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Direito Constitucional
Obra organizada pelo Instituto IOB – São Paulo: Editora IOB, 2014. ISBN 978-85-63625-64-9
Gabarito, 230
Capítulo 1
Princípios Fundamentais
1. Preâmbulo da Constituição
Preâmbulo da Constituição – teorias da natureza jurídica do preâmbulo:
– Teoria da eficácia idêntica dos demais preceitos – A CF é formada por três
partes: a parte preambular, a parte dispositiva e a parte transitória. As
partes dispositivas e transitórias têm eficácia vinculante, de norma.
Segundo essa teoria, o preâmbulo constitucional teria eficácia normativa, as-
sim como a parte dispositiva e a parte transitória.
– Teoria da eficácia indireta: para esta teoria, o preâmbulo serve como bali-
zamento para a interpretação constitucional (Soft Law). O preâmbulo deve
ser analisado na sua estrutura e utilizado como balizamento normativo.
– Teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo: a função do preâmbulo é
meramente sociológica, não servindo como ferramenta de interpretação
jurídica. Exemplo: expressão “sob a proteção de Deus” – utilizada por
todas as Constituições Estaduais, exceto a do Acre.
Na ADIn nº 2.076, de relatoria do Min. Carlos Velloso, o STF decidiu pela irrele-
vância jurídica do preâmbulo, adotando a tese de que não possui relevância jurídica.
A doutrina, de maneira consistente, segue a tese da eficácia indireta, de Soft
Law, o que pode ser discutido em uma prova discursiva.
Exercício
1. (Cespe – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2011) A respeito da
estrutura da Constituição Federal de 1988 e das Constituições Estaduais,
julgue o item seguinte:
O preâmbulo da CF é uma norma de reprodução obrigatória nas Constitui-
ções Estaduais.
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2. Elementos da Constituição
Exercício
2. (TRT-23ª Região – Juiz – 2011) A respeito da classificação das constituições
e dos elementos que são revelados pela estrutura normativa da Constituição
(teoria da categoria dos elementos constitucionais), de acordo com a doutri-
na, assinale qual das alternativas abaixo contém uma afirmação falsa:
a) Elementos orgânicos são as normas que regulam a estrutura e organi-
zação do Estado e do Poder.
b) Elementos de estabilização constitucional são os que se acham con-
substanciados nas normas que estabelecem regras de aplicação das
constituições, como o preâmbulo e as disposições constitucionais tran-
sitórias.
c) Elementos limitativos correspondem às normas que consubstanciam o
elenco dos direitos democráticos e dos direitos fundamentais do ho-
mem e respectivas garantias constitucionais.
d) As constituições podem ser classificadas como materiais ou formais
(quanto ao conteúdo), escritas ou não escritas (quanto à forma) e dog-
máticas ou históricas (quanto ao modo de elaboração), dentre outras
classificações mencionadas na doutrina.
e) Elementos socioideológicos consubstanciam-se nas normas que reve-
lam o caráter de compromisso das constituições modernas entre o Es-
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Exercício
3. (2013 – TJ – Juiz – SC) Com base nas proposições abaixo, assinale a alterna-
tiva correta:
I. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Esta-
dos e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a prevalência
dos direitos humanos; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o
pluralismo político.
II. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
20 Direito Constitucional
Exercício
4. (Cespe – 2013 – CNJ – Analista Judiciário) Acerca dos princípios fundamen-
tais da Constituição Federal de 1988, julgue o item que segue:
“A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais,
pelos seguintes princípios: independência nacional; prevalência dos direitos
humanos; autodeterminação dos povos; não intervenção; igualdade entre os
Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo
e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; e
concessão de asilo político.”
Exercício
5. (2013 – TRT 15ª Região – Juiz do Trabalho) Uma das características do cons-
titucionalismo social é a integração de normas trabalhistas ao texto constitu-
cional. No que se refere ao Brasil, a atual Constituição não expressa que:
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6. Fases do Constitucionalismo –
Contemporâneo e do Futuro
Exercício
6. (2013 – MP – Promotor Substituto – PR) Qual alternativa que define de modo
mais adequado a denominação que o constitucionalismo moderno atribui
ao fenômeno pelo qual se opera a alteração do conteúdo e do alcance das
normas constitucionais pela via informal, sem alteração do texto normativo?
a) Repristinação constitucional.
b) Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto.
c) Recepção constitucional.
d) Mutação constitucional.
e) Modulação constitucional.
Exercício
7. (Cespe – 2013 – Polícia Federal – Delegado de Polícia) No que se refere à
Constituição Federal e ao poder constituinte originário, julgue o item subse-
quente:
“No sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do poder
em uma sociedade.”
Exercício
8. (Cespe – 2013 – STF – Analista Judiciário) Acerca do conceito de Constitui-
ção e da interpretação das normas constitucionais, julgue o item a seguir:
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“Para Peter Häberle, jurista alemão cujo pensamento doutrinário tem in-
fluenciado o direito constitucional brasileiro, a constituição deve correspon-
der ao resultado, temporário e historicamente condicionado, de um proces-
so de interpretação levado adiante na esfera pública por parte dos cidadãos
e cidadãs.”
Exercício
9. (Cespe – DPE/MA – Defensor Público – 2011) O art. 102, caput, da CF dispõe
que compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, o que impli-
ca dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para impedir que se desrespeite a
Constituição como um todo, e não para com relação a ela, exercer o papel
de fiscal do poder constituinte originário, a fim de verificar se este teria, ou
não, violado os princípios de direito suprapositivo que ele próprio havia in-
cluído no texto da mesma CF.
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Exercício
10. (Cespe – AL/ES – Procurador – 2011) No que se refere à interpretação das
normas constitucionais e ao poder constituinte originário e derivado, assina-
le a opção correta:
a) Tem-se a aplicação do denominado princípio da correção funcional
quando, por meio da interpretação de algum preceito, busca-se não
deturpar o sistema de repartição de funções entre os órgãos e pessoas
designados pela CF.
b) O poder constituinte originário, por sua própria natureza, não pode
decorrer da atuação de uma única pessoa ou de um grupo restrito de
pessoas, sem a intervenção de um órgão de representação popular.
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Exercício
11. (Cespe – Serpro – Analista – 2013) Á luz do direito constitucional, julgue o
item a seguir:
“Tendo em vista a possibilidade de alteração de seu texto por meio de emen-
da, a Constituição Federal de 1988 é classificada como semirrígida, apesar
de possuir um núcleo imutável, também chamado de cláusulas pétreas.”
Exercício
12. (PC/MG – Delegado de Polícia – 2011) A Constituição é um conjunto siste-
mático e orgânico de normas que visam concretizar os valores que corres-
pondem a cada tipo de estrutura social. Assim sendo, em sentido material,
pode-se conceituar um texto constitucional como:
a) Um ato unilateral do Estado, cuja fonte tem origem na sua estrutura
organizacional, no seu sistema e na sua forma de governo.
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Exercício
13. (Instituto Cidades – DPE/AM – Defensor Público – 2011) A respeito do con-
ceito e da classificação da Constituição, é correto afirmar que:
a) A Constituição, na clássica definição de Lassalle, é a decisão política
fundamental de um povo, insculpida em um texto normativo que goza
de superioridade jurídica frente às demais normas constitucionais.
b) Para Carl Schimit, a Constituição é a norma jurídica fundamental do
ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade para as de-
mais normas jurídicas.
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Exercício
14. (Vunesp – TJ/SP – Advogado – 2013) Considerando a doutrina do direito
constitucional prevalente a respeito das classificações das constituições, ten-
do em vista seus variados aspectos, assinale a alternativa que apresenta clas-
sificações corretas referentes à Constituição Federal brasileira vigente:
a) Constituição rígida e ideológica.
b) Constituição analítica e formal.
c) Constituição garantida e histórica.
d) Constituição finalística e substancial.
e) Constituição dualística e super-rígida.
Capítulo 3
Normas Constitucionais
Normas constitucionais são normas jurídicas que são por assim dizer imperativos
categóricos de conduta. As normas jurídicas são mandamentos, prescrições de
como devem ser os comportamentos.
Todas as normas constitucionais são juridicamente obrigatórias. A Constitui-
ção não aconselha, ela impõe; é o caráter imperativo das normas constitucionais.
As normas constitucionais têm um caráter especial na ordem jurídica e possuem
quatro peculiaridades: superioridade hierárquica, linguagem aberta, conteúdo es-
pecífico e caráter político.
Superioridade hierárquica ou supremacia das Normas Constitucionais sig-
nifica que as normas constitucionais estão acima de qualquer outra norma
jurídica. Todas as normas infraconstitucionais devem respeitar as normas cons-
titucionais.
Sob o ponto de vista hierárquico normativo, as normas constitucionais são de
mesma hierarquia, ou seja, sob o ponto de vista do posicionamento no escalão
normativo da ordem jurídica, todas as normas estão no mesmo nível. Linguagem
aberta: não são todas as normas da Constituição que possuem uma linguagem
aberta. Entende-se por linguagem aberta quando o sentido da norma não está
predefinido, mas sim está aberto a constantes evoluções. Dificilmente, você irá
encontrar linguagem aberta em algum código.
Conteúdo Específico: as normas constitucionais têm um conteúdo próprio,
típico. Este conteúdo é o funcionamento dos direitos fundamentais. A Consti-
tuição é a lei que disciplina o funcionamento do poder político, estruturando o
Estado, estruturando os poderes, trazendo os princípios que regem o Estado e
que elenca os direitos fundamentais que são os limites ao próprio poder.
32 Direito Constitucional
As normas de eficácia plena (1) e de eficácia contida (2) têm como elemento
comum a autoaplicabilidade, pelo fato de não dependerem de complemento. E
tem como ponto diferenciador, a possibilidade de sofrerem restrições, visto que as
normas de eficácia plena (1) não sofrem restrição, enquanto as normas de eficácia
contida (2) podem sofrer restrições.
Já as normas de eficácia limitada (3) e aplicabilidade mediata são normas não
autoaplicáveis, ou seja, dependem de algum tipo de complemento e, enquanto
não surgir este complemento, ela não será eficaz.
Exercício
15. O dispositivo constitucional que afirma que “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei” é uma norma
constitucional de eficácia contida?
Capítulo 4
Reforma da Constituição
Exercício
16. (FCC – 2012 – TRT 18ª Região – Juiz do Trabalho) A doutrina do poder cons-
tituinte foi elaborada na obra:
a) O Espírito das Leis, de Montesquieu.
b) O contrato social, de Jean Jacques Rousseau.
c) Leviatã, de Tomas Hobbes.
d) O que é o terceiro Estado?, de Emmanuel Joseph Sieyès.
e) Segundo Tratado sobre o Governo Civil, de John Locke.
Exercício
17. (UFPR – 2013 – TJ/PR – Juiz) Quais são as características fundamentais do
poder constituinte originário?
a) Inicial, limitado e incondicionado.
b) Inicial, ilimitado e condicionado.
c) inicial, ilimitado e incondicionado.
d) derivado, limitado e condicionado.
Exercício
18. (PC/MG – 2008 – Delegado de Polícia) Com base na Teoria Geral do Poder
Constituinte, podemos entender como poder institucionalizado:
a) Todo poder imposto a um grupo de indivíduos sem que se possa distin-
guir efetivamente quem o exerce.
b) Todo poder individualizado que motiva os distintos regimes políticos.
c) Todo poder que consiste em uma operação jurídica que nasce de deter-
minado fato ou fenômeno social.
d) Todo poder que emana do povo e em seu nome deve ser exercido.
Direito Constitucional 39
Exercício
19. (EBSERH – 2013 – Advogado – IBFC) Assinale a alternativa incorreta:
a) Sobre as características do Poder Constituinte Originário, pode-se dizer
que ele é inicial, autônomo, limitado juridicamente, incondicionado e
soberano na tomada de suas decisões.
b) A manifestação do Poder Constituinte Reformador verifica-se através
das emendas constitucionais.
c) O Poder Constituinte derivado reformador é aquele que instaura uma
nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica
precedente.
d) O Poder Constituinte derivado decorrente tem por missão estruturar a
Constituição dos Estados-membros.
Exercício
20. (Funcab – 2013 – PC/ES – Escrivão de Polícia) Quanto à Constituição da Re-
pública Federativa do Brasil de 1988, pode-se afirmar:
I – Adota o princípio da hierarquia das normas, assim as leis federais têm
maior valor que as leis estaduais e estas maior valor que as leis municipais.
II – É rígida, motivo pelo qual não pode ser alterada.
III – Caso haja aprovação em plebiscito, poderá ser objeto de deliberação de
proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado.
IV – Toda modificação constitucional, feita com desrespeito do procedimen-
to especial estabelecido ou de preceito que não possa ser objeto de emenda,
padecerá de vício de inconstitucionalidade.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II, III e IV.
b) II e III, apenas.
c) I e IV, apenas.
d) I, apenas.
e) IV, apenas.
6. Emenda Constitucional
por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada
um deles (art. 61, § 2º, da CF).
A CF não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de
defesa ou estado de sitio.
O procedimento para alterar a CF está disposto no § 2º do art. 60. A proposta
será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos res-
pectivos membros.
A emenda será promulgada pelas mesas da Câmara e do Senado, em sessão
conjunta, com o respectivo número de ordem. Não será objeto de deliberação a
proposta que abolir a forma federativa de Estado, voto direto, secreto, universal e
periódico, a separação dos poderes e aos direitos e garantias individuais.
Exercício
21. (FCC – 2013 – TRT 6 – Juiz do Trabalho) Em fevereiro de 2013, foi apre-
sentada Proposta de PEC à Câmara dos Deputados, objetivando modificar
“forma e os requisitos de investidura dos Ministros do STF”. Do relatório de
conferência de assinaturas, extraiu-se que referida PEC foi subscrita por 166
dos 513 Deputados Federais. Nessa hipótese, a PEC em questão:
a) Não atende à exigência constitucional relativa à apresentação de pro-
postas de emenda à Constituição por iniciativa de membros das Casas
do Congresso Nacional.
b) Possui vício de iniciativa, vez que a matéria relativa à organização do
Poder Judiciário é de iniciativa exclusiva dos órgãos daquele Poder e,
nesse caso específico, do STF.
c) Deveria iniciar seu trâmite pelo Senado Federal, uma vez que apenas
propostas de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores têm início na Câmara dos Deputados.
d) Versa sobre matéria vedada à atuação do poder de reforma constitucio-
nal, por implicar ofensa ao princípio da separação de poderes.
7. Cláusulas Pétreas
A essência está no fato de não poderem ser suprimidas ou reduzidas pela von-
tade do legislador, o que não significa que não possam ter seu alcance expandido.
Há proteção quanto às matérias, não podendo ser minimizadas, assegurando
a continuidade do processo democrático, pois não se trata de impor direitos a
gerações futuras, mas de manter direitos para a própria estabilidade do regime
democrático.
A Teoria da Dupla Revisão dispõe que há cláusulas implícitas e explícitas e defen-
de que seria possível alterar uma cláusula pétrea desde que fizesse duas alterações:
retirar o dispositivo previsto como cláusula pétrea e depois por outra EC instituir
outro dispositivo contrário. Porém, a doutrina majoritária não adota esta teoria.
Exercício
22. (MP/PR – 2013 – Promotor Substituto) Assinale a incorreta:
a) A matéria de proposta de EC rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
b) A CF poderá ser emendada mediante proposta de mais da metade das
Assembleias Legislativas da Federação, manifestando-se, cada uma de-
las, pela maioria relativa de seus membros.
c) A proposta de EC será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em 2 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em am-
bos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
d) Sem que se possa rotular de interferência do Judiciário sobre a ativida-
de legislativa, é doutrinariamente admissível o controle jurisdicional da
observância de restrições que o constituinte originário impôs ao poder
constituído, no tocante à EC.
e) Ressalvadas as expressas vedações constitucionais, que proíbem a deli-
beração sobre propostas de EC que objetivem abolir a forma federativa
do Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de
poderes e os direitos e garantias individuais, todos os demais pontos da
CF podem ser emendados
Exercício
23. (Cespe – 2013 – TRT 10 – Técnico Judiciário) Julgue o item seguinte, relativo
à organização político-administrativa e à administração pública, consideran-
do o disposto na CF e a interpretação doutrinária sobre a matéria:
“O poder constituinte estadual classifica-se como decorrente, em virtude de
consistir em uma criação do poder constituinte originário, não gozando
de soberania, mas de autonomia.” Certa ou Errada?
Exercício
24. (TRE/PE – Analista Judiciário – 2011 – FCC) O Poder Constituinte derivado
decorrente consiste:
a) No estabelecimento da primeira Constituição de um país.
b) Na possibilidade de alterar-se o texto constitucional do país, respeitando-
-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal.
c) Na possibilidade dos Estados-membros de se auto-organizarem através
de suas Constituições Estaduais próprias, respeitando as regras limitati-
vas da Constituição Federal.
d) No estabelecimento de uma Constituição posterior de um velho país.
e) No fato de não estar sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar
a sua vontade.
Exercício
25. (TJ/CE – Titular de serviços de notas e registros – 2011 – Ieses) Leia atenta-
mente as proposições abaixo e assinale a que se apresentar correta:
a) O Poder Constituinte Inicial, por romper completamente com a ordem
jurídica anterior, é ilimitado absoluto e arbitrário.
b) Acerca da história do constitucionalismo, é correto afirmar que Karl
Loewenstein identificou indícios do seu surgimento entre os hebreus
durante a Antiguidade, por ter lá encontrado certas limitações ao Poder
Político, mormente aquelas que asseguravam aos profetas a legitimida-
de para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites
bíblicos.
c) A elaboração da Lei Orgânica, pelo Município, pode ser considerada
manifestação do poder constituinte decorrente, também conferido aos
Estados-membros da Federação.
d) O sistema constitucional vigente criou a figura do poder constituinte
derivado revisor, cuja manifestação, prevista no art. 3º, do ADCT, deve
ocorrer a cada dez anos, visando manter atual o texto da Constituição.
Exercício
26. (TRT/3ª Região – Juiz – 2012 – TRT/3ª Região) Assinale a opção correta, após
a análise das afirmativas abaixo:
I – A manifestação do Poder Constituinte Reformador verifica-se por meio
das emendas constitucionais. Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado, o voto direto, se-
creto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias
individuais.
II – A proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada
não pode ser objeto de nova proposta de emenda.
III – A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: de um terço,
no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal,
do Presidente da República, de mais da metade das Assembleias Legislativas
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
absoluta de seus membros.
IV – A revisão constitucional deve ser votada pela maioria absoluta do Con-
gresso Nacional e esta revisão não pode versar sobre: a forma federativa de
Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes
e os direitos e garantias individuais, também não pode substituir integral-
mente a Constituição, não pode dizer respeito a mais de um dispositivo, a
não ser que tratem de modificações correlatas e também não pode contra-
riar a forma republicana de Estado e o sistema presidencialista de governo.
Assinale a opção correta, após a análise das afirmativas abaixo:
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.
Capítulo 5
Direitos e Garantias
Fundamentais
1. Art. 5º, I
Verifica-se do art. 5º, caput, da CF, a importância dada pelo constituinte à igual-
dade, corolário do previsto inciso I do citado artigo, de que homens e mulheres
são iguais em direitos e obrigações.
Não há que se falar apenas em igualdade formal, mas também em igualdade
substancial. A igualdade formal consiste em tratar os iguais de maneira igual e a
igualdade substancial consiste em tratar os desiguais de maneira desigual.
Os direitos fundamentais fazem parte de uma relação verticalizada, são atri-
buídos pelo Estado aos indivíduos que se utilizam destes direitos, inclusive para se
proteger do Estado. Na década de 1950, se passou a falar na eficácia horizontal
dos direitos fundamentais, ou seja, a relação dos direitos fundamentais entre par-
ticulares. Recentemente, fala-se na eficácia diagonal dos direitos fundamentais,
pois até na relação entre particulares há desigualdade, e havendo uma equipara-
ção dos direitos fundamentais as partes se igualariam. Exemplos de aplicação da
eficácia diagonal dos direitos fundamentais podem ser vistos no âmbito do direito
laboral e do consumidor, resguardando a igualdade no seu aspecto substancial ao
tratar desigualmente os desiguais.
É possível que a legislação infraconstitucional trate sobre a igualdade de
gêneros, ou estabelecer diferenças aos gêneros, desde que respeite a CF.
Exercício
27. (Telebras – Nível Superior – 2013 – Cespe) Acerca dos princípios fundamen-
tais e dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal
de 1988, julgue o item seguinte:
“A proteção do mercado de trabalho da mulher por meio de incentivos es-
pecíficos a serem estabelecidos em lei constitui exceção à regra constitucio-
48 Direito Constitucional
Exercício
28. (Polícia Federal – Escrivão da Polícia Federal – 2013 – Cespe) A respeito dos
direitos e garantias fundamentais, julgue o seguinte item, de acordo com as
disposições da Constituição Federal de 1988 (CF):
“Considere que a Polícia Federal tenha recebido denúncia anônima a res-
peito de suposta prática delituosa inserida em seu âmbito de investigação.
Nessa situação, o órgão não poderá investigar, visto que a CF veda expressa-
mente o anonimato e a consequente deflagração da persecução penal com
fundamento na referida denúncia anônima.”
Exercício
29. (TCE/AP – Técnico de Controle Externo – 2012 – FCC) Em relação á liberdade
de crença, estabelece a Constituição que:
a) O Estado brasileiro, por ser laico, não pode prestar assistência religiosa
em entidades de internação coletiva.
b) Uma pessoa perderá o direito caso alegue motivo de crença religiosa
para se livrar do cumprimento de obrigação a todos imposta e se opo-
nha a cumprir prestação alternativa.
c) A garantia do livre exercício dos cultos religiosos não abrange a prote-
ção do estrangeiro por motivos de segurança nacional.
d) As igrejas, para professarem seus cultos, dependem de autorização ad-
ministrativa, a qual será negada a instituições que utilizam a prática de
curandeirismo.
e) As igrejas, para serem proprietárias de bens imóveis, devem adquirir
personalidade jurídica que as equipare às fundações.
Exercício
30. (TRT/CE – Técnico Judiciário – 2012 – FCC) Roberto, artista plástico, retratou
em quadro a realidade de determinada comunidade carente do país. Segun-
do a Constituição Federal, Roberto poderá exibir sua obra de arte:
a) Mediante prévia autorização do poder judiciário de onde estiver locali-
zada a comunidade retratada.
b) Mediante prévio preenchimento de requerimento de inscrição de exibi-
ção no cadastro nacional de obras de arte.
c) Mediante prévia autorização do Poder Executivo de onde estiver locali-
zada a comunidade retratada.
d) Mediante prévia autorização do Poder Legislativo de onde estiver loca-
lizada a comunidade retratada.
e) Independentemente de censura e de licença da autoridade pública.
5. Art. 5º, XI
Inciso XI – A casa, por ser asilo inviolável do indivíduo, tem conceito doutrinário
amplo, pois quanto maior for sua amplitude de possibilidades, maior sua prote-
ção. O escritório de advocacia, o consultório de médico, por exemplo, nas partes
em que não forem abertos ao público, também são considerados casa. O con-
ceito de casa é para todo local que tenha caráter de descanso, de refúgio e asilo.
A proteção da casa é regra, mas existem exceções, como em situações de
desastre, prestação de socorro, flagrante delito ou determinação judicial. Entre-
tanto, na hipótese de ordem judicial, para que se possa adentrar a casa deve
ocorrer no período diurno. Os critérios para definição do que seria esse período
podem ser: cronológico (das 06:00 às 18:00); físico-astronômico auferido mete-
reologicamente (da aurora ou nascer do sol até o crepúsculo ou pôr do sol); misto
(visa conciliar os dois critérios anteriores, das 06:00 desde que o sol já tenha nas-
Direito Constitucional 51
cido e até 18:00, salvo se o sol já tiver se posto). Há decisões escassas com relação
aos critérios e a doutrina é divergente.
Exercício
31. (OAB – Exame de Ordem Unificado – 2012 – FGV) A Constituição assegura,
entre os direitos e garantias individuais, a inviolabilidade de domicílio, afir-
mando que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem o consentimento do morador” (Art. 5º, XI, da CRFB). A esse
respeito, assinale a alternativa correta:
a) O conceito de casa é abrangente e inclui quarto de hotel.
b) O conceito de casa é abrangente, mas não inclui escritório de advocacia.
c) A prisão em flagrante durante o dia é um limite a essa garantia, mas
apenas quando houver mandado judicial.
d) A prisão em quarto de hotel obedecendo a mandado judicial pode se
dar no período noturno.
Exercício
32. (MP/SP) Promotor de Justiça – 2010 – Assinale a alternativa correta em rela-
ção à interceptação de comunicações telefônicas:
a) Não será admitida se a prova puder ser feita por outros meios disponíveis.
b) Pode ser deferida para a investigação de infrações penais púnicas com,
no máximo, detenção.
c) Deve ser concluída no prazo de 10 (dez) dias prorrogável por igual
período.
d) Somente é admitida no curso de uma investigação criminal.
Exercício
33. (TRT – Técnico Judiciário) Considere as seguintes normas constitucionais e
identifique quais são normas de eficácia limitada e quais são normas de
eficácia contida.
I – A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando a formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
II – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém podendo nela penetrar
Direito Constitucional 53
Exercício
34. (OAB – Exame de Ordem Unificado) – A Constituição declara que todos podem
54 Direito Constitucional
Exercício
35. (FCC – TRT-6ª Região – 2013 – Juiz do trabalho) A Constituição da República
prevê, como mecanismo atrelado ao cumprimento da função social da pro-
priedade, a:
a) Impossibilidade absoluta de desapropriação da pequena e média pro-
priedade rural, para fins de reforma agrária.
b) Desapropriação para fins de reforma agrária, mediante indenização em
títulos da dívida pública, de glebas em que localizadas culturas ilegais
de plantas psicotrópicas.
c) Instituição de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
Direito Constitucional 55
Exercício
36. (FCC – TJ-PE – 2012 – Analista Judiciário – Contabilidade) Lúcio, Amélia e
Tito, respectivamente, pai, mãe e filho, são lavradores na pequena Cidade
de Amambaí, Estado do Mato Grosso do Sul, e sozinhos, sem a ajuda de
funcionários, cultivam soja na sua pequena propriedade rural, assim definida
em lei. Lúcio investiu todas as suas economias pessoais na compra de uma
máquina específica para ajudar sua família na colheita da soja, acreditando
que seria farta e que a máquina lhes traria um excelente resultado econômi-
co. Porém, ocorreu uma geada que estragou toda a plantação, deixando Lú-
cio sem condições de saldar seus débitos vencidos decorrentes da atividade
produtiva, sendo processado judicialmente. Nesse caso, a referida pequena
propriedade rural:
a) Será penhorada, porém, o Juiz limitará a penhora à parte de proprieda-
de de Lúcio, pois Amélia e Tito não compraram a máquina.
b) É penhorável sempre porque deve garantir o pagamento integral das
56 Direito Constitucional
Exercício
37. (FCC – 2012 – TRE – Analista Jurídico – CE) Roberval, brasileiro, ficou viúvo,
pois sua esposa Amália, holandesa e que não tinha filhos, faleceu na Escócia
durante um passeio turístico, cujo ascendente paterno, Arquimedes, reside
na Espanha e sua ascendente materna, Hilda, reside na França. Amália era
proprietária de três imóveis no Brasil e, segundo a CF, a sucessão dos seus
bens será regulada, no caso, pela lei:
a) Francesa em benefício de Roberval, pois prevalece o domicílio de Hilda.
Direito Constitucional 57
Exercício
38. (FCC – 2012 – TRE – Técnico Judiciário – PR) A Constituição da República
assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas:
58 Direito Constitucional
Exercício
39. (FGV – 2012 – OAB – Exame de Ordem) Durante competição esportiva (cam-
peonato estadual de futebol), o clube “A” foi punido com a perda de um
ponto em virtude de episódios de preconceito por parte de sua torcida. Com
essa decisão de primeira instância da justiça desportiva, o clube “B” foi de-
clarado campeão naquele ano.
O clube “A” apresentou recurso contra a decisão de primeira instância. An-
tes mesmo do julgamento desse recurso, distribuiu ação ordinária perante a
Justiça Estadual com o objetivo de reaver o ponto que lhe fora retirado pela
Justiça arbitral. Diante de tal situação, é correto afirmar que:
a) Como o direito brasileiro adotou o sistema de jurisdição una, tendo o
Poder Judiciário o monopólio da apreciação, com força de coisa julga-
da, de lesão ou ameaça a direito, é cabível a apreciação judicial dessa
matéria a qualquer tempo.
b) As decisões da Justiça Desportiva são inquestionáveis na via judicial,
uma vez que vige, no direito brasileiro, sistema pelo qual o Poder Judi-
Direito Constitucional 59
ciário somente pode decidir matéria para as quais não exista tribunal
administrativo específico
c) Como regra, o ordenamento vigente adota o Princípio da Inafastabili-
dade da Jurisdição (art. 5º, XXXV, da CF); todavia, as decisões da Justiça
Desportiva consubstanciam exceção a essa regra, já que são insindicá-
veis na via judicial.
d) O Poder Judiciário pode rever decisões proferidas pela Justiça Desporti-
va; ainda assim, exige-se, anteriormente ao ajuizamento da ação cabí-
vel, o esgotamento da instância administrativa, por se tratar de exceção
prevista na CF.
Exercício
40. (Cespe – 2013 – Polícia Civil – Escrivão – DF) À luz da Constituição Federal de
1988, julgue o item que segue, acerca de direitos e garantias fundamentais:
“Uma lei complementar não pode subtrair da instituição do júri a competên-
cia para julgamento dos crimes dolosos contra a vida.”
O inciso XXXIX, do art. 5º, da CF, informa que não há crime sem lei anterior que
o defina, nem pena sem prévia cominação legal, ou seja, trata-se do Princípio da
Legalidade.
Importa a análise conjunta com o art. 5º, II, da CF,
O primeiro enfoque deste princípio é o da autonomia privada, que possibilita
fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.
Num segundo enfoque, vale a análise destacando a supremacia do interesse
público sobre o privado para a Administração Pública.
Assim, encontramos o Princípio da Legalidade no âmbito privado, ou seja, a
legalidade sob a ótica da administração pública e o Princípio da Legalidade Penal
que tem atuação pautada na segurança jurídica.
O termo “lei anterior que o defina” do inciso XXXIX refere-se â lei em sentido
estrito, não envolvendo resoluções, lei delegada e, sequer, medida provisória.
O Princípio da Legalidade fundamenta-se em vetores, sendo o Princípio da
Reserva Legal e o Princípio da Taxatividade.
A ideia de taxatividade considera a existência de um preceito incriminador
que norteia ou veda uma conduta, estabelecendo uma pena para determinado
comportamento, sendo necessária a clareza do legislador.
Exercício
41. (Cespe – 2013 – PRF – Polícia Rodoviária Federal) Com relação aos princí-
Direito Constitucional 61
O inciso XL do art. 5º da CF dispõe que a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu.
O inciso XLI estabelece que a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais. Dessa forma, qualquer ato atentatório aos
direitos e garantias fundamentais deve ser coibido, seja por comando legislativo,
seja por meio de atos do Poder Judiciário.
O inciso XLII informa que a prática de racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
O inciso XLIII dispõe que a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por ele respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Importante ressaltar que, no inciso XLIIII, a lei não fala em crimes inafiançáveis
e imprescritíveis. O examinador costuma misturar com o inciso XLII.
Exercício
42. (FCC – 2013 – Defensoria Pública – Oficial de Defensoria Pública) Nos termos
da Constituição Federal brasileira, detém as características de inafiançável e
imprescritível os crimes descritos em:
I – Tortura;
II – Terrorismo;
III – Racismo;
IV – Ação de grupos armados (civis ou militares) contra a ordem constitucio-
nal e o Estado Democrático.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I e IV, apenas.
62 Direito Constitucional
O inciso XLIV dispõe que constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
pos armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
O referido inciso trata-se de prolongamento da proibição às associações de
caráter paramilitar previsto no art. 5º, XVII, da CF, bem como o direito de reunião
pacífica e sem armas do art. 5º, XVII, da CF.
O objetivo do legislador foi evitar a formação de grupos, milícias e outros órgãos
de caráter paramilitar, que se apoiem em questões fundamentalistas, separatistas.
A Lei nº 7.170/1983 (Lei de Segurança Nacional) previu os crimes que lesam
ou expõem a perigo de lesão a integridade territorial e a soberania nacional.
Quanto ao inciso XLV, a disposição é a de que nenhuma pena passará da pes-
soa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
Exercício
43. (FCC – 2013 – MP – Analista – SE) Após 30 anos do cometimento de crime
praticado por grupo civil armado contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático foram os autores finalmente identificados, tendo sido proposta
a ação penal em face dos criminosos. Nesse caso:
a) Não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constituiu crime
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático.
b) Não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constitui crime
imprescritível, além da tortura, a ação de grupos armados, civis ou mili-
tares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
c) Não poderá ser decretada a prescrição, uma vez que constitui crime
imprescritível, além do terrorismo, a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
d) Poderá ser acolhida a prescrição caso esteja configurada, uma vez que,
em razão do princípio da segurança jurídica, não há crime imprescritível.
Direito Constitucional 63
Exercício
44. (INSS – Perito Médico Previdenciário – 2012 – FCC) Segundo previsão expres-
sa da Constituição Federal, a pena de morte:
a) Não é admitida, em nenhuma hipótese.
b) É admitida no caso de crimes hediondos.
c) Poderá ser substituída pela pena de banimento, no caso de crimes con-
tra a segurança nacional.
d) É admitida no caso de guerra declarada.
e) É admitida desde que não cause sofrimento ao condenado.
Exercício
45. (OAB – Exame da Ordem Unificado – 2012 – FGV) João, residente no Brasil
há cinco anos, é acusado em outro país de ter cometido crime político. Nesse
caso, o Brasil:
a) Pode conceder a extradição se João for estrangeiro.
b) Pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e tiver
cometido o crime antes da naturalização.
c) Não pode conceder a extradição, independentemente da nacionalidade
de João.
d) Não pode conceder a extradição, apenas se João for brasileiro nato.
Exercício
46. (Vunesp – MPE-ES – 2013 – Promotor de Justiça) Assinale a alternativa cor-
reta:
a) Se houve o competente parecer do Tribunal de Contas, por se tratar
de ato político, pode ser dispensado o direito de defesa de prefeito no
julgamento de suas contas pela Câmara dos Vereadores.
b) Com base no princípio da autotutela, a anulação de ato administrativo
que haja repercutido no campo de interesses individuais pode dispensar
a observância do contraditório e da ampla defesa.
c) A denúncia genérica, que não descreve maneira adequada os fatos
imputados ao denunciado, viola o princípio do contraditório e da ampla
defesa.
d) Não é violadora do devido processo legal a sentença que condena o
réu, fundamentada exclusivamente em elementos obtidos no inquérito
policial.
e) A sustentação pelo advogado no julgamento do processo, após o voto
do relator, não afronta o devido processo legal.
Exercício
47. (FCC – TRT/12ª Região – 2013 – Técnico Judiciário) Sobre a disciplina das
garantias processuais na CF, considere:
I – O contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes,
são assegurados aos litigantes tanto em processo judicial como em processo
administrativo.
II – São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos, salvo
ratificação posterior pela autoridade judiciária competente.
III – Ninguém será processado senão pela autoridade competente.
IV – A publicidade dos atos processuais somente poderá ser restrita por lei
quando o interesse social exigir.
Está correto o que se afirma apenas em:
a) I e III.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Exercício
48. (Consulplan – TSE – 2012 – Técnico Judiciário) Perigosa quadrilha de nar-
cotraficantes em determinada cidade brasileira planeja executar uma série
de atentados, com real possibilidade de produzir mortes entre civis, com
o intuito de espalhar pânico nesta cidade. Gasparzinho, integrante da
facção criminosa é preso e, em interrogatório por meio da técnica do afo-
gamento simulado aplicada pela autoridade policial, confessa e fornece
detalhes sobre o plano terrorista. Tal fato possibilita a ação preventiva das
forças de segurança daquela unidade da federação que, assim, conse-
guem impedir a execução dos eventos. A respeito da situação descrita, é
correto afirmar que:
a) É amparada pela supremacia do interesse público.
b) Viola o princípio da individualização da pena.
c) Ponderando os bens jurídicos em oposição, é amparada pelo princípio
da proporcionalidade.
d) Viola o devido processo legal.
Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência
enquanto não for legalmente comprovada a sua culpa (art. 8º, II, do Pacto de São
José da Costa Rica). Há grande diferença entre a consagração da presunção da
inocência para o Pacto e para a CF, pois no âmbito do Pacto a presunção dura até
a demonstração legal da culpa do agente; no âmbito da CF, a presunção dura até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Prevalece o entendimento consagrado no art. 5º, LVII, da CF, de que a presun-
ção dura até o trânsito em julgado da sentença, pois é norma mais favorável e
maior asseguradora de direitos.
A ideia de in dubio pro reo é uma decorrência desta presunção de inocência,
ou seja, desdobramento do Princípio da Presunção de Não Culpabilidade.
Exercício
49. (Cespe – 2011 – STM – Analista Judiciário) No que concerne aos princípios
constitucionais do processo penal, julgue o seguinte item:
“O princípio da presunção de inocência está expressamente previsto na CF e
estabelece que todas as pessoas são inocentes até que se prove o contrário,
razão pela qual se admite a prisão penal do réu após a produção de prova
de demonstre sua culpa.” Certo ou Errado?
Exercício
50. (FGV – 2012 – OAB) Ticio está sendo investigado pela prática do delito de
roubo simples, tipificado no artigo 157 do CP. Concluída a investigação, o
Delegado envia os autos ao MP, a fim de que este tome as providências que
entender cabíveis. O Parquet após a análise dos autos decide pelo arquiva-
mento do feito, por falta de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo
com uma ação penal privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo
juiz da causa, que, no caso acima, agiu:
a) Erroneamente, tendo em vista a Lei processual admite a ação privada
nos crimes de ação pública quando esta não for intentada.
b) Corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação
penal privada subsidiária da pública.
c) Corretamente, já que a Lei não admite a ação penal privada subsidiária
da pública nos casos em que o MP não se mantém inerte.
d) Erroneamente, já que a Lei admite implicitamente, a ação penal privada
subsidiária da pública.
Exercício
70 Direito Constitucional
51. (FCC – 2012 – TRF 2ª – Analista Judiciário) Sebastião foi preso em flagrante
e levado pela autoridade policial para a Delegacia de Polícia mais próxima do
local do crime. Segundo a CF:
a) Se não houver familiar, Sebastião poderá indicar pessoa para que seja avi-
sada de sua prisão, aviso esse que será realizado pela autoridade policial
até 24 horas do crime, oficiando o juiz competente no prazo de 5 dias.
b) O juiz competente e a família apenas deverão ser avisados pela autori-
dade policial do local do crime, até 24 horas da prisão de Sebastião.
c) A família deverá ser avisada pela autoridade policial até 4 horas da pri-
são de Sebastião e o Juiz competente até 48 horas da prisão.
d) O juiz competente deverá ser avisado pela autoridade policial até 24
horas da prisão de Sebastião e a família no prazo de 48 horas.
e) A autoridade policial deve comunicar imediatamente o juiz competente
e a família do preso ou pessoa por ele indicada sobre a prisão e a dele-
gacia de policia para onde Sebastião foi levado.
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial para evitar casos de insegurança jurídica e em decorrência
ao devido processo legal (art. 5º, LXIV, da CF).
A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária diante
de uma hipótese de ilegalidade e afronta ao ordenamento jurídico (art. 5º, LX,
da CF).
Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberda-
de provisória, com ou sem fiança.
As medidas cautelares são instrumentos alternativos da prisão.
Exercício
52. (FCC – 2013 – TJ/PE – Juiz) No tocante à prisão no curso do processo e me-
didas cautelares:
a) Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado praticar nova infração
penal, ainda que culposa.
Direito Constitucional 71
Há um conflito normativo com o art. 7º, VI, do Pacto de São José da Costa Rica, e
o artigo da CF que diz que depositário infiel poderá ser preso, pois o Tratado diz
que ninguém deve ser detido por dívidas, salvo no caso de obrigação alimentar,
estabelecendo apenas uma e não duas exceções, ou seja, não estabelece exceção
no caso do depositário infiel como dispõe a CF.
Há um julgado do STF em que se reviu o posicionamento quanto à hierarquia
de tratados em nosso ordenamento, adotando o entendimento de que, com
o advento da EC nº 45/2004, os Tratados Internacionais sobre Direitos Huma-
nos terão força constitucional quando aprovados pelo procedimento de emenda
constitucional.
Diante desse paradigma, o STF editou a Súmula Vinculante nº 25 que vedou a
prisão civil do depositário infiel em qualquer modalidade de depósito, reafirman-
do o entendimento de que será permitida a prisão apenas em caso de obrigação
alimentícia.
Exercício
53. (FCC – 2012 – TRE/SP – Analista Judiciário) Suponha que num processo judi-
cial, após a constatação do desaparecimento injustificado de bem que estava
sob a guarda de depositário judicial, o Magistrado decretou prisão civil do
depositário. Considerando a jurisprudência do STF sobre a matéria, a prisão
civil foi decretada:
72 Direito Constitucional
a) Regularmente, uma vez que a essa pena está sujeito apenas o deposi-
tário judicial e não o contratual.
b) Regularmente, uma vez que a essa pena está sujeito o depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito.
c) Irregularmente, uma vez que a pena somente pode ser aplicada ao de-
positário infiel que assuma contratualmente o ônus da guarda do bem.
d) Irregularmente, uma vez que é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
qualquer que seja a modalidade do depósito.
e) Irregularmente, uma vez que é inconstitucional a prisão civil por dívida,
qualquer que seja seu fundamento.
Exercício
54. (Cespe – 2013 – Delegado de Polícia) No que diz respeito aos direitos funda-
mentais, julgue o item que se segue:
“Segundo o STF, caso o interessado alegue que a sentença condenatória te-
nha sido prolatada exclusivamente com fundamento em prova emprestada,
é possível a arguição de nulidade dessa decisão em sede de habeas corpus.”
Certo ou errado?
Exercício
55. (Funcab – 2013 – PC/ES – Delegado de Polícia) Quanto ao Mandado de Se-
gurança Individual, marque a resposta correta:
a) É ação de rito ordinário de que se pode utilizar pessoa física, jurídica
privada, jurídica pública nacional ou estrangeira ou qualquer entidade
que tenha capacidade processual para a proteção de direito líquido
certo e incontestável, amparado por HC ou HD, ameaçado ou violado
por ato ou fato oriundo de autoridade responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder.
b) É admitido como adequado para pleitear prestações indeterminadas,
genéricas, fungíveis ou alternativas.
c) É substitutivo de ação de cobrança.
d) A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impe-
de o uso de MS contra omissão de autoridade.
e) O pedido de reconsideração na via administrativa interrompe o prazo
para o MS.
Exercício
56. (MP/SC – 2013 – Promotor de Justiça) Analise o enunciado da questão e
assinale certo ou errado.
“Nos termos da Lei nº 12.016/09, não cabe MS contra os atos de gestão co-
mercial, praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade
de economia mista e de concessionárias de serviço público. E mais, não se
concederá MS quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo
com efeito suspensivo, independentemente de caução; de decisão judicial
da qual caiba recurso com efeito suspensivo; e de decisão judicial transitada
em julgado.”
Exercício
57. (FCC – 2012 – TRT 11ª Região – Analista Judiciário) O sindicato dos meta-
lúrgicos de determinada cidade, preocupado com a saúde dos trabalhadores
sindicalizados, resolveu impetrar mandado de segurança coletivo contra ile-
galidade da autoridade pública municipal, que determinou a continuidade do
trabalho em determinada indústria da região mesmo havendo sério risco de
contaminação por gases tóxicos. O referido sindicato poderá impetrar o man-
dado de segurança coletivo em defesa dos interesses de seus membros desde
que esteja legalmente constituído e em funcionamento há, pelo menos:
a) Um ano.
b) Dois anos.
c) Três anos.
d) Quatro anos.
e) Cinco anos.
O Mandado de Segurança Coletivo (art. 5º, LXX, da CF) pode ser impetrado por
partido político com representação no Congresso, por organização sindical, enti-
dade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
Direito Constitucional 77
Exercício
58. (FCC – TRE) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado:
a) Pela da Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, no uso de suas
atribuições, visando anular ato coator de seus membros.
b) Pelo Presidente da Câmara dos Deputados e pelo Presidente da Repú-
blica, nos interesses da sociedade brasileira, nos interesses da sociedade
brasileira, visando a revogação de ordem de autoridade coatora que
tenha violado a Constituição Federal.
c) Pelo Presidente do Senado Federal e pelo Procurador-Geral da Repúbli-
ca, no exercício de suas funções, nos interesses da sociedade brasileira,
objetivando a revogação de ordem de autoridade coatora em geral.
d) Por partido político com representação no Congresso Nacional e tam-
bém por organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados.
e) Pelos Presidentes dos TREs contra decisões do TST.
Para José Afonso da Silva, existem normas de eficácia plena que possuem
aplicabilidade imediata e integral, ou seja, valem desde o momento em que são
introduzidas no ordenamento jurídico, não podendo ser restringidas por legisla-
ção infraconstitucional.
As normas de eficácia contida também valem de imediato, mas podem ter sua
abrangência reduzida por meio de lei infraconstitucional, como se vê no art. 5º,
XIII, que trata da liberdade de exercício profissional.
Já as normas de eficácia limitada dividem-se em normas de princípio progra-
mático ou institutivo.
Exercício
59. (FCC– 2011 – TRE – Analista Judiciário – PE) De acordo com a Constituição
Federal brasileira, conceder-se-á mandado de injunção:
a) Para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autorida-
de pública.
b) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
c) Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo.
d) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à terceira pes-
soa, constantes de registros ou banco de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público.
e) Sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exer-
cício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas ineren-
tes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Conforme disposição do art. 5º, LXXI, da CF, o Mandado de Injunção será conce-
dido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades.
O Mandado de Injunção surgiu para sanar as omissões legislativas, criando
regulamentação para as normas constitucionais de eficácia limitada, porém, sua
Direito Constitucional 79
própria regulamentação carece de previsão legal. Por isso, tem-se aplicado a Lei
nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança) para concretização deste remé-
dio constitucional.
A corrente não concretista considera a decisão do Mandado de Injunção me-
ramente declaratória.
No caso da corrente concretista individual intermediária, defende que deve ser
fixado o prazo para o órgão competente criar a norma.
Para a corrente concretista individual pura, a natureza jurídica do Mandado
de Injunção é constitutiva.
A corrente concretista geral tem seus efeitos erga omnes; dessa forma, seus
efeitos são irradiados para todos os destinatários da norma omissa.
Exercício
60. (Cespe – 2011 – DPE – Defensor Público – MA) Acerca das ações constitucio-
nais, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência majoritária do
STF:
a) Em caso de omissão legislativa, cabe ao STF, em sede de mandado de
injunção, proferir sentença de perfil aditivo a fim de criar regulação
provisória pelo próprio Poder Judiciário.
b) Não é cabível a impetração de mandado de segurança por parlamentar
cujo objetivo seja o controle incidental de constitucionalidade
relacionado à válida elaboração das proposições normativas em curso
na respectiva casa legislativa.
c) O habeas corpus, destinado a garantir a liberdade de locomoção do
indivíduo, foi uma inovação da CF.
d) Não é cabível habeas corpus para impugnar os pressupostos da legali-
dade de punição disciplinar militar, ainda que não se questione o mérito
desta.
e) É cabível a impetração de mandado de injunção para conhecer as ra-
zões de foro íntimo que levem o juiz a declarar-se suspeito para julgar a
causa.
O art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, dispõe sobre a concessão de habeas data
como remédio constitucional capaz de assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou banco de dados de
entidades governamentais ou de caráter público.
É também previsto para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Inspirado no direito americano, a finalidade histórica do habeas data no Brasil
foi a de acessar os dados inerentes ao período do Regime Militar.
As hipóteses de cabimento do habeas data são taxativas e correspondem às
alíneas “a” e “b” do inciso LXXII, do art. 5º, da CF.
Além dessas duas hipóteses, há uma terceira previsão na lei regulamentadora
do habeas data, a Lei nº 9.507/1997, art. 7º.
Essa possibilidade diz respeito à anotação nos assentamentos do interessado
de contestação ou sobre dado verdadeiro justificável e que esteja sobre pendên-
cia judicial ou amigável.
Vale destacar que o habeas data possui natureza personalíssima; dessa for-
ma, o Ministério Público não tem legitimidade ativa para o manejo da figura do
habeas data.
Ponto em debate na doutrina trata-se da legitimidade superveniente dos her-
deiros, recaindo sobre sua natureza personalíssima e o STJ acenou em sentido
favorável – Habeas Data nº 147/DF.
Para o manejo de habeas data, é necessário que a petição inicial seja instruída
com a prova da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de 10
dias sem decisão.
Nesse sentido, a Súmula nº 2, do STJ, entende que não caberá habeas data
se não houver a recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
Exercício
61. (Cespe – 2013 – Polícia Federal – Delegado de Polícia) No que se refere ao
habeas corpus, julgue o item seguinte:
“De acordo com o STJ, o habeas data é instrumento idôneo para a obtenção
de acesso aos critérios utilizados em correção de prova discursiva em concur-
sos públicos.”
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
A ação popular está regulamentada na Lei nº 4.717/1965. Doutrinariamente,
pode ser considerada como mecanismo da soberania popular, embora não conste
expressamente da lei. Cidadão é aquele que tem em dia seus direitos políticos, ou
seja, o nacional que tem título de eleitor (conceito mais restrito). Em regra, o MP
não tem legitimidade para ingressar com ação popular, exceto nos casos em que
o autor desistir da ação.
No inciso LXXIV, temos que o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
Pelo inciso LXXV, o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Pelo inciso LXXVI, são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma
da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito.
E, por fim, pelo inciso LXXVII, são gratuitas as ações de habeas corpus e ha-
beas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Exercício
62. (Cesgranrio – Petrobras – Advogado – 2011) A ação popular, prevista no art.
5º, LXXIII, da Constituição da República, pode ser ajuizada por (pelo):
a) Apátrida para anular ato praticado pelo Presidente da República.
b) Estrangeiro, residente no país, há pelo menos 10 anos, contra ato pra-
ticado por autarquia federal.
c) Ex-deputado federal, no gozo dos direitos políticos, para anular ato
praticado por sociedade de economia mista.
d) Associação legitimamente constituída e em funcionamento há, pelo
menos, um ano, em defesa de seus associados.
e) Ministério Público, para tutelar direitos difusos.
82 Direito Constitucional
Exercício
63. (Cespe – TRT/10ª Região – Analista Judiciário – 2013) À luz da Constituição
Federal de 1988, julgue o item a seguir, acerca dos direitos fundamentais:
“Considere que um indivíduo tenha sido denunciado por crime contra o pa-
trimônio há mais de dez anos e que, em razão da quantidade de processos
conclusos para sentença na vara criminal do município, ainda que não tenha
havido sentença em relação ao seu caso. Essa situação retrata hipótese de
flagrante violação ao direito fundamental à duração razoável do processo,
expressamente previsto na CF.”
Fundamentais
Exercício
64. (Funcab – MP/RO – Analista – 2012) A respeito dos direitos e garantias fun-
damentais previstos na Constituição Federal, assinale a alternativa correta:
a) Devem ser interpretados restritivamente.
b) Possuem aplicação imediata, isto é, dependem de regulamentação legal.
c) Somente podem ser revogados por lei complementar.
d) Somente podem ser revogados por emenda constitucional.
e) Não excluem direitos decorrentes dos tratados internacionais em que o
Brasil seja parte.
Exercício
65. (FCC – DPE/AM – Defensor Público – 2013) De acordo com a jurisprudência
atualmente predominante no Supremo Tribunal Federal, um tratado inter-
nacional de direitos humanos, ratificado na forma do artigo 5º, § 2º, da
Constituição Federal, possui força normativa equivalente à de norma:
a) Formalmente constitucional.
b) Legal ordinária.
c) Legal complementar.
d) Supralegal e infraconstitucional.
e) Regulamentar.
Direito Constitucional 85
O art. 5º, § 4º, da CF, dispõe que o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional, a cuja criação tenha manifestado adesão.
O Brasil se submete ao TPI desde setembro de 2002, mas ele foi criado pelo
Estatuto de Roma, em 1998. Este tribunal julga pessoas, e nunca Estados ou or-
ganismos internacionais.
O ordenamento jurídico brasileiro apresenta algumas divergências com o TPI,
como o art. 77, I, “b”, do Estatuto de Roma que autoriza a figura da prisão per-
pétua, mas no nosso ordenamento esta espécie de pena é vedada. Mas observe
que a chamada entrega não viola a não extradição do brasileiro nato, até porque
a entrega não configura extradição.
O TPI é complementar, ou seja, só age nos casos de insuficiência ou incapaci-
dade da jurisdição do país signatário.
No art. 5º, do Estatuto de Roma, temos as competências do TPI:
– genocídio (definição: art. 6º do Estatuto);
– crimes contra a humanidade (definição: art. 7º do Estatuto);
– crime de guerra (definição: art. 8º do Estatuto);
– crimes de agressão (definição: art. 5º, II, do Estatuto).
Capítulo 6
Direitos Sociais
1. Arts. 6º e 7º – Destinatários
DIREITOS SOCIAIS
Origem: revoluções sociais que culminaram com a Constituição Mexicana de
1917, Weimar de 1919. Como se percebe, esta dimensão dos Direitos Funda-
mentais é inerente ao Constitucionalismo Social.
Esta dimensão é marcada pela busca da igualdade material e não a formal, já
consagrada na primeira dimensão, pela qual todos são iguais perante a lei sem
levar em consideração as condições fáticas, materiais, enfim, a real desigualdade
existente entre as pessoas. Caracteriza-se pelo dever de atuação do Estado para
minorar a desigualdade material, devendo este assegurar o mínimo existencial
para promoção da dignidade humana.
Conteúdo destes direitos: econômico, social e cultural. É direito a ter prestações
jurídicas ou materiais, impondo um fazer para o Estado.
NORMATIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS NA CRFB/1988
Arts. 6º ao 11
Art. 6º Genéricos: reconhecido a todos.
Art. 7º Específicos dos trabalhadores.
Art. 8º Liberdade Sindical.
Art. 9º Direito de Greve.
Art. 10. Participação de empregados e empregadores em colegiados.
Art. 11. Direito de Representação.
DIRETOS SOCIAIS GENÉRICOS – ART. 6º
A parte final do art. 6º ao se referir “na forma desta Constituição” quis ex-
plicar que estes direitos serão especificados, principalmente, no Título VIII – Da
Ordem Social.
Direito Constitucional 87
ANÁLISE DOS INCISOS – a análise dos incisos contará com a indicação de sua pre-
visão para o doméstico, da seguinte forma: aplicação IMEDIATA; aplicação NÃO
IMEDIATA ou NÃO POSSUI:
“I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória,
dentre outros direitos;” – Doméstico: aplicação NÃO IMEDIATA.
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;” – Doméstico:
aplicação NÃO IMEDIATA.
Por óbvio que a proteção é em caso de desemprego involuntário.
“III – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;” – Doméstico: aplicação NÃO
IMEDIATA.
“IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de aten-
der a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimen-
tação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;” – Doméstico: aplicação IMEDIATA.
Trata-se do mínimo que se pode receber; entretanto, é importante lembrar o
Enunciado nº 6 da Súmula Vinculante do STF:
“SÚMULA VINCULANTE Nº 6: NÃO VIOLA A CONSTITUIÇÃO O ESTABELECI-
MENTO DE REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO PARA AS PRAÇAS
PRESTADORAS DE SERVIÇO MILITAR INICIAL.”
O salário mínimo deve ser fixado em lei: espécie normativa que fixa o valor é
lei, consequentemente, não pode ser por decreto do presidencial.
88 Direito Constitucional
Obs.: Lei nº 12.382, de 2011, foi declarada Constitucional pelo STF na ADIn
nº 4.568, mesmo tendo ela delegado ao Presidente da República a fixação do
valor do salário mínimo, isto porque esta lei estabelece a forma de calcular, mas
sem fixar o valor (usa elementos variáveis, como crescimento do PIB, etc.); caberá
ao Decreto Presidencial, aplicando a fórmula prevista, apurar e indicar o valor do
salário mínimo para aquele ano. Com isso, o STF entendeu que o decreto não
inova o ordenamento jurídico, apenas implementa a previsão legal.
A CF determina que a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fun-
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical.
Sindicato é pessoa jurídica de direito privado para representar trabalhadores e
empregadores em seus interesses.
Também é vedada pela CF a criação de mais de uma organização sindical, em
qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
Trata-se do princípio da unicidade sindical: a liberdade sindical está limitada à
área de um município.
Exercício
66. (TRT/8ª Região – Juiz do Trabalho – 2013) A respeito das associações sindi-
cais, é correto dizer:
a) É obrigatória a participação das entidades sindicais nas negociações co-
letivas de trabalho.
b) É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito,
ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se co-
meter falta grave nos termos da lei ou por motivo de força maior.
c) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.
d) É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa da categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida livremente pelos trabalhadores ou em-
pregadores interessados.
e) A lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicatos, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder
Público a interferência e a intervenção na organização sindical.
De acordo com o art. 8º, inciso III, da CF, compete ao sindicato a defesa dos
direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões
judiciais ou administrativas.
92 Direito Constitucional
Exercício
67. (Cespe – CNJ – Técnico Judiciário – 2013) Com relação à classificação das
Constituições, aos direitos e garantias fundamentais e à organização políti-
co-administrativa, julgue o item a seguir:
Nas negociações coletivas de trabalho, é obrigatória a participação dos sin-
dicatos.
Prevê o art. 8º, inciso VII, da CF, que o aposentado filiado tem direito a votar e ser
votado nas organizações sindicais.
É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.
Temos aqui a chamada estabilidade provisória. Lembrar sempre que o suplen-
te também goza das mesmas benesses, e que a estabilidade ocorre a partir do
registro e não da eleição em si.
A estabilidade sindical também está prevista no art. 543 da CLT.
Direito Constitucional 93
Exercício
68. (FCC – TRT/9ª Região – Analista Judiciário – 2013) Com relação à associação
profissional ou sindical, considere:
I – É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho.
II – O aposentado filiado não tem direito de ser votado nas organizações
sindicais.
III – O aposentado filiado tem direito a votar nas organizações sindicais.
Segundo as normas preconizadas pela Constituição Federal brasileira, é cor-
reto o que se afirma apenas em:
a) III.
b) II e II.
c) II e III.
d) I.
e) I e III.
Exercício
69. (FCC – TRT/9ª Região – Técnico Judiciário – 2013) Considere as seguintes
empresas:
I – Empresa Água Rosa Ltda.; ramo alimentício; 100 empregados;
II – Empresa Água Branca Ltda.; ramo de roupas infantis; 150 empregados;
III – Empresa Água Azul; ramo de calçados; 210 empregados;
IV – Empresa Água Cristalina; ramo de brinquedos; 250 empregados.
De acordo com a Constituição Federal, considerando somente o que está
nela previsto, é assegurada a eleição de um representante dos empregados
com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores nas empresas indicadas em:
a) I e II, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) IV, apenas.
Capítulo 7
Nacionalidade
1. Nacionalidade
Exercício
70. (Iades – PG/DF – Técnico Jurídico – 2011) Segundo Pontes de Miranda, na-
cionalidade é o vínculo jurídico-político que faz da pessoa um dos elementos
componentes da dimensão pessoa do Estado. Assim, uma pessoa pode ad-
quirir a nacionalidade brasileira do modo originário:
a) Somente por meio de laços de sangue (ius sanguinis).
b) Somente por meio do local do nascimento (ius solis).
c) Pelo casamento ou outro benefício legal.
d) Pela naturalização.
e) Pelo sistema misto: tanto por laços de sangue quanto pelo local do
nascimento.
2. Nacionalidade Primária
“Art. 12. São brasileiros:
I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangei-
ros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Neste dispositivo, temos consagrado o critério do ius solis.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. Observar que
não é necessário que ambos os pais sejam brasileiros: basta que um dos pais seja.
É o critério do ius sanguinis;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Temos aqui duas situações:
– ius sanguinis + registro em autoridade competente;
– nacionalidade potestativa (condicionada à vontade do indivíduo).
As alterações ocorridas neste dispositivo por meio de emendas excluíram do
nosso ordenamento jurídico a figura do apátrida, contemplada no texto original.
Exercício
71. (FCC – AL/PB – Assessor Técnico Legislativo – 2013) Marta, filha de mãe e pai
argentinos, nasceu no Brasil quando os mesmos passavam férias na cidade
Direito Constitucional 97
3. Nacionalidade Secundária
“Art. 12. São brasileiros:
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininter-
rupto e idoneidade moral;” (...)
A primeira parte do dispositivo trata dos originários de países que não falam a
língua portuguesa e a regulação está no art. 12 do Estatuto do Estrangeiro, onde
se encontram os requisitos para a naturalização.
Com relação aos originários de países que falam a língua portuguesa, a pró-
pria Constituição traz os requisitos: residência por um ano ininterrupto e idonei-
dade moral.
A concessão da naturalização nessas hipóteses é ato discricionário, por meio
de portaria do Ministro da Justiça.
“b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fede-
rativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal,
desde que requeiram a nacionalidade brasileira.”
É a naturalização extraordinária ou também chamada de quinzenária. Neste
caso, uma vez preenchidos os requisitos, prevalece que há direito público subje-
tivo à naturalização.
4. Equiparados
Segundo o art. 12, § 1º, da CF, aos portugueses com residência permanente no
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
98 Direito Constitucional
Exercício
72. (TJ/SC – Juiz – 2013) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa
correta:
I – São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil e sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham
a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
II – São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais de dez anos ininterruptos
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
III – Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reci-
procidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
IV – Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que adquirir outra
nacionalidade, salvo nos casos: de reconhecimento de nacionalidade origi-
nária pela lei estrangeira; e de imposição de naturalização, pela norma es-
trangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
a) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
b) Somente as proposições I e III estão corretas.
c) Somente as proposições II e IV estão corretas.
d) Somente as proposições I e IV estão corretas.
e) Somente as proposições III e IV estão corretas.
De acordo com o art. 12, § 2º, da CF, a lei não poderá estabelecer distinção
entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos no próprio texto
constitucional.
Direito Constitucional 99
Exercício
73. (Exame da Ordem XII – Direito Internacional) João, 29 anos de idade, brasilei-
ro naturalizado desde 1992, decidiu se candidatar, nas eleições de 2010, ao
cargo de Deputado Federal, em determinado ente federativo. Eleito, e após
ter tomado posse, foi escolhido para Presidir a Câmara dos Deputados.
Com base na hipótese acima, assinale a afirmativa correta:
a) João não poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal,
uma vez que esse é um cargo privativo de brasileiro nato.
b) João não poderia ser Deputado Federal, mas poderia ingressar na car-
reira diplomática em que não é exigido o requisito de ser brasileiro nato.
c) João poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal, bem
como ser eleito, entretanto, não poderia ter sido escolhido Presidente
da Câmara dos Deputados, eis que esse cargo deve ser exercido por
brasileiro nato.
d) João não poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal,
mas poderia ter se candidatado ao cargo de Senador da República,
mesmo sendo brasileiro naturalizado.
6. Perda da Nacionalidade
A perda da nacionalidade está disposta no art. 12, § 4º, da Constituição Federal.
Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de ati-
vidade nociva ao interesse nacional;
A sentença judicial a que se refere o inciso I do § 4º é a sentença judicial tran-
sitada em julgado.
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro resi-
dente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território
ou para o exercício de direitos civis.
100 Direito Constitucional
Exercício
74. (FCC – TCE/SE – Técnico de Controle Externo – 2011) Paulo, brasileiro nato,
é jogador de futebol e atua em um determinado clube da Itália. Como con-
dição de permanência no País onde atua e manutenção do exercício de sua
atividade profissional, a Itália impõe a Paulo a sua naturalização. Nesse caso,
Paulo:
a) Não terá declarada a perda da nacionalidade brasileira.
b) Terá declarada a suspensão da nacionalidade brasileira até o momento
em que ele regressar ao Brasil e optar novamente pela nacionalidade
brasileira.
c) Perderá automaticamente a nacionalidade brasileira, mas poderá solici-
tar a sua reaquisição ao Ministro da Justiça, quando retornar ao Brasil.
d) Terá declarada a perda da nacionalidade brasileira.
e) Terá declarada a suspensão da nacionalidade brasileira enquanto não
cancelar a naturalização italiana.
Exercício
75. Com relação ao estado federal brasileiro, julgue o item a seguir:
São símbolos do Estado federal brasileiro a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais, podendo os estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os
municípios adotar símbolos próprios.
Capítulo 8
Direitos Políticos e
Partidos Políticos
1. Direitos Políticos
Cidadão é o nacional que está no gozo dos direitos políticos e que participe da
vida política do Estado.
Distinção entre sufrágio, voto e escrutínio:
Sufrágio é a própria essência do direito político. É o direito de participar do pro-
cesso político, de votar e ser votado. No Brasil, o sufrágio é universal e periódico.
O voto é o exercício do direito de sufrágio. São características do voto:
– direto: em regra, os representantes do povo são escolhidos de forma direta
no Brasil. A única exceção constitucional em que haverá eleição indireta
está prevista no art. 81, § 1º, da CF;
– igualdade: não existe distinção entre os votos;
– periodicidade: decorre da periodicidade das eleições;
– liberdade: o exercício do voto deve ser livre;
– personalíssimo: somente pode ser exercido diretamente pelo próprio eleitor.
Por fim, escrutínio é a maneira pela qual o voto é exercido; por exemplo, voto
fechado ou voto aberto.
Exercício
76. (TRT/8ª Região – Juiz do Trabalho – 2013) A respeito dos Direitos Políticos
previstos na Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA:
a) O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, os
maiores de sessenta e cinco anos, e os maiores de dezesseis e menores
de dezoito anos.
Direito Constitucional 103
Exercício
77. (FCC – TCE/AP – Técnico de Controle Externo – 2012) O alistamento eleitoral
é facultativo para os:
a) Estrangeiros.
b) Maiores de sessenta e cinco anos.
c) Conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório.
d) Analfabetos.
e) Maiores de dezesseis anos e menores de vinte e um anos.
104 Direito Constitucional
Exercício
78. (Vunesp – TJ/RJ – Juiz – 2011) Dentre as condições de elegibilidade previstas
na Constituição Federal, encontra-se o requisito da idade para concorrer aos
cargos públicos eletivos. Nesse sentido, a idade mínima para a elegibilidade
aos cargos de Presidente da República, Governador e Deputado Estadual é,
respectivamente, de:
a) Trinta anos; vinte e um anos e dezoito anos.
b) Trinta anos; trinta anos e vinte e um anos.
c) Trinta e cinco anos; trinta anos e vinte e um anos.
d) Trinta e cinco anos; trinta e cinco anos e vinte e um anos.
Direito Constitucional 105
4. Desincompatibilização
Exercício
79. (Cespe – TRE/MS – Técnico Judiciário – 2013) Ricardo, pai adotivo de Sérgio,
irmão de Tiago e casado com Sara, governador de estado e reeleito para
um segundo mandato, visando a candidatar-se para o mandato de senador
pelo mesmo estado, renunciou ao mandato de governador sete meses antes
das eleições legislativas, razão por que Alberto, vice-governador, assumiu o
cargo de governador.
Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta e com
base no que dispõe a CF:
a) Sérgio, por não ser filho biológico de Ricardo, pode candidatar-se para
suceder seu pai no cargo de governador de estado.
b) Se eleito para o mandato de senador, Ricardo não poderá, nas eleições
seguintes, candidatar-se novamente ao cargo de governador de estado,
porque já o exerceu por dois mandatos consecutivos.
c) Ricardo ao renunciar ao mandato de governador para desincompatibi-
lizar-se, afastou a inelegibilidade relativa por motivos funcionais.
d) Alberto não poderá candidatar-se à reeleição para o cargo de governa-
dor de estado.
e) Sara, por ser mulher de Ricardo, é absolutamente inelegível para todo e
qualquer cargo político.
106 Direito Constitucional
5. Inelegibilidade Parental
Exercício
80. (FCC – TRE/CE – Técnico Judiciário – 2012) Átila, que não é titular de man-
dato eletivo e nem é candidato à reeleição, é filho adotivo de Eulália, Gover-
nadora do Estado de São Paulo em exercício, e deseja concorrer ao cargo de
Prefeito do Município de São Paulo. Segundo a Constituição Federal, Átila,
em regra, é:
a) Elegível, desde que esteja filiado ao mesmo partido político de Eulália.
b) Elegível, desde que esteja filiado a partido político distinto de Eulália.
c) Elegível, desde que autorizado previamente pelo Tribunal Regional
Eleitoral.
d) Elegível, desde que sua candidatura seja previamente autorizada por
Eulália.
e) Inelegível.
Direito Constitucional 107
Prevê o art. 14, § 9º, da Constituição Federal, que lei complementar pode prever
outros casos de inexigibilidade:
“§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os pra-
zos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a norma-
lidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou
o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta.”
As hipóteses de inelegibilidade trazidas por lei complementar estão previstas
na LC nº 64/1990.
Quanto aos direitos políticos dos militares, importante o estudo do art. 14,
§ 8º, da CF:
I – se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
Por fim, destaca-se que o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Jus-
tiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação
com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude, sendo que tra-
mitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária
ou de manifesta má-fé.
Exercício
81. (FCC – TRF/2ª Região – Analista Judiciário – 2012) A Lei WXYZ alterou o
processo eleitoral. De acordo com a Constituição Federal brasileira de 1988,
a Lei WXYZ entrará em vigor:
a) Na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que
ocorra até um ano da data de sua vigência.
b) Em um ano após a sua publicação, sendo aplicada imediatamente após
a data da sua vigência para as eleições.
c) Na data de sua publicação, sendo aplicada imediatamente após esta
data para as eleições.
108 Direito Constitucional
d) Na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que
ocorra até três meses da data de sua vigência.
e) Na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que
ocorra até noventa dias da data de sua vigência.
Exercício
82. (MPT – Procurador – 2013) A Constituição da República veda a cassação
de direitos políticos, porém, permite sua perda ou suspensão em algumas
hipóteses, dentre elas:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado.
II – incapacidade civil absoluta.
Direito Constitucional 109
8. Partidos Políticos
A Constituição Federal trata dos partidos políticos em seu art. 17, com a seguinte
redação:
“Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-
cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos:
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.”
É importante destacar a o disposto no art. 7º da Lei nº 9.096/1995 (Lei dos
Partidos Políticos):
“Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da
lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha
caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove o apoiamen-
to de eleitores correspondente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados
na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os
votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados,
com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em
cada um deles.”
110 Direito Constitucional
Exercício
83. (MP/SC – Promotor de Justiça – 2013) Julgue o seguinte item:
Pela disciplina constitucional do Brasil, os partidos políticos somente podem
receber recursos financeiros de entidades estrangeiras se regularmente cons-
tituídos e sem pendência com a justiça eleitoral e obtiverem aprovação do
relato plano de investimento junto ao TSE.
Exercício
84. (FCC – 2012 – TRE-PR – Analista Judiciário) Considere as seguintes afirma-
ções sobre as normas constitucionais relativas à criação e ao funcionamento
de partidos políticos:
I – Os partidos políticos deverão observar preceitos estabelecidos na Consti-
tuição, dentre os quais, os de possuírem caráter nacional e prestarem contas
à Justiça Eleitoral.
Direito Constitucional 111
Exercício
85. (FCC – 2012 – TRE-CE – Técnico Judiciário) Determinado partido político
deseja se utilizar de organização paramilitar no combate ao nepotismo e à
corrupção, cuja utilização, segundo a Constituição Federal, é
a) Lícita, mediante prévia consulta popular através de plebiscito.
b) Lícita, mediante prévio registro no Superior Tribunal Eleitoral.
c) Lícita, mediante prévia autorização do Senado Federal.
d) Vedada.
e) Lícita, mediante prévia autorização das Forças Armadas.
Capítulo 9
Organização do Estado
No Estado Federal, não há hierarquia entre os entes federados, um não está sub-
metido ao outro; tais entes atuam autonomamente dentro do círculo pré-traçado
pela Constituição.
Neste sentido, veja o conceito de competência de Uadi Lammêgo Bulos:
“São parcelas de poder atribuídas, pela soberania do Estado Federal, aos en-
tes políticos, permitindo-lhes tomar decisões, no exercício regular de suas ativida-
des, dentro do círculo pré-traçado pela Constituição da República.”
Tipos de competência
As competências atribuídas aos entes federados são:
a) legislativa ou normativa: possibilidade do ente estabelecer normas gerais e
abstratas cuja observância obrigatória caberá àqueles que se encontram em sua
base territorial;
b) administrativa, executiva ou material: é competência para gerir, organizar,
executar determinados negócios, serviços e tarefas. A competência tributária é
tanto legislativa – instituir o tributo – como executiva – arrecadar tributo.
DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA:
CRITÉRIOS UTILIZADOS
Cabe averiguar os critérios usados pelo Poder Constituinte para distribuir as
competências e, na sequência, os tipos de competência resultantes desta distri-
buição. Além do Princípio da Preponderância do Interesse, que é adotado como
diretriz na repartição das competências, a CRFB/1988 adotou 4 critérios para re-
partir a competência. São eles:
Direito Constitucional 113
COMPETÊNCIA:
COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA,
LEGISLATIVA
MATERIAL TRIBUTÁRIA
ou
ou
NORMATIVA
EXECUTIVA
Expressa – Art. 153
Exclusiva – Art. 21 re- Privativa – Art. 22 repar-
repartição horizontal
partição horizontal tição horizontal
Residual – Art. 154, I
Comum – Art. 23 repar- Concorrente – Art. 24
Extraordinária – Art.
tição vertical repartição vertical
154, II
114 Direito Constitucional
Exercício
86. Existe alguma possibilidade de delegação de competência da União para os
Municípios?
3. Competência Privativa
“II – desapropriação;”
Não pode lei estadual ou distrital exigir que as desapropriações sejam subme-
tidas ao Poder Legislativo por invadir a competência da União para legislar sobre
o tema, bem como a separação de poderes (vide ADIn nº 969).
“IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;”
Compete à União a competência legislativa e administrativa para disciplinar e
prestar os serviços de telecomunicação e energia elétrica. Assim, não pode lei es-
tadual proibir as concessionárias de cobrar tarifa de assinatura básica de serviços
de água, luz, gás, TV a cabo. No mesmo sentido, não pode lei estadual disciplinar
acúmulo de minutos de celulares, proibição de corte de energia, etc. (vide ADIn
nos 3.343 e 4.649).
“IX – diretrizes da política nacional de transportes;”
É inconstitucional lei estadual exigir acendimento de iluminação
interna do veículo em caso de blitz (ADIn nº 3.625).
Também não pode lei estadual dispor sobre idade mínima para obter habilita-
ção para conduzir veículo automotor (ADIn nº 476).
“XI – trânsito e transporte;”
Não pode lei estadual dispor sobre o cancelamento de multas regulares aplica-
das nas estradas estaduais – inconstitucional. Esta vedação não se confunde com
a possibilidade do Estado-membro, no exercício da autotutela, anular as multas
aplicadas irregularmente (ADIn nº 2.137).
Exercício
87. Compete, privativamente, à União, legislar, dentre outras matérias, sobre:
direito civil, comercial, do trabalho, serviço postal, jazidas, minas e outros
recursos minerais, diretrizes e bases da educação nacional:
a) Por se tratar de competência privativa, exclui qualquer participação da
legislação estadual e do Distrito Federal.
b) Lei complementar pode autorizar que os Estados legislem sobre ques-
tões específicas referentes às matérias de competência privativa da
União legislar.
c) Lei complementar poderá autorizar que os Estados legislem também, só
que em matéria que seja de competência comum.
d) Lei complementar poderá autorizar que os Estados legislem sobre as
matérias de competência privativa da União, salvo com respeito à desa-
propriação.
118 Direito Constitucional
ANTIGA NOVA
XVII – organização judiciária, do Mi- XVII – organização judiciária, do Mi-
nistério Público e da Defensoria Públi- nistério Público do Distrito Federal e
ca do Distrito Federal e dos Territórios, dos Territórios e da Defensoria Pública
bem como organização administrati- dos Territórios, bem como organiza-
va destes; ção administrativa destes;
Art. 21:
ANTIGA NOVA
XIII – organizar e manter o Poder Ju- XIII – organizar e manter o Poder Judi-
diciário, o Ministério Público e a De- ciário, o Ministério Público do Distrito
fensoria Pública do Distrito Federal e Federal e dos Territórios e a Defenso-
dos Territórios; ria Pública dos Territórios;
De qualquer forma, a lei nacional será o parâmetro para os demais entes fe-
derados, como o Código Tributário Nacional que delimita diversos conceitos e
procedimentos, como de imposto, taxa, obrigação tributária, os quais devem ser
observados pelas leis estaduais, municipais e distritais aos instituírem seus tributos.
ESTADOS e DISTRITO FEDERAL: COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
Os Estados-membros e o Distrito Federal quando elaboram suas normas ati-
nentes ao exercício da competência concorrente exercitam a chamada compe-
tência suplementar.
Obs.: embora o Distrito Federal não esteja mencionado nos parágrafos do art.
24, é pacífico que o mesmo possui esta competência em virtude da norma de
extensão do § 1º do art. 32.
A competência suplementar se divide em:
1) complementar (§ 2º): exercida quando já existe uma norma geral criada
pela União. Desta forma, ele apenas complementa algo já existente;
2) supletiva (§ 3º): se a União estiver omissa não tendo criado a norma geral,
poderá o Estado-membro (e o Distrito Federal) exercer a chamada competência
legislativa plena; significa dizer que ele poderá confeccionar a norma geral (su-
prindo a omissão da União) e a específica.
Exercício
88. Considerando a repartição de competências prevista na Constituição da Re-
pública de 1988, assinale a alternativa INCORRETA:
a) No âmbito da competência legislativa privativa da União, a delegação
de competências para os Estados-membros é mera faculdade do le-
gislador federal, não sendo obrigatória nem na hipótese de inércia do
Congresso Nacional.
b) As competências comuns repartidas entre União, Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios são competências materiais.
c) As competências legislativas estaduais são expressamente previstas no
Texto Constitucional.
d) No âmbito da competência legislativa concorrente, a União limita-se a
editar normas gerais.
Exercício
89. Sobre a competência da União, Estados e Municípios, assinale a alternativa
correta:
a) Compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial,
serviço postal e educação.
b) São da União as competências que não lhe são vedadas pela Constitui-
ção Federal.
c) Compete privativamente aos Municípios legislar sobre: assuntos de in-
teresse local e normas de proteção ao meio ambiente.
d) São dos Estados as competências remanescentes.
e) Compete concorrentemente aos Estados e à União legislar sobre: direi-
to tributário, custas e serviços forenses, responsabilidade por dano ao
meio ambiente e trânsito.
9. Processo Interventivo
Em regra, a União não intervirá nos Estados e nem no Distrito Federal, bem como
os Estados não intervirão nos Municípios.
Isso porque é preciso observar a autonomia de cada ente federativo.
Ocorre que, em algumas hipóteses excepcionais, é possível a intervenção, que
consiste em um ato político, com a finalidade de restabelecer no ente que a sofre
os valores federativos pátrios.
Faz-se necessário observar que a intervenção sempre se dá do ente maior para
o ente menor.
124 Direito Constitucional
Exercício
90. (Fepese – 2012 – DPE-SC – Defensor Público) Dentro de um estado-membro
da Federação, grupos criminosos tornam-se cada vez mais influentes. Com o
tempo, passam mesmo a controlar, na prática, vastas áreas de um município
específico. Promovem sistematicamente, então, grandes massacres, logran-
do eliminar 90% do efetivo da Guarda Municipal.
Nessa situação, seria possível, em tese:
a) Uma intervenção estadual espontânea no município, para pôr termo a
grave comprometimento da ordem pública.
b) Uma intervenção federal espontânea no estado-membro, para pôr ter-
mo a grave comprometimento da ordem pública.
c) Uma intervenção federal espontânea no município, para pôr termo a
grave comprometimento da ordem administrativa.
d) A decretação pelo Governador, do estado de defesa, afetando apenas
o município em que os massacres estivessem ocorrendo.
e) A decretação, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, do estado de sítio,
afetando apenas o município em que os massacres estivessem ocorrendo.
Exercício
91. (FCC – 2013 – TJ-PE – Juiz) O Estado não intervirá em seus Municípios, nem
a União nos Municípios localizados em Território Federal, EXCETO quando,
entre outras hipóteses:
a) O Superior Tribunal de Justiça der provimento a representação para as-
segurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual,
ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
b) Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal nas ações
e serviços públicos e privados de saúde.
c) Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por pelo menos três
anos consecutivos, a dívida fundada.
d) Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei complementar.
e) Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manu-
tenção e desenvolvimento do ensino.
Exercício
92. (Cespe – 2012 – DPE-SE – Defensor Público) Acerca da organização do Esta-
do e da intervenção na CF, assinale a opção correta:
a) Os estados-membros da Federação, além de autônomos, são sobera-
nos, possuindo direito de secessão.
b) A intervenção da União em estado, para assegurar a observância dos
chamados princípios constitucionais sensíveis, depende do provimento,
pelo STF, de representação interventiva ajuizada pelo procurador-geral
da República.
c) A União pode intervir no município que deixar de prestar as devidas
contas, na forma da lei, em caso de inércia do estado em que este se
situe.
d) O DF pode intervir nos municípios situados em seu entorno.
e) A intervenção federal decorre da hierarquia existente entre a União, os
estados, o DF e os municípios.
Exercício
93. (Cespe – 2011 – AL-ES – Procurador) No que concerne à intervenção federal
e à intervenção dos estados nos municípios, assinale a opção correta:
Direito Constitucional 127
No regime geral, há um teto que vale tanto para a contribuição quanto para
o benefício. Exemplo: se o teto é no valor de três mil reais, a contribuição e o
benefício serão sobre os três mil reais. Entretanto, se o profissional possuísse
renda mensal de vinte mil reais, e contribuía sobre o teto de três mil reais ficaria
limitado ao benefício no valor de três mil reais.
Para que este profissional percebesse um benefício no valor de vinte mil reais
quando se aposentasse, precisaria contribuir sobre os vinte mil reais, mas isto não era
possível no regime geral em razão do teto, é aí que entra o regime complementar.
Para o estudo do art. 40 da CF/1988, é importante entender que o servidor
ocupante de cargo efetivo estará regido pelo regime previdenciário próprio, en-
quanto que os ocupantes de cargo em comissão, de livre nomeação e exonera-
ção, de cargo temporário ou de emprego público, estarão regidos pelo regime
previdenciário geral, conforme consta no próprio art. 40 em seu § 13.
Prosseguindo no caput do art. 40, diz o referido:
“É assegurado o regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
e dos pensionistas.”
Esta redação inclui os servidores inativos, não antes contemplados e foi dada
pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003; emenda esta responsável pela
reforma da previdência.
ral, estadual ou municipal, que o servidor tiver no serviço público será computado
para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente será computa-
do para efeito de disponibilidade. A lei não pode estabelecer qualquer forma de
contagem de tempo de contribuição fictício
As decisões serão tomadas por maioria dos votos, desde que presente a maioria
absoluta de seus membros.
Relembrando as diferenças entre os quóruns:
Quórum de deliberação: maioria simples, também chamada de maioria relativa,
é a maioria das pessoas presentes naquela sessão, é a maioria dos presentes no ór-
gão, enquanto a maioria absoluta é a maioria da totalidade dos membros da Casa.
Para que o Plenário do Senado instaure sessão, tem de estar presentes 41
(quarenta e um) Senadores. Se chegar no dia e estiverem presentes apenas 38
(trinta e oito) Senadores não poderá ser instaurada a sessão. Para a instauração,
é exigida a maioria absoluta.
A Câmara dos Deputados, ou o Senado Federal, e suas comissões podem con-
vocar, por exemplo, o Ministro da Educação para prestar informações a respeito
da educação no país, sobre algum incidente noticiado na mídia. O Ministro tem
que comparecer porque a ausência sem justificação adequada é crime de res-
ponsabilidade. Nos planos estadual e municipal, a regra é a mesma do art. 50 da
CF/1988, não sendo possível convocar os respectivos chefes do Poder Executivo.
A diferença entre o art. 50, caput e o § 2º está na capacidade de convocação.
No caso do § 2º, só quem pode pedir a prestação de informações por escrito são as
mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Já no art. 50, caput, quem
pode convocar são a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e suas comissões.
A última consideração está contida no § 1º do art. 50, que traz a possibilida-
de do Ministro de Estado comparecer na Câmara dos Deputados, ou no Senado
Federal, ou em suas comissões, por sua iniciativa, para expor assunto relevante,
mediante entendimento com a mesa respectiva.
Direito Constitucional 141
O terceiro requisito para instauração da CPI é o prazo certo. A CPI precisa ter
um prazo certo de funcionamento, pois nenhuma investigação pode ser ad ae-
ternum, visto que a investigação adentra a esfera privada da pessoa investigada e
ninguém pode ter sua privacidade devassada por tempo indeterminado.
O prazo não está definido na Constituição Federal, cabendo ao Regimento
Interno ao tratar do tema ou o ato de criação da CPI instituída. O prazo da CPI
poderá ser prorrogado desde que haja razões que justifiquem a continuidade na
investigação e respeitem o limite da legislatura mesmo porque quando se encerra
a legislatura terminam os mandatos; assim sendo, o limite da prorrogação é a
legislatura.
A CPI poderá fazer aquilo que o juiz faz para formar o conjunto probatório.
A CPI não pode decretar a indisponibilidade dos patrimônios de uma pessoa.
A CPI pode determinar a condução coercitiva de testemunha. Em geral, a CPI
pode determinar apreensão de documentos; entretanto, a CPI não pode fazer
apreensão domiciliar porque a CF/1988 só autoriza a apreensão em domicílio
com autorização do juiz. A CPI pode também determinar a quebra do sigilo de
dados de ordem fiscal, bancário e telefônico. Importante entender a diferença
entre dados telefônicos de informação e dados telefônicos de comunicação.
A informação telefônica corresponde aos dados telefônicos, ou seja, a conta
telefônica, movimentação numérica. Ter acesso à conta telefônica é saber para
que números aquele telefone ligou e de que números ele recebeu chamadas.
A comunicação telefônica refere-se à conversa telefônica, ao conteúdo do
que foi falado. A Constituição só autoriza a quebra da comunicação telefônica
por ordem de autoridade judiciária e em procedimento criminal, conforme art. 5º,
XII, portanto, a CPI não pode.
Em regra, a CPI não pode determinar a prisão de alguém. Entretanto, a prisão
em flagrante pode ser decretada por qualquer pessoa, sendo assim a CPI pode
decretar a prisão em flagrante.
A Câmara dos Deputados, Senado Federal e Congresso Nacional costumam
sofrer controle pelo Supremo Tribunal Federal por via de habeas corpus e man-
dado de segurança (habeas corpus quando envolve liberdade de locomoção e o
mandado de segurança quando envolve invasão da privacidade de uma pessoa;
quando o fato não se relaciona com a investigação) quanto à atuação das CPI no
Congresso Nacional e nesse controle, o Supremo verifica se estão sendo respeita-
dos os direitos fundamentais das pessoas envolvidas.
150 Direito Constitucional
Se o confronto for entre lei ordinária e lei complementar, também não ha-
verá entre elas hierarquia, porque ambas retiram seu fundamento de validade
diretamente da Constituição Federal.
As diferenças são aquelas taxativamente previstas em lei: lei complementar
tem matéria reservada, e o quórum (lei complementar deve ser aprovada por
maioria absoluta, e lei ordinária será aprovada por maioria simples).
Lei complementar pode revogar lei complementar, mas lei ordinária não pode
revogar lei complementar, salvo se a lei for materialmente ordinária, mas formal-
mente complementar.
Finalmente, entre normas gerais e normas específicas, existe hierarquia: a nor-
ma específica deve observar os preceitos da norma geral.
Exercício
94. (FMP – PGE/AC – Procurador – 2012) Sobre as leis ordinárias e as leis com-
plementares, pode-se afirmar que:
I – Ambas têm o mesmo patamar normativo no âmbito da hierarquia das
normas no entendimento do STF.
II – Uma das diferenças relevantes diz respeito à competência temática, pois
as leis ordinárias são enumeradas na Constituição.
III – Considerando a ausência de algum(ns) parlamentares nas sessões de-
liberativas, a aprovação de uma lei complementar exige mais votos que a
aprovação de uma lei ordinária, porém, as duas prescindem de sanção ou
veto do Presidente da República.
Assim, está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a) Apenas a I.
b) Apenas a I e a II.
c) Apenas a III.
d) Apenas a III.
e) Apenas a II e a III.
3. Espécies
O processo legislativo sumário está no art. 64, § 1º, da CF. Caracteriza-se pela
solicitação, pelo Presidente da República, urgência na apreciação dos projetos de
sua iniciativa. Se o congresso não atender a esta urgência, ocorrerá o trancamen-
to da pauta.
Procedimentos especiais são aqueles destinados especificamente a determina-
dos atos normativos, como as emendas constitucionais.
No art. 68 da CF, está prevista a lei delegada, em que o Presidente da Repúbli-
ca solicita a delegação ao Congresso Nacional para legislar.
A exorbitação dos poderes conferidos pelo Congresso ao Presidente (que são
dados por meio de resolução), poderá o Congresso sustar o ato por decreto.
É possível que a resolução autorizadora exija que o projeto seja apreciado pelo
Congresso (delegação atípica – § 3º). No § 1º do art. 68, temos as hipóteses que
não podem ser objeto de delegação.
Exercício
95. (Cespe – AL/ES – Técnico Legislativo – 2011) Assinale a opção correta:
a) A lei não precisa indicar expressamente o prazo da vacatio legis, tendo
em vista que este é igual para todas as normas, não havendo possibili-
dade de alteração desse prazo.
b) Como regra, os projetos de leis não podem sofrer emendas ou altera-
ções ao longo do processo legislativo.
c) O regime de urgência é determinado pelo presidente do Congresso
Nacional e restringe-se aos projetos de lei de grande repercussão.
d) A ementa, que é a síntese do conteúdo da lei, deve ser concebida de
modo a que, a partir de sua leitura, seja possível a rápida identificação
do tema tratado pela respectiva lei.
e) A mesma lei pode tratar de vários objetos, ainda que não haja afinida-
de, pertinência ou conexão entre eles.
Exercício
96. (Vunesp – TJ/SP – Advogado – 2013) Considerando o processo legislativo
pátrio, assinale a alternativa correta a respeito das leis complementares:
a) É vedada a delegação legislativa de matéria reservada à lei complementar,
mas não há impedimento que essa mesma matéria seja objeto de
medida provisória.
b) Exigem quórum de maioria absoluta de ambas as casas legislativas para
a sua aprovação, mas dispensam a sanção do chefe do executivo, uma
vez que são promulgadas pelo poder legislativo.
c) A Constituição autoriza, com base no princípio do Estado Democrático
de Direito, que qualquer matéria seja objeto de iniciativa popular de lei
complementar.
d) Sua função precípua é de complementariedade, não tendo por escopo
interpretar a Constituição ou qualquer de suas normas.
Exercício
97. (Cetro – Anvisa – Técnico Administrativo – 2013) Sobre o previsto na Cons-
tituição Federal acerca do processo legislativo, é correto afirmar que:
a) O processo legislativo resume-se na elaboração de leis ordinárias e com-
plementares.
b) Somente o Senado Federal e a Câmara dos Deputados podem propor
uma Emenda constitucional.
c) O Presidente da República pode adotar medidas provisórias, com força
de lei, em casos de relevância e urgente.
d) Entre as prerrogativas da Presidência da República está a de vetar, no
todo ou em parte, projeto de lei aprovado pelo Congresso, motivando
somente quando os vetos foram toais ou significativos.
e) As leis complementares, assim como as leis ordinárias, são aprovadas
por maioria simples dos presentes em sessão a Câmara dos Deputados.
Algumas matérias não podem ser tratadas por MP, por alguns motivos:
– o constituinte adotou uma presunção de que nestes casos não existe a
relevância e urgência;
– o constituinte exige de lei ou ato legislativo específico (matérias reservadas);
– amplitude da questão em jogo.
As matérias vedadas à MP estão no art. 62, § 1º:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
Direito Constitucional 159
Exercício
98. (Consulplan – Técnico Judiciário – 2012 – TSE) No fim de 2011, a presidente
da República editou medida provisória que dispõe sobre a organização e
competência das juntas eleitorais. O ato normativo aguarda ser votado no
plenário da Câmara, encontrando-se na pauta de deliberações da Comissão
Mista do Congresso. A respeito da proposta de iniciativa do Chefe do Poder
Executivo, é correto afirmar que:
a) Terá sua eficácia preservada até o eventual veto pelo Congresso Nacional.
b) Se não for apreciada em até 30 dias contados da sua publicação, entra-
rá em regime de urgência, trancando a pauta de votação do congresso
Nacional.
c) Terá sua votação iniciada em sessão conjunta do Congresso Nacional.
d) Não poderá ser submetida ao Congresso Nacional por tratar de matéria
que não pode ser objeto de medida provisória.
Exercício
99. (FCC – MP/SE – Analista – 2013) Suponha a edição de medida provisória al-
terando a lei de diretrizes orçamentárias. Passados 50 dias da publicação da
medida provisória, sem que tenha sido definitivamente apreciada pelo Con-
gresso Nacional, a Câmara dos Deputados determinou o sobrestamento de
todas as demais deliberações legislativas em trâmite naquela Casa até que se
ultimasse a votação da medida provisória, que acabou sendo rejeitada pela
Câmara dos Deputados 70 dias após sua publicação. Considerando o texto
constitucional, considere:
I – A medida provisória não poderia versar sobre diretrizes orçamentárias por
expressa vedação constitucional.
II – O sobrestamento das deliberações legislativas em trâmite perante a Câ-
mara dos Deputados deveria ter ocorrido após 30 dias da publicação da
medida provisória.
III – A medida provisória perdeu os efeitos após 60 dias de sua publicação,
motivo pelo qual sequer deveria ter seu mérito apreciado pela Câmara dos
Deputados.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) II.
c) III.
d) I.
e) II e III.
8. Iniciativa Popular
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputa-
dos de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% (um por cento) do eleitorado
Direito Constitucional 161
nacional, distribuído pelo menos por 5 (cinco) Estados, com não menos de 0,3%
dos eleitores de cada um deles (art. 61, § 2º).
A Lei nº 9.609/1998 e o art. 252 do Regimento Interno da Câmara trazem a
mesma determinação e outras disposições sobre a iniciativa popular.
A iniciativa popular pode ocorrer em matéria de lei ordinária ou lei comple-
mentar.
O projeto de lei de iniciativa popular deve circunscrever-se a um só assunto, e
não poderá ser rejeitado por vício de forma, mas a Câmara não está vinculada ao
projeto de lei de iniciativa popular, podendo alterá-lo ou rejeitá-lo.
As listas de assinatura serão organizadas por Município e Estado, mas pode a
sociedade civil organizar e patrocinar a coleta de assinaturas.
Cabe iniciativa popular no âmbito estadual e no âmbito municipal, mas neste
último caso o projeto deve ser subscrito por 5% do eleitorado.
É exemplo de lei de iniciativa popular a Lei nº 8.930/1994 (alteração da lei dos
crimes hediondos).
Exercício
100. (FGV – OAB Exame unificado 2 – 2011) A iniciativa popular é uma das for-
mas de exercício da soberania previstas na Constituição da República. O
projeto de lei resultante de iniciativa popular deve:
a) Ser dirigido à Mesa do Congresso Nacional.
b) Ser subscrito por, no mínimo, 2% do eleitorado nacional.
c) Ser subscrito por eleitores de cinco Estados da Federação.
d) Dispor sobre matéria de lei ordinária.
Exercício
101. (MPT – 2013 – MPT – Procurador) Sobre o processo legislativo, analise as
seguintes proposições:
I – O Presidente da República poderá convocar plebiscito para aprovação de
Proposta de Emenda à Constituição.
II – O Presidente da República, desde que autorizado pelo Congresso Nacio-
nal, poderá editar lei delegada para legislar sobre direito eleitoral.
III – A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação, ao Congresso
Nacional, de proposta de Emenda à Constituição subscrita por, no mínimo,
1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com
não menos de três décimos por cento de eleitores em cada um deles.
IV – A Constituição da República assegura a iniciativa popular no processo
legislativo estadual, a qual, todavia, deve ser regulamentada por lei.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.
d) Apenas a assertiva IV está correta.
10. Iniciativa
Exercício
102. (FCC – 2013 – AL-PB – Analista Legislativo) Considere a seguinte situação
hipotética:
O projeto de lei “A” é de iniciativa do Presidente da República. O projeto de
lei “B” é de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. O projeto de lei “C” é de
iniciativa do Superior Tribunal de Justiça e o projeto de lei “D” é de iniciativa
do Tribunal Superior Eleitoral. De acordo com a Constituição Federal brasilei-
ra, terão início na Câmara dos Deputados a discussão e votação dos projetos:
a) “A” e “B”, apenas.
b) “A”, “B” e “C”, apenas.
c) “B”, “C” e “D”, apenas.
d) “A”, “B”, “C” e “D”.
e) “A” e “D”, apenas.
Exercício
103. (Cespe – 2011 – AL/ES – Técnico Legislativo) A respeito do processo legisla-
tivo, assinale a opção correta:
a) Iniciativa de lei é a prerrogativa concedida aos parlamentares e também
a qualquer cidadão ou entidade de classe para apresentar projetos de
lei nas casas legislativas.
b) A deliberação parlamentar consiste na ampla discussão e votação sobre
a matéria do projeto de lei apresentado, que pode ser aprovado ou
rejeitado pelo Poder Legislativo.
c) O chefe do Poder Executivo analisa o projeto de lei ordinária aprovado
ou rejeitado, podendo, então, vetá-lo ou sancioná-lo.
d) A promulgação consiste em tornar pública a existência da lei aos seus
destinatários, por meio de sua inserção no Diário Oficial.
e) O processo legislativo ordinário destina-se à elaboração de leis ordiná-
rias, de leis complementares e de leis delegadas.
12. Da Votação
A votação tem o método ostensivo e o método secreto. O ostensivo subdivide-se
em: procedimento simbólico e procedimento nominal. O método secreto subdi-
vide-se em: sistema eletrônico e sistema cedular (órgãos legislativos que não têm
informatização).
O método ostensivo que envolve o procedimento simbólico (clássico) dispõe que:
quem concordar com o projeto de lei fique sentado, quem rejeitar que fique em pé.
O método ostensivo tem o procedimento nominal, vai depender dos quóruns
especiais, ou do requerimento por intermédio de um parlamentar interessado.
As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta (maioria dos
membros). De toda maneira, esses quóruns podem ser analisados de acordo com
o processo nominal de votação.
Além do método ostensivo tem o secreto, o qual deve observar a EC nº 76/2013
(voto aberto) que alterou apenas o art. 55, § 2º, da CF e art. 66, § 4º, da CF.
Exercício
104. (Cespe – 2012 – Analista Legislativo) No que se refere às sessões legislativas
e às sessões preparatórias, julgue o item subsequente em certo ou errado:
“A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve ser votada em sessão legislativa
extraordinária.”
Direito Constitucional 165
Exercício
105. (Cespe – 2013 – DP/DF – Defensor Público) Com relação ao Poder Legislati-
vo, julgue o item a seguir:
“O projeto de lei aprovado nas comissões para as quais tenha sido enviado,
na forma e prazo regimentalmente estabelecidos, deve, necessariamente,
seguir para votação no plenário da respectiva Casa legislativa, pois o modelo
constitucional brasileiro não admite a aprovação de leis por meio de órgãos
fracionários da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.”
Exercício
106. (Cespe – 2013 – TC/DF – Procurador): Com relação ao processo legislativo,
julgue o próximo item:
“Os projetos de lei de iniciativa reservada, como os que dispõem sobre a
organização dos serviços administrativos dos Tribunais Federais e do MP, não
admitem a apresentação de emenda parlamentar.”
Exercício
107. (Cespe – 2013 – Serpro – Analista) Acerca dos Poderes Executivo e Legislati-
vo, julgue o item seguinte:
Direito Constitucional 167
Exercício
108. (MP/SC – 2013 – Promotor de Justiça) Analise cada um dos enunciados das
questões abaixo e assinale certo ou errado:
“Em vetando parcialmente algum projeto de lei, a Presidência não poderá,
ainda que fundamentadamente, limitar seu ato a alguma expressão ou con-
junto de palavras, devendo fazer com que abranja, ao menos, texto integral
de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.”
168 Direito Constitucional
17. Promulgação
Exercício
109. (Cespe – 2013 – MPU – Analista) Acerca do processo legislativo, julgue o
seguinte item:
“Promulgação é ato que incide sobre projeto de lei, transformando-o em lei
e certificando a inovação do ordenamento jurídico.”
18. Publicação
Exercício
110. (FCC – 2013 – AL/RN – Analista Legislativo) Considere a seguinte situação
hipotética: A Lei W entrará em vigor no dia 09.09.2013, ou seja, 45 dias
após a sua publicação. Ocorre que, no dia 26 de agosto de 2013, houve
nova publicação do texto legal da lei W destinada à correção. Neste caso, de
acordo com a LINDB, o prazo de 45 dias:
a) Começará a correr da nova publicação.
b) Não se interromperá ou suspenderá com a nova publicação fluindo nor-
malmente.
c) Será acrescido de mais dez dias a contar do dia 26 de agosto de 2013.
d) Será contado em dobro, iniciando-se a partir do dia 26 de agosto de
2013.
e) Será acrescido de mais 15 dias a contar do dia 26 de agosto de 2013.
Capítulo 13
Poder Executivo
Exercício
111. (Cespe – 2013 – MS – Analista Técnico) Julgue o item seguinte:
“A acumulação das funções de chefe de Estado e de chefe de governo pelo
Presidente da República é uma das características do sistema presidencialista
de governo adotado pela República Federativa do Brasil.”
Direito Constitucional 171
2. Eleições – Posse
Exercício
112. (TJ/SC – 2013 – Juiz) Assinale a alternativa incorreta:
a) O Presidente e Vice tomarão posse em sessão do Congresso Nacional.
Se, decorridos 15 dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice, salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este
será declaro vago.
b) Vagos os cargos de Presidente e Vice, far-se-á eleição 90 dias depois de
aberta a última vaga. Ocorrendo vacância nos últimos 2 anos do perío-
do presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita 30 dias depois
da última vaga pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
c) Compete privativamente ao Presidente dispor, mediante decreto, sobre
a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
d) Admitida acusação contra Presidente, por 2/3 da Câmara dos Deputa-
dos, será submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado, nos crimes de responsabilidade.
e) Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente, e
dentre eles participam 6 cidadãos brasileiros natos, com mais de 35
anos, sendo 2 nomeados pelo Presidente, 2 eleitos pelo Senado e 2 elei-
tos pela Câmara, todos com mandato de 3 anos, vedada a recondução.
172 Direito Constitucional
Exercício
113. (Cespe – 2012 – PC/CE – Inspetor de Polícia) Tendo como referência a CF,
julgue o item seguinte:
“Ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente da República e de Vice
-Presidente da República, nos dois primeiros anos do mandato, deverá haver
eleição para ambos os cargos pelo Congresso Nacional, 90 dias depois de
aberta a última vaga.”
4. Vacância e Licença
A competência do Congresso Nacional está disposta no art. 49, III, da CF, que
autoriza o Presidente e o Vice a se ausentarem do país quando o período não
exceder 15 (quinze) dias. As competências do Senado Federal estão no art. 52
da CF.
Tal dispositivo trata-se de norma de observância obrigatória, tanto para as
Constituições Estaduais como para Leis Orgânicas dos Municípios e Distrito Federal.
Ao julgar a ADI nº 3.647, o STF determinou o dispositivo no Estado do Ma-
ranhão que tornava desnecessária a substituição do governador pelo vice se o
afastamento do Estado ou país fosse até 15 (quinze) dias, inconstitucional, pois
é caso de norma de observância obrigatória, devendo haver sim a substituição,
caso contrário o Poder Executivo ficaria acéfalo durante esse período.
Exercício
114. (FGV – 2013 – MP/MS – Analista) De acordo com a Constituição Federal, é
competência exclusiva do Congresso Nacional, autorizar o Presidente e o
Vice-Presidente da República a se ausentarem do país, quando a ausência
exceder o período de:
a) Dez dias.
b) Quinze dias.
c) Vinte dias.
d) Vinte e cinco dias.
e) Trinta dias.
Exercício
115. (TRT/11ª Região – Analista Judiciário – 2012 – FCC) É lícito ao Presidente da
República, delegar ao Ministro de Estado, a atribuição de:
a) Exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus ofi-
ciais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos.
b) Manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representan-
tes diplomáticos e celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
sujeitos a referendo do Congresso Nacional.
c) Dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamento da
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos, e sobre a extinção de funções
ou cargos públicos, quando vagos.
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá
as normas de processo e julgamento.”
Exercício
116. (Sefaz/RJ – Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2014 – FCC) Suponha que o
Presidente da República esteja obstruindo o livre exercício das atividades do
Congresso Nacional. Neste caso:
a) A União poderá sofrer intervenção federal mediante requisição do Se-
nado Federal.
b) A União poderá sofrer intervenção federal por solicitação do Congresso
Nacional.
c) O presidente da República poderá ser submetido a julgamento, perante
o Senado Federal, por crime de responsabilidade.
Exercício
117. (TCE/RS – Oficial de Controle Externo – 2013 – Cespe) A respeito da organi-
zação dos poderes da República Federativa do Brasil, julgue o próximo item:
Se o Presidente da República atentar contra decisões judiciais poderá ser
julgado pelo Supremo Tribunal Federal, exigida a prévia autorização de dois
terços dos membros da Câmara dos Deputados.
8. Imunidades
Exercício
118. (TRT/5ª Região – Juiz do Trabalho – 2013 – Cespe) Acerca do Poder Executi-
vo, assinale a opção correta:
a) Estados e municípios podem legislar sobre a relação de emprego de
trabalhadores domésticos, dado que a matéria é de competência con-
corrente dos três entes federativos.
b) No presidencialismo adotado no Brasil, sistema de governo previsto na
CF, a chefia de Estado e a chefia de governo não coincidem.
c) Emenda constitucional introduziu na CF previsão de edição, pelo pre-
sidente da República, de decretos autônomos que disponham sobre a
criação ou a extinção de cargos e órgãos públicos.
d) Conforme previsto na CF, a responsabilidade penal do presidente da Re-
pública é relativa, já que ele não pode ser responsabilizado penalmente,
na vigência do seu mandato, por atos estranhos ao exercício de suas
funções.
e) Em caso de relevância e urgência, pode o presidente da República editar
medida provisória para regulamentar matéria relacionada a direitos e
deveres dos juízes do trabalho.
Capítulo 14
Poder Judiciário
Exercício
119. (Depen – Especialista – 2013 – Cespe) A propósito do Poder Judiciário, julgue
o próximo item:
Apesar de competir ao Conselho Nacional de Justiça o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deve-
res funcionais dos juízes, o texto constitucional não reconhece esse órgão
como integrante do Poder Judiciário.
Compete privativamente:
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com ob-
servância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispon-
do sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais
e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem
vinculados, velando pelo exercício da atividade correcional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira
da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o
disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da
Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes
e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
180 Direito Constitucional
Exercício
120. (TRT/17ª Região – Técnico Judiciário – Cespe – 2013) Com relação ao Su-
premo Tribunal Federal (STF) e às ouvidorias de justiça, julgue o item que se
segue:
A Constituição Federal determina a criação, por iniciativa dos tribunais de
todo o país, de ouvidorias de justiça com competência para receber reclama-
ções e denúncias de qualquer pessoa interessada, desde que dirigida contra
órgãos ou serviços auxiliares do Poder Judiciário, excluídos os juízes indivi-
dualmente considerados.
Exercício
121. (TJ – PE – Analista Judiciário – 2012) A causa decidida, em última instância,
pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, quando a decisão recor-
rida contrariar lei federal, será julgada pelo:
a) Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário.
b) Superior Tribunal de Justiça em recurso ordinário.
c) Superior Tribunal de Justiça em recurso especial.
d) Supremo Tribunal Federal em recurso ordinário.
e) Tribunal Regional Federal competente.
Exercício
122. (MS – Analista Técnico – 2013 – Cespe) Com base nas normas constitucio-
nais relativas ao Poder Judiciário, julgue o item a seguir:
Lei complementar, de iniciativa do Conselho Nacional de Justiça, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura.
Exercício
123. (Vunesp – TJ-SP – 2013 – Juiz) A promoção na carreira da magistratura, de
entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,
nos termos do inciso II, e alíneas, do art. 93 da Constituição Federal:
a) Está escorada em dispositivos autoaplicáveis, pois a exigência de edição
de lei complementar para estabelecer o Estatuto da Magistratura não
impede a imediata utilização dos preceitos constitucionais básicos que
regem o Poder Judiciário e a magistratura.
b) Está escorada em dispositivos que reclamam a obediência à Lei Orgâni-
ca da Magistratura, LOMAN, para que tenham eficácia imediata.
c) Esses dispositivos referem-se aos critérios de promoção e de remoção
dos Juízes Estaduais.
d) Esses dispositivos referem-se aos critérios de promoção e de remoção
dos Juízes Federais.
Exercício
124. (Cespe – TRT/8ª Região – 2013 – Técnico Judiciário) Assinale a opção correta
a respeito do Poder Judiciário:
a) Salvo autorização do CNJ, o juiz titular terá de residir na respectiva co-
marca.
b) Deverão ser motivadas e tomadas em sessão pública as decisões admi-
nistrativas dos tribunais, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
maioria absoluta de seus membros.
c) Os servidores dos tribunais receberão delegação para a prática de atos
de mero expediente, contudo, referidas práticas só possuirão caráter
decisório se a delegação for expressa nesse sentido.
d) A CF estabelece que as custas e emolumentos serão destinados ao custeio
dos serviços afetos às atividades da administração pública em geral.
e) O CNJ é um órgão de natureza judicial, com sede na capital federal e
jurisdição em todo o território nacional.
Exercício
125. (TJ/SP – Advogado – 2013 – Vunesp) A Constituição da República estabelece
que Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá so-
bre o Estatuto da Magistratura, observado, entre outros princípios, o seguinte:
Direito Constitucional 185
8. Plenário
Exercício
126. Considere as seguintes assertivas sobre o Poder Judiciário, de acordo com a
Constituição Federal de 1988:
I – Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos mem-
bros do respectivo Órgão Especial poderão os tribunais declarar a inconstitu-
cionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
II – O ato de disponibilidade do magistrado, por interesse público, fundar-
-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa.
III – Lei Ordinária, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os princípios estabelecidos na Consti-
tuição Federal de 1988.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II, apenas.
9. Quinto Constitucional
O quinto constitucional está consagrado no art. 94 da Constituição Federal. No
âmbito da Justiça do Trabalho, está previsto nos arts. 111-A e 115, I, da CF.
A regra do quinto constitucional, no âmbito do STJ, apesar de ter essa deno-
minação, é de 1/3 (um terço) da composição, nos termos do art. 104, parágrafo
único, II, da CF.
Os membros do Ministério Público e da advocacia, com prazo superior a 10
(dez) anos de carreira, poderão compor o quinto constitucional. Cada classe or-
ganizará uma lista sêxtupla, a qual será encaminhada para o Tribunal, que enca-
minhará para o Presidente da República uma lista tríplice.
Exercício
127. (TJ/SC – Juiz – 2013) Observadas as proposições a seguir expostas, assinale a
alternativa correta:
I – Na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto fundamentado de três quintos de seus membros,
Direito Constitucional 187
Exercício
128. (TCE/AP – Analista de controle externo – 2012 – FCC) Os juízes federais:
a) Julgam as causas em que a União é interessada na condição de autora,
ré, assistente ou oponente, inclusive as de falência e de acidentes de
trabalho.
b) Gozam das garantias da estabilidade, inamovibilidade e irredutibilidade
de subsídio, após um ano de efetivo exercício.
c) Podem exercer advocacia no juízo do qual tenham se afastado em virtude
de aposentadoria, desde que decorridos três anos do afastamento.
d) Julgam os mandados de segurança contra ato de Ministro de Estado e
dos Tribunais de Contas da União.
e) Podem exercer atividade político-partidária, nas hipóteses previstas
em lei.
Capítulo 15
Funções Essenciais à
Justiça
O Ministério Público é uma instituição que tem uma formatação bem peculiar
no nosso sistema Constitucional, porque se apresenta quase como se fosse um
quarto poder.
O Ministério Público possui basicamente as funções de promover a tutela dos
interesses indisponíveis da coletividade, deve zelar pela preservação dos direitos
fundamentais e os interesses públicos como a proteção ao meio ambiente, a
proteção ao patrimônio público, além disso, tem o papel de fiscalizar a atuação
dos demais poderes, verificando se os demais poderes estão cumprindo com os
parâmetros de legalidade.
Os Princípios da Unidade e Indivisibilidade passam pela compreensão de que
o Ministério Público é uma coisa só. Apesar de se falar em algumas divisões no
âmbito do Ministério Público, é importante que se compreenda essa instituição
como uma coisa só, o Ministério Público tem unidade, ele atua como um todo.
Deve haver uma coerência na atuação do Ministério Público; pode até aconte-
cer no plano interno de se verificar divergências dentro da instituição, mas o Mi-
nistério Público se apresenta perante a sociedade, perante os demais poderes com
uma postura única, decidida, coerente porque o Ministério Público, o seu conjunto
de órgãos representa uma coisa só, dotada de unidade e de indivisibilidade.
O terceiro e mais relevante princípio institucional é o da independência funcio-
nal. É este princípio que irá desgarrar o Ministério Público das demais estruturas
do poder. Historicamente, o Ministério Público estava atrelado ao Poder Público,
na Constituição de 1988. Isso não existe mais, ele passou a ser formatado pela
Constituição de 1988 como uma instituição dotada de independência funcional.
Significa dizer que a atuação do Ministério Público não passa pelo crivo do Poder
190 Direito Constitucional
Executivo, do Poder Legislativo, e nem mesmo do Poder Judiciário, ele tem total
autonomia para tomar as suas decisões. Ainda que sofra pressão do Poder Execu-
tivo, o Ministério Público tem independência funcional.
pesas. Em regra, o Ministério Público não pode criar uma despesa que não tenha
compatibilidade com a Lei de Diretrizes. Porém, existe uma exceção, o Ministério
Público pode durante o exercício gerar uma despesa excedente a LDO se houver
autorização mediante abertura de um crédito novo (art. 127, § 6º, da CF/1988).
A Lei de Diretrizes Orçamentárias é elaborada dentro de previsões de arreca-
dação. Entretanto, se o Estado consegue arrecadar além do que estava previsto,
gerando assim mais receita, possibilitando assim a abertura de um crédito novo.
O Ministério Público apesar de ter como Princípios a Unidade e a Indivisibilida-
de possui uma divisão interna que é formada por um conjunto de órgãos.
O Ministério Público abrange:
I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar; e
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; e
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
Importante observar que o custeio do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios são de competência do Ministério Público da União.
vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
Portanto, o Estado de Defesa pode ser decretado 30 + 30 dias.
Estabelece o art. 138, § 1º, da CF/88 que o Estado de Sítio, no caso do art.
137, I, não poderá ser decretado por mais de 30 (trinta) dias, nem prorrogado, de
cada vez, por prazo superior.
No caso previsto no art. 137, II, o Estado de Sítio poderá, nos casos de agres-
são armada ou guerra, ser decretado por 30 + 30 + 30 + 30 + 30 ou até mesmo
por prazo indeterminado. O Estado de Sítio por ser mais grave tem prazo de
duração maior.
São medidas coercitivas do Estado de Defesa, conforme art. 126, § 1º:
I – restrição aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercido no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; e
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
O art. 136, § 3º, I, traz também uma medida coercitiva do Estado de Defesa, a
chamada prisão por crime contra o Estado. Este dispositivo disciplina que a prisão
por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este
comunicada imediatamente ao juiz competente, que relaxará se não for legal, e
facultará ao preso requerer o exame de corpo de delito à autoridade policial.
Inciso II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade,
do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.
Inciso III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior
a 10 (dez) dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário. Poderá exceder os
10 (dez) dias de prisão desde que autorizado pelo Poder Judiciário.
O inciso IV veda a incomunicabilidade do preso. Significa dizer que o preso
pode ter comunicação, inclusive com seu advogado.
O art. 137, I, apresenta dois casos em que o Estado de Sítio pode ser decretado:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que com-
provem a ineficácia de medida tomada durante o Estado de Defesa.
Na decretação do Estado de Sítio em razão das causas expressas no art. 137,
I, poderão ser tomadas as seguintes medidas coercitivas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não prisional;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das co-
municações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão
e televisão, na forma da lei. O parágrafo único do art. 139 traz uma exceção ao
inciso III, expressando que não se inclui nas restrições previstas neste inciso, o
pronunciamento de parlamentar liberado pela mesa respectiva;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Nos casos previstos no art. 137, II, guerra ou agressão estrangeira, a priori,
a Constituição não proibiu nenhuma medida coercitiva, podendo, portanto, se
tomar qualquer medida que seja necessária.
Retornando ao estudo do Estado de Defesa, o art. 136, § 4º, determina que,
decretado o Estado de Defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República,
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, submeterá o ato e a justificativa ao Congres-
so Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
O § 5º traz a hipótese de o Congresso Nacional estar em recesso, caso em que
será convocado extraordinariamente, no prazo de 5 (cinco) dias.
O § 6º disciplina que o Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de 10
(dez) dias constados de seu recebimento, devendo continuar funcionando en-
quanto vigorar o Estado de Defesa.
Por último, o § 7º determina que, rejeitado o decreto, cessa imediatamente o
Estado de Defesa.
O Congresso que funciona durante todo o período em que estiver decretado
o Estado de Sítio vai nomear uma Comissão por via de sua Mesa Diretora; Comis-
são esta composta por 5 (cinco) membros para acompanhar e fiscalizar o Estado
de Defesa e o Estado de Sítio (art. 140 da CF/1988).
Cessado o Estado de Defesa ou cessado o Estado de Sítio, cessam os seus
efeitos e não ficam livres de responsabilização os agentes ou executores que por-
ventura praticaram ilícitos (art. 141 da CF/1988).
202 Direito Constitucional
tes órgãos estaduais, mas não de maneira detalhada. A União trará um aspecto
geral criando um padrão nacional, para evitar, por exemplo, que se tenha um
regramento de polícia civil completamente diferente de um Estado para outro.
Os Estados deverão respeitar os parâmetros instituídos pela Constituição Federal
quando forem tratar da matéria.
Sobre as funções da polícia, é preciso conhecer os dois tipos de atividade
de policiamento: policiamento preventivo ou ostensivo e policiamento judiciário
ou investigativo. O policiamento preventivo ou ostensivo visa evitar a prática da
infração penal, enquanto o policiamento judiciário ou investigativo visa apurar e
punir a conduta criminosa praticada.
No plano Federal, a polícia federal pratica tanto o policiamento ostensivo
quanto o policiamento investigativo. Já a polícia rodoviária federal e a polícia
ferroviária federal exercem tão somente o policiamento ostensivo. Portanto, no
âmbito da União, a única polícia que exerce a função de polícia judiciária ou in-
vestigativa é a polícia federal.
No plano Estadual, a polícia civil pratica o policiamento investigativo, en-
quanto a polícia militar exerce o policiamento ostensivo. Além das atribuições
definidas em lei, o corpo de bombeiros militar está relacionado às atividades de
defesa civil.
Exercício
129. (Cespe – MPU – Técnico Administrativo – 2013) No que se refere à Consti-
tuição Federal, julgue o item a seguir:
“Todas as normas presentes na Constituição Federal, independentemente
de seu conteúdo, possuem supremacia em relação à lei ordinária, por serem
formalmente constitucionais.”
Exercício
130. (Cespe – TCU – Auditor Federal de Controle Externo – 2011) A respeito da
estrutura da Constituição Federal de 1988 e das Constituições Estaduais,
julgue o item seguinte:
“O preâmbulo da Constituição Federal é uma norma de reprodução obriga-
tória nas Constituições Estaduais.”
210 Direito Constitucional
3. Formas de Inconstitucionalidade
Exercício
131. (Cespe – DPE/DF – Defensor Público – 2013) Acerca do controle de constitu-
cionalidade, julgue o item seguinte:
Direito Constitucional 211
Exercício
132. (Cespe – DPE/DF – Defensor Público – 2013) Acerca do controle de constitu-
cionalidade, julgue o item seguinte:
212 Direito Constitucional
5. Formas de Declaração de
Inconstitucionalidade
Exercício
133. (Cespe – Polícia Federal – Delegado de Polícia – 2013) Considerando o con-
trole de constitucionalidade no ordenamento pátrio, julgue o item a seguir:
“Na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada perante o STF, apesar de
lhe ser aplicável o princípio da congruência ou da adstrição ao pedido, ad-
mite-se a declaração de inconstitucionalidade de uma norma que não tenha
sido objeto do pedido, na hipótese configurada da denominada inconstitu-
cionalidade por arrastamento.”
Direito Constitucional 213
6. Controle Difuso
Exercício
134. (Cespe – DPE/DF – Defensor Público – 2013) Acerca do controle de constitu-
cionalidade, julgue o item seguinte:
“Embora o sistema brasileiro não admita ADI contra lei municipal, é cabível
contra essa lei o controle difuso de constitucionalidade, assim como o con-
trole por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental.”
Exercício
135. (FCC – TRT/20ª Região – Analista Judiciário – 2011) O controle difuso de
constitucionalidade é verificado quando:
a) A Câmara dos Deputados desaprova emenda constitucional que altera
Cláusula Pétrea.
b) O legitimado para julgar for apenas a Corte Especial do Superior Tribu-
nal de Justiça.
c) Se reconhece o seu exercício a todos os membros do Poder Judiciário.
d) O Senado Federal desaprova projeto de lei tendente a revogar Cláusula
Pétrea.
e) O chefe do Poder Executivo veta lei que viola as disposições constitu-
cionais.
Exercício
136. (FCC – TRE/SP – Analista Judiciário – 2012) De acordo com o texto da Cons-
tituição da República e com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
em matéria de controle de constitucionalidade é correto afirmar:
a) Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstituciona-
lidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência,
no todo ou em parte.
b) A cláusula de reserva de plenário não se aplica aos processos de com-
petência da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral.
c) Aos magistrados dos juizados especiais é vedado o exercício do controle
incidental de constitucionalidade de leis e atos normativos.
d) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Fe-
deral, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declara-
tórias de constitucionalidade, produzem eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário, mas
não vinculam a atuação da administração pública.
e) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar as ações declaratórias de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
Exercício
137. (Vunesp – TJ/SP – Advogado – 2013) No que tange ao controle de consti-
tucionalidade no direito brasileiro, a pertinência temática é pressuposto da
legitimidade ativa para a propositura das ações em controle concentrado de
constitucionalidade, sendo, consequentemente, exigida para, entre outros,
os seguintes legitimados:
a) Confederação Sindical e Mesa da Câmara Legislativa.
b) Mesa da Assembleia Legislativa e Partidos políticos.
c) Conselho Federal da OAB e Governador do Estado.
d) Presidente da República e Mesa da Câmara dos Deputados.
e) Mesa do Senado Federal e Entidade de classe de âmbito nacional.
Exercício
138. (Cesgranrio – Petrobras – Advogado – 2011) Uma lei do Distrito Federal foi
sancionada, promulgada e publicada em julho de 2011, mas só entrará em
vigor em 180 dias a partir da data da publicação.
Essa lei será objeto de:
a) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) desde que haja controvérsia
judicial relevante.
b) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) se for materialmente estadual.
c) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) se for materialmente
estadual.
d) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) desde que haja contro-
vérsia judicial relevante.
e) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) se for
materialmente estadual.
Para que um objeto seja alvo de ação direita de inconstitucionalidade, deverá ser
ele posterior ao parâmetro constitucional, seja tal parâmetro a própria Constitui-
ção, uma Emenda Constitucional ou Tratado Internacional aprovado na forma do
art. 5º, § 3º, da CF.
O Advogado-Geral da União deve ser citado para defender a constituciona-
lidade do ato impugnado, na ação direta de inconstitucionalidade. O AGU age,
portanto, como um defensor da constitucionalidade da norma, salvo se o Su-
218 Direito Constitucional
Exercício
139. (FCC – Sefaz/RJ – Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2014) Suponha que
o Advogado-Geral da União proponha ação direta de inconstitucionalidade
(ADIn) perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a consti-
tucionalidade de três artigos de lei estadual do Rio de Janeiro em face da
Constituição da República. Conforme a disciplina constitucional a respeito
do controle de constitucionalidade concentrado:
a) O Advogado-Geral da União não possui legitimidade para propor ADIn.
b) O STF deve remeter os autos do processo para julgamento pelo Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro.
c) Não se pode propor ADIn para questionar apenas parte de lei.
d) O STF deve converter a ADIn em recurso extraordinário para que seja
viável analisar o pedido da ação.
e) Lei estadual não pode ser objeto de ADI.
Exercício
140. (Cespe – STF – Analista Judiciário – 2013) Acerca do sistema brasileiro de
controle de constitucionalidade, julgue o item que se segue:
“Ao julgar procedente uma ação direta de inconstitucionalidade, o STF po-
derá, por maioria de dois terços de seus membros, realizar a modulação dos
efeitos da declaração de inconstitucionalidade.”
A omissão que será combatida pela ADO pode ser total, quando a indevida
abstenção é total ou parcial, quando o silêncio do Poder Público ocorre apenas
em parte.
Tal como a ADI, a ADC e a ADPF trata-se de processo constitucional objetivo.
A ADO não tem o condão de assegurar direitos subjetivos das partes, mas a cria-
ção da norma mediante controle abstrato.
Vale destacar que essa omissão legislativa deve ser considerada em sentido
amplo, servindo não apenas em caso de omissão de lei, mas em caso de omissão
oriunda do Poder Executivo ou do Poder Judiciário.
Exercício
141. (Cespe – 2012 – AGU – Advogado) Com relação à ADI e à ADO, julgue o
item a seguir:
“O atual posicionamento do STF admite a fungibilidade entre a ADI e a ADO.”
Exercício
142. (FCC – 2013 – TRT 9ª Região – Analista Judiciário) No tocante à ação decla-
ratória de constitucionalidade, considere:
I – Pode ser proposta por Confederação Sindical ou entidade de classe ou de
âmbito nacional.
II – O Procurador-Geral da República e a Mesa da Câmara dos Deputados
têm legitimidade ativa para sua propositura.
III – Tem a finalidade principal de transformar a presunção relativa de consti-
tucionalidade em presunção absoluta, em razão dos seus efeitos vinculantes.
IV – Pode ter como objeto a lei ou ato normativo federal ou estadual que se
pretenda declarar constitucional.
222 Direito Constitucional
Exercício
143. (FCC – 2013 – PGE – Analista de Procuradoria – BA) As decisões definitivas
de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas in-
constitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produ-
zirão eficácia contra:
a) Todos e efeito vinculante, apenas em relação aos órgãos do Poder Judi-
ciário e à Administração Pública direta e indireta federal.
b) Todos, mas sem efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal.
Direito Constitucional 223
Exercício
144. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Sobre a ação declaratória de cons-
titucionalidade, cuja competência para julgamento é do Supremo Tribunal
Federal, é incorreto afirmar:
a) É requisito da peça inicial, dentre outros, a demonstração da existência
da controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da
ação declaratória.
b) A declaração de constitucionalidade dar-se-á pelo quorum da maioria ab-
soluta dos onze Ministros do Supremo Tribunal Federal, respeitado o quo-
rum, mínimo, de oito Ministros para instalação da sessão de julgamento.
224 Direito Constitucional
Exercício
145. (Cespe – 2013 – PC – Delegado de Polícia – BA) A respeito do controle de
constitucionalidade, julgue o item que se segue:
Direito Constitucional 225
Exercício
146. (Cespe – 2013 – STF – Analista Judiciário) Acerca do sistema brasileiro de
controle de constitucionalidade, julgue o item que se segue:
“A arguição de descumprimento de preceito fundamental é instrumento de
controle concentrado de constitucionalidade que possui caráter subsidiário
ou residual, só podendo ser utilizada quando não houver qualquer outro
meio capaz de sanar a lesividade.”
Exercício
147. (Cespe – 2012 – AGU – Advogado) Julgue o item que se segue com base
na legislação de regência e na jurisprudência acerca das ações diretas no
controle concentrado de constitucionalidade ajuizadas perante o STF:
“Ao contrário da ADC, a ADPF não exige a demonstração de controvérsia
judicial relevante.”
Exercício
148. (FCC – 2013 – DPE – Defensor Público – AM) De acordo com a jurispru-
dência atualmente predominante no Supremo Tribunal Federal, um tratado
internacional de Direitos Humanos, ratificado na forma do art. 5º, § 2º, da
Constituição Federal, possui força normativa equivalente à de norma:
a) Formalmente constitucional.
b) Legal ordinária.
c) Legal complementar.
d) Supralegal e infraconstitucional.
e) Regulamentar.
Anotações
230 Direito Constitucional
Gabarito