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Cape Femande Comscaia Coorenagio ara eat echesh "oars suronce Eat Co pedsse uate sak a ‘targe® pease Thocs lea oreo iia Epetics, tones csrencatne/ Sova GumartesFrsace.—Camgnay pits 2003 -(Coloao Melt: Forage Trbalho ace) Ban tesoe.o7ees ey 00-907 Indie parncatiogo sista: BF digo 2009 Fy RESETS TES Eton te baer ‘hates Repogrtae (ASOP. Digtos nesencos PaaAthguhrOnTUGUESA Sit Conmmnativange tarts. apna Etre onan (1) S27-800 | Resposta Bem mais que o tempo ‘Que nds perdemos Ficou para trds também O que nos juntou Ainda lembro Que eu estava lendo 6 pra saber O que vocé achou Dos versos que eu fiz E ainda espero resposia Desfaz 0 vento O que hd por dentro Desse lugar que ninguém mais pisou Vocé est vendo que estd acontecendo? Nesse caderno sei que ainda esto Os versos seus Tao meus, que pego Nos versos meus Tao seus, que espero Que os aceitem. (Nando Reis ¢ Samuel Rosa) ‘Aos meus companheiros de didlogo: professores de histéria, didética, metodologia e pritica de ensino, A Ana Lufsa ¢& Laura pelo carinho, {Ao César pela reinvenso do viver, 6 A INCORPORACAO DE DIFERENTES FONTES ELINGUAGENS NO ENSINO DE HISTORIA No decorrer dos titimos 20 anos uma das principais discussdes, na sea da metodologia do ensino de histéria, tem sido 0 uso de diferentes linguagens e fontes no estudo dessa disciplina. Esse debate faz parte do wocesso de critica ao uso exclusivo de livros didaticos tradicionais, da \lifasdo dos livres paradidéticos, do avango tecnol6gico da indistria cultural ‘wasileira e, sobretudo, do movimento historiografico que se caracterizou cla ampliaggo documental e temética das pesquisas. ‘Tornou-se prética recorrente na educagao escolar, no ensino € na pesquisa desenvolvidos nés universidades, 0 uso de imagens, obras de fig, intigos de jornais, filmes e programas de TV, no desenvolvimento de varios temas. Trata-se de uma opgio metodolégica que amplia o olhar do historiador, o campo de estudo, tornando © processo de transmissio © produgao de conhecimentos interdisciplinar, dindmico e flexivel. As tronteiras disciplinares so questionadas; os saberes sio religados ¢ tearticulados em busca da inteligibilidade do real histérico. Esse processo tequer de nds, professores e pesquisadores, um aprofundamento de n0ssos comhecimentos acerca da constituigdo das diferentes linguagens, seus limites ‘© suas possibilidades. Didtice pescado ensna do Histira 169, Nesse sentido, apresentaremos algumas reflexées, fruto de uma pesquisa bibliogréfica e de experiéncias didéticas, possibilidades de trabalho pedagdgico, incorporando diversas linguagens no processo de ensino © aprendizagem de hist6ria. Trata-se de um esforgo para mapear distintos olhares sobre formas espectficas de linguagens, apontando potencialidades, possfveis riscos, ciladas, vantagens e desvantagens nesse desafio metodolsgico. 0 professor, no exereicio cotidiano de seu oficio, incorpora nogdes, representacées, linguagens do mundo vivido fora da escola, na familia, no trabalho, nos espagos de lazer, na mfdia ete. A formagio do aluno/cidadaio se inicia e se processa ao longo de sua vida nos diversos espagos de vivéncia. Logo, todas as linguagens, todos 0s vefculos e materiais, fratos de maltiplas experiéncias culturais, contribuem com a produedo/difusio de saberes histéricos, responsdveis pela formagdo do pensamento, tsis como os meios de comunicago de massa ~ rédio, TV, imprensa em geral ~, literatura, cinema, tradigio oral, monumentos, museus etc. Os livros didaticos e paradidticos como fontes de trabalho devem propiciar a alunos e professores ‘oacesso e a compreensio desse universo de linguagens. ‘Ao incorporar diferentes linguagens no processo de ensino de hist6ria, reconhecemos nao s6 a estreita ligagdo entre os saberes escolares ¢ a vida social, mas também a necessidade de (re}construirmos nosso conceito de censino e aprendizagem. As metodologias de ensino, na atualidade, exigem permanente atualizagao, constante investigagao e continua incorporagao de diferentes fontes em sala de aula. O professor nao € mais aquele que apresenta ‘um mondlogo para alunos ordeiros € passivos que, por sua vez, “decoram ‘© contetido. Ele tem o privilégio de mediar as relagdes entre os sujeitos, 0 mundo e suas representagdes, ¢ 0 conhecimento, pois as diversas linguagens expressam relagGes sociais, relagdes de trabalho e poder, identidades sociais, culturais, étnicas, religiosas, universos mentais constitutives da nossa realidade s6cio-hist6rica. As linguagens so constitutivas da mem@ria social ec coletiva. Para Silva (1985, p. 51), 0 trabalho com linguagens exige do historiador pensé-las como elementos constitutives de uma realidade sociopolitica, que dependem de um mercado, garantem determinadas| ‘modalidades de relagGes e participam na constituigao de uma dada meméria. Nesse sentido nos propomos, aqui, a pensar linguagem como forma expressio de lutas, forga, dindmica, experiéncia hist6rica. 164 Papins Edtors Obras de ficgdo: Literatura De acordo com alguns auiores, o historiador adota em relago aos fatos, quando procura reconstruir um passado desaparecido, uma perspectiva que é ada ficg4o, pois as caracter‘sticas que fazem fluir um relato € que nos permitem acompanhé-lo seriam andlogas as da compreensdo historica, ¢ nessa medida importa conhecer fronteiras da narrativa. E preciso lembrar, no entanto, que a literatura, como formagdo discursiva propria, “ndio concede foros de verdade aquilo que declara” (Costa Lima 1986); enquanto, por exemplo, a fotografia representa a possibilidade de registrar mecanicamente uma imagem em condigées andlogas as da visdo, 0 discurso ficcional indica, por definigao, o afastamento do real. Até que ponto a utilizacdo da obra de ficgdo como fonte para a histéria depende de seu valor testemunhal?” ‘As questdes levantadas pelos professores de hist6ria que trabalham ‘com discursos literérios podem ser resumidas assim: qual €a especificidade do discurso literdrio e do discurso hist6rico? Quais as fronteiras que dciimitam esses dois discursos? Como trabalhar literatura e historia, respeitando a especificidade do discurso literério? 0 discurso hist6rico e 0 literdrio tem em comum 0 fato de ambos setem narrativos. O discurso hist6rico visa explicar o real por meio de um Llidlogo que se di entre o historiador e os testemunhos, os documentos, que cevidenciam 0 acontecido. Com base nesse didlogo 0 pesquisador explicita © real em movimento, a dinamica, as contradigdes, as mudangas e as permanéncias. A obra literdria nao tern o compromisso, nem a preocupagao ule explicar o real, nem tampouco de comprovar os fatos, Trata-se de uma criagdo, um “teatro mental”, como diz Costa Lima (1986), 0 que, por \lefinigao, implica o afastamento do real Segundo Sevcenko (1986), a literatura é, antes de mais nada, um produto artistico, porém com raizes no social. Nesse sentido a literatura pode falar ao historiador sobre a histéria que ndo ocorreu, sobre as possibilidades que ndo vingaram, sobre os planos que nao se concretizaram. Para 0 autor, mais do que dar um testemunho, ela revelaré momentos de tensdo. Assim, o historiador é atrafdo ndo pela realidade ¢ sim pela possibilidade, A leitura de textos literdrios, reservando as especificidades artisticas, pode nos oferecer pistas, referencias do modo de ser, viver eagir das pessoas, Didi @ piica de ensino do Histria 165

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