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"Evangelização é a proclamação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, por cuja obra o homem
se liberta tanto da culpa como do poder do pecado, e se integra nos planos de Deus, a fim de que
todas as coisas se coloquem sob a soberania de Cristo."
"Evangelização é a difusão por todo e qualquer meio das boas novas de Jesus crucificado,
ressurreto e agora reinando."
"Evangelização é o anúncio da boa nova de que Deus está interessado na restauração dos seres
humanos caídos e que esta restauração se dá mediante a fé na encarnação, na vida e na obra
substitutiva, justificatória, vicária e representativa de Jesus na cruz e na ressurreição."
"Evangelização é a tarefa de compartilhar Cristo a toda e qualquer pessoa com a qual nos
encontramos."
"A proclamação do evangelho inclui um convite para reconhecer e aceitar o senhorio salvador de
Cristo em uma decisão pessoal, por intermédio do Espírito Santo, com o Cristo vivo, recebendo
seu perdão e aceitando pessoalmente o chamado ao discipulado e a um novo estilo de vida de
serviço."' A melhor definição de evangelização que eu conheço me foi dada por Cannon May
Warren, da Abadia de Westminster, em Londres: "Evangelização é a apresentação de Jesus Cristo
no poder do Espírito Santo, de tal maneira que os homens possam conhecê-lo como Salvador e
servi-lo como Senhor, na comunhão da igreja e na vocação da vida comum". Isso é
evangelização."
"A evangelização abrange todos os esforços no sentido de declarar as boas novas de Jesus Cristo,
com o objetivo de que as pessoas entendam a oferta de salvação de Deus, tenham fé e tornem-se
discípulos."
"Evangelização é o ato de falar aos outros do evangelho da salvação em Jesus, com o alvo de que
eles possam arrepender-se, crer e encontrar vida nova nele."
Quando pensamos em evangelização devemos levar em conta o ministério de Jesus. Jesus é o
nosso modelo, precisamos agir na evangelização como Jesus agia, precisamos levar em conta os
princípios ensinados por Jesus no que diz respeito à evangelização. Quando pensamos ou agimos
a respeito da evangelização devemos levar em conta a forma como Jesus agiu.
2. A PRESENÇA DE JESUS
• Fome.
• Vazio Espiritual.
• Liderança egocêntrica.
• Doenças.
• Analfabetismo.
• Pobreza.
• Violência.
Galileia é o nome regional da parte norte da Palestina, onde Jesus passou a infância e principiou
seu ministério. Quando ele nasceu, os galileus já eram um povo segregado, devido ao assédio
contínuo das tribos não israelitas, que ali coexistiam. Essa influência nunca foi bem vista pelo
resto da nação: os cananeus influenciavam os israelitas, a ponto de estes serem empurrados para o
sul, onde permaneceram por aproximadamente meio século. Isso fez que com que a
recolonização da Galileia fosse necessária. Esse fato, somado à miscigenação acentuada,
contribuiu para um desprezo" ainda maior, por parte dos demais israelitas para com a Galileia dos
gentios. Foi nesse contexto que Jesus nasceu.
No texto de Marcos, Jesus é apresentado como aquele que procedia da Galileia. Ele regressou
para lá, depois da prisão de João Batista, "pregando o evangelho de Deus" (1.14). De fato, todos
os Evangelhos afirmam que foi na Galileia que Jesus pregou o evangelho pela primeira vez e
passou grande parte de seu ministério. Todavia, o mesmo Lucas, que elabora uma teologia do
"não retorno", cuja meta é Jerusalém (Lc 24.52) e dali "aos confins da terra" (At 1.8), usa a
Galileia como um caminho importante ao se referir à ascensão (At 1.11).
A Galileia era uma encruzilhada cultural; uma região orientada para o comércio, que havia sido
povoada por muito tempo tanto por gentios como por judeus. Durante o tempo de Jesus, os
judeus viviam lado a lado com os fenícios, sírios, árabes, gregos e vários grupos orientais. Essa
mescla racial havia dado à região o nome de "Galileia", que quer dizer: "círculo de pagãos" (cf. Is
8.23). Por isso, o livro de Isaías se refere à "Galileia dos gentios" (nações) (Is 9.1).
Nesse contexto, os discípulos, enviados por Jesus, saem para evangelizar e proclamar o reino de
Deus. Após árduo trabalho, voltam a Jesus a fim de relatar-lhe as experiências vivenciadas no
caminho, e o aprendizado obtido após tão exaustiva jornada. Interessante notar que Jesus
incentivava o contato com as pessoas; deixava sua situação cômoda perante a religião, e ia ao
encontro do povo e incentivava seus discípulos a fazerem o mesmo.
A Galileia era a terra dos rechaçados e desprezados. Por sua impureza, os judeus galileus eram
menosprezados pelos de Jerusalém e Judeia (particularmente os fariseus e sacerdotes). Os judeus
do sul se consideravam herdeiros da pureza cultural e religiosa. Ser galileu era sinônimo de ser
imbecil! Daí a resposta de Natanael quando seu irmão havia dito ao Messias, Jesus de Nazaré:
"E... pode vir algo bom de Nazaré?" (Jo 1.4-6). Essa era também a razão, segundo o Evangelho
de João, pela qual a noção de um Messias da Galileia parecia aos líderes religiosos de Jerusalém
uma afirmação ridícula. Como bem disseram os fariseus a Nicodemos: "Esquadrinha e vê que da
Galileia nunca se tem levantado profeta" (Mt 21.11).
Sair para ir ao encontro da pobreza não e fácil, pois nos assustamos com o que vemos. A Galileia
não é uma figura muito distante da realidade que enfrentamos nas cidades brasileiras. Podemos
constatar isso através da experiência vivida por um grande amigo meu. Ao chegar à igreja com a
qual iria trabalhar, ele percebeu desavenças sem fim entre os membros; as pessoas se
preocupavam com a vida alheia e uma série de outros problemas típicos que ocorrem no ambiente
da igreja. Depois de pensar um pouco, ele fez uma proposta.
Convidou os irmãos para uma visita a um grupo de pessoas que moravam embaixo de uma ponte,
perto da igreja. Você não pode imaginar a reação do pessoal ao se deparar com uma subcondição
de vida: pessoas embriagadas, mulheres e crianças convivendo com ratos, mau-cheiro, esgoto
escorrendo pelas encostas, sujeira, barulho, fome, doenças e tantas outras misérias. Os irmãos
ficaram impactados, perceberam a sua imensa mesquinhez, lutando por questões tão
insignificantes, sem perceberem a quantidade de problemas ao seu redor. Segundo meu amigo,
aquela igreja nunca mais foi mesma. A partir daquela experiência, perceberam quantos problemas
existem. Às vezes, não nos damos conta dos problemas nem de que existem pessoas em situação
bem pior do que a nossa. Ir ao encontro das necessidades foi uma das estratégias de Jesus.
Voltemos à situação vivida por Jesus e os discípulos. As viagens exigiam esforço e determinação,
era preciso enfrentar os riscos e as despesas necessárias da época. Quem viajava a pé fazia uma
média de 25 a 30 quilômetros por dia. A distância entre Jerusalém e Jerico era de 25 quilômetros;
e a estrada que liga as duas cidades é muito estreita, sinuosa e íngreme. De Jerusalém ao Mar da
Galileia são mais ou menos 130 quilômetros. De Belém a Galileia, a distância é de um pouco
mais de 130 quilômetros. Durante toda a sua vida, Jesus não viajou mais do que isso, a não ser
quando criança ao ir ao Egito. A maioria dos que viajavam nessa época fazia-o em carroças,
carruagens ou em lombo de animal. O grau de conforto e a docilidade de um animal variava
muito.
A evangelização não era uma tarefa fácil; exigia muito trabalho. O cansaço era comum. Tanto
Jesus como seus discípulos tinham a responsabilidade de anunciar o reino de Deus e, ao mesmo
tempo, uma profunda preocupação com a sua gente. Eram pessoas oprimidas e escravizadas sem
perspectivas de melhoria e carentes do amor de Deus.
E nós, discípulos de Cristo, como brasileiros temos uma responsabilidade com os nossos
compatriotas que sofrem. É a nossa gente, pessoas que falam nosso idioma, muitos sem as
oportunidades que tivemos. Devemos ser gratos a Deus por termos sido alcançados pelo
evangelho que nos libertou do pecado e nos deu significado de vida. Quantos vivem sem nunca
ter tido a oportunidade de ouvir falar de Jesus. Não podemos nos acomodar em nossa vida
religiosa que, muitas vezes, se resume a culto, oferta, música e mensagem. Existem razões bem
maiores do que essas.
Podemos imaginar a alegria do grupo ao relatar para seu Mestre que muitas coisas que ele havia
ensinado se tornaram realidades. Essa alegria de poder colocar em prática os princípios ensinados
pelo Mestre promovia um senso de realização muito forte entre os discípulos. Quando o cristão
obedece aos princípios bíblicos, experimenta o senso do dever cumprido. Isso provoca uma paz
interior contagiante e acaba servindo de estímulo para continuar na jornada cristã.
A evangelização não acontece dentro de um padrão estabelecido pela igreja ou por convenções. O
Pastor Ronaldo, que reside no Rio Grande do Sul, vende produtos de limpeza em um determinado
bairro da cidade onde mora. Nos contatos que faz diariamente, aconteceu um fato interessante.
Uma senhora mencionou que a Santa Rita estava na Bíblia. O pastor retrucou, dizendo que não
estava. A freguesa afirmava que já tinha lido a respeito da santa em sua Bíblia. Enfim, depois de
debaterem, chegaram a um acordo. O pastor disse: "Se a senhora encontrar esse nome na sua
Bíblia, eu vou à sua igreja; caso contrário, a senhora irá à minha igreja assistir a um culto".
Após a averiguação e devido ao fato de não ter encontrado o que dizia, a pessoa cumpriu sua
promessa. Foi até ao culto e, chegando lá, ficou impactada com a mensagem do evangelho e
entregou sua vida a Jesus.
Quando temos uma visita a fazer, às vezes relutamos e não queremos ir; por preguiça ou por falta
de incentivo. Quando decidimos e cumprimos a tarefa, voltamos edificados e animados por ter
cumprido um dever cristão e, ao mesmo tempo, ter ouvido e ajudado a pessoa que estava
passando por problemas.
Os discípulos passaram por isso; deparando-se com a pobreza e as dificuldades de seu povo.
Quando voltaram ao encontro do Mestre, a sensibilidade era outra; percebiam situações que antes
não se davam conta; conseguiam entender que, na verdade, seus problemas não eram tão grandes
quando comparados ao que haviam percebido e vivenciado durante esse tempo. Jesus
compreende muito bem esse sentimento e sabe de todas as implicações relacionadas a isso.
Precisamos de pessoas que consigam superar suas dificuldades, que demonstrem dignidade acima
do normal e, se preciso, estejam dispostos a dar a própria vida em favor dos desfavorecidos.
Concluindo, gostaria de citar mais uma aventura evangelística ocorrida com um grupo de
missionários da Mission Beta nya del Paraguay a bordo do barco usado para evangelização dos
ribeirinhos. O grupo seguia o rio; as primeiras populações foram avistadas após doze horas rio
acima. Durante a viagem, o comandante do barco precisa estar atento ao leito do rio, devido à
sujeira e a pesados troncos de madeira que, ocasionalmente, são encontrados pelo caminho. O
barco encalhou e atolou-se num grande areal, com a hélice presa na areia. Um dos tripulantes
resolveu pular na água para desencalhar o barco. Após muito movimento, o barco conseguiu
soltar-se do local do atoleiro. O barco navegou a uma boa força; então se percebeu que o
tripulante, que :escera para desatolar o barco, ficara para trás apesar de devidamente protegido
com colete salva-vidas. Outro :ripulante pulou na água, fazendo um grande esforço, achando que
seu companheiro estava se afogando. Qual não foi a surpresa, ao constatar que não era
afogamento, mas que ele estava fazendo sinal com a mão para que o barco seguisse e pudesse
escapar do areal.
Experiências com esse grau de perigo, são enfrentadas por aqueles que se dispõem a ir em
direção aos necessitados, pessoas doentes, sem alimentação adequada, sem uma orientação
espiritual para a vida. Apesar das longas horas de viagem, rio acima, do desgaste emocional, de
mosquitos, sujeira e muito cansaço, esses irmãos continuam animados e dispostos a fazer a
vontade de Deus.
A propósito da procura de voluntários, Shacklenton disse mais tarde que "a julgar pelo volume de
respostas, parecia que todos os homens da Inglaterra estavam decididos a me acompanhar".
Somente quando nos compadecermos poderemos fazer algo para mudar essa situação: "... no
momento, Jesus passou a ensinar-lhes..." Precisamos anunciar, ensinar, proclamar e dizer para
nossos queridos irmãos que existe uma saída. Não adianta assumirmos uma postura crítica e
isolada da sociedade (como cristãos temos essa tendência; em nome da religião, nos afastamos
totalmente desses problemas e os reputamos como "mundanos", e nos esforçamos ao máximo
para não sermos contaminados).
Tragédias e chacinas fazem parte do cotidiano das pessoas; muitos de seus amigos, ou até você
mesmo, já perderam um ente querido, vítima da violência.
O crime tem sido o vencedor na batalha contra a polícia: marginais fortemente armados contra
uma polícia limitada, mal preparada e usando armamentos ultrapassados.
Em diversas situações, o cidadão sai de casa e não tem garantias de que irá voltar. A situação está
tão grave que até as delegacias têm sido assaltadas; ora para libertação de presos, ora para roubo
de mercadorias apreendidas, ora pelas duas razões.
Uma das maiores autoridades em criminalística no Brasil disse que, atualmente, sequestros,
roubos, assassinatos, estupros, assaltos a residências etc., passaram a ser crimes banais, e que a
segurança pública não consegue combater. Tudo isso tem contribuído para que estejamos vivendo
o momento de maior insegurança pelo qual a sociedade brasileira já passou.
Precisamos entender que as mazelas praticadas por políticos corruptos nos afetam. Temos de nos
conscientizar de que os excluídos da sociedade, os negros, pobres, analfabetos, drogados e as
prostitutas são brasileiros iguais a nós; o menino que cheira cola é nosso compatriota (Mc 9.33-
37). O pastor Key Yuasa conta o seguinte: "Certa vez, ouvi um pastor do Quênia, na África, falar
sobre um grupo chamado Mau-Mau, que praticava violência e atos terroristas, causando
problemas, matando pessoas e destruindo estradas em seu país. 'Se ouvirem falar desse grupo'
disse ele, lembrem-se, por favor, de que é o meu povo que esta fazendo isso.' Nessas simples
palavras, o que se notava é que o pastor, em vez de assumir uma atitude acusatória com relação a
esse grupo, estava assumindo quase que vicariamente, participando de suas dores e culpas".
Esse é um exemplo a ser seguido: encarnar os desafios de nossa gente, de nosso povo, buscar
alternativas de Deus para enfrentar os problemas e achar os caminhos. A violência é praticada, e
os assaltos são realizados, por patrícios nossos. Vivemos na mesma pátria, devemos buscar
alternativas que solucionar essas questões. Nossa tendência é esperar pelo governo. Devemos nos
lembrar de que o governo está tentando buscar alternativas dentre a própria sociedade.
Atualmente os grandes impactos sociais são causados por ONGS (organizações não
governamentais), que buscam alternativas, às vezes, pequenas, mas significativas.
Conheço um casal de irmãos que, por iniciativa própria, resolveu adotar 54 crianças,
abandonadas e sofridas. Trouxeram essas crianças para dentro da própria casa, adotaram-nas
como filhos, providenciaram toda documentação necessária e se dedicam a eles integralmente.
Atividades assim farão grande diferença numa sociedade que carece de orientação.
• Nunca podemos perder a esperança de ver dias melhores: Quando nos conformarmos, estaremos
caminhando para a inutilidade e ficaremos bem perto da morte.
• Precisamos encarar com responsabilidade o que está acontecendo com nosso povo: Nossa gente
que sofre, passa privações, morre sem o socorro necessário. Não adianta apenas conhecer esses
fatos, precisamos tomar providências para mudar essa situação.
• Precisamos manter a unidade: Um cordão de três dobras é muito mais resistente; necessitamos
uns dos outros, para alcançarmos os ideais de nossa gente. A liberdade não acontece na solidão.
• Temos de desenvolver uma santa insatisfação: Insatisfação que nos leve a vencer o comodismo,
a enfrentar nossas dificuldades, e que sejamos estimulados a ajudar nosso povo. Jesus sentia tanta
compaixão que ia ao encontro das necessidades dos oprimidos.
• Precisamos sonhar por dias melhores: Nossos sonhos devem ser contagiantes, a ponto de
impactar os jovens.
• A liberdade é uma poderosa marca do evangelho: Liberdade para acreditar, para sair de casa e
ter a certeza de que irá voltar, liberdade para ajudar os necessitados, liberdade para fazer
diferença num ambiente contrário aos princípios do reino de Deus. Sonhar sem interesses
pessoais; essa é a marca do grande homem e da grande mulher, pessoas com ideias e que, se
preciso, estarão dispostos a darem a vida em prol dos sonhos a serem conquistados.
Jesus tem o objetivo de ensinar aos discípulos que existem outros valores a serem conquistados e
preservados. O encanto deste mundo que ilude e fascina, tem consigo tremendas armadilhas.
Alguém que se despe de seus interesses e se dispõe a servir à sua geração, é esse o grande ideal a
ser conquistado.
Falar das dificuldades da igreja no decorrer dos tempos não é novo. As estruturas religiosas da
época de Jesus estavam preocupadas em manter-se em funcionamento (Mc 11.15-19), exercendo
apenas atividades religiosas, sem levar em consideração as necessidades do povo. Fome, pobreza,
doenças, tormentos, dificuldades sem fim, não eram considerados por aqueles que, de certa
maneira, poderiam fazer algo para ajudar.
Voltando para uma reflexão contemporânea, percebem-se na igreja alguns aspectos de sua crise
atual:
6.5.1 EXISTE UMA CRISE DE MODELO NA IGREJA: Na maioria das vezes, suas
atividades se apresentam como uma forma de entretenimento, imitam determinados programas de
televisão, repetem a fórmula do "circo para o povo". Não existem atividades que envolvam as
pessoas, nos aspectos familiares, profissionais, religiosos e de lazer. Toda a rotina religiosa é
construída para que as pessoas tenham algo para fazer nos finais de semana. Os cultos são
oportunidades para determinados artistas se apresentarem, visando o divertimento de um grupo
de religiosos. Aqueles que têm certa habilidade com as palavras (através do discurso), ou os que
tenham o talento musical (através do louvor) fazem parte do culto cristão. Isso resulta numa
apresentação pouco fundamentada dos dons e talentos pessoais.
A pregação do evangelho deve constranger (Mc 8.34-38), tem de mexer com as estruturas do
indivíduo. Alguém já disse: "Devemos sempre chegar até a Palavra de Deus como devedores".
Uma mensagem que não confronta o pecado deixa a desejar.
6.5.3 A IGREJA PASSA POR UMA CRISE ÉTICA: O procedimento de pessoas ligadas às
estruturas religiosas tem servido de escândalo para o evangelho. Percebe-se que isso não é novo,
mas não podemos nos acomodar com essa situação. Determinados indivíduos usando as
estruturas religiosas em detrimento próprio (Mc 12.38-40) comportamentos escandalosos,
conchavos políticos em nome da igreja, podemos citar vários aspectos desta crise, mas a
constatação é pública. Numa certa cidade do Brasil, corre-se o boato entre as pessoas de que os
crentes não são pessoas de confiança, são desonestos, interesseiros, estão vendendo a fé; não é
para menos uma constatação desta, quando nessa mesma cidade, as ofertas podem ser parceladas
com cartão de crédito; se a pessoa desejar pode dar o dizimo no cartão ou se for a dinheiro tem
um desconto significativo. Desavenças entre pastores e líderes se tornam públicas. Estes chegam
mesmo a perder o controle e a se ofenderem uns aos outros. Constrangedor é uma palavra forte,
mas é única para mostrar o sentimento daqueles que realmente têm um compromisso com a visão
de uma igreja íntegra.
• Um homem ou mulher de Deus devem estar preparados para viver debaixo de pressão. As
dificuldades são muitas; os conflitos, inevitáveis. O autocontrole é uma disposição fundamental
para não causar escândalo para o evangelho. Quando confrontados ou pressionados e caluniados,
precisamos nos lembrar da atitude de Jesus. Bem-aventurados os mansos.
• Tomar cuidado com a hipocrisia. A vida cristã não é construída de falsas impressões.
Precisamos de autenticidade, não devemos nos conformar com essa fachada de espiritualidade
que, às vezes, construímos, dando a ideia que tudo está bem, quando, na verdade, o pecado jaz à
porta e as desavenças estão evidentes em nossa vida.
• Precisamos conservar uma atitude de quebrantamento. Quando errarmos, temos de consertar e
estarmos sempre dispostos a pedir perdão, a nos humilhar diante de Deus e dos irmãos,
reconhecer os pecados ou erros praticados, entender que precisamos de ajuda, nos submeter a um
programa de acompanhamento pastoral, termos uma atitude de humildade e pedirmos a Deus
força e coragem para levantar-nos depois da queda.
6.5.4 A IGREJA PASSA POR UMA CRISE TEOLÓGICA: São apresentadas mensagens que
prometem o que na verdade não pode ser cumprido. Nem todo os que seguirem a Jesus serão
ricos, não se têm nenhuma prevenção contra o sofrimento, o evangelho não apresenta um modelo
de vida fácil, como tem sido pregado, pelo contrário: "Dizia a todos: Se alguém quer vir após
mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua
vida perdê-la-á; quem perder sua vida por minha causa, esse a salvará" (Lc 9.23,24). Esse é o
modelo de evangelho pregado por Jesus, que diverge em muito do conteúdo apresentado em
alguns segmentos da igreja cristã (Mc 13.1-13).
Não tenho a pretensão de apresentar criticas pejorativas em relação à igreja de Cristo. Minha
intenção ao tratar desses assuntos é encontrar caminhos que nos ajudem a solucionar esses
problemas. Na verdade, essa igreja que aí está é a nossa igreja, a igreja de Cristo. Precisamos,
isso sim, achar alternativas para mudar essa situação.
Devemos estar abertos para aprender com quem tem encontrado algumas pistas, abrir o coração
para que Deus, através de seu Espírito, nos dirija. Existe um considerável grupo de irmãos que
está empenhado em levar a situação a sério e tem realizado um bom trabalho. Gosto do que disse
Valdir Steuernagel: "Precisamos trabalhar na perspectiva do grão de mostarda". Começar
pequeno, pequenas atividades que, no devido tempo, darão os frutos e formarão uma grande
árvore.
Precisamos ter humildade para começar e, nem sempre, teremos as multidões nos acompanhando.
Devemos estar certos de que, ao apresentarmos uma mensagem genuína do evangelho, muitos se
afastarão, pois não têm compromissos mais sérios em relação à vida cristã (Mc 6.1-6).
Uma palavra para nós, os membros das igrejas: precisamos deixar de buscar a igreja perfeita.
Como instituição humana, ela tem defeitos, pois é formada de seres humanos imperfeitos.
Precisamos assumir compromissos com o grupo do qual fazemos parte, dar a nossa contribuição,
não viver de comparação, contentar-nos com uma pequena igreja, e não nos deixarmos seduzir
pelas grandes igrejas que por sua vez, sufocam o trabalho das pequenas. Uma igreja séria que
anuncie todo o conselho de Deus deve ser nossa busca. Precisamos ter compromisso duradouro e
firme com os princípios da Palavra de Deus.
A verdadeira eclesiologia não se encontra nos manuais ou nos escritos dos teólogos; ela se realiza
e fortalece nas práticas eclesiais e está sepultada dentro das instituições eclesiásticas 20.
Precisamos estar conscientes de que a vida da igreja se encontra na vida de seus membros. A
participação comunitária, atendendo ao necessitado e um empenho corporativo no que diz
respeito à adoração ao Senhor Jesus, caracterizam a igreja como verdadeiro corpo de Cristo.
Por sua vez, atividades apenas eclesiásticas que visam promover a instituição e determinadas
figuras que se tornaram ilustres no processo, não representam a igreja de Cristo.
Cumpre a nós articularmos numa ordem correta estes três termos. Primeiro, vem o Reino como a
primeira e última realidade englobando todas as demais. Depois, vem o mundo como o espaço da
historificação do Reino e da própria Igreja. Por fim, vem a Igreja como realização antecipatória e
sacramental do Reino dentro do mundo e mediação para que o Reino se antecipe mais
densamente no mundo." A igreja é a alternativa de Deus para fazer diferença no mundo de agora.
O porvir pertence a Deus, nossa responsabilidade como corpo de Cristo, aqui e agora, é anunciar
que o reino se faz presente, através de Cristo, e seu propósito é alcançar a todo aquele que crê.
CAPÍTULO 2 - SUJEITOS DA EVANGELIZAÇÃO NA AMÉRICA LATINA
1. INTRODUÇÃO
Vivemos em uma nova América Latina. O povo pobre explorado e sem perspectivas, começa a
deslumbrar novos horizontes, os países crescem se desenvolvem, a população tem acesso à
educação, a saúde de certa forma tem melhorado e, nesse novo contexto de desenvolvimento,
surgem novos aspectos para podemos negar que ainda há muito por fazer, mas muita coisa
melhorou e dentre elas a evangelização. Um dos assuntos mais importantes que confronta as
igrejas evangélicas na América Latina hoje tem a ver com o papel das mulheres no ministério. A
maioria das denominações mais conservadoras limita o papel da mulher nos postos de liderança.
Mas, na grande maioria das igrejas evangélicas, de todas as perspectivas teológicas, são as
mulheres as que servem e levam adiante as igrejas. Sem o trabalho abnegado das mulheres, a
maioria de nossas igrejas não seguiria adiante. Esta diferença entre a postura teológica e a
realidade de nossas igrejas cria um paradoxo. Se as mulheres estão fazendo o trabalho, mas se a
postura teológica da igreja não permite que tomem um posto de liderança na igreja, como se
capacitarão as mulheres para o trabalho que estão fazendo? É claro que as mulheres necessitam
de uma base teológica sólida para que nossas igrejas e ministérios tenham fundamento sólido.
Onde e como as mulheres serão formadas sem que isto crie uma ameaça ou tensão com os líderes
homens? E se não os dão uma formação teológica, que impacto terá sobre as igrejas? Os que
aceitam que a Bíblia certamente dá espaço para a liderança das mulheres têm outra tarefa. Nossos
modelos atuais estão orientados aos homens. Que mudança faremos para incluir as mães
lactantes, as avós, as mães solteiras, as analfabetas etc.? E como mudaremos nossas metas e
nossos modelos para que a educação teológica não termine tratando de fazê-las homens, senão
que afirme e fortaleça os dons e as perspectivas que tragam as mulheres à ocupação teológica e
ministerial?
2.1 OS POBRES: Quase nenhuma instituição admitiria que se excluíssem pessoas que não têm
meios para estudar em nossos seminários. Mas a realidade é que a grande maioria dos pobres na
América Latina fica excluída por definição. Como nunca tiveram acesso à educação formal,
dificilmente podem optar por programas que oferecemos. E ainda que pudessem superar essa
grande barreira, só um grupo muito pequeno pode esperar receber uma bolsa de estudo, ou algum
tipo de ajuda para poder cursar seus estudos teológicos em uma instituição formal. Sem dúvida, a
grande maioria das igrejas evangélicas na América Latina é pobre, como também a maioria dos
pastores e líderes de tais igrejas. Em alguns casos, implica "descobrir" os pobres como sujeitos da
formação teológica. Em outros implica fazer mudanças fundamentais, outros planos de educação
teológica para que possam corresponder os que começam sem uma educação formal adequada e
que não possuem os meios para conseguir as ferramentas consideradas básicas para uma
educação teológica formal, tais como roupa "decente", livros, lápis, apostilas, transporte etc.
2.2 OS INDÍGENAS E OS AFROS: Faz mais de quinhentos anos que chegaram os europeus à
América Latina, trazendo consigo escravos africanos. E, todavia, os de sangue europeu e mestiço
não sabem o que fazer em relação aos povos nativos e afros. Muitas das políticas de nossos países
são nacionalizadas, queremos que todos sejam iguais Dentro da realidade de políticas
nacionalizadas, nossas igrejas subsistem com perspectivas similares às de sua sociedade. Os
povos nativos e de herança africana seguem sendo marginalizados de nossa vida nacional e
muitas vezes, de nossa vida eclesiástica.
2.3 AS NOVAS MINORIAS: Os imigrantes também não têm enfrentado muitas instituições de
formação teológicas em nosso país, a maioria oriunda da Ásia. Os coreanos, taiwaneses, pessoas
da índia e outros imigrantes desafiam-nos com culturas e religiões novas. Até o presente, a
maioria das instituições não tem se preparado para responder as necessidades do crescente
número de novos imigrantes e nem os tem considerado quando se apresentam à igreja e à
formação teológica.
Mas isto não significa que os povos estão contentes com a situação atual. A vitória de esquerdas
nos países onde se fechou o espaço em outros momentos históricos (Chile, El Salvador, e a quase
vitória no Uruguai) fala-nos de uma realidade em que os povos buscam uma solução mais
humana no que se percebe como uma situação desumana.
3.3.1.4 AS NOVAS OPÇÕES: A América Latina hoje apresenta uma grande variedade de
opções religiosas. Tem se desenvolvido muitas denominações evangélicas, como também novos
agrupamentos que surgem desde o mundo evangélico, mas que apresentam características dos
novos movimentos religiosos conhecidos em outras latitudes (como África). A igreja católica
também apresenta uma grande variedade de opções. A hierarquia intenta manter controle sobre a
variedade, mas o povo desenvolve novas formas, que vão desde o catolicismo popular e as
comunidades de base até os grupos carismáticos.
Mas nosso continente também começa a ver o desenvolvimento de opções religiosas de outras
latitudes. Muitas de nossas cidades têm missionários muçulmanos, budistas ou hindus. Também
vemos a influência da nova era e de outras expressões religiosas que estão na moda no primeiro
mundo.
4.3 A DIVERSIFICAÇÃO DAS IGREJAS: No geral está ocorrendo uma diversificação nas
igrejas. Ainda dentro das denominações unas vê-se uma grande variedade teológica. E o número
de igrejas novas independentes apresenta toda outra gama de opções teológicas. Também vemos
que cada dia se marcam mais as diferenças sociais e econômicas entre as congregações. Temos
um número crescente de igrejas "étnicas", congregações que centralizam seu ministério em um só
grupo étnico.
1. INTRODUÇÃO: igreja Cristã ao redor do mundo encontra-se neste começo de século XXI e
do terceiro milénio em uma situação muito semelhante a do primeiro século, quando surgiu a
Igreja e o tema das religiões.
Hoje, como antes, a igreja se vê, como uma entre muitas opções religiosas ao alcance das
pessoas.
Ainda que haja muitas similaridades entre ambas as situações, também há diferenças notáveis. No
mundo do primeiro século, com toda uma série de religiões, não era um mundo pluralista como o
é em nossos dias.
As pessoas não tinham as opções religiosas como hoje se tem, pelo mmenos no mundo ocidental.
Em todo o caso, conhecer algo do mundo do primeiro século e como a igreja Cristã cumpriu sua
tarefa evangelizadora naquele ambiente, é muito importante porque dá princípios para a tarefa
evangelizadora da igreja em qualquer época e lugar.
Ainda convém atentar a maneira como o cristianismo foi se tornando cada vez mais
predominante na sociedade, ao passo que o pluralismo religioso deixou de ser uma realidade no
mundo ocidental.
Somente no final do século XX é que novamente se nota esse pluralismo religioso tão parecido
ao do primeiro século.
• do Judaísmo;
• dos intelectuais;
As páginas do Novo testamento narram vários momentos em que a evangelização enfrentou fonte
oposição da parte das religiões pagãs daquela época. O apóstolo Paulo foi quem mais diretamente
entrou nessa confrontação. Também se narra a confrontação dos apóstolos com o Judaísmo, o
qual fez o primeiro mártir cristão (Estevão, Atos 8:54; 8:1). Sem dúvidas, a igreja Primitiva se
viu mergulhada em um mundo de pluralismo religioso no primeiro século, que inclusive se
refletiu dentro da própria igreja.
A igreja cumpriu sua tarefa evangelizadora de várias formas. O próprio Apóstolo Paulo não atuou
da mesma maneira nas diferentes situações que enfrentou. Entretanto, parece que há, sim,
elementos comuns que enfatizam a singularidade da fé cristã. A reação dos judeus e dos pagãos
era violenta em vários casos, precisamente, porque entendiam que Paulo estava se opondo à sua
realização e colocando em seu lugar o cristianismo, como algo, singular e superior.
Paulo e seus colegas foram chamados "perturbadores" (Atos 16:20), "que haviam transtornado o
mundo inteiro" (Atos 17:6), porque estavam ensinando coisas contrárias aos costumes daquela
gente. Paulo não evitou que os feiticeiros de Éfeso, convertidos pelo evangelho, queimassem seus
livros de magia (Atos 19:18-20).
Aos olhos de um bom intencionado cristão do início do século XXI isto poderia ser interpretado
como demasiada intolerância, falta de sensibilidade cultural, falta de abertura ao dialogo etc.
Mas o que se vê é que o resultado da confrontação do evangelho foi uma mudança radical na vida
daqueles feiticeiros, dali em diante cristãos comprometidos com Cristo e seu Evangelho. É certo
que o discurso de Paulo variou conforme seus ouvintes, porém o resultado era o mesmo.
Mostrava-se o erro do paganismo e ensinava-se a verdade do cristianismo. Os ouvintes ou
aceitavam ou rejeitavam o que lhes era pregado. Não se vê diálogo inter-religioso, ainda que
Paulo se achegasse aos filósofos de Atenas como se quisesse esse diálogo, porém somente como
ponto de partida para dar sua mensagem inequívoca da singularidade do cristianismo. A
conclusão é que a Igreja Cristã hoje enfrenta uma situação um tanto diferente do primeiro século.
Pelo menos no mundo ocidental a oposição não é violenta, nem tão pouco produz mártires. Hoje
se espera que todos sejam mais tolerantes, o que produz não poucos problemas aos cristãos
quando evangelizam; isto porque a evangelização irá confrontar toda e qualquer religião
destacando a supremacia do Evangelho de Cristo, e da Bíblia.
Muitos historiadores modernos veem a Idade Média como uma época de trevas, de atraso do
desenvolvimento da cultura ocidental, de intolerância, de anti-intelectualíssimo e anti-
cientificismo, precisamente por causa do papel predominante que teve a Igreja Católica Romana.
Nem tudo, porém, foi mal nessa época. Houve grandes avanços na educação, nas ciências, na
arte, na literatura. É certo,„ porém, que o domínio exercido pela Igreja produziu uma sociedade
fechada e temerosa a ideias novas. Tudo o que não se ajustava à visão "cristã" oficial, era
considerado heresia. Com essa mentalidade é fácil entender a rejeição que houve da parte da
Igreja para com as ideias da Reforma Protestante do século XVI, sem se falar das ideias e prática
não cristãs.
Praticamente não houve contato com as religiões não cristãs, exceto uns poucos contatos com os
muçulmanos e com os judeus.
Pode se dizer que a sociedade europeia viveu em um ambiente religioso único, durante mais de
mil anos, o qual produziu uma mentalidade fechada, centrada em si mesma, tanto que nem se
quer houve esforços missionários em grande escala.
Ainda que algo dessa mentalidade mudou com a Reforma Protestante, em geral o mundo
ocidental via as demais religiões como algo distante geograficamente e teologicamente. Essa já
não é a mentalidade hoje em dia, nem do mundo nem da Igreja.
O mundo moderno deve sua mentalidade aos movimentos modernos importantes como: a
Reforma Protestante e o Iluminismo. Pelo lado religioso a Reforma Protestante do século XVI,
abriu a mentalidade da sociedade europeia à diversidade religiosa. Esse movimento produziu uma
mudança radical no mundo daquela época.
Por mais de mil anos a sociedade europeia havia sido monolítica, uniforme, controlada
basicamente pela Igreja Católica Romana. Porém, a partir do século XVI isso mudou.
Ainda que continuasse a haver bastante intolerância para com outras religiões, inclusive nos
países protestantes a realidade tinha se modificado, havia se pluralizado. Pode-se dizer que a
Reforma Protestante é responsável pelo seu próprio declínio ao abrir a mentalidade das pessoas,
ao dar liberdade de objetar, de pensar diferente. Isso se viu organizado no movimento intelectual,
comumente chamado de iluminismo.
Pelo lado intelectual, o iluminismo abriu caminho para as ciências, as letras e a arte,
independentemente da religião. A declaração das liberdades fundamentais do homem na
Revolução Francesa do século XVIII conduziu a uma maior tolerância frente às diferentes ideias,
inclusive em matéria religiosa.
A Igreja Cristã, em suas mais diferentes expressões, desde então, tem tido que conviver entre
ideias, pessoas e instituições não cristãs. Tem tido que aprender a suportá-las e a refutá-las na
arena da argumentação racional.
5. A PÓS-MODERNIDADE: Há alguns anos se vem estudando o assunto da pós-modernidade
como um movimento que permeia a sociedade ocidental de forma direta e as demais sociedades
de maneira indireta. Um dos tripés da pós-modernidade é a pluralização. Segundo Amorese:
..., no mundo ocidental, a pluralidade é contrastada com situações percebidas como "de
antigamente', nas quais existia uma doutrina pública aceita, moldada pelo Cristianismo,
provedora de uma ordem pela qual toda crença e conduta teria que ser julgada. Hoje, uma
sociedade plural é concebida como aquela na qual não existe mais um padrão oficial e aprovado
de crença ou conduta!
David Suazo afirma que a pós-modernidade não só afeta a Igreja como a desafia. Sendo um dos
seus componentes mais importantes o pluralismo religioso. Este combina fatores tais como o
movimento da Nova Era, a volta das religiões indígenas em todo o mundo, a ecologia e o
movimento missionário no Terceiro Mundo.
Algo parecido está acontecendo nas igrejas evangélicas. Há necessidade de uma nova
evangelização dentro e fora delas. Acontece que as igrejas evangélicas têm evangelizado sempre.
O cristianismo ocidental tem acostumado a ser, senão a única, pelo menos, a religião oficial ou a
majoritária. Em todo o caso, na América Latina, o cristianismo, em qualquer de suas expressões,
tem sido e segue sendo a religião dominante. Esta realidade impede que se veja com objetividade
o direito que outras religiões têm de estabelecer-se e expressar-se no continente.
A evangelização já realizada é uma tarefa que há de ser continuada num contexto de pluralismo
religioso. Os evangélicos já não estarão evangelizando somente católicos, mas adeptos de outras
religiões. É hora de se levar em conta o aumento das religiões indígenas, a presença das religiões
orientais a influência da Nova Era, sobre tudo nos meios de comunicação de massa e na indústria
do entretenimento.
O mundo intelectual da cultura ocidental há muito tempo tem dado espaço para pluralidade
religiosa e para o diálogo entre as religiões. E mais, vários autores de nossos dias acusam o
cristianismo de ser intolerante e de resistir em reconhecer verdades em outras religiões.
Entretanto, o mundo mais religioso e conservador do cristianismo não tem aberto espaço para a
pluralidade religiosa. Há certo incômodo com o pluralismo religioso, isto tem a ver com a ideia
do século XIX de que o cristianismo dominaria todo o mundo, a qual, todavia, não se vê. Pelo
contrário, há um crescimento de velhas religiões e o surgimento de novas.
As novas religiões estão desafiando as concepções cristãs tradicionais, as quais têm sido
fortemente influenciadas pelo pensamento racional através dos séculos. Por exemplo, "os novos
movimentos religiosos e as grandes religiões orientais nos levam a redescobrir uma visão
ecológica do mundo, no qual 'os direitos da terra' são tão importantes como os direitos humanos".
Mais ainda, temos o tema da integralidade do ser humano, o qual é muito comum na perspectiva
de muitas religiões, incluindo as religiões autóctones da América indígena.
Este conceito é próximo ao conceito bíblico do homem do que ao conceito dicotômico (corpo-
alma) do mundo cristão ocidental. O mesmo se pode dizer do excessivo pragmatismo que cerca a
vida cristã ocidental, em contraste com o valor do silêncio, da meditação e do uso razoável dos
recursos naturais.
Não se tem que atacar indivíduos para mostrar os excessos de movimentos como a Nova Era com
sua ênfase no bem-estar pessoal e na auto exaltação, que nascem em uma salvação não
transcendental, sobrenatural, mas imanentista, baseada em exercícios físicos e mentais,
totalmente alheia a salvação bíblica baseada na graça de Deus e em sua total dependência.
A evangelização apologética não significa atacar e insultar pessoas, pelo contrário procura
colocar em evidência os erros destas crenças e exaltar a verdade do Evangelho.
A evangelização não tem que lutar necessariamente com costumes e práticas das culturas
indígenas. igreja de países com alta porcentagem de população indígena como Guatemala,
Equador, Peru e Bolívia apresentam altas concentrações de indígenas evangélicos. E mais, em
alguns casos, os indígenas representam E maioria dos evangélicos do país e das igrejas mais
fortes.
Apesar de o pluralismo ter se infiltrado na Igreja principalmente na primitiva, não se pode deixar
de pregar mensagem do evangelho, em toda sua inteireza. É necessário que tenhamos a
mentalidade de Paulo, aplicar e mensagem mesmo que esteja indo contra a mentalidade do
momento e época. Atualmente, o pluralismo tem sido um desafio para a América Latina, esta
realidade leva-nos a mudar alguns métodos e esquemas de evangelização atual.
6.5 CONCLUSÃO: Temos dado uma olhada na história da Igreja e sua tarefa missionária em
relação às demais religiões. Também tem se analisado um pouco da situação atual e da complexa
realidade que hoje vive a Igreja Cristã. O que mais desafia a Igreja em nossos dias é
precisamente, o pluralismo religioso. A situação atual de inúmeras crenças não deve nos levar à
indiferença, nem ao relativismo, pelo contrário, a situação contemporânea deve ser vista pela
Igreja como um desafio positivo.
O mundo moderno facilita muitas coisas e complica outras, na sua maioria no que diz respeito às
religiões confunde, pessoas usam um chá alucinógeno e dizem que estão falando com Deus,
outros usam determinada droga e se dizem em contato com o criador do universo, os meios de
comunicação analisam quase todas as religiões numa mesma perspectiva, o raciocínio é o
seguinte: as religiões não têm uma explicação lógica, sendo assim, confundem as pessoas e criam
neuroses das mais absurdas.
A Igreja está obrigada a repensar sua tarefa missionária, não no sentido de mudar a mensagem, e
sim nas formas de entregá-la. A Igreja também deve fazer uma autoanálise para descobrir se não
há, todavia, atitudes incorretas contra outras culturas e crenças, e se é necessário mudá-las para
poder entregar a mensagem do evangelho de uma maneira mais proveitosa. A tarefa da
evangelização segue sendo prioridade para a Igreja, somente há que ajustar os mecanismos e
métodos para levá-la ao fim. Segundo John Stott:
Nós concordamos com a busca por uma harmonia global, mas não à custa da verdade.
Concordamos que um maior conhecimento de outras religiões é enriquecedor. Ao compará-las,
todavia, não podemos abrir mão da declaração de que Cristo é a verdade. Admitimos que as
atitudes coloniais de superioridade são arrogantes; mas ainda assim insistimos em que a
verdade é superior à falsidade. Reconhecemos que a Escritura é culturalmente condicionada,
mas afirmamos que através dela Deus proferiu sua Palavra da Verdade. Nós concordamos que o
supremo mistério de Deus encontra-se além da compreensão humana. Mesmo assim,
continuamos afirmando que Deus verdadeiramente se revelou em Cristo. Reconhecemos que
servir ao pobre é uma parte essencial de nosso chamado cristão. Mas nós também somos
chamados a dar testemunho da verdade."
• Os tripés da pós-modernidade.
• A pluralização.
• Evangelização apologética.
CAPÍTULO 4 - ESTILOS DE EVANGELIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO: Neste tópico vamos estudar sobre estilos de evangelização. Acredito que
você vai se encontrar em um dos estilos. Vamos lá?
2. EVANGELISMO PESSOAL
Evangelismo pessoal é encarnar a mensagem de Jesus Cristo e sair na direção daqueles que
precisam da salvação.
Evangelismo pessoal acontece quando uma pessoa apaixonada por Jesus se conscientiza de que
precisa falar com outros o que aconteceu na sua vida, sabe e tem convicção do que aconteceu
com ela, pode acontecer com outros também.
Evangelismo pessoal é compartilhar a fé em Jesus, numa dimensão tal que outras pessoas sejam
convencidas e estejam dispostas a compartilhar o mesmo tipo de fé.
Evangelismo pessoal é ir na direção da outra pessoa e dizer: Jesus te ama, tem um grande plano
para sua vida, pode perdoar os seus pecados e dar a você uma nova perspectiva de vida, perdão
dos pecados e a salvação eterna.
Quando a igreja não se dá conta da importância do evangelismo pessoal, ela deixa de ser igreja,
perde sua fundamental importância, passa a ser um grupo de amigos e irmãos que se reúnem
periodicamente, mas perdem o sentido principal de sua natureza.
A Igreja de Cristo evangeliza, e esta tarefa não é dos prédios ou das construções; quem sai na
direção do outro, são as pessoas que compõem a igreja.
Nós, os filhos de Deus, somos a igreja de Cristo, somos a voz de Deus para aqueles que ainda não
conhecem Jesus. Através da nossa fala, as pessoas conhecerão Jesus. A Bíblia diz: "Como
ouvirão se não há quem pregue e como conhecerão se não há que anuncie a palavra da Salvação".
Quando você experimenta a alegria de conduzir uma pessoa para Jesus, o impacto na sua própria
vida é imensurável. É uma bênção e uma experiência inesquecível. Há um gozo inexplicável
vermos alguém no caminho para o céu, ou já na glória, por nosso intermédio. Ganhar almas foi a
suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10; 1 Tm 1.15). Paulo, o grande homem de
Deus, do Novo Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (1 Co 9.20). Uma grande parte dos
crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus está afeta exclusivamente aos pregadores,
pastores e obreiros em geral. Na sua maioria os cristãos profissionalizaram as atividades
evangelísticas.
Uma igreja estava desenvolvendo um novo programa de evangelismo, depois de muita conversa,
chegaram à conclusão que deveriam contratar um novo pastor, porque as pessoas da igreja não
tinham tempo para evangelizar. Não podemos institucionalizar a evangelização. Evangelismo
deve ser parte de nossa vida, precisamos anunciar as verdades do evangelho de tal forma que
sejam uma extensão de nossa vida.
Vários irmãos, contentam-se em, comodamente sentados, ouvir os sermões, culto após culto,
enquanto os campos estão brancos para a ceifa, como disse o Senhor da seara em João 4.35. O
"ide" de Jesus para irmos aos perdidos (Mc 16.15), não é dirigido a um grupo especial de salvos,
mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos
pecadores pertence a todos os salvos. Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas. Nada o
pode impedir, irmão, de ganhar almas para Jesus, se propuser isso agora em seu coração. A
chamada especial de Deus para o ministério está reservada a determinados crentes, mas a
chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes.
O evangelismo pessoal, como já vimos acima, vai além do pecador perdido: ele alcança também
o desviado e o crente necessitado de conforto, direção, ânimo, auxílio e vitória. Ele reaviva a fé e
a esperança nas promessas das Santas Escrituras.
O sermão de culto tem um valor imprescindível, mas a conversa individual, a oração definida, o
impacto do exemplo e da convivência farão uma diferença imensurável.
Precisamos incentivar as pessoas que têm esse ardor no coração, e esta tarefa cabe aos pastores e
líderes. Incentivar, não coibir o desejo dos irmãos de anunciar a palavra de Deus. Dar
oportunidade, criar oportunidades, elogiar, dar apoio e outros aspectos importantes para que os
irmãos e irmãs, desejosos de evangelizar, continuem sua tarefa sublime.
• Ter um roteiro pré-definido, ruas, quantidade de casas, bairro, local para sair,
• Ter material adequado para compartilhar com as pessoas, folhetos, livros, convites etc.
• Ter um mapeamento feito anteriormente, para que as pessoas saibam até onde ir, e por onde ir,
local para sair e local para se encontrar na volta.
• Ter um tempo de oração anterior ao evento, orar pelas pessoas, orar pelo bairro, orar rejeitando
todas as ações do inimigo de nossas almas, se possível for que seja feita um tempo de
consagração a Deus, através de jejum.
• A conversa nas casas: "Bom dia! É um grande prazer estar com sua família essa manhã. Temos
objetivos de compartilhar com vocês a respeito do amor de Jesus. Jesus te ama e tem um grande
plano para sua vida. Jesus pode te ajudar a resolver o problema do pecado, pode te perdoar, dar
sentido a sua vida, apresentar para você o caminho da salvação. Você gostaria de receber a Jesus
como Senhor e Salvador da sua vida, arrependendo dos seus pecados, e confessando a Jesus
como seu salvador e libertador?
• Após a primeira visita, cabe à dupla assumir o compromisso de voltar e ajudar a pessoa na sua
caminhada cristã.
• Convidar a pessoa para visitar a igreja, e se comprometer a ajudar nesse sentido, quem sabe
passando em sua casa para ir com ela, esperar na igreja, sentar perto da pessoa, estar pronto a
servir no que for necessário, naquele primeiro impacto que a pessoa tem ao visitar a igreja.
• Visitas de casa em casa; chegando apresentam-se e se identificam, de qual igreja são, e propõem
oração pela família, pertencemos a tal igreja e nos prontificamos durante 9 semanas vir orar por
sua família.
• Identificando as necessidades e após oração feita, o grupo deixa um folheto e marca a reunião
para próxima semana.
• Podem estar preparados, várias famílias pedirão para continuar com o programa, estudos
bíblicos poderão ser realizados e vários se converterão a Jesus Cristo.
Observação: Esse processo deve ser continuo, a vida da igreja depende desse processo, os
irmãos devem ter esse compromisso como estilo de vida.
3.1 PODER DA PÁGINA IMPRESSA: "A literatura é mais poderosa do que a espada."
Quantas vezes ouvimos afirmações como esta, mas como damos pouca atenção a elas. Poucas
pessoas reconhecem o poder da página impressa para moldar a mente do homem, para gerar
revoluções e insurreições, destruir reputações, e até mesmo levar nações inteiras a cometerem
atrocidades tais como o extermínio de seis milhões de judeus, que ocorreu durante a Segunda
Grande Guerra.
Nunca devemos subestimar o valor de outras formas de evangelização, pois, na verdade, não é a
literatura em si que possui poder, mas a mensagem do evangelho. Seja ele pregado pelo rádio ou
televisão, do púlpito de uma igreja, numa esquina de rua, ou apresentado pessoalmente por um
amigo crente, ele é o "poder para a salvação". Mas é verdade também que o valor dessas outras
formas de evangelização pode ser bastante aumentado, se a elas forem aliadas à distribuição de
literatura. Algumas formas de aplicação dessa ideia são as seguintes:
• Uma pregação evangelística impressa entregue a pessoas que não assistiram ao culto.
3.2 NO TRABALHO: A menos que nosso tipo de serviço nos obrigue a viajar muito, ou a estar
sozinhos, provavelmente estamos diariamente em contato com o mesmo grupo de pessoas. Por
isso, nossa conduta de cada dia diante dos colegas a consistência à literatura que distribuirmos, ou
irá torná-la praticamente inútil. A distribuição de literatura evangélica em nosso trabalho pode ser
um meio de manter nosso testemunho coerente com a mensagem.
Geralmente, é melhor ter contatos pessoais com os colegas, em vez de fazer uma pregação em
grupo, s nosso relacionamento com eles é relativamente profundo, e não apenas um contato
casual. Uma conversa soai, interesse pelo indivíduo e privacidade servem para facilitar a
aceitação da literatura.
Logo de começo, é bom tomar algumas precauções. Não seja daqueles que estão sempre dando
folhetos a toda hora, para todo o mundo. Não use um período de tempo que pertence ao seu
patrão para interesses amente seus.
Um motorista de visão usa o assoalho do táxi para expor os livros, e já obteve bons resultados.
Algumas das melhores oportunidades específicas para distribuição de literatura são as seguintes:
Tenha sempre consigo boa variedade de folhetos e livretos. Às vezes, você poderá ler um folheto
em presença de outra pessoa, e depois dizer- lhe naturalmente:
• Este panfleto aqui contém uma boa mensagem para os dias de crise que estamos vivendo.
Ou então:
• você já viu este folheto aqui? É um dos melhores que já li. Leia também e depois me diga o que
pensa dele.
• este livro apresenta algumas ideias boas sobre este problema. Quem sabe você teria tempo para
lê-lo?
Se seu colega revelar interesse pelas coisas espirituais, você poderá oferecer-lhe esse cartão, e
sugerir-lhe que escreva ao curso pedindo informações. É possível que mais de um deles se
interessem, e então podemos oferecer-nos para auxiliá-los no estudo das lições. Esta é a situação
ideal, pois assim a evangelização pela literatura será reforçada pelo nosso testemunho pessoal.
Talvez o melhor seja fazer a remessa pelo correio. Se a empresa possuir um sistema de
correspondência interna, isso facilitará o envio de um bom folheto ou livrete para cada colega ou
chefe, juntamente com um convite para assistir a um culto especial. Geralmente, o convite ajuda
na aceitação do folheto e diminui a possibilidade de sermos acusados de proselitismo.
Se não existe circulação de correspondência interna, deve haver uma lista com os nomes e
endereço de todos os funcionários para se enviar cartões de Natal - ou talvez possamos mandar
livros como presentes de Natal. Outro modo pelos quais podemos atingir a todos os colegas da
empresa é criar uma espécie de biblioteca no escritório, deixando livros ou revistas evangélicas
sobre as mesas do saguão ou sala de conferências, ou utilizando o quadro de avisos.
3.2.5 VENDA OS LIVROS SEMPRE QUE POSSÍVEL: A venda de livros no emprego pode
ser mais difícil, dependendo da ocupação de cada um ou da liberdade que temos no emprego,
além de ser legalmente proibida pelas leis do trabalho. Contudo, normalmente não existem
restrições nesse sentido, se for no horário de almoço. Sempre que possível, usemos esses
momentos para ler um bom livro. Mais cedo ou mais tarde, alguém perguntará o que estamos
lendo. E assim abre-se a porta para recomendarmos aquele livro a um amigo.
3.3 NOS LUGARES ONDE FAZEMOS COMPRAS: Um dos lugares onde é mais fácil
distribuir literatura evangélica é a loja onde fazemos compras. Nenhum proprietário quer perder
um bom freguês, e se ele souber que aceitar um folheto servirá para conservar o freguês, ele o
fará de bom grado. Tampouco um empregado quererá levar uma repreensão do patrão, por
recusar um folheto de um cliente da casa. Uma pessoa de quem estamos sempre comprando
coisas raramente se negará a comprar algo de nós, vez por outra. E ela compreenderá melhor as
nossas intenções, se dissermos que estamos vendendo para nossa igreja, ou grupo de jovens, ou
para uma cruzada de literatura cristã. Muitas das pessoas que participam de nossas cruzadas de
vendas sempre levam alguns exemplares na bolsa ou sacola de compras.
3.4 NAS RUAS: Quantas vezes andamos pela rua, envoltos em nosso mundinho particular,
totalmente esquecidos das pessoas que nos cercam. E pode ser até que prestemos mais atenção
aos postes na rua do que a essas pessoas, por quem Cristo morreu. Quando começamos a entregar
folhetos às pessoas por quem passamos na rua, com uma atitude de oração, vemos que Deus
começa a dar-nos oportunidade de parar e conversar com algumas.
3.5 EM LUGARES PÚBLICOS: Cada saída ou viagem que fazemos oferece-nos novas
oportunidades para a distribuição de literatura. Ônibus, trens, navios e aviões apresentam
situações em que temos oportunidade de dar literatura evangélica para nossos companheiros de
viagem. E quando estamos de carro, devemos levar livros e folhetos no bolso, para deixarmos
com bombeiros do posto de gasolina, caroneiros, garçons ou patrulheiros.
3.6 EM NOSSA CASA: O lar cristão é o melhor centro de testemunho cristão que há. A esposa,
cujas principais responsabilidades são dentro de casa, tem ali inúmeras oportunidades de
testemunhar. Cada vez que alguém bate à porta, surge uma chance de falar de nossa fé com
vizinhos, amigos, vendedores, técnicos e muitas outras pessoas. Muitas vezes, uma visita ou
chamado que não esperamos constituí uma oportunidade de construir algo para a eternidade.
3.7 PELO CORREIO: Não há limites para o que se pode fazer por intermédio do correio, para a
difusão da literatura evangélica. Por que não anexarmos um folheto em cada carta que enviarmos,
ou em cada pagamento feito por correio?
Podemos usar o correio também para enviarmos literatura de consolidação para pessoas com
quem conversamos pessoalmente durante o dia. Isso constitui um ministério de importância vital,
que abordaremos mais detalhadamente no capítulo sobre a consolidação.
3.8.1 ESTAR BEM ARRUMADO E COM BOA APARÊNCIA: Infelizmente, alguns crentes
se descuidam muito da aparência, tornando-se desmazelados. E nisso não existe nenhuma virtude.
Paulo disse que fez-se "tudo para com todos" a fim de ganhar alguns para Cristo. Precisamos
estar sempre bem arrumados, se é que desejamos ganhar um mundo que se interessa apenas por
aquilo que tem uma boa apresentação exterior. As pessoas nos julgam pela nossa aparência, e sua
avaliação nosso respeito muitas vezes vai determinar se querem ou não ler o folheto que estamos
oferecendo.
3.8.2 MOSTRAR-SE BEM HUMORADO E AMIGÁVEL: Um simples sorriso, às vezes,
pode ter uma importância básica no fato de alguém aceitar e ler um exemplar da literatura
evangélica. É difícil resistir a um sorriso, e uma aparência feliz é essencial para se obter sucesso -
a distribuição.
3.8.3 TER UMA ATITUDE CALMA E SEM TEMORES: As pessoas logo percebem quando
a outra está temerosa e pouco à vontade. Se, ao distribuirmos folhetos, tivermos uma atitude
intranquila, de quem deseja sair correndo, os outros nos julgarão mais como um indivíduo que
deve ser levado para um asilo de loucos. Devemos fazer a distribuição de literatura como está
distribuindo notas de quinhentos reais para os pobres. O evangelho é boas novas. Ele é o poder de
Deus para a salvação, portanto sejamos destemidos e arrojados.
3.8.4 DAR À PESSOA QUE ESTÁ RECEBENDO O FOLHETO A IDEIA DE QUE ELA
ESTA RECEBENDO UM OBJETO DE VALOR
A maioria das pessoas não gosta de reconhecer que precisa de auxílio espiritual. Muitas vezes,
mesmo - o perceber, elas se dispõem a ajudar a outrem, principalmente se essa ajuda não exigir
muito tempo e :o. Ao entregar o folheto, se dissermos: "Muito obrigado", tornamos mais difícil
uma recusa. Talvez seja a melhor coisa para se dizer, principalmente se estamos num lugar
movimentado e há muitos passantes. Outras sentenças que podemos dizer ao apresentarmos
folhetos são as seguintes:
a) Olhe aqui um folheto para você ler quando chegar em casa. Obrigado!
b) Olhe aqui uma coisa muito importante para você ler. Obrigado!
c) Já recebeu um folheto desses? Provavelmente a pessoa dirá que não, ou então perguntará: "O
que é isso?" Então, entregamos-lhe o folheto, dizendo: - É uma oferta muito importante, que você
precisa conhecer.
e) É de graça! (Isso pode ser dito quando se aproxima um grupo grande de pessoas e não temos
tempo para maiores explicações.)
3.8.5 LEVAR LITERATURA ÀS PESSOAS: Não esperemos que as pessoas venham a nós e
nos peçam os folhetos. Nós é que temos de ir a elas, entregando-lhes os folhetos, como se já
esperando que elas o aceitem. Quando alguém recusar, podemos dizer uma das seguintes frases:
c) Pode pegar. Não pesa nada. - Se conseguirmos que a pessoa ria, geralmente ela pega o folheto.
O bom humor pode derrubar a barreira da recusa.
Nunca devemos obrigar ninguém a aceitar um folheto. Se não conseguirmos convencer a pessoa a
aceitá-lo, devemos dizer: "Bem, obrigado assim mesmo."
Devemos verificar se não está cheio de erros tipográficos ou gramaticais. O folheto precisa conter
uma mensagem teologicamente correta, mas, ao mesmo tempo, uma linguagem simples que o
homem da rua possa compreender.
É importante lembrar também que as pessoas são diferentes, e que os tipos de folhetos devem
corresponder a essas diferenças. Portanto, é bom levar sempre consigo um bom número de
folhetos "sortidos", para usar em contatos pessoais, dando a cada pessoa o que melhor atende às
suas necessidades espirituais. Por isso, acredito que a melhor maneira de se distribuir literatura é
por intermédio do contato pessoal. Deste modo, podemos procurar saber qual é o problema mais
sério daquele indivíduo e oferecer-lhe um folheto adequado a ele.
Quando selecionamos folhetos para distribuição generalizada, devemos ter em mente tanto o
contato inicial, como o objetivo de plantar uma semente no coração de quem o ler. Nesses
últimos anos, temos sentido que os que produzem os melhores resultados são as "cartas-folheto".
Esses folhetos são feitos sob a forma de uma carta, onde geralmente se apresentam várias razões
por que a pessoa deve escrever de volta, a fim de receber mais informações sobre a Bíblia ou
sobre o plano da salvação. Ele deve conter uma espécie de cupom, com espaço para colocar nome
e endereço, que a pessoa deve enviar ao remetente solicitando mais literatura evangélica.
Geralmente, aqueles que enviam o cupom recebem um curso por correspondência. Esse é um dos
melhores métodos de se distribuir literatura evangélica.
4.2 DE CASA EM CASA: Em minha opinião, este é o melhor método de distribuição em alguns
países. Eu aconselharia a falar mais demoradamente com as pessoas, sempre que Deus nos der a
oportunidade. Na visita de casa em casa, podemos também tentar a venda de livros. Nas ocasiões
em que desejarmos distribuir o máximo possível em tempo limitado, podemos simplesmente
colocar folhetos na caixa de correspondência.
4.3 MERCADOS: Em muitos países, o mercado é um lugar excelente, pois ali há sempre muitas
pessoas. E muitas delas colocam os folhetos nas sacolas de compra, para lerem ao chegar à casa.
4.4 NUMA ESQUINA OU PRAÇA: Desejando-se uma distribuição rápida, este é o melhor
lugar, principalmente durante a hora do rush. Contudo, depois que o movimento diminui,
podemos atingir um maior número de pessoas, se as procurarmos pessoalmente, em vez de
permanecermos paradas num lugar só, dando folhetos apenas àquelas que passam por nós. É
muito fácil ficarmos preguiçosos, depois de passarmos algumas horas parados numa esquina.
Mas essa nossa preguiça pode implicar em que várias pessoas fiquem perdidas por toda a
eternidade. Sabendo que um homem está perdido e que Cristo o ama e morreu por ele, devemos
fazer tudo que pudermos para ganhá-lo para o Senhor.
4.5 ÔNIBUS, METRÔS, TRENS ETC: Estes são os lugares ideais para distribuirmos folhetos.
Podemos ir caminhando de uma ponta a outra do trem, um sorriso no rosto, dando a todas as
pessoas uma literatura qualquer para ler na viagem. Isso exigirá e nós um pouco de destemor,
mas, se Deus não nos der um destemor santo, nunca pregaremos o evangelho ao mundo todo.
Devemos ir a esses lugares no horário em que as pessoas estão saindo. Em geral, os jovens são
mais prontos a receber a literatura do que os adultos. Mas, por outro lado, podem também rir e
zombar. Em momentos assim, temos que nos voltar para Deus e pedir-lhe graça.
4.8 PELO CORREIO: As cartas-folheto são as melhores para serem enviadas pelo correio, e
geralmente dão melhor resultado quando distribuídas dessa forma. Existem muitos meios de
obtermos nomes e endereços, entre os quais a lista telefônica e os jornais.
As oportunidades para distribuição de literatura nas grandes cidades são inúmeras, pois há um
fluxo de novos habitantes. Se desejamos visitar todas as casas de uma cidade, precisaremos unir-
nos a um grupo de jovens de uma igreja, ou à igreja mesmo, ou até a diversas igrejas. Em muitas
cidades, as oportunidades de vender livros evangélicos são quase ilimitadas, e se tivermos uma
oportunidade, devemos aproveitá-la, pois é sempre melhor deixar com o leitor bons livros e
porções da Bíblia, do que apenas folhetos. Nas páginas que se seguem queremos examinar
algumas das maneiras pelas quais podemos aproveitar essas oportunidades de vender livros.
Damos abaixo uma lista de lugares adequados para se expor livros para venda:
• áreas comerciais.
• Complexos esportivos.
• Mercado distrital.
• Parques de diversões.
• Cinemas.
• Circos.
• Pontos turísticos.
• Comícios políticos.
• Praças ou parques.
• Paradas.
• Feiras industriais.
• Campus universitário.
5. CONTATOS PESSOAIS: Tenho sentido que este é um dos métodos mais eficazes para se
distribuir literatura evangélica, e iniciar uma conversa a respeito de Cristo. É algo que pode ser
feito numa variedade tão grande de locais, que parece quase desnecessário mencioná-los aqui.
Mesmo assim, citaremos os que já foram experimentados em vários países e comprovados como
sendo os melhores:
• Estação ferroviária.
• Universidades.
• Rodoviárias.
• Bares.
• Aeroportos.
• Cafés de rua.
• Saguão de hotel.
• Praias.
• Hospitais.
• Jardins zoológicos.
A técnica consiste em chegar a um desses lugares, procurar uma pessoa que não esteja ocupada e
não pareça apressada, sentar-se ao lado dela e iniciar uma conversa. Depois de cumprimentá-la,
podemos dizer mais ou menos o seguinte:
- Será que você já leu este livro aqui? Ele é maravilhoso. (Ao dizer isso, deve mostrar-lhe um dos
livros com que trabalhamos.)
- Você já conhece esta nova revista? - O que acha do Novo Testamento? (Segurando um
exemplar dele.).
Temos que pedir a orientação de Deus sobre o que devemos dizer depois disso, pois não sabemos
qual será a reação do indivíduo abordado. Não nos deixemos desanimar, se a maioria deles reagir
de maus modos ou friamente, mas busquemos a direção do Senhor para saber quais as pessoas
com quem ele deseja que abordemos.
No anuncio do evangelho a Palavra de Deus deve ser a ferramenta principal (Jo 3.5; Rm 10.17; 1
Pe 1.23).
Para usar a palavra de Deus é preciso conhecê-la (2 Tm 2.15). Cabe ao evangelista ter bom
domínio e saber manejar de forma adequada a palavra de Deus. Algumas pessoas têm mais
facilidade para comunicar a palavra de Deus para um grupo maior, numa situação assim, não
existem as perguntas, não existe a argumentação, fica mais fácil para alguns.
Apresentar a palavra de Deus de forma individual exige dialogo e interação, o evangelista precisa
estar preparado para apresentar a palavra de Deus e responder às perguntas que surgirem durante
a conversa.
A inspiração e ajuda do Espírito Santo são imprescindíveis, sendo que a conversão é uma ação
sobrenatural, quem atua de forma específica é o Espírito Santo. O Espírito Santo convence o
homem do pecado da justiça e do juízo.
É verdade que o Espírito Santo guia e inspira na obra de ganhar almas, mas no tocante às
Escrituras, Ele só pode lembrar-nos daquilo que conhecemos antes (Jo 14.26). Não sei? Que não
ouvi? Que não li? Que não aprendi? Por sua vez, o pregador ou ganhador de almas não é criador
de versículos. Muitos, a essa altura, firmam-se em Mateus 10.19,20 para declararem que, na hora
precisa, o Espírito Santo dará tudo, mas é bastante o contexto da referida passagem (v.18), para
ver a que ocasião Jesus se está referindo. (Leia também, quanto a isto, Pv 9.9:1 Tm 4.13;1 Pe
3.15.) A Bíblia é a "espada do Senhor", mas também "de Gideão" (Jz 7.20). Isto é, ela é a arma
que o Espírito Santo usa, mas o elemento que a conduz é o crente.
Portanto, é imperioso que o crente aprenda a manejar bem o Livro de Deus. Há crentes que até
evitam falar de Jesus, por causa do seu pouco ou nenhum conhecimento das Escrituras. No
evangelismo pessoal, a doutrina principal é a de salvação da alma. É preciso que o crente conheça
bem os textos, para apresentá-los à medida que a necessidade for exigindo. Não é um texto
qualquer que amos citar, mas aquele apropriado para o momento, pois a Bíblia tem uma
mensagem adequada para cada aso, cada coração, cada circunstância. Não é abrir a Bíblia em
qualquer lugar e dizer: "Vou ler esta passagem que o Senhor me deu", quando geralmente o
Senhor não deu coisa alguma. O que é preciso é conhecer a Sibila e depender do Espírito Santo.
Assim sendo, Deus abre a porta, guia e dá a mensagem adequada e ungida pelo seu Espírito. É
oportuno lembrar aqui que o Espírito Santo e a Palavra de Deus jamais se contradizem. Quem se
julga espiritual deve conhecer e amar a Bíblia, e quem seguir a Bíblia, deve andar segundo o
Espírito. Um fator que deve ser destacado a respeito dos crentes é que os responsáveis pela
pregação da palavra de Deus não conhecem escrituras, a maioria dos crentes se contentam com as
pregações apresentadas nos cultos.
O que lhes falta é o conhecimento das doutrinas desse Livro. Ter o Espírito Santo e não conhecer
a palavra conduz ao fanatismo. Conhecer a Palavra e não ter o Espirito, conduz ao formalismo.
Em religião, fanatismo é zelo excessivo, paixão cega; é chamar ao certo, errado; e ao errado,
certo. É ser extremista. É zelo - entendimento (Rm 10.2). Se você deseja que o Espírito Santo o
use, inclusive na obra de ganhar almas, procure ter o instrumento que Ele emprega - a Palavra de
Deus (Ef 6.17)
6.1.1 LEIA A BÍBLIA CONHECENDO O SEU AUTOR: primeiro passo para entender as
Escrituras é conhecer o autor delas Deus. Assim sendo, Ele no-las explicará (Sl 119.18,125; Lc
24.32,45; Jo 16.13). A melhor maneira de estudar a Bíblia é fazer como Maria - quedar-se aos pés
do Autor (Lc 10.39).
6.1.2 LEITURA DIÁRIA, SEGUIDA E TOTAL: É um dos segredos da vitória espiritual (Js
1.8b) a leitura sistemática e constante da Bíblia, ano após ano, pois constitui o contato direto e
pessoal com a Palavra de Deus. Nada pode substituir esse aspecto da vida devocional do cristão,
(vide Dt 17. 19: Is 34.16: Ap 1.3.). A leitura ocasional, irregular, não basta.
6.2 LEIA A BÍBLIA COM A MELHOR ATITUDE ESPIRITUAL PARA COM ELA
É de máxima importância que o estudante da Bíblia estude o Santo Livro com reverente atitude
mental, como a Palavra de Deus e não como uma obra literária comum. O autor da Bíblia é Deus.
Seu assunto central é Cristo. Seu real intérprete é o Espírito Santo.
Considerando-a sob esses pontos de vista, ela é o único livro cujo autor está sempre presente
quando o lemos. Estude-a, pois, com espírito sequioso, devocional, receptivo, aberto, buscando
conhecer mais de e seu amor. A atitude de que tratamos aqui inclui o prazer (Mc 12.37).
62 LEIA A BÍBLIA COM MEDITAÇÃO E ORAÇÃO: Assim fez Davi, no que foi
grandemente abençoado por Deus (Sl 119.12,40,64,68). É na presença do Senhor em oração, que
as coisas secretas divinas são reveladas (Sl 73.16,17). Daniel orou e as Escrituras lhe foram
reveladas (Dn 9). Não convém ler depressa, sem prestar atenção ao sentido, que às vezes é bem
claro, mas outras vezes demanda uma meditação mais demorada e profunda. Também é
infrutífero fazer concorrência para estabelecer recorde de leitura. É melhor ler pouco, meditando,
do que ler às pressas, sem meditar. Quem lê às pressas não pode dizer como Samuel: "Fala,
porque o teu servo ouve" (1 Sm 3.10).
6.5 LEIA A BÍBLIA TODA: A Bíblia é a revelação progressiva da verdade. Isto é, nada é dito
duma vez, nem uma vez por todas. É comum um assunto começar num livro e daí prosseguir
através de muitos outros, até que o assunto se complete. Por exemplo: a doutrina da Redenção vai
do livro de Gênesis ao de Apocalipse. Não podemos entender uma carta recebida, lendo-a um
pouco aqui, um pouco ali, mas, de modo completo. A Bíblia é a carta de Deus à humanidade.
Estudando-a toda, conhecemos todo o plano divino através dos séculos.
Não espere compreender a Bíblia toda. Leia Dt 29.29; 1 Co 13.12. Na Bíblia há dificuldades e
mistérios insondáveis, isto porque, sendo ela a Palavra de Deus, é inesgotável. É de se esperar
que Deus saiba mais que o homem. Um Deus sobrenatural deve ter um livro sobrenatural. Uma
mente finita, limitada e deficiente como a nossa, não pode abranger as coisas infinitas de Deus
(Rm 11.33,34).
Muitos deixam de ler a Bíblia, e outros perdem o interesse nela só porque não compreendem tudo
o que leem. Ora, quando na refeição, encontramos osso, espinho ou qualquer coisa estranha,
deixamos isso de lado e continuamos a comer. Façamos assim no tocante à Bíblia. Deixemos as
dificuldades de lado e continuemos a comer. Quanto a este particular, tenha em mente SI 25.14; 1
Co 2.9-14.
7.1 AO BATER À PORTA: Precisamos ser bem organizados. Será bom levarmos alguns livros
em mãos, para se fazer uma apresentação imediata, logo que a porta se abrir. Observemos bem
certas particularidades e todos os detalhes que possam revelar-nos alguma coisa sobre as pessoas
que ali vivem, tais como brinquedos no quintal, que revelam a existência de crianças; jornais ou
correspondência na porta, que revelam que a família não está em casa; uma placa indicando nome
ou profissão das pessoas, ou qualquer outra indicação sobre a família que estamos visitando.
Se vamos a um edifício de apartamentos e a porta de entrada está trancada, teremos que tocar a
campainha do zelador ou de um dos moradores do primeiro andar. Em alguns prédios ou áreas
residenciais é proibida E entrada de vendedores. Quando estamos oferecendo livros em troca de
uma doação, na verdade não os estamos vendendo, sob nenhum ponto de vista. Se alguém nos
interrogar a esse respeito, seja um policial, síndico ou zelador, ou um cidadão qualquer, devemos
explicar exatamente o que estamos pretendendo e, por que, muitas vezes, obtermos permissão
para fazer nosso trabalho. Mas, se ainda assim pedirem que nos retiremos, saiamos com toda
educação, deixando um exemplar de literatura gratuita com a pessoa.
Devemos estar preparados para qualquer coisa. Esse é o lado interessante do trabalho de
visitação. Nunca sabemos o que iremos ver do outro lado da porta, mas podemos estar certos de
que teremos experiências das m ais interessantes na visitação de casa em casa.
7.2 AINDA À PORTA: Para nos situarmos bem neste trabalho, será bom adquirirmos o hábito
de nos colocarmos sempre no da outra pessoa. Lembremos que não sendo esperados ali, nosso
aparecimento será uma surpresa, principalmente se estivermos num país estrangeiro.
Procuremos não assustar a pessoa, o que aconteceria se entrássemos logo que a porta é aberta, ou
se aproximássemos devagar, por trás dela. Se estiver escuro, procuremos colocar-nos sob a
iluminação, logo que abrirem a porta, e expliquemos nossa presença ali, imediatamente, com voz
simpática e amigável.
Quando estamos no lado da rua em que bate o sol, tenhamos o cuidado de nos colocarmos de
modo fazer sombra sobre o rosto da pessoa que atender à porta, pois desse modo seremos mais
bem recebidos. gosta de receber os raios de sol diretamente nos olhos.
Quando conversamos com alguém, à porta de sua casa, nossa atenção deve estar centralizada
nele. evitar que nosso olhar se extravie curiosamente para o interior da casa ou para outros
objetos próximos, mas falemos diretamente com a pessoa, de modo amigável e franco. Ao
apresentarmos os livros, tendamo-los de frente para ela, para que possa ler o título facilmente.
Os livros devem estar à mão, para que não precisemos nos atrapalhar a procura deles ou abaixar-
nos para pegá-los na pasta, pois, inevitavelmente, isso desvia a atenção do outro.
Se a porta é atendida por uma criança que afirma estar sozinha em casa, não devemos insistir em
vender, provavelmente, ela não tem dinheiro. Pode acontecer também que os pais tenham dito a
ela que não a porta, enquanto estão ausentes. Portanto, não devemos insistir para que abra, pois
isso pode assustá-la. esse caso, o melhor será passar-lhe um folheto infantil sob a porta, bem
como outros para os pais.
7.3 SE ENTRARMOS NA CASA: Haverá ocasiões em que seremos convidados a entrar para
continuarmos a conversa ou mostrarmos os erros. Geralmente podemos espalhá-los sobre uma
mesa, e teremos chance de dar uma palavra de testemunho. Lembremos, porém, que é possível
confundirmos uma oportunidade de testemunhar com oportunidade de conversar. O mais
provável é que a segunda seja mais frequente, principalmente se nos encontramos num país
estrangeiro, e naturalmente, as pessoas quererão saber mais coisas a nosso respeito. É bom
conversar um pouco, mas, se não cuidarmos, isso poderá tomar todo o tempo, e tornar-se em algo
inútil.
Nosso verdadeiro objetivo ali é dar testemunho do Senhor Jesus e, se depois de alguns minutos
sentirmos que não haverá chance de falarmos das coisas espirituais, será melhor nos
desculparmos e sair, deixando ali literatura gratuita, orando para que Deus opere por meio dela.
Tenhamos, porém, o cuidado de não sair abruptamente, pois podemos ofender a pessoa que nos
abriu sua casa.
Se perceber durante a conversa que houve um interesse espiritual, procuremos anotar o nome
completo e o endereço. A fim de evitar suspeitas ou hostilidade por parte da pessoa, é bom
escrever os dados somente depois de sairmos da casa, a não ser que expliquemos claramente as
razões de os anotarmos. Podemos dizer, por exemplo: "Posso anotar seu nome e endereço para
enviar-lhe outros folhetos que não tenho comigo agora?"
Então, recebendo a permissão, certifiquemo-nos de que tomamos nota. Não cometamos o erro de
pensar que não precisamos escrever e que nos lembraremos depois. No instante em que é dito,
está claro em nossa memória, mas depois de visitarmos outras casas, o esqueceremos, a não ser
que os escrevamos.
Cabe aqui uma palavra de cautela nessa questão de visitação. Se a pessoa que está visitando é
uma moça, sozinha, e ela bate em uma casa onde há apenas um homem, sozinho, se ele a
convidar a entrar, é melhor recusar. Do mesmo modo, se for um rapaz, e ele encontrar uma
mulher sozinha em casa, não ficará bem para ele entrar ali.
Na evangelização, a credibilidade da igreja e dos crentes vale mais do que qualquer outra coisa.
Quem não vive o que diz crer e o que anuncia deve calar-se. Pois a sua pregação seria, na
verdade, uma evangelização ao contrário. É por essa razão que Francisco de Assis dizia com
certo sarcasmo: "Evangelize sempre; se necessário, use palavras".
Tullio Ossana, professor de teologia moral em Roma, afirma que a evangelização depende em
grande parte da capacidade e das virtudes do evangelizador, que deve ser fiel e merecer
credibilidade, deve levar consigo a força e a capacidade do profeta, deve acolher e viver em si
mesmo a mensagem que anuncia, deve saber amar o homem que, através da mensagem, Deus
quer salvar.
Nada disso é novidade. Pois Jesus, antes de enviar os doze para pregar o evangelho e curar os
doentes (Lc 9.1-6), antes de enviar os setenta "a todas as cidades e lugares para onde ele estava
prestes a ir" (Lc 10.1) e antes de enviar os discípulos pelo mundo todo para pregar o evangelho a
todas as pessoas (Mc 16.15), disse-lhes claramente: "Vocês são o sal para a humanidade; mas se
o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada [senão para ser] jogado fora e
pisado pelas pessoas que passam" (Mt 5.13, NTLH). Jesus reforça o papel do testemunho,
acrescentando: "Vocês são a luz para o mundo" e essa luz "deve brilhar para que os outros vejam
as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês que está no céu" (Mt 5.14,15, NTLH). O
que somos (por dentro e por fora) e o que fazemos pesa muito mais que o que anunciamos
verbalmente. Precisamos ser o que Jesus foi: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo"
(Jo 9.5).
Paulo reforça o discurso de Jesus e diz que nós somos o bom perfume de Cristo: "Como um
perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja
conhecido por todas as pessoas" :3 2.15, NTLH). Na mesma epístola, Paulo insiste mais uma vez
na eficácia do testemunho: "A única carta apresentação que eu necessito, são vocês, vocês
mesmos! Só em ver a boa mudança em seus corações, todos podem ver que nós fazemos uma
obra de valor entre vocês" (2 Co 3.2, BV).
Um livro publicado em outubro de 1997 afirma que "a fidelidade dos batizados é a condição
primordial a o anúncio do evangelho e para a missão da Igreja no mundo". Diz também que "para
manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação, a mensagem da salvação deve
ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos". Esse livro é a edição típica vaticana do
Catecismo da Igreja Católica.
"A boa e santa Vida de todo crente é a mais eficaz pregação do evangelho. Na falta desta
pregação, os remais meios empregados não hão de ser bem-sucedidos. Toda pregação feita por
palavras, quer pronunciadas púlpito quer impressas em uma folha ou livro, pode ser rebatida por
outras palavras. Mas uma vida santa - tem réplica. A experiência de todos os tempos prova que o
progresso do evangelho depende especialmente da conduta e da vida dos que são professos".
Evangelizar é apresentar sua verdade ao outro, é convidar o outro a adotar um novo sistema de
crença e ores, a destruir aquele no qual se formou, com os resultados desestabilizadores que se
conhecem em sua estrutura emocional e na vida social.
O indivíduo evangelizado recebe um impacto sobrenatural sobre sua vida, não podemos imaginar
:rever o que vai acontecer com ele; a bíblia diz: "Faço misericórdia de até mil geração daqueles
que amam e guardam os meus mandamentos”, quando o amor de Deus alcança uma pessoa
através da evangelização uma história nova começa, uma nova existência e o destino de uma
família pode ser alterado.
9.2 NOS LARES: O lar pode ser o nosso. Muitas vezes o campo de trabalho não é o interior do
país nem o exterior, mas a nossa própria casa, isto é, pais, irmãos, filhos e parentes. Jesus disse
que o campo é o mundo (Mt 13.38); ora, o mundo começa à nossa porta. Os crentes primitivos
evangelizavam de casa em casa (Mc. 5.19; At 5.42; 20.20). Muitas grandes igrejas de hoje,
começaram em casas particulares. O lar foi a primeira instituição divina, e Deus tem em mira a
salvação de todos no lar (Gn 19.12; Êx 12.3; Is 6.23-25; At 11.14; 16.31).
9.3 EM PÚBLICO: Aqui, há muitos locais a considerar. O apóstolo Paulo pregou em praças (At
17.17). À beira de rios (At 16.13). Na parábola das bodas, o Senhor Jesus fez menção disso (Lc
14.21). Há pessoas de tal temperamento e formação; de tais superstições e preconceitos, que
jamais entrarão num templo evangélico. Muitas vezes há também proibição. Tais pessoas só
poderão ser atingidas pelo evangelismo pessoal em público. Evangelizar é ir ao encontro do
povo. Jesus não disse: "Venha todo o povo ouvir a pregação do Evangelho", mas, "Ide por todo o
mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura".
• Quando comunicativa.
Paulo ganhou o carcereiro dentro da prisão (At 16.23,24). Há pessoas que em são estado de saúde
e em plena liberdade, jamais ouviriam o Evangelho, mas nas instituições de internamento podem
ouvir de boa mente. O campo é vasto nas organizações deste tipo. Milhares têm aceitado Cristo
nas prisões, sanatórios, abrigos etc. Outros estão à espera que alguém lhes leve a mensagem da
salvação. (Leia H b 13.3.)
Há pessoas que em situações normais não dão qualquer importância ao assunto da salvação, mas
atingidas pela adversidade, tornam-se receptivas. Muitos têm sido salvos em tais circunstâncias.
Por exemplo: está um homem morrendo sem salvação. Ele treme ao enfrentar a eternidade sem
Deus. Em tais momentos testemunho de Jesus pode ser vital e decisivo. Quantos já estão na
glória, tendo sido salvos nos últimos momentos de vida? O malfeitor ao lado de Cristo foi salvo
assim (Lc 23.42,43). Momentos de decisões importantes também são ocasiões próprias para se
falar de Jesus.
10. COMO ENTRAR NO ASSUNTO DA SALVAÇÃO: Com que palavras ou de que maneira
podemos nos dirigir ao pecador, ao iniciar o assunto da salvação? -á quatro fatores que
determinam isto:
• tempo disponível.
• O local.
• As circunstâncias.
• Os tipos de pessoas.
A melhor maneira de aprender a entrar no assunto é praticando. O maior erro de todos é deixar
passar a oportunidade e não tratar do assunto da salvação. Estudemos um por um, os quatro
fatores que determinam a entrada no assunto da salvação:
10.2 O LOCAL
Exemplos:
10.2.3 NA IGREJA, NA HORA DO CULTO: Podemos convidar, conduzir à frente etc. Numa
hora dessa devemos ter toda prudência para não perturbar o culto nem o pregador. Uma pergunta
muito costumeira é: "O Sr. já pensou em aceitar Jesus como seu Salvador?" Nunca se deve
perguntar "O Sr. já é crente?" Uma pessoa pode ser crente em vários sentidos.
Outra coisa que podemos fazer durante o culto é orar pelo pregador e pelos pecadores, para que
Deus opere em ambos. Na hora do apelo, muitos não têm coragem de se manifestarem, apesar de
sentirem a chamada de Deus para a salvação. Numa hora dessas, Deus pode guiar-nos a tais
pessoas e ajudá-las, assim como dirigiu o evangelista Filipe na estrada deserta de Gaza. Para que
Deus nos use assim, é preciso estar conforme Is 6.8b.
Exemplo:
A falta de tempo que todo mundo reclama. Podemos começar declarando que Deus deve ter toda
prioridade do nosso tempo, e que o assunto da salvação não deve ser adiado, porque quando Ele
nos chama para a outra vida, não podemos dizer não. Textos: Is 55.6; Jr 8.20; Am 4.12; Mt
25.10-12.
Se o assunto é o espantoso progresso da Ciência, podemos começar dizendo que isto é sinal do
fim dos tempos, segundo a Palavra de Deus. Textos: Dn 12.4; Lc 21.11.
10.3.2 AS CATÁSTROFES: Que acontecem cada vez mais amiúde aqui e ali, como tufões,
inundações, terremotos, epidemias etc. Também são sinais do fim e avisos de Deus, dado o
aumento do pecado na face da terra. Textos: JI caps. 1 e 2.
10.3.3 O ESTADO DE TENSÃO: Guerra fria (e quente), inquietação, levantes, greves, tumultos
pelo mundo afora. Perigos de guerra atômica e suas consequências imprevisíveis. Podemos falar
de Cristo - o abrigo seguro e eterno contra todos os perigos e incertezas. Textos: SI 91; 94.22;
121; Jo 14.1. Podemos mostrar que a paz vem pela justiça (Is 32.17).
10.3.6 POLÍTICA: Se o assunto é política em geral, podemos falar do Rei dos reis e Senhor dos
senhores, que em breve reinará com justiça e paz perfeita. Textos: Is 9.6; 11.1-9; Jr 23.5; Lc
1.32,33; Ap 19.15,16.
10.4 OS TIPOS DE PESSOAS: São três os tipos ou classes de pessoas com que temos de tratar:
• não crentes.
• Crentes.
• Desviados.
Estes tipos ou classes de pessoas são um dos fatores que determinam a maneira de entrarmos no
assunto da salvação. Vejamos cada um.
- Que Deus os ama apesar de seus pecados. Milhões de descrentes fogem do Evangelho porque
ficam convencidos de que Deus não os ama, antes os odeia. Sabemos que isso procede do Diabo.
Se qualquer ser humano perguntar "Deus me ama?", Deus responde apontando para seu Filho
morrendo no Calvário por todo mundo. Textos: Jo 3.16; Rm 5.8.
- O resultado final de persistir no pecado. Podemos ver isso em Rm 2.4,5; 6.23; Tg 1.15.
10.4.1. 2 OS QUE CONHECEM O EVANGELHO: Isto é, conhecem, mas não são salvos. São
os frequentadores de igrejas; os que têm o Evangelho apenas como uma religião e nada mais. São
crentes nominais. Precisam levar a sério Lc 13.3; Jo 3.5; At 3.19. Neste grupo estão os filhos de
crentes, bem como pessoas nascidas e criadas em ambiente ou lar cristão, mas não nascidas de
novo. Não sabem se estão salvas. Sabe o leitor se está salvo mesmo? (1 Jo 5.19). Para tratar com
uma pessoa assim, que conhece o Evangelho, mas não é convertida, é mais interessante fazer
primeiro amizade com ela e ganhar sua simpatia, e, então, com intimidade, falar da salvação de
sua alma. Isto tem aplicação especial aos filhos de crentes, não convertidos. Normalmente,
pessoas como as que acabamos de mencionar costumam dizer, quando alguém lhes fala do
Evangelho: "Conheço a Bíblia, a igreja e os crentes, e quando eu quiser, serei crente". Outras se
aborrecem, retiram-se ou procuram evitar que alguém lhes fale do Evangelho. Por isso, é melhor
conquistar primeiro sua simpatia antes de falar-lhes.
10.4.2 OS CRENTES: O evangelismo pessoal entre crentes salvos tem aspecto um pouco
diferente. É tão somente assistência e auxílio espiritual através das Escrituras. Mais uma vez é
preciso conhecermos devidamente o Livro Sagrado para que o Espírito Santo use o texto que Ele
quiser. Isso pode acontecer de várias maneiras.
Às vezes o crente enfrenta lutas, provações, sofrimentos, tentações, correções etc. São casos
como o de José, o filho de Jacó; os de Jó, Jeremias, Paulo, Abraão e muitos outros. Ao visitarmos
um crente assim, não é um texto qualquer que vamos ler, mas o adequado para o caso. A Bíblia
tem mensagens para cada caso, seja qual for. Conhecendo a Bíblia e agindo na dependência do
Espírito Santo, tudo nos irá bem. Há pessoas que, ao verem qualquer adversidade na vida dum
servo do Senhor, a única coisa que sabem dizer é que há pecado ou que ele está pagando o que
deve. Observe a gentileza de Jesus para com os sofredores em Mt 12.20. Adiante trataremos mais
a fundo dos textos apropriados para tais circunstâncias, mas aqui estão alguns: SI 50.15; 72.12-
14; 91.15; Jo 16.33; Fp 1.2; Cl 1.24; 1 Pe 1.6,7; 5.8-10. Observe o conforto que Jônatas levou a
Davi, em 1 Sm 23.16.
10.4.3 OS DESVIADOS
Estes são os que, uma vez salvos, deixaram o caminho do Senhor. Se eram membros da igreja,
foram disciplinados. Nessa situação, ficam sem comunhão com a igreja. Se não eram membros,
estão sem comunhão com o Senhor da mesma maneira. Pode haver casos de exclusão ilegal,
como em 3 Jo vv. 9,10.
Para tratar com tal classe de pessoas, é de muita importância procurar saber primeiro a causa de
se desviarem. Aqui estão alguns dos motivos:
d) Desobediência consciente à Palavra de Deus (Pv 4.6). Se isso continuar, a queda não demorará
muito. A desobediência cega a visão espiritual. Um crente assim vê o mal nos outros, mas não o
vê em si próprio.
e) Exaltação ao ser abençoado, e esquecimento de Deus. Há muitos que, ao serem abençoados
nos negócios e nas coisas materiais, atribuem tudo isso aos seus esforços e capacidade, e não à
bênção de Deus. Exemplo: o rei Uzias (2 Cr 26.14-16).
f) Viver vazio e seco espiritualmente. Uma casa, sem habitantes, logo se torna abrigo de insetos,
animais e sujeira. O mesmo acontece com a vida espiritual. O Diabo sempre tem material para
encher quem anda vazio. Há um provérbio que diz: "Uma vida vazia é oficina do Diabo". (Lede
Lc 11.24 e Ef 5.18.)
h) Encanto, admiração e apego pelo mundo e suas coisas pecaminosas (Tg 4.4-6; 1 Jo 2.15; 5.19).
Quanto aos desviados, há duas classes: os que têm saudade, desejam voltar, oram e ficam
comovidos quando se lhes fala a Palavra de Deus, enfim, continuam com a mensagem do
Evangelho no coração. Nesse grupo estão os melindrados, queixosos, feridos, escandalizados,
para os quais necessitamos muita graça, tato e paciência para tratar com eles. (Vide Pv 18.19.)
Para desviados como os acima descritos podemos mostrar:
2) O grande amor de Deus para com os desviados (Is 43.23-25; Jr 3.22; Ez 18.23.30-32; Os 14.1-
4; Lc 15.32).
3) Exemplos de como Deus aceitou outras pessoas na mesma situação, mostrando a sua
misericórdia e amor:
- Manasses (2 Cr 33.2,12,13).
Se o desviado clamar, Deus o ouvirá (Dt 4.29,30; Lm 3.31,32,55-57; In 2.1,2). Aqui em Lm 3.31,
devemos compreender que não existe o que chamam de "rejeição divina". Em GI 5.4, "cair da
graça" significa o homem rejeitar o princípio da justificação, que é unicamente pela fé. (Leia o
contexto do dito versículo.) A outra classe de desviados compreende os indiferentes, os
insensíveis, os blasfemos, os apóstatas. Para esses, só a misericórdia de Deus. Podemos falar-lhes
perguntando:
- Em que tempo o Sr. vivia mais feliz: quando servia a Deus, ou agora quando o abandonou? (Sl
1.1; 119.1).
Estude as referências bíblicas deste capítulo, de Bíblia aberta, e com oração diante de Deus, para
que o Espírito Santo revele as profundezas do ensino nelas contida, e também para que Ele nos
graves na memória para o seu uso.
O capítulo seguinte trata da salvação da alma. É o capítulo central deste curso de evangelismo
pessoal.
1 1. QUESTIONÁRIO
Contar nosso testemunho, discípula e orientar a pessoa no que ela venha á precisar no processo ao
qual ela está passando na busca e caminho que leva a verdadeira conversão com novas atitudes e
mudanças de comportamento levando-a a entender as verdades bíblicas
3. Como devemos proceder com relação ao tempo, quando temos muito, pouco ou um mínimo
de tempo?
4. Dê exemplo de uma referência bíblica, realmente apropriada para qualquer das circunstâncias
abaixo:
- Hospital.
- Locais de diversões.
- Hora de culto.
- A natureza.
- O progresso da Ciência.
- As catástrofes. As guerras e os estados de tensão.
- Tristezas e dificuldades.
- Morte repentina.
- Política.
2. FUNDAÇÃO DA CIDADE
• Quais foram os motivos pessoais ou coletivos para a fundação da cidade? Quais eram as suas
crenças e filosofias? Quais visões tinham eles acerca do futuro da cidade?
• Esses nomes têm alguma significação? Estão ligados a alguma religião? São nomes de
demônios ou de artes ocultas? Apontam para alguma bênção? Maldição? Iluminam o dom
remidor da cidade? Refletem o caráter dos habitantes da cidade?
• Qual o papel que a cidade tem desempenhado na vida e no caráter da nação como um todo?
• Qual imigração significativa tem ocorrido? Houve a imposição de alguma nova linguagem ou
cultura sobre a cidade como um todo?
• Como têm sido tratados os imigrantes ou as minorias? De que maneira as raças ou grupos
étnicos têm relacionando-se uns com os outros? As leis municipais têm legitimado o racismo em
qualquer sentido?
• De que maneira a cidade tem tratado os pobres e os oprimidos? A ganância tem caracterizado os
governantes da cidade? Há evidências de corrupção política econômica ou religiosa nas
instituições da cidade?
• A cidade tem algum lema ou slogan? Qual é o seu significado? o De que tipo de música as
pessoas gostam e costumam ouvir? Qual mensagem elas recebem da parte dessa música?
• Quais são as cinco palavras que a maior parte dos habitantes da cidade usariam para
caracterizar os aspectos positivos de sua cidade hoje em dia? E quais as cinco palavras que eles
usariam para caracterizar os aspectos negativos da cidade?
• Quais eram os conceitos, as crenças e as práticas religiosas dos habitantes da área, antes da
cidade haver sido fundada?
• Quais esconderijos de serpentes, de grupos de satanistas ou de outros cultos diabólicos que têm
operado na cidade?
4.2 CRISTIANISMO
• Qual papel a comunidade cristã tem desempenhado na vida da cidade como um todo? Tem
havido mudanças nisso?