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Mestrado

de Ensino da Música

Unidade Curricular de Psicologia da Aprendizagem

Planificação de 12 aulas de Canto segundo os


fundamentos teóricos de Jerome Bruner


Sob a orientação da Professora Cristina Pereira, responsável pela unidade
curricular.



Maria José Fonseca, nº32011018





Castelo Branco, 13 de Junho de 2017
Índice

1. Introdução .................................................................................................................... 3

2. Fundamentação Teórica .......................................................................................... 3


2.1. Breve biografia de Jerome Bruner ............................................................................ 3
2.2. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de J. Bruner ............................................ 4

3. Análise das planificações ........................................................................................ 6

4. Conclusão ...................................................................................................................... 8

5. Bibliografia .................................................................................................................. 9
Webgrafia ...................................................................................................................................... 9

Anexos ................................................................................................................................ 10



















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1. Introdução

O presente trabalho visa a avaliação da unidade curricular de Psicologia da
Aprendizagem.
Tem como objetivo abordar a Teoria de Jerome Bruner e analisar 12
planificações referentes a um período de aulas, de uma aluna do 2º ano do curso de
canto em regime integrado, realizadas com base nos fundamentos teóricos do mesmo
autor.
Na primeira secção do trabalho encontra-se a fundamentação teórica referente à
Teoria de Jerome Bruner da corrente cognitivista.
De seguida apresenta-se a análise das planificações e por fim a conclusão do
trabalho. As planificações das aulas encontram-se nos anexos.

2. Fundamentação Teórica

2.1. Breve biografia de Jerome Bruner


Jerome Bruner nasceu em 1915 nos Estados Unidos da América numa família de
imigrantes polaca e faleceu em 2016 em Nova York.
Após a conclusão da licenciatura na Universidade de Duke, tirou o seu
Doutoramento em Harward em 1941 na qual também leccionou durante vários anos.
Adquiriu também doutoramentos “honoris causa” nas universidades de Yale, Columbia,
Sorbornne, Berlim e Roma.
Ensinou e investigou na New York for Social Research e foi membro da American
Psychological Association e da Society for Research in Child Development.
De acordo com Freire&Silva (2005, p. 126), “as publicações de Jerome Bruner,
em especial, são um marco no referencial teórico das áreas de pedagogia e psicologia,
pois integra os conhecimentos das duas áreas propondo diretrizes para a elaboração de
currículos e planejamento de cursos”. Bruner ganhou uma grande notariedade no campo
da educação graças à sua participação no movimento de reforma curricular nos EUA na
década de 60 (Bruner, 1973).

Ainda de acordo com Freire&Silva (2005, p. 126), a obra Toward a Theory of


Instruction (1965) de Bruner pode ser considerada um dos livros mais influentes na
psicologia cognitiva estadunidense. Neste livro, o autor estabelece parâmetros gerais
para a elaboração de teorias de aprendizagem que pudessem ser aplicadas em várias
áreas do conhecimento”.

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2.2. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de J. Bruner
De acordo com Marques (1998), “Bruner apelida a sua teoria de instrumentismo
evolucionista, uma vez que o homem depende das técnicas para a realização da sua
própria humanidade”. No entanto ao compararmos com Piaget, Bruner acentua o
carácter contextual dos factos psicológicos.

Bruner (1966), distingue na representação do mundo pela criança três níveis


distintos:

• 1º estádio: enativo (respostas motoras), dos 0 aos 3 anos - a criança


representa o mundo (objetos) pela acção que exerce sobre eles;
representar o mundo é tocar, manipular, deslocar objectos; faz-se a
aprendizagem de respostas e hábitos como orientação da própria acção.
• 2º estádio: icónico, dos 3 aos 9/10 anos – já é capaz de representar
mentalmente os objetos; a criança já possui a capacidade de reprodução
de imagens, ainda sem transposição; faz a representação visual da
realidade com recurso a imagens sistematizadoras; memoria visual,
concreta e específica.
• 3º estádio: simbólico, dos 10 anos em diante – a linguagem é usada
como forma de representação da realidade, tem carácter abstrato e sem
dependência directa da realidade.

Segundo Marques (1998), na perspectiva de Bruner a “passagem por cada uma


destas 3 etapas pode ser mais rápida quando a criança está inserida num meio cultural e
linguístico rico e estimulante”. Ainda de acordo com Marques (1998) Bruner apresenta,
no seu livro “The Process of Education”, uma teoria da aprendizagem fortemente
influenciada pela teoria cognitiva, mas ligada intimamente aos contextos culturais onde
a aprendizagem ocorre. Bruner defendia ainda a ideia de que é possível ensinar tudo
aos alunos desde que se utilizem procedimentos adaptados aos estilos cognitivos e às
necessidades dos alunos é uma ideia central na referida obra, bem como, a natureza da
aprendizagem, a estrutura do conhecimento e os meios pelos quais a aprendizagem e o
conhecimento são adquiridos.

Bruner considera que as crianças possuem quatro características congénitas, às


quais chamou de predisposições que configuram o gosto de aprender, que são: a
curiosidade, a procura de competência, a reciprocidade e a narrativa.

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Bruner defendia que o objetivo de ensinar não é transmitir conhecimentos, mas
sim ensinar aos alunos a pensar e resolver problemas por si mesmos.
De acordo com Präss (2008), na teoria de Bruner o professor é apenas um
“mediador entre o conhecimento e as compreensões dos alunos, alem disso é um
facilitador da aprendizagem já que fornece as ferramentas para os aprendizes e também
os guia para resolver seus erros”, enquanto que o aluno “revisa, modifica, enriquece e
reconstrói seus conhecimentos, reelabora constantemente suas próprias
representações, enquanto utiliza e transfere o que aprendeu a outras situações”.
Ainda de acordo com Präss (2008) os conceitos fundamentais da teoria e ensino
de Bruner:

a) Motivação: em que defende que todas as crianças nascem com o desejo de


aprender;
b) Estruturação de conhecimentos: qualquer matéria pode ser organizada de
maneira tal que possa ser transmitida e entendida por qualquer estudante;
c) Otimização das sequências de apresentação do material: a escolha adequada da
sequência em que os conteúdos vão ser ensinados é fundamental para
determinar quão difícil será um assunto a um estudante. Bruner defende que o
desenvolvimento intelectual é seqüencial, partindo da fase enativa, passando
pela fase icónica e finalmente chegando à fase simbólica. Ele sugere que esta
seqüência deve-se ser adotada em qualquer matéria a ser ensinada;
d) Reforço (natureza e ritmo de recompensas e punições): para que ocorra uma
aprendizagem, sobretudo nas etapas iniciais de um aprendizado, é importante
reforçar o processo, sobretudo mostrando ao aluno como ele vai indo e
corrigindo possíveis erros. Entretanto, Bruner defende que com o passar do
tempo o aprendiz deve se tornar auto-suficiente, não precisando de
reforçamento.

O método da descoberta é uma outra característica central na Teoria de Bruner


que defende que os professores devem dar ferramentas aos alunos de maneira a serem
mais independentes. “Julgamos que logo de início o aluno deve poder resolver
problemas, conjecturar, discutir, da mesma maneira que se faz no campo científico da
disciplina”. (Bruner, 1965). Para além disso, Marques (1998) refere que “em vez da
exposição aos factos, fenómenos e teorias, Bruner defendia a necessidade de os alunos
compreenderem o próprio processo de descoberta científica, familiarizando-se com as
metodologias das Ciências de modo a assimilarem os princípios e estruturas das
diversas Ciências”.

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Bruner acreditava que o
conhecimento era realizado em espiral. A
Figura 1 representa esse esquema de
aprendizagem estipulado por Bruner, que
consiste na apresentação de conceitos
básicos que são ensinados em um primeiro
momento e depois revistos em diferentes
anos sempre aumentando o nível de
profundidade, complexidade e modos de
representação. Assim, as crianças primeiro

Figura 1 - Aprendizagem em espiral aprendem o básico sobre um determinado


assunto, e depois passam a revisitar esse
conteúdo e incorporar outros conhecimentos mais complexos sobre o mesmo fenómeno,
como em uma espiral.

É preciso ter em conta que Ausubel (1978: 60) chamou a atenção para as
desvantagens de uma sobrevalorização da experiência directa como processo de
aprendizagem de conceitos, uma vez que a aplicação do método científico não é
suficiente para aprender Ciências.

Marques (1998) faz a observação que “embora as críticas que Bruner formulou à
rigidez da teoria dos estádios de desenvolvimento cognitivo de Piaget tenham ajudado a
flexibilizar as propostas curriculares influenciadas pelas teorias cognitivas, a verdade é
que a sua preferência pelo método da descoberta e a defesa que faz do aluno enquanto
cientista colocam muitas limitações à aprendizagem dos factos, noções e teorias, a qual
se deve fazer, também, através de metodologias expositivas e da aprendizagem por
recepção, sob pena da impossibilidade de cumprimento de programas, com as
consequentes lacunas de informação”.

3. Análise das planificações



As planificações apresentadas nos anexos, representam assimulação de um
período de 12 aulas (3 meses, aproximadamente), que tencionam abordar e transmitir
aspectos técnicos e interpretativos, recorrendo a aquecimento vocal, a uma ária de
ópera e a uma ária antiga. A fim de se adquirir o domínio dos conteúdos programáticos,

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fazer-se-ia uma audição final de período de maneira a “testar” os conhecimentos
adquiridos para o exame final de ano lectivo.
As aulas têm uma duração de 60 minutos dividindo-se em aquecimento vocal e
estudo do repertório. O tempo previamente estabelecido para o aquecimento vocal e o
estudo do repertório é de 20 minutos e 40 minutos respectivamente. Esse tempo poderá
variar consoante as dificuldades do aluno, apesar disso esse tempo é apenas uma
sugestão/média do que normalmente acontece.
As aulas planificadas têm ainda o objetivo de estimular o aluno para se conhecer,
focando maioritariamente no apoio diafragmático em todas as aulas, por ser uma aluna
do 2º ano e que em princípio irá apresentar ainda uma musculatura pouco tonificada. O
canto, por ser um instrumento que não se vê, na grande maioria das vezes é necessário
estimular o auto-conhecimento do corpo. O apoio diafragmático é a base do canto e o
mais difícil de aprender na grande maioria dos cantores devido ao facto da respiração
ser um ato involuntário, e neste caso é imprescindível que ela seja voluntária e
consciente. Daí que a consciência do corpo seja tão importante e, por essa razão todas as
planificações focam o aspecto do relaxamento, da postura, da respiração e
consequentemente do “apoio” ou “apoio diafragmático” de maneira a dar ferramentas de
trabalho úteis no futuro.
Na minha experiência como aluna, foi-me difícil compreender as questão do
apoio por muito tempo, no entanto por muito que o professor explique e dê muitos
exemplos, que ajudam muito no processo, é uma questão que se tem que descobrir um
pouco por auto-descoberta, porque temos mesmo de conhecer o nosso corpo, de
perceber como ele funciona e entender as suas limitações.
Os vocalizos servem como exercícios para preparar as dificuldades que poderão
surgir no repertório.
Nas primeiras aulas há uma maior insistência na parte técnica e gradualmente
vai sendo pedido, ao longo das aulas, a realização de tarefas em relação à interpretação
da música, como por exemplo, a visualização e audição de diferentes interpretações, a
contextualização das obras, a tradução dos textos e a discussão do carácter das
personagens e da música, de maneira a estimular também a criatividade. Este tipo de
atividades só se poderá requisitar após a técnica já estar um pouco mais assimilada, pois
muitas vezes quando o aluno está demasiado preso à técnica, por ainda não a dominar
tão bem, tem maior dificuldade na parte interpretativa. Todavia é necessário haver um
equilíbrio entre as duas e, no meu ponto de vista, devemos habituar os alunos a
conseguir esse mesmo equilíbrio.

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4. Conclusão

Após a realização do trabalho, a Teoria de Bruner foi alvo de inspiração para
novas mudanças tanto na prática das aulas como na questão currícular. Foi sem dúvida
uma mais valia para o ensino, pois mudou completamente a ideia do ensino-
aprendizagem.
Apesar da Teoria de Bruner, Ausubel tomou em atenção que não se deveria
sobrevalorizar as experiências diretas como aprendizagem de conceitos, já que o
método científico não é suficiente para aprender Ciências.
“Embora Bruner defenda a aprendizagem por descoberta, ele afirma que esta
não é a única forma de aprendizagem e também defende que os estudantes não devem
descobrir por si mesmos as soluções para todos os problemas, já que isso seria
impraticável” (Präss, 2008).

É importante referir que a “maioria das críticas a teoria de Bruner não se


referem a teoria em si, mas a sua impraticabilidade nas escolas. Trata-se de um método
muito demorado, pois o aluno terá um ritmo mais lento do que na maioria das formas de
ensinar. Mas, acredita-se, que no final terá aprendido de forma muito mais consciente e
significativa” (Präss, 2008).

As planificações são foram apenas uma pequena demonstração do ensino


segundo os pressupostos de Bruner.
Por as aulas serem pensadas no ritmo do aluno, é difícil, muitas vezes prever
com exatidão, num plano de 12 aulas ou de um período, as necessidades do aluno a
longo prazo. No caso do canto, principalmente em vozes jovens em que a voz ainda é
“virgem”, por haver transformações a nível de crescimento, poderá haver o caso de se
ter que mudar o repertório de forma a corresponder ao tipo de voz naquele momento.
No caso das vozes masculinas essa questão é ainda mais relevante. Não obstante as
planificações devem servir apenas como um guia para o professor de maneira a haver
uma melhor organização do ensino e que não sejam algo rígido simplesmente para
cumprir.
O aspeto da auto-descoberta na voz é importante, apesar do ensino da música
funcionar em parte por mecanização e imitação, pois é essencial que o cantor se vá
tornando independente, como em qualquer área. Apesar de todas as teorias que
apreendemos na unidade curricular, o ideal seria o professor dar ao aluno as
ferramentas certas e necessárias no momento exato, de forma a aprender bem e da

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melhor maneira possível de forma a cumprir as tarefas dos conteúdos programáticos,
superar as dificuldades da aprendizagem e a satisfazer as suas necessidades.

5. Bibliografia

FREIRE, R. D. e SILVA, V.G.A.O.(2005) A influência de Jerome Bruner na Teoria da
Aprendizagem Musical de Edwin Gordon. Universidade de Brasília
MARQUES, Ramiro(1998); A Pedagogia de Jerome Bruner

Bruner, J. (1966). Toward a Theory of Instruction. Cambridge. Harvard University Press

Bruner, J. (1965). “The growth of mind”. American Psychologist, 20, P. 1007-1017

Moreira, M.A., Caballero, M.C. e Rodríguez, M.L.(1997). Aprendizagem significativa: um


conceito subjacente. Actas del Encuentro Internacional sobre el Aprendizaje
Significativo. Burgos, España. pp. 19-44.

MOREIRA, M. A. (2010). O que é afinal aprendizagem significativa?. Aula Inaugural do


Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais, Instituto de Física,
Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá .

Teoria de Bruner, Psicologia Educacional II, Faculdade de Ciências e Tecnologias da


Universidade de Coimbra, 2005/2006

Bruner, J. S., & Goodman, C. C. (1947). Value and need as organizing factors in
perception. Journal of Abnormal and Social Psychology, 42(1), P. 33–44.

PRÄSS, A. R., Teorias da Aprendizagem, Instituto de Física, Universidade Federal do Rio


Grande do Sul, P. 23-26.

Webgrafia
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Hist%C3%B3ria%20e%20Filosofia%20da%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20-
%20Licenciaturas_RAMIRO%20MARQUES,%20Jerome%20Bruner%20(1).pdf

http://www.psicologiaexplica.com.br/jerome-bruner/

https://psychology.fas.harvard.edu/people/jerome-bruner

Anexos

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