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Bate Papo Olímpico 19: André Macieira Braga Costa,

de Belo Horizonte (MG)


2 de janeiro de 2013 às 23:04
O que a OBMEP representou na sua trajetória escolar?

André: A OBMEP foi fantástica para mim. Às vezes fico pensando como seria a minha vida se eu
não tivesse feito a prova em 2006. Provavelmente eu não teria encontrado a motivação que me fez
estudar e que me possibilitou obter os resultados que obtive. A OBMEP desenvolveu o meu gosto
por matemática. Antes de entrar para o meu primeiro PIC, eu não me interessava pela matéria. Mas
lá, me senti desafiado, pois assistia aulas sobre assuntos diferentes do que eu estudava no colégio.
Estudar esses conteúdos me motivou, e assim consegui desenvolver bastante minhas capacidades.
Mas isso foi só o começo, pois mais tarde a OBMEP me proporcionou a oportunidade de participar
do PECI. Lá, mesmo tendo estudado vários assuntos mais avançados que os da minha série na
escola, eu tomei um ''tapa'' grande, porque percebi que não sabia ''nada'' de matemática… Isso foi
ótimo para mim, pois me senti muito motivado a estudar ainda mais, principalmente porque eu
queria muito participar das olimpíadas internacionais. Acabou que deu certo.

Você poderia nos contar um pouco mais acerca dessas suas experiências na OBMEP, no PIC e
no PECI?

André: Ganhei minha primeira medalha de ouro na OBMEP em 2006 (com um pouco de sorte, para
dizer a verdade). Na época, eu não estudava nada de matemática, além do necessário para a escola.
Foi aí que fui convidado para participar do PIC, em 2007. Na época, o PIC não era organizado da
mesma forma que hoje, e quem montava as turmas era o coordenador regional, usando o critério que
quisesse. Dessa forma, por algum motivo, fui alocado em uma turma de alunos do ensino médio,
mesmo estando na 6ª série (atual 7° ano).

Nas primeiras aulas, eu não conseguia entender nada do que o professor falava sobre polinômios,
fatorações etc. Entretanto, isso me motivou a estudar sozinho para consegui acompanhar a turma.
Para isso, peguei livros de matemática de outras séries e comecei a estudar. Em menos de um ano,
aprendi praticamente toda a matéria de matemática do Ensino Fundamental e um pouco do Ensino
Médio também. Nesse mesmo ano, participei novamente da OBMEP (dessa vez bem mais
preparado) e ganhei outra medalha de ouro - dessa vez em primeiro lugar.

No ano seguinte, continuei estudando matemática do Ensino Médio, de modo que, quando terminei o
8° ano, já sabia praticamente toda a matemática ensinada no colégio. Novamente ganhei uma
medalha de ouro na OBMEP, em 2008. Foi então que, em 2009, fui convidado para participar do
PECI, um programa da OBMEP que treina alunos para disputar competições de matemática.

No começo, eu nem tinha certeza se queria participar do PECI, pois iria perder alguns feriados
viajando para estudar matemática, mas, por fim, decidi participar, e isso foi uma das escolhas mais
certas que já fiz na vida. Lá no PECI, já na minha primeira aula, percebi que eu estava muito aquém
do necessário para conseguir medalhas na OBM e para participar de olimpíadas internacionais. Mas,
tendo contato com outros ex-olímpicos, me senti motivado a buscar essas conquistas. Por isso passei
a estudar mais, só que com um foco totalmente diferente do que eu tinha antes. Extrapolei os
conteúdos da escola, me foquei muito mais nos conteúdos de olimpíadas, na resolução de problemas,
e os resultados logo vieram.

Já em 2009, consegui um ouro na OBM, coisa que antes do PECI me parecia impossível, pois sequer
passava da segunda fase nessa competição. Eu acreditava que a OBM era só para gênios e que eu
nunca ganharia nada - estava redondamente enganado.

No ano seguinte, continuei estudando em um ritmo ainda maior, e dessa forma, com muito estudo e
dedicação, foi que consegui ser selecionado para disputar a Olimpíada Internacional de Matemática
de 2011. Nela consegui uma medalha de prata, o que foi uma das maiores emoções da minha vida,
pois eu havia batalhado por aquilo por três anos.

Também disputei outras olimpíadas internacionais - as iberoamericanas de 2011 e 2012, e o


Romanian Master of Mathematics de 2012, obtendo respectivamente um bronze, uma prata e uma
menção honrosa.

Que legado você acha que todas essas olimpíadas de matemática deixaram para a sua vida?

André: Acredito que as olimpíadas abriram caminho pra que eu pudesse desenvolver minha
capacidade matemática. Creio que quase todas as pessoas tenham capacidades diferenciadas, mas
elas precisam ser estimuladas e desenvolvidas. As olimpíadas me ajudaram muito a despertar e a
desenvolver essa minha capacidade. Além disso, nessas olimpíadas conheci muitas pessoas e fiz
ótimos amigos, e conheci lugares que provavelmente jamais conheceria, o que me ajudou a
desenvolver minha ''cultura'' e meus conceitos a respeito de várias coisas.

O que você pretende fazer em termos de faculdade e de carreira?

André: A minha trajetória em olimpíadas de matemática foi incrível e me rendeu muitas alegrias,
mas agora chegou ao fim e eu preciso escolher uma carreira. Devo provavelmente cursar engenharia
mecânica na UFMG, mas também pretendo fazer o mestrado em matemática oferecido pela
OBMEP/IMPA (o PICME).

O que você gosta de fazer para se divertir?

André: Gosto de jogar bola, sair com os amigos, conhecer novos lugares, e também gosto bastante
de ir pro interior e relaxar, ficar com a minha família.

Gostaria de deixar uma mensagem para os milhões de estudantes que vão fazer a 9ª OBMEP, em
2013?

André: você que sonha com uma premiação na OBMEP precisa acreditar em si mesmo e correr atrás
dos seus objetivos, pois quase nada na vida vem de graça. Uma premiação na OBMEP não cai do
céu, é fruto de muita dedicação aos estudos durante um longo período. Já para aqueles que podem
estar na dúvida se vale a pena estudar para uma olimpíada de matemática, eu garanto que vale - e
muito. Você terá seus horizontes ampliados, conhecerá novas pessoas e poderá evoluir bastante em
termos de conhecimentos. É uma oportunidade que qualquer um que tenha uma pequena afinidade
por matemática não deveria perder.

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