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CLASSIFICAÇÃO: 3º LUGAR
Título da Monografia:
Segurança Fiscal e Gerenciamento da Dívida Pública: uma análise para o caso brasileiro no
período recente.
Miguel Pereira - RJ
2013
Segurança Fiscal e Gerenciamento da Dívida Pública:
RESUMO
Brasil tenham indicado maior proteção fiscal, a evidência empírica sugere que a
(2008) para os países da OCDE e pode estar relacionado à maior preocupação dos
gestores de dívida em minimizar custos ao invés de risco. Outra razão seria a baixa
Índice
1. Introdução ................................................................................................................. 4
5. Conclusão ............................................................................................................... 68
7. Apêndice.................................................................................................................. 74
3
1. Introdução
diversos países na zona do euro, tais como Portugal, Espanha, Grécia, e Irlanda se
governamentais.
4
possuem taxas de juros elevadas e risco fiscal que não pode ser negligenciado. O
Brasil se encaixa nesse perfil, pois possui ao longo do período uma das mais
elevadas taxas de juros no mundo e uma razão dívida pública bruta/PIB superior a
(ii) Se houve proteção contra choques no orçamento, essa proteção teve relação
ótima?
5
6
negativa pode ser obtida por meio da redução do pagamento do cupom de juros ou
Quando as trajetórias fiscais futuras são alteradas por choques na economia, uma
queda nos preços dos títulos públicos ajuda a manter a restrição orçamentária
valor presente líquido dos superávits primários futuros mantendo a solvência fiscal
7
Este capítulo está dividido em mais três seções. A próxima seção apresenta
conclusão do capítulo.
acordo com essa visão, a suavização da carga tributária seria desejável, pois
renda do trabalho altera os preços relativos entre consumo e lazer, enquanto que a
por conseguinte, resulta em alocações ineficientes que reduzem o bem estar social.
8
A literatura sugere que para estabilizar a carga tributária o estoque da dívida deve
incerteza futura (Angeletos, 2002). Dentre os fatores de incerteza podem ser citados
1
Bohn (1990); Barro (1995); Barro (2003); Angeletos (2002); Buera e Nicolini (2004); Nosbusch
(2008); Faraglia, Marcet, e Scott (2010).
2
Além do estudo de Lucas e Stokey (1983) são exemplos desse tipo de análise: Persson e Svensson
(1984), (1986) e Persson, Persson e Svensson (1987); Bohn (1988); Calvo (1988); Calvo e Guidotti
(1990); Calvo e Guidotti (1992); Blanchard e Missale (1994).
9
inflacionário, o aumento dos preços reduz a dívida pública real (ver Bohn, 1990;
Barro, 1995; e Barro, 2003). Além disso, segundo Nosbusch (2008), a maturidade
deve ser escolhida de modo que uma elevação da taxa de juros futura seja
compensada por uma queda nos preços dos títulos de dívida. Um portfólio de títulos
não contingentes de diferentes maturidades pode ser escolhido de tal forma que
(Faraglia, Marcet e Scott, 2008). Em suma, conforme indicado por Angeletos (2002),
maturidade.
governo não são apenas as despesas com pagamentos de juros, mas também os
vulnerabilidade dos governos aos choques fiscais pode causar aumento demasiado
10
razão dívida/PIB é válida para qualquer custo esperado de serviço da dívida, pois
2.1.1. Maturidade
dos títulos ao longo do tempo (Alesina, Prati, e Tabellini, 1989; Giavazzi e Pagano,
1990). O prazo médio é a duração da carteira da dívida pública e pode ser definido
pode possuir maturidade de curto prazo (duração menor que um ano) ou maturidade
2011).
devem buscar como objetivo a minimização de custos com serviço da dívida, meta
3
O objetivo de estabilização da dívida pública é retratado por Goldfajn (1998); Lloyd-Ellis e Zhu
(2001); Angeletos (2002); Borenztein e Mauro (2004); Giavazzi e Missale (2004); e Faraglia, Marcet, e
Scott (2008).
4
A duração de Macaulay de um fluxo de pagamentos é uma média ponderada dos prazos dos
vencimentos de um título. A duração de Macaulay (D) de um fluxo de pagamentos com os valores
presentes ( P , P ,..., P )
t1 t2 tn e tn unidades de tempo é definida em Weil (1973), por:
D = ∑ i =1 ti Pti / ∑ i =1 Pti . O prazo médio da dívida pública brasileira é calculado de modo muito
n n
que pode ser alcançada por meio da escolha do prazo médio e da dispersão dos
prazo.5 A proteção contra choques na economia é possível por dois motivos: (i) a
sensibilidade dos títulos de curto prazo e de longo prazo às mudanças nas taxas de
juros futuras devido aos choques econômicos (Angeletos, 2002; Nosbusch, 2008).
relação à dívida de curto prazo possui maior relevância para a dívida prefixada.
alterações nas taxas de juros ou prêmios. Como o preço do título é o valor presente
do fluxo descontado a uma taxa, para títulos do mesmo tipo, quanto maior o prazo
até o vencimento, mais o preço (valor presente do fluxo) varia quando há alteração
título de curto prazo e um título de longo prazo no período inicial t. No período t+1, o
valor da posição de dívida de curto prazo maturada é igual ao seu valor de face e
curto prazo não sofre alteração e o governo é obrigado a pagar o valor de face
sofre uma queda diante de um aumento na taxa de juros em t+1. O motivo é que o
A queda do valor da dívida de longo prazo compensa o aumento nas taxas de juros
o que, por sua vez, configura a vantagem da emissão desse tipo de dívida.
modelo de Angeletos (2002) que, por sua vez, é uma variação do modelo de
da taxa de juros torna a maturidade uma substituta pobre para a dívida contingente
dívida. Faraglia, Marcet, e Scott (2008) destacam que diante da volatilidade limitada
agentes é alta. Assim, a taxa de retorno esperada da dívida de longo prazo exigida é
14
de juros reais (Barro, 2003). A curta maturidade da dívida eleva o risco de que um
dívida de curto prazo. De acordo com esta visão, a escolha ótima da estrutura de
maturidade pode evitar que a ocorrência de uma crise de confiança leve a uma
mudança de regime. A crise de confiança pode ser definida como uma alteração nas
2009). Segundo Calvo e Guidotti (1990) essa estratégia é ainda mais relevante para
9
Hemming, Kell, e Schimmelpfennig (2003), e Mehl e Reynaud (2010) mostram que para o caso de
economias emergentes há evidências empíricas de que a dívida pública de curto prazo representa a
maior fonte de risco.
15
inflação não antecipada. Economias com falta de credibilidade sofrem mais com o
com Lucas e Stokey (1983) e Persson, Persson, e Svensson (1987) existe uma
dívida e promover a consistência dinâmica das políticas fiscais. Para tanto, em geral
16
- títulos nominais: a taxa de juros informada para estes papéis não considera o efeito
- títulos reais: a taxa de juros informada para estes títulos reflete a rentabilidade
- título indexado à inflação: a taxa de retorno do título é a taxa de juros real corrigida
determinado tipo de título atende aos dois objetivos almejados que são o de
17
pode ser representada pela decisão entre a emissão de dívida nominal ou de dívida
economia possui um efeito negativo, pois eleva a inflação e a taxa de juros o que,
economia. Um choque real eleva a dívida nominal por meio do aumento da taxa de
juros, porém consegue reduzir a dívida real por meio da inflação. De modo similar,
dívida real é reduzido pelo choque inflacionário (Bohn, 1988). Portanto, diante de um
choque fiscal positivo que resulte em inflação, o estoque de dívida nominal diminui
resulte em deflação, aumentam-se os custos com serviço da dívida, o que por sua
A emissão da dívida nominal pode ser mais custosa para o governo do que a
a tentação de o governo usar o imposto inflacionário para diminuir a dívida real, cujo
18
pode, então, emitir títulos de dívida com prazo médio mais curto ou aumentar a
não antecipados também causam mudanças não esperadas nos preços futuros da
dívida nominal.
perdas no bem-estar (Barro, 2003). Essa variabilidade é maior quanto mais elevada
a razão dívida pública/PIB. Entretanto, quando a inflação não induzida pelo próprio
(Nosbusch, 2008).
10
Ver em: Persson, Persson e Svensson (1987); Bohn (1988); Calvo e Guidotti (1990); Calvo e
Guidotti (1992); Blanchard e Missale (1994); Drudi e Giordano (2000); Barro (2002); Falcetti e Missale
(2002); Nosbusch (2008).
19
Giordano (2000) a indexação a preços não elimina o risco de default apenas com
indexada a preços. Portanto, a indexação a preços nem sempre pode ser ótima e irá
real (indexada a preços) ou de dívida nominal vai depender da intensidade que são
risco (Montiel, 2005). Devido ao fato do retorno nominal ser conhecido na data da
altos quando estes crescem diante de uma crise ou quando reagem a choques de
oferta negativos. Entretanto, este hedge pode ser conseguido em troca de um custo
20
elevado, pois os agentes diante da incerteza do futuro podem pedir um alto prêmio
emissão de títulos prefixados não ser tão elevado, a emissão destes títulos aumenta
incerteza dos agentes quanto ao retorno real futuro da dívida o que, por
contribuir para uma menor variabilidade da inflação (Bohn 1988, Giavazzi e Missale,
considerável nos custos com serviço da dívida quando a taxa de juros se eleva
(2010).
não pode ser monetizada (Montiel, 2005). Outra vantagem da emissão de dívida em
externos podem pedir um prêmio de risco para cobrir uma possível desvalorização.
exterior com sua moeda doméstica é chamada de “original sin” (Mehl e Reynaud,
21
2010). Para diminuir a exposição ao risco cambial Mehl e Reynaud (2010) e Das et.
22
solvência e liquidez o que pode gerar uma crise de sustentabilidade das finanças
aumento na taxa de juros torna a tentação em repudiar a dívida ainda mais atraente
11
O conceito de vulnerabilidade fiscal utilizado nesse trabalho está ligado diretamente à solvência
que pode ser definida pela condição na qual o valor do superávit primário atual somado aos
superávits futuros descontados é maior que a soma do estoque inicial da dívida e o valor descontado
de seus déficits futuros Lojsch, Rodríguez-Vives, e Slavik (2011).
23
Pagano, 1990).12
podem ser diretos ou indiretos. Os custos diretos são a penalização pelo sistema
da dívida pública iguala o valor presente dos superávits primários futuros com
V a r ( xt − xt− k )
(2.1) P xk =
k V a r ( x t − x t −1 )
PVkM → 1 .
dívida. A redução da persistência deve vir de uma alteração nos retornos dos títulos,
efeito que pode ser capturado pela persistência relativa do valor de mercado da
primário é denotada por (2.1.1) e (2.2.2). A única diferença entre as duas medidas é
PVkM − PWk
(2.2.2) Ψ 2k =
PWk
PIB respectivamente e Rt*+1 indica o crescimento do retorno ajustado Rt +1Yt /Yt +1 , sendo
a variável Y, o PIB.
ou
Esse objetivo pode ser alcançado por meio da minimização da variância do valor de
dívida pública de modo que a Covt (Wt +1 , Rt +1 ) /σ ( Rt +1 ) σ (Wt +1 ) = -1, onde σ denota o
desvio padrão.
O segundo indicador de segurança fiscal está relacionado com a var ( MVt *+1 ) =
var ( Wt*+1 ) + var ( Rt*+1MVt * ) + 2 cov ( Rt*+1MVt * , Wt*+1 ). O conceito de segurança fiscal
26
provocado pelo déficit primário, o que, no mínimo, envolve uma covariância negativa
entre Wt*+1 e Rt*+1MVt * . Essa covariância pode ser mais bem compreendida por meio
σW *T
(2.4) .
σW *
σ∆MV *
(2.5) .
σ w*
27
2.3. Conclusão
promovida no período.
28
metodologia para a construção dos indicadores fiscais para o Brasil. A seção 3.2
3.3 compara os resultados encontrados para o Brasil com aqueles encontrados por
13
Os indicadores de segurança fiscal construídos para o Brasil são uma adaptação dos indicadores
propostos por Faraglia, Marcet e Scott (2008). Os indicadores de carteira ótima de dívida pública não
são levados em consideração, pois os mesmos se referem a uma proposição normativa e não
verificam se, de fato, o objetivo de redução da vulnerabilidade fiscal foi atingido.
29
(3.2) VM * = VM t /Yt
mercado que é expresso pela soma dos preços atuais de cada título emitido.
valor de dívida ao par, ou seja, valor sem ágio ou deságio.14 O valor do estoque de
dívida pública publicado pelo Tesouro Nacional brasileiro é o valor ao par, ou seja,
utiliza a taxa interna de retorno (TIR) média das emissões como taxa de desconto
14
O deságio (ágio) é uma taxa acrescida (deduzida) para aferir a rentabilidade do título de acordo
com sua menor (maior) demanda (Tesouro Nacional, 2012).
30
dados possui custos que se somam aos custos com programação computacional e
testes de acurácia. Uma forma de se obter o valor de mercado da dívida é por meio
custosa que o cálculo direto e possui elevada acurácia. Assim, o valor de mercado
⎛ 1 + mt ct ⎞
(3.2.1) VM t ≈ Dt ⎜ ⎟.
⎝ 1 + mt yt ⎠
déficit primário. Uma elevada persistência do valor de mercado da dívida ( Pxk ) indica
dívida pública deve vir de uma alteração nos retornos dos títulos, efeito que pode ser
15
O valor ao par, para títulos indexados, é o valor nominal atualizado (VNA). O VNA é o valor na
data base atualizado pela variação do indexador até o dia em que a precificação do título é feita.
Como na data de emissão o VNA na data da liquidação não é conhecido, o Tesouro Nacional projeta
esse valor a partir do cálculo pró-rata da projeção do indexador divulgado pelo BCB (taxa Selic ou
taxa de inflação) para o período (Tesouro Nacional, 2012).
31
percentuais o que permite uma melhor interpretação. Quanto maior Ψ ik i=1,2, pior o
PVkM − PWk
(3.3.1) Ψ 2k = ,
PWk
Cov(Wt* , Rt*VM t* )
(3.4) ρW * , R*VM * = .
σ w* σ R*VM *
proteção fiscal.
pública que corresponde a: var ( VM t*+1 ) = var ( VM t*+1 ) + var ( Rt*+1VM t* ) + 2 cov
Rt*+1 indica o crescimento da taxa de retorno ajustado Rt +1Yt /Yt +1 , sendo a variável Y, o
Mercado Ambima (IMA). O y representa o custo com serviço da dívida que é dado
(3.4.1) VM t +1 = Wt +1 + Rt +1VM t ou
dívida de um impacto provocado pelo déficit primário. Isso acontece quando existe
uma covariância negativa entre Wt*+1 e Rt*+1VM t* . Todavia, a covariância pode ter
valores que variam de menos a mais infinito, sem ter pontos de referência que
resolver esse problema, a covariância é dividida pelo produto do desvio padrão das
amostras das duas variáveis de forma que os valores ficam contidos no intervalo [−1,
+1].
σW *T
(3.5) β1 = .
σW *
σ ∆VΜ*
(3.6) β 2 = .
σ w*
tendem a modificar esta variável o que pressiona para o aumento na dívida pública.
16
A variável dívida mobiliária federal interna foi escolhida como proxy para a dívida pública em
estoque, pois o objetivo do trabalho é verificar o aumento da sustentabilidade da dívida pública
decorrente de alterações na composição da dívida mobiliária interna. Foge ao escopo do trabalho
analisar alterações na composição de dívida externa ou contratual do governo. Ademais, os títulos
analisados são títulos referentes à dívida do governo federal e não à dívida de estados ou municípios.
O modo de financiamento de estados e municípios é feito em sua grande parte por meio de emissão
de dívida contratual que foge ao escopo do trabalho.
34
período de tempo, o que inclui o resultado fiscal primário, os gastos com juros reais
queda no retorno dos títulos da dívida pública pode compensar o aumento no déficit
c – cupom de juros. A variável foi obtida por meio da divisão dos juros nominais da
dívida interna do governo federal (disponível no sítio do BCB – código 5047) pelo
variável reflete o custo de financiamento da dívida pública que é composto por juros
IMA- Geral (disponível no sítio do BCB – código 12469). O IMA- Geral afere a
17
Em cada carteira, os pesos de cada título (vencimento) são os mesmos que a sua participação
relativa no saldo de todos os títulos em poder do público. Os pesos são alterados sempre que essas
proporções agregadas se alteram, o que pode acontecer seja quando há colocação de novos títulos,
recompra pelo governo ou ainda quando juros e principal são pagos.
35
dívida pública (y) foi obtida por meio da variação percentual em doze meses do
séries, foi utilizada a média dos últimos doze meses para as variáveis estoque de
dívida (D) e prazo médio (m). As variáveis foram deflacionadas pelo Índice Nacional
18
O IMA não aufere a rentabilidade de títulos públicos indexados à variação cambial. O período em
estudo possui participação da dívida interna indexada a câmbio praticamente nula, logo essa
restrição não impossibilita a análise.
19
O período de janeiro de 2007 a setembro de 2012 foi escolhido, pois a variável rendimento da
dívida pública brasileira representada pelo Índice de Mercado Ambima (IMA-Geral), relevante para a
construção dos indicadores, não considera a rentabilidade de títulos indexados a câmbio em sua
composição. A partir de 2006 a parcela de dívida indexada a câmbio na economia brasileira é
praticamente nula, sendo possível a utilização do IMA- Geral como proxy do rendimento da dívida
pública brasileira.
36
Segundo Tobin (1963) o custo com o serviço da dívida não é representado apenas
pelos custos com juros, mas também pelas alterações no valor de mercado da
dívida de modo que a soma desses custos devem ser minimizados. De acordo com
porém depois do impacto da crise do subprime esse valor subiu e passou a oscilar
em um patamar mais elevado (vide figura 3.1). Esse comportamento revela que o
período cujo cenário externo e interno foi favorável à redução da taxa de juros. Por
outro lado, embora a razão valor de mercado da dívida/PIB tenha apresentado uma
dos custos com serviço da dívida. Ou seja, nos momentos em que houve aumento
quanto aos três objetivos almejados por Tobin (1963) que são: redução do custo de
37
(redução). A variação nos custos com serviço da dívida é denotado por aumento,
Figura 3.1
.11
.36
.10
.32
.09
.28
.08
.24
.07
.06 .20
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2007 2008 2009 2010 2011 2012
queda de janeiro de 2007 até outubro de 2008 (vide figura 3.1). A razão valor de
juros foi a sucessiva queda, a partir de 2003, do risco-Brasil medido pelo Emerging
38
Markets Bond Index Plus (EMBI+), do JP Morgan. Ademais, houve redução da taxa
passou a aumentar e o cupom de juros manteve sua trajetória de queda até outubro
de 2008. Percebe-se que apesar de grande parte da dívida ser indexada à taxa
dívida em alta). Esse comportamento pode ser explicado pelo aumento considerável
Tabela 3.1
custo de serviço da
custo de financiamento nível de endividamento
dívida (total)
aumento no valor de mercado da dívida pública. Tobin (1963) afirma que esse
de abril de 2008. Além disso, o aumento do retorno dos títulos indexados à taxa
Selic pressiona o aumento dos preços desses títulos incrementando o valor da razão
dívida/PIB. Outro fator que pode explicar o aumento dos preços dos títulos é
economia mundial e os canais de crédito o que causa incerteza dos agentes quanto
explicado pela elevação da taxa Selic no final de 2008 e pela incorporação de maior
prêmio de risco por parte dos agentes devido à crise financeira internacional.
que pode ser explicado por um maior otimismo dos agentes econômicos quanto ao
40
pelo aumento tanto do cupom de juros quanto do valor de mercado da dívida pública
pode ser explicado pelo aumento das taxas de inflação e Selic no período. Segundo
Bohn (1988), a inflação eleva o retorno da dívida indexada a preços o que aumenta
banda de oscilação para o ano. Esse aumento foi decorrente de choques de oferta
demanda. Outro motivo para elevação no cupom de juros foi a utilização da taxa
Selic, como instrumento de política monetária restritiva para debelar a inflação. Esse
risco de desequilíbrio fiscal. O maior valor de mercado da dívida no período pode ser
creditado à expectativa de queda da taxa Selic para o ano de 2012, que de fato se
41
emissão, uma redução nos juros exige um aumento no preço do título para que a
foi marcado por uma não proteção do orçamento do governo. No entanto, essa não
proteção foi benéfica, pois houve redução tanto do cupom de juros quanto da razão
valor de mercado da dívida/PIB. A redução das taxas de inflação e Selic podem ser
risco Fitch, Moody’s, e Standard and Poor’s no ano de 2011. Esta elevação foi
dívida pública. Em uma perspectiva de curto prazo (três meses, seis meses, e nove
maior parte do período (figura 3.2). O resultado evidencia que um choque no valor
do déficit primário.
42
Figura 3.2
Persistência Relativa do Valor de Mercado da Dívida em relação ao Déficit Primário
3 defasagens 3 defasagens normalizado
3 8
7
2 6
5
1
4
3
0
2
-1 1
0
-2 -1
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2007 2008 2009 2010 2011 2012
6 defasagens 6 defasagens normalizado
4 24
3 20
2 16
1 12
0 8
-1 4
-2 0
-3 -4
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2007 2008 2009 2010 2011 2012
-4 0
-5 -5
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2007 2008 2009 2010 2011 2012
43
governo no período. Outro período que chama atenção é aquele que se estende do
valor de mercado da dívida pode ser creditado a uma alteração nas expectativas dos
maior prêmio de risco. Houve um afrouxamento nas políticas fiscais e monetária nos
foi marcado por elevação das taxas de inflação e Selic, o que pressionou para o
indexado.
déficit primário com o retorno da dívida (figura 3.3). O resultado para o indicador que
foi negativo na maior parte do período em análise o que, por sua vez, evidencia que
que afirmam que é possível por meio de alterações nos retornos dos títulos, proteger
44
Figura 3.3
Correlação entre o Retorno da Dívida e o Déficit Primário
1.00
0.75
0.50
0.25
0.00
-0.25
-0.50
-0.75
-1.00
2007 2008 2009 2010 2011 2012
ao déficit primário (figura 3.4). O resultado esperado é uma menor variação do déficit
nominal em relação à variação no déficit primário. A queda nos juros nominais deve
Marcet, e Scott, 2008). Ou seja, espera-se que o indicador seja menor que 1. Se o
indicador for igual ou maior que 1, toda a variação no déficit primário causou
45
variação igual ou maior na taxa de juros o que, por sua vez, aumenta o custo de
financiamento da dívida.
governo gerou variação maior ou igual no déficit nominal, ou seja, não houve queda
afirmam que a baixa volatilidade dos retornos dos títulos torna o gerenciamento da
Figura 3.4
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
46
choque no déficit primário seja compensado por uma queda no retorno da dívida de
(Faraglia, Marcet, e Scott, 2008). O indicador menor que 1 sugere que houve
apresentou valor maior que 1 em todo período de análise e portanto não houve
Figura 3.5
14
12
10
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
47
com Faraglia, Marcet, e Scott (2010) que o governo brasileiro está mais
3.3. Comparação dos resultados encontrados para o Brasil com o dos países
da OCDE
20
Os resultados dos testes de raiz unitária se encontram no apêndice (tabela A.1).
48
Tabela 3.2
Comparação Brasil x OCDE
ψ 1,36 - 1,14
ψ 2,36 - 1,41
ψ 1,60 - 1,34
ψ 2,60 - 1,97
ρW * , R*MV * -0,23 -
β1 1,24 -
β2 2,89 -
¹ Valor corresponde ao cálculo da média aritmética dos resultados encontrados por Faraglia, Marcet e Scott
(2008) para os países da OCDE.
para os países da OCDE, a tabela 3.2 mostra que o Brasil obteve maior proteção do
déficit primário (ρ∆VM*,W) é menor que a encontrada pelos países da OCDE. Ademais,
(ρVM*,∆W), a correlação encontrada para essas duas variáveis é negativa o que, por
sua vez, evidencia segurança fiscal. Ou seja, um choque, no período, que resultou
disso, essa correlação é menor do que a correlação entre a razão valor de dívida ao
e o produto para os países da OCDE foi negativa, ou seja, uma redução no produto
gerou aumento do valor de mercado da dívida o que sugere que não houve redução
50
negativa encontrada entre a razão das diferentes medidas de dívida pelo PIB
é natural que a razão dívida ao par/PIB aumente com um choque adverso (aumento
dívidas sugere proteção fiscal. Todavia, essa correlação negativa não se repetiu
quando foram utilizadas as variáveis sem estarem normalizadas pelo PIB (ρVM,D) e
(ρ∆VM, ∆D). Porém, ainda assim, a correlação encontrada para o Brasil foi menor que
OCDE.
uma perspectiva de curto prazo (três meses, seis meses, e nove meses). Isso
sua média de modo rápido. Esse resultado de curto prazo para o Brasil difere
daquele encontrado para os países da OCDE que no longo prazo (dois anos e cinco
que 1 para o período. Essa diferença, mais uma vez, confirma que o Brasil alcançou
51
21
A persistência do valor de mercado da dívida de longo prazo não foi calculada para o Brasil, pois
exige uma amostra de tamanho maior para uma boa estimativa do indicador. A base de dados de
Faraglia, Marcet e Scott (2008), diferente do presente trabalho, é anual, de modo que facilitou o
cálculo da persistência de longo prazo.
52
do prazo médio, e maior dispersão dos vencimentos da dívida (PAF, 2012). Apesar
da vulnerabilidade fiscal. Destarte, este capítulo faz uma análise da relação dos
Este capítulo está dividido em mais três seções. A seção 4.1 apresenta as
conclusão do capítulo.
53
pública tem sido seguida pelos gestores da dívida pública brasileira de modo que o
Figura 4.1
70 40
35
60
30
50
25
40
20
30 15
20 10
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2007 2008 2009 2010 2011 2012
54
tabela 4.1 mostra que a maturidade da dívida pública brasileira é de 3%, muito
dívida indexada no Brasil o que segundo Mehl e Reynauld (2010) aumenta o risco
Tabela 4.1
Brasil¹ Média OCDE²
maturidade 3,26 5,93
prefixada % 34,29 75,06
indexada a preços % 22,36 2,25
taxa flutuante % 35,46 8,11
Nota: 1 - Valor corresponde a média aritmética entre janeiro de 2007 e setembro de 2012.
2 - Valor corresponde ao cálculo da média aritmética dos resultados encontrados por Faraglia, Marcet, e Scott (2008).
são considerados nesse estudo. Tomando como referência a literatura sobre o tema,
(4.1) X ti = α 0 + α1maturidadet + α 2 Z ti + ε t0 ,
(4.2) X ti = α 3 + α 4longoprazot + α5 Z ti + ε t1 ,
preço do título de longo prazo é mais sensível às alterações nas taxas de juros
(Nosbusch, 2008).
dívida pública se a sua colocação somente for possível com uma taxa de juros
indexada à taxa de juros flutuante. Uma elevada participação desses títulos implica
Missale (2004), o aumento dessa parcela eleva o risco de que choques na taxa de
diminui a taxa de juros real requerida para o financiamento da dívida o que implica
maior Ψ ik
, pior o desempenho da gestão da dívida.
proteção fiscal.
explorar uma relação negativa entre o retorno da dívida e o déficit primário. Quanto
Com base nas equações 4.1 e 4.2 foram utilizados o método dos Mínimos
a estimação dos modelos. Conforme apontado por Hall (2005), o uso de modelos
das estimativas. Além disso, uma vantagem do GMM em relação ao MQO é que ele
58
(Wooldridge, 2001).22
4.2.1. Resultados
Os resultados das estimações dos modelos 4.1 e 4.2 por meio de MQO e
GMM sugerem que a gestão da dívida pública contribuiu pouco para aumentar a
segurança fiscal no Brasil (vide tabelas 4.2, 4.3, 4.4, e 4.5). A baixa relação se
resultados da equação 4.2 (vide tabelas 4.4 e 4.5) confirmam que a estratégia de
22
A fim de verificar a validade de condições de momento e testar a sobre-identificação das restrições
em cada modelo estimado, foi utilizado o teste J (ver Hansen, 1982; e Cragg, 1983).
23
O coeficiente de ajuste da regressão (R2) é uma medida do grau de proximidade entre os valores
estimados e observados da variável dependente. Pode ser interpretado como o percentual da
variância da variável dependente que é explicada pelas variáveis independentes. O R² varia entre 0 e
1 e quanto maior o R², mais explicativo é o modelo (Wooldridge, 2009).
59
primário no curto prazo. Uma possível explicação para esse resultado se deve à
dívida de longo prazo. O alto custo impede a redução do valor de mercado da dívida.
(2010), um dos motivos para esse resultado é o fato de a estrutura a termo da taxa
de juros ser pouco volátil o que torna o aumento da maturidade uma estratégia
pobre para fornecer segurança fiscal. Segundo Nosbusch (2008) a proteção contra
dos preços dos títulos tende a ser pequena, não proporcionando proteção. Outro
fator que pode explicar esse resultado é o fato da sensibilidade dos preços às taxas
de juros ser mais relevante nos títulos prefixados. Como a participação desse tipo de
título foi de apenas 34% no período analisado, o aumento da maturidade perde sua
relevância.
(prefixado) sugere que a emissão desse tipo de dívida se mostrou relevante para
60
primário (tabelas 4.2, 4.3, 4.4, e 4.5). Entretanto, é observada uma relação positiva
preços dos títulos de dívida. Esse resultado ambíguo está de acordo com Giavazzi e
Missale (2004) que afirma que a emissão de dívida prefixada é eficiente na proteção
contra choques fiscais, porém essa proteção pode estar associada com maior custo.
emissão de dívida indexada à taxa de juros. Uma relação negativa com significância
ao déficit primário (tabela 4.3, 4.4, e 4.5). A redução da volatilidade pode ser
explicada pela política de redução da taxa Selic praticada pelo governo brasileiro
do valor de mercado desses títulos. Outra possível razão para esse resultado é,
61
encontrou-se evidências de que esse tipo de dívida não protege contra choques no
flutuante (ind_selic) (tabelas 4.2 e 4.3). Esse resultado já era esperado, pois um
a taxa de juros.
volatilidade relativa do déficit total em relação ao déficit primário (tabelas 4.2, 4.3, e
4.5). Esse resultado indica que a variação no pagamento de juros foi menor que a
ser creditada, segundo Calvo (1988), ao menor prêmio de risco requerido pelos
62
Tabela 4.2
Proteção fiscal X maturidade e estrutura de indexação (MQO)
constante maturidade prefixado ind_selic ind_ipca R2 DW
-0,014 0,298 -3,916 -4,503 -4,849*
Modelo 1 (0,782) (0,680) (0,154) (0,115) (0,094)
0,052 1,593
Nota: As variáveis foram utilizadas de acordo com sua ordem de integração: ver tabela A.1 no Apêndice. Os valores entre
parênteses representam o p-valor. Os níveis de significância estatística são representados por: (***) denota 0,01, (**)
denota 0,05, e (*) denota 0,10.
63
Tabela 4.3
Proteção fiscal X Maturidade e estrutura de indexação (GMM)
constante maturidade prefixado ind_selic ind_ipca Estatística J R2
-0,057 1,009 -4,955 -5,095 -5,533 4,103
Modelo 1 (0,535) (0,774) (0,843) (0,836) (0,839) (0,251)
0,014
Nota: As variáveis foram utilizadas de acordo com sua ordem de integração: ver tabela A.1 no Apêndice. Os valores entre
parênteses representam o p-valor. Os níveis de significância estatística são representados por: (***) denota 0,01, (**)
denota 0,05, e (*) denota 0,10.
64
Tabela 4.4
Proteção fiscal X “longoprazo” e estrutura de indexação (MQO)
constante longoprazo prefixado ind_selic ind_ipca R2 DW
-0,008 -0,031 -3,988 -4,511 -4,797
Modelo 1 (0,901) (0,865) (0,147) (0,122) (0,102)
0,050 1,590
ρW * , R*VM *
-0,385*** 0,305 -0,928
Modelo 2 (0,000) (0,118) (0,188)
0,087 0,201
Nota: As variáveis foram utilizadas de acordo com sua ordem de integração: ver tabela A.1 no Apêndice. Os
valores entre parênteses representam o p-valor. Os níveis de significância estatística são representados
por: (***) denota 0,01, (**) denota 0,05, e (*) denota 0,10.
65
Tabela 4.5
Proteção fiscal X “longoprazo” e estrutura de indexação (GMM)
constante longoprazo prefixado ind_selic ind_ipca Estatística J R2
-0,040 -0,040 -4,227 -4,707 -4,800 4,818
Modelo 1 (0,720) (0,916) (0,716) (0,683) (0,713) (0,306)
0,041
Nota: As variáveis foram utilizadas de acordo com sua ordem de integração: ver tabela A.1 no Apêndice. Os valores entre
parênteses representam o p-valor. Os níveis de significância estatística são representados por: (***) denota 0,01, (**)
denota 0,05, e (*) denota 0,10.
66
4.3. Conclusão
trabalho foram semelhantes aos encontrados por Faraglia, Marcet, e Scott (2008).
As evidências empíricas sugerem que a gestão da dívida do Brasil foi pouco efetiva
(2008 e 2010), este resultado pode estar relacionado à maior preocupação dos
volatilidade dos preços dos títulos. No entanto, os resultados sugerem que a dívida
choques fiscais.
67
5. Conclusão
juros e valor de mercado da dívida pública sinaliza estabilização dos custos com
(aumento).
primário próxima à zero na maior parte do período. Este resultado evidencia uma
68
entre gestão da dívida pública e promoção da segurança fiscal no Brasil. Apesar dos
maior proteção fiscal, a evidência empírica sugere que a gestão da dívida do Brasil
destes autores, este resultado pode estar relacionado à maior preocupação dos
gestores de dívida em minimizar custos ao invés de risco. Outra razão seria a baixa
nominais dos títulos e a dívida indexada à taxa Selic para reduzir a volatilidade dos
preços dos títulos. Entretanto, os resultados sugerem que a dívida indexada à taxa
69
6. Referências bibliográficas
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Giavazzi, F., Pagano, M. (1990). “Confidence Crises and Public Debt Management”
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71
72
73
7. Apêndice
Tabela A.2
Instrumentos do GMM¹
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
maturidade(-1) maturidade(-3)
maturidade(-1) prefixado(-1) maturidade(-1) maturidade(-2) maturidade(-1) ind_ipca(-1)
β2 prefixado(-1) prefixado(-3)
prefixado(-4) ind_selic(-3)
prefixado(-2) ind_selic ind_ipca ind_selic(-1) ind_selic(-2) ind_ipca(-2) ind_ipca(-3)
vm primario prefixado ind_ipca ind_ipca(-4) ind_selic prefixado
ind_ipca(-1) ind_ipca(-6)
¹ A variável primario corresponde ao déficit primário (disponível em BCB - código 5069), a variável selic a taxa de juros selic (disponível em BCB - código
4189) e a variável ipca corresponde a inflação medida pelo IPCA (disponível em BCB - código 433).
75
Tabela A.3
Instrumentos do GMM¹
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
prefixado(-2) ind_selic(-1)
longoprazo(-1) longoprazo(-2) longoprazo(-1) longoprazo(-2) longoprazo(-1) longoprazo(-2)
ρW * , R*VM * ind_selic(-2) ind_selic(-6)
ind_ipca(-1) ind_ipca(-2)
longoprazo(-3) prefixado(-1) ind_selic ind_selic(-1) prefixado ind_ipca(-1) ind_ipca(-2)
ind_selic ind_selic (-1) ind_ipca ind_ipca prefixado ind_selic vm vm(-1)
maturidade(-3) prefixado(-1)
prefixado(-1) prefixado(-4)
longoprazo(-1) longoprazo(-2) longoprazo(-1) longoprazo(-2) longoprazo(-1) longoprazo(-2)
β2 ind_selic(-2) ind_selic(-3)
ind_ipca(-1) maturidade(-1)
prefixado(-1) ind_selic ind_selic(-1) ind_selic (-2) ind_ipca(-1) ind_ipca(-2)
prefixado(-2) ind_selic (-1) vm prefixado(-1) ind_ipca ind_ipca(-3) prefixado ind_selic
maturidade(-2)
¹ A variável primario corresponde ao déficit primário (disponível em BCB - código 5069), a variável selic a taxa de juros selic (disponível em BCB - código
4189) e a variável ipca corresponde a inflação medida pelo IPCA (disponível em BCB - código 433).
76