Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE — Guia de prevenção e boas práticas
Riscos de segurança
e saúde no trabalho
no setor da saúde
Guia de prevenção e boas práticas
http://ec.europa.eu/social www.facebook.com/socialeurope
O programa é executado pela Comissão Europeia. Foi criado para financiar a realização dos objetivos da
União Europeia nas áreas do emprego, dos assuntos sociais e da igualdade de oportunidade e, deste modo,
contribuir para a concretização dos objetivos da estratégia «Europa 2020» nestes domínios.
Previsto para sete anos, o programa dirige-se a todos os intervenientes aptos a contribuir para a elaboração
de legislação e a adoção de medidas políticas apropriadas e eficazes em matéria social e de emprego na
EU-27, nos países EFTA-EEE e nos países candidatos e pré-candidatos à UE.
Comissão Europeia
Unidade B3
Para qualquer utilização ou reprodução das fotos não abrangidas pelos direitos de autor da União Europeia, deve ser
solicitada autorização diretamente ao(s) detentor(es) dos direitos de autor.
Bundesanstalt fur Arbeitsschutz und Arbeitsmedizin (BAuA — Instituto Federal de Segurança e Saúde no Trabalho);
Berufsgenossenschaft für Gesundheitsdienst und Wohlfahrtspflege (BGW — Instituição de Seguros e Prevenção de
Acidentes nos Serviços de Saúde e Proteção Social); Contec Gesellschaft für Organisationsentwicklung mbH; Deutsches
Netz Gesundheitsfordernder Krankenhäuser gem. e.V. (DNGfK — Rede Alemã de Hospitais Promotores de Saúde); BAD/
Team Prevent GmbH
00 800 6 7 8 9 10 11
(*) Alguns operadores de telefonia móvel não permitem o acesso aos números iniciados por 00 800 ou cobram
essas chamadas
Encontram-se disponíveis outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa (http://europa.eu)
ISBN 978-92-79-26836-6
doi:10.2767/78438
Introdução e visão 11
2.3. Que aspetos se devem ter em conta antes de iniciar a avaliação dos riscos? 28
2.5. Inclusão dos aspetos relacionados com o género na avaliação dos riscos 34
2.7. Ligações 40
2.10. Bibliografia 43
2.11. Exemplo de uma avaliação dos riscos baseada na movimentação manual dos doentes 44
3. Riscos biológicos 49
3.1. Introdução 50
3
3.4. Gravidez 101
4
5.2.4. Efeitos sobre a saúde e a segurança 182
5.2.5. Medidas gerais de prevenção e proteção 183
5.2.6. Descrição de técnicas e procedimentos de prevenção específicos 184
Anexo 217
5
6. Riscos químicos 219
6.1. Introdução 220
Impressão 265
Anexos 269
Anexo 1: Lista de abreviaturas e acrónimos 270
6
Preâmbulo
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Contexto
O grupo de trabalho aprovou um projeto de parecer que foi apresentado para debate
e posteriormente aprovado pelo Comité, que considerou haver várias iniciativas susce-
tíveis de serem tomadas a nível da União. Tendo debatido as várias opções disponíveis,
o comité concluiu que todos os riscos profissionais para a segurança e a saúde no setor
da saúde já estão adequadamente cobertos pela diretiva-quadro, a Diretiva 89/391/
/CEE do Conselho, de 12 de junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas
(1) JO L 183 de 29.6.1989, a promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho (1), e
p. 1 a 8. por outras diretivas relativas à segurança e saúde no trabalho.
8
PREÂMBULO
Além disso, decidiu que se devia dar prioridade à produção, a nível comunitário, de um
guia de prevenção e boas práticas para os trabalhadores hospitalares, centrado nos
riscos mais significativos do setor, designadamente:
a) agentes biológicos;
b) lesões músculo-esqueléticas;
d) agentes químicos.
Estes grupos de risco são abordados, no presente guia, do ponto de vista da segurança
e saúde no trabalho (SST), sem atender a quaisquer considerações de saúde pública,
exceto quando estas têm implicações para a SST. Alguns riscos potenciais foram exclu-
ídos por já estarem abrangidos pelo âmbito de aplicação de outras disposições legis-
lativas da União Europeia em vigor.
9
Introdução
e visão
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
12
1
A prevenção
e promoção
da saúde como
tarefa de gestão
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
A segurança e saúde no trabalho deve ser, assim, encarada como um importante obje-
tivo empresarial da organização, par a par com a qualidade, a satisfação dos clientes,
a produtividade, o crescimento e a rentabilidade. A melhor forma de proporcionar aos
trabalhadores condições de trabalho seguras e saudáveis é integrar a SST num sistema
de gestão da qualidade. A avaliação dos riscos é um processo contínuo, que tem de ser
repetido com frequência, devendo os seus resultados ser documentados e integrados
pela direção do estabelecimento no seu planeamento estratégico.
14
1 A PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO TAREFA DE GESTÃO
«Cada trabalhador deve, na medida das suas possibilidades, cuidar da sua segurança e (4) Guidelines on occupa-
saúde, bem como da segurança e saúde das outras pessoas afetadas pelas suas ações tional health and safety
management systems,
ou omissões no trabalho, de acordo com a sua formação e as instruções dadas pela sua OIT-SST, Genebra, 2001,
entidade patronal». p. 11.
15
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Uma abordagem de gestão estruturada garante uma avaliação exaustiva dos riscos
e a introdução e prossecução de métodos de trabalho seguros e análises periódicas
para assegurar que estas medidas se mantêm adequadas. Descreve-se, a seguir, um
modelo de gestão típico (5).
• Consultas sobre experiência dos trabalhadores relativamente aos riscos para a saúde
existentes.
16
1 A PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO TAREFA DE GESTÃO
A segurança e saúde no trabalho não é apenas afetada por fatores internos: importa
assegurar igualmente que os produtos comprados e utilizados pela empresa cum-
prem os requisitos de segurança e saúde no trabalho estabelecidos. Além disso, o
modo como as substâncias perigosas devem ser manipuladas nas rotinas quotidianas
da empresa deve ser registado por escrito.
Segurança e saúde no trabalho: uma parte integrante das tarefas e funções de gestão
Qualquer avaliação das medidas de segurança e saúde no trabalho deve ter em conta
as seguintes informações:
17
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Construção 6 913
Transportes, armazenagem
4 056
e comunicações
Alojamento e restauração
3 280
(restaurantes e similares)
Comércio por grosso e a retalho; 2 469
reparações por 100 000 pessoas empregadas
(6) The social situation in Fonte: Eurostat — Estatísticas europeias 0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 0000
the European Union de acidentes no trabalho (ESAW).
2005-2006, p. 114,
http://bookshop.
europa.eu/en/the- Não estão disponíveis informações sistemáticas sobre os custos dos acidentes e outros
social-situationin-the-
problemas de saúde relacionados com o trabalho. Por conseguinte, o Eurostat realizou
europeanunion-2005-
2006-pbKEAG06001/. um estudo com o intuito de desenvolver um modelo-piloto para calcular os custos dos
acidentes de trabalho, que no ano 2000 terão ascendido, segundo as estimativas, a 55
(7) Statistical analysis of mil milhões de euros na EU-15. Este valor refere-se apenas aos custos indicados pelas
socio-economic costs of
accidents at work in the
empresas e deveu-se maioritariamente (88%) a tempo de trabalho perdido (custos
European Union, http:// laborais), não tendo sido contabilizados os custos relativos às vítimas (7).
epp.eurostat.ec.europa.
eu/cache/ITY_OFFPUB/
KS-CC-04-006/EN/KSCC-
Um estudo alemão concluiu que os custos das doenças induzidas pelo trabalho se
04-006-EN.PDF poderiam estimar, no mínimo, em 28 mil milhões de euros por ano (estimativa base-
ada em dados relativos a 1998). Esses custos foram calculados por baixo, apenas com
(8) Bödeker, W., H. Friedel, base nos problemas causados pelas cargas físicas, e incluíam custos diretos no mon-
Chr. Röttger and
A. Schröer, Kosten tante de 15 mil milhões de euros (tratamento de doenças) e custos indiretos no valor
arbeitsbedingter de 13 mil milhões de euros (perda de anos de trabalho devido a incapacidade para o
Erkrankungen trabalho). Os fatores mais significativos neste domínio são a dificuldade em levantar
in Deutschland,
Wirtschaftsverlag cargas e a restrição dos movimentos. Os custos mais elevados são imputáveis às doen-
NW Verlag für ças do sistema músculo-esquelético e do aparelho digestivo, bem como aos acidentes
neue Wissenschaft, de trabalho (8).
Bremerhaven, 2002
(Série de publicações
do Instituto Federal de Alguns estudos posteriormente publicados, sobretudo nos Estados Unidos, analisam
Segurança e Saúde no a eficiência comercial da prevenção e promoção da saúde no local de trabalho, tendo
Trabalho: Relatório de
Investigação, Fb 946), concluído que foi nos custos com as doenças e o absentismo por elas provocado que as
ISBN: 3-89701-806-3. empresas registaram economias mais significativas. A rendibilidade do investimento
18
1 A PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO TAREFA DE GESTÃO
na eliminação desses custos varia, segundo os estudo publicados, entre 1 para 2,3 e 1 (9) Kreis, J. e W. Bödeker,
Gesundheitlicher
para 1,59 (isto é, por cada dólar investido na proteção da saúde numa empresa há um
und ökonomischer
retorno de 2,3 a 5,9 dólares dos Estados Unidos para a empresa) (9). Nutzen betrieblicher
Gesundheitsförderung
und Prävention.
Os estudos realizados por Chapman (10) demonstraram que, em média, as medidas de
Zusammenstellung
promoção da saúde no local de trabalho permitem reduzir em 26,1% os custos com as der wissenschaftlichen
doenças e em 26,8% os do absentismo por doença. Evidenz, IGA- Report 3,
in: Kramer, I. e outros.
(2008).
Nem todas as medidas de promoção da saúde no local de trabalho são igualmente
eficazes. As medidas de prevenção que se limitam à comunicação de conhecimento e (10) Chapman, L. S.,
informação sob a forma de instruções pouco ou nada contribuem para reduzir as quei- «Metaevaluation
of worksite health
xas de saúde e, consequentemente, o absentismo. Os programas multicomponentes promotion economic
de eficácia comprovada combinam as medidas de prevenção de caráter comporta- return studies: 2005
mental (cursos de formação, programas de exercícios) com as intervenções de caráter update», The Art of
Health Promotion 6 (6):
ergonómico (prevenção circunstancial), por exemplo ajudas técnicas para levantar e 1-10, in: Kramer, I. e
transportar cargas ou alterações da organização do trabalho (11). outros (2008).
Os programas específicos de cessação do tabagismo, prevenção do alcoolismo e pre- (11) Ver Kramer, I. (2008),
p. 70 a 72.
venção dos riscos psicossociais também se revelaram particularmente vantajosos em
termos de custo-eficácia no que respeita ao problema do absentismo. (12) Lueck, P., G. Eberle e
D. Bonitz, Der Nutzen
des betrieblichen
Os resultados de um inquérito a empresas alemãs com muitos anos de experiência
Gesundheits-
na promoção da saúde no local de trabalho mostraram claramente que «um sistema managements aus der
empresarial de gestão sustentada da saúde não só melhora o estado de saúde dos Sicht von Unternehmen,
in Badura, B. e outros
trabalhadores como também afeta positivamente a rentabilidade e a competitividade
(2008), p. 77 a 84.
da empresa. A chave do êxito, neste caso (…) é melhorar a informação interna, a par-
ticipação e a cooperação aos vários níveis, ou seja os processos fulcrais do sistema de
gestão da saúde de uma empresa» (12).
19
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Nota importante Em conclusão: numa empresa moderna, a política de saúde no trabalho é indispensável não só
por motivos relacionados com o direito do trabalho, mas também do ponto de vista da concor-
rência, e deve tornar-se parte integrante da gestão empresarial.
Bibliografia
Badura, B., H. Schröder e C. Vetter (eds), Fehlzeiten-Report 2008 — Betriebliches
Gesundheitsmanagement: Kosten und Nutzen, Springer Medizin Verlag, Heidelberg,
2008, p. 65 a 76) (ISBN 978-3-540-69212-6).
Comissão Europeia, The social situation in the European Union 2005-2006, Serviço das
Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo, 2007.
Outras ligações
Sítio web sobre a segurança e saúde no trabalho e a responsabilidade social das empre-
sas (referências a numerosos sítios web e fontes nacionais): http://osha.europa.eu/en/
topics/business/csr/initiatives.stm/.
20
1 A PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE COMO TAREFA DE GESTÃO
Na década de 1990, o hospital St. Elisabeth (St. Elisabeth Ziekenhuis, EZ) de Til-
burg, Países Baixos, procurou afirmar-se como um bom empregador e oferecer
condições de trabalho seguras e saudáveis aos seus trabalhadores. Na sequência
das alterações legislativas introduzidas em meados da década de 1990 o EZ deci-
diu, assim, incorporar a segurança e saúde na sua política empresarial.
Boas práticas
Foi por isso criado um novo cargo de coordenador em matéria de segurança e saúde,
tendo este sido nomeado com a incumbência de proceder à gestão sistemática das
atividades abrangidas pela sua esfera de competências.
Nos últimos anos, a segurança e saúde no trabalho adquiriu uma posição proeminente
nas atividades do hospital e as preocupações neste domínio estão agora explicita-
mente incluídas não só nos processos de compra, reconstrução e novas obras, mas
também na própria estratégia política, tendo levado, por exemplo, à aquisição de bal-
cões ergonómicos, à criação de postos de trabalho seguros nos laboratório e à utiliza-
ção de mobiliário ergonómico. Os investimentos têm prioridade sobre os custos: o EZ
tem plena consciência deste facto e demonstra-o, já estando acreditado desde 2006.
21
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Desde 2008 que, nos Países Baixos, é obrigatório cuidar sistematicamente da segu-
rança dos doentes, sendo o EZ um dos poucos hospitais neerlandeses que incluem os
Boas práticas
trabalhadores nesse compromisso, atendendo ao facto de a segurança das condições
de trabalho e a segurança dos doentes serem coincidentes, por exemplo, quando se
utilizam medicamentos citostáticos ou é necessário levantar os doentes.
O hospital St. Elisabeth é um hospital universitário de média dimensão, que presta cui-
dados de saúde altamente especializados. Este importante hospital oferece programas
de ensino e pedagógicos em sentido lato, prestando cuidados de elevada qualidade
aos doentes e desempenhando um papel importante na investigação médico-cientí-
fica aplicada, organizando programas de doutoramento para médicos especialistas já
formados e em formação.
O hospital serve os 435 000 habitantes da sua zona. Por ano, passam 347 000 doentes
pelas suas consultas externas, 44 000 são internados, e 30 000 registados no serviço de
urgências. O hospital tem 3 100 trabalhadores e 559 camas.
22
2
Como realizar
uma avaliação
dos riscos?
2.1. Introdução
2.2. Funções e responsabilidades
2.3. Que aspetos se devem ter em conta antes de iniciar a avaliação
dos riscos?
2.4. Como iniciar a avaliação dos riscos?
2.5. Inclusão dos aspetos relacionados com o género na avaliação dos riscos
2.6. Descrição de boas práticas empresariais
2.7. Ligações
2.8. Diretivas da União Europeia aplicáveis
2.9. OiRA: Instrumento interativo de avaliação dos riscos em linha da EU-OSHA
2.10. Bibliografia
2.11. Exemplo de uma avaliação dos riscos baseada na movimentação manual
dos doentes
2.12.
Exemplo de uma avaliação dos riscos baseada na desinfeção
de superfícies
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
2.1. Introdução
O presente guia de prevenção e boas práticas nos hospitais e no setor da saúde está
centrado nos riscos mais significativos existentes no setor, designadamente:
–– agentes biológicos;
–– lesões músculo-esqueléticas;
–– agentes químicos.
24
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
• dispor de uma avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho, incluindo
os respeitantes aos grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais;
• aplicar as medidas necessárias com base nos princípios gerais de prevenção a seguir
enunciados, ver caixa de texto «Diretiva-Quadro 89/391/CEE, artigo 6.º, n.º 2», p. 26;
A participação dos trabalhadores é não só um direito que lhes assiste, mas também
fundamental para conferir eficácia e eficiência à gestão da segurança e saúde no tra-
balho por parte dos empregadores. Os trabalhadores conhecem não só os problemas
mas também os recursos necessários, quando executam as suas tarefas ou atividades.
25
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
2. A entidade patronal aplicará as medidas previstas no primeiro parágrafo do número anterior com
base nos seguintes princípios gerais de prevenção:
a) evitar os riscos;
d) adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de traba-
lho, bem como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produ-
ção, tendo em vista, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e
reduzir os efeitos destes sobre a saúde;
g) planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho,
as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho;
• apresentarem propostas;
02 A avaliação dos riscos • serem envolvidos no processo de decisão das medidas de prevenção e de proteção
deve ter em conta os
a adotar;
grupos particular-
mente sensíveis
• receberem informações e formação simultaneamente suficientes e adequadas em
matéria de segurança e saúde, nomeadamente sob a forma de informações e instru-
ções específicas para o seu local de trabalho.
26
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
Os trabalhadores devem:
• cuidar, na medida das suas possibilidades, da sua segurança e saúde, bem como da
segurança e saúde das outras pessoas afetadas pelas suas ações ou omissões no
trabalho, de acordo com a sua formação e as instruções dadas pela sua entidade
patronal;
»» contribuir, de acordo com as práticas nacionais, pelo período de tempo que for
necessário, para permitir que a entidade patronal assegure que o posto de traba-
lho e as condições de trabalho sejam seguros e isentos de riscos para a segurança
e a saúde dentro do seu campo de atividade.
03 Os trabalhadores
devem respeitar as
instruções dadas pela
entidade patronal
27
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
28
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
81
EN
E u r o p e a n A g e n c y f o r S a f e t y a n d H e a l t h a t W o r k
ISSN 1681-2123
Etapa 3 — Decisão sobre medidas preventivas: T-O-P Risk assessment — the key to healthy workplaces
Why carry out a risk How to assess the risks?
assessment? For most businesses, a straightforward five-step (4) approach to
Ever y few minutes risk assessment should work well. However, there are other
somebody in the EU methods that work equally well, particularly for more complex
em risco
of all aspects of work that considers:
■ what could cause injury or harm, For each hazard it is important to be clear about who could be
■ whether the hazards could be eliminated and, if not, harmed; it will help in identifying the best way of managing the
■ what preventive or protective measures are, or should be, in risk. This doesn’t mean listing everyone by name, but identifying
place to control the risks (1). groups of people such as ‘people working in the storeroom’ or
‘passers-by’. Cleaners, contractors and members of the public may
Employers have a general duty to ensure the safety and health of
also be at risk.
workers in every aspect related to work and to carry out a risk
assessment. The EU framework directive (2) highlights the key role Particular attention should be paid to gender issues (5) and to
played by risk assessment and sets out basic provisions that must groups of workers who may be at increased risk or have particular
be followed by every employer. Member States, however, have the requirements (see box). In each case, it is important to identify
right to enact more stringent provisions to protect their workers how they might be harmed, i.e. what type of injury or ill health
(please check the specific legislation of your country) (3). may occur.
Como já foi dito, a avaliação dos riscos baseia-se nas tarefas realizadas nas
(1) Guidance on risk assessment at work, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, 1996.
(2) Council Directive 89/391/EEC of 12 June 1989 on the introduction of measures to encourage improvements in the safety and health of workers at work.
(3) Ireland: www.hsa.ie; Malta: www.ohsa.org.mt; United Kingdom: www.hse.gov.uk/risk/index.htm
(4) Whether the risk assessment process in your country is divided into more or fewer steps, or even if some of the five steps are different, the guiding principles should
be the same.
etc., proporcionam uma primeira impressão dos eventuais riscos e perigos 04 As cinco etapas de
relacionados com essas tarefas. Paralelamente a estes documentos, as informações uma avaliação dos
mais importantes podem ser fornecidas pelos trabalhadores, que devem ser inquiri- riscos são descritas
na ficha técnica 81 da
dos sobre a sua segurança e saúde no trabalho, e os seus locais de trabalho visitados EU-OSHA
para se obter uma perceção direta das condições de trabalho existentes. É importante
que lhes seja perguntado o que pode ser melhorado para melhorar a organização do
trabalho e torná-la mais segura e mais saudável.
Os riscos biológicos, músculo-esqueléticos, psicossociais e químicos são riscos e perigos pro- Nota importante
fissionais bem conhecidos no setor da saúde. Entre os riscos específicos que importa abordar,
figuram, por exemplo:
• a manipulação de sangue e produtos derivados de sangue, incluindo agulhas e outros obje-
tos cortantes;
• a exposição a agentes químicos e substâncias perigosas, incluindo agentes de limpeza e
desinfetantes;
• a pressão provocada por fatores temporais, volume de trabalho elevado e conflitos interpes-
soais;
• a coação ou a violência no local de trabalho;
• o trabalho por turnos, em fins de semana e noturno;
• a movimentação manual de doentes e o levantamento, impulsão e tração de cargas;
• a conceção ergonómica dos locais de trabalho.
29
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Serão eles:
a) Negligenciáveis?
b) Aceitáveis por algum tempo?
c) Inaceitáveis?
30
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
É melhor fornecer aos trabalhadores mesas de altura regulável do que ministrar- Exemplo:
-lhes formação sobre o modo de descontraírem os músculos das costas, quando
sofrem contraturas por estarem todo o dia sentados a uma secretária demasiado
alta ou baixa.
Importa considerar a forma como as medidas técnicas, organizativas e de caráter Nota importante
pessoal/individual podem funcionar em conjunto.
As melhorias necessárias indicadas pela avaliação dos riscos devem ser planeadas à luz Nota importante
do que deve ser feito para eliminar ou controlar os riscos, das pessoas que devem executar
essas ações e dos prazos a cumprir, devendo fixar-se um calendário em conjunto com todas
as pessoas envolvidas.
Plano de hierarquização
Prioridade Tarefa Risco Medidas Quem Prazo Data
executada identificado adequadas é responsável? de controlo/
(T-O-P) /revisão
1.
2.
3.
4.
31
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
A avaliação dos riscos deve ser documentada. A documentação deve incluir as con-
clusões da análise dos riscos, as melhorias efetuadas e os resultados da avaliação
das melhorias. Que riscos para os trabalhadores foram identificados? Quão elevado
é o perigo da exposição a esses riscos? O risco é negligenciável, aceitável por algum
tempo ou inaceitável? Que medidas foram tomadas e que medidas estão previstas
para o futuro? Quem é responsável pela aplicação das medidas? Até quando deverão
elas ser tomadas e como será a sua eficácia avaliada?
Acompanhamento
As medidas aplicadas também devem ser acompanhadas e revistas para assegurar que são
Nota importante
eficazes e não criam riscos adicionais. Por exemplo, por um lado a utilização de desinfetantes
protege os trabalhadores de riscos biológicos como bactérias, mas por outro lado aumenta o
risco de problemas cutâneos, sendo necessárias medidas complementares, por exemplo uma
proteção apropriada da pele.
Revisão
32
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
07 A tecnologia pode
ser utilizada para me-
lhorar as condições
de trabalho, mas será
que também causa
novos problemas?
33
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• Encorajar as mulheres a assinalar fatores que, em sua opinião, podem afetar a sua
segurança e saúde no trabalho, bem como os problemas de saúde que possam estar
relacionados com o trabalho.
• Considerar com espírito crítico o peso das cargas a movimentar e a frequência com
que são movimentadas.
Etapa 5 — Documentação,
Ceramics sector Repetitive movements; Glazes, lead, silica dust Stress associated with
manual handling repetitive assembly line work
a dimensão do género
postures; excessive sitting repetitive work
Education Infectious diseases, e.g. Prolonged standing; voice Poor indoor air quality ‘Emotionally demanding
acompanhamento e revisão
respiratory, measles problems work’, violence
Hairdressing Strenuous postures, repetitive Chemical sprays, dyes, etc. Stress associated with dealing
movements, prolonged with clients; fast paced work
(http://osha.europa.
eu/pt/publications/
• Garantir que as mulheres participem no processo de revisão.
(1) ‘Adapting to change in work and society: A new Community strategy on health and safety at work, 2002–06’. Communication from the European Commission, COM(2002) 118 final
EN
factsheets/43/)
h t t p : / / a g e n c y . o s h a . e u . i n t
34
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
Boas práticas
sultas externas. Na entrevista que se
segue, Christel van Neerven, diretora
do departamento de segurança e
saúde no trabalho, e Monique Pullen,
consultora em matéria de segurança
e saúde no trabalho, descrevem o
processo de avaliação dos riscos em
vigor no hospital.
Christel van Neerven, Monique Pullen, consul-
diretora do departamento tora em matéria de segu-
Entrevistador: Como avaliam os riscos Segurança e Saúde no rança e saúde no trabalho
Trabalho
no local de trabalho? Realizam uma ava-
liação dos riscos todos os anos ou de
forma frequente?
35
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Christel van Neerven: As medidas devem ser tomadas pelos chefes de equipa e pelos
Boas práticas
diretores dos departamentos, inscrevendo-os nos planos executivos, que incluem um
calendário de acompanhamento com o conselho de administração do hospital. Ao
fim de um ano, têm de apresentar relatórios sobre a aplicação ou não aplicação dos
planos.
Christel van Neerven: Quando formulamos uma política relativa a qualquer assunto,
também pedimos sempre aos trabalhadores que têm de a aplicar para observarem
determinadas regras. As informações que nos fornecem sobre essa aplicação são
importantes para nós.
Monique Pullen: Nós dependemos das informações que eles nos facultam, uma vez
que estão no terreno e enfrentam os riscos. Podem fornecer-nos informações corretas
e, muitas vezes, dão-nos sugestões excelentes. Após a avaliação dos riscos, elabora-
mos um relatório e debatemo-lo com o chefe de equipa ou com o chefe de secção,
sugerindo-lhes sempre que o debatam com os seus subordinados. Na realidade, é
obrigatório que o façam, mas também o sugerimos. Às vezes, vamos explicar os resul-
tados depois de efetuada a avaliação dos riscos.
Entrevistador: Então as entrevistas são orientadas em função das tarefas. Têm uma
lista dos riscos relacionados com as tarefas?
36
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
Boas práticas
apresentar.
Entrevistador: Qual é a origem da lista de riscos? É fornecida pelo hospital ou por uma
agência externa? Quem define o método?
Christel van Neerven: Estamos a fazer muitas obras de reconstrução e vêm aqui tra-
balhar muitos tipos de empresas. Observamos, com frequência, que elas não tomam
precauções suficientes e que podem ocorrer acidentes. Nesses casos, estabelecemos
acordos com o departamento de equipamentos sobre o que temos de fornecer para
37
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Boas práticas
esses trabalhadores poderem trabalhar num ambiente seguro. Também tivemos mui-
tas quedas acidentais na cozinha devido a um novo pavimento. A nossa cozinha é
muito grande e o pavimento era muito escorregadio. Tentámos descobrir a causa e o
que podíamos fazer para a remediar. Tínhamos de mudar o pavimento ou o método
de limpeza? Se tudo isso for feito e subsistirem riscos, fornecemos às pessoas calçado
seguro. Outro exemplo foi um acidente com medicamentos citostáticos. Temos uma
política em relação a esses medicamentos, mas há dois anos tivemos alguns aci-
dentes com a bomba de citostáticos e alguns incidentes em que estes explodiram,
espalhando-se por todo o lado e atingindo o enfermeiro. As bombas eram demasiado
velhas. Investigámos a questão a fundo e comprámos bombas novas para todo o hos-
pital. Este é um bom exemplo dos acidentes ocorridos, mas também de como fun-
ciona este estabelecimento. Os nossos conselhos são levados a sério.
Entrevistador: Que experiência têm tido na aplicação das medidas? Tiveram apoio da
administração ou depararam com dificuldades?
Monique Pullen: Não, e isso também se deve à nossa forma de atuar. Muitas coisas já
funcionavam muito bem e por isso dissemos-lhes que as mantivessem, porque esta-
vam muito bem. Também obtivemos uma perspetiva melhor falando com eles sobre
as medidas adicionais que podiam tomar e aconselhámo-los sobre as atividades que
poderiam melhorar.
Entrevistador: Qual consideram ser a base para uma boa relação de respeito mútuo?
38
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
Boas práticas
Entrevistador: Lembra-se de um desses pequenos resultados?
Christel van Neerven: Foram pequenas coisas. Portas que não fechavam bem.
Problemas com o pavimento. Problemas com os computadores. Deu muito trabalho,
mas ao fim de um ano ouvi alguém dizer: «Liguei para o gabinete de segurança e
saúde no trabalho porque o meu colega me disse que é para lá que temos de ligar se
queremos ver resultados». E pensei: «Era isto que eu queria». É a partir desse ponto que
se cresce. Essa foi a primeira fase.
Christel van Neerven: Através das auditorias internas de gestão da qualidade. Temos
uma auditoria externa com intervalos de poucos anos. A auditoria interna é realizada
anualmente.
Entrevistador: Como alteram as medidas? Com base nas conversas com os chefes de
equipa?
Monique Pullen: Sim, e em conjunto com os trabalhadores. Inquirimos por que razão
não utilizam qualquer coisa e tentamos averiguar que medidas se adequam à secção
em causa. De outro modo poderão nunca as aplicar, tentamos ter isso em consideração.
Monique Pullen: Eles podem formar redes e colocar perguntas. Às vezes, desenvol-
vem algo numa secção que pode ser útil noutra secção. Também temos períodos em
que experimentamos instrumentos e é necessário que os trabalhadores os avaliem.
Nós podemos aconselhá-los, mas eles também têm responsabilidade nessa matéria.
39
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
2.7. Ligações
1 E-fact 18 — Risk EU-OSHA Este artigo descreve os fatores de risco específicos do setor da saúde e as etapas
assesment in concretas da avaliação dos riscos.
health care http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact18
2 Factsheet 43 EU-OSHA A abordagem neutra em termos de género na avaliação dos riscos e na prevenção
— Integrar pode fazer com que os riscos incorridos pelas mulheres sejam subestimados ou
a dimensão mesmo ignorados. Num quadro, são ilustrados alguns exemplos de perigos e riscos
do género na nas chamadas áreas de trabalho feminino.
avaliação dos http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/43
riscos
3 Factsheet 80 EU-OSHA A segurança e a saúde dos trabalhadores são protegidas na Europa através de uma
— Avaliação de abordagem baseada na avaliação e na gestão dos riscos. Mas para que seja possível
riscos: funções efetuar uma avaliação eficaz dos riscos no local de trabalho, todos os interessados
e responsabili- devem conhecer bem o contexto jurídico, os conceitos, o processo de avaliação
dades dos riscos e as funções que competem aos principais agentes que participam no
processo.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/80
4 Factsheet 81 EU-OSHA A avaliação de riscos constitui a base de uma gestão eficaz da segurança e da saúde
— Avaliação de e é fundamental para reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. Se
riscos: a chave for bem realizada, esta avaliação pode melhorar a segurança e a saúde, bem como,
para locais de de um modo geral, o desempenho das empresas.
trabalho segu- http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/81
ros e saudáveis
5 Risk assessment EU-OSHA Esta publicação contém listas de controlo relativas a uma vasta gama de perigos para
essentials ajudar a avaliar os riscos no local de trabalho, designadamente os riscos causados
pelas substâncias químicas, o stresse e as superfícies escorregadias.
http://osha.europa.eu/en/campaigns/hwi/about/material/rat2007
7 E-fact 20 — EU-OSHA Os laboratórios envolvem uma maior variedade de perigos do que a maioria dos
Checklist for locais de trabalho. A presente e-fact debruça-se especificamente sobre a segurança
the prevention nos laboratórios químicos e biológicos, descrevendo a legislação da União Europeia
of accidents in aplicável à segurança laboratorial, com destaque para os perigos químicos e bioló-
laboratories gicos, às trabalhadoras grávidas e aos trabalhadores jovens. Resume os perigos com
que os trabalhadores dos laboratórios se podem confrontar e apresenta exemplos
de acidentes graves que poderiam ter sido evitados com a adoção de medidas de
segurança adequadas. Conclui com um conjunto de listas de controlo para ajudar os
trabalhadores dos laboratórios a avaliarem os eventuais riscos e a monitorizarem os
processos de segurança.
http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact20
8 E-fact 28 — EU-OSHA As lesões músculo-esqueléticas (LME) constituem um grave problema entre os funcio-
Técnicas de nários hospitalares, em especial, o pessoal de enfermagem. As lesões dorso-lombares
mobilização e as lesões nos ombros constituem as principais preocupações, podendo ser ambas
de doentes extremamente debilitantes. A profissão de enfermeiro tem-se revelado como uma das
para prevenir profissões de maior risco no que respeita a dores dorso-lombares. A causa principal
lesões músculo- de LME está relacionada com as tarefas de mobilização de doentes, como o levante, a
-esqueléticas transferência e o posicionamento de doentes. Este artigo apresenta recomendações e
na prestação exemplos destinados ao pessoal de enfermagem e pretende ajudar a reduzir o número
de cuidados de e a gravidade de LME resultantes de atividades de mobilização de doentes.
saúde http://osha.europa.eu/pt/publications/e-facts/efact28
40
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
9 Relatório: EU-OSHA Este relatório resume um workshop realizado em 15 de junho de 2004 em Bruxelas.
Mainstreaming O seminário tinha por objetivos trocar informações sobre as questões específicas de
gender into género, nomeadamente sobre uma abordagem que tenha em conta a dimensão do
occupational género e a sua integração na segurança e saúde, e promover o debate e o intercâm-
safety and bio de pontos de vista sobre essas questões entre a União Europeia, as autoridades
health nacionais, os parceiros sociais e os peritos. O relatório inclui propostas para o desen-
volvimento das questões de género no domínio da segurança e saúde no trabalho.
http://osha.europa.eu/en/publications/reports/6805688
10 Safety and EU-OSHA Boas práticas para as empresas, os parceiros sociais e as organizações. Apresentação
health at work da iniciativa «Local de trabalho saudável», para proporcionar às entidades patro-
is everyone’s nais e aos trabalhadores um acesso fácil a informações de qualidade sobre saúde e
concern: Good segurança.
practice for http://osha.europa.eu/en/publications/other/brochure2007
enterprises,
social partners
and organisa-
tions
12 Factsheet 42 EU-OSHA Existem diferenças substanciais nas condições de trabalho das mulheres e dos
— Problemá- homens que se repercutem nas respetivas saúde e segurança no trabalho. Um dos
tica do género objetivos de «A estratégia comunitária de saúde e segurança no trabalho» é a inte-
na segurança gração da dimensão do género nas atividades de segurança e saúde no trabalho.
e saúde no Para apoiar este objetivo, a Agência elaborou um relatório de análise das diferenças,
trabalho em função do género, da ocorrência de ferimentos e da prevalência de doenças de
origem profissional e da falta de conhecimentos e das respetivas implicações para a
melhoria da prevenção dos riscos.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/42
13 Factsheet 29 EU-OSHA Segundo dados europeus, a taxa de acidentes de trabalho no setor da saúde é 34%
— Em linha: superior à média da União Europeia. Além disso, o setor da saúde apresenta uma
boas práticas elevada taxa de incidência de distúrbios músculo-esqueléticos relacionados com o
em matéria de trabalho, apenas precedido do setor da construção. Esta ficha técnica é uma intro-
segurança e dução básica à segurança e saúde ocupacionais no setor da saúde, e indica como
saúde para o aceder a informações relacionadas com o setor no sítio web da Agência.
setor da saúde http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/29
14 Factsheet 53 EU-OSHA As pessoas com deficiência devem receber igual tratamento no trabalho, o que
— Garantir a inclui a igualdade em termos de segurança e saúde no trabalho. As pessoas com
segurança e deficiência são abrangidas pela legislação europeia em matéria de anti-discrimina-
a saúde dos ção e de segurança e saúde no trabalho. Tal legislação, transposta pelos Estados-
trabalhadores -Membros para a legislação e disposições nacionais, deve ser aplicada no sentido de
com defici- facilitar o emprego de pessoas com deficiência, e não de as excluir.
ência http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/53
15 Trabalhadores EU-OSHA Entre as questões de segurança e saúde no trabalho que mais preocupam os traba-
idosos lhadores idosos figuram as lesões músculo-esqueléticas, as características psicosso-
ciais da atividade desenvolvida e as modalidades de organização do trabalho (por
exemplo, rotação dos turnos).
http://osha.europa.eu/pt/priority_groups/ageingworkers
41
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
16 Trabalhadores EU-OSHA Entre as questões relacionadas com a segurança e saúde no trabalho dos trabalha-
migrantes dores migrantes figuram as elevadas taxas de emprego destes trabalhadores em
setores de alto risco, as barreiras linguísticas e culturais à comunicação e à formação
em SST e o facto de trabalharem, com frequência, muitas horas extraordinárias e/ou
terem problemas de saúde, sendo, por conseguinte, mais suscetíveis de sofrerem de
lesões e doenças profissionais.
http://osha.europa.eu/pt/priority_groups/migrant_workers
17 Pessoas com EU-OSHA A EU-OSHA compilou vários recursos relacionados com a segurança e saúde no
deficiência trabalho e com as pessoas com deficiência. O sítio web pretende fornecer ligações a
informações práticas sobre as questões de SST relativas à integração e retenção de
pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
http://osha.europa.eu/pt/good_practice/priority_groups/disability
18 Jovens EU-OSHA A Agência compilou vários recursos e ligações a fontes de informação relacionadas
com a segurança e saúde no trabalho dos jovens.
http://osha.europa.eu/pt/good_practice/priority_groups/young_people
19 Factsheet 69 EU-OSHA Esta ficha técnica apresenta uma panorâmica da situação de emprego dos trabalha-
— Jovens dores jovens e das funções que desempenham, sobretudo no setor dos serviços e
trabalhadores em postos de trabalho manual pouco qualificados. Esta distribuição tem implicações
importantes para a segurança e a saúde no trabalho dos jovens devido ao conjunto
específico de condições potencialmente negativas (nomeadamente baixos salários,
sazonalidade, condições de emprego deficientes, horários de trabalho atípicos, tra-
balho por turnos, noturno e aos fins-de-semana, e trabalho com desgaste físico).
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/69
20 Factsheet 70 EU-OSHA Esta publicação procura fornecer uma análise dos perigos a que os trabalhadores
— Jovens jovens estão expostos no trabalho e quais são as consequências dessa exposição
trabalhadores a curto e a longo prazo. Muitos dos setores e atividades em que os jovens estão
empregados caraterizam-se por um elevado risco de acidentes e pela exposição a
numerosos perigos no local de trabalho. É necessário tomar medidas específicas e
direcionadas em matéria de ensino e formação, bem como nas práticas quotidianas
no local de trabalho.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/70
42
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
2.10. Bibliografia
Berufsgenossenschaft für Gesundheitsdienst und Wohlfahrtspflege (BGW), Alemanha,
8 de julho de 2009 (www.bgw-online.de).
43
44
2.11. Exemplo de uma avaliação dos riscos baseada na movimentação manual dos doentes
Área de trabalho: Unidade de cuidados 2B
Grupo profissional: Todos os trabalhadores envolvidos na prestação de cuidados aos doentes
Tarefa: Movimentação de doentes
Tarefa Perigo e pessoas Classificação Objetivo Medidas preventivas Medidas até quando e responsáveis? Acompanhamento/
em risco do risco (T-O-P) /data de revisão
Ajudar um Esforço físico das 2 Eliminação da Camas elétricas reguláveis Nos próximos dois anos para todas as unida-
doente a zonas da coluna, carga física para des de cuidados
sentar-se ombros e pes- o prestador de
na cama e coço, bem como cuidados Direção, departamento de compras
a deitar-se das articulações
de novo da mão e do Redução da Pessoal suficiente no turno para que No prazo de seis meses
braço para todos carga física para seja possível o trabalho ser feito por dois
o prestador de colegas Direção e enfermeiro-chefe
os prestadores de
cuidados envol- cuidados
Tempo suficiente que permita trabalhar de Imediatamente
vidos, devido ao
forma respeitadora da coluna vertebral e
peso e à capaci- Enfermeiro-chefe
orientada para os recursos dos doentes
dade funcional
do doente, e ao Imediatamente
Revisão da organização do fluxo de
espaço insu- trabalho
ficiente para Direção clínica e enfermeiro-chefe
circular em redor
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Informação Informação sobre a conduta segura Nas próximas seis semanas para todo o pes-
sobre os perigos soal de todas as unidades de cuidados
Formação sobre o manuseamento de
Eliminação da camas elétricas Enfermeiro-chefe, responsável pela segurança
carga física para
o prestador de Formação em formas de trabalhar respeita- No prazo de 8 semanas
cuidados doras da coluna vertebral e orientadas para
os recursos dos doentes Responsável pelos dispositivos médicos
Tarefa: Desinfeção de grandes superfícies como atividade de rotina (em que as super-
fícies são esfregadas e limpas com desinfetantes)
Na desinfeção de rotina das superfícies, estas são esfregadas e limpas com uma solu-
ção desinfetante diluída, aquosa, que pode conter substâncias perigosas. Os desinfe-
tantes de superfícies concentrados são normalmente diluídos em água para obter a
solução de aplicação à razão de aproximadamente 0,25% a 3%, consoante o tipo e a
concentração das substâncias ativas. O consumo da solução de aplicação varia entre
mais de 50 ml/m2 e menos de 100 ml/m2 da superfície de pavimento básica, mas pode
elevar-se a vários litros, no total, dependendo da amplitude da desinfeção. Esta ati-
vidade é frequente nas unidades de serviço e pode levar minutos (por exemplo, no
caso das enfermeiras) ou horas (no caso dos auxiliares de enfermagem ou do pessoal
de limpeza). Os acessórios, as superfícies de trabalho, as camas, os equipamentos e as
máquinas, etc., são desinfetados.
Os riscos cutâneos são causados pelo contacto direto com o desinfetante ou por salpi-
cos, devendo esta situação ser acautelada, sobretudo no caso de certos ingredientes
críticos que, por exemplo, podem causar sensibilização em contacto com a pele (R43).
As frases de risco aplicáveis aos ingredientes constam da secção 2 da ficha de segurança.
45
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Risco cutâneo
Risco de inalação
É possível afirmar, de forma sucinta, em relação ao risco de inalação, que este é nor-
malmente negligenciável, salvo no caso dos aldeídos.
A exposição ao álcool por inalação é negligenciável no caso dos produtos que contêm
álcool com concentrações máximas iguais ou inferiores a 10g/100g na forma concen-
trada e, portanto, que não excedem 50 mg/100g na solução de aplicação a 0,5%.
Os desinfetantes de superfícies podem conter outras substâncias ativas para além dos
ingredientes supramencionados, por exemplo, derivados do fenol. O risco específico
da substância deve ser determinado caso a caso, se esses produtos forem utilizados.
Risco de incêndio/explosão
46
2 COMO REALIZAR UMA AVALIAÇÃO DOS RISCOS?
Substituição
Existem à venda muitos produtos de desinfeção de superfícies que não têm ingredien-
tes voláteis ou que contêm substâncias com menos propriedades críticas.
A adequação de um produto menos crítico deve ser analisada. Importa ter os riscos
seguintes em conta, nomeadamente quando os desinfetantes são substituídos:
Técnicas
Organizativas
• Durante a desinfeção, deve ser assegurada uma boa ventilação, se possível cruzada,
mediante a abertura de portas e janelas.
47
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Pessoais/individuais
• Devem utilizar-se luvas adequadas, como é normalmente o caso das luvas de bor-
racha nitrílica. Tendo em conta a variedade de produtos utilizados, não podem ser
fornecidas no presente guia informações definitivas sobre as luvas de proteção. A
secção 8 da ficha de segurança em causa contém sempre indicações.
• Deve usar-se uma proteção corporal adequada, quando for previsível que o vestuá-
rio ou o calçado possam ficar ensopados.
A avaliação dos riscos tem de ser documentada e essa documentação deve incluir os
resultados da análise dos riscos, as medidas aplicadas e os resultados da avaliação das
medidas.
Acompanhamento
Os resultados das medidas têm de ser acompanhados e avaliados, podendo ser neces-
sárias alterações adicionais se elas não produzirem os resultados esperados. As medi-
das aplicadas serão acompanhadas por um ou mais trabalhadores, que responderão
perante o diretor responsável do seu departamento e/ou do hospital. É ao chefe de
equipa ou ao diretor do departamento que compete acompanhar e rever a avaliação
dos riscos.
Revisão
A avaliação deve ser revista regularmente e sempre que haja alterações importantes.
Os riscos e perigos profissionais devem ser atualizados anualmente, instituindo-se
um processo de melhoria contínua. A data fixada para rever as medidas tomadas e
reavaliar os riscos é indicada na documentação. Idealmente, os gestores responsáveis
comunicam à administração se o objetivo de prevenção ou redução de um risco foi ou
não atingido.
48
3
Riscos biológicos
3.1. Introdução
3.2. Avaliação geral dos riscos de possível exposição profissional a infeções
3.3. Avaliação específica dos riscos biológicos
3.3.1. Risco de infeções transmissíveis por via sanguínea
3.3.2. Risco de infeções transmissíveis por via aerógena
3.3.3. Risco de infeção por contacto direto e indireto
3.3.4. Descrição de boas práticas empresariais: gestão das infeções por contacto
3.3.5. Infeções especiais
3.4. Gravidez
3.5. Diretivas da União Europeia aplicáveis
3.6. Ligações
3.7. Bibliografia
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
3.1. Introdução
O pessoal do setor da saúde está mais sujeito ao risco de contrair infeções, para o
que contribuem significativamente numerosos agentes patogénicos, que podem
ser bastante díspares. Em regra, o risco é inesperado ou pouco evidente, o que
torna a avaliação dos riscos particularmente difícil.
É essencial fazer uma avaliação dos riscos para prevenir as infeções entre o pessoal que
trabalha em áreas de alto risco. Uma avaliação dos potenciais riscos deve ter em conta
os seguintes aspetos:
3. a gravidade da doença;
5. o modo de transmissão;
6. os fatores epidemiológicos.
• Grupo 1
Agente biológico com baixa probabilidade de causar doenças no Homem.
• Grupo 2
Agente biológico que pode causar doenças no Homem e constituir um perigo
para os trabalhadores; é escassa a probabilidade da sua propagação na coletivi-
dade e, regra geral, existem meios de profilaxia ou tratamento eficazes.
• Grupo 3
Agente biológico que pode causar doenças graves no Homem e constituir um
grave risco para os trabalhadores; é suscetível de se propagar na coletividade,
(16) Ver artigo 2.º da
Diretiva 2000/54/CE do muito embora se disponha geralmente de meios de profilaxia ou tratamento
Parlamento Europeu eficazes.
e do Conselho, de 18
de setembro de 2000,
relativa à proteção • Grupo 4
dos trabalhadores Agente biológico que causa doenças graves no Homem e constitui um grave
contra riscos ligados risco para os trabalhadores; pode apresentar um risco elevado de propagação
à exposição a agentes
biológicos durante o na coletividade; regra geral, não existem meios de profilaxia ou de tratamento
trabalho (sétima diretiva eficazes (16).
especial nos termos do
n.º 1 do artigo 16.º da
Diretiva 89/391/CEE)
•
(JO L 262 de 17.10.2000, Associado aos grupos de risco está um conjunto de medidas de proteção classificado
p.21 a 45). O anexo III que permite uma reação geral aos diversos níveis de perigo. No entanto, com este sis-
contém uma lista dos
agentes biológicos tema não é fácil dar uma resposta específica a uma situação conjuntural, visto que os
classificados pela União. perigos podem mudar rapidamente no setor da saúde.
50
3 RISCOS BIOLÓGICOS
01 A
entidade patronal
O sistema europeu de avaliação dos riscos exige é responsável pela
uma avaliação do potencial de risco de todos avaliação dos riscos
os agentes patogénicos suscetíveis de serem
encontrados, a divisão desses agentes em gru-
pos de risco e a definição de precauções basea-
das na análise e no agrupamento dos riscos. Se
estiverem presentes agentes patogénicos de
diversos grupos de risco, deve aplicar-se o con-
junto de precauções referentes à categoria de
risco mais elevada. Embora esta abordagem seja
eficaz, é igualmente demorada e complexa, e a
determinação das medidas de proteção a utilizar
é abstrata.
As infeções por via fecal-oral também constituem um risco, mas podem ser prevenidas
da mesma forma que as infeções por contacto.
51
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
52
3 RISCOS BIOLÓGICOS
síndrome respiratória aguda grave (SRAG) ou a gripe suína] são transmitidas aos
meios de comunicação social.
A avaliação deve:
Trata-se de medidas que devem ser tomadas no contacto com todos os doentes
para evitar a transmissão de agentes patogénicos aos doentes e aos trabalha-
dores da saúde, a fim de reduzir o risco de infeções nosocomiais. Essas medidas
prendem-se principalmente com a desinfeção higiénica das mãos, mas também
com a correta utilização de barreiras de precaução, em função das circunstâncias:
53
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
A preparação à base de álcool é esfregada em todas as zonas das mãos secas, com
especial atenção às superfícies internas e externas, incluindo os pulsos, as zonas entre
os dedos, as pontas dos dedos, os rebordos das unhas e os polegares, que devem ser
mantidos húmidos durante todo o tempo de exposição.
54
3 RISCOS BIOLÓGICOS
• antes e após qualquer contacto com os pontos de inserção de cateteres, drenos, etc;
• após contacto com doentes que possam ser uma fonte de infeção ou portadores de
agentes patogénicos especialmente relevantes para a higiene hospitalar [por exem-
plo, Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)];
• depois de remover as luvas de proteção, caso tenha ou possa ter havido contacto
com agentes patogénicos ou uma grande sujidade.
Nas situações a seguir indicadas, é necessário optar entre a desinfeção higiénica das
mãos ou a lavagem das mãos, de acordo com o risco envolvido:
55
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Antes de iniciar o trabalho e depois de o terminar, basta lavar as mãos uma vez.
Devido, sobretudo, à sua reduzida eficácia, a lavagem higiénica das mãos não é uma
alternativa à desinfeção higiénica das mãos. Se, para além desta última, a lavagem
for necessária, só deve ser realizada após a desinfeção, salvo nos casos seguintes. Se
as mãos estiverem muito sujas são, primeiramente, cuidadosamente enxaguadas e
depois lavadas, devendo ter-se o cuidado de não salpicar a área circundante e o vestu-
ário (por exemplo, em caso de sujidade causada por sangue).
O cuidado da pele das mãos e dos antebraços é um dever profissional, visto que as
mais pequenas gretas ou microtraumas são potenciais reservatórios de agentes pato-
génicos e não é possível desinfetar fiavelmente uma pele mal cuidada. Quando se
fornecem produtos para cuidar da pele e agentes para desinfetar e lavar as mãos, é
importante não só demonstrar que eles são eficazes e estão disponíveis a um preço
aceitável, mas também que o pessoal os aceita bem, o que se irá refletir no grau de
cumprimento de todas as medidas de higiene das mãos.
56
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Medidas organizativas
A entidade patronal não pode confiar tarefas que impliquem um possível risco de infe-
ção a trabalhadores jovens, ou a trabalhadoras grávidas ou lactantes, a não ser que se
tomem precauções para garantir que não são expostos a um risco para a saúde. A enti-
dade patronal é responsável pela elaboração de uma lista de medidas escritas (plano de
higiene) referente a uma área de trabalho e a um risco de infeção específicos, nomeada-
mente desinfeção, limpeza e esterilização, aprovisionamento e eliminação de resíduos.
O pessoal não deve consumir nem armazenar alimentos ou bebidas em áreas de tra-
balho onde haja perigo de contaminação por agentes biológicos. Os empregadores
devem disponibilizar, por isso, salas de estar/áreas de repouso do pessoal separadas
para esse fim. No caso das atividades em que as mãos têm de ser desinfetadas por moti-
vos de higiene, o pessoal deve ser informado de que não pode usar joias nem relógios
nas mãos e nos antebraços, e de que não são permitidos brincos nem outras joias.
57
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Proteção pessoal/individual
58
3 RISCOS BIOLÓGICOS
• calçado impermeável para as condições de trabalho em que o piso possa ficar molhado.
• endoscopias;
59
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
As luvas devem ser fabricadas em conformidade com a norma EN 455, isto é, devem
respeitar a espessura estipulada (norma de qualidade aceite: AQL > 1,5) e outros crité-
rios. Atendendo ao número relativamente elevado de trabalhadores da saúde alérgicos
ao látex, as luvas descartáveis em látex natural devem cumprir as orientações relativas
aos materiais perigosos e estar, por isso, isentas de pó de talco e ser hipoalérgicas.
Quanto ao uso de luvas de proteção não esterilizadas, há pelo menos três tipos dife-
rentes recomendáveis, que devem ser disponibilizados.
60
3 RISCOS BIOLÓGICOS
assegurar que esse tema é integrado nas instruções a seguir no local de trabalho, as
quais devem fazer parte da formação de base, dos cursos de reciclagem e da formação
complementar.
Como princípio básico, a escolha dos equipamentos de proteção individual deve ter
cabalmente em conta o risco e a atividade em causa (o objetivo de proteção). São a
seguir apresentados três quadros com instruções relativas ao uso de luvas e vestuário
de proteção.
61
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Não esterilizada Luva descartável de polietileno Trabalho com baixa carga mecâ- Despejo de urina
nica
Luva para uso doméstico Trabalho com carga mecânica Em contacto com a sujidade
elevada
Luva para exame em látex Para atividades médicas Remoção de pensos, eliminação
de materiais sujos
Trabalho com sensação tátil
Luva para exame (sem látex, por Trabalho com soluções desinfe- Trabalho com sensação táctil
exemplo, em PVC) tantes/de limpeza Trabalho com soluções desin-
e em caso de alergia ao látex fetantes de superfícies e instru-
mentos
Luva de proteção em nitrilo ou Amplo espetro de utilização com Com irritações cutâneas, incom-
material semelhante exposição a substâncias perigosas patibilidade, em operações gran-
(citostáticos) des, boas propriedades tácteis
Luva de pano (por exemplo, luvas Quando se usam luvas de prote- Com irritações cutâneas, incom-
de algodão sem costuras) ção durante longos períodos patibilidades
Luvas cirúrgicas Luva descartável em polietileno Quando se trabalha em condi- Com cateter permanente, aspira-
esterilizadas ções de esterilidade e com baixas ção traqueal, luvas forradas em
cargas mecânicas caso de possível intolerância ao
látex
Luva de látex esterilizada para uso Quando se trabalha em condições Tratamento de feridas, inserção
em intervenções cirúrgicas de esterilidade e com elevadas de cateteres, operações
cargas mecânicas
Fonte: Deutsche
Gesellschaft für
Krankenhaushigiene.
62
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Vestuário de trabalho Em áreas de trabalho com baixos requisitos A frequência com que o vestuário é trocado
higiénicos (por exemplo, psiquiatria, lares de depende das circunstâncias existentes no local
terceira idade, etc.) de trabalho; em caso de contaminação, deve
Caso exista risco de contaminação, vestuário ser imediatamente trocado
de proteção disponibilizado pela entidade
patronal Normalmente, diária
Vestuário próprio de cada área Em áreas definidas, como as cirúrgicas Deve ser despido quando se sai dessa área
Afetação a uma determinada e funcionais
área de trabalho
Vestuário de proteção Sobre o vestuário de trabalho, da área Imediatamente após ter sido visivelmente sujo
Avental e bata ou pessoal
Proteção do vestuário Depois de concluída a atividade
de trabalho/serviço Deve ser despido durante as refeições
e intervalos de descanso
Proteção do cabelo Proteção da cabeça da contaminação com Produto descartável, eliminação direta após
material infecioso utilização
(por exemplo, durante procedimentos invasi- Desinfeção higiénica subsequente das mãos
vos)
Proteção ocular Proteção dos olhos contra a contaminação cau- Eliminação do material descartável
sada por materiais infeciosos ou substâncias/ Desinfeção/limpeza de material reciclável em
/operações químicas perigosas caso de contaminação
Proteção da boca e do nariz Proteção do doente contra a contaminação, Eliminação direta dos produtos descartáveis
(máscara) os aerossóis exalados e cuspidos Deve ser retirada após a conclusão do trabalho
Desinfeção higiénica subsequente das mãos
Proteção respiratória Quando se produzem aerossóis infeciosos, Produto descartável com desinfeção higiénica
Filtra o ar respirado para reter os ou há infeções transmissíveis por via aerógena subsequente das mãos
aerossóis infeciosos Não há reutilização
Quadro 3.2 —
Equipamentos
de proteção: requisitos
de utilização e troca
Fonte: Deutsche
Gesellschaft für
10 O vestuário próprio
Krankenhaushigiene.
de cada área não
satisfaz os requisitos
aplicáveis ao vestuá-
rio de proteção, que
deve ser utilizado por
cima dele
63
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Clínicas Vestuário de Vestuário de prevenção Em caso de Quando há risco Por exemplo, no caso de
de reabili- trabalho a esterilizado para interven- procedimentos de contaminação determinados procedimentos
tação disponibilizar ções cirúrgicas/invasivas invasivos Quando se manipulam invasivos
pela empresa/ Vestuário de proteção concentrados desin- –– Caso haja risco de contami-
/entidade não esterilizado se houver fetantes/de limpeza nação
patronal risco de contaminação e outras substâncias –– Quando for relevante em
químicas caso de isolamento
–– Quando for relevante com
doentes imuno-deprimidos
Máscara respiratória
Isolamento/tratamento de
doenças muito contagiosas
Serviços Vestuário de Vestuário de proteção não No caso de Se houver risco Como proteção dos doentes
de enfer- trabalho a esterilizado no caso de procedimentos de contaminação em caso de procedimentos
magem disponibilizar procedimentos invasivos invasivos invasivos
pela empresa/ Vestuário de proteção
/entidade esterilizado se houver Se houver risco de contamina-
patronal risco de contaminação e ção para doentes infeciosos,
em casos de isolamento Quando se manipulam
para reduzir os aerossóis
concentrados desin-
infeciosos
fetantes/de limpeza
e outras substâncias Em casos de isolamento
químicas
Cuidados Vestuário de Vestuário de proteção Não aplicável Não aplicável Para determinados
ambulató- trabalho esterilizado para deter- procedimentos invasivos
rios minados procedimentos
invasivos
Vestuário de proteção não
Se houver risco
esterilizado (avental) se
de contaminação
houver risco de contami-
nação para vestuário de
manga curta
Bata comprida se houver Quando relevante com
risco de contaminação doentes imunodeprimidos
do antebraço/quando a Ver «Serviços de enfermagem»
manga está arregaçada
Fonte: Deutsche
Gesellschaft für
Krankenhaushigiene.
64
3 RISCOS BIOLÓGICOS
11 Os equipamentos de
proteção individual
devem ser colocados
antes da atividade
que envolve o risco de
infeção
65
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Durante a limpeza manual dos instrumentos, o pessoal deve usar luvas de proteção
compridas, proteções na boca e no nariz e óculos de proteção, bem como um avental ou
uma bata impermeável para proteger a pele e as membranas mucosas do contacto com
materiais infeciosos. Se a pessoa que efetua a limpeza manual trabalhar por detrás de
uma divisória e estiver eficazmente protegida, a proteção da boca e do nariz e a proteção
ocular podem ser dispensadas. As luvas de proteção escolhidas devem ser adequadas
para trabalhar com desinfetantes e proteger contra materiais potencialmente infeciosos.
• Todos os artigos que não se destinem a ser reutilizados, tais como instrumentos
descartáveis, zaragatoas, compressas, toalhetes e toalhas, devem ser removidos do
crivo ou contentor por meio de pinças ou de um instrumento semelhante.
• As lâminas de bisturi, agulhas e cânulas também devem ser (sempre que possível)
manipuladas com pinças ou um instrumento semelhante. Os instrumentos ou par-
tes de instrumentos cortantes ou pontiagudos devem ser colocados separadamente
12 Deve ter-se o cuidado
num crivo ou numa bacia reniforme.
de escolher luvas de
proteção resistentes • Todas as máquinas e equipamentos que tenham
para os trabalhos de
limpeza
de ser processados manualmente devem ser manipu-
lados separadamente e com cautela. Acessórios como
brocas e dispositivos cortantes devem ser removidos.
A roupa branca utilizada quando exista um elevado risco de contaminação com agen-
tes patogénicos e materiais infeciosos deve ser retirada e imediatamente depositada,
no local de utilização, em recipientes robustos e fechados, prontos para serem reco-
lhidos. A roupa suja deve ser transportada de forma a não expor o pessoal a agentes
biológicos em recipientes claramente rotulados.
66
3 RISCOS BIOLÓGICOS
• sacos de material têxtil em tecido tão compacto e denso que seja praticamente impenetrável;
• sacos de plástico, por exemplo sacos em polietileno, para ensacar a roupa suja.
• os sacos devem estar fechados durante o transporte, não devem ser arremessados,
empilhados ou comprimidos uns contra os outros;
• deve ser possível colocar o seu conteúdo na máquina de lavar ou no sistema de lavandaria.
Medidas de precaução
Nas profissões em que existe um risco de infeção elevado, os trabalhadores devem ser
regularmente examinados com respeito ao trabalho que executam. É particularmente
importante realizar controlos e exames de medicina do trabalho, se houver exposição
profissional a microrganismos que possam causar doenças infetocontagiosas.
Para além dos exames médicos, a medicina do trabalho ocupa-se da avaliação e gestão dos
riscos de saúde no trabalho (incluindo recomendações sobre as precauções e as medidas de
proteção adequadas). Também inclui a formulação de recomendações de segurança e saúde
sobre as condições de trabalho e a melhoria contínua das normas de segurança e saúde no
trabalho mediante a aplicação dos ensinamentos adquiridos com a experiência e com a for-
mação e o aconselhamento continuamente facultados ao pessoal e à direção. Poderá ser
necessário administrar vacinas no decurso das consultas médicas, se a avaliação dos riscos
indicar que a vacinação é adequada para controlar os agentes patogénicos infeciosos.
67
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Vacinação
Lista indicativa das doenças que podem ser evitadas pela imunização
68
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Manipulação de sangue
Estes vírus são transmitidos por via parentérica (transmissão de sangue para sangue).
Entram na corrente sanguínea do trabalhador de saúde através do contacto com os
fluidos corporais infetados de um portador do vírus (principalmente sangue e pro-
dutos derivados de sangue) e são transmitidos através da membrana mucosa ou de
lesões existentes na pele do profissional de saúde.
• lesões cutâneas (que muitas vezes passam despercebidas) quando o plasma san-
guíneo, o soro sanguíneo ou fluidos semelhantes penetram através de lesões cutâ-
neas não obstante a inexistência de ferimentos causados por objetos cortantes ou
seringas.
• serviços de urgência e de
transporte de doentes;
• áreas de aprovisionamento
e de eliminação de resíduos
ou outras áreas que apoiam
o funcionamento e a manu-
tenção das áreas acima
mencionadas;
• as unidades de cuidados
dentários.
69
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• intervenções cirúrgicas;
• pensos/tratamento de feridas;
O sangue é o fluido corporal com maior risco de infeção para o pessoal de saúde.
70
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Precauções técnicas
Os equipamentos e utensílios seguros devem ser utilizados nas áreas em que haja um
risco elevado de infeção e/ou ferimento, tais como:
71
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Uma vez que os objetos cortantes e contaminados com sangue constituem, prova-
velmente, o maior risco para os trabalhadores, é essencial que objetos como as serin-
gas e as cânulas sejam imediatamente depositados em recipientes impenetráveis e
inquebráveis, no local em que foram utilizados. O pessoal deve fazer-se acompanhar
de um desses recipientes sempre que realize um procedimento invasivo (por mínimo
que seja) e devem ser colocados recipientes em todas as áreas de trabalho onde tais
instrumentos e objetos são frequentemente utilizados.
72
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Contentores de resíduos
• terem capacidade para reter o seu conteúdo, mesmo que sofram pancadas, sejam
colocados sob pressão ou tombem;
73
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Proteção individual
• para proteger as vias respiratórias e os olhos [com proteções faciais filtrantes (FFP2)
e proteções oculares] quando seja previsível a formação de aerossóis ou gotículas,
ou a ocorrência de salpicos de sangue, fluidos corporais ou excreções/secreções,
por exemplo na entubação de bronquioscópios, aspiração, tratamentos dentários e
intervenções transuretrais.
A hepatite B é a única forma de hepatite para a qual existe uma vacina eficaz. A enti-
dade patronal deve oferecer a imunização sem encargos para os trabalhadores e ins-
tar todos aqueles que estão expostos a esse risco que nela colaborem ativamente.
A vacina contra a hepatite B também protege contra o vírus da hepatite D. Antes da
imunização primária, deve aferir-se o estado de imunidade do trabalhador, a fim de
determinar se já existem anticorpos da hepatite B (HB). Se não existir imunidade, a
imunização ativa é indicada. Se os testes relativos aos anticorpos HBc forem positivos,
deve averiguar-se por meio de testes se existe antigénio HBs e anticorpos contra o
antigénio de superfície do vírus da hepatite B (anti-HBs), sendo necessário consultar
um médico de clínica geral ou um médico especialista, para obter mais indicações.
A imunização inicial deve ser administrada com intervalos de 0,1 e seis meses: quatro
semanas após a primeira imunização, deve fazer-se um teste à eficácia da vacinação.
Se o valor dos anticorpos contra o antigénio de superfície do vírus da hepatite B for
superior a 100 IE/litro, deve administrar-se um reforço da vacina (uma dose) em regra
10 anos após a primeira imunização ter sido completada.
74
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Se os valores anti-HBs forem inferiores a 100 IE/L, deve administrar-se uma nova vacina
(uma dose) no prazo de um ano e proceder ao rastreio dos anticorpos ao fim de quatro
semanas. Se os valores dos anticorpos da HB forem inferiores a 10 IE/L, a vacinação
deve ser imediatamente repetida. Com as vacinas adicionais, 60% a 75% das pessoas
que não reagem ou apresentam uma reação fraca produzem um número de anticor-
pos suficiente. Será, por conseguinte, necessário efetuar testes serológicos em casos
específicos.
Devem tomar-se medidas, mesmo que a pele contaminada pareça estar intacta:
• limpar o sangue o mais rapidamente possível; enxaguar a pele com água e desinfe-
tar a zona com um desinfetante da pele;
Vacinação pós-exposição?
Tem de ser determinado se deve administrar-se ou não uma vacina contra a hepatite
B após a exposição:
75
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Cláusula 1: objetivo
Esta cláusula esclarece que o acordo se aplica a todos os trabalhadores do setor hos-
pitalar e da saúde e a todos os que se encontram sob a autoridade e a supervisão de
gestão dos empregadores.
Cláusula 3: definições
76
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Cláusula 4: princípios
Esta cláusula estabelece os princípios que devem ser observados quando se tomam
medidas ao abrigo do acordo.
O ponto 1 aponta para o papel essencial de uma mão-de-obra do setor da saúde bem
formada, dotada de recursos adequados e segura para evitar os riscos. Afirma igual-
mente que a prevenção da exposição é a estratégia-chave para eliminar e minimizar o
risco de ferimentos e infeções.
O ponto 1 indica que os procedimentos de avaliação dos riscos devem ser execu-
tados em conformidade com as disposições relevantes das Diretivas 2000/54/CE
e 89/391/CEE.
O ponto 2 estipula o que deve ser incluído nas avaliações dos riscos e especifica situa-
ções potencialmente perigosas a serem abrangidas por essas avaliações.
O ponto 3 enumera os fatores a ter em conta nas avaliações dos riscos, com vista a
identificar possíveis formas de eliminar a exposição e a estudar possíveis sistemas
alternativos.
77
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Cláusula 8: formação
Esta cláusula estipula que os trabalhadores devem receber formação sobre certas
políticas e procedimentos associados a ferimentos causados por material cortante,
incluindo os enumerados. Esta formação é suplementar às medidas estabelecidas no
artigo 9.° («Informação e formação dos trabalhadores») da Diretiva 2000/54/CE relativa
à proteção dos trabalhadores contra riscos ligados à exposição a agentes biológicos
durante o trabalho (20)
Cláusula 9: notificação
Esta cláusula trata das políticas e dos procedimentos que devem estar em vigor
quando se verificar um ferimento causado por material cortante. Em particular, espe-
cifica diversas medidas que devem ser tomadas, como o fornecimento de profilaxia
pós-exposição e dos exames médicos necessários, a vigilância adequada da saúde, a
investigação das causas e circunstâncias do acidente, o registo do acidente e o acon-
selhamento aos trabalhadores. A cláusula declara ainda que deve ser respeitada a con-
fidencialidade do ferimento, do diagnóstico e do tratamento.
78
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Contém uma cláusula de «normas mínimas», que indica que o acordo não prejudica as
disposições nacionais e comunitárias em vigor e futuras, que sejam mais favoráveis à
proteção dos trabalhadores contra ferimentos causados por material médico cortante.
Na base de quaisquer medidas que venham a ser tomadas está a determinação de que existe
um risco real. Antes de se chegar a esta conclusão, é necessário avaliar fatores essenciais,
como o estado de imunidade da pessoa ferida, o tipo e a gravidade do ferimento causado
pelo material médico cortante ou pela seringa e a quantidade de sangue contaminado.
Análises ao sangue
Se a análise dos riscos não puder excluir um risco de infeção, devem realizar-se as análi-
ses seguintes: anti-HBs, anti-HBc, anti-VHC e anti-VIH. Estas análises devem ser repetidas a
intervalos de seis, 12 e 26 semanas após a primeira análise. Caso se saiba ou se suspeite de
que o doente índice tem uma infeção, é possível obter mais informações com base numa
análise única imediata aos anti-HBs, anti-HBc, anti-VHC e anti-VIH.
Hepatite B — Precauções
Se a pessoa exposta não tiver ficado suficientemente imunizada com a imunização ante-
rior, deverá proceder-se imediatamente a uma vacinação ativa contra a hepatite B. Se no
ferimento estiver envolvida uma contaminação comprovada com sangue positivo para a
hepatite B, a vacinação deve ser seguida, no prazo de seis horas, por imunização passiva.
Hepatite C — Precauções
Duas a quatro semanas após o contacto com sangue de uma pessoa identificada como
positiva para a hepatite C, recomenda-se uma dosagem da proteína C reativa (PCR) para o
VHC, a fim de facilitar o diagnóstico e o tratamento precoces. Independentemente disso,
as análises aos anticorpos do VHC devem ser realizadas com a periodicidade indicada no
calendário supramencionado.
Após contacto com sangue de uma pessoa potencialmente infetada com VIH, a infecio-
sidade do doente índice pode ser determinada por uma análise rápida ao VIH (teste de
anticorpos). Se o contacto tiver sido com sangue de uma pessoa seropositiva, a profila-
xia médica pós-exposição está indicada e atinge a eficácia máxima se for iniciada até duas
horas depois do ferimento, podendo evitar a infeção mesmo que o vírus tenha entrado na
corrente sanguínea. Contudo, devido aos graves efeitos secundários da medicação, a deci-
são de iniciar essa profilaxia deve ser tomada por um especialista.
Os ferimentos devem ser bem documentados para que os acidentes possam ser analisados
e as medidas preventivas registadas.
79
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• papeira • tuberculose
• gripe • sarampo
• rubéola • SRAG
Introdução
• extubação/entubação;
• cuidados dentários;
• broncoscopia;
• gastroscopia;
• cuidados de emergência/primeiros socorros;
• reanimação
• reanimação boca-a-boca;
• entubação.
80
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Existem vários perigos: uma infeção não detetada em doentes que recebem tera-
pia respiratória; doentes de cuidados continuados que podem estar incapacitados
e necessitar de assistência adicional e doentes que não cooperam, designadamente
os que são transportados em ambulância. O risco de contrair uma infeção é com-
provadamente maior quando há maior exposição às secreções traqueobronquiais
(broncoscopia, endoscopia, respiração, análises à expetoração). Outras áreas profis-
sionais associadas a uma maior exposição e, logo, a um maior risco de infeção, são
os laboratórios de anatomia patológica, bem como os laboratórios microbiológicos
e virológicos.
Medidas de proteção
Gerais
Todos os aerossóis são constituídos por uma mistura de gotículas grandes e núcleos
de gotículas, que são respiráveis e, por isso, podem ser infeciosos. Uma vez que, no
tratamento quotidiano de doentes infetocontagiosos, não há como distinguir a pre-
sença ou não de aerossóis respiráveis/infeciosos, quando se formam aerossóis, a
utilização de máscaras respiratórias filtrantes é invariavelmente recomendada, por
exemplo semimáscaras em contacto direto com o rosto (FFP2).
Técnicas
81
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Organizativas
Um controlo eficaz das infeções exige que se faça um diagnóstico rápido e se pro-
ceda de imediato ao isolamento dos doentes infetocontagiosos, iniciando o mais cedo
possível um tratamento eficaz e competente. Além disso, uma boa higiene e medidas
técnicas de precaução como a proteção contra a inalação de aerossóis infeciosos, aju-
dam a reduzir o risco de infeção para os outros doentes, as pessoas que contactem
com os doentes infetocontagiosos e o pessoal de saúde.
• Os trabalhadores da saúde devem receber instruções para manterem uma certa dis-
tância (aproximadamente 1,5m) dos doentes com tosse.
Proteção individual
É importante observar as normas gerais de higiene, mas quando existe um risco pro-
fissional é igualmente relevante utilizar um equipamento de proteção individual ade-
quado (máscaras faciais filtrantes), bem como facultar formação sobre boas práticas a
todos trabalhadores. Os controlos de segurança e saúde e as inspeções a nível interno
são essenciais.
Máscaras respiratórias
82
3 RISCOS BIOLÓGICOS
FFP 2 é exigido que a fuga não ultrapasse 11% e a das máscaras FFP 3 não deve ser
superior a 5%. A fuga média total é, no máximo, de 22% para as classes da classe 1,
de 8% para as da classe 2 e de 2% para as de classe 3 — considerando-se um diâme-
tro médio das partículas de 0,6 μm. As máscaras têm de ser usadas de acordo com
as instruções de utilização individual dadas pelos fabricantes, não devendo ser par-
tilhadas com outros utilizadores nem ser utilizadas se estiverem danificadas, sujas,
húmidas ou de algum modo contaminadas.
• As máscaras respiratórias não asseguram, só por si, uma proteção total, devendo ser
também previstas medidas técnicas e organizativas.
• Em situações que apresentam um baixo risco de infeção (por exemplo, pouco tempo
de contacto ou inexistência de contactos próximos) é suficiente que o pessoal use
uma máscara FFP.
83
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Teste de ajustamento
Medidas de precaução
A maioria das doenças infetocontagiosas transmitidas por via aerógena pode ser evitada
através da imunização, devendo os exames de medicina do trabalho determinar o his-
torial de vacinação do pessoal. Se a vacinação não tiver proporcionado uma cobertura
total, recomenda-se uma dose de reforço única da vacina adequada, cujos custos devem
ser suportados pelo empregador. Durante as consultas de medicina do trabalho, os tra-
balhadores devem ser informados da importância de usarem máscaras faciais filtrantes.
• estafilococos • ameba
• cuidados geriátricos.
• mudança de pensos
• cuidados de enfermagem
84
3 RISCOS BIOLÓGICOS
• posicionamento de doentes
• feridas e lesões;
Origem
Grau de imunidade
85
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Medidas de proteção
Precauções básicas
Medidas técnicas
Medidas organizativas
A desinfeção adequada das mãos é a medida primordial para evitar a propagação de infe
ções por contacto. As mãos devem ser lavadas quando estão visivelmente sujas. Em muitos
casos, a desinfeção da pele é suficiente e, devido aos efeitos cutâneos nocivos da lavagem
das mãos, as lavagens devem ser reduzidas ao mínimo. No entanto, devem ter lugar:
• antes do contacto com o doente;
23 As superfícies de tra-
balho e as superfícies
de equipamentos,
aparelhos e outros
dispositivos devem
ser fáceis de limpar
86
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Deve ser usado vestuário de proteção, por exemplo batas e aventais (geralmente
impermeáveis), sobre os uniformes ou as roupas de trabalho. A direção é responsável
pela disponibilização desse vestuário, que os trabalhadores são obrigados a usar.
• As luvas devem ser usadas sempre que haja probabilidade de exposição a sangue,
secreções ou excreções (por exemplo, quando se mudam pensos ou se manipulam
sistemas de drenagem da urina).
• As batas de proteção (mangas longas com punhos) devem ser usadas caso se afigure
provável haver contaminação dos braços ou do vestuário (uniforme) com maté-
ria infeciosa (por exemplo, tratamento de doentes incontinentes ou com diarreia,
pensos de feridas grandes e infetadas ou presença de bactérias resistentes).
Medidas de precaução
O pessoal deve fazer exames médicos no âmbito dos compromissos em matéria de segu-
rança e saúde no trabalho assumidos pela entidade patronal, que deve suportar os respe-
tivos custos. A submissão a um exame médico é uma condição determinante do emprego.
Imunização (vacinação)
Transporte de doentes
87
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Christian Friz: Sim, o especialista em higiene efetua controlos no local. Para além
disso, o consumo de desinfetantes é medido anualmente. Até agora, não se registou
qualquer aumento.
Christian Friz: Sim, esse aspeto também é sujeito a controlos aleatórios, serviço a ser-
viço, pelo especialista em higiene e o médico-chefe.
Christian Friz: Os doentes são isolados quando se suspeita ou se confirma que têm
uma doença muito infeciosa (por exemplo, norovírus, clostridium difficile, MRSA,
tuberculose). Também há isolamento por coorte (isolamento de vários doentes que
apresentam o mesmo quadro clínico). Os trabalhadores recebem uma formação inten-
siva sobre o modo de gerir as medidas de higiene necessárias.
Christian Friz: Sim, esse aspeto é registado num relatório dos resíduos, que descreve
as quantidades exatas de resíduos, incluindo o número de luvas eliminados.
88
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Outro indicador que registamos uma vez por ano é o consumo de desinfetantes de
superfícies. Também neste caso houve um aumento evidente.
Christian Friz: Sim, o dispensário fornece números exatos sobre o consumo de anti-
bióticos, que é baixo e tem permanecido relativamente constante de ano para ano.
Invulgarmente baixo é o consumo de vancomicina e de linezolida.
Boas práticas
especializadas sobre as doenças infetocontagiosas com outros hospitais?
3. Sempre que se suspeite ou se confirme que existe uma doença muito infeto-
contagiosa, é obrigatório verificar se os doentes têm de ser isolados.
7. O hospital faz parte de uma rede com outros hospitais para trocar informações
especializadas sobre as doenças infetocontagiosas.
89
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Jens Reichel: Temos caixas de resíduos adequadas — caixas descartáveis onde os resí-
duos são depositados em conformidade com os requisitos do regulamento relativo
aos agentes biológicos. Não temos problemas nessa matéria.
Dr. Reichel: Temos sempre pequenos recipientes para o material médico cortante em
todas as mochilas e malas, que também são rotineiramente utilizados. No serviço de
emergência, têm recipientes maiores para o material médico cortante.
Jens Reichel: Sim, os colegas fazem um curso de reciclagem uma vez por ano.
Contudo, esse curso é sempre ministrado em conjunto com outras medidas, designa-
damente um curso de reciclagem sobre a utilização dos equipamentos. Na secção de
ambulâncias, temos um responsável pela higiene, que recebeu formação em cursos
certificados e dá instruções a esse pessoal.
90
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Boas práticas
para a questão da higiene das mãos e dos cuidados com a pele? Jens Reichel, diretor da
Faculdade de Emergência
Médica do Hospital
Dr. Reichel: Essa questão é tratada nas sessões de formação. Universitário de Jena
Jens Reichel: Batas, máscaras faciais, das diversas classes de perigo, de acordo com
as necessidades. A utilização dos equipamentos de classe 2 é normal (MRSA) e os de
classe 3 só são utilizados no caso de doentes muito infetocontagiosos (H5N1, vírus
ébola), mas só se ocorrer algo desse género. Os equipamentos incluem sapatos ade-
quados ou cobre-sapatos com atacadores, para botas, que devem proporcionar total
proteção. São utilizados óculos de proteção de diversos graus, no caso dos doentes
muito infetocontagiosos.
Jens Reichel: Recebem formação inicial quando assumem funções e frequentam cur-
sos de reciclagem anuais. No manual de gestão da qualidade também são especifica-
das medidas de proteção e de prevenção.
91
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• infeções tuberculosas;
• escabiose (sarna);
• gripe sazonal.
1. Tuberculose
• autópsia;
92
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Medidas de precaução
Nos países onde a doença tem uma baixa incidência, o diagnóstico precoce e a qui-
mioterapia profilática para a infeção de tuberculose latente são elementos essenciais
da estratégia de controlo e eliminação da doença. Esta abordagem reduz substancial-
mente o risco de progressão da infeção de tuberculose latente para tuberculose ativa,
bem como o risco de transmissão. O êxito desta estratégia de saúde pública depende
obviamente da fiabilidade do método de teste utilizado.
Método de rastreio
93
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
As pessoas que tenham tido contacto com tuberculose aberta e foram expostas a um
risco de infeção ou afeção devem ser identificadas. A inclusão das pessoas que tenham
contactado de perto (ver supra) com o doente índice durante o período infecioso, ou
nos últimos dois a seis meses, é recomendada.
Observações
Toma medicamentos? o o
Sofre de diabetes? o o
Observações
2. Escabiose (sarna)
• unidades de internamento;
94
3 RISCOS BIOLÓGICOS
• cuidados geriátricos;
• mudança de pensos;
Basicamente, todos os que cuidam ou tratam de uma pessoa infetada estão sujeitos ao
risco de infestação, a não ser que consigam evitar um contacto próximo com o doente,
o que nem sempre é possível devido ao tipo de tarefa em causa (por exemplo, ajudar
na higiene pessoal, apoiar o doente para este se pôr de pé, caminhar, sair ou entrar na
cama). Por exemplo, uma infestação de scabies norvegica, que produz erupções nas
áreas de pele afetadas, contém grandes concentrações de ácaros.
3. MRSA
O Staphylococcus aureus é responsável pela maioria das infeções contraídas nos hospi-
tais e casas de saúde de todo o mundo e os peritos consideram que o Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA) é um problema que está a surgir na Europa. O MRSA
não reage, frequentemente, ao tratamento com antibióticos e, por isso, apresenta uma
elevada taxa de morbilidade e mortalidade. Na última década, a incidência do MRSA
aumentou na maioria dos países europeus, tendo também aumentado o risco para o
pessoal de saúde, sendo, por conseguinte, necessário adotar uma nova estratégia de
prevenção e um conjunto de medidas de precaução em matéria de segurança e saúde.
As bactérias são muito resistentes a condições secas e quentes, podendo sobreviver em
ambientes inorgânicos (por exemplo, batas, ar, superfícies de equipamentos, instrumen-
tos, dispositivos médicos, acessórios hospitalares) durante vários meses.
95
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• as unidades de internamento;
• os cuidados geriátricos.
• mudança de pensos;
Quadro clínico
A colonização é assintomática pois o MRSA não interfere com o corpo, uma vez que
vive à sua superfície.
Modo de transmissão/imunidade
O MRSA coloniza a pele sem causar infeção ou alterações físicas observáveis no hos-
pedeiro, ao contrário de outras bactérias infeciosas, que entram no corpo e causam
infeções. Em consequência, a colonização dos seres humanos através do MRSA não é
considerada patológica e essas bactérias vivem como uma colónia saprófita na pele —
em coexistência com o hospedeiro.
96
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Devido ao contacto com doentes colonizados por MRSA, o pessoal também pode ser
colonizado (sem dar por isso), sobretudo nas unidades de cuidados intensivos, mas
também nas unidades de cuidados geriátricos.
A colonização pode ser evitada através de uma aplicação coerente das medidas de
proteção descritas na secção relativa às infeções por contacto (ver p. 84).
• Se a pele estiver intacta, o sabão e as loções antisséticas para lavar o corpo e o cabelo são
recomendadas como um método eficaz para combater a colonização da pele com MRSA.
• Devem realizar-se testes de controlo durante um período de, pelo menos, seis meses
para verificar se o tratamento foi bem sucedido (por exemplo, ao fim de três dias, de
uma semana e de um, três e seis meses).
97
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
ou lar) tiverem sido utilizados métodos de erradicação adequados e estes não tiverem
surtido efeito, geralmente não vale a pena fazer novas tentativas. O MRSA tende a
reaparecer em pessoas como os doentes/residentes de lares com lesões cutâneas cró-
nicas colonizadas ou os doentes sujeitos a terapias invasivas prolongadas.
Todas as medidas que podem ser tomadas para evitar a colonização ou infeções por
MRSA nos doentes também reduzem o risco de colonização ou de infeção dos tra-
balhadores da saúde. Por conseguinte, é necessário proceder a uma monitorização
rigorosa das infeções relativamente ao MRSA.
4. Gripe sazonal
A gripe é uma doença viral altamente contagiosa, que normalmente se apresenta sob a
forma epidémica durante os meses frios. Trata-se de uma infeção respiratória que pode
incluir sintomas como febre, tosse, dores e debilidade. Os surtos anuais de gripe devem-
-se a pequenas alterações do vírus, que lhe permitem escapar à imunidade desenvolvida
pelos seres humanos após infeções anteriores ou em resposta a vacinas. Anualmente,
são afetados cerca de 100 milhões de pessoas na Europa, Japão e Estados Unidos.
Possibilidades de prevenção
A transmissão tem lugar através de uma infeção por gotículas, pelo que se devem
tomar todas as medidas de proteção que podem prevenir a transmissão (ver infeção
por via aerógena/por gotículas, p. 80).
A imunização também é eficaz e deve ser realizada anualmente porque o inventário gené-
tico dos vírus da gripe está constantemente a mudar. Um estudo demonstrou que os tra-
balhadores da saúde não estão expostos a um maior risco de contrair a infeção quando a
gripe está moderadamente ativa, mas não se sabe se isto é aplicável caso a gripe se torne
muito ativa e tenha de ser admitido um grande número de doentes infetados nos hospitais.
Verifica-se uma pandemia de gripe quando o vírus da gripe sofre uma mudança radi-
cal. No último século, houve três pandemias, pois essa mudança é tão radical que os
seres humanos afetados não têm imunidade contra o novo vírus. Com a maior mobi-
lidade das pessoas e os grandes aglomerados urbanos, é provável que as epidemias
causadas pelo surgimento de um novo vírus da gripe se propaguem rapidamente por
todo o mundo e acabem por gerar uma pandemia, sendo, por isso, importante que nos
preparemos para essa eventualidade. A experiência recente com a gripe suína mostra
como a nova forma do vírus A H1N1 conseguiu propagar-se a nível internacional.
98
3 RISCOS BIOLÓGICOS
Introdução
Pandemia de gripe
Uma pandemia de gripe ocorre quando surge um novo vírus de gripe (um subtipo do
vírus da gripe A), contra o qual a população humana não possua imunidade proporcio-
nada por epidemias anteriores ou pela vacinação e que cause uma epidemia mundial
com elevadas taxas de mortalidade.
Desde 1999 que a OMS vem tentando convencer os governos a participarem no seu
plano de preparação a nível mundial, que define as seis fases de uma pandemia:
99
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• Fase 6 (pandemia)
Transmissão acrescida e sustentada na população em geral.
São prescritas medidas específicas em relação a cada fase, as quais devem ser apli-
cadas conforme for adequado.
Um plano hospitalar contra pandemias a nível interno deve incluir as medidas seguintes:
100
3 RISCOS BIOLÓGICOS
3.4. Gravidez
As mulheres grávidas que trabalham nos setores da saúde e da proteção social estão expostas
a um risco de infeção superior à média, que pode ter efeitos graves ou mesmo crónicos na
saúde do feto, para não falar das consequências potencialmente prejudiciais das medidas
terapêuticas eventualmente necessárias. É uma prática corrente evitar-se que as trabalhado-
ras grávidas tenham contacto com doentes febris, nos casos em que a causa desse sintoma
não tenha sido determinada por um diagnóstico claro, o mesmo acontecendo com os doen-
tes que sofrem de diarreia. Se o doente tiver uma infeção diagnosticada, deve decidir-se caso
a caso se o contacto é perigoso ou admissível, atendendo à natureza da infeção, ao seu modo
de transmissão e à imunidade e ao estado de saúde geral da trabalhadora grávida.
No que respeita aos riscos biológicos, o empregador deve avaliar a natureza, o grau e a
duração da exposição para toda e qualquer atividade que envolva agentes biológicos
dos grupos de risco 2, 3 e 4, na aceção do artigo 2.º, n.os 2, 3 e 4, da Diretiva 2000/54/
/CE, na medida em que saiba que estes agentes ou as medidas terapêuticas por eles
exigidas põem em perigo a saúde das mulheres grávidas e do nascituro e se ainda não
constarem do anexo II (ver infra).
Se a adaptação das condições de trabalho e/ou do horário de trabalho não for técnica
e/ou objetivamente possível ou não constituir uma exigência aceitável, por razões
devidamente justificadas, o empregador tomará as medidas necessárias para garantir
uma mudança de posto de trabalho à trabalhadora em causa. (21) Diretiva 92/85/CEE
do Conselho,
de 19 de outubro
Caso a mudança de posto de trabalho não seja técnica e/ou objetivamente possível ou de 1992, relativa à
não constitua uma exigência aceitável, por razões devidamente justificadas, a traba- implementação de
lhadora em questão será dispensada do trabalho durante todo o período necessário à medidas destinadas a
promover a melhoria da
proteção da sua segurança ou saúde, em conformidade com as legislações e/ou práti- segurança e da saúde
cas nacionais (ver artigo 5.º da Diretiva 92/85/CEE). das trabalhadoras
grávidas, puérperas ou
lactantes no trabalho
Está proibida a exposição aos seguintes agentes biológicos: (décima diretiva
especial na acepção do
• toxoplasma, n.º 1 do artigo 16.º da
Diretiva 89/391/CEE)
(JO L 348 de 28.11.1992,
• vírus da rubéola, p. 1 a 8).
101
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
salvo se existirem provas de que a trabalhadora grávida, pelo seu estado imunitário,
se encontra suficientemente protegida contra esses agentes (ver artigo 6.º e anexo II
A da Diretiva 92/85/CEE).
As mulheres grávidas que trabalham no setor da saúde estão sujeitas às seguintes res-
trições das práticas laborais, que devem ser estritamente respeitadas:
102
3 RISCOS BIOLÓGICOS
3.6. Ligações
1 Nosocomial infec- Países Baixos Uma empresa dos Países Baixos que se dedica à conceção, ao desenvolvi-
tions, a worldwide mento, ao fabrico e à comercialização de tecnologias de desinfeção respeita-
problem doras do ambiente.
www.infectioncontrol.eu
3 Infection Control Reino Unido Controlo de infeções para reduzir o risco de infeção relacionado com os
at the Hillingdon cuidados de saúde através da adoção de estratégias de prevenção e gestão
Hospital (Londres) bem fundamentadas.
http://www.thh.nhs.uk/Departments/Infection_Control/infection_control.htm
4 Sítio web do Centro UE O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) foi criado
Europeu de Pre- em 2005, como uma agência da União Europeia destinada a reforçar as
venção e Controlo defesas da Europa contra as doenças infetocontagiosas. Está sedeado em
das Doenças Estocolmo, Suécia.
www.ecdc.europa.eu
6 IPSE work UE A rede IPSE (Improving Patient Safety in Europe) tem por objetivo solucionar
packages as diferenças que subsistem na Europa no que respeita às várias práticas e
resultados da prevenção das infeções nosocomiais e da resistência aos anti-
bióticos. Esta informação contém uma revisão dos pacotes de trabalho (WP)
da IPSE:
WP-1: formação europeia para médicos e enfermeiros de controlo de infeções
em associação com o Grupo de Estudo sobre Infeções Hospitalares (ESCMID);
WP-2: normas e indicadores da UE para a vigilância da saúde pública e orien-
tações técnicas para o controlo das infeções e da resistência antimicrobiana
(RAM);
WP-3: alerta de ocorrências e intercâmbio rápido de informações sobre as
infeções nosocomiais e a RAM;
WP-4: apoio técnico para manter e alargar a vigilância da rede HELICS sobre
as infeções nosocomiais e o controlo das mesmas e da RAM;
WP-5: melhoria da vigilância e do controlo da resistência aos antibióticos nas
unidades de cuidados intensivos;
WP-6: fornecimento de instrumentos complementares para o estudo e o
controlo da RAM nas unidades de cuidados intensivos;
WP-7: estudo de viabilidade da vigilância de infeções nosocomiais nas casas
de saúde dos Estados‑Membros da União Europeia.
http://helics.univ-lyon1.fr/index.htm
103
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
9 Antibiotic resis- Alemanha A vigilância da resistência aos antibióticos na Alemanha, que prevê a criação
tance de um sistema de vigilância representativo a nível nacional, abrangendo
tanto o setor de tratamento em regime de internamento como o de trata-
mento ambulatório.
http://www.rki.de/cln_091/nn_206122/DE/Home/homepage_node.html?_
nnn=true
10 Tuberculosis infec- OMS O controlo da infeção da tuberculose na era da expansão dos cuidados e do
tion control tratamento do VIH — Adenda às orientações da OMS para a prevenção da
tuberculose nas unidades de saúde em contextos com recursos limitados.
http://www.who.int/tb/publications/2006/tbhiv_infectioncontrol_
addendum.pdf
12 Exposure of Estados Medidas preventivas contra a exposição dos trabalhadores a infeções noso-
employees to com- Unidos comiais ou existentes na comunidade, designadamente ao Staphylococcus
municable diseases aureus resistente à meticilina (MRSA).
http://www.osha.gov/SLTC/etools/hospital/hazards/infection/infection.html
14 Use of blunt-tip Estados Este boletim tem o objetivo de (1) descrever o perigo de ferimentos percu-
suture needles to Unidos tâneos que as agulhas de sutura de bico afiado representam para o pessoal
decrease percuta- cirúrgico; (2) apresentar provas da eficácia das agulhas de ponta romba na
neous injuries to diminuição desses ferimentos, sobretudo quando utilizadas para suturar
surgical person- músculos e fáscias e (3) realçar a exigência da Agência Europeia para a Segu-
nel: Health and rança e a Saúde no Trabalho e a recomendação do NIOSH sobre a utilização
safety information de dispositivos médicos mais seguros — neste caso, agulhas de sutura de
bulletin ponta romba — sempre que seja clinicamente adequado.
http://www.cdc.gov/niosh/docs/2008-101/default.html
104
3 RISCOS BIOLÓGICOS
18 E-fact 40 — Ava- EU-OSHA A saúde dos trabalhadores, em especial dos setores da saúde e da proteção
liação de riscos (Agência social, corre riscos decorrentes da exposição, no local de trabalho, a agentes
e ferimentos por Europeia para patogénicos transmitidos pelo sangue, frequentemente através de um feri-
picada de agulha a Segurança mento. Este e-fact fornece informações sobre os riscos e perigos relacionados
e a Saúde no com os ferimentos por picada de agulha e sobre a avaliação desses riscos.
Trabalho) http://osha.europa.eu/pt/publications/e-facts/efact40
19 E-fact 41 — Clea- EU-OSHA A Agência tem vindo a produzir uma série de fichas técnicas centradas na
ners and dange- (Agência comunicação de informações de segurança e saúde no trabalho relativas às
rous substances Europeia para substâncias perigosas, incluindo agentes biológicos.
a Segurança http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact41
e a Saúde no
Trabalho)
20 Report — EU-OSHA Os agentes biológicos estão por toda a parte e, em muitos locais de trabalho,
Expert forecast on (Agência os trabalhadores enfrentam riscos biológicos muito perigosos. A estratégia
Emerging Biolo- Europeia para comunitária para 2002-2006 exortava a Agência a criar um «observatório dos
gical Risks related a Segurança riscos» para antecipar «riscos novos e emergentes». Este relatório apresenta
to Occupational e a Saúde no os resultados da previsão dos riscos biológicos emergentes para a segurança
Safety and Health Trabalho) e a saúde no trabalho, a segunda previsão de riscos emergentes realizada
neste contexto.
http://osha.europa.eu/en/publications/reports/7606488
3.7. Bibliografia
Baka, A., H. R. Brodt, P. Brouqui, P. Follin, I. E. Gjørup, R. Gottschalk, M. M. Hannan, R.
Hemmer, I. M. Hoepelman, B. Jarhall, K. Kutsar, H. C. Maltezou, M. C. Marti, K. Ott, R.
Peleman, C. Perronne, G. Sheehan, H. Siikamäki, P. Skinhoj, A. Trilla, N. Vetter, P. Bossi,
W. Powderly e K. Mansinho, «Framework for the design and operation of high-level
isolation units: consensus of the European Network of Infectious Diseases», The Lancet
Infectious Diseases, 9(1), Janeiro de 2009, p. 45 a 56.
105
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Gill, G. e N. Beeching, Lecture notes on tropical medicine, Wiley & Sons, 2009.
Rethwilm, A., «Vogelgrippe und Gripe-Variabilität», Higiene & Medizin, 31, 2006, p. 530
a 533.
106
4
Riscos músculo-
-esqueléticos
4.1. Riscos de desenvolvimento de lesões músculo-esqueléticas
4.1.1. Introdução
4.1.2. Natureza do risco
4.1.3. Critérios básicos de uma avaliação dos riscos específica para a prevenção de lesões músculo‑
-esqueléticas
4.1.4. Situações laborais com maior exposição
4.1.5. Efeitos sobre a saúde e a segurança
4.1.6. Medidas de prevenção e proteção
4.1.7. Comportamento em situações críticas: recomendações para os trabalhadores
4.1.8. Principais mensagens e conclusões
4.1.9. Diretivas da União Europeia aplicáveis
4.1.10. Descrição de boas práticas empresariais
4.1.10.1. Prevenção das lesões músculo-esqueléticas no St.Elisabeth Hospital de Tilburg, Países Baixos
4.1.10.2. Prevenção das lesões músculo-esqueléticas no Berufsgenossenschaftliches Unfallkrankenhaus Hamburg (BUKH), República
Federal da Alemanha
4.1.10.3. Prevenção das lesões músculo-esqueléticas nos Serviços Sociais da Derby City Council, Grã-Bretanha
4.1.11. Ligações
4.1.12. Bibliografia
(28) HSE, Musculoskeletal • 48,7% referem ter de trabalhar em posições penosas ou fatigantes;
disorders in health and
social care.
• 43,4% têm de levantar ou mobilizar doentes;
(29) Fundação Europeia
para a Melhoria das • 27,7% têm de transportar ou movimentar cargas pesadas;
Condições de Vida e de
Trabalho, quarto inqué-
rito europeu sobre as • quase 80% afirmam trabalhar de pé ou em andamento;
condições de trabalho,
Serviço das Publicações
Oficiais das Comu- • 26,3% queixam-se de lombalgias;
nidades Europeias,
Luxemburgo, 2005. • 24,3% queixam-se de dores musculares.
( ) Fundação Europeia
30
108
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• os trabalhadores mais velhos queixam-se mais frequentemente de lesões (31) Ver secção 4.1.9. «Dire-
tivas da União Europeia
músculo-esqueléticas. aplicáveis», p. 137.
O desafio dos problemas de saúde relacionados com o trabalho, incluindo LME, foi (32) Fundação Europeia
para a Melhoria das
reconhecido e tratado a nível europeu através da adoção de várias diretivas, estraté- Condições de Vida e de
gias e políticas do Conselho (31), bem como da criação de organismos específicos da Trabalho, «Musculoske-
União Europeia, como a EU-OSHA, para apoiar as atividades de segurança e saúde no letal disorders and
organisational change:
trabalho em toda a Europa. Por exemplo, o Observatório Europeu das Condições de Conference report»,
Trabalho da Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho, Lisboa, 11 e 12 de
em cooperação com a presidência portuguesa da União Europeia, organizou uma outubro, 2007.
conferência em Lisboa sobre as lesões músculo-esqueléticas e as mudanças organi- (33) Fundação Europeia
zativas em outubro de 2007, tendo sido concluído que não existem soluções igual- para a Melhoria das
mente boas para todos, mas que é necessário procurar encontrar soluções que a todos Condições de Vida e de
Trabalho, quarto inqué-
beneficiem (32). rito europeu sobre as
condições de trabalho,
Tendo em conta os resultados das duas fases da consulta dos parceiros sociais euro- Serviço das Publicações
Oficiais das Comu-
peus, realizada ao abrigo do artigo 154.º do Tratado sobre o Funcionamento da União nidades Europeias,
Europeia, e as conclusões do estudo preparatório sobre o impacto socioeconómico de Luxemburgo, 2005.
várias opções políticas possíveis, destinadas a melhorar a prevenção das LME relacio-
nadas com o trabalho a nível da União Europeia, a Comissão tenciona propor agora
uma nova iniciativa legislativa que aborde todos os fatores de riscos significativos para
as lesões músculo‑esqueléticas relacionadas com o trabalho e estabeleça os requisitos
mínimos de segurança e saúde para proteger os trabalhadores da exposição a esses
fatores de risco em todos os locais de trabalho.
• espaço insuficiente para as atividades, que pode levar à adoção de posições incómo-
das e a uma deslocação insegura de objetos;
109
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
(34) Diretiva 90/269/CEE • falta de equipamentos (por exemplo, ajudas mecânicas como elevadores, carrinhos
do Conselho, de 29 de
maio de 1990, relativa
ou camas elétricas) ou fornecimento de equipamentos inadequados;
às prescrições mínimas
de segurança e de • deficiente manutenção dos equipamentos;
saúde respeitantes à
movimentação manual
de cargas que compor- • falta de formação inicial e complementar;
tem riscos, nomeada-
mente dorso-lombares,
para os trabalhadores
• número insuficiente de trabalhadores para o trabalho a executar;
(quarta diretiva especial
na acepção do n.º 1 do • má conceção do fluxo de trabalho;
artigo 16°. da Diretiva
89/391/C), JO L 156,
21.6.1990, p. 9–13. • processos de informação deficientes;
(35) Agência Europeia para
a Segurança e a Saúde
• não disponibilização de equipamentos de proteção individual adequados, por
no Trabalho, «Factsheet exemplo calçado e luvas de trabalho.
73 — Perigos e riscos
associados à movimen-
tação manual de cargas
Os fatores devidos à tarefa em causa incluem:
no local de trabalho».
• a movimentação manual de cargas realizada por um ou mais trabalhadores, desig-
(36) Agência Europeia para nadamente elevar, sustentar, baixar, empurrar, puxar, transportar ou deslocar car-
a Segurança e a Saúde
no Trabalho), «Factsheet gas (34). A carga pode ser inanimada, como é o caso de uma caixa de roupa suja ou
73 — Perigos e riscos de uma mesa rolante, ou animada (uma pessoa ou um animal). Os critérios para ava-
associados à movimen- liar os riscos de uma movimentação manual de cargas que possa comportar riscos
tação manual de cargas
no local de trabalho». dorso-lombares estão claramente definidos no anexo I da Diretiva 90/269/CEE do
Conselho (35). O risco de LME aumenta se a carga for:
»» demasiado pesada: não existe exatamente um limite de peso que seja seguro (um
peso de 20 a 25 kg é pesado para a maioria das pessoas levantarem),
»» demasiado grande: se a carga for grande, não é possível seguir as regras básicas
de elevação e transporte (como manter a carga o mais próxima possível do corpo),
levando a que os músculos se cansem mais rapidamente,
»» difícil de agarrar: o que pode levar a que o objeto escorregue e cause um acidente; as
cargas com arestas cortantes ou materiais perigosos podem ferir os trabalhadores,
»» demasiado pesado: não existe exatamente um limite de peso que seja seguro (um
peso de 20 a 25 kg é pesado para a maioria das pessoas levantarem; numa época
em que há cada vez mais doentes bariátricos, o peso desempenha um papel ainda
mais importante na avaliação dos riscos),
110
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• posições ou movimentos penosos, como fletir e/ou torcer o corpo, manter os bra-
ços levantados, dobrar os pulsos, esticar excessivamente os braços ou fazer esforços
excessivos;
• aptidão física para desempenhar a tarefa: na avaliação dos riscos deve considerar-se
se o trabalhador tem condições físicas para o trabalho em causa; o trabalhador pode
correr maiores riscos, se:
»» tiver uma certa idade: o risco de LME é elevado para os trabalhadores muito jovens
e aumenta com a idade e o número de anos de trabalho,
111
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
A avaliação dos riscos ajuda a identificar as pessoas em risco e a tomar decisões sobre
as medidas de prevenção e monitorização dos riscos adequadas. A Diretiva-Quadro
89/391/CEE da União Europeia realça o papel fundamental da avaliação dos riscos e
estabelece as disposições básicas que devem ser respeitadas por todos os emprega-
dores (38). Todavia, os Estados-Membros têm o direito de adotar disposições mais rigo-
rosas para proteger os seus trabalhadores (é necessário verificar a legislação específica
de cada país).
Nota importante A avaliação dos riscos deve basear-se numa abordagem holística que inclua os fatores técnicos,
organizativos e pessoais/individuais (T-O-P) e tomar em consideração a carga total suportada
pelo corpo, bem como os aspetos psicossociais, designadamente o stresse, os conflitos inter-
pessoais e as formas de agressão (por exemplo, assédio).
A avaliação dos riscos não é uma ação única, mas sim um processo contínuo com, pelo
menos, cinco etapas.
112
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
de medidas. Além disso, o Comité dos Altos Responsáveis da Inspeção do Trabalho (41) Comité dos Altos
Responsáveis da
(CARIT) formulou recomendações para a avaliação dos riscos quando as cargas são Inspeção do Trabalho
movimentadas/empurradas/puxadas (41). (SLIC), «Lighten the
load, Recommendations
for the risk assessment
Importa ainda prestar atenção às diversas formas como as atividades de movimen- in the case of manual
tação manual são executadas, tanto mais que a movimentação manual de doentes, handling of loads».
em especial, envolve frequentemente várias atividades combinadas. A duração e a fre-
quência da movimentação de doentes ou da movimentação de cargas podem variar (42) Jäger, M., e outros,
«Biomechanical analysis
muito em função do tipo de ação, pelo que o esforço físico delas resultante depende of patient-transfer acti-
em grande medida do método de trabalho, uma vez que nem todas as técnicas de vities for the prevention
movimentação têm a mesma eficiência. of spine-related hazards
of healthcare workers»,
in Healthcare Systems
Ergonomics and Patient
Estudo de investigação Safety HEP 08,
Estrasburgo, 2008.
01 M
odo de execução
otimizado com uma
estrutura de transfe-
rência antiderrapan-
te: transferência para
a cabeceira da cama
113
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
idade
(anos)
m
f
n=
mulheres (f) kN
critério de referência MDD (BK) de acordo
com o modelo de Doses Mainz-Dortmund homens (m) kN
Recomendações de Dortmund
idade anos
limites específicos em função da idade
e do género para a força de compressão mulher kN
máxima sobre as vértebras lombares homem kN
114
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
O risco é aceitável
O risco é negligenciável O risco não é aceitável
a curto prazo
Medidas a médio
Não são necessárias medidas Medidas imediatas
e longo prazo
Seguro Perigoso
115
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• quando a carga é demasiado pesada e/ou as suas dimensões são demasiado gran-
des (por exemplo, malas de médicos não adaptadas à capacidade do trabalhador
que executa a tarefa);
116
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• carga demasiado pesada e/ou objeto demasiado grande (elevados níveis de esforço
para iniciar o movimento e para o parar, falta de estabilidade, visão limitada, neces-
sidade de empurrar com uma mão e estabilizar o objeto com outra mão numa posi-
ção incómoda);
117
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
05 Movimentação de
doentes no bloco
operatório
118
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
As atividades enumeradas são apenas alguns exemplos, podendo a lista ser alargada
consoante o grupo profissional envolvido. As condições são, geralmente, agravadas no
caso dos doentes imobilizados e dos doentes bariátricos, ou quando o trabalhador cal-
cula mal o peso do corpo ou das partes do corpo do doente. O risco aumenta quando a
organização do ambiente de trabalho e/ou as condições organizativas são desadequa-
das. Podem existir restrições de espaço (edifício, mobiliário) que entravem a atividade de
movimentação, ou o nível de assistência necessário para a movimentação dos doentes
pode não estar garantido. As ajudas à movimentação adequadas (ajudas técnicas como
as camas elétricas reguláveis, os elevadores e pequenos acessórios como as estruturas e
as pranchas de transferência, rolantes e deslizantes) influenciam muito o grau de expo-
sição (45). Por último, mas não menos importante, a capacidade e a disponibilidade do
doente para compreender e cooperar, bem como as condições médicas que influenciam
a escolha do método de movimentação afetam claramente o nível de exposição.
119
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
120
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
121
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
O sistema cardiovascular também pode ser prejudicado pelo esforço físico excessivo.
O trabalho fisicamente exigente, sobretudo quando combinado com uma tensão psi-
cológica e psicossocial contínua, pode causar hipertensão.
Além disso, a permanência de pé durante longos períodos faz desviar o sangue para
as pernas, sobrecarregando o sistema venoso (ao caminhar, a contração dos músculos
apoia o refluxo do sangue das pernas para o coração). Os distúrbios circulatórios, a dila-
tação das veias e a varicose são consequências possíveis e o risco de trombose aumenta
visivelmente. Outra consequência de se estar continuamente de pé é o aumento da
pressão sobre os músculos, os tendões e os ligamentos dos pés, cuja sobrecarga pode
levar ao achatamento da arcada plantar e ao desenvolvimento de pé chato ou pé plano.
O abdómen também pode ser prejudicado pelo trabalho físico exigente. Levantar,
transportar ou empurrar uma carga pesada e outras atividades fisicamente exigentes
122
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
123
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
(50) Associação Internacio- • Os trabalhadores da saúde e outro pessoal que mobilize os doentes devem receber
nal da Segurança Social
(AISS), «Back-protecting
formação para promoverem os recursos dos doentes e permitir que estes partici-
work practices in pem mais ativamente no processo de deslocação. O esforço físico para o trabalhador
healthcare: training and de saúde pode ser, assim reduzido, e o princípio básico de cuidar de um doente esti-
prevention concepts
in Europe», Experts’
mulando e utilizando o mais possível os seus recursos será retomado. Esse método
Workshop, Paris, 2002. de movimentação dos doentes também cumpre o objetivo de preservar os seus sen-
timentos de dignidade e controlo de si próprios (50).
(51) Diretiva 89/656/CEE,
de 30 de novembro
de 1989, relativa às • Devem ser fornecidos equipamentos de proteção individual. A utilização de calçado
prescrições mínimas de adequado (ver também «Prevenção de acidentes causados por escorregões, trope-
segurança e de saúde ções e quedas», p. 157) e de equipamento de proteção como as luvas de trabalho
para a utilização pelos
trabalhadores de equi- deve ser assegurada (51).
pamentos de proteção
individual no trabalho • A saúde dos trabalhadores deve ser objeto de uma vigilância adequada em função
(terceira diretiva
especial, na acepção do dos riscos para a sua segurança e saúde no local de trabalho, de acordo com as legis-
n.º 1 do artigo 16.º da lações e/ou práticas nacionais. As medidas introduzidas serão de molde a permitir
Diretiva 89/391/CEE), que, caso o deseje, cada trabalhador possa submeter-se a um controlo de saúde a
JO L 393 de 30.12.1989,
p. 8 a 28. intervalos regulares (52).
Nota importante Nos termos das Diretivas 89/391/CEE do Conselho e 90/269/CEE, as entidades patronais devem
velar por que os trabalhadores recebam informações sobre os riscos em que incorrem durante
o trabalho, quando, por exemplo, movimentam cargas e mobilizam doentes, em especial
se essas atividades não forem executadas de maneira tecnicamente correta. Além disso, a
entidade patronal deve informar os trabalhadores sobre as medidas de proteção adequadas
e providenciar no sentido de que os trabalhadores recebam uma formação adequada sobre a
forma de trabalharem de forma segura e respeitadora da coluna vertebral (para informações
pormenorizadas, ver também a p. 123).
A informação e a formação devem ser facultadas antes de o trabalhador iniciar o trabalho, sen-
do recomendado que as atividades de informação e todas as atividades de formação tenham
lugar pelo menos uma vez por ano para promover a sustentabilidade e a eficiência.
14 15 Conceção ergonómica
do local de trabalho:
lavatório regulável
124
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Medidas técnicas
• analisar se um risco (por exemplo, a movimentação manual de cargas/de doentes) 16 Cama elétrica
regulável em altura
pode ser evitado;
17 Apoio elétrico para
empurrar uma cama
• verificar se é verdadeiramente necessário mover a carga /o doente;
18 Elevador montado
no teto
• ponderar a mecanização, por exemplo portas de aber-
tura automática, nos locais onde os artigos ou os doen-
tes têm de ser transportados;
• melhorar a organização do local de trabalho, por exem-
plo para evitar que os trabalhadores executem tarefas
que os obriguem a exercer muita força ou a adotar
posições incómodas ou estáticas, a situação de esforço
físico pode ser mantida dentro de limites aceitáveis
através da conceção adequada do local de trabalho.
125
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Medidas organizativas
Estas medidas só devem ser consideradas se não for possível eliminar ou reduzir os
riscos de LME.
126
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• deve ser criado um cargo associado à gestão dos riscos e da qualidade que assuma
a responsabilidade pelo processo;
• deve realizar-se uma avaliação dos riscos ergonómicos em todas as áreas e departa-
mentos. Quando necessário, as estruturas e os procedimentos organizativos devem
ser adaptados de modo a permitirem uma evolução a nível da organização. O número
de efetivos, os rácios e as escalas de serviço devem ser previstos em conformidade;
• depois de as estruturas e os procedimentos serem analisados, o processo a definir (55) Grupo de Trabalho
deve ser subdividido e tratado em projetos independentes, com a participação de sobre Ergonomia da
Associação Internacio-
especialistas, para assegurar uma gestão participativa. Os responsáveis pelo desen- nal da Segurança Social
volvimento e a gestão do projeto devem prestar contas ao departamento de gestão (AISS), «Recommen-
dos riscos e da qualidade; dations: Prevention of
low-back pathologies in
healthcare professions»,
• a análise de riscos ergonómica deve ser efetuada por um especialista; 2006.
127
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• devem ser disponibilizados recursos financeiros suficientes para levar a cabo uma
prevenção eficaz no domínio da ergonomia.
20 21 Transferência da
cama para uma cadeira de
rodas com a ajuda de uma
prancha de transferência
128
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• A elevação deve ser evitada sempre que possível, mas se for a única solução utilize
um elevador. As ajudas mecânicas apoiam a mobilidade dos doentes e reduzem,
assim, eficazmente as cargas suportadas pelos trabalhadores da saúde. As prescri-
ções mínimas em cada serviço devem ser determinadas pelas necessidades de cui-
dados, mas todos devem dispor, como equipamento básico, de duas unidades dos
seguintes artigos: estrutura antiderrapante, estrutura de transferência, prancha de
transferência e cinto de transferência.
22 23 24 25 26 27
Passo a passo: movimen-
tação de um doente com a
ajuda de uma estrutura de
transferência
129
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
130
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Uma revisão sistemática dos dados científicos sobre a eficácia das medidas preventivas Nota importante
revelou (56) o seguinte:
• há fortes indícios de que as medidas técnicas ergonómicas podem reduzir a carga suportada
pela região dorso-lombar e os membros superiores, e indícios moderadamente seguros de
que essas medidas também podem reduzir a ocorrência de LME;
• há bastantes indícios de que uma conjugação de vários tipos de intervenções (abordagem
multidisciplinar), que incluam medidas técnicas, organizativas e pessoais/individuais, é
melhor do que as medidas isoladas;
• há alguns indícios de que uma abordagem participativa que inclua os trabalhadores no
processo de mudança contribui para o sucesso de uma intervenção;
• o treino físico (incluindo exercício vigoroso pelo menos três vezes por semana) também
pode reduzir a recorrência das lombalgias e das dores no pescoço e nos ombros;
• há fortes indícios de que a formação sobre métodos de trabalho utilizados na movimenta-
ção manual não é eficaz se for utilizada como única medida para prevenir as lombalgias.
O conceito de líderes interpares aplica-se ao setor da saúde, bem como a outras profissões em
que existe grande necessidade de promover métodos de trabalho respeitadores da coluna
vertebral.
Para mais informações, ver:
www.ergocoaches.nl
www.backexchange.eu
www.inrs.fr
www.backexchange.eu (que contém aconselhamento sobre a contratação de peritos nacionais)
Outra abordagem de prevenção das LME é o Back Care Advisor, no Reino Unido, que é um
perito externo que presta aconselhamento destinado a promover o desenvolvimento das
organizações no sentido de prevenir as LME. Para mais informações, ver www.nationalbackex-
change.org/roles_of_a_back_care_advisor/index.html
131
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• colocar os pés de cada lado da carga, com o seu corpo por cima (se isso não for pos-
sível, tente aproximar o seu corpo o mais possível da carga);
• endireite as costas, tente não torcer o corpo nem incliná-lo para o lado;
• movimente os artigos armazenados acima do nível dos olhos utilizando uma escada
ou um escadote.
28 Carga próxima do
corpo
29 Técnica correta
132
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
É importante que:
• qualquer esforço para empurrar e puxar seja efetuado utilizando o próprio peso
do corpo; coloque os pés paralelos um ao outro e incline-se para a frente quando
empurra e para trás quando puxa;
• mantenha os braços próximos do corpo e empurre com o corpo inteiro e não apenas
com os braços;
• tenha suficiente aderência ao chão para se poder dobrar para a frente e para trás
(calçado adequado?) (ver também «Prevenção de acidentes causados por escorre-
gões, tropeções e quedas», p. 157);
• evite empurrar, de forma incómoda, com uma mão e segurar os equipamentos sol-
tos com a outra;
• todos os equipamentos sejam objeto de uma manutenção regular, para que os dis-
positivos de movimentação sejam convenientemente mantidos e funcionem sem
dificuldades nem percalços;
133
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• organize o seu ambiente de modo a ter espaço suficiente e uma altura ergonómica
(da cama, por exemplo);
• certifique-se de que os bloqueios da cama, do carrinho ou da cadeira de rodas estão
adequadamente colocados;
• reduza a carga, utilize ajudas à movimentação e trabalhe com dois ou mais colegas;
• se trabalhar com dois colegas ou mais, é absolutamente necessário comunicarem sobre
a ação de movimentação, coordenarem o processo e informarem também o doente;
• movimente o doente o mais próximo possível do seu corpo e mantenha este o mais
vertical possível;
• não faça movimentos súbitos e bruscos nem trabalhe com os ombros erguidos;
• dobre os joelhos em vez das costas e inicie os movimentos em pé com os pés para-
lelos e transferindo o seu peso de uma perna para a outra;
• se o esforço for excessivo, experimente outra solução, utilize uma ajuda técnica e/ou
trabalhe com duas ou mais pessoas.
32 Posição dos pés:
Transferência de
peso
33 Transferência de um
doente paralisado
com a ajuda de um
elevador montado no
teto
Um método de trabalho orientado para os recursos do doente pode reduzir ainda mais o
esforço do prestador de cuidados, equilibrando os eventuais défices funcionais do doente
e reduzindo o risco de serem causados danos ao doente e ao prestador de cuidados:
• o padrão de movimento e a sua velocidade devem ser induzidos pelo doente, ajus-
tando-se o prestador de cuidados à forma como este se move;
• a interação entre o doente e o prestador de cuidados deve ser concebida de forma
harmoniosa, para induzir orientação e controlo por parte do doente;
• dar pequenos passos permite que o doente aja por sua própria iniciativa, reduzindo,
assim, o esforço do prestador de cuidados;
• sempre que possível, deve manter-se o peso do doente dentro das suas próprias
estruturas corporais e mover o doente transferindo o peso passo a passo de acordo
com o padrão de movimento natural, em vez de levantar o peso;
• o apoio deve ser oferecido utilizando os padrões de movimento naturais;
• é essencial usar um contacto seguro e por impulsos com o doente e nunca o agarrar
pelas articulações.
134
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• o esforço das atividades executadas de pé deve ser, sempre que possível, reduzido
por meio de um apoio, que deve ser regulável e adaptado à altura do utilizador;
• o uso de meias de descanso pode ser uma medida importante para apoiar o sistema
venoso nos casos de exposição prolongada ao trabalho de pé;
36 37 38 Altura de
trabalho ergonómica
135
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Para se evitarem os efeitos negativos, deve fazer-se uma curta pausa aproximada-
mente de meia em meia hora e mudar de posição o mais frequentemente possível.
A cadeira de trabalho deve ser individualmente adaptada ao utilizador, com a ajuda
de vários ajustamentos, os mais importantes dos quais são a altura, a inclinação e a
profundidade do assento, a altura dos apoios para os braços, a altura e a inclinação das
costas, bem como a regulação dinâmica das costas.
Nota importante As condições de trabalho devem ser de molde a não pôr a saúde dos trabalhadores em perigo.
Os recursos dos trabalhadores saudáveis devem ser reforçados, os trabalhadores em risco de-
vem ser apoiados por medidas de proteção e os trabalhadores que já tenham LME devem ser
ajudados a regressar ao trabalho. Uma abordagem participativa é particularmente promissora,
sendo também muitas vezes necessário interligar as medidas de prevenção dos riscos e de
promoção da saúde para alcançar os objetivos.
136
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
3. a Diretiva 90/270/CEE do Conselho relativa às prescrições mínimas de segurança (60) JO L 183 de 29.6.1989,
p. 1 a 8.
e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor contém
referências pormenorizadas à conceção dos postos de trabalho onde são utili- (61) Diretiva 90/270/CEE
zados visores (61); do Conselho, de 29 de
maio de 1990, relativa
às prescrições mínimas
4. assegurar a boa manutenção dos locais de trabalho (Diretiva 89/654/CEE do de segurança e de
Conselho) (62); saúde respeitantes ao
trabalho com equipa-
mentos dotados de
5. assegurar que, na medida do possível, os locais de trabalho recebem suficiente visor (quinta directiva
luz natural e estão equipados com uma iluminação artificial adequada para prote- especial na acepção do
ger a segurança e a saúde dos trabalhadores (Diretiva 89/654/CEE do Conselho) (63); n.º 1 do artigo 16.º da
Directiva 89/391/CEE),
JO L 156 de 21.6.1990,
6. disponibilizar equipamentos de trabalho ergonómicos adequados com uma p. 14 a 18.
abordagem sensível à dimensão do género para reduzir/evitar os perigos (64);
(62) Diretiva 89/654/CEE
do Conselho, de 30 de
novembro de 1989,
relativa às prescrições
mínimas de segurança e
de saúde para os locais
de trabalho (primeira
diretiva especial, na
acepção do n.º 1 do
artigo 16.º da Diretiva
89/391/CEE), JO L 393
de 30.12.1989, p. 1 a 12.
137
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
138
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Boas práticas
das, nomeadamente a aplicação do sistema de «ErgoCoaches» (instrutores de ergonomia).
O que vos levou a debruçarem-se sobre a questão das LME e dos acidentes
causados por quedas?
A análise dos nossos números sobre a incapacidade para o trabalho e dos dados forneci-
dos pelo nosso médico do trabalho revelou que os problemas dorso-lombares, bem como
os das cervicais e dos ombros, são as principais causas de incapacidade para o trabalho.
Por isso, foram os nossos próprios números que nos alertaram para a necessidade de resol-
vermos este assunto e constatámos, pelo inventário e o inquérito sobre os riscos que levá-
mos a cabo, que as queixas físicas são predominantes. Além disso, obtivemos informações
complementares dos trabalhadores que retomaram a atividade depois de uma licença
por incapacidade para o trabalho. Recomenda-se que os quadros de gestão realizem esse
tipo de debates para obterem informações e este ano tencionamos realizar novas ações
de formação e de desenvolvimento da gestão a eles destinadas sobre esta matéria.
Utilizamos um inventário básico dos riscos, que abrange todos os riscos existentes no
setor da saúde, complementado pelo nosso procedimento específico para os riscos
músculo-esqueléticos (entrevistas e observação). Começamos por elaborar um projeto
de plano. O que vamos fazer e porquê? Quem é responsável pelo quê? O plano é apre-
sentado à direção e aos representantes dos trabalhadores para eles darem o seu acordo.
Posteriormente, os diretores dos departamentos e os chefes de equipa são contactados
para marcar o inquérito, sendo-lhes facultadas informações adicionais sobre os objeti-
vos e os métodos. Os trabalhadores não estão diretamente envolvidos nesse trabalho,
mas quando formulamos uma política nesta matéria consultamo-los sempre, porque
são eles que trabalham com os riscos e podem fornecer informações muito úteis.
139
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
140
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Boas práticas
transferência, pranchas de transferência, elevadores) e formação sobre a sua utilização.
Quanto aos sapatos de trabalho, sugerimos alguns requisitos, mas estes não são obriga-
tórios, apenas sendo obrigatório usar sapatos de trabalho especiais no bloco operatório,
no serviço de urgência e para o transporte de doentes. No que respeita a ofertas relacio-
nadas com o bem-estar físico, temos uma parceria com um ginásio e centro desportivo
que oferece descontos ao nosso pessoal. Também temos aulas de ioga a nível interno e
uma aula de meditação orientada por uma das nossas enfermeiras dos cuidados intensi-
vos. Muitas equipas do hospital participam na corrida de 10 milhas de Tilburg.
Fazemos parte de uma rede de hospitais de elevada qualidade e de uma rede de traba-
lhadores em matéria de segurança e saúde no trabalho (SST) com as quais partilhamos
conhecimentos e informações. Reunimo-nos três vezes por ano e desenvolvemos e
utilizamos artefactos em comum. A rede foi criada há nove anos, por ideia nossa, com
apenas cinco ou seis colegas, mas agora já conta com 23 hospitais. Também temos
acordos com parceiros externos, designadamente fornecedores de mobiliário e ele-
vadores, com o objetivo de adequar melhor os produtos à sua utilização no hospital.
Além disso, existe uma rede de ErgoCoaches em Tilburg e nas aldeias circundantes.
141
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
outras. Também estabelecemos acordos com os chefes de equipa, por exemplo, para
assegurar que toda a gente tem tempo suficiente para utilizar essa medida, ou come-
çamos por um serviço que esteja interessado em fazer algo novo.
Duas vezes por ano, organizamos reuniões de instrutores de ergonomia, que consti-
tuem uma oportunidade para formar redes, trocar ideias, etc. Às vezes, desenvolvem-
-se soluções num serviço que também são úteis para outros serviços e nós ajudamos a
transferir as informações. Quando introduzimos novos instrumentos ou ajudas técni-
cas, temos períodos de experimentação antes de os comprar, porque é necessário que
os trabalhadores avaliem os instrumentos. Podemos aconselhá-los, mas eles também
têm responsabilidade.
(70) Esta é uma trans-
crição de uma 4.1.10.2. Prevenção das lesões músculo-esqueléticas
entrevista efetuada
em alemão, pelo no Berufsgenossenschaftliches Unfallkrankenhaus
que pode não estar
perfeita do ponto de
Hamburg (BUKH), Alemanha (70)
vista linguístico. O BUKH (71) tem 1 637 trabalhadores, no total, e em 2000 foi iniciado um projeto a
(71) Berufsgenossenschaf-
tliches Unfallkranke-
longo prazo para promover a contínua melhoria da sua segurança e saúde no traba-
nhaus Hamburg lho. O projeto arrancou no setor da enfermagem, que conta com cerca de 600 traba-
(BUKH), República lhadores, com um inquérito ao pessoal. Esse inquérito revelou uma elevada exposição
Federal da Alemanha
(http://www.buk-
física neste setor e também o desejo dos enfermeiros de poderem continuar a exercer
-hamburg.de). a sua profissão durante o máximo tempo possível. Os círculos de saúde ajudaram a
(72) Berufsgenossens- colocar os problemas em termos concretos e a formular as soluções iniciais.
chaft für Gesun-
dheitsdienst und
Wohlfahrtspflege Pretendia-se encontrar uma maneira de conceber o ambiente e os fluxos de trabalho de
(BGW) (http://bgw- forma mais ergonómica, comprar dispositivos de apoio à movimentação adequados (72)
-online.de).
142
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
e elevar o nível de qualificação do pessoal de enfermagem. Deu-se especial atenção ao (73) Forum fBB, Hamburg
(http://www.forumfbb.
objetivo de tomar medidas sustentáveis para reduzir os dias de trabalho perdidos por
de).
doença, prevenir as doenças profissionais, melhorar a qualidade dos cuidados e aumen-
tar a satisfação profissional e o bem-estar do pessoal de enfermagem. Para o efeito, elabo- (74) Hamburgische
rou-se um pacote de medidas coordenado, baseado na avaliação dos riscos, na seleção e Arbeitsgemeinschaft für
Gesundheitsförderung
compra de dispositivos de apoio à movimentação e na formação inicial dos quadros exe- e.V. (http://hag-
cutivos e dos trabalhadores da saúde. Todos os intervenientes na segurança e saúde no gesundheit.de).
trabalho, ou seja, o pessoal executivo, o médico do trabalho, o especialista em segurança
e saúde no trabalho, o representante da promoção da saúde e o representante do pes- (75) Ergonomico Concept,
Forum fBB, Hamburg
soal, bem como o representante da gestão da qualidade e os responsáveis pelo desen- (http://www.forumfbb.de).
volvimento dos recursos humanos, participaram no processo, com o apoio de peritos
externos [Berufsgenossenschaft fur Gesundheitsdienst und Wohlfahrtspflege (Instituição
de Seguros e Prevenção de Acidentes nos Serviços de Saúde e Proteção Social)] e do
Boas práticas
Forum fBB Hamburg (73). Em 2007, o BUKH foi galardoado com o prémio de promoção da
Saúde de Hamburgo pelas suas medidas de promoção da saúde no local de trabalho (74).
Numa primeira fase, a avaliação dos riscos foi aperfeiçoada através de análises aprofun-
dadas da situação e dos círculos de saúde subsequentes. Foram escolhidas sete unidades
de serviço como unidades-modelo e o pessoal de enfermagem recebeu uma formação
básica de ergonomia, durante três dias, sobre a movimentação de doentes segundo o
conceito «Ergonomico» (75) [formação inicial e contínua nos termos da portaria alemã
sobre a movimentação de cargas (Lastenhandhabungsverordnung) baseada na Diretiva
90/269/CEE do Conselho]. Para atingir os objetivos estabelecidos, tinha sido decidido
adotar uma abordagem integrativa no conceito do seminário [interligando segurança e
saúde no trabalho (movimentação preventiva dos doentes/ respeitadora da coluna ver-
tebral) com orientação dos doentes — métodos de trabalho orientados para os recursos
dos doentes com utilização de dispositivos de ajuda à movimentação]. A fim de integrar
a aprendizagem feita na prática de enfermagem quotidiana, os participantes receberam
simultaneamente apoio prático e instruções, nas unidades de serviço. Os dispositivos de
apoio à movimentação foram testados, selecionados, comprados e adaptados às carac-
terísticas e necessidades de cada secção.
O segundo inquérito ao pessoal (2004) já tinha deixado bem claro que as medidas
introduzidas estavam a produzir exatamente os efeitos positivos que pretendíamos.
Então, o projeto foi alargado a outros serviços e secções. Por um lado, todas as sec-
ções de enfermagem foram incorporadas no programa e, por outro, procedeu-se ao
desenvolvimento e à administração, bem sucedida, de uma formação em ergonomia,
designadamente no bloco operatório, no serviço de urgência, nos setores de armaze-
namento e transporte, no serviço de ambulâncias, no serviço de limpeza, na esteriliza-
ção a nível central, na documentação médica, nos serviços administrativos, no serviço
de refeitório e no infantário para os filhos dos trabalhadores do hospital.
143
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
144 O Berufsgenossenschaftliches
Unfallkrankenhaus, Hamburgo
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Boas práticas
para essa função, mas sim nomeados para a desempenhar. Nesses casos, há dificulda-
des. Mas em princípio as coisas funcionam assim, o que é muito compensador para os
peritos e também nos proporciona uma formação complementar.
Entrevistador: O que envolve isso em termos de formação complementar?
Basicamente, é um modelo em duas etapas. Por um lado, os trabalhadores recebem for-
mação e, por outro, existe a função de peritos em prevenção de lesões dorso-lombares.
Susanne Hoser: Fizemos formação ergonómica para a movimentação de doentes de
acordo com o conceito «Ergonomico», em seminários básicos e avançados, bem como
formação sobre dispositivos de apoio à movimentação para mobilizar e posicionar
os doentes, cinestesia, seminários básicos e avançados, um seminário básico sobre
o método de Bobarth e um seminário centrado na formação e instrução dos colegas,
todos com três dias de duração. Quatro dos especialistas em prevenção de lesões dorso-
-lombares também participaram num seminário sobre moderação e apresentação, para
desempenharem essas tarefas de forma independente, no âmbito do grupo de trabalho
de peritos nesta matéria, que se reúne regularmente. Na qualificação desses peritos está
também incluída a frequência da formação básica em ergonomia para a movimenta-
ção de doentes ou de outros seminários de qualificação. Isto significa que, depois dos
seminários para obter qualificações, há novamente a possibilidade de reciclar os conhe-
cimentos e competências, bem como de experimentar coisas sob supervisão, enquanto
peritos na prevenção de lesões dorso-lombares. Participamos regularmente em seminá-
rios de reciclagem sobre o conceito «Ergonomico» e em seminários com diversas priori-
dades temáticas como, por exemplo, o posicionamento dos doentes.
Entrevistador: Adquiriram muitos conhecimentos e competências. Os trabalhadores
também costumam frequentar esses seminários?
Susanne Hoser: Sim, eles participam cada vez mais e com mais frequência, mas isso tam-
bém varia. Os meus colegas constatam que essa análise da questão também promove
alterações e colocam questões bastante específicas num contexto quotidiano. Também há
diferentes procedimentos nas diversas unidades de serviço. O objetivo é ir dando instru-
ções de seguimento, criando uma pequena unidade de formação, no período de transição,
sobre certos temas em que todos os trabalhadores adquirem conhecimentos, que depois
aplicam e incorporam no trabalho quotidiano. O mesmo acontece quando os especialistas
na prevenção de lesões dorso-lombares estão no local e trabalham em conjunto com as
outras pessoas, são-lhes então colocadas questões e experimentam-se soluções.
Entrevistador: O aspeto fundamental, neste caso, é que os especialistas em preven-
ção de lesões dorso-lombares são trabalhadores que costumam trabalhar nas unida-
des de serviço e, por isso, estão frequentemente acessíveis.
Susanne Hoser: O sistema permite que nos sentemos juntos e conversemos sobre a
movimentação de doentes ou os casos de doentes específicos, para analisar se esta-
mos a agir da forma mais aconselhável ou se faz sentido reconsiderar a execução de
uma tarefa para sermos mais eficazes. Por exemplo, utilizar outro dispositivo de apoio
145
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
146
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Boas práticas
mostra o que o nosso material aguenta, desde a mesa de operações até ao elevador. Por
exemplo, estamos a re-equipar os blocos operatórios de modo a podermos tratar doen-
tes com 300 kg. O facto de todos os processos de compras terem de ser apresentados
pelo departamento de compras ao departamento de segurança e saúde no trabalho é
igualmente importante. Os peritos deste departamento examinam cada equipamento
previamente, para ver se é adequado ou se irá criar problemas ou riscos adicionais para
os utilizadores. Este procedimento está inscrito nas instruções de trabalho escritas, de
acordo com as ordens do diretor-geral e com o manual de qualidade.
Também temos, por exemplo, trabalhadores que necessitam de um apoio especial.
Neste caso, desenvolvemos um processo de seleção de dispositivos de movimentação
adaptados a cada indivíduo, que foi objeto de uma instrução de serviço assinada pelo
diretor-geral. Em termos mais claros, trata-se de responder à pergunta: «Quando tenho
um problema de saúde no trabalho, como é que este será resolvido?». Atualmente,
essa questão está regulamentada de forma muito precisa, bem como a pessoa a quem
os trabalhadores em causa se devem dirigir. A pessoa responsável tem o direito de
indicar que esse trabalhador necessita de luvas especiais, uma cadeira especial ou
outra coisa qualquer.
Entrevistador: Acabou de dizer que há uma pessoa que deve ser especificamente
contactada.
Dirk Greunig: No nosso hospital, é o médico do trabalho.
Entrevistador: Talvez possamos falar agora do trabalhador a nível individual. Foram
adotadas medidas a esse nível? A formação em ergonomia é obrigatória para todos
os trabalhadores e todos devem participar. Há outras medidas para os trabalhadores?
Susanne Hoser: Também dispomos de formação em exercício para o desenvolvi-
mento dos recursos humanos, na qual podem participar todos os trabalhadores e
multiplicadores interessados, por exemplo os mentores.
Dirk Greunig: Estabelecemos objetivos de qualidade para que todos possam ver aquilo
que temos feito, indicando, por exemplo, a quantos trabalhadores demos formação.
Todos podem ver estes dados e que a direção quer que façamos este trabalho. Este
aspeto é muito importante para os trabalhadores, que podem dizer às chefias: «É isto
que o diretor-geral quer».
Entrevistador: Outra questão importante é a do calçado adequado para os enfermei-
ros. O que fizeram a esse respeito?
Dirk Greunig: No fim do ano passado, organizámos um dia extraordinário sobre o cal-
çado. Convidámos vários fornecedores de calçado adequado e todos os trabalhadores
puderam obter informações sobre o que é um calçado verdadeiramente seguro para
usar num hospital, a começar por aquele que é comprado pelo hospital, para o bloco
operatório, por exemplo. Neste caso, estamos a tentar alterar as orientações aplicáveis
às compras para que a situação fique mais clara.
147
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Susanne Hoser: Essa iniciativa também provou a muitas pessoas que um sapato bem
ajustado é mais confortável para trabalhar. Em muitos serviços, os trabalhadores foram
sensibilizados pelos especialistas em prevenção de lesões dorso-lombares e pelo semi-
nário de formação em ergonomia e agora sabem que sapatos devem usar. Há serviços
onde todos trabalhadores usam calçado adequado para a profissão de enfermagem.
Entrevistador: O BGW (instituição de seguros de acidentes e prevenção no serviço
de segurança e saúde no trabalho) também se pronunciou claramente sobre este
assunto. Em que medida segue o vosso hospital essas recomendações?
Susanne Hoser: Elas fazem parte do seminário de formação em ergonomia e também
constam das orientações dos especialistas em prevenção de lesões dorso-lombares.
Está a ser elaborada uma instrução de serviço.
Entrevistador: Que experiência têm tido em termos de aplicação das medidas com o
Boas práticas
apoio de formadores/consultores externos?
Susanne Hoser: Considerei muito útil a cooperação com formadores/consultores
externos, que trouxeram a experiência de outros estabelecimentos e projetos. Este é
um aspeto a favor dos elementos externos, porque assim o aspeto da ligação em rede
também produz o seu impacto.
Dirk Greunig: Um elemento externo também conhece mais soluções, que já viu noutros
sítios. Nem todas as soluções servem a todos os estabelecimentos. É necessário adaptá-las.
Susanne Hoser: Quando se trabalha há muito tempo num hospital, fica-se com uma
visão algo afunilada e deixamos de colocar algumas perguntas. Os elementos exter-
nos podem olhar para as coisas sem preconceitos.
Dirk Greunig: Um elemento externo também tem a vantagem de poder dizer coisas
que podem causar atritos e ir-se embora novamente.
Entrevistador: Essa é a grande vantagem dos elementos externos. E às vezes também
são mais escutados.
Susanne Hoser: Se alguém me perguntar algo que não sei, pergunto a outra pessoa,
ou seja, ao perito externo que estiver disponível na altura.
Entrevistador: O projeto também custa dinheiro. Foi completamente financiado
pelos vossos próprios fundos?
Dirk Greunig: O departamento de proteção da saúde tem um orçamento fixo, que
aumenta todos os anos.
Entrevistador: Conhecem-se as experiências positivas, mas o que aconteceu quando algo
não resultou? Disseram que um ou outro dos especialistas em prevenção de lesões dorso-
-lombares foi empurrado para exercer essa função e não a exercia por motivação própria.
Susanne Hoser: É uma dificuldade, mas qualquer pessoa que não se sinta à vontade com
o cargo pode dizer: «Desculpem, isto não é para mim, demito-me». Já há um número cres-
cente de especialistas em prevenção de lesões dorso-lombares que exercem a função por
convicção e que estão cientes de que ela nem sempre é fácil. Além disso, há o grupo de
trabalho de especialistas em prevenção de lesões dorso-lombares. Considero que essa rede
é extremamente importante porque, em situações de crise, ajuda-nos conhecer colegas de
outros serviços e podermos dizer «Não consigo fazer progressos, como agem vocês nesta
situação?». É muito importante integrar essa rede na segurança e saúde no trabalho. Já
houve problemas a nível hierárquico. Claro que existe a instrução processual, mas ela é ape-
nas uma entre muitas que chegam às secretárias dos diretores de serviços e departamentos.
Neste caso, seria útil que alguém viesse em nosso auxílio e dissesse: «Sim, é isso que nós
queremos» e nos desse mais apoio. Contudo, também há serviços onde temos todo o apoio.
Dirk Greunig: O grande problema que estamos agora a tentar resolver é a possibili-
dade de as pessoas serem dispensadas das suas funções para se poderem preparar,
por exemplo, antes de apresentarem comunicações ou participarem em seminários.
Essa dispensa não foi possível durante muito tempo. É um problema que afeta, por
148
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Boas práticas
lhadores possam ter disponibilidade para as suas tarefas suplementares.
Entrevistador: Em consequência, essas atividades são equiparadas às funções nor-
malmente desempenhadas nas unidades de serviço. Para além do inquérito ao pes-
soal, há instrumentos para verificar a eficácia dessa atitude?
Dirk Greunig: Avaliámos o projeto de prevenção de doenças dorso-lombares e há
muito que o transferimos para as práticas normais.
Entrevistador: Quais foram os aspetos mais importantes? Que conselhos daria a
outros estabelecimentos?
Dirk Greunig: O mais importante é: nunca desistir! O que hoje não resulta poderá
ter um aspeto completamente diferente daqui a três meses. As coisas, muitas vezes,
parecem bloqueadas no início, mas ao fim de seis meses as pessoas habituaram-se à
ideia e ela funciona. Uma boa gestão da informação é absolutamente essencial, desig-
nadamente garantir que todos recebem a mesma informação (por exemplo, através
da intranet) e podem entendê-la. Por exemplo, recorrer a boletins informativos regu-
lares, o mais sucintos possível, pois, se tiverem mais de uma página, ninguém os lê.
Nós concluímos que os eventos que repetimos várias vezes para acentuar temas como
a segurança e a saúde não produzem grandes resultados. O volume de trabalho nas
unidades de serviço é tão grande que ninguém se pode afastar. Em vez disso, vamos
a reuniões do pessoal, por exemplo, para informar a equipa, ou organizamos forma-
ções curtas no local para os trabalhadores. Possuímos um sistema eletrónico por meio
do qual podemos organizar ações de formação para todos os trabalhadores, determi-
nando, relativamente a cada trabalhador novo, qual a formação de que este necessita.
O trabalhador tem um cartão onde ficam inscritas as ações de formação que frequen-
tou e quando, podendo ser alertado se ainda tiver uma formação em falta, ou quando
acontece algo grave ficamos a saber quem necessita de formação subsequente. Este
sistema é muito útil para gerir o desenvolvimento dos nossos recursos humanos.
Entrevistador: Mencionou também que os chefes de serviços nem sempre estão con-
vencidos e por isso recorrem à administração.
Susanne Hoser: Sem dúvida. Nesse caso, também necessitamos de saber como inte-
grar estas medidas nos objetivos empresariais e deixar claro que elas são exigidas, que
não acontecem isoladamente e que não funcionam sem esforço.
Dirk Greunig: E os executivos são colocados em condições de as gerirem através de uma
formação própria. Muitos executivos desconhecem, na verdade, o papel que desempe-
nham em matéria de segurança e saúde no trabalho. O que ele envolve. Os executivos
devem assumir uma posição de liderança (!) para que cada pessoa saiba exatamente o que
deve fazer. A gestão dos processos é extremamente importante neste caso. Destina-se a
todos os trabalhadores, desde a administração até ao mais simples trabalhador. E também
importa determinar quem é o conselheiro ou instrutor e quem tem a responsabilidade.
Entrevistador: Obrigado pela entrevista e desejo-vos grande êxito nas próximas
medidas que tomarem.
149
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Avaliação
do desempenho
Análise
do desempenho
150
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
4.1.11. Ligações
N.º Título País/Região Conteúdo/Fonte
1 Preventing back Estados Unidos Breve guia para a prevenção das lesões dorso-lombares no setor da saúde.
injury in health- O guia conclui que as lesões podem ser evitadas eliminando as tarefas que
care exigem a elevação de cargas.
http://www.afscme.org/issues/1320.cfm
2 Schwere Arbeit — Áustria Esta orientação baseia-se numa avaliação das instalações austríacas de
leicht gemacht, prestação de cuidados levada a cabo em 2004. Apresenta recomendações
ein Leitfaden für e exemplos de boas práticas que ajudarão a reduzir a carga física suportada
die stationäre pelos trabalhadores da saúde.
Altenpflege http://www.arbeitsinspektion.gv.at/NR/rdonlyres/7F88360F-B923-4DF3-
98DF-6CB4D1920EBE/0/altenpflege.pdf
3 Arbeitsplätze für Alemanha Esta publicação presta aconselhamento sobre os requisitos ergonómicos
Behinderte und específicos que os locais de trabalho devem ter para os trabalhadores com
Leistungsgewan- deficiências físicas.
delte http://www.baua.de/de/Publikationen/Broschueren/Gesundheitsschutz/
Gs03.html?nn=667406
4 The Ups and Alemanha O tempo decorrido entre o momento em que nos sentamos e aquele em que
Downs of Sitting nos levantamos tem vindo a aumentar constantemente na sociedade moderna
e estar várias horas sem sair dessa posição, como cada vez mais pessoas são
obrigadas a estar, mesmo no local de trabalho, constitui um problema. Ao fim e
ao cabo, as pessoas estão naturalmente preparadas para se moverem e a falta de
movimento não só afeta o sistema cardiovascular, como também e, muito em
especial, faz degenerar o aparelho locomotor e de sustentação. As possibilidades
de introduzir mais movimento e dinamismo na rotina diária do trabalho de escri-
tório são muitas e variadas, indo desde o mobiliário de escritório regulável e as
conceções de escritórios móveis até uma organização do trabalho que dispense
cada vez mais a cadeira de escritório. Algumas dessas possibilidades são apresen-
tadas nesta brochura com a recomendação de que sejam imitadas
http://www.baua.de/nn_21604/de/Publikationen/Broschueren/A66,xv=vt.pdf?
5 Standing until you Alemanha Muitos trabalhadores ainda são forçados a estar de pé durante todo o seu dia
drop? — When de trabalho. Há estudos que demonstram que estar continuamente de pé
work keeps you on impõe uma carga desequilibrada ao organismo humano e causa numerosas
your toes perturbações do sistema cardiovascular e do aparelho músculo-esquelético.
Esta brochura apresenta possibilidades de aliviar a carga suportada pelos
trabalhadores em profissões que os obrigam a estar de pé e a organizar o
trabalho de modo a torná-lo mais saudável, mais humano e mais produtivo
http://www.baua.de/de/Publikationen/Broschueren/A60.pdf?_
blob=publicationFile&v=7
6 Up and down, up Alemanha Esta brochura tem o objetivo de fazer com que os leitores se ponham,
and down — How literalmente, de pé e não apenas enquanto a estão a ler, mas várias vezes por
dynamic sitting dia. O seu tema central é o «escritório dinâmico», ou seja, faculta informações
and standing can básicas sobre o modo de conceber o escritório através de uma organização
improve health in adequada do trabalho e com mobiliário «dinâmico» que facilite o movimento
the office http://www.baua.de/cae/servlet/contentblob/717578/publication-
-File/48508/A65.pdf
7 BGW-Leitfaden: Alemanha Um guia para reduzir as LME nos lares de terceira idade, através da integra-
Prävention von ção de medidas técnicas, de organização e pessoais.
Rückenbeschwer- http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/
den in der statio- Medientypen/bgw_20forschung/EP-LRue-11_Leitfaden_Praevention_von_
nären Altenpflege Rueckenbeschwerden_stat_Altenpflege,property=pdfDownload.pdf
151
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
9 BGW Themen: Alemanha Este guia mostra como se devem integrar as medidas técnicas, de organiza-
Spannungsfeld ção e pessoais para prevenir as LME.
Rücken http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/
Medientypen/bgw_20themen/M655_Spannungsfeld_20R_C3_
BCcken,property=pdfDownload.pdf
10 Preventing OMS versões em As lesões do sistema músculo-esquelético constituem uma das princi-
Musculoskeletal inglês, francês e pais causas de absentismo no trabalho e impõem custos consideráveis
Disorders in the espanhol ao sistema de saúde público. As lesões específicas do sistema músculo-
Workplace -esquelético podem estar relacionadas com as diversas regiões do corpo e
as diferentes atividades profissionais. Por exemplo, as lesões lombares estão
frequentemente relacionadas com o levantamento e o transporte de cargas
e com a exposição a vibrações. O objetivo deste documento sobre a preven-
ção de LME é fornecer informações sobre os fatores de risco e influenciar as
ações dos empregadores e o comportamento dos trabalhadores de modo
a evitar ou diminuir os riscos causados pelas cargas físicas, perigosas para a
saúde e desnecessariamente fatigantes.
http://www.who.int/occupational_health/publications/muscdisorders/en/
11 Back in care — Pre- Nova Zelândia Um folheto bem ilustrado dirigido aos trabalhadores que resume outra
venting back pain publicação mais extensa e oferece conselhos práticos sobre a forma de
and back injuries in cuidar das costas.
caregivers http://www.osh.dol.govt.nz/order/catalogue/29.shtml
12 Back in care — Nova Zelândia Esta publicação apresenta uma abordagem global à gestão dos riscos de
Preventing muscu- lesões dorso-lombares no setor da saúde, incluindo as fases de identifica-
loskeletal injuries ção, avaliação e controlo dos perigos, e subsequente avaliação da eficácia.
in staff in hospitals http://www.osh.dol.govt.nz/order/catalogue/261.shtml
and residential
care facilities
13 L’Association pari- EU-OSHA (Agên- O que é a ASSTSAS? Uma associação setorial paritária exclusivamente dedicada
taire pour la santé cia Europeia à prevenção em matéria de saúde e segurança no trabalho no setor da saúde.
et la sécurité du para a Segu- http://osha.europa.eu/data/provider/oshinfo_463/?searchterm=
travail du secteur rança e a Saúde
affaires sociales no Trabalho)
(ASSTSAS).
14 E-fact 9: Work- EU-OSHA (Agên- Entre os fatores que contribuem para as LME incluem-se o uso da força,
-related mus- cia Europeia o trabalho repetitivo, o trabalho em posições incómodas, as vibrações, o
culoskeletal para a Segu- trabalho em ambientes frios e os longos períodos na posição sentada ou
disorders (MSDs): rança e a Saúde de pé. Elas são igualmente influenciadas pelos níveis de stresse, autonomia
an introduction no Trabalho) e apoio dos colegas, os antecedentes clínicos, a aptidão física e a idade das
pessoas, bem como por fatores sociais como as atividades de lazer. Estes
fatores podem atuar isoladamente ou em conjunto. Os empregadores são
obrigados a avaliar os riscos que os seus trabalhadores enfrentam, incluindo
o risco de desenvolver LME, e tomar as medidas necessárias.
http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact09
15 E-fact 11 — Euro- EU-OSHA (Agên- Este resumo publicado na internet fornece informações sobre os requisitos
pean legal requi- cia Europeia jurídicos europeus aplicáveis às LME, incluindo convenções e normas inter-
rements relating para a Segu- nacionais, diretivas e normas europeias, e exemplos da legislação específica
to work-related rança e a Saúde dos Estados-Membros.
musculoskeletal no Trabalho) http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact11
disorders (MSDs)
16 E-fact 15 — EU-OSHA O ritmo de trabalho é uma das principais causas de doenças profissionais e
Work-related (Agência os dados disponíveis mostram que está a ficar cada vez mais acelerado. Este
musculoskeletal Europeia para resumo publicado na internet fornece informações sobre a relação entre o
disorders (MSDs) a Segurança ritmo de trabalho e as LME, bem como sobre a forma de o controlar.
and the pace of e a Saúde no http://osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact15
work Trabalho)
152
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
18 EUR-LEX EU A EUR-LEX é o sítio web que contém todas as informações jurídicas relativas
à União Europeia e às diretivas relevantes para a segurança e saúde no
trabalho em vigor na União Europeia.
http://eur-lex.europa.eu/
19 Factsheet 10 EU-OSHA Esta ficha técnica destaca os principais resultados apresentados num rela-
— Distúrbios (Agência tório da Agência. O relatório refere-se apenas aos distúrbios sacrolombares,
sacrolombares Europeia para embora alguns resultados possam ser aplicados a outros tipos de proble-
relacionados com a Segurança mas nas costas causados por motivos profissionais.
o trabalho e a Saúde no http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/10
Trabalho)
20 Factsheet 29 — EU-OSHA O setor da saúde e da proteção social apresenta a segunda maior taxa de
Em linha: boas (Agência incidência de LME relacionadas com o trabalho. A presente ficha técnica
práticas em maté- Europeia para é uma introdução básica à segurança e saúde no trabalho e indica como
ria de segurança e a Segurança aceder a informações relacionadas com o setor no sítio web da Agência.
saúde para o Setor e a Saúde no http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/29
da Saúde Trabalho)
22 Factsheet 71 — EU-OSHA As LME são o problema relacionado com o trabalho mais comum na Europa.
Introdução às (Agência Perto de 24% dos trabalhadores da EU-25 dizem sofrer de lombalgias e 22%
lesões músculo- Europeia para queixam-se de dores musculares.
-esqueléticas a Segurança http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/71
e a Saúde no
Trabalho)
23 Factsheet 72 EU-OSHA Muitos trabalhadores, em muitas profissões, desenvolvem lesões das cer-
— Lesões das (Agência vicais e dos membros superiores relacionadas com o trabalho, que consti-
cervicais e dos Europeia para tuem a doença profissional mais comum na Europa, representando mais de
membros superio- a Segurança 45% do total das doenças profissionais.
res relacionadas e a Saúde no http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/72
com o trabalho Trabalho)
24 Factsheet 75 — EU-OSHA Esta ficha técnica destaca as principais conclusões do relatório «Regressar
Lesões músculo- (Agência ao trabalho» («Back to work»). O relatório está dividido em duas partes:
-esqueléticas de Europeia para uma análise bibliográfica sobre a eficácia das intervenções ocupacionais
origem profissio- a Segurança e uma descrição geral das iniciativas políticas tomadas na Europa e a nível
nal: Regresso ao e a Saúde no internacional.
trabalho Trabalho) http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/75
25 Factsheet 78 — EU-OSHA (Agên- As principais conclusões do relatório sobre prevenção da Agência dividem-
Lesões músculo- cia Europeia -se em duas partes: uma análise da literatura de investigação relativa às
-esqueléticas de para a Segu- intervenções de prevenção dos riscos de LME relacionadas com o trabalho
origem profissional: rança e a Saúde e 15 estudos de casos demonstrando como foram resolvidos os problemas
Relatório sobre pre- no Trabalho) a nível do local de trabalho.
venção. Síntese. http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/78
153
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
26 Magazine 10 — EU-OSHA (Agên- As LME são o mais comum dos problemas de saúde relacionados com o
Lighten the Load cia Europeia trabalho notificados na União Europeia. A movimentação manual de cargas,
para a Segu- o trabalho em posições prolongadas e/ou incómodas e os movimentos
rança e a Saúde repetitivos são fatores de risco de LME, tal como fatores não biomecânicos
no Trabalho) como o stresse. Esta «magazine» inclui artigos dos Estados‑Membros, das
partes interessadas e dos especialistas em LME sobre várias questões com
estas relacionadas — como estudos de casos, intervenções no local de
trabalho, campanhas, estatísticas, inquéritos e artigos de opinião.
http://osha.europa.eu/en/publications/magazine/10
27 Report — Work- EU-OSHA (Agên- As LME são o mais comum dos problemas de saúde relacionados com o
-related mus- cia Europeia trabalho na Europa e para as combater é necessário adotar medidas no local
culoskeletal para a Segu- de trabalho. Em primeiro lugar, devem tomar-se medidas preventivas, mas no
disorders: Back to rança e a Saúde caso dos trabalhadores que já tem LME, o desafio é manter a sua empregabi-
work no Trabalho) lidade, mantê-los a trabalhar e, se necessário, reintegrá-los no local de traba-
lho. Este relatório debruça-se sobre a retenção, a reintegração e a reabilitação
dos trabalhadores com LME. Divide-se em duas partes: uma análise bibliográ-
fica sobre a eficácia das intervenções ocupacionais e uma descrição geral das
iniciativas políticas tomadas na Europa e a nível internacional.
http://osha.europa.eu/en/publications/reports/7807300
28 Report — Preven- EU-OSHA (Agên- As LME são o problema de saúde relacionado com o trabalho mais comum
ting musculoske- cia Europeia na Europa, afetando milhões de trabalhadores. A campanha «Alivie a
letal disorders in para a Segu- carga!» incluiu os prémios de boas práticas, que reconhecem as organiza-
practice rança e a Saúde ções que contribuíram de forma notável e inovadora para o combate às
no Trabalho) LME. Os prémios promovem e incentivam soluções práticas nos locais de
trabalho e partilham essas boas práticas por toda a Europa. Esta publicação
contém os resumos de 20 exemplos concretos da maneira como as empre-
sas e as organizações da União Europeia tomaram medidas contra as LME.
http://osha.europa.eu/en/publications/reports/TE7606536ENC
29 E-fact 42 — Lista EU-OSHA (Agên- As lesões dos membros inferiores (LMI) de origem profissional são lesões
de controlo para cia Europeia de estruturas orgânicas como tendões, músculos, nervos, articulações ou
a prevenção de para a Segu- bolsas sinoviais, causadas ou agravadas principalmente pela atividade
lesões dos mem- rança e a Saúde profissional e pelos efeitos das condições imediatas em que essa atividade
bros inferiores no Trabalho) tem lugar. Podem afetar as extremidades inferiores, principalmente a anca,
o joelho e o pé. Esta lista de controlo relaciona-se com os riscos de lesões
ou perturbações dos membros inferiores e dirige-se aos responsáveis pela
identificação dos riscos no local de trabalho. São também apresentados na
lista de controlo exemplos de medidas preventivas que podem contribuir
para reduzir os riscos de lesões dos membros inferiores (LMI) de origem
profissional.
http://osha.europa.eu/pt/publications/e-facts/efact42
30 Méthode d’analyse França A movimentação manual dos doentes é uma das tarefas mais exigentes que
des manutentions os trabalhadores da saúde têm de executar. Esta publicação contém méto-
manuelles dos de avaliação dos riscos que essa movimentação coloca aos trabalhado-
res da saúde e propõe medidas de prevenção.
http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/intranetobject-accesparreference/
ED%20862/$file/ed862.pdf
31 Muskuloskeletal Reino Unido Este relatório de investigação debruça-se sobre as lesões músculo-esque-
health of cleaners léticas e o trabalho do pessoal de limpeza que utiliza máquinas de polir o
pavimento ou esfregonas, e executa outras tarefas repetitivas.
http://www.hse.gov.uk/research/crr_pdf/1999/crr99215.pdf
32 Getting to grips Reino Unido Este breve guia fornece orientações sobre os problemas associados à
with manual movimentação manual e apresenta boas práticas para a sua resolução. Os
handling conselhos dirigem-se aos gestores de pequenas empresas ou organizações
semelhantes, mas muitos dos princípios gerais são pertinentes para todos
os locais de trabalho, independentemente da sua dimensão.
www.hse.gov.uk/pubns/indg143.pdf
154
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
33 Musculoske- Reino Unido As informações facultadas nestas páginas web ajudarão os empregadores
letal disorders a compreenderem o que poderão ter de fazer para cumprir a legislação
— Advice for relativa às LME e à movimentação manual, como podem proteger de lesões
employers os seus trabalhadores e as pessoas de quem eles cuidam e a melhor forma
de ajudarem os trabalhadores que sofrem de lombalgias ou outras LME.
http://www.hse.gov.uk/healthservices/msd/employers.htm
34 Leitfaden zur Alemanha Estas orientações destinam-se principalmente aos quadros de gestão, aos
erfolgreichen peritos em SST, aos médicos do trabalho e a outros interessados das empresas,
Durchführung von e aconselham sobre a forma de prevenir as lesões músculo-esqueléticas no
Gesundheitsförde- trabalho. Inclui exemplos de avaliação dos riscos, listas de controlo e métodos
rungsmaßnahmen utilizados pelos peritos na avaliação do esforço físico entre os trabalhadores.
im Betrieb http://www.inqa.de/Inqa/Redaktion/Zentralredaktion/PDF/Publikationen/
inqa-3-leitfaden-muskel-skeletterkrankungen,property=pdf,bereich=inqa,
sprache=de,rwb=true.pdf
35 BGW Forschung: Alemanha Esta brochura apresenta os resultados do trabalho de um grupo de peritos
Sachmittelauss- para reduzir as diversas cargas nos lares de terceira idade.
tattung in der http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/Medien-
stationären und typen/bgw_20forschung/EP-SPfl_Sachmittelausstattung_20in_20der_20station_
ambulanten C3_A4ren_20und_20ambulanten_20Altenpflege,property=pdfDownload.pdf
Altenpflege
36 A back injury Estados Unidos Os trabalhadores da saúde lesionam as costas quando levantam, transferem ou
prevention guide mobilizam de outras formas os doentes ou residentes. Os custos são enormes.
for healthcare Os custos diretos da indemnização dos trabalhadores, do seu tratamento e da
providers reabilitação profissional são muito elevados. Na Califórnia, as lesões dorso-lom-
bares são responsáveis pela maior parte dos prejuízos suportados pelo sistema
de compensação dos trabalhadores. Esta brochura destina-se a fornecer orien-
tações gerais a empregadores e trabalhadores. As suas sugestões práticas são
direcionadas para o pessoal de enfermagem e auxiliar, bem como para outras
pessoas que levantem e mobilizem os doentes e residentes de lares.
http://www.dir.ca.gov/dosh/dosh_publications/backinj.pdf
37 Ziehen und Schie- Alemanha Empurrar e puxar cargas também pode impor um grande esforço ao apare-
ben ohne Schaden lho músculo-esquelético. Esta brochura oferece conselhos práticos sobre a
forma de evitar esforços físicos ao empurrar ou puxar cargas e prevenir os
acidentes de trabalho.
http://www.baua.de/de/Publikationen/Broschueren/A25.pdf?_
blob=publicationFile
38 Heben und Tragen Alemanha A movimentação manual de cargas é uma das causas mais comuns de
ohne Schaden lesões músculo-esqueléticas. Esta brochura oferece conselhos práticos
sobre a forma de evitar esforços físicos durante a movimentação manual de
cargas.
http://www.baua.de/de/Publikationen/Broschueren/A7.pdf?_
blob=publicationFile
40 Rückengesund — Alemanha Guia para os empregadores e os trabalhadores sobre a prevenção das LME
Fit im OP no bloco operatório.
http://www.unfallkasse-berlin.de/res.php?id=10155
41 Nurses’ Early Exit Alemanha O estudo NEXT pretendia investigar as razões, as circunstâncias e as conse-
Study quências do abandono precoce da profissão de enfermagem. A questão de
saber que consequências tem esse abandono para a pessoa em causa, para a
instituição de saúde onde trabalha e para o setor da saúde em geral, tinha um
interesse particular. As conclusões podem ser descarregadas do sítio web.
http://www.next.uni-wuppertal.de/
155
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
4.1.12. Bibliografia
Berufsgenossenschaft für Gesundheitsdienst und Wohlfahrtspflege,
«Gefährdungsbeurteilung», 2009 (http://xlurl.de/3rG9P1).
Ergonomics Working Group of the International Social Security Association, «Low back
pain in the health care profession» (também disponível em alemão e francês), 1998
(http://www.issa.int/).
Health and Safety Executive of the Government of the UK, Musculoskeletal disorders in
health and social care, (http://www.hse.gov.uk/healthservices/msd).
156
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
157
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
158
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
A avaliação dos riscos não é uma ação única, devendo ser efetuada como um processo
contínuo com, pelo menos, cinco etapas.
159
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
A fim de dar início ao processo de identificação dos riscos e dos objetivos, defina os
seus objetivos de prevenção por escrito determinando exatamente o que é necessário
fazer, quando e por quem. A descrição da situação atualmente existente (T-O-P) permite
reconhecer facilmente os défices existentes em comparação com a situação desejada.
160
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
Medidas técnicas
• pavimentos: a superfície dos pavimentos deve ser verificada com regularidade para
detetar possíveis estragos e, sempre que necessário, deve fazer-se manutenção. A
superfície do pavimento deve ser adaptada ao tipo de atividade/trabalho a execu-
tar. São necessários diferentes tipos de pavimentos para as instalações sanitárias, as
enfermarias, os blocos operatórios, as cozinhas ou os átrios dos hospitais;
161
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
rolantes) devem estar devidamente assinaladas, com uma utilização correta da sina-
lização de segurança, uma vez que, muitas vezes, não são claramente visíveis (95);
Medidas ambientais
Nem sempre é possível eliminar as influências ambientais, mas podem tomar-se medi-
das de precaução adequadas aos níveis técnico, organizativo e pessoal/individual.
Medidas organizativas
• boa ordem das instalações: o ambiente de trabalho deve ser mantido limpo e arru-
mado, com os pavimentos e as vias de acesso isentos de obstáculos;
• os equipamentos devem estar colocados de maneira a não haver cabos soltos nas
vias de acesso pedonal. A utilização de calhas para cabos ajuda a fixá-los às superfí-
(95) Diretiva 89/654/CEE cies. As obstruções devem ser removidas e, se isso não for possível, devem utilizar-se
do Conselho, de 30 de
novembro de 1989,
barreiras e/ou avisos de perigo;
relativa às prescrições
mínimas de segurança e • limpeza e manutenção: devem estabelecer-se métodos de limpeza adequados (por exem-
de saúde para os locais
de trabalho (primeira
plo, práticas de limpeza dos corredores em que só é limpa uma metade de cada vez, mate-
diretiva especial, na riais que permitam limpar a seco ou com água) e identificar-se as melhores alturas para a
acepção do n.º 1 do fazer (por exemplo, no início da manhã). Uma limpeza e manutenção regulares permitem
artigo 16.º da Diretiva
89/391/CEE), JO L 393
minimizar os riscos. Os resíduos devem ser removidos regularmente e as áreas de trabalho
de 30.12.1989, p. 1 a 12. devem estar desobstruídas. Os líquidos derramados devem ser imediatamente limpos e
os métodos e equipamentos de limpeza têm de ser adequados para a superfície tratada.
(96 ) Diretiva 89/654/CEE Durante os trabalhos de limpeza e
do Conselho, de 30 de
novembro de 1989, manutenção, há que ter cuidado para
relativa às prescrições não provocar novos perigos de escor-
mínimas de segurança e regões e tropeções, devendo utilizar-
de saúde para os locais
de trabalho (primeira -se avisos quando o pavimento está
diretiva especial, na molhado ou escorregadio (por exem-
acepção do n.º 1 do plo, humidade ou areia) (96). Sempre
artigo 16.º da Diretiva
89/391/CEE), JO L 393 que necessário, devem arranjar-se vias
de 30.12.1989, p. 1 a 12. de passagem alternativas;
48 Práticas de limpeza
49 Os métodos de
limpeza devem estar
162 adaptados à superfí-
cie a tratar
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
• é necessário escolher equipamentos como escadotes e escadas adaptados aos locais (97) Diretiva 89/656/CEE
do Conselho, de 30 de
de trabalho e tarefas de modo a evitar ou controlar os perigos; novembro de 1989,
relativa às prescrições
• calçado: os trabalhadores devem dispor de calçado adequado ao seu ambiente e às mínimas de segurança e
de saúde para a utiliza-
suas condições de trabalho (97) (ver também «Equipamentos de proteção individual», ção pelos trabalhadores
p. 164). Os trabalhadores têm de fazer a manutenção do calçado e manter as solas de equipamentos de
livres de contaminação. Os sapatos devem ser regularmente substituídos, antes de proteção individual
no trabalho (terceira
ficarem gastos (consoante o trabalho em causa, geralmente duas vezes por ano, no diretiva especial, na
mínimo). Quando são necessários cobre-sapatos, devem usar-se, sempre que pos- acepção do n.º 1 do
sível, cobre‑sapatos reutilizáveis de boa qualidade, e limpá-los entre utilizações. Os artigo 16.º da Diretiva
89/391/CEE), JO L 393
cobre-sapatos descartáveis podem ser escorregadios e rasgam-se com facilidade; de 30.12.1989, p. 18
a 28.
• informações e instruções: os trabalhadores devem ser regularmente informados
dos riscos de acidente e receber instruções sobre os comportamentos seguros, que
devem ser supervisionados e impostos pelas chefias diretas;
Planear
Trabalhe com os seus trabalhadores (amostra representativa dos homens, mulheres, ido-
sos e trabalhadores com deficiência) e eventualmente com os doentes e os visitantes para
identificar as potenciais áreas problemáticas e estabelecer metas para a sua melhoria.
Formar
Organizar
163
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Controlar
Acompanhar e rever
164
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
165
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
166
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
6. fornecer sinalização de segurança e/ou saúde sempre que os riscos não pos- (102) Diretiva 89/654/CEE
do Conselho, de 30 de
sam ser evitados ou suficientemente limitados por medidas preventivas (Diretiva novembro de 1989,
89/654/CEE do Conselho) (105); relativa às prescrições
mínimas de segurança e
de saúde para os locais
7. disponibilizar equipamentos de trabalho ergonómicos adequados, com uma de trabalho (primeira
abordagem sensível à dimensão do género, para reduzir/evitar os riscos (Diretiva diretiva especial, na
89/655/CEE do Conselho) (106); acepção do n.º 1 do
artigo 16.º da Diretiva
89/391/CEE), JO L 393
8. fornecer equipamento de proteção individual (nomeadamente, calçado de pro- de 30.12.1989, p. 1 a 12.
teção) adequado aos riscos a prevenir e sempre que não puderem ser evitados
(103) JO L 393 de 30.12.1989,
por outros meios. Deve ser confortável, corretamente ajustados ao utilizador e p. 1 a 12.
em boas condições, não devendo implicar um aumento de outros riscos (Diretiva
89/656/CEE do Conselho) (107); (104) JO L 393 de 30.12.1989,
p. 1 a 12.
• ter cautela para garantir que as suas atividades não põem outras pessoas em risco. (107) Diretiva 89/656/CEE
do Conselho, de 30 de
novembro de 1989,
As prescrições mínimas previstas nas diretivas europeias foram transpostas para relativa às prescrições
a legislação nacional que, por sua vez, pode conter prescrições complementares, mínimas de segurança e
que é necessário verificar. de saúde para a utiliza-
ção pelos trabalhadores
de equipamentos de
• As características de segurança, incluindo a resistência antiderrapagem, são testa- proteção individual
das em conformidade com um conjunto de normas de ensaio europeias inscritas na no trabalho (terceira
diretiva especial, na
norma EN ISO 20344:2004 (A1:2007). acepção do n.º 1 do
artigo 16.º da Diretiva
• As especificações de desempenho constam de um conjunto associado de normas 89/391/CEE), JO L 393,
30.12.1989, p. 18 a 28.
aplicáveis aos equipamentos de proteção individual (EPI), nomeadamente: EN ISO
20345:2004 (A1:2007) para o calçado de segurança; EN ISO 20346:2004 para o calçado (108) JO L 183 de 29.6.1989,
de proteção e (A1:2007) EN ISO 20347:2004 (A1:2007) para o calçado profissional. p. 1 a 8.
167
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
4.2.11. Ligações
N.º Título País/ Conteúdo/Fonte
Região
1 Cleaning activities Reino Este projeto de investigação analisa as operações de limpeza enquanto fator que
and slip and trip Unido contribui para os acidentes causados por escorregões e tropeções. Foram entrevis-
accidents in NHS tados funcionários de cinco NHS Acute Trusts para obter uma compreensão inicial
Acute Trusts — a que permitisse cumprir os objetivos da investigação.
scoping study www.hsl.gov.uk/research/hsl_pdf/2006/hsl0680.pdf
2 E-fact 37 — Slips, EU- Esta ficha técnica analisa as razões por que o pessoal da limpeza está particu-
trips, falls and OSHA larmente em risco de sofrer estes tipos de acidentes e descreve as medidas que
cleaners podem ser tomadas para evitar a sua ocorrência. Também apresenta a legislação
aplicável em matéria de proteção do pessoal de limpeza.
www.osha.europa.eu/en/publications/e-facts/efact37
3 Factsheet 14 — EU- Aconselhamento para a prevenção de escorregões e tropeções relacionados com o
Prevenção de Escor- OSHA trabalho em empresas de todos os tipos e dimensões.
regões e Tropeções http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/14
Relacionados com
o Exercício de uma
Profissão
4 Portal na internet: EU- Página do portal sobre escorregões e tropeções da autoridade executiva do Reino
Preventing slips and OSHA Unido. A página abrange a avaliação das quedas, as suas causas e outros recursos.
trips in the workplace http://osha.europa.eu/data/links/osh_link.2007-01-30.4725634453/view
5 Employers — Reino Informação dirigida às entidades patronais sobre a hierarquia das medidas para
Preventing slips Unido controlar os riscos de escorregões e tropeções. Aborda principalmente a contami-
and trips — risk nação do pavimento, os efeitos ambientais adversos, as condições do pavimento e
assessment do calçado, para avaliar os riscos de escorregões, e o controlo das vias de acesso, a
boa ordem dos espaços e a sua manutenção para avaliar os riscos de tropeções. São
indicadas ligações a outras fontes de informação sobre as causas dos escorregões e
tropeções, a limpeza, o calçado e a legislação e regulamentação aplicáveis.
http://www.hse.gov.uk/slips/employersriskas.htm
6 What can I do to Reino Uma lista de controlo útil para os trabalhadores melhorarem a segurança no local
prevent slips and Unido de trabalho no que respeita à prevenção dos escorregões e tropeções. São indica-
trips? —Workers das ligações a outras fontes de informação sobre a avaliação dos perigos de quedas
por estas causas, a limpeza e a prevenção dos escorregões no trabalho.
www.hse.gov.uk/slips/workers.htm
7 «Shattered Lives» Reino Página inicial da campanha «Shattered Lives».
campaign Unido www.hse.gov.uk/shatteredlives
8 Procuring slip- Reino Sugestões sobre a escolha do calçado de trabalho no que respeita à resistência
-resistant footwear Unido antiderrapagem. São apresentadas sugestões essenciais e as principais questões
for use at work relativas às solas e às superfícies dos pavimentos. Entre as informações complemen-
tares figuram as ligações a estudos de casos sobre o calçado, a resultados de testes
de calçado e às normas correspondentes.
www.hse.gov.uk/slips/footprocure.htm
9 Providing suitable Reino Informações destinadas aos fornecedores e fabricantes sobre o papel fundamental que
slip-resistant foo- Unido desempenham no fornecimento de calçado adequado, estudos de casos sobre a sua
twear for work correta utilização em diversos ambientes, métodos de ensaio da resistência antiderra-
pagem, e informações que devem ser fornecidas para indicar que o calçado preenche
os requisitos específicos. São sugeridas ligações para a aquisição de calçado antiderra-
pante, bem como a estudos de casos e a resultados de outros ensaios de calçado.
www.hse.gov.uk/slips/manufactfoot.htm
10 Slips and trips — Reino Informações básicas sobre o que é necessário fazer em termos de avaliação dos ris-
Where do I start? Unido cos e de gestão da segurança e saúde. Explicação do processo de avaliação dos ris-
cos em cinco etapas e identificação dos elementos que um bom sistema de gestão
deve envolver. Contém ligações aos sítios web relativos às causas dos escorregões e
tropeções e às medidas de prevenção.
www.hse.gov.uk/slips/start.htm
168
4 RISCOS MÚSCULO-ESQUELÉTICOS
12 Architects/ Reino Informações sobre os livros e orientações práticas para os responsáveis pela conce-
/designers Unido ção, a aquisição e a gestão de pavimentos em edifícios, a fim de tornar os pavimen-
tos seguros contra os escorregões. Ligações aos documentos em causa.
www.hse.gov.uk/slips/architects.htm
13 Role of manu- Reino Conselhos aos empregadores sobre a forma de testarem e interpretarem os dados
facturers and Unido facultados pelo fabricante sobre a resistência antiderrapagem dos materiais usados
suppliers of nos pavimentos, a fim de escolherem o produto certo para desempenhar a função a
flooring que se destina e adequado para prevenir os escorregões e tropeções.
Ligações a avaliações da resistência antiderrapagem e a estudos de casos de escorre-
gões e tropeções.
www.hse.gov.uk/slips/manufactfloor.htm
14 Stop slips in Reino Informações sobre as campanhas de sensibilização e informação sobre os escorre-
kitchens — Get Unido gões e tropeções. As duas últimas campanhas, intituladas «Shattered Lives» (Vidas
a grip despedaçadas) e «Stop slips in kitchens» (Pare os escorregões nas cozinhas) são
apresentadas de forma mais pormenorizada. É indicada uma lista de ligações que
permitem obter informações complementares sobre campanhas atuais e passadas.
http://www.hse.gov.uk/slips/kitchens/footwearguide.pdf
15 What causes Reino Informações sobre as múltiplas causas de acidentes relacionados com escorregões
slips and trips? Unido e tropeções. O pavimento, a contaminação, os obstáculos, a limpeza, as pessoas ou
os fatores humanos, o ambiente e o calçado são elementos analisados, cada um
deles com uma descrição pormenorizada e a apresentação de casos de estudo. Um
modelo relativo ao potencial de ocorrência de escorregões e tropeções destaca o
papel que os diversos fatores podem desempenhar num desses acidentes. Uma
lista de 31 ligações permite obter informações complementares sobre as causas dos
escorregões e tropeções.
www.hse.gov.uk/slips/causes.htm
16 Les chutes de França Relatório sobre um estudo em curso sobre os acidentes causados por escorregões,
plain-pied en tropeções e quedas ao mesmo nível. Em consequência de estes acidentes ocorrerem
situation pro- em situações variadas e raramente serem objeto de uma análise aprofundada, a
fessionnelle primeira fase do trabalho concentra-se na análise pormenorizada dos acidentes, a
fim de caracterizar as situações que os produzem. A segunda fase incluirá estudos
sobre as estratégias de regulação do equilíbrio adotadas pelas pessoas, no âmbito de
um sistema que modela a situação de trabalho, e a aplicação dos conhecimentos no
contexto dos projetos de prevenção. São apresentados resultados parciais dos anos
de 2003 a 2005.
http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/IntranetObject-accesParReference/ND%20
2206/$File/ND2206.pdf
17 BGW Themen: Alemanha Esta brochura mostra a importância de usar vestuário, calçado e equipamentos de
Dresscode segurança individual adequados. Muitas vezes, os trabalhadores não estão motiva-
Sicherheit dos para os usarem.
http://www.bgw-online.de/Internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/Medientypen/
bgw_20themen/M658_Dresscode_20Sicherheit,property=pdfDownload.pdf
18 BGW Themen: Alemanha Esta brochura mostra as causas dos escorregões e tropeções e sugere formas de
Vorsicht Stufe reduzir esses acidentes.
http://www.bgw-online.de/Internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/Medientypen/
bgw_20themen/M657_Vorsicht_20Stufe,property=pdfDownload.pdf
169
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
4.2.12. Bibliografia
Allgemeine Unfallversicherungsanstalt (AUVA), «Verhütung von Sturzunfällen
am Boden/mit Leitern», 2006 (http://esv-sva.sozvers.at/mediaDB/MMDB109668_
Sturzunf%C3%A4lle%20Lista de controloen.pdf ).
Health and Safety Executive of the Government of the UK, «Workplace newsletter:
Slips and trips», 2004 (http://www.hse.gov.uk/slips/index.htm).
Health and Safety Executive of the Government of the UK, «Slips and trips in the health
services», 2003 (http://www.hse.gov.uk/pubns/hsis2.pdf ).
170
5
Riscos
psicossociais
5.1. Introdução 5.4.4. Descrições dos efeitos sobre a saúde
e a segurança
5.2. Stresse e esgotamento 5.4.5. Medidas gerais de prevenção e proteção
profissional (burnout) 5.4.6. Descrição das técnicas e procedimentos
de prevenção específicos
5.2.1. Natureza do risco em causa
5.4.7. Exemplos de boas práticas empresariais
5.2.2. Critérios básicos de uma avaliação
dos riscos específica 5.4.8. Comportamentos adequados em situações
críticas
5.2.3. Situações laborais com maior exposição
5.4.9. Conhecimentos e conclusões
5.2.4. Efeitos sobre a saúde e a segurança
mais importantes
5.2.5. Medidas gerais de prevenção e proteção
5.2.6. Descrição de técnicas e procedimentos de 5.5. Abuso de drogas
prevenção específicos
5.5.1. Natureza do risco em causa
5.3. Prevenção e monitorização 5.5.2. Critérios básicos de uma avaliação
da violência e do assédio moral dos riscos específica
(coação e terrorismo psicológico) 5.5.3. Situações laborais com maior exposição
5.5.4. Efeitos sobre a saúde e a segurança
no local de trabalho
5.5.5. Medidas gerais de prevenção e proteção
5.3.1. Natureza do risco em causa
5.5.6. Técnicas e procedimentos de prevenção
5.3.2. Critérios básicos de uma avaliação dos específicos
riscos específica
5.5.7. Comportamentos adequados em situações
5.3.3. Situações laborais com maior exposição críticas
5.3.4. Efeitos sobre a saúde e a segurança 5.5.8. Conhecimentos e conclusões mais
5.3.5. Medidas gerais de prevenção e proteção importantes
5.3.6. Descrição das técnicas e procedimentos 5.6. Diretivas da União Europeia aplicáveis
de prevenção específicos 5.7. Descrição de boas práticas empresariais
5.3.7. Exemplos de boas práticas empresariais 5.7.1. Entrevista na Havelland Clinics Nauen sobre
5.3.8. Comportamentos adequados em situações os riscos psicossociais
críticas 5.7.2. Entrevista no hospital St. Elisabeth de
5.3.9. Conhecimentos e conclusões mais Tilburg sobre os riscos psicossociais
importantes
5.8. Ligações
5.4. Horários de trabalho
5.4.1. Natureza do risco em causa 5.9. Bibliografia
5.4.2. Critérios básicos de uma avaliação dos
riscos específica Anexo
5.4.3. Descrição das situações laborais com maior
exposição
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
5.1. Introdução
Para garantir uma prestação de cuidados de boa qualidade, o pessoal de saúde
deve sentir-se seguro e saudável no local trabalho, bem como muito motivado
para fazer um bom trabalho. Além disso, segundo a definição de saúde da Orga-
nização Mundial de Saúde (OMS), deve estar num estado de completo bem-estar
físico, mental e social, e sentir-se capaz de utilizar o seu próprio potencial em
termos de saúde para responder eficazmente às (elevadas) exigências do seu tra-
balho. Mas será efetivamente assim?
Uma das conclusões do estudo NEXT (nurses’ early exit — saída precoce dos enfermei-
ros) (109) foi de que os enfermeiros não estão satisfeitos com o seu trabalho. Segundo o
estudo, 15,6% dos enfermeiros europeus ponderam com frequência (várias vezes por
mês) e seriamente abandonar a profissão antes da idade da reforma.
O estudo NEXT também mostra que não é a profissão propriamente dita que suscita
esse desejo de a abandonar, mas sim a qualidade do trabalho no local onde é exercida.
Os trabalhadores da saúde necessitam de um ambiente de trabalho onde se sintam
seguros, saudáveis e capazes de responder eficazmente às exigências quotidianas do
seu trabalho. Quando alguém gosta e se orgulha daquilo que faz, consegue responder
mais facilmente às exigências do seu ambiente.
172
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
• a pressão do tempo;
• esforços relacionados com o trabalho (trabalho por turnos, trabalho noturno, horá-
rios irregulares);
É importante referir que o stresse está muitas vezes associado a sintomas psicosso-
máticos. A apresentação dos fenómenos psicossociais que a seguir fazemos não se
baseia na sua atribuição teórica a situações de esforço objetivas ou a consequências
do desgaste subjetivamente sentido, mas sim na situação efetivamente existente em
muitas clínicas e lares. Por exemplo, o esgotamento profissional ou o abuso de drogas
é consequência de uma situação de esforço a nível pessoal, enquanto o stresse, ou
mesmo o tempo de trabalho mal organizado, tende a ser um fator de esforço sentido a
nível subjetivo. Este procedimento parece-nos ser razoável porque os sintomas «nega-
tivos» dos trabalhadores indicam sempre
um trabalho mal concebido.
Horário
de trabalho Coação Para uma intervenção ser bem sucedida há que
analisar primeiramente a situação, por exem-
plo no âmbito de uma avaliação dos riscos.
Stresse
Riscos Violência Determinar os riscos no âmbito
psicossociais
da avaliação dos riscos
Na avaliação dos riscos, procede-se a uma
Esgotamento
Abuso
de drogas
análise sistemática das condições de traba-
profissional lho existentes, com base em critérios rela-
cionados com os riscos da situação laboral
(ver supra), em cinco etapas.
173
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
O horário de trabalho constitui uma exceção. Neste caso, devem respeitar-se os deno-
minados «critérios knock-out» (de exclusão).
No entanto, há critérios relativos aos outros domínios que devem funcionar como
«critérios knock-out». Por exemplo, as pressões de tempo muito elevadas podem indi-
car uma intensificação excessiva do trabalho. Importa ter, por isso, em conta que as
perguntas-chave não substituem uma entrevista aos trabalhadores sobre os eventuais
volumes de trabalho especiais. É possível que também seja necessário adotar medidas
de segurança e saúde no trabalho em relação às características incluídas na área verde.
Os quadros oferecem uma perspetiva geral dos eventuais indícios existentes em cada
estabelecimento de:
• problemas psicossociais;
174
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
As perguntas-chave não constituem um inquérito aos trabalhadores. Para esse efeito, seriam Nota importante
necessários outros pré-requisitos, como a garantia de anonimato ou a criação de medidas des-
tinadas a fomentar a confiança, nos estabelecimentos, unidades de serviço ou áreas dos lares.
No domínio científico, é habitual formular as características de forma positiva, mas no presente
guia poderá não ser sempre assim por a avaliação seguir o princípio do semáforo.
175
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Stresse O stresse é algo pesado, desagradável e ameaçador. É possível descrever as causas (a situação
é «stressante»), as consequências (sinto-me «stressado») e o próprio processo (é isto que me
acontece quando estou sob «stresse»). Pode entender-se por stresse um estado de tensão in-
tenso e desagradável numa situação muito adversa, ameaçadora e subjetivamente duradoura,
vista como algo que é essencial evitar. As condições (de stresse) mencionadas até à data estão
relacionadas não só com acontecimentos «muito importantes» e raros, mas principalmente
com incómodos menores e quotidianos. No local de trabalho, os fatores de stresse do dia-a-dia
têm, quase sempre, mais importância na génese do stresse do que os acontecimentos negati-
vos raros e de grande dimensão.
Esgotamento O esgotamento é uma perturbação do bem-estar que reflete uma alteração negativa dos senti-
profissional mentos, atitudes e expectativas e que tem consequências adversas quando se cuida de outras
(burnout) pessoas. Tem características em comum com a experiência do stresse, as quais têm principal-
mente a ver com a exaustão emocional e a fadiga excessiva, mas existem diferenças no que
respeita à despersonalização, à preocupação consigo próprio e à realização pessoal.
Além disso, o esgotamento descreve uma deterioração duradoura do bem-estar e do desem-
penho que é típica do grupo profissional.
• sobrecarga de informação;
• interrupções e perturbações constantes por parte dos colegas, dos doentes, dos
residentes ou dos seus familiares.
01 P
ressão do tempo
num hospital
176
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
• demasiada responsabilidade;
• falta de reconhecimento.
• falta de ajudas.
• pouca ou má comunicação;
• falta de pessoal.
• estar sozinho no local de trabalho (por exemplo, durante a noite ou ao fim de semana);
177
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• conflitos familiares
Total
178
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Esgotamento
Exigências do trabalho
O trabalho também pode ser monótono, deixar pouco espaço de manobra em ter-
mos da atividade e ser difícil de prever ou de influenciar. Qualquer pressão de tempo
reduzirá as possibilidades de prestar atenção às pessoas em tratamento. A falta de
reconhecimento e de retribuição reforça estas tendências. Os horários de traba-
lho desfavoráveis afetam negativamente a conciliação entre a vida familiar e a vida
profissional.
As exigências do trabalho acima mencionadas, que são apenas alguns exemplos, são
frequentemente resultantes de uma organização do trabalho deficiente.
Organização do trabalho
Os obstáculos burocráticos tornam difícil aplicar na prática a atitude ideal face aos
utentes dos serviços.
179
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Situação profissional
Os empregos no domínio dos serviços são, muitas vezes, pouco atrativos. Para além dos
baixos salários praticados em muitos setores, as interferências no tempo de lazer dos
trabalhadores e a falta de perspetivas de progressão geram situações de esgotamento.
As obrigações extra-profissionais, como cuidar dos filhos ou de familiares necessitados
de cuidados, não são tidas em conta na configuração da organização do trabalho.
Acresce ainda que, apesar das necessidades crescentes, os recursos financeiros são
frequentemente limitados.
Fatores pessoais/individuais
Para além dos fatores relacionados com as condições de trabalho, as pessoas contri-
buem de diversas formas para inibir ou promover a ocorrência do esgotamento atra-
vés da sua situação e dos seus desejos pessoais. Entre os diversos contributos, figuram
os seguintes:
Aos fatores decorrentes das exigências e condições do trabalho que levam ao esgota-
mento, há diversos fatores de stresse que promovem o seu surgimento, estando, por
isso, estreitamente relacionados com ele. As condições que, globalmente, promovem
o esgotamento são:
• a pressão do tempo;
• as interrupções constantes;
• as instruções contraditórias;
• a falta de formação;
• a falta de apreço.
180
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
2. Interrupções constantes? o o
3. Instruções contraditórias? o o
Total
181
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
182
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
• círculos de saúde;
• a gestão do tempo;
• a resistência ao stresse.
183
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Fatores de stresse potenciais que podem ser reduzidos por medidas organizativas
184
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
• assegurar a diversidade das tarefas (por exemplo, através dos cuidados holísticos);
A nível pessoal/individual:
185
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• um estudo realizado por Elston e outros (111) concluiu que 70% dos 697 médicos
inquiridos no Reino Unido tinham sido vítimas de violência verbal e 10% de violên-
cia física.
186
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Uma forma específica de violência no local de trabalho é o assédio moral. O pioneiro da inves- Assédio moral
tigação sobre a coação no local de trabalho, Heinz Leymann, definiu o terrorismo psicossocial,
ou assédio moral, na vida profissional como «uma comunicação hostil e contrária à ética,
dirigida de forma sistemática por uma ou mais pessoas sobretudo contra outra pessoa que,
devido ao assédio moral, é empurrada para uma posição de impotência e desproteção, na qual
é mantida por meio de ações continuadas. Estas ações ocorrem muito frequentemente (defini-
ção estatística: pelo menos uma vez por semana) e durante um longo período
(definição estatística: pelo menos seis meses)» (112) (113).
187
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
188
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
2. Até à data já sofreu insultos, agressões verbais e ameaças por parte dos doentes, o o
em relação com o seu trabalho?
3. Até à data já sofreu ameaças ou ataques físicos por parte dos doentes, o o
em relação com o seu trabalho?
5. Em caso de ataques por parte dos doentes, não pode contar com a ajuda imediata o o
dos seus superiores e colegas?
9. Não foram previstos mecanismos para lidar com os doentes quando possa o o
haver dificuldades de comunicação ou compreensão (programação das consultas,
intérpretes, outros acompanhantes, etc.)?
10. Os doentes têm acesso a objetos perigosos (por exemplo, objetos cortantes, o o
pontiagudos, pesados ou amovíveis) na sua área de trabalho?
12. No seu departamento não existem orientações sobre a forma de lidar com doentes o o
agressivos.
13. Os locais do edifício em que pode haver riscos de violência não o o
estão bem iluminados ou não podem ser facilmente vigiados.
15. Restringe a sua liberdade de ação no trabalho para evitar eventuais confrontos o o
com os doentes?
Total
189
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Assédio moral
O assédio moral entre os trabalhadores ou na sua relação com os superiores manifesta-
-se de várias formas, sendo, por isso, difícil de detetar. Está normalmente associado à
perceção de um elevado nível de stresse causado por fatores resultantes de questões
organizativas, por exemplo de uma liderança empresarial insatisfatória. No que res-
peita às medidas organizativas, o assédio moral pode assumir as seguintes formas:
• trabalhos degradantes;
• isolamento social;
• disseminação de boatos.
• bossing: assédio moral exercido por um chefe (também: coação dos subordinados);
ASSÉDIO
MORAL
Propagação
Posições irredutíveis
Atos em vez de diálogo
Ressentimento inicial
Conflitos não resolvidos
Fonte: BGW: www.bgw-online.de.
190
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Total
191
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• lesões físicas;
• efeitos de stresse (tensão dos músculos interósseos, perturbação das funções sexu-
ais, formação de úlceras no estômago);
192
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
• desenvolvimento de equipas;
O contexto social adquire particular importância quando promove fatores que impe-
dem o assédio moral, sendo, por isso, importante conceber positivamente os contac-
tos sociais, a interação social e a cultura.
193
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• um círculo de saúde;
Por exemplo, um curso de formação interna, com doze dias de duração, sobre a rela-
ção entre a violência, a agressão, o medo, a autoestima e a redução da tensão.
194
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
© 123rf
195
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
196
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
10. Na prática, a duração prevista para os períodos com deveres de permanência o o
é excedida?
15. Há conflitos frequentes entre a vida profissional e a vida privada devido o o
ao tempo de trabalho?
Total
(*) Trata-se de critérios knock-out (de exclusão), estabelecidos pela Diretiva relativa ao tempo de trabalho da União
Europeia. Uma resposta afirmativa implica, por isso, a necessidade de se tomarem medidas imediatas.
197
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
De um modo geral, pode concluir-se dos resultados disponíveis que a relação entre os
problemas de saúde e os horários de trabalho prolongados se faz sistematicamente
acompanhar por fatores que frequentemente constituem um esforço adicional, como
a pressão do tempo, a pressão da carreira profissional e a escassez de recursos huma-
nos. A função «amortecedora» da motivação apenas tem um efeito limitado sobre as
reações fisiológicas do corpo.
198
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
[Valor Z]
Horário de trabalho
turnos e o trabalho noturno a longo prazo, muito comum no setor da saúde, geram
um risco individual. Os principais efeitos do trabalho noturno e por turnos são os
seguintes:
• risco de acidentes;
• dessincronização social;
Para além do facto de o trabalho vinte e quatro horas por dia ser uma característica
inevitável da atividade nos hospitais e casas de saúde, as mulheres que têm filhos para
cuidar em casa tendem a preferir o trabalho noturno a longo prazo, porque lhes per-
mite conciliar a vida profissional com a vida familiar. Muitas vezes, os trabalhadores
não estão bem cientes de que o trabalho noturno tem elevados riscos para a saúde e
que o facto de fazerem o turno da noite durante grande parte da sua vida profissional
pode levar à sua desqualificação. É frequente as mulheres que, durante anos, só traba-
lharam de noite, deixarem de conseguir suportar o ritmo frenético do serviço em horas
«normais», o que constitui um grande problema sobretudo para os trabalhadores mais
idosos. Com o aumento da idade, as possibilidades de recuperação para suportar o
esforço do trabalho por turnos diminuem e, se o nível de qualificação também for
limitado, é frequente surgirem problemas na mudança para o regime de turnos diários
«normais».
(114) http://monographs.iarc.
Alguns estudos mostraram que o trabalho por turnos está associado a um risco acres- fr/ENG/Monographs/
cido de vir a ter cancro (114). PDFs/index.php
199
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Nos últimos anos, o impacto da iluminação muito forte na adaptação ao trabalho por
turnos tem vindo a ser debatido, visto que essa iluminação inibe a produção de mela-
tonina e, por isso, reduz o cansaço.
• atividade desportiva;
• alimentação saudável;
O artigo 9.º, n.º 1, da Diretiva 2003/88/CE (115) relativa ao tempo de trabalho prevê,
entre outras disposições, que os trabalhadores noturnos, antes da sua colocação e,
seguidamente, a intervalos regulares devem beneficiar de um exame gratuito desti-
nado a avaliar o seu estado de saúde.
200
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Os trabalhadores devem ser envolvidos no processo de programação e decisão das escalas Nota importante
de serviço.
201
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
202
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
O termo «abuso do álcool» é utilizado quando alguém consome uma quantidade crescente
Abuso do álcool
de álcool e apresenta sintomas de abstinência se não beber.
O modelo de semáforo da OMS descreve o processo de desenvolvimento da dependência,
utilizando o álcool como base dos padrões de consumo:
• fase verde: consumo de baixo risco = tudo está bem, há um consumo responsável de álcool
e um baixo risco para a saúde;
• fase amarela: consumo prejudicial, com riscos = alerta! Cuidado! Risco elevado para a saúde,
o risco de dependência aumenta com a duração do consumo e a quantidade de álcool
consumida;
• fase vermelha: consumo com dependência = em risco! Pare! Já existe dependência, é neces-
sário procurar ajuda e pôr termo ao consumo da substância causadora de dependência.
No entanto, para além do nível de consumo da substância, há outros fatores que influenciam
o desenvolvimento de uma dependência (incluindo o estado mental e físico da pessoa, os
processos de aprendizagem, a experiência no seio da família e no círculo de amigos).
203
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
13. No seu estabelecimento, ninguém sabe o que fazer com um trabalhador o o
que esteja afetado?
Total
204
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Quanto ao tabagismo nas clínicas e lares, a pausa para fumar é muitas vezes a única
oportunidade de «ir descansar». O respeito pelos períodos de pausa seria uma medida
de organização do trabalho suscetível de influenciar positivamente o consumo de
tabaco. Na Alemanha, há cada vez mais hospitais empenhados na prevenção do con-
sumo de tabaco e o rótulo «hospital sem fumo» tem vindo a ganhar prestígio.
Um problema dos hospitais, no que toca ao abuso de drogas, é a facilidade com que os
medicamentos podem ser obtidos pelos trabalhadores, devido às funções que exer-
cem, o que pode suscitar a tentação de consumir sedativos ou anfetaminas quando o
esforço é elevado.
• Abordagem adequada por parte dos chefes e colegas, juntamente com ofertas de
ajuda concretas que induzam as pessoas afetadas a mudar o seu comportamento.
205
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• Diga-lhe da forma mais exata possível as mudanças que notou nele e que supõe
serem devidas a um problema de alcoolismo (poderá obter aconselhamento prévio
sobre a forma de tocar no assunto).
• Diga-lhe abertamente que está extremamente preocupado e que gostaria que ele
voltasse a ser o colega que era dantes.
• Encare a eventual dependência como uma doença e a conduta dela resultante como
um sintoma, mas não encubra nem esconda o mau comportamento da pessoa em
causa. Não faça o seu trabalho nem a proteja das consequências dos seus erros.
206
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Stresse o o o
Esgotamento o o o
Assédio moral o o o
Horário de trabalho (*) o o o
Violência o o o
Abuso de drogas o o o
(*) Se for aplicável um critério de exclusão, é essencial tomar medidas corretivas!
A partir do quadro é possível estabelecer as áreas fulcrais. Os valores incluídos na área verme-
lha implicam uma necessidade de medidas urgentes. Na área amarela a adoção de medidas é
recomendada. Na área verde deve analisar-se se é desejável introduzir alterações relativamen-
te a características individuais.
A hierarquização das medidas deve ser estabelecida em colaboração com a direção da insti-
tuição e com os trabalhadores, podendo debater-se nesse âmbito a viabilidade das mesmas.
Além disso, é necessário especificar os prazos e as áreas de responsabilidade pela execução.
Se forem introduzidas alterações na organização, por exemplo, devido a fusões ou reorgani-
zação, os riscos psicossociais devem ser revistos. As mudanças nos quadros de gestão ou as
alterações/inovações técnicas também podem ter impacto sobre esses riscos.
A aplicação das medidas deve ser revista ao fim de 1 a 2 anos.
São situações laborais com uma exposição potencialmente elevada a riscos psicossociais:
Uma organização desfavorável do trabalho, por exemplo com picos de trabalho, pressão do
tempo, problemas de trabalho em equipa, compra de materiais ineficientes, excesso de docu-
mentação e áreas de responsabilidade pouco claras. São fatores adicionais:
1. uma informação e comunicação deficientes. A má comunicação gera, com frequência,
conflitos sociais entre os trabalhadores e a forma hierárquica como as pessoas são tratadas
num hospital pode intensificar esses conflitos;
2. problemas de colaboração entre os diversos grupos profissionais;
3. falta de envolvimento dos trabalhadores;
4. alterações frequentes, e anunciadas com pouca antecedência, da escala de serviço;
5. falta de orientação do trabalhador por parte do superior;
6. horários de trabalho pesados, por exemplo, grande quantidade de horas extraordinárias e
deveres de permanência no serviço médico;
7. insuficiente tomada em consideração, na organização dos horários de trabalho, dos dese-
jos individuais resultantes, por exemplo, de obrigações pessoais específicas;
8. ter de suportar situações e doentes difíceis;
9. exigências contraditórias (discrepância entre os objetivos do trabalho e as condições em
que é executado, por exemplo, cuidados de enfermagem ativos prestados sob uma eleva-
da pressão do tempo).
Os grandes esforços físicos, como os de levantar e transportar repetidamente os doentes, ace-
leram a experiência de stresse e fadiga mental, podendo levar ao esgotamento, a longo prazo.
No sistema de saúde, mas sobretudo no setor da enfermagem, é necessário que, na avaliação
dos riscos, se tomem simultaneamente medidas para reduzir os riscos psicossociais e físicos, a
fim de manter e promover a saúde dos trabalhadores.
207
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
208
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Boas práticas
Babette Dietrich: O número médio máximo de horas de traba-
lho é 40.
Babette Dietrich: Não há períodos de serviço superiores a 24 horas mais uma pausa
de 45 minutos.
Babette Dietrich: Pelo menos 11 horas; numa das unidades há um modelo de serviço
de permanência em que o período de descanso é encurtado nos termos da lei relativa
ao tempo de trabalho.
209
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Entrevistador: O que fizeram até agora no seu estabelecimento para combater o stresse?
210
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Babette Dietrich: A sua expansão, no sentido de uma aplicação geral dos instrumen-
tos existentes. Além disso, queremos manter no estabelecimento um ambiente que
impeça que esse tema se torne tabu, e tencionamos realizar outro inquérito ao pessoal.
Boas práticas
está disponível para fazer aconselhamento e consultas.
211
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
podem ou não tolerar, indicando-lhes o que podem fazer a esse respeito. Consideramos
importante que os nossos trabalhadores conheçam os seus próprios limites e que os
possam comunicar.
Monique Pullen: Estamos a tentar medi-lo nos estudos sobre a vitalidade. As ques-
tões de segurança e saúde no trabalho são tratadas em reuniões regulares entre o
médico do trabalho, o diretor do departamento e o consultor de recursos humanos,
que discutem medidas gerais e casos individuais. Por exemplo, reorganizaram o traba-
lho numa unidade de serviço.
Monique Pullen: Sim, a consulta é realizada pelo chefe de equipa, pelo diretor do
departamento e/ou por colegas. Se for necessária mais ajuda, há a possibilidade de
contactar o médico do trabalho e o assistente social.
Monique Pullen: Está a ser elaborado e incluirá medidas como pedir ajuda a um
colega e informar a segurança e o diretor do departamento. Também prevê a dis-
cussão posterior dos incidentes, a nível do departamento, e debates sobre a melhor
maneira de gerir a situação futuramente, bem como a possibilidade de falar com o
médico do trabalho, se necessário, consoante o abalo que o incidente tenha provo-
cado no trabalhador.
Monique Pullen: Sim, mas não são obrigatórios. Normalmente, os trabalhadores fre-
quentam esses seminários após a ocorrência de um incidente. No futuro, tencionamos
dialogar mais sobre as medidas que podem ser tomadas, principalmente com os che-
fes de equipa, e informá-los dos seminários disponíveis. Todos os anos, informaremos
os chefes de equipa sobre as questões de segurança e saúde, aconselhando-os sobre
aquilo que podem fazer e recordando-lhes que lhes compete garantir a segurança e
saúde no trabalho nos respetivos departamentos.
212
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
5.8. Ligações
N.º Título País/Região Conteúdo/Fonte
1 Relatório — Pre- EU-OSHA O stresse no trabalho pode ocorrer em qualquer setor e em empresas de todas
venção de riscos as dimensões. Pode afetar toda a gente em todos os níveis.
psicossociais no http://osha.europa.eu/pt/publications/reports/104
local de trabalho
2 Framework agre- UE-Diálogo O respeito mútuo pela dignidade dos outros, a todos os níveis, no local de
ement on harass- social trabalho é uma das principais características das organizações bem sucedidas.
ment and violence É por isso que o assédio e a violência são inaceitáveis.
at work http://osha.europa.eu/data/links/framework-agreement-on-harassment-and-
-violence-at-work
3 Framework agre- UE-Diálogo O objetivo do acordo é aumentar a consciência e a compreensão dos empre-
ement on work- social gadores, dos trabalhadores e dos seus representantes no que respeita ao
-related stress stresse relacionado com o trabalho e chamar a sua atenção para os sinais
indicativos de problemas nesse domínio.
http://www.etuc.org/IMG/pdf_Framework_agreement_on_work-related_
stress_EN.pdf
4 Working time Its Organização Já existem dados substanciais que apontam para uma diversificação cada vez
impact on health Internacional maior dos horários de trabalho entre os trabalhadores. Os diversos regimes
and safety do Trabalho de horário de trabalho que estão a surgir (diferentes tipos de turnos, horários
mais flexíveis, diferentes estatutos de emprego, etc.) impõem crescentes desa-
fios aos métodos tradicionais de organização e regulamentação do emprego.
http://www.ilo.org/travail/whatwedo/publications/lang-en/doc-Name-
WCMS_TRAVAIL_PUB_25/index.htm
5 The development Reino Unido O índice de fadiga/risco é um instrumento para medir o nível de fadiga dos
of a fatigue/risk trabalhadores, tendo sido especificamente desenvolvido para os trabalhado-
index for shif- res por turnos. Relatório de investigação.
tworkers http://www.hse.gov.uk/research/rrpdf/rr446.pdf
6 Managing shif- Eurocontrol O relatório apresenta os resultados de um estudo de viabilidade sobre a ges-
twork in European tão do trabalho por turnos na gestão do tráfego aéreo europeu. O documento
ATM: Literature resume os resultados da investigação que estão disponíveis sobre as necessi-
Review dades de saúde e sociais dos trabalhadores, a segurança, o desempenho e a
produtividade/eficiência nos ambientes de trabalho por turnos.
http://www.eurocontrol.int/humanfactors/gallery/content/public/docs/
DELIVERABLES/M27%20MSEA%20Literature%20Review%20_
Ed%201.0%20-%20Released-withsig.pdf
8 «Work-related Eurofound/ O Eurostat fornece dados sobre as diferentes situações existentes nos países
health problems in /Eurostat europeus. A informação é classificada por setor, língua e país.
the EU in 1998- http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-NK-01-017/EN/KS-
1999» -NK-01-017-EN.PDF
9 Agência Europeia EU-OSHA A Semana Europeia 2002 é uma campanha de informação que tem por
para a Segurança objetivo tornar a Europa um local de trabalho seguro e saudável, através da
e a Saúde no promoção de atividades de redução do stresse e dos riscos psicossociais rela-
Trabalho: Semana cionados com o trabalho.
Europeia «Contra o http://osha.europa.eu/pt/campaigns/ew2002/about
Stresse no Trabalho,
Trabalhe contra o
Stresse» 2002
10 Factsheet 22 — EU-OSHA O stresse relacionado com o trabalho faz-se sentir quando as exigências colo-
Stresse relacionado cadas pelo ambiente de trabalho excedem a capacidade dos trabalhadores
com o trabalho para as suportarem (ou controlarem).
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/22
213
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
11 Factsheet 23 EU-OSHA Esta ficha informativa contém informação e sugestões destinadas àqueles que dese-
— O assédio jam adotar medidas de caráter prático com vista a resolver os problemas do assédio
moral no local moral no local de trabalho.
de trabalho http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/23
12 Factsheet 24 EU-OSHA A violência no trabalho é uma causa importante de stresse relacionado com o traba-
— Violência lho. A secção com informações adicionais no final da ficha informativa fornece porme-
no trabalho nores relativamente às fontes de apoio utilizadas pela Agência, incluindo outras fichas
informativas.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/24
13 Factsheet EU-OSHA Na União Europeia, mais de um em cada quatro trabalhadores é afetado por proble-
32 — Como mas de stresse no trabalho.
enfrentar os http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/32
riscos psicos-
sociais e redu-
zir o Stresse
no Trabalho
14 Magazine EU-OSHA As implicações são claras: o stresse relacionado com o trabalho pode causar sofrimento
«Working on às pessoas, tanto no trabalho como em casa, e afeta significativamente os objetivos de
Stress» uma organização. Por conseguinte, há muitas razões para tomar medidas.
http://osha.europa.eu/publications/magazine/5?language=de
15 How to Tackle EU-OSHA Nas últimas décadas, o mercado de trabalho tem sido caracterizado por mudan-
Psychosocial ças significativas: alteração das tarefas, dos papéis e das funções, flexibilidade no
Issues and emprego e na produção, organizações horizontais e delegação da gestão. Esta
Reduce Work- re-estruturação, juntamente com a evolução das tecnologias da informação e a globa-
-related Stress lização, gera novos desafios para as organizações e para cada um dos trabalhadores.
Estas mudanças estão em curso por toda a Europa e são frequentemente seguidas
por um aumento de problemas como o stresse relacionado com o trabalho.
http://osha.europa.eu/publications/reports/309
17 Stresse e EU-OSHA Esta secção do sítio web da EU-OSHA fornece informações atualizadas sobre as boas
riscos psicos- práticas de segurança e saúde no que respeita ao stresse no trabalho.
sociais http://osha.europa.eu/good_practice/topics/stress
18 Health and Reino Este documento fornece conselhos práticos que ajudam a averiguar se a violência é
Safety Execu- Unido um problema para os trabalhadores de um estabelecimento e, em caso afirmativo,
tive: Violence como deve ser resolvida.
at work http://www.hse.gov.uk/pubns/indg69.pdf
214
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
5.9. Bibliografia
Cox, T., A. Griffiths, e E. Rial-Gonzalez, Research on work-related stress, Serviço das
Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, Luxemburgo, 2000.
Denis, F., S. Stordeur e W. D’Hoore, «Une enquête sur le stress occupationnel en milieu
hospitalier, Medecine du travail et ergonomie», Arbeidsgezondheidszorg en ergonomie,
vol. 37, n.° 4, 2000, p. 169 a 178.
International Social Security Association, «Guide for risk assessment in small and
medium enterprises: Mental workload. identification and evaluation of hazards;
Taking measures», 2009 (http://www.issa.int/Resources/Resources/Mental-Workload/
(language)/eng-GB). (22.7.2009)
215
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Siegrist, J. «Adverse health of high effort — Low reward conditions at work», Journal of
Occupational Health Psychology, 1/1996, p. 27 a 43.
Spencer, M. B., K. A. Robertson, e S. Folkard, The development of a fatigue/risk index for shif-
tworkers, HSE Books, Norwich, 2006 (http://www.hse.gov.uk/research/rrpdf/rr446.pdf ).
Spurgeon, A., Working time: Its impact on health and safety, Organização Internacional
do Trabalho (disponível junto do programa «Conditions of work and employment»),
Seúl, 2003.
216
5 RISCOS PSICOSSOCIAIS
Anexo
Nos quadros exemplificativos seguintes, a avaliação do risco psicossocial «stresse» é
realizada em função dos grupos profissionais, das unidades de serviço ou das áreas
dos lares, que podem ser adaptados às designações que lhes são dadas em cada esta-
belecimento. Além disso, é possível alguma diferenciação, por exemplo, os médicos
podem ser classificados de acordo com a sua especialização.
• de problemas psicossociais;
1. Pessoal de enfermagem o o o
2. Gestão doméstica o o o
3. Limpeza o o o
4. Pessoal de cozinha o o o
5. Médicos o o o
6. Pessoal de emergência o o o
217
6
Riscos químicos
6.1. Introdução 6.6.3.1. Preparação de medicamentos citostáticos
6.6.3.2. Trabalho preparatório e aplicação
6.2. Natureza do risco em causa: 6.6.3.3. Embalagem e transporte
Riscos específicos atribuídos 6.6.3.4. Trabalhos de limpeza
às substâncias e preparações 6.6.3.5. Medidas complementares
perigosas
6.7. Atividades envolvendo gases
6.3. Critérios básicos para avaliar os anestésicos
riscos químicos 6.7.1. Descrição dos trabalhos com exposição
6.3.1. Avaliação dos riscos máxima
6.7.2. Descrição dos efeitos sobre a saúde e a
6.4. Medidas gerais de prevenção e segurança
proteção: aplicação de medidas 6.7.3. Técnicas e procedimentos de prevenção
de proteção tendo em conta a específicos
avaliação dos riscos 6.7.3.1. Atividades com gases anestésicos em blocos
operatórios (e outras salas de cirurgia)
6.4.1. Medidas de proteção 6.7.3.2. Salas de recobro
6.4.2. Fornecimento de informações/instruções 6.7.3.3. Outras atividades com gases anestésicos
aos trabalhadores
6.7.3.4. Medidas complementares
6.4.3. Monitorização da eficácia das medidas
6.1. Introdução
01 Muitos trabalhadores No âmbito da avaliação dos riscos, as
dos serviços de saúde
entidades patronais são obrigadas
têm de trabalhar com
substâncias perigosas a avaliar os riscos originados pelas
substâncias químicas (121) (122). Uma
análise das atividades dos serviços
de saúde revelou que importa consi-
derar, em especial, as atividades que
envolvem o trabalho com as substân-
cias a seguir enumeradas:
2. medicamentos anestésicos;
3. medicamentos citostáticos/cito-
tóxicos;
4.
substâncias perigosas para a
reprodução, em especial determi-
nadas substâncias farmacêuticas.
Para além destas substâncias e grupos de substâncias, há muitos outros produtos quí-
micos que podem ser utilizados no serviço de saúde (por exemplo, solventes e outras
substâncias químicas laboratoriais, álcool cirúrgico, conservantes), mas que não são
examinados no presente guia de forma aprofundada. Na avaliação dos riscos, também
é importante não esquecer que o acesso a estupefacientes e medicamentos é muito
mais fácil nos serviços de saúde do que noutras profissões (ver também capítulo 5).
A avaliação dos riscos das substâncias químicas no setor da saúde apresenta vários
problemas específicos:
220
6 RISCOS QUÍMICOS
O objetivo do presente capítulo é descrever os riscos típicos da manipulação de subs- (123) Diretiva 67/548/CEE
do Conselho, de 27 de
tâncias perigosas no serviço de saúde, analisar os métodos de avaliação dos riscos e junho de 1967, relativa
apresentar as principais medidas de proteção em certas atividades que envolvem a à aproximação das
utilização dessas substâncias. disposições legislativas,
regulamentares e admi-
nistrativas respeitantes
à classificação, emba-
lagem e rotulagem das
perigosas
A legislação europeia em matéria de substâncias perigosas, como a Diretiva 67/548/
/CEE do Conselho, define como «perigosas» as substâncias e preparações que apre-
sentem uma ou mais das propriedades a seguir descritas, também designadas por
características de perigo (123).
tóxicas comburentes
irritantes inflamáveis
sensibilizantes
cancerígenas
mutagénicas
cronicamente nocivas
sob outros aspetos
221
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Os símbolos e avisos de
MG/8:/27/27:/GP/E
222
6 RISCOS QUÍMICOS
Fichas de segurança
223
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• Os produtos são utilizados tal como são fornecidos na sua embalagem ou são
modificados e, por exemplo, diluídos (como acontece com os concentrados de
desinfetantes)?
Nota importante Em muitos casos, é possível avaliar os riscos das substâncias perigosas com o auxílio dos
dados constantes das fichas de segurança, nos termos da Diretiva 91/155/CEE (129) ou, mais
recentemente, do Regulamento (CE) n.º 1907/2006 (130). Dado que os fármacos, em particular,
são fornecidos sem ficha de segurança, é útil cumprir as indicações de segurança, as informa-
ções especializadas e as instruções de utilização apresentadas pelo fabricante do produtos,
e recorrer a outras fontes de informação. Em caso de dúvida, é possível pedir informações ao
fabricante.
224
6 RISCOS QUÍMICOS
Na publicação «Diretrizes práticas de caráter não obrigatório sobre a proteção da (131) Artigos 4.º e 5.º da
saúde e da segurança dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes Diretiva 98/24/CE do
químicos no trabalho» são fornecidas informações mais pormenorizadas sobre o pro- Conselho, de 7 de abril
de 1998, relativa à pro-
cedimento a adotar na avaliação dos riscos. teção da segurança e da
saúde dos trabalha-
dores contra os riscos
os danos se acumulem.
(132) Comissão Europeia,
«Diretrizes práticas de
A utilização ininterrupta ou inadequada de luvas de proteção impermeáveis pode cau- carácter não obrigatório
sar irritações e danos na pele. sobre a proteção da
saúde e da segurança
dos trabalhadores
A exposição da pele à humidade é o principal perigo potencial porque enfraquece a contra os riscos ligados
resistência da pele a substâncias irritantes ou sensibilizantes. Deve prestar-se, por isso, à exposição a agentes
químicos no trabalho,
uma atenção especial aos estagiários e ao pessoal auxiliar para que não sejam expos- parte I», Serviço das
tos a uma humidade excessiva. Publicações Oficiais
das Comunidades
Europeias,
Os agentes de limpeza e os desinfetantes podem irritar e sensibilizar a pele (alergias), se Luxemburgo, 2006
entrarem frequentemente em contacto com esta ou forem utilizados de forma inadequada. (ISBN 92-894-9651-7).
225
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Para além dos limites de exposição profissional (LEP) criados a nível europeu, a avalia-
ção deve ter em conta os valores-limite nacionais respetivos. O quadro 6.2 apresenta
alguns LEP de substâncias relevantes para o setor da saúde.
226
6 RISCOS QUÍMICOS
turno, sobre as medidas de caráter pessoal. Devem utilizar-se todos os meios téc- (136) Artigo 5.º da Diretiva
nicos e organizativos disponíveis para evitar o contacto com a pele ou com as vias 2004/37/CE do Parla-
mento Europeu e do
respiratórias. Conselho, de 29 de abril
de 2004, relativa à pro-
As medidas técnicas de proteção ajudam, basicamente, a evitar que os trabalhadores teção dos trabalhadores
contra riscos ligados à
contactem com substâncias perigosas, ou reduzem esse contacto para níveis baixos. exposição a agentes can-
Entre elas incluem-se a utilização de máquinas de limpeza, desinfeção ou esteriliza- cerígenos ou mutagéni-
ção automáticas, sistemas de ventilação técnica e extratores localizados e sistemas de cos durante o trabalho
(sexta diretiva especial
transferência isentos de emissões no fabrico de medicamentos citostáticos (137). nos termos do n.º 1 do
artigo 16.° da Diretiva
As medidas organizativas incluem a separação das atividades que implicam uma 89/391/CEE do Conselho)
(versão codificada) (texto
exposição a substâncias perigosas de qualquer forma de ingestão de alimentos, a relevante para efeitos
separação do vestuário de trabalho e de proteção, ou o estabelecimento de planos de do EEE), JO L 158 de
limpeza ou proteção da pele. 30.4.2004, p. 50 a 76.
227
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
(138) Diretiva 89/391/CEE uma proteção adequada contra os riscos efetivamente existentes (138). Por exemplo,
do Conselho, de 12
de junho de 1989,
as luvas de proteção devem ter uma forma apropriada e um material suficientemente
relativa à aplicação de espesso e resistente aos produtos químicos. As luvas médicas descartáveis não garan-
medidas destinadas a tem, normalmente, uma proteção adequada quando é necessário manipular substân-
promover a melhoria da
segurança e da saúde
cias químicas. Os equipamentos de proteção individual devem satisfazer os requisitos
dos trabalhadores no da Diretiva 89/686/CEE do Conselho (139).
trabalho, JO L 183 de
29.6.1989, p. 1 a 8.
Também podem ser necessárias medidas de medicina do trabalho, como os exames
( ) Diretiva 89/686/CEE,
139 preventivos, se os valores-limite de concentração atmosférica ou os limites biológicos
de 21 de dezembro de forem ultrapassados no decurso das atividades (140).
1989, relativa à aproxi-
mação das legislações
dos Estados-Membros
respeitantes aos equi-
pamentos de proteção
individual, JO L 399 de
30.12.1989, p. 18 a 38
05 As máquinas de
limpeza/desinfeção
reduzem a exposição
do pessoal (esquerda)
08 Equipamento de
segurança individu-
al expansivo para
preparar agentes
quimioterapêuticos,
que protege tanto
as pessoas como os
produtos (direita)
228
6 RISCOS QUÍMICOS
10 As sessões de
instrução regulares
contribuem para
que o pessoal dê a
devida atenção aos
processos de trabalho
e medidas relevantes
para a segurança
229
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Para além da formação ministrada, a entidade patronal deve monitorizar a correta apli-
cação das medidas de proteção, limpeza e cuidados, exortando os trabalhadores a
indicarem quaisquer perigos para a saúde especificamente existentes na empresa e a
sugerirem medidas de proteção.
11 Os trabalhos de
limpeza/desinfeção
podem causar riscos
para o pessoal, os do-
entes e os visitantes
230
6 RISCOS QUÍMICOS
Desinfeção de superfícies A desinfeção de superfícies pode causar exposição por inalação a agentes voláteis
(esfregar e limpar) (por exemplo, aldeídos, álcoois, derivados de fenol) e um contacto cutâneo intensivo
nas mãos e nos braços.
Desinfeção de instrumentos Pode gerar concentrações inadmissíveis no ar interior se a desinfeção for efetuada
manualmente, e também em caso de limpeza com banhos ultrassónicos ou utilização
de tinas abertas.
Desinfeção das mãos e da pele No caso da desinfeção das mãos e da pele, são sobretudo utilizados desinfetantes à
base de álcool muito concentrados, que causam exposição por inalação ao etanol e
aos propanóis.
Desinfeção por pulverização Na desinfeção por pulverização, ocorrem maiores concentrações de componentes
dos desinfetantes no ar interior do que se os objetos forem lavados e esfregados.
Em virtude de produzir grandes quantidades de aerossóis, mesmo os agentes
não voláteis podem penetrar no sistema respiratório.
Desinfeção de salas O processo de desinfeção das instalações com formaldeído (gasagem, atomização)
provoca concentrações muito elevadas desta substância. Dado ser impossível vedar
completamente a sala que está a ser desinfetada, podem formar-se concentrações
no ar interior dos espaços contíguos que ultrapassem um pouco os limites impostos
pela higiene no trabalho.
231
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Desvios da rotina Se a desinfeção não puder ser feita pelos processos habituais, o
recurso a processos substitutos inadequados pode originar níveis
de exposição elevados. Por exemplo, se as máquinas de desinfeção
automática se avariarem, a pulverização não deve ser utilizada.
232
6 RISCOS QUÍMICOS
Substituição
233
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
234
6 RISCOS QUÍMICOS
O contacto direto com substâncias ativas pode ocorrer durante o transporte de infu-
sões inadequadamente embaladas e de seringas de infusão que não tenham sido
completamente esvaziadas, bem como de resíduos de produtos citostáticos.
235
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• Sob a ação local de medicamentos citostáticos como substância ativa ou sob a forma
de preparações terapêuticas altamente concentradas, podem produzir-se várias
reações locais, designadamente efeitos de sensibilização ou irritantes (por exemplo,
vermelhidão, ardor, prurido) e de destruição dos tecidos (necrotização).
Até à data, há muito poucos casos notificados de efeitos locais agudos ou sistémicos
como as reações tóxico-alérgicas ou a deterioração do bem-estar geral (por exemplo,
dores de cabeça ou vertigens) dos médicos ou enfermeiros que manipulam fármacos
que contêm drogas citostáticas. Esses efeitos foram causados, na maioria das vezes,
pela contaminação resultante de acidentes importantes ou pelas más condições exis-
tentes no local de trabalho antes da introdução das medidas de proteção que hoje são
comuns. Atualmente, não existem relações dose-resposta cientificamente documen-
tadas em relação ao potencial cancerígeno, mutagénico e tóxico para a reprodução
dos medicamentos citostáticos, se forem absorvidas quantidades muito inferiores à
dose terapêutica (gama de baixas dosagens). Mesmo assim, as propriedades já conhe-
cidas deste tipo de medicamentos justificam a aplicação de medidas de proteção dos
trabalhadores que com eles contactam.
236
6 RISCOS QUÍMICOS
237
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
238
6 RISCOS QUÍMICOS
239
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
240
6 RISCOS QUÍMICOS
Os gases anestésicos são utilizados onde quer que as pessoas tenham de ser aneste-
siadas em situações de emergência, como os serviços de urgência, os blocos opera-
tórios e as salas de cirurgia dos consultórios, as salas de recobro e também, desde há
algum tempo, nos consultórios de medicina dentária. Nos hospitais, o monóxido de
diazoto e outros gases usados em medicina também podem fornecidos através de
instalações centralizadas de abastecimento de gás.
No caso da anestesia por gás, é normalmente administrada aos doentes uma mistura
de monóxido de diazoto/oxigénio com um teor de O2 na ordem de 30% a 50%. Os
anestésicos inaláveis voláteis (evaporáveis) são adicionados ao gás de respiração em
proporções que variam em função do seu potencial anestésico. Os gases anestésicos
mais conhecidos são o monóxido de diazoto e os anestésicos voláteis halotano, enflu-
rano, isoflurano, sevoflurano e desflurano, embora o halotano seja menos utilizado
devido às suas propriedades negativas específicas.
Há algum tempo que a anestesia vem sendo crescentemente aplicada sem monóxido
de diazoto, mas com maiores concentrações de um anestésico volátil.
Os gases anestésicos são administrados aos doentes de forma controlada, por meio de
dispositivos próprios ligados a vários adaptadores. Utilizam-se, por exemplo, máscaras
faciais, tubos introduzidos na traqueia (anestesia endotraqueal) e máscaras laríngeas,
com inserção de uma pequena máscara diretamente na laringe. Estes adaptadores
diferem quanto ao ajustamento e, logo, quanto ao respetivo débito de fuga.
241
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
• se for utilizada uma máscara anestésica sem ser apenas por curtos períodos,
haverá taxas de fuga elevadas e níveis de exposição igualmente elevados. O mesmo
se aplica à utilização de máscaras faciais ligadas a tubos de transporte de monóxido
de diazoto;
• a desconexão dos circuitos de gás sem reduzir o seu fluxo causará níveis de expo-
sição elevados, incluindo quando o doente é desligado no fim da anestesia, altura
em que não inspira o ar normal juntamente com o gás anestésico durante algum
tempo;
242
6 RISCOS QUÍMICOS
Sevoflurano 80 170
EC-N.º ----
CAS-N.º 28523-86-6
Desflurano 70 140
EC-N.º ----
CAS-N.º 57041-67-5
Na Alemanha, foram publicados limites de exposição profissional para os gases Quadro 6.4: Limites de
exposição profissional para
monóxido de diazoto (100 ppm/180 mg/m3), halotano (5 ppm/41 mg/m3) e enflurano os gases anestésicos na
(20 ppm/150 mg/m3), em todos os casos como valor médio num período de oito horas. União Europeia. Os países
selecionados são apenas
Há outros países que adotaram um valor-limite de concentração atmosférica para o exemplos.
isoflurano: por exemplo, a França (2 ppm/15 mg/m3) ou a Suíça (10 ppm/77 mg/m3).
243
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Sistema A fuga do sistema de circulação próximo do doente deve ser muito baixo,
anestésico por exemplo, < 150 ml/min.
Os gases de medição e arrastamento devem ser extraídos através do
sistema de exaustão.
Procedimentos A grande maioria das anestesias com gás deve ser aplicada da seguinte
anestésicos forma:
–– início da anestesia sem gases anestésicos;
–– anestesia com entubação (com ventilação mecânica mas sem manga
bloqueada);
–– anestesia com máscaras laríngeas;
–– as máscaras (bem ajustadas) devem ser usadas por pouco tempo e
programadas para não funcionarem mais de 30 minutos por dia.
Nas salas de recobro, os doentes exalam quase por completo o gás anestésico acu-
mulado no corpo e, por isso, o pessoal que cuida deles também está exposto a tais
gases, mesmo que não sejam ali aplicados procedimentos anestésicos. No entanto, é
frequente haver dispositivos de anestesia móveis nessas salas, a fim de permitir uma
resposta rápida em caso de emergência. A extração local dos gases exalados tem sido
utilizada em casos isolados, mas não se tornou uma prática comum por suscitar pro-
blemas de manipulação e aceitação.
244
6 RISCOS QUÍMICOS
• a documentação relativa aos doentes deve ser avaliada regularmente para se obte-
rem informações sobre as sequências anestésicas, o tempo de permanência na sala
de recobro e as taxas de ocupação da sala;
• nas salas de recobro devem prevenir-se as emissões evitáveis, por exemplo, através
da transferência dos vapores para recipientes.
245
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Também pode haver exposição a gases anestésicos noutros pontos dos estabeleci-
mentos de saúde.
• em muitos hospitais, os gases são fornecidos em conjunto com outros gases médi-
cos através de um sistema de abastecimento centralizado e ligados à rede de distri-
buição. Também neste caso podem ocorrer fugas, tanto no ponto central do sistema
na tubagem do sistema de distribuição. As tomadas de gás anestésico para o monó-
xido de diazoto são particularmente suscetíveis a fugas e, por isso, a sua estanqui-
dade deve ser regularmente inspecionada.
No âmbito dos exames, as trabalhadoras que queiram ter filhos ou que estejam no
início da gravidez devem receber um aconselhamento específico, por exemplo sobre
outras oportunidades de emprego na empresa.
Seria oportuno conjugar esses exames de medicina no trabalho com outros exames,
por exemplo, relativos às doenças infetocontagiosas transmitidas por via sanguínea,
à tuberculose, às radiações ionizantes, aos desinfetantes, ou aos fatores ergonómicos
ou psicossociais.
246
6 RISCOS QUÍMICOS
247
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
É sabido que as substâncias radioativas também são tóxicas para o embrião, mas na
maior parte dos países as atividades que envolvem essas substâncias não estão regu-
lamentadas pela legislação relativa às substâncias perigosas, mas sim pela legislação
aplicável à energia atómica (ver Diretiva 96/29/Euratom do Conselho) (144) e, por isso,
esta questão não será aqui tratada de forma aprofundada.
Relativamente a 1 a 3
248
6 RISCOS QUÍMICOS
Relativamente a 4 e 5
Óxido de etileno: Quando é utilizado óxido de etileno sob a forma gasosa, existe prin-
cipalmente um risco de exposição por inalação, por exemplo devido a fugas nos tubos
de abastecimento da unidade de esterilização automática ou à insuficiente ventilação,
ou não abertura, dos esterilizadores.
Relativamente a 6 e 7
249
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
250
6 RISCOS QUÍMICOS
Boas práticas
Entrevistador: Como e por quem são as atividades de
desinfeção necessárias definidas no estabelecimento? A
escolha dos processos de desinfeção é feita do ponto de
vista da redução da exposição dos trabalhadores afetados
aos produtos químicos (por exemplo, processos térmicos
em vez de processos químicos)?
Entrevistador: Existem instruções escritas claras sobre a utilização dos vários proces-
sos de desinfeção? Nelas também são regulamentadas todas as perturbações previsí-
veis do fluxo de trabalho de rotina, como o procedimento a adotar em caso de avaria
de uma máquina de desinfeção automática?
Ojan Assadian: O atual plano de desinfeção do AKH de Viena pode ser consultado por
todos os trabalhadores na Internet (http://www.meduniwien.ac.at/krankenhaushi-
giene). Esse plano descreve muito pormenorizadamente o procedimento a utilizar em
251
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Boas práticas
AKH de Viena (fonte: centro de
informação do AKH)
cada uma das fases do tratamento higiénico, bem como as medidas de segurança e
saúde no trabalho que são necessárias. Além disso, indica as medidas alternativas, por
exemplo, desinfeção manual, para os desvios previsíveis nos processos (por exemplo,
a máquina de desinfeção automática não estar disponível devido a alguma avaria).
252
6 RISCOS QUÍMICOS
Ojan Assadian: A escolha de medidas de proteção dos trabalhadores deve ser propor-
cional ao risco de contaminação e, logo, à situação de desinfeção. Em princípio, devem
ser usadas luvas de proteção quando se manipulam desinfetantes de superfícies. Se
existirem riscos específicos decorrentes de uma forte contaminação ou de exposições
microbianas especiais, também no âmbito do trabalho de desinfeção final, são especi-
ficadas medidas de proteção adicionais nos regulamentos relativos à desinfeção, por
exemplo aventais descartáveis, calçado impermeável (botas) e máscaras respiratórias
para a proteção contra os efeitos biológicos e químicos.
Boas práticas
Entrevistador: Que luvas
de proteção escolhem para
as atividades de desinfeção?
Entrevistador: Existe
algum plano de proteção
da pele que defina as nor-
mas do estabelecimento Limpeza e desinfeção das mãos: uma questão que
também afeta a segurança dos trabalhadores
nessa matéria? A questão
do trabalho com humidade e da proteção contra o mesmo é tratada no âmbito das
medidas de proteção da pele e são disponibilizadas medidas adequadas?
Ojan Assadian: Temos cursos de formação sobre higiene das mãos e, para o pessoal
de limpeza, nos locais onde não temos unidades de mistura de desinfetantes, cursos
muito específicos sobre a maneira de preparar as concentrações corretas. Deve ser
também mostrado aos trabalhadores como o podem fazer eles próprios e todo o pro-
cesso é documentado, incluindo as corretas medidas de segurança e saúde no traba-
lho. Os chefes dos diversos departamentos também organizam cursos de formação
regulares, que são sempre documentados.
253
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
O AKH de Viena tem 2 000 camas e aproximadamente 9 000 trabalhadores, sendo, por
isso, um dos maiores hospitais da Europa Central. Por isso, a sua farmácia também é
grande. No AKH são tratados terapeuticamente e assistidos cerca de 10 000 doentes
oncológicos por ano. Na farmácia, que também serve o Hospital Pediátrico St. Anna,
são feitas cerca de 45 000 preparações citostáticas, anualmente. Num dia normal, são
produzidas cerca de 180 preparações e num dia «de ponta» o seu número pode elevar-
se a 350. No Departamento de Medicamentos Citostáticos há quatro farmacêuticos a
tempo inteiro e 10 técnicos de farmácia, sendo o trabalho realizado em cinco banca-
das repartidas por duas salas.
254
6 RISCOS QUÍMICOS
Boas práticas
Que qualificações tem o pessoal que
prepara os medicamentos citostá-
ticos? Como são os trabalhadores
informados a respeito dos riscos e
das medidas necessárias e com que
frequência?
Damos formação teórica e prática ao pessoal. O curso de integração tem cerca de seis
meses de duração e de seis em seis meses há um curso de acompanhamento. Quando
são utilizados novos medicamentos, o pessoal volta a receber formação. A título de
medida de segurança adicional, utilizamos um programa informático especial para
introduzir a terapia e especificar cada uma das etapas do processo de produção.
Além disso, a equipa reúne-se uma vez por mês para esclarecer quaisquer dúvidas que
surjam e debater os aspetos de segurança.
Claro que também há cursos de formação regulares ministrados pelos próprios qua-
dros superiores das unidades de serviço.
255
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
São tomadas medidas para monitorizar a exposição dos trabalhadores aos medi-
camentos citostáticos (por exemplo, medições do ar, monitorização do «teste do
algodão» e monitorização biológica)?
Além das medidas higiénicas, que têm de ser regularmente aplicadas por motivos de
qualidade, não existem atualmente operações de monitorização regulares em termos
de medições do ar, monitorização biológica ou monitorização do teste do algodão. Em
virtude de fornecer um volume de informação limitado, esse tipo de monitorização
é útil quando se realizam estudos, mas não é adequado para controlar a exposição
individual em termos de medicina do trabalho. Está, todavia, a ser preparada monito-
rização com base nas especificações estatutárias que nos obrigam a aplicar as normas
de boas práticas de fabrico (fase de validação).
Anualmente, é feita uma análise de rotina às fezes e de dois em dois anos uma radio-
grafia aos pulmões. Além disso, os trabalhadores recebem um apoio médico regular
por parte do médico da empresa sob a forma de um questionário anual. Estas medidas
de medicina do trabalho servem principalmente para determinar os níveis de expo-
sição. Os trabalhadores da produção, por exemplo, queixam-se de lombalgias e de
tensão dorso-lombar em consequência de trabalharem sentados e dos processos utili-
zados na produção. São diariamente produzidas cerca de 60 preparações por bancada,
pelo que se trata de uma atividade a tempo inteiro. Em consequência, os períodos de
256
6 RISCOS QUÍMICOS
pausa para descanso foram alargados nessa área. A documentação relativa a cada tra-
balhador é automaticamente compilada pelo sistema informático, que permite repro-
duzir cada etapa do trabalho.
Boas práticas
resíduos hospitalares, comprimidos na prensa trituradora e destruídos numa incine-
radora de resíduos.
Como são os grupos de pessoas que necessitam de proteção especial (por exem-
plo, as grávidas) tidos em conta na avaliação dos riscos?
257
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
6.11. Ligações
N.º Título País Conteúdo/Fonte
1 MPZ Factsheet Intro- Países Breve introdução aos problemas causados pelas substâncias perigosas nos blocos
ductic Gevaarlijke Baixos operatórios.
Stoffen: Voor OK’s http://www.milieuplatform.nl/attachments/307/Factsheet_OK.pdf
2 MPZ Factsheet Países Breve introdução aos problemas causados pelas substâncias perigosas nos dis-
Introductic Gevaar- Baixos pensários.
lijke Stoffen: Voor http://www.milieuplatform.nl/attachments/277/Factsheet_APOTHEEK.pdf
Apotheek
3 MPZ Factsheet Países Breve introdução aos problemas causados pelas substâncias perigosas no setor
Introductic Gevaar- Baixos da enfermagem.
lijke Stoffen: Voor http://www.milieuplatform.nl/attachments/280/Factsheet_VERPLEGING.pdf
Verpleging
4 M 135 Sicherer Áustria Síntese das prescrições técnicas, das anomalias frequentes, das suas eventuais
Umgang mit Narko- causas e das medidas de segurança para proteger os trabalhadores.
segasen http://www.auva.at/mediaDB/MMDB125858_M135.pdf
5 Latex and you Reino Ficha técnica sobre os riscos do látex e as medidas de proteção necessárias.
Unido http://www.hse.gov.uk/pubns/indg320.pdf
6 Safe handling of Reino Estas orientações do HSE britânico pretendem sensibilizar as entidades patronais
cytotoxic drugs Unido e os trabalhadores para os perigos associados aos medicamentos citotóxicos e
para as precauções que devem ser tomadas no seu manuseamento.
http://www.hse.gov.uk/pubns/misc615.pdf
8 Postes de sécurité França Este documento ajuda a identificar e a utilizar as bancadas de segurança no traba-
microbiologique. lho com materiais microbiológicos e citotóxicos.
Postes de sécurité http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/intranetobject-accesparreference/
cytotoxique. Choix et ND%202201/$file/nd2201.pdf
utilisation
9 Fiches toxicologi- França Informação toxicológica sobre as diversas substâncias que podem ser relevantes
ques de l’INRS nos locais de trabalho. Cada «fiche toxicologique» está dividida nas seguintes
secções: descrição da substância, riscos existentes, normas existentes (francesas),
recomendações para uma manipulação segura, bibliografia.
http://www.inrs.fr/securite/controle_toxicologie.html
Halotano:
http://www.inrs.fr/INRS-PUB/inrs01.nsf/inrs01_catalog_view_view/
EAA16C3366800FAAC1256CE8005B2345/$FILE/ft174.pdf
Glioxal:
http://www.inrs.fr/INRS-PUB/inrs01.nsf/inrs01_catalog_view_view/
F084298B49045108C1256CE8005A86FB/$FILE/ft229.pdf
Cresóis:
http://www.inrs.fr/INRS-PUB/inrs01.nsf/inrs01_catalog_view_view/
5A5BB1F901F06795C1256CE8005AFDBF/$FILE/ft97.pdf
Formaldeído:
http://www.inrs.fr/INRS-PUB/inrs01.nsf/inrs01_catalog_view_view/
9EB1ED6D45C5CCFFC1256CE8005A70A9/$FILE/ft7.pdf
258
6 RISCOS QUÍMICOS
10 Em linha: boas EU-OSHA Esta ficha técnica é uma introdução básica à segurança e saúde ocupacionais
práticas em matéria no setor da saúde e indica como aceder a informações relacionadas com o
de segurança e saúde setor no sítio web da Agência (EU-OSHA).
para o Setor da Saúde http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/29
(Factsheet 29)
11 Introdução às EU-OSHA A Agência Europeia (OSHA) publicou uma série de fichas técnicas centradas
substâncias perigosas na comunicação de informações sobre substâncias perigosas, incluindo
no local de trabalho agentes biológicos, relacionadas com a segurança e a saúde no trabalho. Esta
(Factsheet 33) ficha técnica apresenta as questões-chave relacionadas com este tema.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/33
12 Eliminação e EU-OSHA Breve introdução aos problemas das substâncias perigosas nos dispensários.
substituição de http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/34
substâncias perigosas
(Factsheet 34)
13 Alergéneos EU-OSHA Esta ficha técnica aborda importantes características da exposição a estes
respiratórios agentes e as medidas de prevenção adequadas.
(Factsheet 39) http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/39
14 Agentes EU-OSHA Esta ficha contém informação sobre agentes sensibilizadores da pele, assim
sensibilizadores da como medidas de prevenção da exposição cutânea a estes mesmos agentes.
pele http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/40
(Factsheet 40)
15 Problemática do EU-OSHA Esta ficha técnica apresenta um resumo do relatório «Gender issues in safety
género na segurança and health at work».
e saúde no trabalho http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/42
(Factsheet 42)
16 Cleaners and EU-OSHA Esta ficha informativa destina-se a informar os empregadores, as chefias, os
dangerous substances trabalhadores e seus representantes, em especial os das pequenas e médias
(E-fact 41) empresas (PME), sobre os perigos do trabalho de limpeza e a forma de os
prevenir.
http://osha.europa.eu/en/publications/factsheets/41
17 A comunicação da EU-OSHA Esta ficha informativa apresenta alguns aspetos a ter em conta com vista a
informação sobre uma comunicação eficaz.
substâncias perigosas http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/35
(Factsheet 35)
18 Integrar a dimensão EU-OSHA São necessários esforços sustentados para melhorar as condições de trabalho
do género na das mulheres e dos homens. Por conseguinte, importa ter em conta o
avaliação dos riscos género na avaliação dos riscos no local de trabalho, sendo a dimensão do
(Factsheet 43) género na prevenção dos riscos um objetivo da União Europeia e desta ficha
informativa.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/43
19 Avaliação dos EU-OSHA A segurança e a saúde dos trabalhadores são protegidas na Europa através
riscos – funções e de uma abordagem baseada na avaliação e na gestão dos riscos. Mas para
responsabilidades que seja possível efetuar uma avaliação eficaz dos riscos no local de trabalho,
(Factsheet 80) todos os interessados devem conhecer bem o contexto jurídico, os conceitos,
o processo de avaliação dos riscos e as funções que competem aos principais
agentes que participam no processo.
http://osha.europa.eu/pt/publications/factsheets/80
259
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
20 Safety in the Use Alemanha/ Este documento (de consenso) resume as reflexões de um grupo
of Disinfectants França/Suíça de trabalho da secção de Serviços de Saúde da AISS sobre os riscos
in the Health Services profissionais e as medidas de prevenção aplicáveis à utilização de
desinfetantes.
http://193.134.194.37/ara/layout/set/print/content/
download/74443/1385961/file/2%20-%20Consensus%20Paper%20
Disinfectants.pdf
21 Safety in the Use Alemanha/ Este documento (de consenso) resume as reflexões de um grupo
of Anaesthetic Gases França/ de trabalho da secção de Serviços de Saúde da AISS sobre os riscos
Suíça profissionais e as medidas de prevenção aplicáveis à utilização de gases
anestésicos.
http://www.issa.int/content/download/74442/1385958/file/2-%20
Consensus%20Paper%20Anaesthetic%20Gases.pdf
22 Safety in the Use Alemanha/ Este documento (de consenso) resume as reflexões de um grupo
of Cytotoxic drugs França/ de trabalho da secção de Serviços de Saúde da AISS sobre os riscos
Suíça profissionais e as medidas de prevenção aplicáveis à utilização de
medicamentos citotóxicos.
http://www.issa.int/Resources/Resources/Securite-dans-la-manipulation-
des-cytostatiques
23 Occupational Risk Alemanha/ Este documento (de consenso) resume as reflexões de um grupo
Prevention in Aerossol França/ de trabalho da secção de Serviços de Saúde da AISS sobre os riscos
Therapy (pentamidine, Suíça profissionais e as medidas de prevenção aplicáveis às terapias de aerossóis
ribavirin) com pentamidina ou ribavirina.
http://www.issa.int/Resources/Resources/Prevention-des-
risquesprofessionnels-dans-l-aerossoltherapie/
24 Berufliche Suíça Este documento descreve o problema das doenças cutâneas relacionadas
Hautkrankheiten com o trabalho na Suíça e fornece informações sobre as medidas de
2869/11.D proteção necessárias.
2869/11.F http://www.sapros.ch/images/supplier/220/pdf/02869_11_d.pdf
25 Verhutung von Suíça Este trabalho contém uma avaliação dos riscos químicos e biológicos
Berufskrankheiten em institutos patológicos/anatómicos e nos laboratórios histológicos,
in pathologisch- descreve as medidas de proteção para prevenir as doenças profissionais e
anatomischen Instituten oferece informações de medicina do trabalho sobre os exames efetuados
und histologischen pelos médicos do trabalho.
Laboratorien http://www.sapros.ch/images/supplier/220/pdf/02869_25_d.pdf
2869/25.D
26 Verhütung Suíça Esta ficha informativa descreve os principais riscos das atividades de
gesundheitlicher desinfeção em hospitais e consultórios médicos, bem como as medidas de
Gefahren bei proteção a tomar.
der Desinfektion http://www.sapros.ch/images/supplier/220/pdf/02869_23_d.pdf
von Flachen und
Instrumenten in Spital
und Praxis
2869/23.D
2869/23.F
27 Umgang Suíça Este trabalho descreve a avaliação dos riscos na manipulação de gases
mit Anästhesiegasen anestésicos nos estabelecimentos de saúde, bem como as medidas de
2869/29.D proteção necessárias.
2869/29.F http://www.sapros.ch/images/supplier/220/pdf/02869_29_d.pdf
28 Hautschutz Suíça Esta publicação debruça-se sobre os riscos cutâneos relacionados com o
bei der Arbeit trabalho e descreve as atuais medidas de proteção da pele em vigor na
44074.D Suíça.
http://www.sapros.ch/images/supplier/220/pdf/44074_d.pdf
260
6 RISCOS QUÍMICOS
30 Protection of Pregnant, Irlanda Este guia destina-se a profissionais de segurança e saúde, entidades
Post Natal and Breastfee- patronais, gestores, trabalhadores, representantes para a segurança e
ding Employees outros, dando orientações sobre o capítulo 2 da parte 6 e da lista 8 conexa
do Regulamento de Segurança, Saúde e Bem-Estar no Trabalho (Aplicação
Geral) irlandês de 2007 (S.I. No 299 de 2007) relativo às trabalhadoras grávi-
das, puérperas e lactantes. O objetivo do guia é facultar orientações gerais
destinadas a prevenir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais.
http://www.hsa.ie/eng/Publications_and_Forms/Publications/Retail/
Gen_Apps_Pregnant_Post_Natal.pdf
31 Risk Assessement of Irlanda Este folheto da Irlanda destina-se a ajudar as entidades patronais na
Chemical Hazards avaliação dos riscos relacionados com os agentes químicos no local de
trabalho.
http://www2.ul.ie/pdf/661738913.pdf
32 Il Rischio da Manipola- Itália Esta ficha informativa descreve os riscos químicos da manipulação de
zione di Chemioterapici medicamentos citostáticos, das medidas de proteção necessárias e das
precauções em matéria de organização do trabalho.
http://www.ispesl.it/chemioterapici/chemioterapici.pdf
33 Vorbereitung und Appli- Alemanha Um guia prático sucinto sobre a manipulação de medicamentos perigo-
kation von Arzneimitteln sos, especialmente destinado às pessoas que com eles trabalham.
mit krebserzeugenden, http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/
erbgut-verandernden, Statische_20Seiten/Navigation_20links/Kundenzentrum/Grundlagen_
fruchtschadi-genden Forschung/Gefahrstoffe/Bausteine_Gefaehrdungsbeurteilung/
und fruchtbarkeitss- Baustein_509_Arzneimittel_mit_KMR,property=pdfDownload.pdf
chädigenden (KMR)
Eigen-schaften durch
pflegendes oder ärztli-
ches Personal
34 Zytostatika im Gesun- Alemanha Uma compilação exaustiva dos riscos e das medidas de proteção neces-
dheitsdienst Informa- sárias na manipulação de medicamentos citostáticos no setor da saúde.
tionen zur sicheren Inclui projetos de manuais de utilização destinados a informar e instruir os
Handhabung von trabalhadores.
Zytostatika http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/
Medientypen/bgw_20themen/M620_Zytostatika_im_
Gesundheitsdienst,property=pdfDownload.pdf
36 BGR 206 Alemanha Esta publicação descreve, do ponto de vista alemão, os riscos e as medidas
Desinfektionsarbeiten de proteção necessárias para o trabalho de desinfeção no setor da saúde,
im Gesundheitsdienst por exemplo, desinfeção das mãos e da pele, desinfeção de superfícies,
desinfeção de instrumentos, etc.
http://www.bgw-online.de/internet/generator/Inhalt/OnlineInhalt/
Medientypen/bgw_vorschriften-regeln/BGR206_Desinfektionsarbeiten_
im_Gesundheitsdienst,property=pdfDownload.pdf
261
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
37 Guideline for Estados Este guia examina a utilização de produtos pelo pessoal de saúde em
Desinfection and Unidos contextos de prestação de cuidados de saúde, como os hospitais, os
Sterilisation in cuidados ambulatórios e os cuidados domiciliários.
Healthcare Facilities www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/guidelines/Desinfeção_Nov_2008.pdf
39 Begasungen mit Alemanha Este TRGS analisa a utilização de óxido de etileno e de formaldeído nos
Ethylenoxid und dispositivos de esterilização ou desinfeção.
Formaldehyd in http://www.baua.de/de/Themen-von-A-Z/Gefahrstoffe/TRGS/pdf/TRGS-
Sterilisations- und 513.pdf?_blob=publicationFile&v=3
Desinfektionsanlagen
(TRGS 513)
40 Occupational skin EU-OSHA Este relatório apresenta uma panorâmica da exposição cutânea, das
diseases and dermal doenças de pele e das principais políticas em matéria de reconhecimento
exposure in the e registo das doenças cutâneas.
European Union (EU-25): http://osha.europa.eu/en/publications/reports/TE7007049ENC_skin_
policy and practice diseases
overview
41 Globally Harmonized UNECE Esta ligação apresenta uma introdução ao Sistema Mundial Harmonizado
System of Classification de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS).
and Labelling of www.unece.org/trans/danger/publi/ghs/ghs_welcome_e.html
Chemicals (GHS)
42 Preparação de soluções Hungria Guia para a preparação segura de soluções citostáticas na farmácia
citostáticas hospitalar ou próximo da unidade de serviço. O guia apresenta prescrições
(Citosztatikus cientificamente comprovadas relativas a processos seguros para os
keverékinfúziók trabalhadores e os doentes, ao cumprimento destas recomendações e
előállítása) à garantia de prestação de cuidados profissionais e de qualidade dos
doentes, em conformidade com as disposições de segurança e saúde
no trabalho. As prescrições do guia também devem ser cumpridas nos
hospitais onde as soluções citostáticas são preparadas em laboratórios
asséticos situados junto das unidades médicas.
http://www.okbi.hu/kiadv/citosztatdolg_mved.pdf
43 Proteção da saúde Hungria A segunda edição levanta questões, descreve o mecanismo terapêutico
dos trabalhadores dos medicamentos citostáticos, indica os trabalhadores em risco e as
na exposição aos origens desses riscos. Formula princípios gerais de vigilância e proteção
citostáticos do pessoal e do ambiente de trabalho. Apresenta as práticas atualmente
(Citosztatikumokkal utilizadas com o intuito de criar o ambiente de trabalho mais adequado
dolgozók para os trabalhadores que manipulam medicamentos citostáticos
egészségvédelme) e examina os métodos de descontaminação e neutralização destes
medicamentos.
http://www.ogyi.hu/dynamic/citkevinfmod07.pdf
262
6 RISCOS QUÍMICOS
6.12. Bibliografia
Ahrens, R., L. Beaudouin, U. Eickmann, M. Falcy, M. Jost, M. Rüegger, e M. Bloch, «Safe
handling of cytostatic drugs — a working paper for occupational health and safety
experts», ISSA — International Section on the Prevention of Occupational Risks in
Health Services, ISSA Prevention Series, 2019(E), Hamburgo, 1995 (publicado em ale-
mão, inglês e francês).
Health and Safety Executive, Latex and you, Reino Unido, web version 11/2006 (www.
hse.gov.uk/pubns/INDG320.pdf ).
Health and Safety Executive, Safe handling of cytotoxic drugs, HSE Information sheet
MISC 615 (www.hse.gov.uk/pubns/MISC615.pdf ).
Halothane: http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/IntranetObject-accesParReference/
FT%20174/$File/ft174.pdf
Glyoxal: http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/IntranetObject-accesParReference/
FT%20229/$File/ft229.pdf
Cresol: http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/IntranetObject-accesParReference/
FT%2097/$File/ft97.pdf
Formaldéhyde: http://www.inrs.fr/inrs-pub/inrs01.nsf/IntranetObjectaccesParReference/
FT%207/$File/ft7.pdf
263
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Nyiry, W., e S. Springer, Sicherer Umgang mit Narkosegasen. Merkblatt M 135 der
Allgemeinen Unfallversicherungsanstalt (AUVA), Updated 10.2007, Adalbert Stifter Str.
65, A-1201 Viena.
264
Impressão
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
Texto:
Riscos psicossociais: Maren Böhmert (BGW), Beate Beermann e Gabriele Richter (BAuA)
Tradução:
Gestão do projeto:
Workshops:
266
IMPRESSÃO
Fotografias:
Layout:
267
Anexos
270
ANEXOS
INRS: Institut national de recherche et de sécurité pour la prevention des accidents du tra-
vail et des maladies professionnelles (Instituto Nacional de Investigação e Segurança
para a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais) (França)
kN: kilonewton
MYAZ: sistema de gestão da qualidade em vigor nos hospitais dos Países Baixos
PE: polietileno
271
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
SUVA: Caisse nationale suisse d’assurance en cas d’accidents (Caixa nacional suíça de
seguro de acidentes)
TRGS: Normas técnicas para substâncias perigosas (technical rules for hazardous
substances)
UV: ultravioletas
272
ANEXOS
Philippe CLERY-MELIN
Maison de Santé Bellevue Jevgènijs KALEJS (Deputy member)
8 avenue de 11 Novembre LDDK
92190 Meudon Vilandes Iela 12-1
FRANÇA 1010 Riga
Tel. +33 141141500 LETÓNIA
Email: pcm@clinique-bellevue.com Tel. +37 17038214
E-mail: lsb@aslimnica.lv
273
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE
274
ANEXOS
Consultor
Stephan SCHWARZWAELDER
Bundesanstalt für Arbeitsschutz und Arbeitsmedizin
(BAuA)
Proschhübelstr. 8
D-01099 Dresden
ALEMANHA
Tel. +49 351 56395481
Fax +49 351 56395210
E-mail: Schwarzwaelder.Stephan@baua.bund.de
Comissão Europeia
Francisco Jesús ALVAREZ HIDALGO
Administrador Principal
DG Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão
Unidade «Segurança, Saúde e Higiene no Trabalho»
Gabinete EUFO 2/2189.
Edifício Jean Monnet
LUXEMBURGO
Tel. +352 430134547
Fax +352 430134259
E-mail: Francisco.Alvarez@ec.europa.eu
275
Comissão Europeia
Riscos de segurança e saúde no trabalho no setor da saúde — Guia de prevenção e boas práticas
Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia
2012 —275 p. — 21 × 29,7 cm
ISBN 978-92-79-26836-6
doi:10.2767/78438
Publicações pagas:
Assinaturas pagas (por exemplo, as séries anuais do Jornal Oficial da União Europeia,
as coletâneas da jurisprudência do Tribunal de Justiça):
RISCOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO SETOR DA SAÚDE — Guia de prevenção e boas práticas
Riscos de segurança
e saúde no trabalho
no setor da saúde
Guia de prevenção e boas práticas
http://ec.europa.eu/social www.facebook.com/socialeurope