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O que o preocupa é a eventualidade dessa mudança ou dessa renovação que, para melhor ou
para pior, venha a prejudicar a aceitação plena, serena e desinteressada do fim inevitável.
"A leve pedra que um momento ergue/As lisas rodas do meu carro, aterra/ meu coração"
__O movimento que o faz avançar, arruína-lhe as esperanças que ele constrói, sempre
irrealizáveis, idealizadas, e por isso o movimento (dor=pedra) é doloroso, parte-lhe o coração
esperar pelo melhor.
__lisas: vida simples, a tal autodisciplina.
__Tudo quanto seja novo, melhor ou pior, tudo o que seja mudança ignora-a, despreza-a.
"Para melhor que seja, odeio e fujo./Deixem-me os deuses minha vida sempre sem renovar"
__Porque o que nunca muda, é algo certo, algo controlável, e o desconhecido é sempre pior
para quem tem medo de conhecer, por se ter protegido, fechando-se a ele.
__Recusa das paixões e do sofrimento exagerado.
__Ele quer que a vida passe por ele, sem que ele passe pela vida, pois se ele se deixar assim,
distante, eu não sofrerá mais, pelo menos não irá correr o risco de sofrer na vida a desilusão
que já sentiu e que tanto lhe marcou (a desilusão).
__Aceitação, contemplação com a Natureza, aprende a viver com ela que nunca muda, é algo
cíclico (o dia e a noite)
Estrutura Externa:
-Versos Brancos
-12 versos (3 Quadras)
- 9 versos decassilábicos
- 3 versos trissilábicos
Curiosidade: Relação da numerologia: Sendo o poema constituído por 3 Quadras (ou seja 4
versos), logo 4X3 = 12, sendo o n. 12 representativo dos 12 meses do ano.