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VIVÊNCIAS EM
LITERATURA - ENSINO
MÉDIO
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VIVÊNCIA EM LITERATURA –
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
MARIA DO SOCORRO ROSAS
Apresentação
Prezados(as)alunos(as)
A disciplina que está sendo apresentada a vocês, intitulaͲse “Vivência em Literatura — Ensino
Fundamental e Médio”. Esse componente curricular, embora esteja compartimentado em um período
letivo,nestecaso,osétimo(VII),jávemsendo,decertaforma,objetodeestudodetodosvocêsemoutros
módulosdeensinoquecontemplamoestágiosupervisionado.
ConsiderandoͲse que, aproximadamente, nestes últimos dez anos, a perspectiva de ensino mais
veiculada, mais discutida, principalmente após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais do
EnsinoFundamental(1998)edoEnsinoMédio(2000)estáorientadaparaumprocessodeconstruçãode
conhecimentos, as orientações para o ensino de LínguaPortuguesa/Literatura, também se voltam para a
vivência dessa proposta pedagógica. Dessa forma, neste modulo, estaremos, também, construindo
conhecimentos, quando contemplarmos conteúdos anteriormente discutidos em módulos de ensino
anteriores, trazendo à tona questionamentos bastantes pertinentes acerca do ensino da literatura na
EducaçãoBásicadeumamaneirageral.
Tais questionamentos serão objeto de discussões teóricoͲpráticas, tendo em vista que um dos
objetivos dessa disciplina é fazer com que, a partir de uma teoria literária apreendida, vocês possam
vivenciar a prática da leitura e da discussão do texto literário em sala de aula, refletindo acerca de
procedimentosmetodológicosdidaticamentemaisprodutivos.
Chamamos a atenção de vocês para o fato de que a “Vivência em Literatura, no Ensino
Fundamental e Médio” é um período de preparação para exercer a função de “ser professor”. Nesse
momento,oestudantedagraduaçãoemLetrasteráoportunidade,apósmantercontatocomaescolaonde
realizaráseuestágiodocência,deseinserirnocontextodesaladeaula,sobasupervisãodoprofessorou
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daprofessora,paracolocarempráticaatividadesdeleituradotextoliterário,adequadasacadaturma,a
cadaanodoEnsinoFundamentaloudoEnsinoMédio.
No que diz respeito às nossas vivências, ou seja, à organização e ao desenvolvimento da nossa
disciplina, será estabelecida, constantemente, não uma relação conhecimentos teórico literários X
aplicabilidadedessesconhecimentosemsaladeaula,massimumarelaçãoTeoriaePrática,vistoque,no
contexto das salas de aula, vocês terão a oportunidade de iniciar o exercício da docência, por meio de
açõespedagógicascaracterizadascomoobservação,coͲparticipaçãoeatuaçãonocontextoescolar.
É por meio desta “vivência” que terão a oportunidade de conhecer a realidade social da escola,
campodeestágio,permanenteespaçode“articulaçãodoconhecimentoedaspessoasqueseapropriaram
dele” (BARBOSA, 2009, p. 27). A partir das nossas interações, momento em que serão veiculadas as
informações de cada campo de estágio, serão planejadas, conjuntamente, discutidas, elaboradas e
reelaboradasassequênciasdidáticas,adequadasacadasaladeaulaeintegradasapequenosprojetosde
leitura.
Assim,paraquepossamos“vivenciar”essasetapasdesseprocessodeestágio,foiorganizadaem
quatrounidades.
Unidade I – Considerações iniciais sobre o processo de estágio Ͳ Literatura — apresentação do
cronogramadeatividadesdoestágioeexplicaçõesacercadosdocumentosnecessáriosàoficializaçãodesse
processo;definiçãodocampodeestágio(escola(s));orientaçõesparaaelaboraçãodorelatóriofinal.
Unidade II Ͳ O texto literário no Ensino Fundamental — reflexões didáticoͲpedagógicas e orientações
acercadoensinodaLiteraturanoEnsinoFundamental.
UnidadeIIIͲOtextoliterárionoEnsinoMédio–reflexõesdidáticoͲpedagógicaseorientaçõesarespeito
doensinodaLiteraturanoEnsinoMédio.
UnidadeIV–Vivênciasdeprojetosdeleituradetextosliterários—Elaboraçãodepequenosprojetosde
leitura com as respectivas sequências didáticas para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio,
contemplando o ensino da literatura, particularmente, a inserção do texto literário na sala de aula, a
linguagemliterária,oletramentoliterárioeaformaçãodoleitorcrítico.
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UNIDADE I
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
Garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Iniciando nossa leitura, fruto das nossas vivências e das pistas propiciadas pela relação
forma/significado/sentidomanifestadanotexto,podemosobservarqueestamosdiantedeumautilização
especialdalinguagem,aliterária.
Continuandoanossaleitura,observamosqueosversosdopoemanosremetamaumarealidade
doshomensedomundo,muitomaisprofundadoquearealidadeimediatamenteperceptíveletraduzida
no discurso comum das pessoas, porque o texto foi construído com uma linguagem própria do discurso
literário.
AolermosopoemadeDrumonnd,portanto,estabelecemosumarelaçãocomalinguagemliterária
e podemos constatar que esta repercute em nós, na medida em que nos revela emoções profundas,
coincidentescomasquenosidentificamoscomoseressociais.Oqueéimportante,nocasodestetexto,ou
de outros que possamos ler, é saber que a leitura deste, pode não provocar em um determinado leitor,
essa mesma emoção. Neste caso, chamamos a atenção para a noção de experiência, tão decantada no
ensinodeumamaneirageral.SegundoLarrosa(2004,p.163),aexperiência“éaquiloquenospassa,ounos
toca, ou nos acontece e, ao passar, nos forma e nos transforma. Somente o sujeito da experiência está,
portanto,abertoasuaprópriatransformação.”
Esteé,porconseguinte,oobjetivodestadisciplina:fazercomquevocês,estudantesdeLetrasque,
pela própria natureza do curso, já vivenciam o texto literário, seja inserido no contexto escolar, com a
incumbênciadenãosóconhecerarealidadedesaladeaula,mastambémdecolocarempráticaoensino
da Literatura, bem como propiciar uma reflexão acerca das questões didáticoͲpedagógicas que dizem
respeitoaoEnsinoFundamentaleaoEnsinoMédio,considerando,paratanto,asetapaspedagógicasde
observaçãoeintervenção,embasadasnoinstrumentalteóricoͲmetodológicodasdisciplinasanteriormente
ministradasnoCursodeLetrasaDistância.
Acargahoráriadadisciplinaéconstituídade60horas,distribuídasnasseguintesetapas:
1ª ETAPA: Primeiro contato com o ambiente escolar – Contextualização (12 horas: 06 no Ensino
Fundamentale06noEnsinoMédio)
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Contatocom
2ªETAPA:C maturma–O
Observação(14horas:06
6noEnsinoFFundamentale08noEnssinoMédio)
3ªETAPA:Iniciandoap ocência–Planejamento((16horas,incluindoplan
práticadado nejamentopaaraoEnsino
o
FundamenttaleMédio)
4ª ETAPA: Praticando a docência –
– Intervençãão (12 horass, aqui estão
o incluídas aas aulas min
nistradas no
o
EnsinoFund
damentalen
noEnsinoMéédio)
5ªETAPA:EElaboraçãod
doRelatórioFinal(06horras)
ATENÇ
ÇÃO!
To
odasasetapaasrealizadassem“Vivêncciaem
Litteratura”serrvirãocomoorientaçãoppara
elaaboraçãodooRelatórioFinaldadiscip
plina.
Neesterelatórioo,deverãoestarcontidassas
exxperiênciasvvivenciadasn
noEnsino
Fu
undamentaleenoEnsinoM Médio,duranteo
prrocessodeesstágio.
1ª ETAPA:: Primeiroo contato com
c o amb
biente esco
olar – Conntextualiza
ação
TrattaͲse da prim
meira visita que será feeita ao camp
po de estágiio, espaço d
destinado à sua atuação
o
comoestaggiário(a).Nesssemomento
o,algunsiten
nsdeverãoserlevadosemconsideraação:
x Conta
ato com a dirreção, corpo docente, disccente e administrativo.
x Conhecimento do projeto políttico-pedagóg
gico da escola
a (PPP) e do planejamentto da disciplin
na Literatura
a
(Enssino Médio).
x Conhecimento da operacionallização da disciplina
d (Ensino Médio):: carga horá
ária semanal,, número de
e
turm
mas por turno
os, número de es efetivos e pro
d professore p tempore..
x Conhecimento do perfil dos alu
unos.
Éim uevocêsobservemoutrrosaspectos deinteresseeparauma melhorinterraçãocomaa
mportantequ
comunidadeeescolar,taaiscomo:mo
odalidadesd
deensinoqu
ueasescolassoferecem, Fundamentaal,Médio,e,,
relacionadaas a essas duas
d modalidades, a Educação de Jovens e Adultos;
A currsos profissiionalizantes,,
programa Projovem
P e outros. Em que turnos a escola fu
unciona, quee projetos p
pedagógicos desenvolve..
Enfim, é im
mportante, taambém, quee saibam com
m que aluno
os irão interaagir. É necesssário que observem
o oss
blemas que envolvem a escola: as diversas forrmas de violência. Por ffim, o conhe
outros prob ecimento do
o
ProjetoPolííticoPedagóggicoeodiaggnósticosocioeconômico
odaescolaondeseráreaalizadooestáágio.
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99
Essaaprimeiraettapadoproccessodeestágio,denom
minadadeco
ontextualizaçção,émuito importante,,
considerand
doͲse que, sem
s esse peerfil da esco ujeitos envolvidos no processo, não
ola e dos su o é possívell
realizarumtrabalhocom oapráticadadocência.
mseriedade,responsabilidade,como
VAÇÃO:Acaaracterizaçããodocampo
OBSERV odeestágio
odeveráfazzerpartedo
orelatórioffinal.
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00
Observaação:Todassastarefasrrealizadas,referentesààobservaçãão,conteúdo,método,material
o,avaliação,resultados,deverãoconstarnore
didático elatóriofinaal.
Observaação:Osplaanosdeaulaa,cópiasdaasatividades,textosap
plicadoseavvaliaçõesde
evemser
anexadoosaotextodorelatório
ofinal.
4ª ETAPA:: Praticand
do a docênncia – Inteervenção
Nesstemomento
odaintervenção,vocês ministraram
masaulasplanejadassobaresponsaabilidadedee
um professsor supervisor/avaliado
or. TrataͲsee de um momento muito impo
ortante, po
ois terão a
a
responsabilidade de deesenvolver uma
u atividad
de em sala de
d aula, de resolverem os problem
mas que, porr
acaso,surgirem.Istosignificaque deverãoestardisponíve
eisparaodiáálogocomo
osalunos,de
everãoestarr
atentos parra ouviͲlos, quando
q man
nifestam o desejo
d de participar da aula,
a ou, apeenas, suas dúvidas, suass
dificuldadess.
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01
Voccês chegarão
o à escola como
c inician
ntes do exerrcício da doccência, na ccondição de estagiários,,
embora alguns de vo
ocês já atueem como professores. Quer tenhaam ou não a prática da
d docência,,
chamamos a atenção de nte processo de autoavaaliação da prrática pedaggógica, tanto
d vocês parra o constan o
paraosqueejáatuamco
omoprofesso
ores,quanto
oparaosque
eestãoiniciaando.
5ª Etapa:: Elaboraçã
ão do Rela
atório Fina
al
omo“elaborraçãodorelaatóriofinal” comadescrriçãodetalhaadadetodass
Estaaetapa,caraacterizadaco
ncerraasatiividadesdo processodeestágio,denominado“V
asetapasanteriores,en VivênciaemLiteratura”..
Como vocês já vêm reaalizando relaatórios parciais em que constam an
notações significativas, nesta
n etapa,,
orelatório, nãoesqueceendoderegistrarconsid
concluirãoo deraçõesaceercadaexpeeriênciavivenciada,bem
m
como reflexxões sobre todo
t o processo de estáágio, além das
d contribuições da práática para su
ua formação
o
docente.
Observaação:Norellatóriofinal,deveráconstartodoo
orelatodaexecuçãodasaulas,
apresen
ntandoosreesultadosalcançadose/oujustificaandooquenãopodesserrealizadoo.
SUGESTÃ
ÃODELEITU
URA:
Sugestõe
esdeleituraa
LAJOLO.Marisa.Domundodaleituraparaaaleiturad
domundo.SãoPaulo:
Ática,1993.
AFILHO,Do
PROENÇA omício.Alin
nguagemlitterária.SãoPaulo:Ática,1987.
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02
UNIDADE II
LETRAS|203
III UNIDA
U ADE
O TEXTO
T L
LITERÁR
RIO NO
O ENSIN
NO MÉD
DIO
Apaartirdodocu
umentoqueencaminhaasorientaçõ
õesdoensino
odaLiteratu
uraparaoEn
nsinoMédio,,
mosalgumasorientaçõesparaavivên
apresentam nciadoensin
nodaliteratu
ura.
A reeferência ao
o artigo 35d
da Lei de Dirretrizes e bases da educcação Nacion
nal (LDBEN) nº 93,94/96
6
inciso III (aprimoramen
nto do educando como pessoa hum
mana incluindo desenvo
olvimento daa autonomiaa
intelectual e do pensam
mento crítico) justifica a
a preocupaçção com o ensino
e da Litteratura que
e tem, entree
outras funçções, a de permitir ao
o educando autonomia intelectual, competência e capacid
dade crítica,,
contribuind
dotambémp
paraasuaformaçãohum
manística.
A docência
d do ensino de Literatura deve ter co
omo um do
os princípioss, a constru
ução de um
m
letramento literário,ferrramentaim
mportantenaaformaçãod
doalunoͲleito.“Letrar”, literariamen
nte,significaa
fazer com que
q o educaando desenvvolva uma competência
c a para a leittura de diversos tipos de
d textos do
o
gêneroliterrário.
É im
mportante enfatizar quee o educando só terá, efetivamente
e e, experiênciia literária pela
p vivênciaa
literária,tan
ntoemsalad
deaulaquan
ntoforadasaladeaula.
Oriientaçõesgeerais,paraavvivênciadaliiteraturanaaescola.
a) Escolha de obras
o e auto
ores que farã
ão parte do “acervo
“ básicco” estabeleccendo, para este acervo,,
um processo
o de rotativid
dade, após trê
ês anos;
b) Construção compartilhad
da de projeto
os de leitura
a interdisciplinares, contemplando dife
erentes tiposs
de textos lite
erários.
c) Por se trata
ar do ensino
o da literatura, é essenccial o destaq
que para a LLiteratura Bra
asileira, não
o
apenas a que
q se referre à tradição
o literária, mas também
m a que dizz respeito às produçõess
contemporâneas, criando
o, assim, ace
esso a produçções literária
as de autores estrangeiross.
SUGESTÃ
ÃODELEITU
URA:
Comosuggestãodeleeituraparareflexãoaceercadaform
maçãodoeducando
noquedizrespeitoààsuahumanização,sugereͲseAnttônioCândido,emseu
ensaioOdireitoàlitteratura(19
995,p.54).
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UNIDADE IV
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direcionadaaparaocontteúdo,asideeiasdotexto
olido,oproccessodeinteerpretação,llembrandoq
que,durantee
oprocesso deleitura,eesseprocesso
ojáocorre,p
poisquemlê
êdefato,já interpreta,jácompreendeoquefoii
lido.Nessa etapa,esse processose justificapo
orquepermitteodiálogo,,areflexão, asocializaçããodeideias,,
mento de reelações com
visando ao estabelecim m as experiê
ências particculares de ccada aluno, com outross
omoutrosco
mundos,co ontextos.
SUGESTÃODELEITURA:
COSSON,Rildo.Letraamentolite
erário: teoriaeprática.SãoPaulo:Contexto,
2006.
O leitor crrítico
Tan evem se tornar um centtro formado
nto a escola pública quaanto a escolaa privada de or de alunoss
competentees em leitura, que leiaam, entre outros
o eros textuaiss, o literário, e comp
gêne pete a nós,,
professoress,desenvolveerestratégiaspedagógicaasqueajude
emnaconstrruçãodessah
habilidade.
Paraqueesseaalunosejaumleitorcom
mpetente,um
mleitordettextosliterários,énecesssárioqueo
o
professor reflita
r acercaa das diverssas concepçõ
ões de leitura, das estrratégias que,, ao ler, collocamos em
m
prática.Op nodescubraouniverso literário,dessenvolvendo
professordevvecriarexpeectativasparraqueoalun o
umainteraççãoentreautor/obra/leeitoreparaquefaçarefllexõessobreeasleiturasrrealizadas.
Nessse percurso
o de formaçãão de leitorees, as práticaas escolares devem oferrecer instrum
mentos paraa
uma imersãão nas obrass literárias, com
c o objetivo, entre outros, de formar um leitor crítico. O professorr
onstitui umaa prática soccial e que o ato de ler eestabelece um
deve compreender quee a leitura co ma troca dee
valores,creenças,gostossqueperten
ncenãoapenasàinstân
nciadoleitorr,mastambématodou
umcontexto
o
socioculturaal.
Con
nsideramos,enfim,queaaênfasedadaàformação
odosujeitoleitoréocam
minhoparassechegarao
o
leitor crítico
o, sendo, taambém, um exercício de cidadania.. Mas para isso, fazͲse necessária uma práticaa
pedagógica eficiente, que
q dê supo
orte ao alun
no para realizar o esforçço intelectual de ler nãão só textoss
simples,maastambémteextosmaiscomplexos.
A formaçã
ão do leitoor
O ensino
e da Literatura devve priorizar o manuseio
o dos diverssos gêneros literários que já foram
m
discutidos nos
n móduloss anteriores (poéticos, dramáticos,
d ficcionais).
f P
Possibilitar o
o acesso a esse materiall
literário é também
t umma maneira de democraatizar uma produção
p ultural inacessível a algu
cu uns leitores,,
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principalmentedaredepúblicadeensino,emrazãodarealidadesocialquedistanciaessesleitoresdeuma
produçãoliteráriamaisseletiva.
Entreosteóricosquetêmcomoobjetodeestudosostextosliterários,anteriormentereferidoem
outras disciplinas, está Bakhtin (1981). Este estudioso formula conceitos como os de “polifonia” e de
“dialogismo”, trazendo uma contribuição relevante para a compreensão do processo de leitura. A
contribuiçãodeBakhtinétambémesclarecedoranapráticadadocência,aoaboliraidéiadeumsignificado
únicoeproporumaleituraemqueseestabeleçaadisseminaçãodesentidosexpressapeladiversidadede
leitores.
O gênero poético
Dentreosgênerosliterários,oprofessordevedarumaatençãoparticularaoestudodapoesia,já
que o hábito de ler poemas está distante do interesse de leitura da comunidade escolar. Dar atenção à
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poesiaseconstituiumaoportunidadeparaoeducandoemseuespaçoescolar;significainvestigarerefletir
sobre esse gênero literário. Vivenciar a leitura do texto poético , em sala de aula, além de um criterioso
processodeseleção,fazͲsenecessáriocolocarempráticaumconhecimentomaisespecializado,veiculado
peladisciplinaTeoriaLiterária.
Umprojeto,parasercolocadoemprática,podeserorganizadoemformadesequênciasdidáticas.
Asequênciadidáticaéumprocedimentoorganizativodoensino,quepermitelevaremconta,aomesmo
tempo,edemaneiraintegrada,osconteúdosdeensino,osobjetivosdeaprendizagemeanecessidadede
variarossuportes,asatividades,osexercícioseasdominantesdasaulas(estudolingüístico,leitura,escrita,
etc.), de acordo com um calendário préͲfixado. Facilita o planejamento contínuo e a explicitação dos
objetivosdeaprendizagemparaosprópriosalunos.
Usar procedimentos metodológicos contemplados em uma “sequência didática” não é uma ação
novae,poressarazão,váriosestudiososdemetodologiasdeensinojásedebruçaramsobreesseconceito,
comoobjetivodeincorporáͲloàspráticaspedagógicas.
Otermo“sequênciadidática”começaaaparecer,noBrasil,nostextosdidáticos,apartirde1990
e,comapublicaçãodosParâmetrosCurricularesNacionais,em1997.Podendoserumdoscomponentes
metodológicos da Pedagogia de Projetos, as sequências didáticas passam a ser aplicadas/construídas a
/para orientar o estudo de textos literários ou não literários. Os parâmetros de língua portuguesa foram
escritos tendo como base teórica os estudos de uma corrente da linguística aplicada conhecida como
“interacionismo sócioͲdiscursivo” Entre seus principais representantes está Bronckart e seu grupo de
pesquisadoresdaUniversidadedeGenebra(naSuíça).
Asequênciadidáticaparaoensinodosgênerosliterários,porexemplo,considerandoͲseospontos
devistadoprofessoredoaluno,podeobedeceràsseguintesetapas:
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DO PONTO DE VISTA DO PROFESSOR DO PONTO DE VISTA DO ALUNO
1.Selecionarumgênerotextual,emfunçãodashabilidadesque
sequerdesenvolver.
2. Definir as condições de circulação social desse gênero, para
planejar um conjunto de atividades que possibilitem transpor,
1. Compreender o porquê de estudar o gênero
para a situação de ensino do gênero, essas condições
selecionadopeloprofessor.
(“imitandoͲas”ou“ficcionalizandoͲas”).
3. Planejar as atividades e ordenáͲlas numa sequência que
possibilite aos alunos compreender os passos ou etapas da
produçãodotexto.
4.Explicitaraosalunososobjetivosdecadaetapa 2.Compreenderosobjetivosdecadaatividadeda
sequência, a fim de entender o porquê de sua
realização.
5.Negociarcomosalunosarealizaçãodasatividades 3. Realizar as atividades de acordo com as
instruçõesdoprofessor.
6.Avaliarosresultadosatingidos,explicitandoͲosaosalunos. 4. Participar da avaliação dos resultados das
atividadesrealizadas.
(Cf.http://www.institutoalgar.org.br/algareduca/upload/imagens/produto/documentos/sequencia%20didatica%20da%20infografia
_1510985144347.doc.Acessoem31dejulhode2009)
Oplanejamentodeatividadesparaumdeterminadoprojetodeleitura,formuladascombaseem
conceitos como intencionalidade, diálogo, deliberação e sistematização do conhecimento, visa à
formulaçãodacompetêncialeitoradosalunos.Apósaorganizaçãodasatividadesdeumprojetodeleitura
emtermosdesequênciasdidáticas,fazͲsenecessárioumpermanenteprocessodeavaliação,dasaçõesque
foram realizadas, tanto pelos alunos, quanto pelos professores. Quando esses procedimentos são
efetivados,háumamudançadecomportamento,ocorre,defato,aaprendizagem.
Umaopinião:Euacreditoemprojetos!Euacreditoemprofessoresquetêmprojetosparaaleitura,comoos
inúmerosprojetosqueestãocadastradosnositedoVivaLeitura,dotipo,“HoradaLeitura”,“Aformaçãodo
Leitor competente”, “Ler para Ser”, “Leitura como Ação Libertadora” etc. Certamente esses e quaisquer
outrosprojetosdeleiturasetornarãoeficientesàmedidaqueasatividadespropostassepreocuparemem
abordar o leitor de forma sedutora e renovarem permanentemente o desafio e o modo de interação. Do
contrário,cairãonarepetiçãoenodesestímulo!Ouseja,outravez,esbarramosnaquestãodaestratégiae
das ações que precisam ser reformuladas constantemente e contextualizadas! Mudou o público, pode não
funcionarmais!Mudouolugar,podenãodarmaiscerto!”
SISTO,Celso.Aliteraturafreqüentaaescola....Masquemcontaashistórias?In:PAROLIN,IsabelCristina(org.).
Souprofessor!:aformaçãodoprofessorformador.Curitiba:Ed.Positivo,2009,p.69Ͳ70.
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Portanto, o trabalho do professor, ao elaborar uma sequência didática, deve levar em conta, de
forma integrada: o domínio do conhecimento, o conhecimento prévio do aluno, o papel a ser
desempenhado por ele mesmo, professor, e pelos seus alunos. Com essas condições, o processo de
construçãodeumasequênciadidáticapoderáocorrer,portanto,emumespaçomaisinterativo,noqualo
principal resultado a ser coletivamente alcançado deverá ser a conquista de um processo de leitura de
textosliteráriosmaiscompetenteemaissignificativa.
Referências
ANDRADE,CarlosDrummondde.“AFloreaNáusea”:1987.FALTACOMPLETARESSAREFERÊNCIA.
BAKHTIN(1981).Completaressareferência.ElacontemplaosconceitosdePolifoniaedeDialogismo?
BARBOSA,LauraMonteSerrat.Aescolaélugardegentequepensasobreoquefazefazoquepensa.In:PAROLIN,
IsabelCristina(org.).Souprofessor!:aformaçãodoprofessorformador.Curitiba:Ed.Positivo,2009.
BRASIL.SecretariadeEducaçãoFundamental.Parâmetroscurricularesnacionais:primeiro,segundo,terceiroequarto
ciclosdoensinofundamental:línguaportuguesa/SecretariadeEducaçãoFundamental.Brasília:MEC/SEF,1998.
BRASIL.ParâmetrosCurricularesNacionaisdoEnsinoMédio.MEC:2000.VERREFERÊNCIACOMPLETA
CÂNDIDO,Antônio,EnsaioOdireitoàliteratura.1995,p.54.FALTACOMPLETARESSAREFERÊNCIA.
COSSON,Rildo.Letramentoliterário:teoriaeprática.SãoPaulo:Contexto,2006.
HERNÁNDEZ, F. & VENTURA, M. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho: o conhecimento é um
caleidoscópio.PortoAlegre:ArtesMédicas,1998.
LAJOLO,Marisa.Domundodaleituraparaaleituradomundo.SãoPaulo:Ática,1993.
LARROSA,J.linguagemeeducaçãodepoisdeBabel.Tradução:CynthiaFarina.BeloHorizonte:Autêntica,2004.
LeideDiretrizeseBasesdaEducaçãoNacional(LDBEN)nº93,94/96.
PROENÇAFILHO,Domício.Alinguagemliterária.SãoPaulo:Ática,1987.
SISTO,Celso.Aliteraturafrequentaaescola...Masquemcontaashistórias?In:PAROLIN,IsabelCristina(org.).Sou
professor!:aformaçãodoprofessorformador.Curitiba:Ed.Positivo,2009.
http://www.institutoalgar.org.br/algareduca/upload/imagens/produto/documentos/sequencia%20didatica%20da%2
0infografia_1510985144347.doc.Acessoem31dejulhode2009.
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