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ACÇÃO DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO DE NÍVEL 1

Estágio de Treinador de Nível 1

CURSO DE TREINADORES DE NÍVEL 1

ACÇÃO DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO

TEMA : A SESSÃO DE TREINO

Documento retirado do “Manual das Acções de Complemento de Formação de Nível I”. 1


Para uso exclusivo dos Treinadores Estagiários como documento de apoio à sua formação.
ACÇÃO DE COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO DE NÍVEL 1
Estágio de Treinador de Nível 1

A SESSÃO DE TREINO
Ser treinador implica realizar um conjunto vasto de tarefas e desempenhar
diferentes funções. Se algumas dessas tarefas podem ser desempenhadas fora do
contexto da sessão de treino, a sua grande maioria está directamente ligada ou
dependente do trabalho que se faz durante a sessão de treino

Relativamente à sessão de treino, o trabalho do treinador desenrola-se em três


momentos sequenciais, cada um deles com finalidades e instrumentos próprios, que
se repetem sob a forma de ciclos que denominaremos de:

• PLANEAR / ORGANIZAR
• DIRIGIR
• AVALIAR / CONTROLAR

O TREINADOR
E A SESSÃO DE TREINO

Planear
Organizar

Avaliar
Dirigir
Controlar

Estes momentos constituem uma sequência particular da actividade do treinador, que


ciclicamente se vão repetindo, com semelhanças na forma mas diferenças por vezes
sensíveis no conteúdo, que, no seu conjunto, devem convergir para o mesmo fim: as
necessidades e os interesses de cada jogador, os interesses e as
necessidades da equipa
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No caso particular de uma dada sessão de treino, estas três etapas surgem numa
sequência óbvia, podendo apresentar-se como o antes do treino, o durante o
treino e o depois do treino.

A qualidade do trabalho fica assim dependente da acção do treinador em cada um


daqueles momentos. Se a concretização efectiva dos estímulos surge durante a sessão
de treino, uma parte do sucesso da sua aplicação vai estar dependente do bom
trabalho efectuado antes (no planeamento e na organização) e depois (no controlo e
avaliação) da sua realização
É sabido quanto o entusiasmo do treinador contribui para o seu sucesso em algumas
das suas actividades e em alguns momentos do exercício da sua função. Porém, é
fundamental que o trabalho por si desenvolvido não fique exclusivamente entregue
aos ditames das suas emoções nem dos impulsos que a elas estão muitas vezes
associados. O sucesso do treinador vai estar fortemente dependente da organização
que ele introduzir no seu trabalho, do carácter programado que for garantido para a
actividade por si dirigida, sempre com os interesses e as necessidades dos praticantes
como ponto de mira.
quase todos os treinadores são
Ao fim de algum tempo de experiência
capazes de “dar um treino” de improviso, ou apenas pensando nele no
caminho para o local onde ele vai decorrer. Por vezes até irá obter o agrado pleno de
todos os jogadores. Por vezes o treinador irá sentir que o treino correu bem

Mas o que significa dizer que um treino correu bem?

Que correu sem problemas? Que os jogadores pareciam estar a gostar ? Talvez.

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Porém, aquilo que verdadeiramente interessa é encontrar respostas para outro tipo de
interrogações:

Para que serviu o treino?


Que reflexos esse treino vai ter na evolução do jogador?

A resposta a estas últimas questões obriga a que o trabalho esteja organizado e


planeado, assentando a justificação desta afirmação nos seguintes aspectos:

• os efeitos de treino vão-se acumulando, não apenas numa mera


sobreposição, sendo indispensável lidar com a forma correcta como os
estímulos vão sucedendo
• não se pode treinar tudo ao mesmo tempo nem na mesma sessão de treino
• é essencial conseguir montar uma estrutura de treino correcta, isto é, aquela
que permita aos jogadores recolherem maiores benefícios;
• melhorar a gestão do tempo
• garantir as características de investimento que o treino de jovens deve
assegurar

Planear / Organizar
PORQUÊ ?

✳ efeitos acumulados

✴ não se pode treinar tudo


ao mesmo tempo

✴ boa gestão do tempo

✴ estrutura de treino
correcta

✴ treinar jovens = trabalho


a prazo

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Como conclusão diremos que, mesmo estando em condições de “dar um treino” em


qualquer momento e “ sem rede”, para defender os interesses e as necessidades do
jogador é essencial que o treinador comece a pensar na sessão de treino que vai
dirigir bem antes da hora do seu início, percorrendo um conjunto de etapas de
organização que passaremos a enunciar em seguida:

SESSÃO DE TREINO
Etapas de preparação

➤ definição dos temas


➤ estabelecer tempo por tema
➤ escolha dos exercícios
➤ correcção do tempo
para cada exercício
➤ construir estrutura do treino
➤ pormenores de organização
➤ preencher ficha de treino

1 - A primeira preocupação na fase de preparação do treino é encontrar resposta para


a questão essencial do desempenho desta tarefa

O que vamos fazer na sessão de treino de hoje?


Quais os temas que vamos trabalhar?

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Primeira questão

O que vamos fazer


?? no treino de hoje ?

A resposta a esta questão estará sempre condicionada por alguns factores que o
treinador terá de ter em conta no momento de decidir os objectivos com que vai
construir a sessão de treino que está a preparar.

Essas condicionantes terão a sua fonte nos seguintes elementos:

• o planeamento efectuado, em particular o conteúdo do microciclo em


que a equipa se encontra e a orientação geral do trabalho para esse período;
• os dados fornecidos pela sessão de treino anterior ou
eventualmente pela última competição efectuada (reacções dos jogadores,
dificuldades inesperadas, facilidade de aprendizagem, etc.);
• condicionantes inesperadas (condições atmosféricas, troca de local
de treino, impedimentos dos jogadores, etc.)

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Microciclo
MICROCICLO Nº: Datas:

Objectivos 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira


Hora: Hora: Hora:
Local: Local: Local:
Duração: Duração: Duração:

5ª Feira 6ª Feira Sábado Domingo


Hora: Hora: Hora: Hora:
Local: Local: Local: Local:
Duração: Duração: Duração: Duração:

Da conjugação destes factores vai depender a definição dos temas de uma dada
sessão de treino, encontrando-se assim a respostas para a pergunta que formulámos.
A realidade das equipas, as condições em que realizam os treinos, não são sempre as
ideais, afirmação que certamente será acolhida de maneira mais óbvia quando nos
referimos aos treinos das equipas dos mais jovens.
Deste modo, a organização e o planeamento do trabalho na semana vai também
depender de factores talvez “menos científicos”, mas que são certamente
perfeitamente reais, como sejam:

• quando temos todo o campo ou campo grande para treinar;


• quando temos mais tabelas disponíveis;
• quando temos campo ao ar livre ou campo coberto;
• em que dias temos todos os jogadores disponíveis e a tempo
• quando sabemos que vai haver atrasos na hora de chegada de uma
significativa parte dos jogadores
• quando podemos treinar mais tempo
Nos escalões de iniciados e de cadetes (e arrisco esta afirmação), todas estas
condicionantes poderão mesmo, em termos gerais, sobrelevar a existência do jogo
num determinado dia, fazendo colocar em segundo lugar os factores condicionantes
por ele introduzidos.

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2 - Estabelecer o tempo por cada tema


Encontrada a resposta à questão primeira, ou seja, definidos os objectivos da sessão
de treino em preparação, teremos de estabelecer o tempo que lhes vamos dedicar,
informação esta que a própria organização do planeamento do microciclo já poderá
contemplar, na totalidade ou em parte

3 - Escolher os exercícios a aplicar


É chegada a altura de encontrar os exercícios que vão ser aplicados, os mais
adequados de entre os vários que poderiam servir para a concretização dos objectivos
traçados, escolha essa que deverá ser feita a partir do conjunto de exercícios que o
treinador domina e que os jogadores conhecem.

4 - Rectificar os tempos anteriormente determinados para os


temas e para os exercícios
Apesar da previsão inicial de tempo para cada tema, nesta fase acontece com alguma
frequência ser necessário corrigir os tempos previstos pelo facto de haver
incompatibilidade entre o tempo total necessário e o tempo disponível para a
realização da sessão de treino.
Nesta etapa, no quadro das correcções eventuais que tenham de ser feitas, pode
suceder que se tenham de fazer alguns ajustamentos e mesmo eliminar alguns
exercícios, para garantir que a sessão de treino, sem deixar de procurar atingir os
objectivos propostos, não deixa de ser “realista” (não podemos “meter o Rossio na
rua da Bestega”), respeita a hora de início e a hora prevista para o treino chegar ao
seu termo, o que, como sabemos, tem implicações com a organização da vida dos
nossos jogadores e da equipa que ansiosamente aguarda o final do nosso treino para
“entrar em função”

5 - Construir a estrutura do treino


Chegámos a outro momento importante da fase de organização da sessão de treino:
construir a estrutura do treino que melhor sirva os seus objectivos.
Como forma de iniciar o tratamento desta questão gostaríamos que analisassem o
exemplo apresentado e discutissem a possibilidade de concluir algo sobre se estamos
perante um treino de seniores ou um treino de cadetes.

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Treino de Seniores ?
Treino de Cadetes ?

- 4 cantos - passe e bandeja


- criss cross de 5
- estiramentos
- 4x0 + 4x4 - contra-ataque
- lançamento - 5 x 20
- “shell” defesa - 4x4 - 1/2 C
- 5x5 - 1/2 campo
- 5x5 - 1/2 campo + c-ataque
- lançamento - G3 - 5 x 45”
- 5x5 - jogo
- lances-livres - marcar 10

Com outras palavras, aquilo que pretendemos analisar é se será correcto defendermos
a tese de que devem ser encontradas diferenças significativas na composição e na
estrutura entre um treino de seniores e um treino de cadetes.

Pela nossa parte temos a certeza de que, se pontualmente poderá haver semelhanças
entre um treino de cadetes e um treino de seniores, em média as diferenças deverão
ser bem mais claras, uma vez que os treinos de iniciados e de cadetes não devem
diferir do treino de adultos apenas em termos de intensidade (menos intensos) e da
presença de um maior número de erros. Julgamos que deverão ser encontradas outras
diferenças:

• no tipo de exercícios;
• no tempo relativo atribuído a alguns temas;
• na metodologia utilizada para o treino de alguns temas (como seja
ocaso do treino de lançamento)

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INDICADORES
DE TREINO

TEMA Iniciados Cadetes


(13-14) (15-16)
Físico 7% 8%
Téc. Ind. Ofens. 28 % 22 %
Lançamento 13 % 11 %
Defesa hxh 7% 11 %
Defesa zona 0% 0%
Contra-ataque 9% 8%
Ex. Mistos 15% 11 %
Ataque hxh 2% 5%
Ataque zona 0% 4%
Jogo 5x5 19 % 16 %
Temas vários 0% 4%

Neste momento da preparação da sessão de treino deveremos respeitar algumas


regras elementares que determinam:
− que a introdução de temas novos anteceda a repetição de elementos
conhecidos;
− que os exercícios de velocidade, de força explosiva e para as capacidades
coordenativas sejam colocados na etapa inicial do treino;
− que os exercícios de resistência (em geral) sejam levados para a parte final
do treino;
− que exista uma alternância de exercícios mais intensos com outros de
intensidade menos acentuada;
− que os exercícios cujo objectivo seja o de aperfeiçoamento da técnica e da
táctica sejam colocados na parte inicial do treino;
− que se verifique a presença de um período inicial onde seja visível a
preocupação de conseguir a adaptação do organismo dos jogadores ao
esforço que lhes vai ser solicitado

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6 - Equacionar pormenores de organização


Neste momento da organização da sessão de treino, o treinador deverá fazer o
levantamento de um conjunto de necessidades organizativas tendo em vista o maior
rendimento do tempo de treino que vai ter ao seu dispor.
Neste quadro de preocupações incluímos tanto as necessidades de material como um
aspecto importante relativo à composição dos grupos de jogadores, tanto para os
exercícios previstos como para a situação de jogo, no caso de ter sido programado
algum tempo para esta actividade.
Trata-se não apenas de “um ganhar de tempo” mas ainda de uma forma de o treinador
poder, sem pressas e de uma forma serena, utilizar diferentes critérios e procurar as
melhores soluções para constituir os grupos de jogadores de que vai necessitar
durante o treino, recorrendo, conforme as circunstâncias, tanto a aspectos técnicos
como a factores de ordem psicológica ou de relacionamento, explorando-os tanto no
sentido de proximidade como de confronto e oposição, em função dos objectivos que
pretenda alcançar, dando assim um carácter menos aleatório a essa escolha ou
ajudando a uma melhor gestão do tempo disponível.

7 - Preencher a ficha de treino


Só após ter ultrapassado todas as etapas anteriores é que o treinador está em
condições de preencher a sua ficha de treino, instrumento essencial para uma boa
condução do treino tendo em vista cumprir com os objectivos que estiverem
determinados para ela.
Considera-se essencial referir que esta ficha de treino não deve ser encarada como um
instrumento escolar ou de avaliação, devendo ser elaborada apenas com os elementos
de que o treinador verdadeiramente precise para a condução da sessão de treino.
Nestas circunstâncias, consideramos que essencialmente ela deverá conter:
• identificação da sessão de treino (número da sessão, data, hora de início,
equipa)
• sequência dos exercícios, identificados só pelo nome (se a sua organização
for perfeitamente conhecida), recorrendo a um esquema e acompanhado
eventualmente de algum texto, o suficiente para assinalar os seus aspectos
mais relevantes.
• aspectos pedagógicos essenciais, seja nos aspectos técnicos a dar maior
atenção, seja nas condições de organização que não poderão ser omitidas

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• doseamento do exercício (indicadores de carga) e constituição dos grupos


sempre que tal for necessário;

• hora de início de cada exercício (elemento que, mais do que o tempo


destinado a cada exercício, reputamos de grande valor para a condução do
treino)
• espaço para observações e comentários

De qualquer modo será bom não esquecer que cada sessão de treino é um momento
de ensino e aprendizagem, que não pode ser dirigido de uma forma rígida e absoluta,
sendo fundamental que o treinador entenda o significado deste trabalho de
planeamento e organização, embora fique ao mesmo tempo ciente de que as
circunstâncias do treino e a “leitura” que o treinador fizer na altura do que está a
acontecer, pode levar, aqui e ali, neste ou naquele dia, à introdução de modificações
julgadas oportunas.

“O treinador não pode ser escravo do seu plano de treino”

Mike Krzyzewsky

As tarefas do Treinador na sessão de treino


As tarefas que agora descrevemos relatam o trabalho do treinador na preparação da
sessão de treino, o que deverá acontecer num período de tempo relativamente
afastado dos momentos da sessão de treino propriamente dita.
Falando agora da sua proximidade, o treinador tem de garantir um conjunto de tarefas
de que não se deve alhear

Imediatamente antes da sessão de treino

O treinador deve chegar cedo ao treino não apenas para garantir da sua
parte um estado de espírito sereno, sem pressas, para realizar as tarefas que tem à sua
frente, como principalmente porque deve aproveitar esses momentos para realizar um
conjunto de tarefas relativas à sua função, algumas das quais, como se torna evidente,
dependem da existência de condições materiais e de disponibilidade compatíveis

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− verificar ou preparar os últimos pormenores da organização da sessão de


treino que vai dirigir;

− realizar algum trabalho individual (de aperfeiçoamento técnico ou de outro


tipo) com algum ou alguns dos seus jogadores;

− conseguir “conversar” com os seus jogadores sobre temas diversos, num tipo
de relacionamento em que não deixarão de ser treinador e jogadores,
estabelecendo assim condições favoráveis para o processo de comunicação
essencial para o desempenho da sua função

Durante a sessão de treino

Um dos aspectos que o treinador não deve esquecer no exercício da sua função, é o
de ensinar os jogadores a treinar, estabelecendo e fazendo cumprir as regras de
organização e funcionamento que julgar oportunas, definindo os melhores
comportamentos e limitando os excessos para além dos respectivos limites,
valorizando a concentração da atenção, o esforço, o desejo de fazer bem aquilo que
lhes está a ser solicitado.
De uma forma geral toda a sessão de treino deve revelar e conter características de
seriedade, organização e concentração, mas também de alegria e de entusiasmo.
Compete ao treinador, sem abdicar dos primeiros, gerir os segundos em função das
circunstâncias e dos objectivos.

Para dirigir convenientemente a sessão de treino e, mais uma vez com o seu exemplo,
ajudar os jogadores ao cumprimento das exigências definidas, costumamos dizer que
o treinador deve estar “dentro” do treino, o que implica, entre outras
coisas, as seguintes:

• estar equipado, com o traje desportivo habitual de quem exerce esta função;
• estar preparado e na posse dos elementos essenciais para a condução do
treino (caderno do treinador, ficha de treino, apito, relógio)
• estar “em dedicação exclusiva” ao treino e aos seus jogadores, preocupado
com o que acontece dentro do campo e relacionado com o comportamento
dos seus jogadores, o que implica disciplinar (os “outros”, desde os
dirigentes aos pais e aos seus amigos) e disciplinar-se (não sendo ele próprio
a realizar outro tipo de actividades durante aqueles momentos)
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Os jogadores deverão ser informados no início do treino de qual o seu conteúdo e dos
principais objectivos perseguidos, o que constitui uma forma de por um lado começar
a educar a atenção e ao mesmo tempo intervir no sentido de alcançar uma
participação mais consciente por parte dos jogadores.
Do mesmo modo consideramos que o final do treino deverá prever uma breve
conversa de todo o grupo, que tanto poderá versar o modo como o treino decorreu
(linhas gerais) como ser acerca da organização da próxima actividade. Gostaria de
chamar a atenção para as particularidades destes momentos (a hora de acabar o treino
deverá ser encarada pelo treinador com o mesmo rigor com que necessariamente
respeita a hora do seu início), nomeadamente para a necessidade de conhecer os
hábitos de vida e de acompanhamento pelos pais de cada jogador, de forma a tentar
perturbar o menos possível o ritmo normal da actividade familiar. Para além disso,
reforço as características de brevidade de qualquer tipo de conversa nestes momentos,
pelas características de fadiga e de “pressa” que normalmente acompanham os
jogadores no final dos seus treinos, não sendo por isso o momento mais adequado
para fazer grandes intervenções, sendo preferível o treinador limitar-se a questões
breves, de simples chamada de atenção, deixando para uma outra oportunidade as
questões mais complicadas
Imediatamente após o final da sessão de treino
Terminada a sessão de treino, ainda está longe o momento em que o treinador vai
poder dar por concluída a sua função, restando-lhe ainda um conjunto diversificado
de tarefas para realizar, relacionadas quer com a vida da equipa em geral, quer com o
trabalho que acaba de ser efectuado.
Para além destes aspectos, o treinador não deverá recordar que a sua intervenção
formadora ultrapassa os momentos em que se encontra com os jogadores dentro do
recinto de jogo. A realização de tarefas ligadas ao treino (por exemplo, a arrumação
do material utilizado) e a forma como os praticantes se comportam no balneário
deverão também cair dentro da esfera das suas preocupações, verificando
nomeadamente se todos os atletas cumprem com as indispensáveis regras de higiene
(quando o clube tem condições para tal...) e se a forma de comportamento que ali se
verifica está de acordo com os princípios de convivência e de disciplina estabelecidos
para a equipa.
Passada esta fase, directamente ligada ao final da sessão, o treinador ainda tem mais
algum trabalho para fazer relacionado com o controlo do treino: registar as presenças
e fazer a contabilização dos atrasos; lançar os dados recolhidos durante o treino nas
respectivas folhas acumuladas; assinalar as observações suscitadas pelo
comportamento dos jogadores naquela sessão.

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A análise do trabalho efectuado nesse dia constitui a última etapa destas tarefas. É
preciso apreciar a reacção dos jogadores às propostas que lhes foram apresentadas, os
temas que melhor foram apreendidos e aqueles em que se verificou uma maior
dificuldade de aperfeiçoamento, bem como fazer o levantamento das situações em
que vai ser necessário insistir nos treinos que se vão seguir.
Esta reflexão, a que naturalmente se irão juntar os dados recolhidos no passado recente, pode, se for
caso disso, levar à introdução de modificações no planeamento realizado.

O caderno do treinador
A correcta gestão de todos os factores (físicos, técnicos, tácticos, psicológicos e
mesmos teóricos) que influenciam o comportamento do praticante na competição,
obriga o treinador a montar uma organização adequada para o trabalho que vai
realizar, de forma a reduzir, se possível ao mínimo, os percalços que certamente irão
surgir.
A preocupação para com a organização do trabalho vai ter de passar por vários níveis,
envolvendo diferentes documentos. Por agora, gostaríamos apenas de nos debruçar
sobre um das formas mais simples em que essa organização pode ser evidenciada,
mas que, apesar da sua simplicidade, vai constituir uma ajuda preciosa para o bom
desempenho das funções que o treinador vai ter a seu cargo.

Estamos a referir-nos concretamente ao CADERNO DO TREINADOR, ou


seja, ao documento que, tal como o apito, o cronómetro e o fato de treino, faz parte
dos instrumentos de trabalho que diariamente são manuseados por qualquer pessoa
que pretenda dirigir a preparação dos jogadores da sua equipa.
Não se trata de um documento sofisticado, qual modelo de super-organização, nem
de um documento cheio de requintes ou de soluções muito complexas; não se trata de
um local de armazenamento de TODAS as informações relativas ao treino , à
competição e aos praticantes. Pelo contrário, estamos a pensar fundamentalmente em
algo que vai ter reflexos positivos na eficiência da acção do treinador e no qual cada
indivíduo poderá pôr o seu “toque“ pessoal, que resulte das suas próprias opções e
preferências.

Ao referirmos o caderno do treinador (ou o “dossier” do treinador, ficando ao critério


de cada um o baptismo deste documento), estamos a pensar apenas no conjunto das
informações e dos dados de que o treinador pode ter necessidade em qualquer
momento, seja na sessão de treino, seja numa reunião com os atletas ou no seu
trabalho com os dirigentes, seja para prestar qualquer informação ou resolver um
determinado problema entretanto surgido relativo à sua equipa, pelo que se torna
importante fazer a sua cuidada e antecipada organização.
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O caderno do treinador deverá ser um documento pleno de funcionalidade, sendo o


respectivo conteúdo formado por elementos de utilidade diária, devendo para isso
integrar aqueles dados, aquelas informações e aquelas fichas a que, a todo o
momento, o treinador pode vir a ter necessidade de recorrer em resposta às exigências
do seu trabalho quotidiano, e cuja consulta, por esta razão, não é possível adiar.

Iremos dividir em 4 partes os elementos a incluir no caderno do treinador, separação


esta que não é necessariamente estanque, mas que nos interessa fazer desta maneira
para melhor transmitirmos os objectivos da nossa exposição. Assim teremos :

CADERNO DO
TREINADOR
- dados administrativos gerais
- dados dos atletas
➤ dados
- dados do treino administrativos

- dados da competição ➤ dados dos atletas

➤ dados do treino

➤ dados da competição

DADOS ADMINISTRATIVOS GERAIS


Devemos incluir neste compartimento as seguintes informações :
a) lista com os telefones e as moradas das pessoas e entidades que mais
provavelmente poderemos necessitar nesta actividade (atletas , presidente do clube e
da secção, outros dirigentes, treinadores do clube, médico, fisioterapeuta ou
enfermeiro que façam parte do departamento médico ou com quem o clube tenha
algum tipo de ligação, sede e outros departamentos do clube, local ou locais de treino,
federação e associação distrital da modalidade, centro de enfermagem ou hospital
mais perto do local de treino, responsável pelo recinto de treino, etc.)
b) horário de treinos das equipas ou dos diferentes gruposde atletas existentes na
secção da modalidade, com a indicação do local onde normalmente essas sessões têm
lugar;

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c) mapa simplificado com o calendário do ano civil e fichas mensais que permitam
funcionar como agenda pessoal do treinador, assinalando os seus compromissos tanto
desportivos como de outra ordem, a fim de melhor poder programar a sua actividade

DADOS DOS ATLETAS


a) ficha de presenças aos treinos e aos jogos
Sobre este ponto, julgamos oportuno referir que, apesar de ser possível considerar
outros intervalos para este tipo de controlo, continuamos a defender a unidade mês
como a mais adequada para a recolha deste tipo de informação. Por outro lado, cada
vez mais se justifica que o controlo do volume de treino seja fornecido em termos dos
minutos verdadeiramente utilizados na actividade, em vez das simples referências às
presenças e faltas. Deste modo, é de considerar a possibilidade de assinalar a
participação dos atletas nos treinos em termos da duração da respectiva sessão de
treino, ou preferencialmente pelo tempo de trabalho de cada atleta, no caso deste não
a poder realizar na sua totalidade.
b) definição de objectivos individuais (de preparação e de competição) para cada
atleta
c) resultados das provas de controlo efectuadas, se possível, com a referência aos
valores alcançados na época anterior e da previsão que possa existir como objectivo.
d)lista dos melhores resultados alcançados pelos atletas , individualmente ou em
termos de colectivo, tanto para indicadores de preparação como de competição
(recordes, mapas de assiduidade acumulada, etc.). Trata-se de um instrumento
motivador a que o treinador pode dar um excelente uso.

DADOS RELATIVOS À PREPARAÇÃO

a) plano anual de preparação, ou pelo menos um resumo do mesmo, com os dados


eventualmente mais utilizados pelo treinador no seu trabalho diário.

b) ficha resumo de mesociclo em que o atleta se encontra, base para a construção dos
planos de treinos semanais

c) plano semanal de treinos, com a previsão dos temas a abordar em cada sessão de
treino, bem como outras indicações que vão definir os esboço das sessões a realizar
nesse período.

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d) mapa centralizador dos indicadores de treino registados até ao momento

e) protocolo de realização das provas de controlo utilizadas

f) fichas de trabalho mais utilizadas ainda em branco, prontas para serem utilizadas

g) exercícios, ou grupo de exercícios, organizados por temas, que poderão vir a ser
úteis em determinadas situações especiais, ou a que se poderá recorrer para uma
eventual consulta (programa de estiramentos utilizados, sessão de exercícios com
bola medicinal, bateria de exercícios para manejo de bola, etc.)

DADOS RELATIVOS À COMPETIÇÃO

a) calendário das competições oficiais definido pela federação e pela associação


distrital da modalidade para a época em curso.

b) resultados e classificações nas provas em que se está a participar,


permanentemente actualizadas.

c) informações simplificadas relativas à participação dos jogadores e da equipa nos


jogos efectuados

d) informações sobre os regulamentos e outros aspectos oficiais das competições em


disputa

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BIBLIOGRAFIA

CHRISTINA, Robert e CORCOS, Daniel. Coaches guide to Teaching Sport Skills,


Human Kinetics Books, Illinois, 1988

Coaching Association of Canada, National Coaching Certification Program,


Coaching Theory Manuals (level 1-3), Canadá, 1994

COELHO, Olímpio. Pedagogia do Desporto, Livros Horizonte, Lisboa, 1988

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Documento retirado do “Manual das Acções de Complemento de Formação de Nível I”. 19


Para uso exclusivo dos Treinadores Estagiários como documento de apoio à sua formação.

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