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1.

Taxonomia e Classificação
Sífilis é causada por organismos unicelulares do reino Monera, filo
Spirochaetes, classe Spirochaetes, ordem Spirochaetales, família Spirochaetes,
gênero Treponema, espécie Treponema pallidum (sendo esta a espécie mais
conhecida de Treponema), subgênero Treponema pallidum pallidum (a cepas
mais estudadas são a Nichols e Reiter). Há outras subespécies patogênicas
dessa espécie, responsáveis pelas doenças: Bouba, Pinta e Bejel.

2. Genoma
O genoma é composto por DNA circular composto por 1,138,006 pares.
Possui sistema de replicação de DNA, trasncripção, translação e reparação são
funcionais, porém, o sistema enzimático de anabolismo e catabolismo são
diminutos. Analises indicam que cerca de 4,3% do seu genoma seja dedicada
ara codificação de lipoproteínas. Pode modular sua expressão genica conforme
as necessidades geradas pelo ambiente. 46% dos ORFs (open reading frames)
possui ortologos em Borrelia burgdorfer, sendo 76% delas tendo função
biológica predita e 40% são altamente conservadas em outras bactérias (1)

3. Morfologia e Fisiologia
O T. pallidum pallidum é uma bactéria Gram-negativa, móvel, não
formadora de esporos, possuindo 10-15 μm e cerca de 0,15 μm de diâmetro,
com 6 a 14 espirais, sendo tão fino que não é possível ser visto com microscópios
de luz. Estruturalmente composto por citoplasma, membrana celular (rica em
lipoproteínas), uma fina camada de peptidioglicano, uma membrana externa,
possui endoflagelos no espaço para periplasmático, que proporciona o seu
movimento de ondulatório de “saca-rolha”, flexão, translação, contração,
expansão, circunvolução etc, que lhe permitem grande motilidade (2, 3). É um
organismo anaeróbio facultativo ou microaerofilo, extremamente sensível a
variáveis ambientais, como temperatura, humidade, desinfetantes, concentração
de oxigênio e não é possível ser cultivada em meios artificiais, sendo seu único
hospedeiro natural o homem. (2, 4) Sua dependência do hospedeiro vem da sua
limitação metabólica de síntese de aminoácidos e carboidratos, sendo suas
principais fontes de energia a glicólise e a via das Pentoses Fosfato, cujo
intermediário, Ribose-5-Fosfato, pode ser utilizado para formação de
nucleotídeos. (1)
4. Fatores de virulência e patogenicidade
Estudos indicam que esse organismo não possui em sua membrana
externa lipopolissacarídeos (LPS), endotoxina presente em diversas espécies
bacterianas Gram-negativas responsável por reações como febre e inflamação.
Existindo também a possibilidade de haver baixa a densidade de proteínas e
com estruturas antigênicas inertes na membrana externa contribuam para a
ineficiência de do sistema imune a reagirem ao parasita. Também foram
encontradas no seu código genético, genes que codificam proteínas similares a
hemolisinas, porém, ao serem testadas via organismo recombinantes não
apresentaram efeito hemolítico. Sendo assim, não há registros de endotoxina ou
endotoxina nessa espécie. (1, 4)
Possui 12 genes que se acredita serem responsáveis pela codificação de
proteínas porinas (permite a absorção de nutrientes hidrofílicos) e adesinas (liga-
se a fibronectina da célula alvo), possuindo conjuntamente um sistema de
regulação de expressão genica, que regula negativamente a produção de
proteínas as quais o sistema imune já possui resposta e positivamente outras
proteínas. Apresenta também hialuronidase, que melhoram a motilidade da
bactéria no meio orgânico através da hidrolise de ácido hialurônico extracelular,
metaloproteinase-1 responsável pela quebra de colágeno, não somente
facilitando o deslocamento, como também a dispersão por dentre os órgãos, e
mucopolissacaridease, que lisa mucopolissacarídeos presente entra as células
perivasculares e está relacionada com processos de ruptura e trombose
vasculares e consequentemente necrose. (4, 5)
5. Transmissão e infecção
As vias de entrada do T. pallidum no organismo hospedeiro são
pequenas exulcerções no mucosa genital ou anal ocasionadas pelo atrito
decorrente de relações sexuais ou pelo contato da mucosa oral com uma lesão
de um indivíduo contaminado, assim como utilização de seringas e transfusão
de sangue contaminado, porém, duas primeiras formas são as mais comuns.
Após a invasão, o parasita se multiplica e se dissemina através do sistema
linfático e circulatório, atingindo assim diversos órgãos antes mesmo da
manifestação dos primeiros sintomas. A doença também pode ser passada
verticalmente da mãe para o feto, sendo a patologia chamada de Sífilis
Congênita. (4, 5)
6. Patogenia
O desenvolvimento clinico da Sífilis é dividido períodos com propriedades
clinicas, imunológicas e histopatológicas especificas, assim como, um período
de latência. Quanto ao diagnostico, divide-se em sífilis recente (realizado em até
um ano) e tardio (um ano após a infecção). (6)
6.1 Sífilis Primária
Caracterizada pelo aparecimento de um cancro duro ou protossifiloma no
local da inoculação, cerca de 3 semanas após o contato com a carga bacteriana,
aparecendo em homens, geralmente, no sulco balanoprepucial, prepúcio e
meato uretral, enquanto nas mulheres o surgimento ocorre mais comumente nos
pequenos lábios, parede vaginal e colo uterino, porém não são raros o
aparecimento na região anal, cavidade oral e região mamaria. Demonstra-se
inicialmente como pequena lesão solida roseada (pápula), logo após progride
para uma cor vermelha intensa e uma úlcera indolor não hemorrágica,
praticamente sem reação inflamatória que, porém, ao ser pressionada libera um
liquido infeccioso. Nessa fase pode haver aumento no volume de gânglios
linfáticos próximos, mas também são indolores. Mesmo sem tratamento essa
lesão costuma desaparecer cerca de 12 dias, sem deixar cicatrizes e sem o
paciente sentir outros sintomas consideráveis. (2, 6)
6.2 Sífilis Secundária
Caso não seja realizado o tratamento adequado na fase primaria, após
um período de latência de 6 a 12 semanas há o aparecimento de novos
sintomas, que afetarão a pele e outros órgãos por todo o corpo que se
apresentam em forma de surtos. Dermatologicamente, há o aparecimento de
erupções cutâneas (roséola sifilítica) de curta duração que podem ser
confundidas com diversas doenças dermatológicas. Em novos surtos, é
característico da doença o aparecimento de lesões papulosas eritêmato-
acobreadas, de forma circular e planas principalmente nas palmas das mão e
plantas dos pés, enquanto na face as pápulas se apresentam envolta da boca e
nariz. Na região da coxa a virilha, local sujeito a humidade e atrito, e na mucosa
oral, pode se formar lesões vegetantes altamente infecciosas. Relacionado a
infecção também pode haver manifestações como, inflamação os gânglios
linfáticos, lesões nodulares nas mãos e pés, cefalélia, faringite, náuseas, febre
baixa, fadigas, vômitos. Menos frequentemente: hepatoesplenomegalia, gastrite,
laringite, meningite, renite, glomerulonefrite dentre outros sintomas. Em alguns
casos pode haver o desenvolvimento de Sífilis Maligna Precoce, na qual as
lesões dérmicas podem evoluir para necrose e ulcerações e outras sintomas
graves. (2, 6)
6.3 Sífilis Latente
É possível a recuperação dos sintomas relativos as fases anteriores,
porém nesse caso a infecção entra em uma fase assintomáticas com teste
sorológico positivo. Essa fase pode durar anos até evoluir para o estágio
terciário, existindo a possibilidade de o indivíduo morrer sem novas
manifestações. (2, 6)
6.4 Sífilis Terciária
Nessa fase as bactérias podem causar danos em qualquer tecido do
corpo, incluindo o ossos, músculos e fígado, mas os casos mais agressivos são
neurossífilis e sífilis cardiovascular, porém poucos pacientes chegam a sair da
fase latente. (2, 6)
6.4.1 Sífilis Cardiovascular
Em pacientes HIV-negativos a manifestação ocorre cerca de 10 a 40 anos
após a infecção inicial, já que a imunodeficiência humana pode levar ao
desenvolvimento mais rápido e agressivo da doença. O sintoma mais comum é
insuficiência da válvula aórtica, com aneurisma da aorta, tendo como
consequência insuficiência cardíaca, dispneia e possivelmente morte. (2, 6)
6.4.2 Neurossifílis
É possível a invasão bacteriana das meninges em 12 a 18 meses após a
infecção inicial, porém na maioria dos casos há o desaparecimento, mesmo sem
tratamento. Caso a infecção se mantenha, desenvolve-se a neurossifílis, que
pode ser assintomática, porém com anormalidades no liquido cefalorraquidiano,
ou sintomática. As primeiras complicações são as meningéias agudas, que
podem ocorrer até mesmo na Sífilis Secundária em portadores de HIV, que pode
evoluir para sífilis meningovasculares com sintomas similares aos de um
Acidente Vascular Hemorrágico, assim como vertigens, insónias, alterações de
personalidade, convulsões, dentre outros. Pode haver danos na coluna posterior,
medula espinal e gânglios da raiz-dorsal, surgindo assim o quadro clinico
chamado tabes dorsalis (degeneração dos neurônios sensoriais) com
descoordenação dos músculos voluntários, perda de sensações, vômitos súbitos
e lesão do nervo ótico. A fase mas tardia é a neurossifílis gomosa, na qual há o
aparecimento de gomas granulomatosas no SNC, levando a destruição do
tecido. (2, 6)

6.5 Sífilis Congénita


O T. pallidum pode ser transmitido verticalmente durante a gestação,
principalmente durante a gestação, sendo a placenta a principal via de
transmissão ao feto através da microcirculação placentária durante as fases
primária e secundária da sífilis da progenitora. Devido ao sistema que impede o
sistema imune materno de expulsar o feto, o mesmo não é capaz de proteger o
feto da infecção bacteriana. Também é possível a contaminação durante o parto
(2, 6, 4)
“A contaminação do feto pode levar a aborto, óbito fetal ou morte neonatal
em 40% dos conceptos infectados ou nascimentos de crianças com sífilis” (6).
Em caso de sobrevivência, a criança pode nascer baixo peso, febre, cegueira,
surdez e deficiência mental. Assim como a doença adquirida por adulto, a sífilis
congênita também é dividida em fases: precoce, fase na qual as manifestações
patológicas ocorrem nos primeiros 2 anos de vida, e tardia, isso ocorre depois.
Os sintomas mais comuns são lesões na mucosa nasal, por vezes
sanguinolenta, erupções cutâneas na face e extremidades, lesões nos lábios e
no ânus. Porém também pode haver aumento do volume hepático, inflamação
nas epífises e periósteo, anemia e formação de edema, surdez, deficiência
mental, pseudoparalisia, dentre outros. (2, 6)
7. Diagnóstico
Não existe ainda uma técnica de diagnóstico de alta eficácia para todos
os estágios da infecção, porém existem diversos testes que podem ser utilizados
que possuem alta eficácia em determinados estágios. Alguns exemplos são
microscopia de campo escuro, (com qual se analisa o microrganismo coletado
de lesões presentes em fases sintomáticas), teste sorológico especifico (utiliza
a bactéria ou componente do mesmo como antígeno) e VLDR/RPR (procura poe
anticorpos anticardiolipina). (2, 4)
8. Tratamento
O tratamento atual é realizado com penicilina, pois, não somente
apresenta alta eficácia em todos as fases da doença, como também ainda não
foram identificadas cepas com resistência a esse antibiótico. A concentração
sanguínea ótima é de 30 ng/cm³ devendo ser por um tempo do que o de divisão
celular da T. pallidum, que é de aproximadamente 30 horas, já que o mecanismo
de ação do antibiótico interfere na síntese de peptidioglicano. No caso de
neurossifílis, utilizasse penicilina cristalina via endovenosa, pois possui a
capacidade de atravessar a barreira hemato-cefálica. No caso de indivuiduos
com hipersensibilidade a penicilina, pode-se utilizar tetraciclina ou doxiciclina
(impedem a síntese proteica se ligando a subunidade ribossômica 30),
eritromicina ou azitromicina (impedem a síntese proteica se ligando a
subunidade ribossômica 50) e ceftriaxona (inibe a síntese da parede celular).
(2,6).
O processo de prevenção mais efetivo é a quebra do ciclo de transmissão
da doença. Os indivíduos que ainda não possuem a doença devem se proteger
através do uso de camisinha, evitando a abertura de entradas para os
microrganismos, assim como não utilizarem seringas já utilizadas por outros
indivíduos. Aqueles que já estão contaminados devem realizar o tratamento com
antibiótico, utilizar camisinha, assim como evitar o contato de lesões com outros
indivíduos. (2)
9. Conclusão
O Treponema pallidum pallidum é uma bactéria extremamente sensível, que
ainda não foi possível cultivar em laboratório, sendo assim, mesmo tendo seu genoma
completamente sequenciado, ainda existem diversas incertezas sobre as propriedades
de suas proteínas. Apesar de não apresentar nenhum fator de virulência comum, tem
capacidade de causar grandes danos pela sua capacidade de evasão do sistema imune
e gerar danos ao praticamente todos os tecidos do hospedeiro.
Trata-se de uma bactéria, cuja infecção pode durar décadas, levando ou não o
indivíduo a óbito, assim como torná-lo um vetor de transmissão via contato sexual, ou
verticalmente em mulheres gestantes, por todo o seu tempo de vida, mesmo que essa
capacidade minimizada com o passar dos anos.
O uso de camisinha é método direto de proteção mais difundido e possui grande
eficácia, mesmo que essa não seja de 100%, devendo mesmo assim evitar o contato
íntimo com indivíduos portadores de sífilis. E aqueles que são portadores da doença,
devem realizar o tratamento com antibiótico para não somente melhorar a expectativa
de vida do indivíduo, como também evitar que seja responsável pela transmissão da
bactéria.
10. Referencias

(1) 1998, FRASER, Claire. Complete Genome Sequence of Treponema


pallidum, the Syphilis Spirochete
http://science.sciencemag.org/content/281/5375/375?variant=full-
text&sso=1&sso_redirect_count=1&oauth-code=1f7209c5-5316-488c-9c8e-
21b043eb0afb

(2) 2013, FERREIRA, Lino. Infecção por Treponema pallidum: análise


serológica e pesquisa de DNA
https://run.unl.pt/bitstream/10362/9633/1/Ferreira%20Lino%20TM%202013.pdf

(3) 1946, ANTUNES, Mário. DIAGNÓSTICO DA SÍFILIS PELO EXAME EM


CAMPO ESCURO
https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/47029/50751

(4) 2012, CASAL, Charliana. ASPECTOS IMUNOPATOGÊNICOS DA SÍFILIS


MATERNO-FETAL: REVISÃO DE LITERATURA
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3212.pdf

(5) 1999, ARAUJO, Eliete. Sífilis Congênita, Incidência em Recém-Nascidos


http://www.jped.com.br/conteudo/99-75-02-119/port.pdf

(6) 2006, AVELLEIRA, João. Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle


http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a02.pdf

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