Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
A SESSÃO DE TREINO
Ser treinador implica realizar um conjunto vasto de tarefas e desempenhar
diferentes funções. Se algumas dessas tarefas podem ser desempenhadas fora do
contexto da sessão de treino, a sua grande maioria está directamente ligada ou
dependente do trabalho que se faz durante a sessão de treino
• PLANEAR / ORGANIZAR
• DIRIGIR
• AVALIAR / CONTROLAR
O TREINADOR
E A SESSÃO DE TREINO
Planear
Organizar
Avaliar
Dirigir
Controlar
No caso particular de uma dada sessão de treino, estas três etapas surgem numa
sequência óbvia, podendo apresentar-se como o antes do treino, o durante o
treino e o depois do treino.
Que correu sem problemas? Que os jogadores pareciam estar a gostar ? Talvez.
Porém, aquilo que verdadeiramente interessa é encontrar respostas para outro tipo de
interrogações:
Planear / Organizar
PORQUÊ ?
✳ efeitos acumulados
✴ estrutura de treino
correcta
SESSÃO DE TREINO
Etapas de preparação
Primeira questão
A resposta a esta questão estará sempre condicionada por alguns factores que o
treinador terá de ter em conta no momento de decidir os objectivos com que vai
construir a sessão de treino que está a preparar.
Microciclo
MICROCICLO Nº: Datas:
Da conjugação destes factores vai depender a definição dos temas de uma dada
sessão de treino, encontrando-se assim a respostas para a pergunta que formulámos.
A realidade das equipas, as condições em que realizam os treinos, não são sempre as
ideais, afirmação que certamente será acolhida de maneira mais óbvia quando nos
referimos aos treinos das equipas dos mais jovens.
Deste modo, a organização e o planeamento do trabalho na semana vai também
depender de factores talvez “menos científicos”, mas que são certamente
perfeitamente reais, como sejam:
Treino de Seniores ?
Treino de Cadetes ?
Com outras palavras, aquilo que pretendemos analisar é se será correcto defendermos
a tese de que devem ser encontradas diferenças significativas na composição e na
estrutura entre um treino de seniores e um treino de cadetes.
Pela nossa parte temos a certeza de que, se pontualmente poderá haver semelhanças
entre um treino de cadetes e um treino de seniores, em média as diferenças deverão
ser bem mais claras, uma vez que os treinos de iniciados e de cadetes não devem
diferir do treino de adultos apenas em termos de intensidade (menos intensos) e da
presença de um maior número de erros. Julgamos que deverão ser encontradas outras
diferenças:
• no tipo de exercícios;
• no tempo relativo atribuído a alguns temas;
• na metodologia utilizada para o treino de alguns temas (como seja
ocaso do treino de lançamento)
INDICADORES
DE TREINO
De qualquer modo será bom não esquecer que cada sessão de treino é um momento
de ensino e aprendizagem, que não pode ser dirigido de uma forma rígida e absoluta,
sendo fundamental que o treinador entenda o significado deste trabalho de
planeamento e organização, embora fique ao mesmo tempo ciente de que as
circunstâncias do treino e a “leitura” que o treinador fizer na altura do que está a
acontecer, pode levar, aqui e ali, neste ou naquele dia, à introdução de modificações
julgadas oportunas.
Mike Krzyzewsky
O treinador deve chegar cedo ao treino não apenas para garantir da sua
parte um estado de espírito sereno, sem pressas, para realizar as tarefas que tem à sua
frente, como principalmente porque deve aproveitar esses momentos para realizar um
conjunto de tarefas relativas à sua função, algumas das quais, como se torna evidente,
dependem da existência de condições materiais e de disponibilidade compatíveis
− conseguir “conversar” com os seus jogadores sobre temas diversos, num tipo
de relacionamento em que não deixarão de ser treinador e jogadores,
estabelecendo assim condições favoráveis para o processo de comunicação
essencial para o desempenho da sua função
Um dos aspectos que o treinador não deve esquecer no exercício da sua função, é o
de ensinar os jogadores a treinar, estabelecendo e fazendo cumprir as regras de
organização e funcionamento que julgar oportunas, definindo os melhores
comportamentos e limitando os excessos para além dos respectivos limites,
valorizando a concentração da atenção, o esforço, o desejo de fazer bem aquilo que
lhes está a ser solicitado.
De uma forma geral toda a sessão de treino deve revelar e conter características de
seriedade, organização e concentração, mas também de alegria e de entusiasmo.
Compete ao treinador, sem abdicar dos primeiros, gerir os segundos em função das
circunstâncias e dos objectivos.
Para dirigir convenientemente a sessão de treino e, mais uma vez com o seu exemplo,
ajudar os jogadores ao cumprimento das exigências definidas, costumamos dizer que
o treinador deve estar “dentro” do treino, o que implica, entre outras
coisas, as seguintes:
• estar equipado, com o traje desportivo habitual de quem exerce esta função;
• estar preparado e na posse dos elementos essenciais para a condução do
treino (caderno do treinador, ficha de treino, apito, relógio)
• estar “em dedicação exclusiva” ao treino e aos seus jogadores, preocupado
com o que acontece dentro do campo e relacionado com o comportamento
dos seus jogadores, o que implica disciplinar (os “outros”, desde os
dirigentes aos pais e aos seus amigos) e disciplinar-se (não sendo ele próprio
a realizar outro tipo de actividades durante aqueles momentos)
Documento retirado do “Manual das Acções de Complemento de Formação de Nível I”. 13
Para uso exclusivo dos Treinadores Estagiários como documento de apoio à sua formação.
ACÇÃO DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO DE NÍVEL 1
Estágio de Treinador de Nível 1
Os jogadores deverão ser informados no início do treino de qual o seu conteúdo e dos
principais objectivos perseguidos, o que constitui uma forma de por um lado começar
a educar a atenção e ao mesmo tempo intervir no sentido de alcançar uma
participação mais consciente por parte dos jogadores.
Do mesmo modo consideramos que o final do treino deverá prever uma breve
conversa de todo o grupo, que tanto poderá versar o modo como o treino decorreu
(linhas gerais) como ser acerca da organização da próxima actividade. Gostaria de
chamar a atenção para as particularidades destes momentos (a hora de acabar o treino
deverá ser encarada pelo treinador com o mesmo rigor com que necessariamente
respeita a hora do seu início), nomeadamente para a necessidade de conhecer os
hábitos de vida e de acompanhamento pelos pais de cada jogador, de forma a tentar
perturbar o menos possível o ritmo normal da actividade familiar. Para além disso,
reforço as características de brevidade de qualquer tipo de conversa nestes momentos,
pelas características de fadiga e de “pressa” que normalmente acompanham os
jogadores no final dos seus treinos, não sendo por isso o momento mais adequado
para fazer grandes intervenções, sendo preferível o treinador limitar-se a questões
breves, de simples chamada de atenção, deixando para uma outra oportunidade as
questões mais complicadas
Imediatamente após o final da sessão de treino
Terminada a sessão de treino, ainda está longe o momento em que o treinador vai
poder dar por concluída a sua função, restando-lhe ainda um conjunto diversificado
de tarefas para realizar, relacionadas quer com a vida da equipa em geral, quer com o
trabalho que acaba de ser efectuado.
Para além destes aspectos, o treinador não deverá recordar que a sua intervenção
formadora ultrapassa os momentos em que se encontra com os jogadores dentro do
recinto de jogo. A realização de tarefas ligadas ao treino (por exemplo, a arrumação
do material utilizado) e a forma como os praticantes se comportam no balneário
deverão também cair dentro da esfera das suas preocupações, verificando
nomeadamente se todos os atletas cumprem com as indispensáveis regras de higiene
(quando o clube tem condições para tal...) e se a forma de comportamento que ali se
verifica está de acordo com os princípios de convivência e de disciplina estabelecidos
para a equipa.
Passada esta fase, directamente ligada ao final da sessão, o treinador ainda tem mais
algum trabalho para fazer relacionado com o controlo do treino: registar as presenças
e fazer a contabilização dos atrasos; lançar os dados recolhidos durante o treino nas
respectivas folhas acumuladas; assinalar as observações suscitadas pelo
comportamento dos jogadores naquela sessão.
A análise do trabalho efectuado nesse dia constitui a última etapa destas tarefas. É
preciso apreciar a reacção dos jogadores às propostas que lhes foram apresentadas, os
temas que melhor foram apreendidos e aqueles em que se verificou uma maior
dificuldade de aperfeiçoamento, bem como fazer o levantamento das situações em
que vai ser necessário insistir nos treinos que se vão seguir.
Esta reflexão, a que naturalmente se irão juntar os dados recolhidos no passado recente, pode, se for
caso disso, levar à introdução de modificações no planeamento realizado.
O caderno do treinador
A correcta gestão de todos os factores (físicos, técnicos, tácticos, psicológicos e
mesmos teóricos) que influenciam o comportamento do praticante na competição,
obriga o treinador a montar uma organização adequada para o trabalho que vai
realizar, de forma a reduzir, se possível ao mínimo, os percalços que certamente irão
surgir.
A preocupação para com a organização do trabalho vai ter de passar por vários níveis,
envolvendo diferentes documentos. Por agora, gostaríamos apenas de nos debruçar
sobre um das formas mais simples em que essa organização pode ser evidenciada,
mas que, apesar da sua simplicidade, vai constituir uma ajuda preciosa para o bom
desempenho das funções que o treinador vai ter a seu cargo.
CADERNO DO
TREINADOR
- dados administrativos gerais
- dados dos atletas
➤ dados
- dados do treino administrativos
➤ dados do treino
➤ dados da competição
c) mapa simplificado com o calendário do ano civil e fichas mensais que permitam
funcionar como agenda pessoal do treinador, assinalando os seus compromissos tanto
desportivos como de outra ordem, a fim de melhor poder programar a sua actividade
b) ficha resumo de mesociclo em que o atleta se encontra, base para a construção dos
planos de treinos semanais
c) plano semanal de treinos, com a previsão dos temas a abordar em cada sessão de
treino, bem como outras indicações que vão definir os esboço das sessões a realizar
nesse período.
f) fichas de trabalho mais utilizadas ainda em branco, prontas para serem utilizadas
g) exercícios, ou grupo de exercícios, organizados por temas, que poderão vir a ser
úteis em determinadas situações especiais, ou a que se poderá recorrer para uma
eventual consulta (programa de estiramentos utilizados, sessão de exercícios com
bola medicinal, bateria de exercícios para manejo de bola, etc.)
BIBLIOGRAFIA
SMOLL, Frank L., A Comunicação do Treinador com os Pais dos Atletas, Biblioteca
do Treinador, n.º 1, Ministério da Educação, DGD, Lisboa, 1988