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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA DO AMBIENTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Tema: Análise e Avaliação De Riscos Ocupacionais em Três Unidades


“Brassagem, Enchimento e Utilidades” Das Cervejas De Moçambique

Fábrica - (Mac-Mahon)

Autor:

Cláucio dos Anjos Oliveira Chacate

Supervisora:

Enga. Cláudia Cardoso

Maputo, Novembro de 2018

I
FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

LICENCIATURA EM ENGENHARIA DO AMBIENTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Tema: Análise e Avaliação De Riscos Ocupacionais em Três Unidades


“Brassagem, Enchimento e Utilidades” Das Cervejas De Moçambique

Fábrica - (Mac-Mahon)

Autor:

Cláucio dos Anjos Oliveira Chacate

Supervisora:

Enga. Cláudia Cardoso

Maputo, Novembro de 2018

II
TERMO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Declaro que o estudante finalista Cláucio dos Anjos Oliveira Chacate, entregou no
dia ___/____/2018 as ____ cópias do relatório do seu estágio Profissional com
referência: ______________ intitulado: Análise e Avaliação De Riscos
Ocupacionais em Três Unidades “Brassagem, Enchimento e Utilidades” Das
Cervejas De Moçambique Fábrica - (Mac-Mahon).

I
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro por minha honra, que o presente relatório académico foi elaborado por mim
próprio. Não se recorreu a quaisquer outras fontes, para além das indicadas, e todas
as formulações e conceitos usados, quer adotados literalmente ou adaptados a partir
das ocorrências originais ( em fontes impressas, não impressas ou na internet), se
encontram adequadamente identificados e citados, com observância das convenções
do regulamento de culminação de cursos de engenharia da Universidade Eduardo
Mondlane.

Mais, declaro que este relatório não foi apresentado, para efeitos de avaliação, a
qualquer outra entidade ou instituição, para além da directamente envolvida na sua
elaboração, e que os conteúdos das versões impressa e electrónica são inteiramente
coincidentes.

Declaro, finalmente, encontrar-me ciente de que a inclusão, neste texto , de qualquer


falsa declaração terá consequências legais.

Maputo, Novembro de 2018

O Autor

________________________________________

( Cláucio dos Anjos Oliveira Chacate)

II
Dedicatória

I
Agradecimentos

II
“It is not possible to manage what you cannot control and you

cannot control what you cannot measure.”

Peter Drucker

III
Resumo

IV
Índice

V
Lista de Símbolos

VI
Lista de Figuras

VII
VIII
Introdução

Generalidades

A segurança, no que diz respeito à prevenção de acidentes, tem vindo a evoluir


ao longo do tempo, abragindo um número crescente de factores e actividades, desde
as primeiras acções de reparação de danos até um conceito mais abragente, no qual
se procura a prevenção de todas as situações passiveis de causar efeitos indesejados
para o trabalho.

Os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais representam um elevado


custo, custo este não só económico, como humano e social, por isso, as organizações
procuram cada vez mais estratégias para os previnir. Quando as condições de
trabalho não são adequadas o colaborador esta exposto à acidentes que vão desde
lesões com primeiros socorros, acidentes com perda de dias de trabalho ou mesmo
fatalidades.

Uma das abordagens mais concretas e a primeira à aplicar, é a análise e


avaliação de riscos (AAR), que visa idendificação dos perigos e riscos e definir
medidas com vista à eliminação parcial ( redução á um nível aceitável) ou total dos
perigos que possam provocar tanto acidentes como doenças ocupacionais.

Estudar riscos é buscar determinar causas, efeitos e potenciais de dano para


actividade, propriedade, substâncias e processos, com o objectivo de controlar e
mitigar seus efeitos sobre o meio ambiente e pessoas (Galante, 2015).

O estudo e avaliação de riscos ocupacionais em uma indústria é um


instrumento inevitável no ambiente competitivo contemporâneo com a crescente
necessidade de evitar perdas materiais, monetárias e humanas advindas de
problemas decorrentes da omissão ou inconsciência com relação aos eventos que
podem ser evitados, mitigados, transferidos ou aceites desde que gerenciados a partir
de uma metodologia e um procedimento estruturado.

É precisamente neste âmbito que surge este relatório para a obtenção do grau
de licenciatura em engenharia do ambiente, onde se aborda e executa uma análise e
avaliação de riscos ocupacionais em três unidades de processo da empresa Cervejas
de Moçambique, na fábrica Mac-Mahon (2M).

1
O trabalho será executado através de três ferramentas ( dois métodos), um
deles mais abragente e de aspecto largo, o método do William T. Fine, Um outro
decorrente da utilização de intrumentos para medição de riscos específicos (Ruido,
Estresse Térmico e Iluminância).

Este trabalho será uma proposta de comparação com a metodologia aplicada


na análise, avaliação e gestão de riscos ocupacionais de toda a fábrica, uma vez que
a mesma tem vindo a sofrer melhoramento das instalações e processos culminando
asssim com a introdução de novos riscos e necessidade da gestão de mudanças
relacionados a segurança ocupacional, surgindo deste modo a necessidade da
actualização da avaliação de riscos existente que possui lacunas tendo como
consequência visível o aumento de número de acidentes e incidentes associados a
existência de condições inseguras, colocando assim sérias restrições à garantia da
segurança e saúde dos colaboradores. Melhorar este cenário foi a razão para a
escolha deste tema.

2
Objectivos

Objectivo Geral

Este trabalho, tem como objectivo geral, fazer a análise e avaliação de riscos
ocupacionais em Três unidades de produção da Fábrica de Cervejas Mac-Mahon
(2M).

Objectivos Específicos:

Para a concretização do objectivo geral, estabeleceu-se os seguintes objectivos


específicos:

 Identificar os perigos e riscos, nas instalações e processos nas unidades em


estudo;

 Verificar os eventuais danos (consequência,severidade) e a frequência (


probabilidade) de ocorrência;

 Quantificar os riscos associados para o Homem, o meio ambiente e


propriedade;

 Apresentar o mapa de riscos para cada unidade avaliada;

 Propor medidas de melhoria;

 Definir um plano de acção para a gestão dos riscos encontrados.

Formulação do Problema

Mudanças com vista ao melhoranto das instalações, processos ou mesmo a


entrada de novos colaboradores dentro de uma organização podem ser vistas como
um factor para a adição de perigos e riscos no local de trabalho, surgindo desta forma
a necessidade da realização da gestão de mudanças.

Neste âmbito, muitas vezes os gestores expõem os colaboradores a várias


situações de riscos adivindas destas mudanças, permitindo que eles trabalhem em
condições inseguras sem nenhuma medida preventiva ou equipamentos de protecção
requeridos em cada área operacional expondo desta forma as suas vidas.
Neglegenciam o seu bem-estar durante as actividades no ambiente laboral

3
preocupando-se mais com as metas produtivas e com os objectivos financeiros da
organização.

As situações de riscos de acidentes aos quais profissionais das indústrias


Cervejeiras estão constantemente expostos, podem ser: Máquinas e equipamentos
sem protecção, máquinas rotativas, tráfego de automóveis,uso de vapor, manuseio
de produtos químicos, aditivos do processo, transporte manual de cargas, entre
outros.

Face a estes factos, segundo a constituição da República de Moçambique no


capítulo V (direitos e deveres económicos, sociais e culturais), artigo 85 no ponto 2, o
colaborador tem o direito à protecção, segurança e higiene no trabalho.
Adicionalmente, segundo a lei número 23/2007 de 01 de Agosto – Lei de Trabalho,
no capítulo VI ( Higiene, Segurança e Saúde dos Trabalhadores) na secção de
Higiene e segurança no trabalho, no seu artigo 216 , os colaboradores têm o direito à
prestação de trabalho em condições de higiene e segurança, incumbido ao
empregador a criação e desenvolvimento de meios adequados à protecção de sua
integridade física e mental e à constante melhoria das condições de trabalho. Ainda
no mesmo artigo no seu ponto 2 e 4, fala do dever do empregador em proporcionar
aos colaboradores boas condições físicas, ambientais e morais de trabalho, informá-
los sobre os riscos do seu posto de trabalho e instruí-los sobre o adequado
cumprimento da regras de higiene e segurança no trabalho. Reiteira ainda que o
empregador deve adoptar todas as precauções adequadas para garantir que todos
os postos de trabalho assim como seus acessos e saídas sejam seguros e estejam
isentos de riscos para à segurança e saúde dos colaboradores e sempre que
necessário o empregador deve fornecer equipamentos de protecção e roupas de
trabalho apropriadas com vista a prevenir os riscos de acidentes ou efeitos
prejudiciais à saúde dos colaboradores.

As Cervejas de Moçambique possuem uma Política de Saúde e segurança


ocupacional que tem como compromentimento, o cumprimento de todas a leis e
regulamentos de saúde e segurança aplicáveis as normas da empresa e outros
requisitos, também esta comprometida em gerenciar a saúde ocupacional de acordo
com os padroes internacionalmente aceites, minimizando os riscos de lesoes ou
doenças ocupacionais para todos os funcionários garantido assim a melhoria contínua

4
das práticas e dos comportamentos, ainda identificar todos os perigos existentes no
local de trabalho e tomar medidas necessárias para minimzar estes riscos.

Contudo, surge a seguinte questão: De que modo a Mac-Mahon (2M) pode


priorizar e justificar a redução ou eliminar os riscos ocupacionais aos quais estão
expostos os colaboradores nas três unidades que sofreram mudanças nas
instalações e processos?

Neste âmbito, realça-se a necessidade de se elaborar uma análise e avaliação


de riscos em três unidades ( Brassagem, Utilidades e Enchimento) de processo da
Fábrica Mac-Mahon, analisar e avaliar os potenciais riscos aos quais os
colaboradores estão expostos, mapeia-los, propor medidas de controlo e um definir
um plano de acção para gestão desses riscos de modo a melhorar as condições de
trabalho e garantir o cumprimento das obrigações da empresa perante a lei.

Justificativa

Os riscos profissionais evoluem numa organização produtiva em função das


alterações progressivas das condições de trabalho ao nível tecnológico, da
organização do trabalho e dos recursos humanos e da investigação científica na área
da segurança e saúde ocupacional. Assim, a análise e avaliação de riscos deve ser
perspectivada como um processo dinâmico e contínuo para ser capaz de acompanhar
a evolução destes factores.

Não obstante a este conceito, a mudança com vista a optimização de uma


operação ou processo em qualquer unidade ou istalação de produção, constitui um
factor determinante nos índices de riscos e doenças ocupacionais, uma vez que a
dinâmica destes, é directamente proporcional as condições de trabalho.

Deste modo, este trabalho surge como uma proposta de actualização da


análise e avaliação de riscos existente para as unidades em estudo, um plano de
acção para a gestão desses riscos e mapeamento desses riscos, com a finalidade de
mostrar os riscos existentes no ambiente de trabalho o que poderá diminuir a
probabilidade de ocorrência de acidentes.

5
Metodologia do trabalho

Para a efectivação do presente trabalho, foi feita uma pesquisa exploratória


como meio de consulta para coletas de dados. Para isso, foram utilizados:
diagnósticos de trabalho operacional, procedimentos padrão de operação , planilhas
de observação diária de incidentes, Medições dos riscos físicos, relatórios, registros
de acidentes ocorridos e outros documentos e arquivos cedidos pela empresa o que
permitiu a elaboração de um plano de actividades que consistiu na divisão do trabalho
nas fases a seguir.

Fase 1: Análise da Situação de Trabalho em cada unidade

 Análise das características das operações e Processos – identificação e


caracterização das instalações, das máquinas e equipamentos, dos materiais,
dos processos de trabalho, do ambiente físico-químico, das condições
organizacionais, das condições ergonómicas e de salubridade, bem como, do
tipo protecção disponibilizado.

Fase 2: Identificação de Perigos e Riscos

A identificação de perigos e riscos consistiu em:

 Esta fase consistiu numa avaliação dos riscos resultantes de cada perigo. Para
este efeito deve-se fazer uma apreciação dos riscos existentes, tendo em
conta, a probabilidade que um perigo causar dano; a severidade do dano; a
frequência da exposição dos colaboradores; etc. e posteriormente classificar
esses riscos por ordem de importância. Sendo essencial definir a prioridade do
trabalho a realizar para eliminar ou evitar os riscos.

 Diagnósticos de trabalho operacional (DTO) – ferramenta que mede o grau de


envolvimento de um colaborador nas questões de segurança e saúde
ocupacional e a probabilidade de o mesmo se envolver em situação de
acidente;

Fase 3: Análise e avalição de risco

 Caracterização dos potencias riscos correspondentes aos perigos, em termos


das variáveis requeridas da técnicas escolhidas ( William T. Fine e COSHH

6
Essential ), e dos resultados obtidos das medições e monitomento dos riscos
físicos nomeadamente ruido, luz e estresse térmico.
 Cálculo do grau de justificação ou ídice de justificação ( IJ) para cada risco –
Valor que índica o valor do investimento para a prevenção do risco e a
relevância desse investimento.

Fase 4: Mapeamento de Riscos

 Nesta fase fez-se o mapeamento em categoria de risco, dos riscos


identificados em cada unidade, para processos e operações.

Fase 5: Plano de Acção de gestão de riscos

 Esta fase, consistiu na elaboração de um plano de acção para gestão dos


riscos para as actividades rotineiras e não rotineiras destas unidadas, com
foco no controle e monitoramento de modo que essa gestão traga potenciais
benefícios para a segurança e saúde no trabalho.

7
Enquadramento Teórico

Este capítulo tem como objectivo apresentar o enquadramento teórico sobre


conceitos chave relacionados com o tema análise e avaliação de riscos (AAR); inclui
também uma breve revisão de literatura sobre os métodos mais usados neste
domínio.

Conceitos Chaves

Este subcapítulo apresenta algumas definições fundamentais. Neste caso, a


fonte privilegiada foi a própria legislação nacional, nomeadamente a Lei 23/2007 de 1
de Agosto - Lei de trabalho e o Diploma Legislativo n.º 48/73 de 5 de Julho que regula
a Higiene no trabalho nos estabelecimentos Industriais.

Higiene e Segurança no trabalho

A higiene e segurança no trabalho, é o conjunto de políticas e programas


públicos ou organizacionais, bem como disposições ou medidas tomadas ou previstas
na legislação e em todas as fases de actividade de uma organização, que visem
eliminar ou diminuir os riscos de acidendes e doenças ocupacionais a que estão
potencialmente expostos os colaboradores (BIQUIZA, 2017).

Acidente de Trabalho

Acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local e durante o tempo do


trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no colaborador subordinado
lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou redução
na capacidade de trabalho ou de ganho.

Doença Ocupacional

Considera-se doença Ocupacional toda a situação clínica que surge localizada


ou generalizada no organismo, de natureza tóxica ou biológica, que resulte de
actividade profissional e directamente relacionada com ela.

Trabalhador

A pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar um serviço a


um empregador e, bem assim, o estagiário e o aprendiz que estejam na dependência
económica do empregador em razão dos meios de trabalho e do resultado da sua

8
atividade. No âmbito da saúde e segurança no trabalho (SST), é sobre o trabalhador
que incide toda a problemática e toda a preocupação, uma vez, que ele que está mais
expostos aos perigos e às doenças ocupacionais.

Local de trabalho

O lugar em que o trabalhador se encontra ou de onde ou para onde deva dirigir


se em virtude do seu trabalho, no qual esteja direta ou indiretamente sujeito ao
controlo do empregador;

Componentes materiais do trabalho

O local de trabalho, o ambiente de trabalho, as ferramentas, as máquinas,


equipamentos e materiais, as substâncias e agentes químicos, físicos e biológicos e
os processos de trabalho. De realçar que esta definição é especialmente importante
porque estabelece muitos dos elementos chave onde recai qualquer análise e
avaliação de risco;

Perigo

A propriedade intrínseca de uma instalação, atividade, equipamento, um


agente ou outro componente material do trabalho com potencial para provocar dano;

Risco

A probabilidade de concretização do dano em função das condições de


utilização, exposição ou interação do componente material do trabalho que apresente
perigo;

As duas últimas definições são as nucleares no domínio da Análise e avaliação


de riscos (AAR) e constam também das definições estabelecidas pela Norma NP
4397:2008, embora com um léxico ligeiramente diferente (NP 4397:2008, pp.8-10):

Perigo

Fonte, situação, ou ato potencial para o dano e termos de lesão ou afeção da


saúde;

9
Risco

Combinação da probabilidade de ocorrência de um acontecimento ou de


exposição(ões) perigosos e da gravidade de lesão ou afeções da saúde que possam
ser causadas pelo acontecimento ou pela(s) exposição(ões).

A Norma acima referida tem definições adicionais que são igualmente


importantes no contexto ocupacional, como sejam:

Incidente

Acontecimento(s) relacionado(s) com o trabalho em que ocorreu ou poderia


ter ocorrido lesão, afeção da saúde (independentemente da gravidade) ou morte. De
realçar que esta definição é uma das novidades introduzidas pela 2ª Edição da norma
Portuguesa, que por sua vez é a tradução da OHSAS 18001:2007. O termo “incidente”
é agora muito mais abrangente e incorpora tanto os acidentes (com lesão), como os
“quase-acidentes” (sem consequências aparentes para o trabalhador).

Identificação do perigo

Processo de reconhecer a existência do perigo e de definir as correspondes


características.

Risco aceitável

Risco que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização
tomando em atenção as suas obrigações legais e a própria política de Segurança e
Saúde Ocupacional (SSO).

Classificação de Riscos

Tabela 1: Classificação de riscos de acordo com os agentes causadores ( Fonte:


Adptado de SANTOS,2014)

Tipo de Riscos Factores


Físicos Vibrações, Ruidos, Radiações
Ionizantes, Radiações não ionizantes,
Stress Térmico, Pressão
Químicos Poerais, Névoas, Neblinas, Fumos,
Gases, Vapores,

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substâncias,compostos ou produtos
químicos em geral
Biológicos Bactérias, Fungos, Protozoários,
Parazitas, Bacilos, Vírus, Sangue.
Ergonómicos Esforço físico intenso, Exigência de
postura inadequada (local de trabalho
inadequado), Levantamento e transporte
manual de carga, postura inadequada,
controle rígido da produtividade,
Imposição de rítmos excessivos,
trabalho em turno e noturno, Jornada de
trabalho prolongada, Monotonia e
Repetitividade, Outras condições
causadoras de estresse físico ou
psiquiátrico.
Acidentes ( Mecânicos) Arranjo Físico Inadequado, Piso
escorregadio, Máquinas e equipamentos
sem protecção, Ferramentas
inadequadas e defeituosas, Iluminação
inadequada, Electrecidade, Incêndio ou
Explosão, Armazenamento Inadequado,
Outras situações de risco que poderão
contribuir para a ocorrência de acidentes

Riscos Físicos Específicos

Ruído

Som e ruído

O som é consequência de uma vibração que provoca uma onda de pressão


no meio em que se insere (MATTOS & MÁSCULO, 2011) . Para se entender esse
fenómeno considere um recipiente com moléculas em repouso nesta situação pode-
se considerar que tudo está calmo, ou mesmo, silencioso. No entanto, havendo uma
perturbação desse recipiente (por exemplo, agitando-se o recipiente), as moléculas

11
irão se chocar até ficarem em movimento browniano. Essa movimentação das
moléculas fará com que elas se choquem com as paredes do recipiente criando uma
pressão de dentro para fora. Se as paredes do recipiente forem retiradas, o que sobra
é uma região com pressões diferenciadas na atmosfera chamada de pressão sonora
(MATTOS & MÁSCULO, 2011). Na Figura 1 observa- se o que foi descrito:

Figura 1: Moléculas em repouso e em movimento browniano forçado (Fonte: MATTOS


& MASCULO,2011)

Dessa forma, pode-se definir o som como uma “energia vibratória que se
propaga apenas em meio elástico (gasoso, líquido ou sólido), através de ondas que
comprimem e descomprimem as moléculas” (FANTINI NETO, 2013)

Uma vez entendido o que é o som é possível entender o que é o ruído. Alguns
autores, cite-se como exemplos Vieira (2008) e Mattos (2011), definem o ruído como
um som indesejável.

Outros autores, como Iida (2005) e Grandjean (1998), considerando que o que
é desejável ou indesejável é subjetivo, procuram oferecer outras definições para o
que se entendo por ruído, por exemplo, Iida (2005) define o ruído como um estímulo
auditivo que não contém informações úteis para a tarefa em execução. Note, porém,
que esta última definição não fugiu muito da ideia inicial de som como ruído
indesejável.

O aparelho auditivo consegue distinguir frequências entre 20 e 20.000 Hz,


sendo que a voz humana se situa entre 100 e 8.000 Hz, e uma conversa normal entre
duas pessoas acontece entre 400 e 4.000 Hz. Abaixo dos 20 Hz tem-se os infrassons
e acima dos 20.000 Hz os ultrassons, sendo que estes podem provocar efeitos
indesejáveis no ser humano, como dor de cabeça, enjoos, vômitos, entre outros
(FANTINI NETO, 2013).

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Porém, mesmo os sons na faixa de audibilidade podem causar danos ao ser
humano, sendo os efeitos mais comuns o estresse auditivo e a surdez. Através de
procedimentos experimentais pode-se conhecer a intensidade sonora e o tempo de
exposição que provocarão prejuízos à saúde humana, obtendo-se, dessa forma, uma
maneira quantitativa para se determinar o que seria o som indesejável e, portanto,
conforme a definição dada acima, o ruído.

Figura 2:ilustra os limites de audibilidade do ser humano ( Fonte: MATTOS E


MÁSCULO 2011)

O ruído pode ser classificado em três formas distintas (FANTINI NETO, 2013),
quais sejam:

 Ruído Contínuo: não sofre interrupções com o tempo;


 Ruído Intermitente: sofre interrupções de, no máximo, um segundo;
 Ruído de Impacto: sofre interrupções maiores que um segundo, com picos de
energia de duração inferior a um segundo.

Quantificando o ruído

A intensidade sonora (I) é a potência da energia de vibração sonora que atinge


uma determinada superfície (FANTINI NETO, 2013).

Da relação entre a intensidade sonora real (I) e uma intensidade de referência


(I0), determinada como sendo a intensidade sonora mínima captável pelo ouvido
humano, I0 = 1012 W/m2, obtém-se o nível de intensidade sonora (NIS), descrito pela
Equação 1.

NIS = 10 log (I/I0) (decibel - dB) Equação 1: Nível de Intensidade Sonora

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Da relação entre a pressão real que a energia de vibração sonora exerce no
ouvido humano (p) com uma pressão de referência (p0), determinada como sendo a
mínima perceptível pelo ouvido humano, p0 = 0,00002 N/m2, em 1.000 Hz), obtém-se
o nível de pressão sonora (NPS), descrito pela Equação 2.

NPS = 20 log (p/p0) (decibel - dB) Equação 2: Nível de Pressão Sonora

Com essas equações é possível mensurar se um determinado estímulo


auditivo está de acordo com os limites de tolerância estabelecidos pelo anexo I da
NR-15. A Tabela a seguir apresenta os limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente da norma citada.

Tabela 2: Limites de Tolerância para ruido contínuo ou intermitente (Fonte: anexo I


da Norma Regulamentadora 15, MIT Brasil)

NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40
94 2 horas e 15
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos

14
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

Para os fins de aplicação de limites de tolerância, a NR-15 entende ruído contínuo


ou intermitente como o ruído que não seja ruído de impacto. Os níveis de ruído
contínuo ou intermitente devem ser medidos em (dB) com instrumento de nível de
pressão sonora operando no circuito de compensação “A” e circuito de resposta lenta
(slow). Ademais, conforme determina a NR 15, as leituras devem ser feitas próximas
ao ouvido do trabalhador.

De acordo com a NR-15, se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou


mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os
seus efeitos combinados de acordo com a soma seguinte:

C1/T1 + C2/T2 + C3/T3 + ... + Cn/Tn Equação 3: Efeito combinado do nível de


Pressão sonora

sendo Cn o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico,
e Tn a máxima exposição diária permissível para este nível de ruído, conforme a
Tabela 1 acima. Se a soma exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de
tolerância.

Estresse Térmico

Temperatura de bulbo seco: é definida como sendo a temperatura do ar, que pode
ser medida com um termômetro comum sem qualquer acessório, denominado
termômetro de bulbo seco.

Temperatura de bulbo HHúmido: é a temperatura obtida em um termômetro


comum ou eletrônico, cujo bulbo ou sensor é envolvido com uma mecha de algodão
umedecida com água destilada ou filtrada.

15
Temperatura efetiva: é a temperatura do ar com humidade relativa igual a
100% e velocidade nula, que oferece uma sensação de conforto térmico igual àquela
oferecida pela combinação das variáveis.

Limites de tolerância para exposição ao calor e condições de conforto

O anexo III da N-15 e o item 17.5 da NR-17 estabelecem os parâmetros para


os limites de tolerância para exposição ao calor e para as condições ambientais de
trabalho. Para se entender essas normas é preciso antes conhecer algumas
definições.

A exposição ao calor deverá ser avaliada através do que a referida norma


denomina de “Índice de Bulbo Húmido Termómetro de Globo” (IBUTG), que é
calculado através das seguintes equações:

 Ambientes internos ou externos sem carga solar

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Equação 4: Cálculo do IBUTG em ambientes internos


sem carga solar

 Ambientes externos com carga solar

IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg Equação 5: Cálculo do IBUTG em ambiente
externos com carga solar

Sendo:

tbm = temperatura de bulbo Húmido;

tg = temperatura de globo;

tbs= temperatura de bulbo seco.

No caso do trabalho ser realizado em regime de trabalho intermitente com


período de descanso em outro local, os limites de tolerância para exposição ao calor
serão definidos de acordo com a seguinte tabela.

Tabela 3: Limites de Tolerância para exposição ao calor em regime de trabalho


intermitente com período de descanso em outro local ( Fonte Anexo III NR-15).

M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG

16
175 30,5

200 30,0

250 28,5

300 27,5

350 26,5

400 26,0

450 25,5

500 25,0

Análise e Avaliação de Riscos

A análise e avaliação de riscos é essencialmente um estudo descritivo que


permite identificar os perigos e riscos associados à segurança (perigo ou risco de
acidente) e/ou à saúde (doença ocupacional ou doença agravada pela trabalho)
(BIQUIZA, 2017).

Os riscos ocupacionais evoluem numa organização produtiva em função das


alterações progressivas das condições de trabalho ao nível tecnológico, da
organização do trabalho e dos recursos humanos e da investigação científica na área
da segurança e da saúde ocupacional. Assim, a análise e avaliação de riscos deve
ser perspetivada como um processo contínuo e dinâmico para ser capaz de
acompanhar a evolução destes factores.

O processo de análise e avaliação de riscos ocupacionais compreende Três


etapas fundamentais:

 Identificação do perigo;
 Avaliação do risco;
 Valorização do risco.

O processo inicial, serve de base para a chamada “Gestão de Riscos (AGR)” que
compreende as seguntes fases:

 Aceitabilidade segundo determinados critérios;


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 Decisão sobre as medidas de controlo do risco.

A figura asseguir mostra o processo global da gestão de riscos:

Análise de Riscos

 Definição do Objectivo
 Identificação do perigo
 Estimativa do Risco ( R=P×G)
AAR

Avaliação do Risco

 Comparação com Critérios de


Aceitabilidade

 Análise de Opções

AGR

Eliminação/ Redução/ Controle do Risco

 Tomada de Decisão

 Implementação de Medidas de Controle

 Monitorização do Efeito e Reavaliação

Figura 3: Processo global de gestão do risco (adaptado de Rouhiainen and


Gunnerhed, 2002; p.62)

Para Ferreira 2012, a análise e avaliação de riscos (AAR) consiste na


compreensão do objecto de estudo (equipamento, posto de trabalho, sistema) que
permita caracterizar os riscos ocupacionais que lhe estão associados. A
caracterização dos riscos ocupacionais relaciona-se com a identificação dos perigos
do objecto de estudo (quanto à fonte e ao modo de desenvolvimento), na identificação
dos trabalhadores expostos a esses perigos (a extensão do risco) e na estimativa dos
riscos (a probabilidade de ocorrência e o potencial do dano).

18
A concretização da análise de risco deve compreender 3 etapas, como se pode
visualizar na figura 1:

ETAPA I: Identificação do perigo e possíveis consequências

Mediante a reunião da informação pertinente (legislação, manuais de


instruções das máquinas, fichas de dados de segurança de substâncias, processos e
métodos de trabalho, dados estatísticos, experiência dos trabalhadores);

ETAPA II: Identificação das pessoas expostas

Colaboradores ou terceiros potencialmente expostos a riscos derivados destes


perigos;

ETAPA III: Estimativa do risco

Determinação qualitativa ou quantitativa dos riscos identificados, valorando


conjuntamente a probabilidade da sua emergência – ou e estimativa da sua
frequência – e as consequências da materialização do perigo – a gravidade, também
designada de severidade (Pires, 2013).

Identificação de perigo e possíveis consequências

Na identificação do perigo pretende-se verificar que perigos estão presentes


numa determinada situação de trabalho e as suas possíveis consequências, em
termos de danos sofridos pelos trabalhadores sujeitos à exposição desses mesmos
perigos.

Para tal e segundo Comissão Europeia 1996, deve-se:

a) Consultar e fazer participar os trabalhadores e /ou seus representantes para


que comuniquem quais os perigos e efeitos adversos por eles detetados;

Examinar sistematicamente todos os aspetos do trabalho, isto é:

 Observar o que realmente sucede no local de trabalho ou durante a


execução dos trabalhos (a prática real pode diferir do que está escrito nos
manuais);
 Pensar nas operações não rotineiras e intermitentes;
 Ter em conta eventos não planeados mas previsíveis, tais como
interrupções das atividades laborais.

19
b) Identificar os aspetos do trabalho potencialmente causadores de danos (os
perigos).

Esta etapa pode ser considerada como a mais critica em todo o processo, na
medida em que, um perigo não identificado é um perigo não avaliado e,
consequentemente, não controlado.

No que respeita às metodologias utilizadas para a identificação dos perigos,


estas podem ser definidas em função do objeto em análise, do âmbito da análise e
dos recursos disponíveis. Esta etapa deve ser convenientemente planeada e
organizada, de forma a conseguir clarificar-se as diversas naturezas dos perigos
existentes (ex: perigos associados aos processo de trabalho, ás fontes de energia,
aos produtos, ás máquinas, etc.). As técnicas mais utilizadas são: Listas de
verificação (check-list), entrevistas com elementos da empresa e “brainstorming”.

Identificação das pessoas expostas

Na fase subsequente que é a da estimativa do risco, prevê-se o conhecimento,


objetivo ou subjetivo, da gravidade ou severidade que um determinado dano pode
assumir, bem como, da probabilidade de ocorrência do mesmo.

Esta probabilidade de ocorrência vai depender:

Do tipo de pessoas expostas, ou seja, consoante o nível de formação,


sensibilização, experiência, suscetibilidade individual, etc., será diferente a
probabilidade de sofrer um determinado nível de dano; - Da frequência da exposição.

De acordo com Comissão Europeia 1996, é importante considerar todas as


pessoas que poderão estar expostas, ou seja, não só os trabalhadores diretamente
afectos ao posto de trabalho em análise, mas também todos os outros trabalhadores
no espaço de trabalho. Importante ainda, é considerar também aqueles que podem
não estar sempre presentes, tais como: clientes, visitantes, construtores,
trabalhadores de manutenção, assim como grupos de sujeitos que possam ser
particularmente vulneráveis: trabalhadores jovens e inexperientes, grávidas e
lactantes, trabalhadores com mobilidade condicionada, ou ainda trabalhadores que
tomam medicação passível de aumentar a sua suscetibilidade.

Estimativa do Risco

20
Nesta fase, o objetivo consiste na quantificação da magnitude do risco, ou seja
da sua criticidade.

Segundo diversos autores a magnitude do risco é função da probabilidade de


ocorrência de um determinado dano e a gravidade a ele associada, sendo
representada pela seguinte fórmula:

Risco (R)= Probabilidade (P) x Gravidade (G)

A estimativa destas duas variáveis assume particularidades consoante os


métodos utilizados, isto é, consoante se recorra a avaliações quantitativas, semi-
quantitativas ou qualitativas (Gadd et al., 2003).

A escolha do método deve ter em conta:

 O objetivo da avaliação (Risco de que?; Risco para quem?; Risco devido a


quê?);
 O nível de detalhe para a avaliação;
 Os recursos disponíveis (humanos e técnicos);
 A natureza dos perigos e respetiva complexidade.

Valoração do Risco

A valoração do risco corresponde à fase final da Avaliação de Risco e visa


comparar a magnitude do risco com padrões de referência e estabelecer o grau de
aceitabilidade do mesmo. Trata-se de um processo de comparação entre o valor
obtido na fase anterior – Análise de Risco – e um referencial de risco aceitável (Roxo,
2006)

Nesta fase deve reunir-se informação que permita:

 Avaliar as medidas de controlo implementadas;


 Priorizar as necessidades de implementação de medidas de controlo; - Definir
as ações de prevenção / correção a implementar.

Em suma, o resultado desta fase deve permitir a definição das ações de


melhoria, que podem assumir carácter de curto ou longo prazo.

Metodologias de Avaliação de Riscos

21
Não existe uma técnica que pode ser usada para realizar a avaliação de riscos mas
sim vários que podem ser utilizados para atingir o mesmo objectivo. A técnica a utilizar
deve permitir, com maior objectividade possível, quantificar o potencial dos riscos
existentes e,por consequência, hierarquizar a prioridade momento da sua correção
(Roberte, 2006)

A análise de riscos ocupacionais é um termo abragente que engloba duas


grandes vertentes metodológicas:

Métodos Pro-activos ou à Priori : Permitem a abordagem preventiva da segurança


e saúde sendo utilizados antes da ocorrênciado acidente de trabalho e/ou impacto á
saúde;

Métodos reactivos ou à posterior : Abordagem reactiva da segurança e saúde,


sendoutilizados após a ocorrência de um acidente ou doença ocupacional.

Qualitativo

Pro-activos

Quantitativo
Métodos

Análise e
Reactivos Investigação de
Acidentes

Figura 4:Classificação de métodos de análise segundo a sua aplicabilidade (


Adaptada de Ferreira, 2012)

Análise Qualitativa consiste num estudo sistemático das condições com vista a
estimar a magnitude da gravidade e a probabilidade de ocorrência numa base
qualitativa (Roxo, 2006).

Os métodos qualitativos são adequados para avaliações simples, pelo que uma
avaliação de riscos pode ser iniciada por uma avaliação qualitativa e posteriormente
completada com outro tipo de métodos.

22
São métodos qualitativos os seguintes:

 Análise Preliminar de Riscos ( APR);


 O que aconteceria? (“What If?”);
 Perigos e estudos de Operacionalidades (HAZOP);
 Análise de Modo de Falhas ( AMF);
 Carta de Riscos;
 Checklists;
 Análise de Perigo da Tarefa( Job Hazard Analisys);

Análise Quantitativa Consiste na busca de uma resposta numérica ou quantificação


da magnitude do risco, pelo que, utiliza técnicas de cálculo da probabilidade. A
quantificação da gravidade recorre a modelos matemáticos de consequências, no
sentido de simular a propagação espacial e temporal de um agente e o cálculo da sua
capaciade agressiva (Roxo, 2006).

São métodos quantitativos os seguintes:

 Métodos Estatítiscos;
 Árvores Lógicas de acontecimentos;
 Árvore de causa;
 Árvore de Falhas;
 Matriz de Riscos.

Análise Semi-Quantitativa ou Qualitativo-Quantitativa neste tipo de análise


conjuga-se a consequência e probabilidade, mediante a atribuição de uma escala
numérica representativa do nível do risco (Pires, 2013).

São Exemplos de métodos Semi-quantitativos os seguintes:

 Método de William T. Fine;


 Método de Kinney;
 Método de avaliação Simplificado;
 Análise por árvore de falhas (AAF);
 Análise por árvore de Eventos ( AAE);
 Ánalise por árvore de Causas (AAC).

23
O método Escolhido para a elaboração do presente trabalho é o método de William
T. Fine. A escolha da técnica baseia-se no facto de nas unidades em estudo os
colaboradores estarem expostos a diversos riscos, por isso, levar em conta apenas
as variáveis probabilidade e gravidade estariamos esquecendo um dos factores mais
importantes para qualquer negócio, que é o custo para resolver cada um desses
riscos e é precisamente levando em conta essa variável extra que o método de
William T. Fine entra.

Os objectivos fundamentais deste método são:

 Determinar a gravidade relativa de todos os perigos para orientação na


atribuição de prioridades para o esforço preventivo;
 Determinar com precisão se o custo estimado da acção correctiva contemplada
para eliminar um risco é justificado (Fine, 1971)

Neste método existem duas variáveis primordiais:

1. Grau de Criticidade (GC) - O grau de criticidade indica a gravidade do risco


devido a um perigo e é avaliado considerando as possíveis consequências de
um acidente, a exposição ou a frequência de ocorrência do evento de risco que
poderia levar a um acidente, e a probabilidade de que o evento de risco resulte
na ocorrência do Acidente (Fine, 1971).

A fórmula para o cálculo do grau de criticidade é a segunte:

R = C×E×P

Consequência (C): os resultados mais prováveis de um acidente em potencial,


incluindo ferimentos e danos materiais. Este factor, baseia-se na avaliação de toda a
situação em torno do perigo e na experiência do acidente (Fine, 1971). A descrição e
classificação são:

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Tabela 4:Classificaτão do factor de consequência (Fonte: Adaptado Fine 1971)

Factor Consequência ( C )
Classificação valor
Catastrófico quebra da actividade fim da empresa 100
Severo - Prejuiso 50
Grave 25
Moderado 15
Leve 5
Nenhum- Pequeno Impacto 1

Exposição ( E ): Frequência de ocorrência de perigo ( o evento indesejado


que poderia iniciar a sequência de acidentes). A selecção é baseiada na observação,
experiência e conhecimento da actividade em questão. Classificações estão abaixo:

Tabela 5:Classificação do factor de Exposição ao risco ( Fonte: Adaptado Fine


1971)

Factor Exposição ao Risco ( E )


Classificação Valor
Continuamente (Varias vezes ao dia) 10
Frequentemente (Uma vez ao dia) 6
Ocasionalmente (Uma vez por semana ou ao mês) 3
Excepcionalmente (Uma vez ao ano ou ao mes, irregularmente) 2
Raramente (possivel, sabe-se que ocorre, mas nao com frequência) 1
Muito Remotamente (possível, não se sabe se ja ocorreu) 0.5

Probabilidade ( P): Esta é a probabilidade de que, uma vez ocorrido o evento


de perigo, a coincidência de eventos de acidentes ocorrerá com o tempo e a
coincidência de eventos necessários para resultar no acidente e nas consequências
(Fine, 1971). Classificações estão abaixo:

Tabela 6: Classificação do factor de Probabilidade ( Fonte: Adaptada Fine 1971)

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Factor Probabilidade ( P )
Classificação valor
Espera-se que aconteca 10
Completamente possivel - 50% de chance 6
Coincidencia se acontecer 3
Coincidencia Remora 1
Extremamente remota, porem possivem 0.5
Praticamente impossivel, uma chance em um milhão 0.1

Classificação do grau de criticidade ( R)

Tabela 7: Classificação do grau de criticidade ( Fonte: Adaptado de Fine 1971)

Graude Criticidade/ Risco ( R )


Grau de
Tratamento do Risco Criticidade Probabilidade
Risco deve ser Monitorado Menor que 85 0 - 33.33%
Correção urgente - Requer Atenção 85-200 33.33% - 66.67%
Correção Imediata - Risco tem que Ser
Reduzido Maior que 200 66.68% - 100 %

2. Índice de justificação (IJ) – Leva em consideração o grau de criticidade (R)


comparado ao factor de custo (FC) ( que analise o montante a ser investido)
e o grau de corecção (GC) que mostra até que ponto o risco será realmente
corrigido (Fine, 1971).

A fórmula para o cálculo do índice de justificação é a segunte:

R
IJ = GC×CF

Factor de Custo (FC): A medida estimada do custo em dollar necessário para


as medidas correctivas propostas (Fine, 1971). Classificações abaixo:

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Tabela 8:Classificação do factor de custo ( Fonte: Adaptada Fine 1971)

Factor de Custo
Custo ( Dollar) valor
Acima de 50000 10
25000-50000 6
1000-10000 3
100-1000 2
25-100 1
abaixo de 25 0.5

Grau de correcção ( GC): uma estimativa do grau para o qual a acção


correctiva proposta eliminará ou reduzirá o perigo à um nível aceitável, evitará o
evento de risco ou interromperá a sequência do acidente. Esta será uma opinião
baseada na experiência e conhecimento da actividade em questão (Fine, 1971).
Classificações abaixo:

Tabela 9: Classificação do grau de correcção ( Fonte: adaptada Fine 1971)

Grau de Correção ( GC )
Classificação Valor
Risco eliminado 100% 1
Risco reduzido 75% 2
Risco reduzido entre 50% - 75 % 3
Risco reduzido entre 25% - 50 % 4
Risco reduzido menor que 25% 6

Classificação do índice de justificação (IJ):

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Tabela 10: Classificação do índice de justificação ( Fonte: Adaptada de Fine 1971)

Escala de Valoracao do Indice de Justificacao ( J )


Classificacao valor
Investimento duvidoso Menor que 10
Investimento normalmente justificado Entre 10 e 20
Investimento Plenamente Justificado Maior que 20

Mapas de Riscos

O Mapa de Risco é considerado o conjunto de representações gráficas do


reconhecimento dos riscos existentes nos locais de trabalho por meio de círculos de
diferentes tamanhos. É um mecanismo que auxilia na diminuição de ocorrência de
acidentes e doenças ocupacionais (SANTOS, 2018)

Benefício do uso dos Mapas de Riscos:

Para a organização

 Facilita a administração da prevenção de acidentes e de doenças


ocupacionais;
 Ganho da qualidade e produtividade;
 Aumento de lucros diretamente;
 Informa os riscos aos quais o trabalhador estão expostos, cumprindo assim
dispositivos legais.

Para os Colaboradores

 Fornece dados importantes relativos a sua saúde;


 Propicia aos colaboradores o conhecimento dos riscos aos quais estão
sujeitos;
 Conscientiza quanto ao uso dos equipamentos de protecção individual (EPI’s).

Cores Usadas no Mapa de Riscos

Para efeitos de mapeamento de riscos são utilizados círculos como indicadores


da magnitude ou índice de riscos e cor que representam o tipo de risco de acordo
com a classificação dos agentes de risco sendo esta devididade em cinco (5) grupos:

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Grupo 1 – Agentes Químicos

Grupo 2 – Agentes Físicos;

Grupo 3 – Agentes Biológicos;

Grupo 4 – Agentes Ergonómicos;

Grupo 5 – Agentes de Acidentes ( Mecânicos).

Tabela 11: Cores usadas para o Mapeameto de Riscos ( Fonte: Autor 2018)

Grupo 1: Grupo 2: Grupo 3: Grupo 4: Grupo 5: Azul


Verde Vermelho Castanho Amarelo
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Riscos Riscos de
Biológicos Ergonómicos Acidentes
(Mecânicos)

Tabela de Gravidade

Tabela 12: Símbolos e respectivo grau de risco para mapeiamento de riscos (


Fonte:Autor 2018)

Símbolo Proporção Grau de Risco


4 Maior

2 Médio

1 Pequeno

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CASO ESTUDO: FÁBRICA DE CERVEJA MAC – MAHON

A Cervejas de Moçambique (CDM), considera-se líder no mercado de bebidas


alcoólicas em Moçambique. Subsidiária da AB - InBev (líder mundial no negócio de
cervejas e refrigerantes), a CDM é uma empresa construída sobre um legado de
tradição cervejeira com mais de 100 anos. A CDM produz e distribui marcas locais e
internacionais que sejam as preferidas pelos consumidores.

A CDM conta actualmente com 3 fábricas de produção, em Maputo, Beira e Nampula,


empregando mais de 1.000 colaboradores, mais de 20 marcas; e como subsidiária da
AB-InBev, as fronteiras estendem-se por mais de 100 mercados.

A fábrica em estudo é a Mac– Mahon localizada na cidade de Maputo, Distrito Urbano


Nkafumo, bairro jardim, Rua do Jardim, nº 1329. Esta fábrica, foi construida em 1965
em Lourenço Marques Actual Maputo. A sua cerveja tornou-se a marca mais popular
de Moçambique.

As coordenadas do local são: 25º55’24” Sul e 32º32’36” Este. Estas coordenadas


foram obtidas com o auxílio do Google Earth. A fábrica foi construída com materiais
convencionais (bloco de cimento, cobertura de chapa de zinco e placa de betão e
Pisos executados in situ Executados in situ (argamassas autonivelantes, betumes,
resinas epóxidas) vs. manufacturados (alcatifas, mosaicos cerâmicos, pedra,
madeira) )

Figura 5:Fábrica de Cerveja Mac - Mahon (CDM-Maputo) Fonte: Google Earth


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Divisão de áreas na fábrica

A estrutura organizacional dentro das fábricas da AB – InBev contam com 8


macroáreas, são elas: Processo, Enchimento, Qualidade, Engenharia, Logística,
Segurança, Meio Ambiente, Pessoas e Gestão (essas duas últimas são englobadas
em uma mesma macroárea).

1. Processo

O processo é a macroárea responsável pela produção da bebida propriamente dita.


Tratando mais especificamente do processo da cerveja, esta macroárea é subdividida
em três pequenas áreas, são elas:

 Silos e Brassagem: Responsável pelo gestão da matérias-primas (malte,


lúpulo, Adjuntos e aditivos). Responsável também pela fabricação do mosto
cervejeiro concentrado que deve seguir área de adegas;

 Adegas: Responsável pela fermentação, centrifugação e maturação da


cerveja concentrada. É também função da área de adegas fazer a gestão do
fermento, garantindo que o mesmo seja utilizado até um número máximo de
gerações (conforme padrão operacional) e após esse número seja autolisado
e destinado para venda (venda de subproduto).

 Filtração: Responsável por filtrar e diluir a cerveja maturada (a cerveja dos


maturadores é concentrada). A área da filtração possui uma interface grande
com a área do enchimento, uma vez que esta é a última etapa do processo.

2. Enchimento

A área do enchimento recebe a cerveja pronta da área de filtração e é responsável


por encher as embalagens, encapsular, pasteurizar, rotular, encaixotar e paletizar
(empilhamento das caixas/grades em cima de paletes). Também ocorrem nesta área
a despaletização das grades de vazilhames (com garrafas vazias vindas do mercado),
o desencaixotamento das garrafas e posteriormente a lavagem das garrafas que
retornam do mercado e que são reutilizadas (garrafas retornáveis).

3. Qualidade

A área da qualidade é responsável pelas diversas análises (microbiológicas, físico-


químicas e sensoriais) durante as inúmeras etapas da fabricação. A área da qualidade
31
supervisiona os diversos processos durante a fabricação do produto a fim de garantir
a aplicabilidade da “food safety”.

4. Engenharia

A engenharia, assim como o processo, é subdividida estrategicamente em três áreas


menores, são elas:

 PCM (Programação e controle de manutenção): Responsáveis pela


distribuição das atividades, e compra de materiais necessários para
manutenções programadas e/ou de emergência de cada área, garantindo mão-
de-obra especializada nas actividades solicitadas;

 Manutenção: Responsáveis pelas actividades de suporte em manutenção


mecânica e elétrica;

 Utilidades: Área responsável por fornecer vapor (produzido em caldeiras),


água fria (para utilização como fluido de troca térmica em alguns trocadores de
calor por placas), energia eléctrica, Amônia e glicol (utilizadas como fluidos de
troca térmica nas camisas dos fermentadores).

5. Logística

A área de logística tem por responsabilidade a armazenamento do produto acabado,


bem como o carregamento das grades em caminhões. A logística também controla o
armazem, onde se encontram todos os insumos e materiais diversos utilizados pela
fábrica. A parte de modulação fabril também é feita e controlada pela logística,
conforme demanda da malha de produção.

6. Segurança

A área de segurança é encarregada de monitorar as condições inseguras nas áreas


produtivas e na área externa, a fim de evitar possíveis acidentes no ambiente de
trabalho. Esta área também acompanha serviços mais críticos com relação a riscos,
como por exemplo, trabalho em altura, trabalho em espaços confinados e outros. A
cultura de segurança na AB –InBev é levada muito a sério, pois a empresa entende
que seus funcionários são seu bem mais precioso, e desta forma foi definido que
“Nem as metas de produção, nem os objetivos financeiros devem justificar o não
cumprimento das normas de segurança”.

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7. Ambiente

A área do ambiente, por sua vez, controla toda a parte de destinação de subprodutos,
bem como consumo de água.

8. Pessoas e Gestão

 A área de Pessoas é considerada uma área suporte, sendo responsável pelos


processos de recrutamento, seleção, retenção e desenvolvimento de recursos
humanos. Esta área está preocupada em desenvolver ambientes e processos
direccionados a permitir que os colaboradores possam realizar na totalidade
seus potenciais.

 A área de gestão que também é considerada área de suporte é responsável


por monitorar e garantir que as ferramentas de gestão são aplicadas em todas
as áreas. As ferramentas de gestão são uma forma muito eficaz de garantir o
alcance de metas através do acompanhamento da rotina e resolução de
problemas a partir de causas fundamentais.

Apresentarei a seguir, o organograma de gestão da área fabril, tambem conhecido


como organograma do supply:

Gestor da
Planta

Gestor de Gestor de Gestor do Gestor de Gestor da


Segurança Qualidade Ambiente Manutenção Logística

Gestor de
Pessoas

Figura 6:Organograma da CDM- Maputo Supply fábrica Mac-Mahon ( Fonte: Autor)

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