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DA
PREFEITURA MUNICIPAL DE PARATY
Dezembro/2011
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE OCEANOGRAFIA
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 1
2. BREVE HISTÓRICO ................................................................................................................. 1
3. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL .................................................................................. 3
3.1. População Atual e Quantidade de Resíduos Gerados ..................................................... 3
3.2. Procedimento Atual da Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ...................... 4
3.2.1.Varrição dos logradouros e coleta do lixo................................................................ 4
3.2.2.Transbordo, transporte e disposição final dos resíduos .......................................... 5
3.2.3.Limpeza dos pontos turísticos ................................................................................. 6
3.2.4.Coleta do lixo de origem insular............................................................................... 7
3.2.5.Coleta e disposição dos resíduos dos serviços de saúde ....................................... 7
3.2.6.Coleta e disposição de entulhos .............................................................................. 8
3.2.7.Coleta Seletiva e Reciclagem do lixo ...................................................................... 8
4. PROGNÓSTICOS DO MANEJO DO LIXO ATÉ 2030 ........................................................... 10
4.1. Projeção da População e Quantidade de Resíduos Gerados ........................................ 10
4.2. Prognósticos para os Serviços de Limpeza, Coleta e Disposição Final......................... 11
4.2.1.Disposição final no município (Solução A) ............................................................ 14
4.2.2.Disposição final fora do município (Solução B) ..................................................... 17
4.2.3.Disposição final consorciada (Solução C) ............................................................. 19
4.2.4.Comparação entre as alternativas consideradas .................................................. 22
5. PROGRAMAS E AÇÕES EM ANDAMENTO ......................................................................... 24
6. POSSÍVEIS FONTES DE RECURSOS FINANCEIROS ........................................................ 24
6.1. Ministério do Meio Ambiente........................................................................................... 25
6.2. Ministério das Cidades – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) ....... 25
6.3. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) ...................................................................... 26
6.4. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ............................ 26
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 26
8. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 27
ANEXO 1 – Demonstrativo de Custos
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1. APRESENTAÇÃO
Depois de um longo período sem um marco regulatório para os serviços de saneamento
básico foi aprovada, em 5 de janeiro de 2007, a Lei de Saneamento Básico (Lei Nº
11.445). Com esta Lei o país passa a contar com um marco regulatório para o setor de
saneamento básico, atual, quanto aos seus fundamentos e princípios de organização na
estrutura federativa do Estado brasileiro, e integrada à Política Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos.
A Lei estabelece diretrizes nacionais para o setor de saneamento básico, alterando a Lei
No 6.766, de 19 de dezembro de 1979, a Lei No 8.036, de 11 de maio de 1990, a Lei No
8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei No 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a
Lei No 6.528, de 11 de maio de 1978.
2. BREVE HISTÓRICO
Com o final ciclo do ouro por volta de 1800 teve início o ciclo do café que perdurou
aproximadamente até 1870, período em que o porto de Paraty foi muito utilizado para
escoar o café produzido no Vale do Paraíba. Com a desativação gradual das lavoras do
Vale do Paraíba e o conseqüente término do ciclo do café, Paraty, por se caracterizar
como uma cidade de passagem dedicada exclusivamente ao comércio, entrou em franca
decadência e isolamento até pelo menos 1960. Essa situação só viria a mudar com a
abertura da estrada ligando Paraty à Cunha, na década de 1950 e, principalmente, com a
construção da rodovia BR-101, ligando as cidades do Rio de Janeiro e Santos, aberta ao
tráfego na década de 1970, dando início ao desenvolvimento turístico de Paraty.
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de 4 quilômetros ao sul do centro urbano de Paraty, em local conhecido por Boa Vista. A
disposição dos resíduos nesse local perdurou por alguns poucos anos sendo transferido
para outro local conhecido como Olaria, também próximo à BR-101. De Olaria, o lixo
passou a ser jogado durante cerca de um ano na região de Caboclo, pouco ao norte do
núcleo central de Paraty e sempre próximo à BR-101. De Caboclo passou a ser disposto
durante poucos meses próximo à entrada do atual bairro de Jabaquara onde, por
imposição veemente dos moradores das proximidades, foi mais uma vez transferido,
dessa vez para Taquari, na localidade denominada Iriri. Em Iriri o lixão funcionou por
cerca de um ano, voltando a sua origem em Boa Vista, onde perdurou até recentemente.
A disposição final em Boa Vista durante tantos anos, mesmo excetuando-se os períodos
em que foi feita em outros locais, resultou na formação de um enorme lixão que, a título
de estimativa, acumula aproximadamente 80 mil toneladas de resíduos.
A comissão municipal constituída para lidar com o tema fez, segundo relato verbal recente
de um de seus ex-membros, extensa pesquisa de áreas adequadas à instalação da usina e
do aterro, resultando na escolha, com o assessoramento da FEEMA, de uma área situada
na bacia do rio Pequeno, entre os núcleos urbanos de Graúna e Barra Grande.
Segundo informações levantadas, o local foi aprovado pela FEEMA após a vistoria de
dois técnicos. Foi elaborado o EIA-RIMA da alternativa escolhida, solicitada a Licença
prévia (LP) e até iniciado o processo de desapropriação. Como não houve acordo com o
proprietário da área, um depósito judicial de R$ 50 mil reais chegou a ser feito (e
posteriormente recuperado). Todavia, como na época a Prefeitura tinha débitos com a
União o projeto foi inviabilizado pela impossibilidade da Prefeitura conseguir o
financiamento pretendido.
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Posteriormente foi feito um contrato de comodato com uma pessoa física (Sr. Calixto),
que passou a efetuar uma precária coleta seletiva e a operar a prensa. Isso possibilitou
uma pequena redução da quantidade de resíduos secos e ainda pequena renda para as
pessoas envolvidas com os serviços.
Após o falecimento do Sr Calixto, seu filho e a viúva, com apoio da Prefeitura e também
da Fundação SOS Mata Atlântica, continuaram, por algum tempo, a gestão do negócio.
Era efetuada a coleta seletiva semanal no Centro Histórico e nos bairros de Patitiba,
Pontal, Penha, Chácara, Caborê, Portal e no condomínio Mexerica, e em outros com
frequência quinzenal. Todavia, o negócio não prosperou e acabou trocando de mãos,
passando a ser operado diretamente no lixão Boa Vista por um ex-colaborador do Sr.
Calixto. Esse tema será abordado mais detalhadamente no item 3.2.7.
Houve outra iniciativa de coleta seletiva na Ilha do Araújo que funcionou por
aproximadamente 10 anos. A coleta era efetuada pela Associação de Moradores com o
apoio da SOS Mata Atlântica e da Harmonia Global. Os materiais recicláveis eram
coletados e enviados para o continente com recursos próprios da Associação. Todavia,
com a coleta do lixo passando a ser feita de forma sistemática através de barcos
contratados pela Prefeitura, a coleta seletiva deixou de ser feita.
Os resíduos sólidos de Paraty são coletados atualmente pela empresa Locanty Comércio
e Serviços Ltda e dispostos no aterro de Ariró, situado no município de Angra dos Reis. A
empresa não forneceu os dados solicitados sobre os registros diários de lixo que chega
ao aterro, alegando problemas técnicos na balança recentemente instalada.
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Dessa forma, optou-se por considerar como referência para Paraty a produção média
diária dos 36 municípios amostrados da região sudeste com população situada no
intervalo entre 20 mil e 60 mil habitantes, uma vez que a população de Paraty situa-se
em uma posição aproximadamente mediana do intervalo. Ao valor encontrado de 0,688
kg/hab.dia2 agregou-se o percentual de 8%3 em face da população flutuante, resultando
na taxa de 0,74 kg/hab.dia que será empregada neste estudo. Com essa taxa a produção
diária atual de resíduos sólidos urbanos em Paraty é de aproximadamente 28 toneladas.
Já os resíduos dos serviços de saúde provenientes do distrito sede e dos núcleos
urbanos isolados, produzidos por hospitais, clínicas, farmácias, etc., são pesados na
coleta e totalizam cerca de 300 kg/semana.
Por não existirem indústrias de transformação no município, não são produzidos resíduos
de origem industrial.
Na sede do município os serviços de varrição contam com uma varredeira mecânica que
atua em áreas onde o desempenho do equipamento é eficiente e também com 79 garis
que executam a varrição manualmente. Todos trabalham uniformizados e usam EPI.
2
O INEA considera para Paraty a taxa de 0,65 kg/hab.dia
3
O IBGE quantificou uma população flutuante em Paraty da ordem de 21.432 hab. Neste estudo adotou-se um percentual
de 15% desse montante, ou seja, 8% da população total estando de forma permanente no município. Vale mencionar que
em 2011 foram programados 42 eventos turísticos-culturais em Paraty, ocupando 179 dias do calendário (Fonte: Secretaria
de Turismo e Cultura).
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A operação de transbordo é feita em uma pequena área situada no próprio lixão Boa
Vista. Nesse local não existe uma estação de transferência propriamente dita, de forma
que o transbordo do lixo ocorre de forma totalmente inadequada. Os caminhões
compactadores descarregam o lixo no local de transferência, para dali, em uma operação
subsequente, ser transferido por uma pá carregadeira para os caminhões trucados, que o
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transportarão até o Aterro de Ariró. Como a operação descrita leva certo tempo para ser
concluída, torna viável a atuação de catadores.
Essa situação precisa de uma solução urgente. No lixão (foto abaixo) trabalham cerca de
25 pessoas, em uma estrutura de trabalho hierárquica
comandada por uma delas. Desse grupo de trabalhadores
informais cerca de 20 são catadores cuja função consiste em
revolver o lixo descarregado, selecionando os materiais de
interesse. Os outros cinco, mais “especializados”, preparam
os fardos de recicláveis com auxílio de duas prensas
hidráulicas.
Cabe observar que o contrato vigente entre a Prefeitura e a Locanty para a coleta e
manejo do lixo do município veda qualquer trabalho de catadores no lixão, com claro
descumprimento desta cláusula contratual.
O transporte dos resíduos do lixão Boa Vista para o aterro sanitário de Ariró envolve um
percurso de ida e volta de cerca de 170 quilômetros, realizado por dois caminhões
trucados, com capacidade de 15 toneladas. São realizadas diariamente até 4 viagens por
dia. Esses dois caminhões substituíram a carreta com capacidade de 30 toneladas
prevista no contrato, possivelmente por conveniência operacional.
O valor mensal pago à Locanty pelos serviços de limpeza, manejo dos resíduos sólidos e
disposição final no Aterro de Ariró soma R$ 674.314,00.
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O lixo recolhido nesses locais é transferido dos barcos para os caminhões e então
levados para o lixão Boa Vista, de onde são transportados para o Aterro de Ariró. Não
existe controle de peso do lixo recolhido.
Os serviços de coleta e disposição dos resíduos dos serviços de saúde, incluindo todas
as suas fases (coleta, transporte e incineração) custam ao município R$ 7.000,00
mensais.
4
Hospital Municipal de São Pedro de Alcântara, Centro Integrado de Saúde da Patiba, Unidade de Saúde da Ilha das
Cobras e Unidade de Saúde da Mangueira
5
Unidades de Saúde de: Patrimônio, Paraty Mirim, Pedras Azuis, Cabral, Campinho, Trindade, Vila Oratória, Pantanal,
Corisco, Barra Grande, Tarituba, São Gonçalo, Taquari e Mambucaba
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Além disso, está sendo desenvolvido, também pela ITCP, o projeto Cataforte, que prevê
a capacitação de catadores objetivando sua integração à economia formal por meio de
cooperativa. À época estavam sendo capacitados 18 catadores.
Este programa, operado com recursos do FECAM, conforme Deliberação Executiva n.º
289, de 16/12/2010, transfere ao município R$20,00 por tonelada de lixo disposto
adequadamente, mediante cumprimento de metas de eficiência. A prefeitura de Paraty
apesar de já ter se candidatado ao programa terá que promover alterações nos
procedimentos propostos de forma a adequar-se às exigências da SEA.
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Conforme referido no item 3.2.2, cerca de 25 catadores trabalham no lixão Boa Vista,
capitaneadas por um “empresário” proprietário de duas prensas hidráulicas, um pequeno
caminhão e uma camionete usados no transporte dos recicláveis coletados. Alem dessas
duas prensas ele possui uma terceira que opera em um depósito situado no centro
urbano.
Os principais materiais recicláveis e seu preço de venda constam do quadro 1. Vale notar
que as informações que constam do quadro foram obtidas diretamente com o
responsável pelo serviço. Como inexiste qualquer tipo de controle formal, os quantitativos
foram estimados por ele em função do número de caminhões carregados e despachados
por mês. Já os preços unitários de venda são referentes aos praticados no mês de
agosto de 2011.
Essa empresa, segundo informações diretas de seu gestor, está formalmente constituída,
tem 8 empregados com carteira assinada e trabalha com grande número de catadores
“autônomos” que vão diretamente às fontes geradoras dos recicláveis (supermercados,
comércio em geral, condomínios, domicílios, etc.) os recolhe e vende para a empresa.
Para auxiliar a sua movimentação de carga, a empresa possui 3 caminhões e um trator
de pneus com retro-elevador para facilitar o carregamento dos caminhões destinados à
entrega das mercadorias.
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Além desses dois grupos atuantes na seleção de recicláveis ainda existe um terceiro
“empresário” atuando em Paraty, mas atualmente com participação pouco expressiva.
Quadro 2
Recicláveis Coletados Diretamente Nas Fontes Geradoras
Os dados do IBGE mostram que nos últimos 19 anos a população de Paraty teve um
incremento anual médio de 2,39%. No entanto, é provável que até o ano de 2030,
horizonte do Plano, a curva real de crescimento populacional apresente alguma inflexão.
Contra esta possibilidade existe, porém, o fato de que a abertura da Rodovia Paraty-
Cunha irá facilitará o fluxo de pessoas oriundas das cidades do Vale do Paraíba,
estabelecendo um novo vetor de expansão demográfica.
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75.000
70.000
65.000
y = 24,584x 2 + 126,1x + 24.607
60.000 R2 = 0,9976
55.000
HABITANTES
50.000
45.000
40.000
35.000
30.000
25.000
20.000
15.000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
ANOS
No que se refere à manutenção da taxa de geração per capita, não se espera sua
redução de forma significativa, mesmo com a implementação da coleta seletiva formal.
Como visto anteriormente, mesmo com toda a precariedade do sistema atual, a
reciclagem já responde por uma parcela de cerca de 10% do lixo gerado no município,
sem considerar a sucata de ferro e as latinhas de alumínio. No que se refere ao sistema
de coleta, a expectativa é a manutenção do padrão atual uma vez que está já possui
grande capilaridade Recomenda-se, apenas a melhoria do atendimento aos domicílios
isolados, sobretudo aqueles localizados em zonas rurais.
Contudo, o mesmo não pode ser dito em relação à disposição final dos resíduos.
Atualmente, como visto o lixo é disposto no município de Angra dos Reis em um aterro
sanitário licenciado e de propriedade da empresa Locanty e por ela operado. Essa
empresa é a mesma que executa os serviços de limpeza, coleta e disposição final do seu
lixo.
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A quantidade total de lixo a ser gerada pelo município de Paraty no período de 2014
(quando encerra o contrato com a Locanty) até o ano de 2030 (horizonte de planejamento
do Plano de Saneamento) será da ordem de 176 mil toneladas, montante este calculado
a partir da equação da curva de evolução demográfica empregando-se a taxa de geração
per capita de 0,74 kg/pessoa.dia, segundo a fórmula indicada abaixo:
40
Q = 365 A . ∫( 24,584 x
x =24
2
+ 126,1 x + 24,607 ) dx
onde:
Q = Quantidade acumulada de lixo gerado entre 2014 e 2030, igual a 176 mil toneladas;
A = Taxa per capita, igual a 0,74 kg/hab.dia;
x = ano calendário, sendo x = 24, correspondente ao ano de 2014, e x = 40,
correspondente ao ano de 2030.
A quantidade de lixo calculada pela fórmula resulta em um volume da ordem de 238 mil
m3, considerando-se uma densidade média de 0,7t/m3.
A solução via consórcio já foi tentada em passado recente com o apoio da Secretaria
Estadual de Ambiente. Na ocasião tentou-se formar o Consórcio Costa Verde,
congregando os municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Paraty para
compartilhamento das instalações de um aterro sanitário que ficaria situado no território
de Angra dos Reis. Infelizmente essa solução não prosperou, pois a Câmara Legislativa
de Angra dos Reis vetou a iniciativa.
Apesar do fracasso dessa iniciativa, a solução “consórcio” não pode ser desconsiderada
como possibilidade futura. Estudos sobre experiências de consorciamento municipal
voltadas para a disposição final de resíduos sólidos no país têm demonstrado as
vantagens desses arranjos institucionais quando comparados com soluções isoladas,
sobretudo em ganhos de escala, que chegam a ultrapassar 50% de redução de custos
(FGV-ABETRE – 2009).
Não foi por outra razão que a recente Lei Federal No 12.305/2010 privilegiou soluções
compartilhadas, inclusive através de incentivos e preferência creditícia na concessão de
financiamentos aos municípios que adotarem a disposição final do lixo em aterro sanitário
operado em consórcio. O governo do Estado do Rio de Janeiro também tem apoiado e
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Dessa forma, embora descartada pela Câmara de Vereadores de Angra dos Reis, não há
como não considerar a alternativa “consórcio” no Plano Municipal de Saneamento Básico
de Paraty.
Também não foi prevista a implantação de usinas de compostagem, pois o volume de lixo
gerado no município não viabilizaria economicamente sua operação. Sobre esse aspecto
cabe mencionar que das 62 usinas de triagem e compostagem implantadas no Estado,
42 operam apenas com a triagem de recicláveis. Nas demais, a compostagem, quando
realizada, é feita de forma inadequada e quase sempre subsidiada pelo município. O
mesmo acontece com inúmeros municípios mineiros de pequeno porte, em especial
aqueles situados no vale do Paraíba do Sul.
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Consórcio Serrana 1: constituído por Teresópolis, Carmo, Sumidouro e S. José do Vale do Rio Preto. Este consórcio, já
em pleno funcionamento, está ultimando a sua formalização legal;
Consórcio Serrana 2: constituído por Três Rios, Petrópolis Paraíba do Sul, Levi Gasparian, Areal e Sapucaia;
Consórcios Noroeste 1 e Noroeste 2. Hoje os dois consórcios operam de forma conjunta, com 2 aterros sanitários, um em
Itaperuna e outro em S. Fidelis. Integram os consórcios os municípios de Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Miracema,
Natividade, Porciúncula, Varre e Sai, S. José de Ubá, Laje do Muriaé, S. Fidelis, Itaocara, Italva, Cambuci, Cardoso
Moreira, Aperibé e S. Antonio de Pádua.
Consórcio Centro Sul: Constituído por Mendes, Paracambi, Eng. Paulo de Frontin, Japeri e Queimados
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Como mencionado anteriormente, em meados da década de 1990 foi escolhida uma área
para a instalação de um aterro sanitário, próxima aos núcleos urbanos de Graúna e Barra
Grande. Esse aterro, por fatores diversos, não chegou a ser implantado.
Com exceção de dois locais em Graúna e outro em Rio Pequeno, todos os demais se
mostraram inviáveis, quer pela limitação de espaço, quer pela proximidade de áreas com
razoável adensamento demográfico.
Os três locais avaliados, denominados aqui como Aterro Graúna 1, Aterro Graúna 2 e Aterro
Rio Pequeno, são mostradas na figura 1, elaborada sobre imagem do Google Earth.
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O local Graúna 1, situado nas proximidades do núcleo urbano de Graúna, tem uma boa
área disponível e disponibilidade de solo de empréstimo para o recobrimento dos
resíduos.
O local Graúna 2 tem características físicas semelhantes, mas com a vantagem de estar
um pouco mais distante do núcleo urbano de Graúna.
O local Rio Pequeno, visto na foto 2, foi o local escolhido nos anos de 1994/95. Esse
local permaneceu praticamente sem alterações até o presente.
Sem entrar no mérito da constitucionalidade dessa Portaria, que em princípio choca com
outras definições legais, tal iniciativa não deixa de expressar uma crescente preocupação
com a preservação da “qualidade paisagística” das cidades, sobretudo quando se trata
de locais com expressivo patrimônio histórico. Portanto, esse aspecto não pode ser
desconsiderado quando da escolha de local para se implantar um futuro aterro sanitário.
Um aterro sanitário, mesmo seguindo normas rigorosas de operação, sempre terá
resíduos ainda não cobertos expostos e áreas de empréstimo com solo desprovido de
cobertura vegetal, comprometendo a qualidade da paisagem.
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Quadro 3
Avaliação Preliminar de Locais para o Aterro Sanitário
Rio
Parâmetros Analisados Graúna 1 Graúna 2
Pequeno
Sim, com
limitadas
Necessita
possibilida
Capacidade de suportar o volume de resíduos gerados análise
Sim des de
pelo município nos próximos 20 anos mais
expansão
detalhada
além de
2030
Disponibilidade de solo para empréstimo com
Sim Sim Sim
características adequadas à cobertura do aterro
Distância em relação à sede municipal 19 km 19 km 20 km
Área sem restrições impostas pelo zoneamento ambiental Sim Sim Sim
Baixa densidade populacional Sim Sim Sim
Vetor de crescimento Médio Mínimo Mínimo
Menor valorização da terra Média Sim Sim
Distâncias aos cursos d’água >200m <200m >200m
Facilidade de acesso Sim Sim Sim
Disponibilidade de energia Sim Sim Sim
“Visibilidade da Área” Grande Média Grande
Com base nos critérios apresentados no quadro 3 sugere-se descartar in limine o local
Graúna 1, pois é o que apresenta mais inconvenientes em comparação às duas outras
alternativas.
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O Valor Presente desta Solução A (VPA) será dado pela aplicação da seguinte fórmula:
CI t = 18
(Z + Tc ) ( 1 + c ) t
VPA = + ∑
( 1 + i )1 t = 2 ( 1+ i ) t
onde:
VPA = Valor Presente da Solução A para o ano 2012
CI = Custo inicial de desapropriação da área mais a implantação do aterro =
R$ 2.665.002,00
Z = Custo anual de operação e manutenção do aterro = R$ 740.439,00
TC = Custo anual do transporte em caminhão compactador (40 km ida e volta) =
R$ 593.548,00
c = Taxa de crescimento demográfico, constante e igual a 2,39% aa.
i = Taxa de desconto anual, considerada igual a 5,5% aa (Selic menos inflação)
t = tempo decorrido, em anos, sendo t = 2 correspondente ao inicio de 2014 e t = 18
correspondente ao início de 2030
Valor Presente da Solução A para o ano 2012:
VPA = R$ 19.520.525,11
Para atender a essa premissa a alternativa mais plausível, ou seja, a de provável menor
custo, será considerar a disposição final no aterro sanitário de Seropédica. Qualquer
alternativa diferente dessa implicará o uso de algum aterro localizado no vale do Paraíba
do Sul, fora da faixa litorânea. Isso resultará em maiores distâncias de transporte,
associada, ainda, à subida da Serra do Mar, quer via Caraguatatuba (SP), quer via Serra
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das Araras, visto que as estradas Lídice/Angra dos Reis e Paraty/Cunha possuem
restrições ao trafego de carretas devido as suas características geométricas.
Nesse momento ainda não há um “preço de mercado” estabelecido que sirva como
referência de custo para a “compra de espaço” em aterro sanitário. Fala-se,
informalmente, em valores que variam de R$30,00 à R$ 100,00 por tonelada de lixo
disposto8. Neste estudo será utilizado o valor de R$ 50,00/t disposta.
O Valor Presente desta Solução B (VPB) será dado pela aplicação da seguinte fórmula:
CIT t = 18
(CA T + TC + TT + D) (1 + c ) t
VPB = + ∑
(1 + i)1 t = 2 (1 + i )t
Onde:
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VPB = R$ 45.029.460,58
Os consórcios municipais constituídos antes dessa Lei não tinha respaldo jurídico para a
tomada de decisão, sobretudo para a alocação de recursos em ações situadas em outro
município.
O fracasso da tentativa anterior não inviabiliza uma nova proposta, até mesmo porque
ocorrerão mudanças nas administrações municipais e nas câmaras de vereadores.
Ademais, dos quatro municípios envolvidos na iniciativa anterior, Mangaratiba já está
dispondo seu lixo no aterro de Seropédica e Rio Claro, possivelmente, irá integrar um
outro consórcio intermunicipal no vale do Paraíba do Sul9.
Dessa forma, restam apenas os municípios de Paraty e Angra dos Reis. Hoje o lixo de
Paraty é disposto em Angra dos Reis, no aterro de Ariró, sem que este último seja
beneficiado com um maior quinhão do ICMS Verde, por sediar em seu território um aterro
sanitário de caráter regional.
Segundo a própria SAE, a idéia é que a participação do Estado nos consórcios não se
limite ao apoio à sua estruturação legal e fortalecimento institucional, possibilitando,
também, sua participação nos custos de implementação da solução ou, até mesmo, no
próprio contrato de rateio dos custos operacionais envolvidos.
Caso o Estado venha a participar de um futuro consórcio para a disposição final dos
resíduos sólidos de Paraty e Angra dos Reis, a operação do aterro deverá submeter-se à
regulação da Agencia Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de
Janeiro (AGENERSA), com a finalidade de acompanhar, controlar e fiscalizar as
concessões e permissões de serviços públicos concedidos. Eventualmente a
AGENERSA deverá também participar da regulação da operação do aterro, mesmo sem
a participação do Estado no consórcio, caso eles desejem se habilitar ao Programa
Compra de Lixo Tratado.
9
Possivelmente congregando os municípios de Rio Claro, Volta Redonda, Piraí e Pinheiral
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Apesar da segunda alternativa se impor como a mais conveniente, pois a rigor carece de
sentido implantar um novo aterro sanitário já existindo um aterro licenciado, a título de
comparação serão avaliadas a seguir as duas possibilidades.
Nos estudos e avaliações aqui efetuados, dentro de uma visão mais pessimista, não será
considerada a participação do Estado no consócio e, portanto, não será considerado
qualquer benefício advindo dessa participação. Dessa forma, os custos envolvidos serão
rateados na mesma proporção dos quantitativos de lixo gerados em cada município em
relação ao global produzido. Admitindo que Angra dos Reis produz a mesma taxa per
capita de lixo de Paraty, tem-se que a proporção de rateio será proporcional as
populações urbanas informadas pelo Censo do IBGE de 2010. Dessa forma, têm-se as
seguintes percentagens de rateio em números inteiros: Paraty 19% e Angra dos Reis
81%.
CI + CIT t = 18 (CA T + Z + TC + TT ) (1 + c )
t
VPC = +∑
(1 + i)1 t=2 (1 + i)t
Onde:
VPC1
= Valor Presente da Alternativa C1 para o ano 2012
CI
= Custo inicial de desapropriação da área mais da implantação do aterro (somente
a parcela de Paraty) = 1.094.603,00
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CIT
= Custo inicial de implantação da estação de transferência = R$729.892,00
CAT
= Custo anual de operação da estação de transferência = R$ 156.979,00
Z
= Custo anual de operação e manutenção do aterro (somente a parcela de Paraty)
= R$568.323,00
TC
= Custo anual do transporte em caminhão compactador (8 km ida e volta) = R$
118.709,00
TT
= Custo anual (do transporte em carreta (180 km ida e volta) = R$ 1.035.848,00
c
= Taxa de crescimento demográfico, constante e igual a 2,39% aa.
i
= Taxa de desconto anual, considerada igual a 5,5% aa (Selic menos inflação)
t
= tempo decorrido em anos, sendo t = 2 correspondente ao inicio de 2014 e t = 18
correspondente ao início de 2030
VPC1 = R$ 25.678.111,00
Cabe mencionar que hoje a Prefeitura de Paraty deposita seu lixo no Aterro da Locanty
em Ariró sem pagar diretamente pela disposição final. Na prática, o custo da disposição
encontra-se diluído nos demais serviços de limpeza urbana (varrição, coleta e
transportes) prestados pela Locanty à Prefeitura. Caso seja escolhida a Alternativa C2,
mantendo-se a prestação dos serviços prestados pela Locanty, os custos dos serviços de
varrição, coleta e transportes teriam que ser reduzidos com o início do pagamento pela
disposição, ou, alternativamente, a Prefeitura de Paraty não pagaria pela disposição
enquanto a Locanty permanecesse prestadora dos serviços de varrição, coleta e
transportes dos resíduos.
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CIT t = 18
(CA T + TC + TT + D) (1 + c ) t
VPC2 = + ∑
(1 + i)1 t = 2 (1 + i )t
Onde:
= Valor Presente da Alternativa C2 para o ano 2012
VPC2
= Custo inicial de implantação da estação de transferência = R$ 729.982,00
CIT
= Custo anual de operação da estação de transferência = R$ 156.979,00
CAT
TC = Custo anual do transporte em caminhão compactador (8 km ida e volta) =
R$ 118.709,60
TT
= Custo anual do transporte em carreta (170 km ida e volta) = R$ 976.907,90
D
= Custo anual da disposição = R$ 511.000,00
c
= Taxa de crescimento demográfico constante e igual a 2,39% aa.
i
= Taxa de desconto anual igual a 5,5% aa (Selic menos inflação)
t
= tempo decorrido em anos, sendo t = 2, correspondente ao inicio de 2014 e t =
18, correspondente ao início de 2030
VPC2 = R$ 23.841.864,31
Da análise dos dados de custos empregados nas avaliações do Valor Presente (ver
anexo 1), observa-se que nas soluções A e C1, que envolvem a implantação de novos
aterros, os custos de implantação e de operação e manutenção são menores na Solução
C1, o que já era esperado visto a economia de escala obtida na solução em consórcio.
Observa-se, também, que os VPs das Soluções C1 e C2 (R$ 25,6 e R$ 23,8 milhões,
respectivamente) são bastante próximos, apesar de terem sido calculados por métodos
distintos. Essa proximidade de valores, de certa forma, valida os cálculos apresentados,
visto que as soluções são materialmente iguais – ambas com disposição final em Angra
dos Reis – justificando a equivalência de custos. A pequena diferença encontrada pode
ser explicada não só pela natural imprecisão dos custos paramétricos empregados, mas
também, pelo valor unitário da disposição empregado (R$50,00/t) que é, na realidade, um
dado resultante de negociação comercial e, portanto, impreciso.
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No caso em tela foram efetuadas duas diferentes verificações do Valor Presente (VP) das
Soluções A e C2.
Nessa verificação, que pode ser melhor visualizada no gráfica abaixo, tem-se que para
custos de disposição inferiores a R$ 17,78/t a solução C2 é, economicamente, a melhor.
Cabe mencionar, como referido anteriormente, que no caso da estruturação de um
consórcio com Angra dos Reis na forma da solução C2 e na eventualidade da
manutenção das atuais condições contratuais com a Locanty, caberia à Prefeitura de
Paraty negociar o não pagamento da disposição em Ariró, reforçando a Solução C2 como
a melhor opção econômica.
25.000
y = 19.520
20.000
R$ 17,78
Solução A
15.000 Solução C2
10.000
0 20 40 60 80 100 120
Custo da Disposição (R$/t)
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Finalmente, cabe também observar que além dos aspectos econômicos, outros fatores
igualmente importantes, já comentados anteriormente, devem ser considerados na
escolha final da solução. Se no passado o local Rio Pequeno foi eleito para receber a
instalação de um aterro sanitário associado a uma usina de triagem e compostagem, a
aceitação hoje desse mesmo local pelas organizações sociais e pelo órgão licenciador
não é tão certa.
Cabe observar que o mapeamento limitou-se a indicação das potencias fontes uma vez
que as condições de elegibilidade, bem como suas condições operacionais, são
facilmente encontradas nos sites das entidades responsáveis.
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7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A titulo de conclusão e recomendações acerca do estudo realizado têm-se:
1) Os procedimentos relativos à disposição final dos resíduos sólidos deverão ser
revistos antes do término do contrato com a Locanty em 2013, evitando uma situação
de insegurança jurídica decorrente da disposição de seus resíduos em outro
município.
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8. REFERÊNCIAS
1 Paraty Tur 2011 - História de Paraty http://www.paraty.tur.br/ acessado em 29/07/2011
às 14hs).
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ANEXO 1
Demonstrativo de Custos
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Este Anexo tem por finalidade o detalhamento das avaliações efetuadas em cada uma
das alternativas estudadas.
Tem-se que, dessa forma, a área requerida será de 13 ha (aterro até 50t/dia), o que
resulta no custo total de aquisição de:
Logo, o custo de aquisição da área mais o custo da implantação do aterro será a soma
das duas parcelas anteriores, ou seja:
CI = R$ 2.665.002,00
Z = R$ 740.439,00
Foi considerado um caminhão de 15m3 (7,5t) operado por um motorista e uma guarnição
com três garis, vida útil de 5 anos, percorrendo em média 4.000 km/mês, e os seguintes
custos básicos:
Custo de ida (caminhão cheio) = (1,03 R$/ton km) x 7,5 ton x 20 km = R$ 154,50
No trajeto de volta, considerando que uma velocidade média de 50 km/h resultaria uma
viagem de 0,4 horas. Ter-se-ia:
Dessa forma, o custo de uma viagem completa (ida + volta) para levar até 7,5 toneladas
seria a soma das duas parcelas acima (R$ 203,27/viagem completa). Considerando que
sejam feitas 8 viagens por dia, pois nem sempre todos os caminhões viajarão com sua
carga completa, tem-se que o custo anual do transporte em caminhão compactador será:
TC = R$ 593.548,00
Adotou-se como modelo uma estação ETR padrão, com transferência por gravidade e
com capacidade de 50t/dia. Os custos de construção civil foram estimados em R$
685.347,00 e os equipamentos em R$ 44.635,00 resultando:
CIT = R$ 729.982,00
Considerou-se uma carreta roll on – roll off, de 21t, operada por um motorista,
percorrendo em média 4.000 km/mês e os seguintes custos básicos:
O custo da carreta vazia por hora = R$ 114,38/h (EMOP, Agosto 2011)
O custo por tonelada transportada = R$0,66/t.km (EMOP, Agosto 2011)
Com o trajeto, estimado de 230 km entre a ETR, localizada no lixão de Boa Vista, e o
aterro sanitário em Seropédica, o custo seria:
O trajeto de volta, considerando-se uma velocidade média de 60 km/h, o que levaria 3,8
horas, o custo seria:
Dessa forma o custo de uma viagem completa (ida + volta) seria a soma das duas
parcelas acima (R$ 3.622,4/viagem completa). Considerando-se que sejam feitas 2
viagens por dia, tem-se que o custo anual do transporte em carreta será:
TT = R$ 2.644.384,00
Angra dos Reis tem uma população de 163,1 mil habitantes. Considerando-se a mesma
taxa per capita de geração de lixo que Paraty, tem-se que Angra produz 120,7 tonelada
diárias de lixo que, associada ao lixo produzido em Paraty (28t/dia) totaliza, em número
inteiros, 149 t/dia a ser depositada no aterro do consórcio. Da curva decorrente da tabela
“Porte do Aterro x Área Necessária apresentada na Solução A infere-se que para 149t/dia
será necessária uma área de 17ha.
Não foi feita uma pesquisa do preço de áreas nas proximidades de Ariró, no município de
Angra dos Reis. Todavia, como se trata de uma região bem mais desvalorizada que a de
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Graúna, foi considerado o preço de R$ 2,00/m2 (1/3 do preço de Paraty). Isso resulta no
seguinte custo para os 17ha:
Considerando-se a participação de Paraty como sendo de 19%, tem-se que sua parcela
no custo de aquisição da área mais a de implantação do aterro será de:
CIT = R$ 729.982,00
CAT = R$ 156.979,00
TC = R$ 118.709,60
Dessa forma o custo de uma viagem completa (ida + volta) seria a soma das duas
parcelas acima (R$ 1.418,97/viagem completa). Considerando-se que sejam feitas 2
viagens por dia, tem-se que o custo anual do transporte em carreta será:
TT = R$ 1.035.848,00
A menos do custo anual do transporte em carreta TT, serão usados na avaliação desta
Alternativa os mesmos custos unitários apresentados na Solução B:
Considerou-se a utilização de uma carreta roll on – roll off, de 21t, operada por um
motorista, percorrendo em média 4.000 km/mês, com os seguintes custos básicos:
Com o trajeto estimado de 85 km entre a ETR, localizada no lixão de Boa Vista, e o aterro
sanitário em Ariró, o custo seria:
O trajeto de volta, considerando-se uma velocidade média de 60 km/h, o que levaria 1,4
horas, o custo seria:
Dessa forma o custo de uma viagem completa (ida + volta) seria a soma das duas
parcelas acima (R$ 1.338,23 /viagem completa). Considerando-se que sejam feitas 2
viagens por dia, tem-se que o custo anual do transporte em carreta será:
TT = R$ 976.907,90
Referências do Anexo
EMOP-RJ, 2011 Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro - Catálogo de
Composição de Custos
FGV-ABETRE – 2009 Aspectos Financeiros e Econômicos da Implantação e Operação
de Aterros Sanitários.
MINISTÉRIO DAS CIDADES – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – Sistema
Nacional de Saneamento Ambiental (SNIS) – Diagnóstico do Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos – 2009. Brasília, julho de 2008, 246 p.
MONTEIRO, J. H. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos.
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAM). 15ª edição. Brasília, 2001, 200p.
TRIBUNAL de CONTAS do ESTADO de MINAS GERAIS – (TCE-MG). Metodologia para
auditoria de serviços de limpeza urbana, com enfoque nos custos de coleta de resíduos
sólidos urbanos. XI Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas, Belo Horizonte,
2006.