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ANDRESSA DE SOUZA MORGADO
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Dedicatória
(Gaston Bachelard)
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Resumo
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Sumário
2 . O desenvolvimento da Psicomotricidade……………………………
2.1 Esquema corporal……………………………………………………
Considerações finais…………………………………………………….
Referencias bibliograficas………………………………………………
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Introdução
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Ao observar as crianças dentro da sala de aula, notei que seus
movimentos espontâneos eram muitas vezes repreendidos pelo professor. E
por mais que não estivessesm sentadas, quietas na cadeira, muitas delas
conseguiam compreender o que era proposto nas aulas, demostrando assim,
que corpo e a mente estão associados no aprendizado da criança.
O trabalho se organiza da seguinte maneira: no primeiro capítulo
constam alguns aspectos relevantes sobre a história da Psicomotricidade,
como suriu o termo e ela era vista pelos estudiosos ao longo dos anos.
No segundo capítulo abordarei o desenvolvimento da psicomotricidade
descrevendo como a evolução do esquema corporal foi visto ao longo dos anos
e a importância dessa evolução para o desenvolvimento do indivíduo.
O Terceiro capítulo fala sobre o desenvolvimento psicomotor da criança
de 0 a 6 anos de idade, fazendo uma análise sobre as etapas do
desenvolvimento psicomotor esclarecendo as etapas do corpo vivido (até 3
anos), o corpo percebido (3 a 7 anos) e o corpo representado (7 a 12 anos).
Descrevi algumas das habilidades básicas que são necessárias à alfabetização
da criança, enfatizando a coordenação global, fina, óculo-manual, a
lateralidade, orientação espacial, temporal e o rítmo.
O quarto capítulo mostrará que atualmente muitos dos pais estão mais
preocupados com o futuro profissional dos filhos, desconsiderando a
importância do brincar, achando que é perda de tempo, desconhecendo que é
através de jogos e brincadeiras que eles se desenvolvem e passa a ter uma
aprendizagem significativa.
Apoiando-se no conhecimento das etapas do desenvolvimento da
criança, nas suas fases de transição, sintaticamente descrevi alguns aspestos
relevantes sobre o brincar, os jogos simbólicos e espontâneos de acordo com
os conceitos de Piaget (1978); Marcellino (2002); Brougére (In SARTI, 2001);
Chateau(1987); Brasil (1998); Elias (1985) e Wallon (In GALVÃO, 1995).
Enfatizei o papel do professor neste processo, relatei a importância do
ato de brincar, do brinquedo e dos jogos infantis, focando os benefícios e
privilégios da criança quando realiza esses atos.
Realizei um levantamento bibliográfico sobre autores que se baseiam na
temática explorada que foram fundamentais para a construção da base teórica.
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Os autores analisados neste trabalho foram; Fonseca (2004), Freire (1994), Le
Boulch(1982), Kolyniak Filho (1996), Elias (1985), Oliveira (2007), Pagotti
(1991), Wadsworth (1996), Galvão (1995), Buchalla (2007), Wallon (1989),
Sarti (2001), Souza (2007), Rappapot (Rosa (2002), Rossetti (2001),
Nascimento (1986), Vygotsky (1984), Moreira (2005), Loro (2007), Maluf (2003)
Kishimoto (2001; 2003), Marcellino (2002), Costa (2001), Brasil (1998), Araújo
(1992), Benjamin (1984), Château (1987).
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“É indispensável a organização do esquema corporal para
que o indivíduo possa tomar consciência do meio exterior.
Através da educação psicomotora, poderemos favorecer
sua evolução, levando a criança, progressivamente, ao
controle e domínio de seu próprio corpo” (ROSSEL, In
MACHADO 1986, p. 2).
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1 Considerações históricas sobre a Psicomotricidade
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A criança vivência experiências através de seus sentidos, assim, ao
mesmo tempo em que está ampliando as capacidades de movimentro de seu
corpo, está desenvolvendo suas funções intelectuais. Segundo OLIVEIRA (id.,
p. 32) “(…) para que a psicomotricidade se desenvolva, também é necessário que a
criança tenha um nível de inteligência suficiente para fazê-la desejar “experienciar” ,
comparar, classificar, distinguir os objetos”.
Brandão (In OLIVEIRA, 2007, p. 32) esclarece que:
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de distância entre ela e o objeto que ela manipula, quando o objeto não fizer
mais parte de sua simples atividade corporal indiferenciada” (OLIVEIRA,
2007, p. 34).
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A importância da evolução do esquema corporal para o desenvolvimento
harmônico do ser humano. A fim de se evitar como conseqüências, problemas
mais graves futuramente como por exemplo: problemas de linguagem,
dificuldades de aprendizagem, deficiência mental, distúrbios psicomotores,
deficiência visual e auditiva e, até mesmo problemas psiquiátricos (LE BOULCH,
1982).
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fins educativos pelo emprego do movimento humano” ( In OLIVEIRA, id. p.
35).
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“(…) deficiência na formação de conceitos; falhas de percepção (na
discriminação de tamanho, na orientação espaço- temporal, no esquema
corporal, na discriminação figura-fundo e na gestual); atraso nos níveis de
desenvolvimento motor (sentar, engatinhar e andar); alteração no processo
do pensamento (dificuldades no pensamento abstrato e pensamento
desorganizado); memória pobre; atenção deficiente” (NASCIMENTO, 1986,
p. 3).
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“ (…) o corpo é o ponto de referência que o ser humano possui
para conhecer e interagir com o mundo” (OLIVEIRA, 2007, p. 51).
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2 O desenvolvimento da Psicomotricidade
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2.1 Esquema corporal
O corpo, por muito tempo foi visto sob aspectos espirituais, sendo posto
de lado nos estudos relacionados à existência corporal do homem. Foi no
século XX que o corpo começou a ser objeto de estudo, primeiro pelos
neurologistas, por necessidades de compreensão das estruturas cerebrais e
para o esclarecimento das patologias, e mais tarde pelos psicólogos e
psiquiatras.
A noção de esquema corporal levou muitos neurologistas, psiquiatras e
psicólogos, ao longo da história, a se interrogarem sobre a existência de um
modelo postural. O valor relativo das diferentes posturas do corpo, as
percepções do corpo, a sua integração como modelo e a forma da
personalidade.
O que criou tanta confusão, discordâncias, foi a ambiguidade em pensar
o corpo por um lado neurológico, e por outro, espiritual, ou seja, o corpo
material e subjetivo.
Segundo Le Boulch (1982), a primeira vez que o conceito da imagem do
corpo é introduzido, foi por um ato do L’ Hermitte, mas, em 1935, Shilder (In Le
Boulch,1982) descobre o aspecto mental e social também presente nesta
concepção.
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corpo, pode ser medida a partir de desenhos da figura humana que ela realiza.
O esquema corporal é primeiro elemento indispensável para a formação do eu.
A criança percebe os outros e os objetos que a cercam a partir da percepção
que ela passa a ter de si mesma.
Segundo Pagotti, Sueli (1991, p. 60) :
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É através da expressividade do corpo, que são externalizados os
sentimentos e emoções.
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“(…) as aquisições da criança nos primeiros anos de vida,
sofrem uma maturação orgânica que são enriquecidas com
as experiências resultantes de sua interação com o meio
ambiente” ( ELIAS, 1985, p. 16 ).
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3 O desenvolvimento psicomotor da criança de 0 a 6 anos
“Ao observar um bebê, pode-se constatar que é grande o tempo que ele
dedica à explorações do próprio corpo – fica olhando as mãos paradas ou
mexendo-as diante dos olhos, pega os pés e diverte-se em mantê-los sob o
controle das mãos- como que descobrindo aquilo que faz parte do seu corpo
e o que vem do mundo exterior”. (BRASIL,1998,p. 21).
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“Se o contexto for significativo para a criança, o jogo, como qualquer outro
recurso pedagógico,tem conseqüências importantes em seu
desenvolvimento”. (FREIRE, 1994, p. 21)
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exigências que vão com o tempo se modificando, de acordo com suas
exigências particulares. Assim, os movimentos presentes no bebê ao nascer
(reflexo de sucção, de preensão, etc.) vão se repetindo à medida que ele
necessitar, tornando um comportamento repetitivo, que aos poucos vai
cedendo lugar à invenção de novas formas de adaptação.
Esses padrões de comportamento que vão se organizando de acordo
com as experiências das crianças.
Ao nascer, o bebê possui padrões de comportamentos (os reflexos), que
na medida que vai amadurecendo, vai ampliando suas interações com o meio,
com os objetos ou diferentes situações, sofrenso um processo de acomodação,
ou seja, ao enfrentar situações novas, suas estruturas e seus esquemas
mudam, como sintetiza Rappaport (1981, p.73):
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2ª etapa: corpo percebido ou “descoberto” (3 a 7 anos)
A criança tem umm dominio corporal maior, já adquiriu as noções do todo e das
partes de seu corpo, a partir daí, vai ampliando o seu esquema corporal.
Esta fase permite que a criança programe mentalmente suas ações, tornando-
se capaz de organizar e combinar diversas ações. Os pontos de referência não
estão mais centrados no próprio corpo, ocorre descentralização, ou seja são
esteriores ao sujeito, assim ele mesmo pode criar pontos de referência que
pode orienta-lo, pois agora o corpo esta cituado como objeto.
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3.3 Habilidades básicas
Elias (1985, p. 26) esclarece quais são as habilidades básicas que devemos
trabalhar para favorecer o desenvolvimento da criança. São estas:
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Quando se trata da comunicação não verbal, refere-se à criança dizer
coisas através da expressão corporal, mímica, desenho, etc. Cioppo (1985)
esclarece que para que se possa desenvolver um bom trabalho com os
alunos,é preciso desenvolver suas habilidades básicas, assim, precisamos
conhecer quem são nossos alunos, assim como o meio em que vivem,
trabalhar sistematicamente as habilidades básicas dos alunos, definir os
objetivos que vão nortear nosso trabalho durante o ano letivo assim como a
revisão do mesmo periódicamente.
Coordenação global
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realizar diferentes tarefas e movimentos ao mesmo tempo. Como exemplifica a
autora (id. p. 41- 42) “ Quando uma pessoa toca piano, por exemplo, a mão direita
executa a melodia, a esquerda o acompanhamento, o pé direito a sustentação. São
três movimentos diferentes que trabalham juntos para conseguir uma mesma tarefa”.
Coordenação motora ampla, segundo ELIAS (1985) é a consciência e o
domínio de todas as partes de seu próprio corpo. Se essa coordenação motora
ampla não for bem trabalhada com a criança, ela poderá ter dificuldades em
sentar-se em uma postura adequada, de modo que não lhe canse, em
manusear, controlar e organizar objetos e em atender à solicitações verbais e
motoras.
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Com as vivências que são adquiridas através das situações
experiênciadas no cotidiano do indivíduo, favorecem muito para que ele se
desenvolva, um exemplo disso é a independência dos braços em relação ao
ombro e da mão em relação aos dedos, que favorecem muito para a precisão
da coordenação visomotora, assim:
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Pega anormal do lápis
Ilustração 4 – Posturas fundamentais de pegas de lápis, fornecidas por Silver and Hagin. (In OLIVEIRA, 2007, p. 45).
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criança passa a agir sobre o manuseio dos objetos de forma mais voluntária,
escolhendo assim, o padrão de preensão que deseja usar em diversas
ocasiões. “Nesta fase a preensão é radiopalmar, isto é, pega os objetos entre a última
falange do indicador e a borda do polegar. Depois se transforma em radiodigital e vai
se aproximando da forma desejada de preensão do adulto” (id., p. 47).
É só a partir de um ano que a preensão se adapta ao uso de objetos,
que ocorre através das experimentações da criança sobre o meio e objetos.
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forma, poder agir correspondentemente. Enfim, é a coincidência da relação do
corpo com o meio.
Perceber e situar seu próprio corpo em relação aos objetos e aos outros
é se orientar espacialmente, lateralmente e temporalmete. Se essas
habilidades não forem bem desenvolvidas, a criança não será capaz de
reconhecer, nem determinar ordens dos fatos ocorridos verbalmente ou na
sequencia da escrita.
Rítmo
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A observação do comportamento infantil constitui-se num
valioso recurso ao trabalho do professor”
(ELIAS, 1985, p. 15 ).
Ilustração 5
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4 A importância de brincar e dos jogos durante a primeira
infância.
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felicidade. E nenhum outro motivo precisaria ser acrescentado para afirmar a
sua necessidade” (MARCELLINO, 2002, p. 37).
“84% concordam que para estarem preparadas para a vida, às crianças devem
brincar menos e estudar mais. Com isso todo, os jogos tendem a ficar restritos
ao período em que as crianças estão na escola”. (BUCHALLA, 2007, p.89)
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“Através do prazer, o brincar possibilita à criança a vivência da sua faixa etária
e ainda contribui, de modo significativo, para uma formação como ser
realmente humano, participante da sociedade em que vive, e não apenas como
mero individuo requerido pelos padrões de “produtividade social”
(MARCELLINO, 2002, p. 39).
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“(…) com a socialização da criança o jogo adota regras ou adapta cada vez
mais a imaginação simbólica aos dados da realidade sob a forma de
construções ainda espontâneas mas imitando o real…” (PIAGET, 1978 p. 116).
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Através da brincadeira, a criança tem a possibilidade de experimentar
novas formas de ação, exercitá-las, ser criativa, imaginar situações e reproduzir
momentos e interações importantes de sua vida, resignificando-os.
Na primeira infância, mais que em qualquer período, é fundamental para
a vida das pessoas o brincar, o jogo e o brinquedo.
Jogos e brincadeiras como bola, amarelinha, cantigas de roda, pega-
pega, pular corda, tem exercido ao longo da história, importante papel no
desenvolvimento das crianças.
As crianças brincam com muita intensidade nessa fase pré-escolar.
Os jogos e brincadeiras atribuem gestos, expressões faciais,
movimentos apreendidos e significados de diferentes maneiras por diferentes
grupos sociais. Cada cultura atribui significados diferentes ao movimento, aos
gestos, expressões faciais, posturas corporais, sendo muito grande a influência
da cultura para o movimento.
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4.1 O brincar e os jogos na pré- escola
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A disciplinaridade não é manter os alunos calados, sentados, mas é o
envolvimento do grupo como um todo, seus deslocamentos, suas conversas,
expressões, movimentos, por que são manifestações naturais das crianças,
fundamentais para seu desenvolvimento e essa compreensão lúdica do
aprender deve ser levado em consideração pelo professor, para que ele
organize melhor sua prática, levando em consideração que todo movimento é
apreendido e significado pela criança, como relata no RCNEI (BRASIL, 1998,
p.17):
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“A observação do comportamento infantil constitui-se num valioso recurso ao
trabalho do professor” (ELIAS, 1985, p. 15).
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O professor deve ficar atento com o ritmo de aprendizagem de cada
aluno levando sempre em consideração suas diferenças individuais e na forma
como trata os alunos mais lentos, para não os rotular, reforçando sempre cada
progressos que estes fizerem.
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Considerações Finais
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Referências Bibliográficas
BUCHALLA, Anna Paula. “Criança feliz, feliz a brincar”. Revista Veja: Editora:
ABRIL - ano 40 – nº 7, 21 de Fevereiro de 2007.
FREIRE, João batista. “Educação de corpo inteiro”. São Paulo: Scipione, 1994.
4ª ed.
KOLYNIAK, Filho Carol. “Educação física: Uma introdução”. São Paulo: EDUC,
1996.
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MARCELLINO, Nelson Carvalho. “Estudos do lazer: uma introdução”. 3ª ed.
Campinas, São Paulo: Autores associados, 2002.
SOUZA, Edilene Modesto de. “Quer brincar?”. Folha de São Paulo Equilíbrio –
Infância. 11 de Outubro de 2007, p. 7.
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