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Autoria:
Davi Oliveira
Edição do Autor:
2018
1ª Edição
Morro Agudo-Sp
Lucas 18:9-14
Eu quero acreditar que esse fariseu nem sempre foi assim. Talvez no
começo de sua caminhada espiritual havia um verdadeiro amor a Deus
que se perdeu como a maioria dos fariseus. Longe de toda especulação
de sua vida antes do texto, a questão agora é que ele estava duro – Nós
precisamos da ação do Espírito Santo nesse processo de auto-
descoberta. É comum os cristãos se apegarem tanto a oração que Deus
convença os ímpios de seus pecados, mas também é comum que
esqueçamos de nos incluir nessa oração. O escritor aos Hebreus diz
sobre isso quando escreve “de modo que nenhum de vocês seja
endurecido pelo engano do pecado.” - Hebreus 3:13
Lidar com nossos próprios pecados é algo tão sério que o salmista
indaga e ora “Quem pode perceber os próprios erros? Purifica-me dos
que ainda não me são claros.” - Salmos 19:12
Temos que estar familiarizados com o assunto para não cair na mesma
armadilha dos fariseus. Existem pecados que progridem
silenciosamente, que ofendem a Deus e a causa de Deus que nunca
percebemos. Muitas vezes, somos tentados em classificar alguns
pecados, como não ofensivos contra Deus o suficiente para colocá-los
em nossas orações de confissão ou então temos uma visão de que eles
são “pequenos pecados”. A menos que sejamos impactados
grandemente pelo poder convencedor do Espírito Santo, somos
impossibilitados de ver a real condição de partes escuras de nossa alma
que precisa de luz. Há pelo menos três tipos de pecados secretos
descritos na Bíblia.
O primeiro tipo de pecado secreto está no sentido de escondidos por nós
mesmos. Temos alguns exemplos como Acã escondendo a capa
babilônica (Josué 7:29-25), e o caso de Ananias e Safira (Atos 5:1-10).
Nós temos um grande alerta sobre esse tipo de pecado – “O que encobre
as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa,
alcançará misericórdia.” - Provérbios 28:13
O segundo tipo de pecado secreto, está no sentido de aquilo que está
escondido até mesmo de nós [exceto de Deus]. É possível servir ao
Senhor e ainda assim não ter dimensão de quão miserável é o que
carrega nosso coração, e quão grandiosa é a graça de Deus que tem sido
paciente conosco. Nós podemos ser enganados por nossa aparência de
piedade. Mas nossa performance não é nada. Isaias já era profeta, mas
quando viu a glória de Deus, disse “Ai de mim, que vou perecendo”.
Isso representa como pecados desconhecidos podem ser perigosos para
a alma, principalmente porque eles sempre escapam de nossa
observação. Existem pecados em nós que temos absoluta noção que
estamos lutando contra. Mas existem outros pecados que nós achamos
que somos pessoas boas demais para cometê-los. Esses pecados
perigosos são muitas vezes incentivados por nós mesmos, como parte
de nossa personalidade. Quase não fazem cócegas na consciência
porque são suáveis e necessários na perspectiva da carne. Não é de se
estranhar que nós trocamos os nomes desses pecados, numa estranha
forma de mantê-los. Nós chamamos avareza de “economia para tempos
difíceis”, Não há problema com a mentira, desde que seja para “tirar
proveito”. No lugar de vingança nós colocamos algo como “deixe de ser
bobo”. Ou então nós espiritualizamos, usando termos como “inveja
santa”. É claro que há exceções e contexto, mas há vários momentos
que nós alimentamos vaidade sob o codinome "cuidar da saúde ou
aumentar a auto estima". Ou então ofendemos alguém sob a justificativa
de "aliviar a tensão". Trocamos a palavra orgulho por “desempenho”.
Assim poderemos nos encaixar melhor sem engasgar e perceber como
estamos horríveis. O coração é tão enganoso, que alguns pecados estão
completamente anestesiados em nossa consciência – estão lá, mas não
chamam atenção o suficiente para serem combatidos. Eles são tão
perspicazes no engano, que nos iludem a usarmos termos modernos
para mantê-los e inclusive nos fazer sentir confortáveis de chamar de
“nossa personalidade”. Há vários alertas na palavra de Deus sobre o
perigo de esquecermos o corpo de morte que estamos atualmente. É por
isso que todo cristão deve se lembrar da responsabilidade de orar por si
mesmo arduamente, pedindo a misericórdia de Deus e perdão de seus
pecados – Não se esquecendo dos pecados que não fazem alarme.
Ira – Sentir raiva não é pecado, o problema é que nós deixamos a raiva
fazer morada em nosso coração. A Bíblia diz que “Não te apresses no
teu espírito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos.” -
Eclesiastes 7:9 – Muitos de nós tem guardado tanta raiva no coração, e
feito da raiva um ponto forte, quando a Bíblia manda “estremecei de ira,
mas não pequeis, acalmai a vossa raiva antes que o sol se ponha.” -
Efésios 4:26.
Esses pecados cotidianos tem sido nosso sufocamento espiritual – Por
onde escapa toda força que Deus tem depositado em nosso coração para
a caminhada. Eles tem consumido todo fervor que Deus envia através
da oração. Precisamos colocá-los frequentemente em nossas orações,
implorando a Deus para abrir nossos olhos e discerni-los.
O fariseu tinha tanto zelo exteriormente, mas lhe faltou zelo por dentro.
Algumas pessoas sofrem com seus pecados, outros como o fariseu,
sofrem com suas virtudes. Enquanto cuidava de sua “espiritualidade
exterior” o orgulho tomava posse de seu coração descuidado. Se a boca
fala do que o coração está cheio, ele estava dominado completamente.
Uma causa justa ou um mandamento cumprido liderado pelo orgulho se
torna uma afronta aos olhos de Deus, mesmo que sejam concluídos. Se
nossa nova vida, que nos foi dada para glorificar a Deus, se tornar o
palco do “eu” – Deixa de ser evangelho, para ser eu-vangelho. Um
estilo de vida e modo de pensar – onde a motivação que fazemos as
coisas, nos torna sujos – mesmo em situações certas e causas justas e
santas.
O fariseu orgulhoso
O fariseu caiu no pecado do orgulho, para nós não está tão secreto
assim, mas para quem o comete – O orgulho tem capa de invisibilidade
O Espírito Santo nos convida a fazer um auto exame para
arrependermos de como nosso coração tem se deliciado com o orgulho
– É raro detectarmos que estamos lidando com ele. É bem mais fácil
cedermos. O orgulho é tão sagaz que até quando se manifesta, ele não
se parece com orgulho. Ele nasce numa área que quase nenhum de nós
aceitaria passar por revisões e autoexame. Ele começa na ênfase
exagerada do amor próprio. Quando o amor próprio ultrapassa o limite,
nasce o orgulho. Uma vez que alguém se ama mais do que tudo, nada
ao seu redor importa. Elas se amam tanto que não conseguem mais
cumprir qualquer coisa que exija delas algo como - descer do pedestal
de seu amor próprio. A vista lá de cima é agradável demais para abrir
mão.
O fariseu insensível
O fariseu poderia ter ajudado o publicano, mas ele preferiu olhar para
trás, apontar o dedo e dizer “Eu não sou como esse publicano”. Uma
pessoa orgulhosa sempre faz coisas com a intenção de se sobressair
sobre os outros. É bem verdade que, se estamos cegos pela convicção
de que somos o que somos por nós mesmos e não pela graça de Deus, o
próximo passo é desprezar alguém. Razoavelmente se o publicano
estava em falta em todas essas coisas que o outro se gabava – o fariseu
estava alguns passos a frente no sentido de vida espiritual regular. O
publicano até aquele momento não é alguém para se orgulhar, ele sabe
que está errado pela prática comum entre eles de ser abusivo contra seu
povo acerca dos impostos – Mas não cabia ao fariseu destruí-lo, se
engrandecendo ao custo da fragilidade de alguém. O fariseu se
orgulhava de fazer coisas que foi lhe dado graça para fazer. Se nos
orgulhamos de nossa própria força para fazer as coisas de Deus, jamais
vamos olhar com amor para aqueles que ainda não receberam a graça
para fazer o que nós fizemos.
Não podemos ser um peso para os irmãos como o fariseu foi para o
publicano, mesmo os mais fracos - "se ao justo é difícil ser salvo, que
será do ímpio e pecador? " - 1 Pedro 4:18 – Mesmo quando Deus nos dá
mais graça do que a outros, não é para se achar melhor do que eles, é
para servir mais do que eles. O apostolo Pedro experimentou essa
verdade da boca do próprio Cristo quando ouviu “Simão, Simão o diabo
queria cirandar contigo, mas eu roguei por ti para que tua fé não
desfaleça, e tu quando te converteres, fortalece teus irmãos” – Lucas
22:31-32
Percebe-se pela oração do publicano que ele admite que estava fraco –
Foi tripudiado pelo fariseu mesmo sem ter falado qualquer palavra. O
fariseu e a maioria de nós, somos tão lentos em espalhar o amor que
Cristo pede entre suas ovelhas, que é uma coisa perigosa admitir que
está fraco dentro de uma congregação. Qualquer um que arrisque
admitir que está fraco, tem a certeza de que receberá pedras ao invés de
mãos estendidas, nós esquecemos como fazer o trabalho de fortalecer os
irmãos. O amor cristão é uma maleta médica, embora no decorrer da
vida nós trocamos os instrumentos de cura com os de destruição. É por
isso que muitos publicanos tem mais feridas dentro de uma igreja do
que longe dela. Quando deparamos com irmãos fracos, especialmente
quando a salvação deles dá indícios de que pode estar em jogo, nesse
momento também nossa salvação está em teste. É agora que somos
provados se verdadeiramente estão plantandos no amor de Cristo e
aptos para participar da restauração de um irmão. Nossa paciência,
compreensão, disposição, amor e zelo estão em jogo. Eu sei que esse
momento agita a igreja, mas nós não devem ser anti bíblicos quando
tentamos ser bíblicos. Está é a etapa de cumprir alguns mandamentos
como “chorai com os que choram” - [Romanos 12:15], “bem
aventurados os pacificadores, eles serão chamados filhos de Deus”
[Mateus 5:9], “Não destrua o irmão por qual Cristo morreu” - Romanos
14:15 e sejam “entranhavelmente misericordiosos” - I Pedro 3:8.
Sabemos que essas situações desgastam a igreja, mas o apostolo disse
“com espírito de mansidão” – Gálatas 6:1 – Mas também não devemos
cair no erro de Corinto [I Corintios 5:1] e tolerar o pecado. Ele não deve
ser isentado de responsabilidade. A missão da igreja não é ser um
tribunal para os feridos, é tratá-los.
“Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o
céu, mas batendo no peito, dizia: “Deus, tem misericórdia de mim,
que sou pecador”.