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Plano de Aula desenvolvido – Maria da Glória Gohn

- Boa noite, meu nome é Rebeca, eu sou monitora da turma D de Introdução à Ciência Política
e eu vou apresentar o texto da Maria da Glória Gohn, sobre movimentos sociais. Antes de
começarmos com as ideias principais do textos é importante identificar o objetivo da autora
quando o escreveu: sua intenção primeira era fazer uma análise do cenário do associativismo
civil na América Latina. Tá, mas Rebeca, o que é esse tal de associativismo? É simplesmente
uma iniciativa que vai reunir um grupo de pessoas que se voltam para a realização de uma
determinada causa. Logo, a autora vai destacar os movimentos sociais realizados pelos latino-
americanos e também as interpretações teóricas sobre o assunto.

-Primeiramente, é importante identificar o recorte que a autora faz no seu texto: ela se
restringe a sua pesquisa aos movimentos sociais, urbanos e rurais que demandam por direitos
sociais, culturais, melhores condições de vida, acesso a terra, serviços públicos de qualidades,
dentre outras demandas. Isso quer dizer que ela vai deixar de fora movimentos sociais
relacionados ao trabalho e os movimentos sindicais.

-Ela faz uma subdivisão do tema em três frentes de ações:

Movimentos Identitários: Lutam por direitos sociais, econômicos, políticos, e, mais


recentemente, culturais. São movimentos de segmentos sociais excluídos, usualmente
pertencentes às camadas populares. Temos como exemplo a luta das mulheres, dos
afrodescendentes, dos índios, dos portadores de necessidades especiais, etc. Tem-se a luta
grupos de imigrantes voltados para direitos construídos a partir de princípios de
pertencimentos identitários coletivos (um determinado grupo, raça, religião, etc.)

Movimentos de lutas por melhores condições de vida e de trabalho, tanto no meio urbano
como no meio rural. Esses grupos demandam acesso a condições para a terra, moradia,
alimentação, educação, saúde, transporte e outros serviços públicos.

Movimentos Globais ou Globalizantes: são lutas que se articulam em redes sociopolíticas e


culturais por intermédio de fóruns, plenários, colegiados, conselhos, etc. Essas lutas que
articulam e globalizam muitos movimentos sociais locais, regionais, globais e até
transnacionais. Temos como exemplo de movimento global o Fórum Mundial Social. Aliás,
esse evento se encaixa na próxima ideia abordada por Gohn: a de movimentos anti ou
alterglobalização. Ela não aprofunda muito a questão, mas só pra vocês entenderem o que
seria esse tipo de movimento, o próprio Fórum Social Mundial se define como uma
organização altermundialista, que é contra aspectos capitalista-liberais e que tem por fim
reunir diferentes entidades para a discussão de questões. Esse tipo de movimento é a grande
novidade do novo milênio.

- É a partir desse momento que ela começa a analisar a dinâmica dos movimentos sociais nas
últimas décadas. Então ela vai destacar a força com que os indígenas estão se inserindo no
cenário de movimentos sociais. Eles passaram de uma luta de resistência pra uma luta ainda
mais expansiva: uma luta de direitos pelo reconhecimento de suas culturas, da redistribuição
de seus territórios, da escolarização na própria língua, etc. Essas lutas também ocorrem dentro
do meio urbano, já que muitos dos índios que estão integrados nesse âmbito assistem uma
situação de extrema desigualdade social.

- Ela também observou o ressurgimento de algumas lutas tidas como tradicionais, a exemplo
dos movimentos étnicos, como o indígena, que já citamos aqui. Ela também destaca
movimentos que estavam minguados e que acabaram ressurgindo com toda força no cenário
latinoamericano, como o movimento de zapatistas no México e movimentos que são
constantemente discriminados pela mídia, como o MST.

- Ela também chama a atenção para o suporte governamental via políticas públicas como
resposta à essas novas demandas. É o que aconteceu aqui no Brasil com o avanço de políticas
como PROUNI e de cotas nas Universidades Públicas.

- Alguns desses movimentos se estabelecem até mesmo como redes cidadãs de fiscalização e
controle de políticas públicas atuando em fóruns, câmaras, consórcios. Etc.

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- Encerrado o panorama sobre os movimentos políticos, vamos para a parte mais maçante e
infelizmente não menos importante, de produção teórica sobre movimentos sociais. A
produção teórica começou a esbarrar com todas essas novas demandas e todas essas
mudanças decorrentes da globalização e é a partir disso que uma nova perspectiva tem de ser
estabelecida: a de identificar o movimento global que rompe as fronteiras da nação e que se
torna não só nacional, mas transnacional. Mas Rebeca, eu sou de REL e até agora os meus
outros monitores não explicaram o que é uma empresa ou um organismo transnacional, o que
é? Pois bem, de acordo com o dicionário, transnacional se refere a algo que vai além das
fronteiras nacionais, englobando mais de uma nação. Viu como a noção se encaixa direitinho
com a de movimentos globais?

- Então com esse tipo de demanda o leque de abordagens se diversifica cada vez mais, o que
só complica minha vida, mas vamos lá: eles identificam diferentes eixos analíticos para a
realização de pesquisas e eu vou dar um resumão desses quatro eixos principais:

Eixos culturais: relativos ao processo de construção de identidades (que podem ser atribuídas
ou adquiridas – mais tarde vocês vão entender isso melhor), em que diferentes tipos de
pertencimentos são fundamentais. Como assim? Os indivíduos se identificam por participar de
um determinado grupo étnico, por ser praticante de uma determinada religião, etc. etc. Mas
tudo isso se dá em um contexto bem reflexivo: os sujeitos participantes constroem sentidos e
significados para suas ações não antes de se engajar no movimento, mas quando participa
dele, no momento do agir coletivo.

Eixo da Justiça Social: se destacam questões do reconhecimento pessoal ( diferenças,


desigualdades) e questões de redistribuição (de bens ou direitos, como forma de compensar
injustiças historicamente acumuladas)

Teorias que destacam a capacidade de resistência dos movimentos sociais, a partir da


elaboração de temas como os de autonomia, de formas de luta em busca da construção de um
novo mundo, da luta contra o neoliberalismo. Tem-se o questionamento sobre as política
públicas adotas que buscam apenas a integração social e a produção de consensos, mas que
tornam os resultados apropriados para somente uma parcela da população.

Teorias que voltam suas atenções para os processos de institucionalização das ações coletivas.
Preocupam-se com os vínculos criados e com o desempenho das pessoas nas instituições,
organizações, associações, etc.

- Esse tipo de pesquisa não fica restrito somente à academia: ONGs e entidades do terceiro
setor, assim como entidades do poder público, iniciaram pesquisas sobre o assunto a fim de
levantar dados para seus planos e projetos de intervenção social.

- Mirza: analisa os movimentos sociais da América Latina da perspectiva de dependência que


foram construídas com os EUA e com o sistema político vigente. Para ele, a questão da
autonomia é um ponto problemático porque no caso latinoamericano os movimentos sociais,
principalmente ao longo da história, estão extremamente vinculados aos partidos políticos, o
que pode comprometer parte dos princípios iniciais do movimento. Ele cita alguns casos de
subordinação dos movimentos sociais à ação do Estado, como é o caso da herança do
populismo no Brasil. Vocês já viram um pouco dessas marcas a partir do texto de Carvalho e
etc.

- Alvarez: Ele vai ser um pouco diferente do Mirza porque vai focar não no aspecto político,
mas no processo de construção de identidade do sujeito. Para ele, a constituição do sujeito
social se dá a partir do lugar que ele ocupa no social, no político, no cultural e etc. Ele destava
a importância dos projetos sociais na constituição desse sujeito, ou seja, do que é construído
no plano político-ideológico. Aliás, quando falarmos de projeto social já vamos nos referir à
essa construção político ideológica.

- Esses projetos eles vão ser influenciados pelas experiências e pela apropriação de
conhecimentos dos sujeitos, assim como esse grupo vai se adaptar à cultura política existente
no seu país. Aqui a gente já observa como nenhuma dessas variáveis é dada ou pré-concebida,
é todo um processo de construção mesmo.

- Um movimento social sólido e mais duradouro vai criando a sua identidade a partir das
necessidades e dos desejos que vão surgindo em um processo de reconhecimento da sua
identidade política. Por que essa construção é tão flexível? Porque os movimentos sociais e as
identidades são móveis e variam de acordo com a realidade que os sujeitos se inserem.

- Por último, ela identifica uma mudança de posicionamento nos estudos sobre políticas de
parceria com o Estado e a sociedade civil: o foco passa do agente para a demanda a ser
atendida. Reconhece-se as demandas e procura-se superá-las de forma holística. Mas que que
é holístico mesmo? É pegar o todo de um questão e considerar as pequenas partes, as
particularidades, as inter-relações. Vocês não acham que isso já abrange boa parte dos
movimentos sociais identitários, de minorias?

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- Para explicar as ações, os movimentos localizados, pensa-se território não só em uma
perspectiva geográfica, mas em associação à questões de direitos e disputas por bens
econômicos e de raízes culturais de um povo. Ele é fruto de uma série de condições e de
relações sociais.

- E essa mudanças que acarretaram na mudança de visão em relação ao território também vão
identificar um cenário em que a sociedade civil organizada se volta cada vez menos para os
pressupostos ideológicos e políticos e cada vez mais para vínculos sociais comunitários,
segundo critérios de cor, idade, gênero, etc. Dessas articulações é que surgem as noções de
redes sociais e temáticas.

Rede social: tem um enraizamento maior com as comunidades locais

Rede temática: tem poder de articulação que extrapola o nível local. A definição de rede é bem
diversa, mas seria a possibilidade de retratar a sociedade captando e integrando as
diversidades. Estuda-se as estruturas sociais a partir dessas redes de trocas, dessas redes que
destacam particularidades, etc. Barnes identifica rede como o conjunto de relações
interpessoais que vinculam vários indivíduos num dado campo social graças a uma série de
eventos, atividades, registros orais, etc. É o intercâmbio de informações, pluralismo
organizacional, etc. etc

Redes associativas: corresponde ao passado, a fase de organização dos cidadãos por categorias
de trabalhadores, moradores, whatever.

Mobilização Social: resultado de uma ação, não o foco no processo em si

- Para alguns o conceitos de rede substitui a categoria de movimento social, para outros é um
suporte dos movimentos e para outros mais, é atuante no campo das práticas civis.

- Em resumo, mobilização social é todo aquele processo político e cultural que está presente
em todas as ações coletivas organizadas.

- No dicionário de política encontramos definições básicas para o que seria mobilização política
e mobilização social:

Mobilização Política: ativação de massas que pode ser feita tanto pelos governantes como
pelos próprios líderes criados a partir da sociedade civil

Mobilização Social: ativações que visam a mudança de comportamento ou adesão a dados


programas ou projetos sociais. Envolve processos como a articulação social, meios de inclusão,
aquisição de novos valores, etc.

Toro: a mobilização social é um plano estratégico de atuação na realidade social que visa a
mudança de comportamento. Para ele, mobilização social é o envolvimento ativo do cidadão,
de organizações ou empresas nos rumos e acontecimentos da sociedade. Esse envolvimento
será expresso por diferentes tipos de ação e em diferentes intensidades. As vontades são
aglutinadas.
Temos o importante papel dos produtores e re-editores sociais. São pessoas que levam a cabo
a implantação e o desenvolvimento de projetos participativos por meio de projetos
mobilizadores. Esses atores devem ter seu campo de atuação voltado para o interior de suas
realidades, focado no cotidiano, desenvolvendo processos de comunicação direta, difundindo
mensagens claras, criando imaginários sociais que despertem o engajamento, desenvolver
ações sem qualquer tipo de hierarquização, etc.

- Para Toro, o termo movimento é substituído inicialmente por mobilização e ao final do


processo de colaboração é que ressurge.

- Só pra finalizar, eu montei um gráfico pra que vocês não esqueçam da dinâmica que as redes
temáticas provocam: as redes temáticas, como unem grupos identitários em fóruns temáticos,
acaba reforçando outros fóruns de articulação mais gerais e esses fóruns acabam extrapolando
as fronteiras nacionais e se constituindo como grupo de pressão junto aos organismos e
instituições de internacionais.

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