitui o
soberano transcendente pelo soberano secular, o homem
‘natural’ preservado de sua criação, a máquina, reedição
profana da expulsão do paraíso da criatura pelo criador.
A publicação eletrônica do Manifesto de Kaczynski
por um site anarquista manifesta a metacrítica do edi-
tor14 a algumas vertentes do pensamento libertário do
século XIX, em particular aos ‘bakuninistas’ — talvez
alimentado pela versão que Bakunin tenha dividido a
autoria do Catecismo do Revolucionário com Nietcháiev
— das quais o Unabomber seria uma espécie de versão
pós-moderna. No entanto, a potência explosiva de Theo-
dore Kaczynski, como de John Zerzan, não se encontra
nos usos e simpatias por ‘artefatos caseiros’, mas na
crítica demolidora, na tradição nietzscheana, que em-
preendem aos ‘progressistas’ que se voltam criticamente
para o Estado apenas pelo desejo de universalização de
benesses do poder, em uma manifestação contemporâ-
nea do que Nietzsche denominava a moral do escravo.
251
13
2008
Notas
1
“A insubordinação de nossos operários nos faz pensar na maneira de
passarmos sem eles... A mecânica livrou o capital da opressão do trabalho.
Agora empregar um homem não é mais do que algo provisório, isto é, somente
até que se invente um meio de fazer sua tarefa, sem ele.” Pierre-Joseph
Proudhon. Système des contradictions économiques ou philosophie de la misère. Vol 1.
Acessado em http://perso.wanadoo.fr/jean-pierre.proudhon/oe_p_j_p/
oeuv_p_j.htm.
2
Anselmo Lorenzo apud Victor Garcia. El pensamiento de P. J. Proudhon. Méxi-
co, Editores Mexicanos Unidos, 1981, p. 242.
3
Cientista-chefe da Sun Microsystems e um dos criadores da linguagem Java
de programação para a Internet.
4
Bill Joy. “Porque o futuro não precisa de nós” in Glenn Yeffeth (org.) A
pílula vermelha: questões de ciência, filosofia e religião em Matrix. Tradução de
Carlos Silveira Mendes Rosa. São Paulo, Publifolha, 2003.
5
Matemático brilhante, formado na Universidade de Berkeley, Kaczynski
renuncia a existência integrada ao padrão de civilização da sociedade indus-
trial, refugiando-se em uma cabana construída na região montanhosa do
estado de Montana, no norte dos Estados Unidos. Durante dezessete anos
(1979-1996), Kaczynski descia das montanhas esporadicamente para insta-
lar bombas em universidades e aeroportos dos Estados Unidos, na sua luta
solitária e niilista contra a sociedade tecnológica. A trajetória terrorista de
Theodore Kaczynski foi encerrada após a denúncia de seu irmão David que
reconheceu sua caligrafia no manifesto “A Sociedade Tecnológica e seu Futu-
ro”, publicado em conjunto pelo The Washington Post e o New York Times, como
exigência do Unabomber para interromper a seqüência de atentados terroris-
tas que vinha realizando desde a década de 1970. Julgado em 1998, Theodore
Kaczynski conseguiu comutar a pena de execução capital em prisão perpétua
aceitando a exigência do governo estadunidense de declinar da intenção de
conduzir sua própria defesa, organizada não como queriam os advogados de
defesa — alegação de insanidade mental —, mas a partir de sua analítica sobre
a sociedade industrial e da relação entre Estado e tecnologia.
6
Theodore Kaczynski. La societé industrielle et son avenir. http://kropot.free.fr/
Kaczynski-livre.htm.
7
Idem.
8
Ibidem.
9
Ibidem.
10
Ibidem.
252
verve
Máquinas e bombas
11
John Zerzan. Time and its discontents. http://www.insurgentdesire.org.uk/
time.htm.
12
Idem.
13
Ibidem.
14
Theodore Kaczynski, op. cit.
RESUMO
ABSTRACT
253
13
2008
NÃO
ME
LIBERTEM
EU
ME
VIRO
254
verve
Legislações proibicionistas em matéria de drogas...
256
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Legislações proibicionistas em matéria de drogas...
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Legislações proibicionistas em matéria de drogas...
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Legislações proibicionistas em matéria de drogas...
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270
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Legislações proibicionistas em matéria de drogas...
271
13
2008
Notas
1
A primeira parte deste artigo foi publicada em Verve 12. Convenção de
Viena – “Artigo 5. Confisco: 1. Cada uma das Partes adotará as medidas
necessárias para autorizar o confisco: a) Do produto derivado dos delitos
tipificados na conformidade do parágrafo 1 do artigo 3, ou de bens cujo valor
seja equivalente ao desse produto; b) De entorpecentes e substâncias psicotró-
picas, materiais e equipamentos ou outros instrumentos utilizados ou desti-
nados a ser de qualquer forma utilizados para cometer os delitos tipificados
na conformidade do parágrafo 1 do artigo 3. (...) 3. A fim de dar aplicação às
medidas mencionadas no presente artigo, cada uma das Partes facultará a
seus tribunais ou outras autoridades competentes que ordenem a apresenta-
ção ou o acautelamento de documentos bancários, financeiros ou comerciais.
As Partes não poderão se negar a aplicar as disposições do presente parágrafo
amparando-se no sigilo bancário.”
2
Convenção de Viena – “Artigo 11. Entrega Vigiada. 1. Se assim o permi-
tirem os princípios fundamentais de seus respectivos ordenamentos jurídicos
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cia, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5o A prestação de serviços à comu-
nidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais
ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou priva-
dos sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6o Para
garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
submetê-lo, sucessivamente a: I- admoestação verbal; II- multa. § 7o O juiz
determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuita-
mente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tra-
tamento especializado.”
18
Dentre os inúmeros textos doutrinários produzidos sobre o tema, vejam-se
as observações de Hans Heinrich Jescheck e Thomas Weigend. Tratado de
Derecho Penal-Parte General. Tradução de Miguel Olmedo Cardenete. Grana-
da, Comares, 2003.
19
Lei nº 30/2000, de 29 de novembro – “Artigo 2º. Consumo. 1- O consu-
mo, a aquisição e a detenção para consumo próprio de plantas, substâncias ou
preparações compreendidas nas tabelas referidas no artigo anterior consti-
tuem contra-ordenação. 2- Para efeitos da presente lei, a aquisição e a deten-
ção para consumo próprio das substâncias referidas no número anterior não
poderão exceder a quantidade necessária para o consumo médio individual
durante o período de 10 dias.”
“Artigo 11º. Suspensão provisória do processo 1- A comissão suspende
provisoriamente o processo sempre que o consumidor sem registo prévio de
processo contra-ordenacional anterior no âmbito da presente lei seja consi-
derado consumidor não toxicodependente. 2- A comissão suspende proviso-
riamente o processo sempre que o consumidor toxicodependente sem registo
prévio de processo contra-ordenacional anterior no âmbito da presente lei
aceite submeter-se ao tratamento. 3- A comissão pode suspender provisoria-
mente o processo se o consumidor toxicodependente com registo prévio de
processo contra-ordenacional anterior no âmbito da presente lei aceitar sub-
meter-se ao tratamento (...).”
“Artigo 17º. Outras sanções 1- A comissão pode impor em alternativa à
coima uma sanção de admoestação. 2- Sem prejuízo do disposto no nº 2 do
artigo 15º, a comissão pode aplicar as seguintes sanções, em alternativa à
coima ou a título principal: a) Proibição de exercer profissão ou actividade,
designadamente as sujeitas a regime de licenciamento, quando daí resulte
risco para a integridade do próprio ou de terceiros; b) Interdição de frequên-
cia de certos lugares; c) Proibição de acompanhar, alojar ou receber certas
pessoas; d) Interdição de ausência para o estrangeiro sem autorização; e)
Apresentação periódica em local a designar pela comissão; f) Cassação, proi-
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Convenção sobre Direito dos Tratados (21 de março de 1986) – “Artigo
53. Tratados em conflito com uma norma peremptória de direito internaci-
onal geral (ius cogens). Um tratado é inválido se, à época de sua conclusão,
conflita com uma norma peremptória de direito internacional geral. Para os
fins da presente Convenção, uma norma peremptória de direito internacio-
nal geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional
de Estados como um todo enquanto norma cuja derrogação não é permitida
e que só pode ser modificada por uma norma subseqüente de direito interna-
cional geral que tenha a mesma natureza”. “Artigo 64. Emergência de uma
nova norma peremptória de direito internacional geral (ius cogens). Se uma
nova norma peremptória de direito internacional geral emerge, qualquer
tratado existente que esteja em conflito com tal norma torna-se inválido e
termina.” As correspondentes regras da Convenção de 1969 contêm iguais
disposições.
24
Sobre processos de descriminalização, é interessante consultar o Informe
do Comitê Europeu sobre Problemas da Criminalidade. Consejo de Europa.
Informe del Comité Europeo sobre Problemas de la Criminalidad. Buenos Aires,
Ediar, 1987.
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RESUMO
ABSTRACT
Hiding the failure of its explicit goals, hiding paradoxes and pro-
moting violence, prohibition on drugs nourishes the expansion of
the punishing power. The UN conventions on this issue and the
internal laws of the most different national States systematically
violate principles and rules of universal declarations of rights
and democratic Constitutions. Harms related to illicit drugs do
not come from themselves, but from prohibition. They are harms to
fundamental rights and they threaten the preservation of demo-
cracy. It’s time to put in effect an ample reform of the international
conventions and the national laws on drugs, in order to legalize
the production, distribution and consumption of all psychoactive
substances. 2nd part.
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ABRAMOS
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um
policial
dorme
em
cada
um
de
nós
é
necessário
matá-lo
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NU-SOL
Publicações do Núcleo de Sociabilidade Libertária, do Programa de
Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP.
Aulas-teatro
Emma Goldman na Revolução Russa, 2007
Eu, Émile Henry, 2007
Foucault, 2008
[Aula-teatro 4 em outubro/novembro de 2008]
DVD
Ágora, agora, edição de 8 programas da série PUC ao vivo.
Vídeos
Libertárias, 1999
Foucault-Ficô, 2000
Um incômodo, 2003
Foucault, último, 2004
Manu-Lorca, 2005
A guerra devorou a revolução. A guerra civil espanhola, 2006
Cage, poesia, anarquistas, 2006
CD-ROM
Um incômodo, 2003 (artigos e intervenções artísticas do Simpósio Um
incômodo).
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Livros
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Identificação:
Resumo:
Notas explicativas:
Citações:
I) Para livros:
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Revista Verve
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Veja também...
Revista Utopia
Publicação da Associação Cultural A VIDA
www.utopia.pt
Portugal
Letralivre
Revista de cultura libertária, arte e literatura
Robson Achiamé, Editor
www.achiame.net
Brasil
El Libertário
Vócero ácrata de ideas y propuestas de acción
www.nodo50.org/ellibertario
Venezuela
El Libertário
Publicación de la Federación Libertaria Argentina.
www.flying.to/fla
www.anarquia.org.ar (versão digital realizada pelo Colectivo Libertario Mar
del Plata
Argentina
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s
as
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as
paredes
têm
OUVIDOS
os
SEUS
ouvidos
TÊM
PAREDES
AINDANÃOACABOU