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ISSN: 1645-443X - Depósito Legal: 86929/95 Out.Nov.2017


P r a ç a1645-443X
ISSN: D . A f o n s o- V , n º 8 6 , Legal:
Depósito 4 1 5 0- 086929/95
24 P o r t o - P O R TU G A L Ano XLIX- nº 388
Praça D. Afonso V, nº 86, 4150-024 Porto - PORTUGAL
REFLEXÃO DO PROMOTOR PROVINCIAL DA FAMILIA DOMINICANA
FREI PEDRO FERNANDES

Certamente, teremos que trabalhar mais


em grupo, para discernir a possibilidade de
aceitar uma missão comum, de forma a rea-
lizar a missão, que é própria, do nosso caris-
LAICADO DOMINICANO

ma. Somos convidados a estabelecer méto-


dos e procedimentos, que facilitem o diálo-
go contínuo, na missão comum. Também
será bom que circule, entre nós, uma maior
informação, acerca do que somos e fazemos.
Teremos que aceitar também os desafios,
que nos são lançados, no campo da evangeli-
zação, da ecologia, da justiça e da paz.
Como sabeis em Julho passado, os domi- Todos podemos e devemos dar o nosso
nicanos tiveram o seu Capitulo Provincial, contributo no plano da formação, da prega-
em Fátima, onde foi eleito como Provincial ção, da orientação de retiros, e que se estude
o Frei José Manuel Valente da Silva Nunes, a hipótese de criar equipas de evangelização.
a quem desejamos um bom serviço, na sua Bom seria que isso fosse levado a cabo, den-
missão. tro do espírito de família, que somos.
O mesmo capitulo nomeou-me como Mesmo no plano da pastoral juvenil e
Promotor da Família Dominicana ( é uma vocacional, poderemos trabalhar mais em
nova função), que engloba ser: não só Pro- equipa, respeitando sempre a autonomia de
motor das Fraternidades Leigas de São Do- cada Ramo, respeitando o seu poder de ini-
mingos, mas também, ser elo de ligação en- ciativa, e a programação das suas activida-
tre os demais Ramos da Família Dominica- des. O importante é não nos fecharmos no
na: Monjas, irmãs de vida activa, M.J.D nosso Ramo, mas estarmos abertos a ouvir,
( Movimento Juvenil Dominicano), e ex- dialogar, a rezar, a estudar, e trabalhar em
Alunos Dominicanos. conjunto.
Para confirmar isto, cito as Actas do nos- 2.No que diz respeito às Fraternidades
so último Capitulo Provincial, que no nº 41 Leigas de São Domingos, quero dizer-vos o
se lê:“ Este Promotor Provincial terá como mis- seguinte: em primeiro lugar, saudar-vos de
são fundamental acompanhar as actividades da todo o coração, desejando que a paz, a ale-
Família Dominicana, tais como as Fraternidades gria e a esperança reinem nos vossos cora-
Leigas, a Pastoral Juvenil, as Novas Associações ções. Quero felicitar-vos pelo que sois e fa-
de Leigos e os encontros dos ex- dominicanos” zeis, e pelo bom testemunho que dais: estan-
O mais importante é tomarmos consciên- do atentos aos mais débeis e frágeis.
cia que temos um Pai comum: São Domin- Quero garantir-vos, que será com muito
gos. Cada Ramo faz parte de uma Família gosto, que me disponibilizarei para vos visi-
alargada. Ninguém lhe tira a sua autonomia, tar, logo que possível, para vos conhecer,
nem altera as suas constituições ou estatu- ouvir, e verificar se poderemos fazer mais e
tos. O Promotor da Família Dominicana, melhor no campo da evangelização, no meio
será um elo de ligação, de união, de comu- onde habitais. Mas também é fundamental
nhão, entre os diferentes Ramos. Isto desde acolhemos a semente do evangelho, assimilá
já, desafia os seus membros, a trabalharem -la, encarná-la na vida quotidiana, vivê-la, e
apostolicamente em equipa, podendo assim dá - la a conhece, com palavras e com a vida.
haver uma maior colaboração, dando teste- Isto é válido para qualquer Ramo da Famí-
munho de unidade e comunhão, no desem- lia.
penho da mesma missão apostólica (continua na pág. seguinte)
Laicado Dominicano Out.Nov. 2017

(continuação da pág. anterior) diálogo honesto com os que não têm igreja, ou são
Como sabeis, não há Ramos de primeira, de se- indiferentes, ou alheios à igreja.” Também faz uma
gunda, ou de terceira. Todos fazemos parte da mes- exortação às comunidades, a encorajar os apostola-
ma Família Cristã e Dominicana, em que temos co- dos do IDYM (Movimemto Juvenil Dominicano In-
mo modelo o nosso Fundador, que foi fiel ao sopro ternacional), e com uma formação adequada, integrá
do Espírito, e soube responder aos sinais do seu tem- -los como parceiros na nossa pregação, e que as co-
po. Temos que nos inspirar nele, para aprendermos munidades acompanhem grupos de jovens a encora-
a ser fieis a Deus, e aceitarmos os desafios que nos jar a sua integração no IDYM.
são feitos, no mundo de hoje. No nº 140 das mesmas Actas lê-se: “ recomenda-
Felicito-vos pelo facto de não perderdes a vossa mos que o Promotor do Laicado Dominicano dê
identidade, pelo modo coerente como viveis, e como assistência a DVI (Voluntariado Dominicano Inter-
estudais a palavra de Deus, e a aplicais à vida. Todos nacional) elaborando novas directrizes para o ajudar
somos convidados a pregar a graça e a misericórdia. a reviver, tendo em conta as suas contribuições posi-
Esta é a missão de toda a Família. Estamos convenci- tivas para a missão da Ordem”.
dos disto? Estamos dispostos a enveredar por este Para concluir: Quer o capitulo Geral, quer o Ca-
caminho? Então mãos à obra. pitulo Provincial, nos desafiam a trabalharmos mais
No último Capitulo Geral de Bolonha, no nº 137 e melhor, em Família, vivendo ao jeito de São Do-
das suas Actas lê-se: “ considerando o Decreto sobre mingos, para que a nossa pregação tenha credibilida-
o Apostolado dos Leigos, exortamos os leigos domi- de.
nicanos e o MJD, a criarem oportunidades de um Frei Pedro Fernandes,op

FRATERNIDADE SACERDOTAL DE S. DOMINGOS


O frei Gonçalo proferiu umas breves palavras,
tendo de seguida convidado os sacerdotes a
tomarem a palavra.
Começou o padre Jorge, recordando num to-
cante testemunho a sua ida para o Seminário,
era ainda criança. Esteve para ingressar nos
Dominicanos, a quem ainda fez uma primeira
visita, mas a influência de um companheiro de
escola acabou por levá-lo ao seminário. Termi-
nou o seu testemunho alegrando-se por, ao fim
de tantos anos, poder concretizar uma relação
com a Ordem de S. Domingos.
De seguida o jovem padre Samuel referiu a
importância que o estudo tem na Ordem, com
vista à pregação, e de como isso o desafia a in-
corporá-lo de um modo permanente na sua vida de
No passado dia 3 de Novembro—festa de S. Marti- padre, combatendo a azáfama dos dias preenchidos
nho de Lima—os padres Jorge (pároco da igreja do de um jovem pároco.
Santíssimo Sacramento, no Porto), Samuel (pároco Os três sacerdotes receberam estolas ornamenta-
de Amarante) e António Pinto (pároco de S. João de das com uma cruz dominicana.
Ver, Feira), fizeram a sua promessa, até à morte, na Após a celebração houve um agradável convívio
Fraternidade Sacerdotal de S. Domingos, perante o preparado pelo frei Gonçalo e completado com igua-
frei Gonçalo Diniz, na paróquia dos Dominicanos rias do Concelho da Feira, trazidas pelos paroquia-
de Cristo-Rei, Porto. nos do padre António Pinto que o acompanharam
A sua admissão tinha ocorrido exactamente um neste momento tão simples mas tão tocante!
ano antes, no mesmo local, e tal como desta vez, re- A Ordem de S. Domingos está mais rica!
zou-se a oração de vésperas. Cristina Busto ,o.p.

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Laicado Dominicano Out.Nov.2017

IGREJA E SEXUALIDADE

As questões associa- sexualidade faz parte da natureza humana – essa


das à sexualidade mesma que foi assumida por Deus em Jesus de
serão das que mais Nazaré – e deve ser vista como tal: com liberdade
afastam jovens e e com responsabilidade, com saúde, sabedoria e
menos jovens da graça santificante. Partimos frequentemente de
Igreja. Não vemos uma ideia errada: de que, no cristianismo, o cor-
muita gente (a não po é mau, é ocasião de pecado, é desprezível.
ser extremistas e Mas, se nos dermos ao trabalho de procurar nas
fundamentalistas de fontes – socorro-me da Primeira Carta de S. Pau-
todos os quadrantes lo à comunidade de Coríntio – vemos que, pelo
e sectores) a contes- contrário, o corpo não é mau, nem desprezível,
tar a Doutrina Soci- nem lugar de pecado: o corpo é templo do Espíri-
al da Igreja, a opção preferencial pelos pobres e to Santo (1Cor.3:16).
excluídos, a urgência da justiça e da paz. Mas, A segunda exortação apostólica de Fran-
para muitos, a exigência da moral sexual colada à cisco – A Alegria do Amor – também neste aspec-
representação da Igreja – isto é, como vemos a to é esclarecedora, ao afirmar: “o próprio Deus
Igreja – é incompatível com a expressão do desejo criou a sexualidade, que é um presente maravi-
sexual, que vemos como sinónimo de pecado, de lhoso para as suas criaturas.” (Amoris Lætitia, 150)
falta grave, e não é raro vermos gente mergulhada E ainda: “a corporeidade sexuada é não só fonte
em conflitos internos, polarizados entre o desejo de fecundidade e de procriação, mas possui a ca-
sexual e uma culpabilidade insuportável. Quan- pacidade de exprimir o amor: exactamente aque-
tas vezes este conflito não é motivo de profunda le amor em que o homem se torna dom. O ero-
infelicidade, causada pelo sentimento de exclusão tismo mais saudável, embora esteja ligado a uma
da nossa condição intrínseca de filhos de Deus? busca do prazer, supõe a admiração e, por isso,
Quantas vezes este conflito não é motivo de tor- pode humanizar os impulsos.” (idem, 151).
tura doentia e até neurótica? Como conciliar o Assim, a manifestação da sexualidade hu-
desejo de Deus, com o desejo sexual? Passa-se en- mana não deve ser uma excrescência, algo a mais,
tão a viver um cristianismo mais orientado pelo incómodo e gerador de culpabilidade. Deve, isso
esmagamento da culpa e do medo, do que pela sim, ser uma parte integrada da nossa vida, e inte-
alegria responsável por sermos “concidadãos dos grada de forma saudável, harmoniosa e equilibra-
santos e membros da família de Deus” (Ef.2:19). da. Nem como tabu (assunto proibido), nem co-
Há, nas fontes mais genuínas do cristia- mo banalização (assunto vulgar, sem importân-
nismo – isto é, na Boa Nova e, no caso vertente, cia). Se banalizamos a nossa sexualidade – isto é,
no Evangelho de S. João (Jo.8:1-11) – uma histó- se a desligamos do afecto e do compromisso –
ria surpreendente que nos fala de uma mulher corremos o risco de nos banalizarmos a nós pró-
apanhada em flagrante adultério. E surpreenden- prios. A sexualidade deve ser estimada como um
te porque, afinal, Jesus lhe diz: “Nem eu te con- dom – uma dádiva gratuita – e, como tal, vivida
deno. Vai e doravante não tornes a pecar.” Mise- com liberdade e responsabilidade. Sermos cresci-
ricórdia, amor incondicional, e convite à conver- dos e autónomos é também, com toda a liberda-
são, à transformação pessoal: temos aqui, nesta de, sermos responsáveis pela nossa sexualidade,
atitude e nestas palavras de Jesus, a passagem da aceitando essa responsabilidade na alegria e no
culpabilidade, muitas vezes inútil e neurótica, prazer que ela nos traz.
para a responsabilidade, saudável e libertadora. A José Carlos Gomes da Costa,o.p.

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Laicado Dominicano Out.Nov. 2017

EXPERIMENTAR O SILÊNCIO NOS ASHRAMS DA INDIA

Estou firme- plicidade. Normalmente, os ashrams estão rodeados


mente per- de ou na própria Natureza, ainda que possam estar
suadido de alguns deles situados nos arredores das cidades ou a
que a reno- escassos quilómetros delas. A melhor maneira de en-
vação positi- tender o que acontece lá é conhecer o seu plano de
va da nossa atividades, segundo um horário exigente. Vejamo-lo.
vida domini- Neste ashram de Mysore que frequento (Anjali Ash-
cana vai vir, ram), começamos as atividades do dia por volta das
não só pela 5.30 horas (o ideal é levantar-se, portanto, às 4.30 hs.
prática cons- da manhã, fazer um pouco de Yoga, e, se não se po-
tante da JPE de, levantar-se pelo menos por volta das 5.00 a.m.)
(Justiça, Paz Segue-se, às 5.30, uma meditação (Pratah Samdhya) de
e Ecologia), uma hora, em silêncio (só com uma breve introdução
como, ainda do guru, neste caso, um sacerdote católico totalmente
mais radical- dedicado à vida de ashram). Esta meditação (dhyana) é
mente, pela “feita” em torno de árvores (há vários tipos delas, ca-
prática da da uma com o seu lugar adequado). Para os indian@s
contemplação. Isto diz respeito a todos os membros da a Natureza é sagrada, é a Criação de Deus, como se
Família Dominicana. Costumamos repetir o axioma: fosse o seu “Corpo”. É então interessante ver nascer
“Contemplari et contemplata aliis tradere”, mas isto o dia, passar da escuridão para o amanhecer, sen-
parece ser algo que sabemos mais “com a cabeça” do tad@s, sem se mexer, em contemplação silenciosa-
que algo realmente praticado… mente. E tomar consciência dos barulhos dos ani-
Um dos meus hábitos, que, felizmente, tenho po- mais que começam a aparecer (outros, pelo contrário,
dido praticar nos últimos tempos, é passar o mês de desaparecem), perto ou na cidade, um pouco mais
férias que me corresponde cada ano num Ashram da distante. Evidentemente, o mais complicado não é
Índia (depois de ter vivido lá durante três anos). Vou tanto o silêncio do ambiente, mas o silêncio interior,
normalmente ao mesmo Ashram, chamado Anjali ter a nossa habitual “mente de macaco” calada e sere-
Ashram, que é um Ashram católico que fica em Myso- na, conscientes da Presença.
re, no Sul da Índia (Estado de Karnataka). Se posso, Segue-se a Eucaristia matinal, por volta das 6.30
visito também algum outro Ashram, de uma maneira hs., na capela do ashram, uma Eucaristia em estilo
breve, para aprender também lá outras coisas e com- indiano (sentados no chão), com rito local, com ele-
plementar a aprendizagem. mentos também da Natureza, fogo, água, com ritos
Mas o que é um Ashram? cheios de simbolismo litúrgico e espiritual-cósmico.
A palavra “ashram” (ou “ashrama”), em sânscrito, Dura aproximadamente uma hora. Depois vamos ao
significa algo assim como “esforço”, no sentido de “breakfast” (7.30 hs.), sempre em silêncio, de novo
uma prática espiritual continuada. Por extensão, ash- sentad@s no chão, em conjunto. Comida muito sim-
ram é um espaço espiritual, uma comunidade espiri- ples, sempre vegetariana indiana (um pouco picante
tual unida em torno a um Guru (ou Mestre), onde se para os nossos gostos ocidentais, mas não é tanto as-
“facilita” a prática comum da espiritualidade no aqui- sim no ashram, e, em todo o caso, vamos acostuman-
e-agora, no quotidiano. A maioria são hindus, mas há do-nos a isso).
também ashramas cristãos. Porém, hindu ou cristão, o Segue-se a ida para o quarto, para a higiene pesso-
princípio é o mesmo. Trata-se de fazer uma experiên- al, e logo a seguir para o trabalho manual, o da ma-
cia de peregrinação interior, no Silêncio, de Auto- nhã (que se chama “Seva”, na tradição indiana: seva
conhecimento e de Descobrimento daquele/a/isso ashram): limpar as ervas, carregar com água e regar as
que está “Mais-além-de-todo-Nome” (estes dois últi- árvores e plantas do ashram, arranjar alguns jardins,
mos aspetos estão interligados). lavar a própria roupa (isto é algo que fazemos pratica-
A vida no ashram processa-se de uma maneira sim- mente todos os dias), e outros trabalhos que sejam
ples. É, aliás, uma vida simples e que procura a sim- necessários, etc.
(continua na pág.seguinte)
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Laicado Dominicano Out.Nov.2017

Quando se desenvolve o programa chamado APA foi intenso. A cama é simples, normalmente sem col-
(Atma Purna Anubhava) há, a continuação, umas con- chão. E assim durante nove dias. Às sextas-feiras é
ferências espirituais segundo um programa de nove dia de silêncio e de jejum (normalmente jejum parci-
dias, chamadas Upadesa. Sempre há outra gente no al, mas pode-se fazer também o jejum total) e ao do-
ashram, além do staff. Nestes programas costuma até mingo há algumas pequenas mudanças.
haver relativamente bastante gente, tal vez por volta
de umas cinquenta: normalmente, noviç@s, estudan-
tes de algumas Ordens, leig@s, seekers (buscadores/
as), e até hindús e muçulmanos. Há conferências de
manhã e tarde, que desenvolvem diversos tópicos do
programa.

Eis o esquema normal.


Podemos então dizer que contemplação é a práti-
ca deste dia-a-dia feito com atenção plena
(mindfulness), com seriedade e capacidade de serviço
comunitário, com muita auto-observação e oferta do
dia a Alguém que está dentro de nós e que nos per-
meia neste espaço do ashram, em plena Natureza.
O importante, porém, é praticar um ashram dinâ-
mico, onde quiser que estejamos, na Índia ou na Eu-
ropa. Contemplação é um estado de espírito, uma
atitude interior, que pode ter este apoio institucional
ou não, mas que permeia toda a nossa vida.
Por volta do meio-dia, outra dhyana (meditação): Acredito que, para um/a dominican@, dentro do
Madhyan Samdhya. O almoço (lunch) é por volta das estilo de São Domingos, que orava com o corpo
12.30 hs., também em silêncio (depois de cantado (Suryanamaskar: Hatha-Yoga!), que promovia também
um breve mantra), sentad@s no chão. Sesta e outra popularmente o rosário (mantras!) e praticava a ora-
meditação por volta das 15.30 horas. E depois do ção mental, a contemplação está chamada a ser o co-
“tea” (16.00), há de novo o “ashram seva”: o II). Cos- meço, o meio e o fim da nossa vocação. Porque em
tuma haver a continuação Hatha-Yoga (17.00hs.), que realidade também nós, dominican@s, somos
é típico dos ashrams. Quando está em funcionamento (devemos ser!) contemplativ@s da Graça de Deus
o programa, há uma Upadesa (discurso espiritual) presente no meio do nosso mundo. O silêncio não se
mais (reajustando assim o horário da tarde), seguido “faz”: “surge” (do mais profundo de nós mesm@s).
de uma meditação de uma hora, na capela, por volta Só assim a nossa pastoral (o “aliis tradere”) será
das 18.30 hs. (Saayam Samdhya). O jantar é às 19.30 realmente credível, viva, algo que “toca”, porque vem
horas. E, por volta das 20.15 hs. vem o Satsangh, que “de dentro para fora”, do Espírito que nos habita, e
é um encontro comunitário ao final do dia onde ca- não um mero resultado do conjunto de muitos livros
da um/a partilha as suas experiências do dia, com o lidos (ainda que isto seja necessário também), mas de
comentário do Guru. A partir normalmente das algo vivido no nosso interior e que oferecemos a
21.30 horas (ou um pouco antes) retiramo-nos para o quem nos rodeia.
quarto (alguns ou algumas ainda fazem algumas bre- “Trabalhemos”, pois, por isto.
ves orações na capela), onde podemos estudar algo, Rui Manuel Grácio das Neves
Lisboa 17.09.17.
mas o normal é entregar-nos logo ao sono, pois o dia
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Laicado Dominicano Out.Nov. 2017

MÊS DOMINICANO PARA A PAZ


A TODOS OS MEMBROS DA FAMÍLIA DOMINICANA

Queridos Irmãos e Irmãs, de é que nos inspirou a instituir este Mês Dominica-
Saudações cordiais de Roma! no para a PAZ. Portanto, convidamos todos os mem-
Depois da agitada actividade do nosso Ano Jubi- bros da Família Dominicana para se unirem a este
lar, estamos agora a tratar de dar seguimento aos vá- esforço de solidariedade.
rios e novos compromissos que fizemos. Para identificar os pontos de abordagem para os
Um dos temas recorrentes no nosso Jubileu, foi a próximos anos, convidámos as nossas Irmãs domini-
importância de renovar a nossa pregação como de- canas do DSI (Irmãs Dominicanas Internacionais) a
fensores da Paz (como S. Domingos) num mundo unirem-se a nós para desenvolver uma direcção. Con-
“rasgado” por muitas formas de violência e guerra. É vocamos as nossas entidades dominicanas em todos
muito difícil encontrar um país que se salve desta os lugares a reflectir sobre seus próprios esforços pela
dura realidade que cria o medo, a insegurança e a PAZ que beneficiem de uma solidariedade global
afirmação de estreitas identidades étnicas e religiosas, dominicana.
o que deu lugar ao sofrimento, à morte e à desloca- Então, convidamos qualquer entidade que tenha
ção de comunidades inteiras. desenvolvido um projecto concreto, para fazer um
Enquanto muitos dominicanos/as, já estão envol- pedido para ser o foco do nosso Mês Dominicano
vidos em formas de pregação que estão trazendo a para a PAZ nos próximos anos. Este pedido pode
Esperança a tais situações, queremos neste momento fazer-se através do Promotor Geral de Justiça e Paz da
promover uma solidariedade global dominicana para Ordem ou da Promotora Internacional de Justiça,
todos esses esforços. Portanto, propomos identificar Paz e Integridade da Criação do DSI.
um período de cada ano, em que os dominicanos/as 2017 Foco na Colômbia
em todas as partes do mundo orem pela PAZ, e ofere- É possível que já tenhamos ouvimos falar do histó-
çam solidariedade para um projecto particular de rico Acordo de PAZ, assinado na Colômbia em No-
paz. vembro de 2016, entre o governo e o maior e mais
O período que propomos é o Advento, quando antigo grupo guerrilheiro da região, as Forças Arma-
todos esperamos a encarnação do Príncipe da PAZ. das Revolucionárias da Colômbia (FARC). Depois de
O nosso foco na PAZ começará no primeiro Do- mais de 50 anos de confrontos, as partes em conflito
mingo do Advento e terminará no Dia Mundial da decidiram fechar um dos mais trágicos e devastadores
Paz da Igreja, dia 1 de Janeiro. Cada mês de Dezem- ciclos de violência armada neste país da América Lati-
bro será, portanto o nosso Mês Dominicano para a na. Em o mundo onde a ameaça de guerra é uma
PAZ. tendência crescente, este esforço para construir a
O nosso foco de solidariedade para este ano PAZ necessita de ser fortemente encorajado.
(2017) será sobre a Colômbia. Existem vários Irmãos Durante várias décadas, os Irmãos e as Irmãs Do-
e Irmãs dominicanos/as que estiveram muito envolvi- minicanas estiveram envolvidos no acompanhamen-
dos durante os tempos mais complexos da guerra. to das comunidades afectadas pelo conflito em várias
Agora, com muitas mais razões, eles estão a apoiar a partes do país, sendo uma das zonas mais afectadas, o
implementação do Acordo de PAZ, que foi recente- Catatumbo.
mente assinado, em 2016. O seu apelo à solidarieda-
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Laicado Dominicano Out.Nov. 2017

A campanha de este ano encorajará toda a Ordem dade com o Processo de Paz na Colômbia.
durante o Mês Dominicano para a PAZ (Dezembro) Convidar o embaixador e outros funcionários da
a apoiá-los nos seus esforços de fortalecer a PAZ e a embaixada a participar em qualquer actividade orga-
Reconciliação na Colômbia através de: nizada.
1.ORAÇÂO: A embaixada é encorajada a abordar as preocupa-
Cada entidade é convidada a organizar pelo menos ções levantadas pelos dominicanos/as na Colômbia.
uma Vigília de Oração e a celebrar uma Eucaristia
pela PAZ e Reconciliação na Colômbia. Junto o folheto com a informação sobre Colômbia
Isto pode ser feito de maneira criativa, para au- e sobre o Mês dominicano para a Paz este ano. Tam-
mentar a consciencialização sobre o processo de Paz bém junto alguns testemunhos das gentes locais que
na Colômbia e como este se relaciona com a realida- podem ser úteis na organização do mês.
de local. Nosso apelo:
Os nossos mosteiros de monjas são especialmente Por favor distribua esta carta e material a todos os
solicitados para fortalecer o projecto através das suas dominicanos/as e incentive-os a celebrar este Mês
orações durante todo o mês. Dominicano para a Paz.
2.PREGAÇÃO: Pedimos a cada ramo que identifique um coorde-
É solicitado que incorporemos este apelo sobre a nador /a e uma equipa de pessoas para promover e
PAZ na Colômbia na nossa pregação ordinária do coordenar este projecto.
Advento. Por favor, informar os nossos promotores de Justi-
3.BANCO DE EXPRESSÕES ARTISTICAS: ça e PAZ, fr. Mike Deeb (un@.curia.op.org) e a irmã
Todos os artistas da Ordem são convidados a con- Cecília Espenilla (ip.dsi@curia.op.org), do nome do
tribuir para o processo de reconciliação através de coordenador /a designado.
três modalidades: Muito obrigado pela vossa cooperação!
Oferecer uma proposta de ordem artística para ser Rezamos para que através desta pequena acção, a
enviada a Colômbia para ser exposta num espaço de solidariedade entre todos nós possa crescer e por
solidariedade; sua vez, fazer com que a nossa missão de pregação
Oferecer uma proposta artística para ser colocada tenha um maior impacto em levar a Boa Nova ao
em espaços simbólicos locais no país de origem para nosso mundo.
sensibilizar a nível local e mundial sobra a necessida-
de de PAZ e Reconciliação. Como fazer chegar as contribuições?
Oferecer um ciclo de formação na Colômbia para Doações Económicas:
estimular e capacitar os dominicanos/as locais e ou- Consignar a favor Curia Provincial San Luis Bel-
tras pessoas a desenvolverem as suas capacidades trán
artísticas que podem contribuir para a Paz e Recon- Banco de Bogotá, cuenta corriente 052034055.
ciliação. Banco Beneficiario Banco de Bogotá
4.UMA CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA: Colombia SWIFT BBOGCOBB. CHIPS 001959.
Com o fim de apoiar a criação de uma rede de Através do Banco Intermediario Citibank,
“fazedores da paz”, constituída por pessoas que pro- Ciudad New York Swift CITIUS33. Cuenta del
movam a cultura de Paz no Catatumbo, pedimos BB 10922754 ABA 021000089
uma contribuição que será destinada a:
Desenvolver um Instituto de Investigação e Forma- Expressões artísticas: Escrever à Curia Geral: Pro-
ção na Diocese de Tibú que pode formar e capacitar motor de Justiça e Paz un@curia.op.org
membros das Igrejas e Comunidades locais, con- Informação geral: Frei Jorge Ferdinando Rodrí-
vertê-los em actores de Paz na região. guez Ruíz
Produzir recursos educativos e outros materiais frayiorgeferdinando@,usantotomas.eclu.co Cel :
que podem ajudar no desenvolvimento de uma cul- 057 320 820 l7 69
tura de Paz. Diocese de Tibú: diocesistibu@.ernail.com ;
Impulsionar acções significativas de construção de www.diocesisdetibu.com.co
PAZ. Frei Bruno Cadoré
5. CONTACTO COM A EMBAIXADA LOCAL Mestre Geral da Ordem
Frei Mike Deeb
DE COLÔMBIA: Promotor Geral para a Justiça e Paz
Assegurar que a embaixada local da Colômbia está Irmã Cecilia Éspenilla
informada sobre o empenho da Ordem na solidarie- DSI Promotora Internacional para a Justiça, a Paz e a Inte-
gridade da Criação
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Laicado Dominicano Out.Nov. 2017

COMO O FIZESTE AO MENOR ENTRE ESTES …

Lembra-te do pobre quando olhares


sobre os campos que recebeste,
sobre as vacas a pastar.
Lembra-te do pobre quando olhares para o teu celeiro
Para a abundância da tua colheita.
Lembra-te do pobre quando o vento soprar e a chuva cair
Quando te sentas aconchegado na tua casa…
O pobre não tem o que comer a não ser o que lhe dás,
Não tem abrigo a não ser a tua casa quando o convidas,
não tem aquecimento a não ser o teu fogo que arde.
De “Celtic Fire”

Os primeiros Celtas viam a presença de Deus das. Todas as coisas pertencem a Deus e estão
em todas as coisas. Contudo, embora nunca contidas n´Ele, assim como o maior contém o
tivesse havido uma Igreja Celta instituída, não menor.
há dúvida que os povos Celtas acrescentaram Quando falamos de Igreja Celta, normalmen-
uma grande riqueza à igreja cristã. Trouxeram te queremos indicar os primeiros cristãos das
um forte entusiasmo pela vida, um amor ao ilhas britânicas. Eles não estavam separados do
mundo, um espírito de aventura e um profun- resto da igreja; a sua influência fez-se sentir na
do conhecimento de Deus na vida quotidiana. Inglaterra e na Europa. A predominância de
Pode-se encontrar Deus no caminho e descobri- orações irlandesas e escocesas deve-se apenas ao
Lo na sua criação; Deus, criação e Homem são facto de terem sobrevivido às intempéries do
encruzilhadas de maravilhosos caminhos. Toda- tempo, ao passo que muitas outras se perderam.
via, faziam distinção entre Deus e as coisas cria-

F i c h a T é c n i c a
Jornal bimensal Administração: Maria do Céu Silva (919506161)
Publicação Periódica nº 119112 / ISSN: 1645-443X Rua Comendador Oliveira e Carmo, 26 2º Dtº
ISSN: 1645-443X 2800– 476 Cova da Piedade
Propriedade: Fraternidade Leigas de São Domingos
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Maria do Carmo Silva Ramos (966403075)
Os artigos publicados expressam apenas
a o p i n i ã o d o s s e u s a u t o r e s .
Colaboração: Maria da Paz Ramos

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