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ATUALIDADES E GEOGRAFIA PARA ABIN


PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES

AULA 08 – CONFLITOS I

Olá, como estão os estudos? Espero que vocês continuem motivados


a conquistar seus objetivos e preparados para seguir estudando a todo vapor!
Bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocês um dos mais
complexos assuntos de todo o nosso curso: alguns dos conflitos étnicos e
geopolíticos existentes no mundo! Mas não se desesperem porque
complexidade não está diretamente ligada a dificuldade e sim a atenção.
Digo alguns pois esse assunto é tão grande e complexo que
necessitará de 2 aulas então pay attention, ok?
Para entender a maior parte dos conflitos internacionais,
precisaremos, muitas vezes, compreender suas origens e raízes históricas, que
são tão antigas quanto profundas. A primeira grande dificuldade (e muito
comum) é diferenciar o que é um conflito étnico de um conflito geopolítico.
Sem dúvida alguma, o limite entre um e outro é extremamente tênue, já que
em algum momento as motivações étnicas, políticas e geográficas se
encontram.
O assunto é bastante extenso, pois, infelizmente o que não falta pelo
mundo são conflitos, mas espero que vocês os compreendam da forma mais
direta possível, sem cair na superficialidade.
Tenho certeza que, após lerem esta aula, vocês se sentirão em
condições de compreender muito melhor o panorama geopolítico mundial atual
e sua configuração durante o século XX.
Como vocês já devem ter ouvido falar por aí: “quando o treino é
difícil, o jogo fica fácil...” rsrs
Pois, então, treinemos bastante aqui para, no dia da prova, tirarmos
de letra tudo o que vier, ok?

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CONFLITOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS ÉTNICOS

A Guerra do Afeganistão (1979-1989):

Bem, pessoal, sobretudo nesse momento, quando a coisa voltou a


“ferver” pelas bandas de lá, seria impossível não falarmos da guerra nesse
país, não é mesmo?

Como a maior parte dos conflitos que veremos, este também não
possui origens atuais, entretanto, elas não são tão antigas quanto a dos que se
iniciaram ainda na guerra fria. Assim, devemos ter bem claro que a violência
que atinge o Afeganistão se desencadeou num conflito étnico iniciado há mais
ou menos 30 anos.

O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e tem vivido


grande instabilidade nas últimas décadas contando com uma economia e infra-
estrutura extremamente precárias. Essa região, além de sofrer com guerras e
conflitos internos também foi abalada por desastres naturais como terremotos
e secas, piorando ainda mais as condições de vida da população.

Apesar disso, esse país ocupa uma posição estratégica! Espremido


entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Índia, ao longo da antiga "Rota da
Seda", o Afeganistão foi disputado por vários países durante longo tempo. Pra
vocês terem uma idéia, no século XIX, o país foi disputado tanto pela Rússia
Imperial como pelo império britânico na Índia.

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No final da década de 70, esse país se tornou um importante campo


de batalha da Guerra Fria, sobretudo após o envio de milhares de soldados
soviéticos ao país para garantir a permanência do regime pró-comunista.

Mas num território com tanta diversidade e disputa de poder como o


que estava situado este país um grande confronto era iminente e logo ele
eclodiu, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do Afeganistão.

Em fins da década de 70, quando a União Soviética invadiu o país,


diversos grupos que recebiam o nome genérico de mujahedin combateram o
governo comunista, com o objetivo comum de instaurar um Estado muçulmano
regido pela sharia.

A “lei Sharia”, em rápidas palavras, é a doutrina dos direitos e


deveres religiosos do Islã. Deste modo, um dos exemplos mais fortes de
aplicação dessa lei é a proibição do governo ao uso de roupas ocidentais e a
imposição às mulheres do uso do véu sobre a cabeça em locais públicos.
Outra característica bem marcante no Irã é a ressonância que a lei Sharia tem
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sobre sua população, já que apesar de ser oriunda de uma religião, ela rege o
comportamento civil de toda a sociedade.

Pois bem, após a retirada soviética, em 1989, e a queda do governo


comunista, em 1992, os mujahedin se dividiram. De um lado estava o Talibã,
que se estabeleceu ao sul do país, sendo composto pela etnia Pashtun,
predominante no Afeganistão. Do outro lado ficou a Aliança do Norte, liderada
pelo segundo maior grupo étnico do país, os tadjiques, e pelos uzbeques,
um grupo minoritário.

Estou certa de que, desses dois grupos, vocês todos já ouviram falar
do primeiro, não é mesmo? Enquanto o Talibã é um grupo fundamentalista
bastante ativo, a Aliança do Norte é uma organização político-militar criada
pelo Estado afegão com o objetivo de reunir os diversos grupos afegãos a fim
de combater o Talibã.

A situação interna ainda é agravada pelo fato de as várias tribos


pashtuns terem grandes divisões internas. Essas divisões explicam a
hostilidade do Talibã aos candidatos pashtuns Hamid Karzai e Ashraf Ghani, e
a Abdullah Abdullah, um tajique. Esses três eram candidatos à presidência no
pleito eleitoral de 2009, sendo que Hamid Karzai foi eleito.

Apesar do conflito mais famoso ocorrido no Afeganistão ser o que se


iniciou em 1979, este país foi invadido diversas vezes ao longo de sua história,
tendo suas fronteiras e governo como alvo constante de disputas.

Alexandre o Grande, Czares russos e comunistas foram alguns dos


predecessores dos Estados Unidos na invasão deste local. Entretanto, se os
americanos não obtiveram sucesso na Guerra do Vietnã, no Afeganistão quem
não se deu bem foram os soviéticos!

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A invasão soviética ao Afeganistão aconteceu em 1979 e teve


conseqüências imediatas quando, um ano depois, durante os Jogos Olímpicos
de Moscou, foi organizado pelos EUA um boicote dos principais países do
ocidente aos Jogos. Mas a grande questão que não quer calar é: porque essa
área sempre foi tão invadida e cobiçada por diferentes governos e em
diferentes tempos?

Bem, se observarmos atentamente o mapa deste país veremos que o


Afeganistão é um país asiático, localizado ao centro desse continente e fazendo
fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, China, Paquistão e
Irã. Então, pessoal, se refletirmos sobre os vizinhos, perceberemos que apesar
de não possuir saída para o mar, a localização geográfica do Afeganistão é
privilegiada por dois motivos. Primeiro, porque é um ponto estratégico para o
estabelecimento de relações comerciais, já que se situa entre alguns dos mais
importantes países da Ásia. O segundo é que trata-se de uma área estratégica
de fundamental importância para estabelecer qualquer tipo de domínio na Ásia
Central.

Mas vamos voltar ao conflito iniciado em 1979, ok?

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A Guerra do Afeganistão consistiu em um conflito militar entre a


União Soviética (que apoiava o governo comunista instalado no Afeganistão) e
os mujahidins afegãos (rebeldes que lutavam contra o regime comunista).

Mais uma vez, é preciso perceber quais são as forças políticas


efetivamente engajadas no conflito. A resposta não poderia ser diferente! De
um lado, estavam os EUA (apoiando os rebeldes na tentativa de derrubada do
regime comunista); do outro lado, estava a URSS (tentando manter o status
quo político da região).

A URSS invadiu o Afeganistão em 1979, logo após um golpe de


Estado que objetivava destituir o governo comunista. Opondo-se à URSS
estavam os mujahidins, que se inspiravam na Revolução Xiita do Irã para lutar
pelo controle do Afeganistão.

O Irã, também em 1979, vivenciou a Revolução Xiita, por meio da


qual ascendeu ao poder o fundamentalismo islâmico. Os mujahidins, também
de origem muçulmana, visavam, dessa forma, seguir o exemplo iraniano e
chegar ao poder.

Perceba-se, todavia, que no caso iraniano os fundamentalistas


islâmicos lutaram contra um regime pró-EUA; já no Afeganistão, os
fundamentalistas lutavam para derrubar um regime pró-URSS. Como
percebemos, já na época da Guerra Fria, o Oriente Médio era considerado uma
região estratégica no cenário geopolítico, e por isso EUA e URSS corriam para
se alinhar aos grupos que lhes interessavam naquele momento.

Além do boicote aos jogos Olímpicos, o governo dos EUA passou a


financiar grupos radicais armados islâmicos, na figura dos mujahidins, que
conseguiram forçar a retirada dos soviéticos do Afeganistão.

Com efeito, a Al Qaeda (organização terrorista altamente conhecida)


tem suas raízes nos “guerreiros da fé” mujahidins. Vocês já ouviram dizer que

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Osama Bin Laden foi treinado pelos EUA? Pois é, não se pode dizer que essa
história seja absolutamente verdadeira. No entanto, ela deriva do apoio dado
pelos EUA aos mujahidins durante a Guerra do Afeganistão.

Em 1989, a URSS se retirou do Afeganistão e, logo em seguida,


instalou-se na região um governo islâmico ligado aos mujahidins. A URSS
conhecia assim o “seu próprio Vietnã”.

Com a ocorrência do episódio de 11 de setembro de 2001, os Estados


Unidos declararam guerra ao terrorismo e invadiram o Afeganistão em outubro
de 2001, à revelia do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na invasão
ao Afeganistão, os EUA tiveram o apoio do Reino Unido, Canadá, França e
outros países, além da contribuição da organização armada muçulmana Aliança
do Norte.

O principal objetivo da invasão ao Afeganistão era capturar o


terrorista Bin Laden, o qual tinha apoio do regime dos talibãs. O regime talibã
até foi derrubado, todavia a morte de Osama Bin Laden só foi acontecer no
início do mês de Maio de 2011, ou seja, quase 10 anos depois do atentado aos
EUA.

Assim, no dia 02 de maio, milhares de americanos ( e cidadãos de


todo o mundo) comemoraram a morte de um dos terroristas mais procurados
dos últimos 10 anos.
Por mais jovens ou “desligados” que vocês sejam, estou certa de que
já ouviram falar dessa figura (que se tornou quase uma lenda!) ao praticar um
dos atos terroristas mais chocantes da nossa história.
Ao derrubar as duas torres gêmeas, em Nova York, e danificar parte
do Pentágono, em Washington, o líder da rede terrorista Al Qaeda, Bin Laden,
passou a ocupar o posto de inimigo público número um dos EUA e seus
aliados.

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Todavia, duas coisas devem ficar claras para todos nós. A primeira é
que o mundo não se resume ao Ocidente e muito menos à América - de onde
vem toda a efusividade pela morte do terrorista. Assim, do outro lado do
Atlântico, também existem pessoas se manifestando contra o assassinato de
Osama. Essas pessoas o classificam, inclusive, como um verdadeiro herói do
mundo muçulmano, nos indicando que os conflitos estão longe de terem fim.
Então, pessoal, essa questão nos leva ao nosso segundo ponto que é,
exatamente, pensar que a morte de Bin Laden não só não encerra um ciclo de
violência, como ainda pode resultar numa revitalização de um conflito latente.
E aí, pode ser que tenhamos mais um tumulto no cenário mundial para
“engrossar” nossas aulas futuras...
Essa expectativa surge embasada na explícita tentativa de alguns
muçulmanos de transformar o líder terrorista em mártir e conferir novo ânimo
ao movimento da AL Qaeda. Um exemplo disso foi a primeira manifestação
que reuniu quase mil seguidores, realizada Numa província do Paquistão,
depois de anunciada a morte do terrorista. Do mesmo modo, outros mil
muçulmanos se reuniram dois dias após a morte do líder, em Jacarta, para
orar em massa por Osama, mostrando que nem todo mundo comemora a sua
partida.
Enfim, amigos, o fato é que Bin Laden foi morto, mas o forte
simbolismo de sua existência no mundo não será facilmente eliminado, nem
mesmo por uma potência bélica tão poderosa como os EUA.

Assim, o conflito do Afeganistão já dura mais de 9 anos e a previsão


era que o início da retirada das tropas do país fosse em julho de 2011, porém
a morte de Bin Laden ainda não interferiu diretamente nesses planos.

Vejamos uma questão relacionada ao Afeganistão!

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2-(CESPE/ANTAQ-2009)- O Afeganistão tornou-se alvo da ação dos


EUA desde os atentados de 2001, sob a acusação de que esse país
asiático servia de abrigo para terroristas.

Comentários:

O principal argumento utilizado pelos EUA na invasão do Afeganistão


em 2001 foi a tentativa de capturar Osama Bin Laden, vocês se lembram? Este
terrorista foi acusado pelo governo dos Estados Unidos de ser o grande
idealizador e responsável pelos ataques de 11 de Setembro ocorridos em solo
americano.

Apesar das tropas americanas não terem tido sucesso na captura de


Bin Laden, naquele momento, elas conseguiram destituir o governo islâmico
radical dos Talibã. Portanto a questão está correta.

Atualmente, os líderes Talibãs se uniram a outras facções e vivem


escondidos com o objetivo de manter a instabilidade no país com ataques
terroristas esporádicos e a tomada de reféns. Ainda que o principal líder,
Osama Bin Laden, tenha sido capturado e morto pelos EUA, ainda existem
outros soltos por aí.

A questão nuclear iraniana:

Particularmente duas coisas me chamam a atenção quando penso


nesse país: a riqueza e a instabilidade que parecem características peculiares
ao Oriente médio.

Bom, em primeiro lugar é bom frisar que não se incomodem com a


dificuldade em compreender esse território. A realidade é muito distinta da
grande maioria de nós e, portanto, bem mais difícil de ser compreendida.
Contudo, analisando-a sem pré-julgamentos ou etnocentrismos, temos certeza

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de que venceremos essa barreira cultural e compreenderemos um pouco mais


essa sociedade.

Em janeiro de 79, os islâmicos xiitas do Irã derrubaram o governo


aliado dos Estados Unidos e proclamaram uma Revolução Islâmica. O que isso
significa? Isso quer dizer que a autoridade máxima do país agora estaria
totalmente relacionada com a religião Islâmica, originando, como eles se auto-
intitulam, a República Islâmica. E que espécie de república é essa?

Bem, nesse sistema, o Estado é regido por um líder religioso


denominado aiatolá. Essa figura é a expressão máxima da autoridade no Irã,
uma vez que pertence a ele a palavra final sobre os assuntos mais importantes
do país. Apesar de não ser eleito pela população, ele tem suas decisões
legitimadas pela própria religião. Assim, no Irã temos um Estado teocrático,
onde a religião se confunde com as leis praticadas por todos os cidadãos.
Vocês se lembram que falamos, em rápidas palavras, sobre a “lei Sharia”?

Apesar do Estado ser dirigido por um líder religioso, o sistema político


vigente conta com a existência de organizações políticas, tanto que
possivelmente vocês estão lembrados da polêmica reeleição de Mahmoud
Ahmadinejad, não é mesmo?

Entretanto, quando se fala em Irã devemos nos lembra do impasse


envolvendo esse país e os EUA nos últimos anos. Em 2003, a AIEA anunciou
que o Irã estaria ocultando, há mais de uma década, um programa de
enriquecimento de urânio. Assim, o Irã estaria descumprindo o Tratado de
Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário. Acusado de
planejar produzir armas nucleares secretamente, o governo iraniano nega e
mantém seu programa de enriquecimento de urânio sob a justificativa de
geração de energia.

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Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao eixo do


mal, o Irã passou a sofrer sanções econômicas impostas pela ONU há
aproximadamente 6 anos. No entanto, essas sanções não tiveram ressonância
e não modificaram em nada a postura de Ahmadinejad, que não recuou nas
atividades nucleares. Assim, essa nação tornou-se uma das principais
preocupações dos Estados Unidos e de outras grandes potências que
aspiravam algum interesse político ou econômico na região.

Além de ser acusado de dar apoio a grupos fundamentalistas como o


libanês Hezbollah e o palestino Hamas, o Irã se posiciona totalmente contra
Israel e influencia partidos xiitas no Iraque, contra quem impôs uma das mais
sangrentas guerras das últimas décadas.

Em 2010, o Brasil mediou um acordo firmado entre Turquia e Irã, pelo


qual o governo iraniano concordou em remeter à Turquia 1,2 mil quilos de
urânio a 3,5% e receber urânio enriquecido a 20% para ser usado em reatores
de energia. A troca dessa quantidade de urânio com baixo nível de
enriquecimento por urânio enriquecido representaria um primeiro passo na
solução negociada para a questão nuclear iraniana.

Apesar do acordo, o Conselho de Segurança da ONU aprovou


novas sanções contra o Irã. Vale ressaltar que a aprovação dessa nova
rodada de sanções não contou com o apoio de Brasil e Turquia, que
atualmente são membros temporários do Conselho de Segurança.

Além da questão nuclear, o Irã é acusado de dar apoio a grupos


fundamentalistas como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas. O Irã se
posiciona totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas no Iraque, contra
quem impôs uma das mais sangrentas guerras das últimas décadas.

Assim, em 2011, ou seja, um ano após iniciarem as sanções


internacionais contra o seu país, o então presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad, anunciou que seria produzido urânio enriquecido a 20% nas
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instalações de Fordoo, no Sul do país, para triplicar a capacidade de produção,


apesar das pressões e sanções internacionais aos iranianos.

Para governos democráticos de todo mundo essa decisão foi


entendida como uma provocação ao Ocidente e serviu para reforçar as
preocupações da comunidade internacional face ao que eles classificam como
intransigência do regime iraniano.

No entanto, o atual presidente do pais, vem sinalizando de forma


muito positiva aos países democrático. O clérigo Rohani, considerado um
moderado, foi eleito já no primeiro turno, derrotando três candidatos "linha
dura". O que é um ótimos sinal para a democracia, já que sua eleição marca o
fim de oito anos de poder conservador no Irã. Ainda assim, a tarefa que ele
tem pela frente não é fácil, pois como ele mesmo afirmou existe uma ferida
grande entre EUA e Irã que precisa ser curada. Como podemos percebe este é
mais um conflito que parece iminente, não é mesmo?

3-(FCC/APOFP-2010)- O programa nuclear iraniano foi um dos temas


abordados por Hillary Clinton em sua recente visita ao Brasil. “Nós
debatemos o valor central da não proliferação e o nosso
comprometimento comum de fazer com que o Irã não tenha armas
nucleares”, disse ela. Por outro lado, declarações amplamente
divulgadas tornaram evidente a existência de divergências entre os
EUA e o Brasil relativas à questão nuclear iraniana.
Considere as afirmações:
I. Ao contrário do Brasil, os EUA consideram que as negociações falharam,
portanto o caminho é aprovar mais sanções para impedir que o Irã enriqueça
urânio e possua armas nucleares.

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II. O governo brasileiro é contra sanções e considera que ainda há espaço para
negociar com o presidente Mahmud Ahmadinejad, além de reiterar sua posição
contra a proliferação de armas nucleares.
III. O Brasil, por não ser signatário de acordos contra a proliferação de armas
nucleares, pode manter postura independente e contrária à norte-americana
em relação ao programa nuclear iraniano.
Está correto o que se afirma em:
a) III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Comentários:

A primeira assertiva está correta, pois, apesar do êxito obtido pelo


Brasil nas negociações com o Irã, o governo americano não reconheceu o seu
sucesso pelo fato do Irã continuar o enriquecimento de urânio a 20 %. Este
enriquecimento é considerado inadmissível pelos americanos que por isso,
querem aprovar mais sanções ao Irã.

A segunda assertiva também está correta, já que o governo


brasileiro vinha se posicionando incisivamente contra novas sanções ao Irã,
uma vez que esse governo já havia, inclusive aceitado um acordo com a
Turquia e depois rejeitado pelos EUA.

A terceira afirmação está incorreta, pois o Brasil é signatário dos


acordos contra a proliferação de armas nucleares. Apenas Israel, Paquistão,
Índia e Coréia do Norte não fazem parte deste acordo, mas o Brasil é
signatário desde setembro de 1998. Todavia, independente disso, o Brasil pode
sim manter sua postura independente ou contrária à norte-americana em
relação ao programa nuclear iraniano.

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4- (CESPE/Pesquisador INMETRO-2010)- O Irã, desde a revolução que


derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas relações
internacionais, estando com frequência em destaque devido a conflitos
com outros países. Assinale a opção correta acerca do relacionamento
do Irã com o restante do mundo.
a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,
atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam
apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.
b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã
ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.
c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados
Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em
nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.
d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela
Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em
desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.
e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao
ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa
na área nuclear, seja civil, seja militar.

Comentários:

A letra A está errada. O posicionamento oficial do Irã é que seu


programa nuclear tem unicamente finalidade pacífica. Todavia, a comunidade
internacional contesta essa versão iraniana.

A letra B está correta. De fato, em 2003, a AIEA anunciou que o Irã


estaria ocultando, há mais de uma década, um programa de enriquecimento
de urânio. Assim, o Irão estaria descumprindo o Tratado de Não-Proliferação
de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.

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A letra C está errada. Em 2002, o ex-presidente dos EUA, George W.


Bush, incluiu o Irã entre os países do “eixo do mal”, acusando-o de produzir
armas nucleares. Como à época os EUA levava a cabo uma política de combate
ao terror, a sociedade internacional vislumbrou a possibilidade de um ataque
preventivo contra o Irã.

A letra D está errada. A União Européia é que aprovou sanções (além


das impostas pela ONU!) no setor de petróleo e de gás, limitando os
investimentos europeus no Irã especificamente nessas áreas.

A letra E está errada. Não há proibição de que o Irã realize pesquisas


na área nuclear, desde que destinadas a fins pacíficos

6-(CESPE/ TJ-ES-2011)- O Irã está envolvido em polêmicas


relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de uso dessa
energia para a construção de uma bomba atômica. Com relação a essa
polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados, julgue os próximos
itens.
( ) Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se
comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso
em aplicações de natureza pacífica.
( ) Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de
sanções contra o Irã.
( ) Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas aprovou novas sanções ao Irã.
Comentários:

A primeira assertiva está correta pelo CESPE no gabarito


preliminar. O Brasil mediou um acordo entre Irã e Turquia por meio do qual o
primeiro entregaria urânio e receberia urânio enriquecido, destinado a fins
pacíficos.

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A segunda assertiva está errada. O Brasil votou contra sanções ao


Irã.

A terceira assertiva está correta. De fato, em julho de 2010 foram


aprovadas novas sanções contra o Irã.

Guerra do Iraque

Desde a década de 80, o Iraque se envolveu em três guerras num


intervalo de apenas 25 anos. Bombas vindas de pelo menos três nações
diferentes (Irã, Israel e Estados Unidos) chegaram ao seu território. As causas
de cada conflito mudavam, mas o personagem central era sempre o mesmo:
Saddam Hussein, o “tirano de Bagdá”.

Na primeira vez que o país foi tema de uma reportagem de capa da


Revista Veja, Saddam havia acabado de invadir o Irã. A guerra se estendeu
por anos e teve conseqüências calamitosas para toda a região. Porém, o que
era guerra em um ano tornou-se, no ano seguinte, para espanto do mundo,
uma “firme aliança” denunciada por um jornal britânico.

Após essa nova parceria, Israel bombardeou uma central nuclear no


Iraque para ter certeza de que o déspota iraquiano não teria nenhuma
condição de produzir a bomba atômica. Essa ação militar de Israel só se
propagou e chegou ao conhecimento de seus aliados americanos horas depois
do acontecimento.

Uma década depois, o Iraque, sob o comando do ditador Saddan,


invadiu e ocupou o Kuwait, botando a família real para correr e provocando a
alta do preço do petróleo. A partir disso, Saddan mostrou que, mesmo com a
oposição conjunta dos Estados Unidos e da União Soviética, não desistiria de
sua política expansionista no Oriente Médio.

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Depois do 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos entraram em


alerta total contra seus possíveis inimigos e se lançaram numa infindável
guerra contra o terror. Nesse período, o governo norte-americano conseguiu a
liberação de fundos do orçamento para o investimento em armas no valor de
370 bilhões de dólares. Com tudo isso, eles conseguiram vencer os afegãos,
derrubando o governo Talibã, mas sem capturar o terrorista Osama Bin Laden.
Com o fracasso na captura de Bin Laden, o governo norte-americano
direcionou sua atenção para outros possíveis inimigos dos EUA e é aqui que
começa a nossa história.

Dentre os países do denominado “eixo do mal”, que contava com


países como Irã e Coréia do Norte, estava o Iraque. Este país era comandado
por Saddam Hussein e por isso foi o primeiro a ser investigado pelos EUA.

A partir daí, foi questão de tempo até os americanos iniciarem uma


forte campanha contra as ações militares do governo iraquiano, sob o discurso
da presença de armas de destruição em massa. Após essas denúncias, os EUA
“arranjaram” uma comissão de inspetores das Nações Unidas para verificarem
o estoque de aparelhamentos controlados por Saddam Hussein. Todavia, nada
foi encontrado!

Ainda assim, os EUA formaram uma coalizão militar contra os


iraquianos e, em março de 2003 , juntamente com tropas britânicas, italianas,
espanholas e australianas, deram início à guerra do Iraque com um intenso
bombardeio.

Em pouco tempo, a força de coalizão conseguiu derrubar o governo


de Saddam Hussein e instituir um governo de natureza provisória. Em
dezembro de 2003, o governo estadunidense declarou sua vitória contra as
ameaçadoras forças iraquianas com a captura do ditador Saddam Hussein. A
vitória, apesar de “redimir” as frustradas tentativas de se encontrar Bin Laden,

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estabeleceu um grande incômodo político na medida em que os EUA não


encontraram as tais armas químicas e biológicas.

Apesar disso, o panorama político iraquiano não se estabilizou e os


grupos políticos internos, sobretudo xiitas e sunitas, se enfrentam em conflitos
civis. Embora as tropas americanas continuem na região sob o discurso de
ajudar na resolução dos conflitos internos, elas se tornaram o principal alvo de
ações terroristas.

Após a ocupação do Iraque pelos EUA, ocorreram eleições em 2005 e


2010. As eleições de 2010 não transcorreram em clima de tranqüilidade, tendo
havido mortos e feridos.

Pois, éh pessoal, foi há exatos dez anos, que os Estados Unidos


deram início a uma das mais guerras polêmicas da sua história e por ser uma
data redondinha, esse acaba sendo um daqueles assuntos que podem ser
“selecionados” pela banca, então é bom dar uma atenção especial né? ;-)

As tropas de combate americanas já se retiraram do Iraque,


permanecendo naquele país cerca de uma centena soldados com o objetivo de
treinar e equipar as equipes de segurança iraquianas, proteger projetos de
reconstrução civil e conduzir “operações limitadas de contraterrorismo”.

9-(CESPE/ANTAQ-2009)- No Iraque, os EUA derrubaram Saddam


Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência
posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e
crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.

Comentários

Esta questão está correta e podemos afirmar que é uma das poucas
que o simples acompanhar dos telejornais nos possibilitaria respondê-la, não é
mesmo?
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Rádio jornal, revista e telejornais. Eles nos trazem a todo momento a


situação atual das tropas americanas no Iraque, suas baixas e a má
repercussão que isso tem tido na opinião pública americana.

10- (CESPE/IRB-2009)- Nas duas vezes em que atacaram militarmente


o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa
resistência da população local, em larga medida incentivada pela
reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos
Estados árabes.

Comentários:

Bem amigos, se durante a segunda invasão do Iraque as tropas


americanas vêm enfrentando grande resistência dos próprios iraquianos,
durante a primeira invasão isso não foi uma verdade. Um dos aspectos
surpreendentes da guerra de 1991 foi exatamente o baixo número de soldados
americanos ou pertencentes à força de coalizão mortos em combate, não
ultrapassando 300 indivíduos, ao contrário dos militares que variaram entre 85
e 100 mil mortos. E qual a diferença ?

Em 1991, os curdos, que desde a década de 70 buscavam sua


independência e sempre eram sufocados pelo regime de Saddan, entram na
esteira da derrota iraquiana na Guerra do Golfo e revoltam-se mais uma vez.
Do mesmo modo, os xiitas que habitavam a região sul também se levantaram,
contra Saddam que fazia do próprio governo iraquiano o principal alvo.

11-(CESPE/Agente Administrativo – UERN-2010)- O Conselho de


Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições
legislativas realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à
unidade do país. Os quinze países-membros do Conselho de Segurança
elogiam, em um comunicado, os iraquianos pela demonstração de
“compromisso com um processo político pacífico, completo e
democrático”. “A votação representa uma etapa importante no
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processo político, que busca estabelecer a unidade nacional do Iraque,


soberania e independência”, afirma o comunicado. Veja Online,
9/3/2010 (com adaptações).
A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.
a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a
invasão americana ocorrida há quase sete anos.
b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve
mortos ou feridos.
c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.
d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.
e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.
Comentários:

A letra A está correta. Após a ocupação do Iraque pelos EUA,


ocorreram eleições em 2005 e em março de 2010. Dessa forma, esse foi o
segundo pleito no país desde a ocupação por forças de coalizão.

A letra B está errada. As eleições não transcorreram em clima de


tranqüilidade, tendo havido mortos e feridos.

A letra C está errada. As eleições contaram com a ampla participação


da população iraquiana, não havendo essa restrição quanto à idade dos
eleitores.

A letra D está errada. Não houve impedimento para que o primeiro-


ministro do Iraque dispute as eleições presidenciais.

A letra E está errada. O atual primeiro ministro do Iraque, Nouri al-


Maliki, é da corrente xiita.

Guerra da Ossétia do Sul:


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Desde o desmantelamento da URSS, entre os anos de 1991 e 1992, a


Ossétia do Sul (após lutar com a Geórgia) declarou sua independência e possui
um governo próprio. Todavia, essa independência não foi reconhecida por
nenhum país e ela luta para não ser reanexada, juntamente com outras
regiões separatistas, ao território da Geórgia.

Mais uma vez será imprescindível recorrermos ao mapa para que


possamos visualizar o conflito ocorrido naquela região!

Bem, a Ossétia do Sul é uma região separatista da Geórgia que


possui apenas 3.900 km2 de extensão e 70 mil habitantes. Mas então por que
uma região tão pequena teima em se separar da Geórgia? Mais uma vez a
história é longa e tem raízes históricas, mas não desanimem porque essa
também é muito legal de se aprender.

Os indivíduos que compõem a Ossétia do Sul são originários das


planícies russas e possuem uma língua própria, identidade e cultura bem
diferentes da dos georgianos. No século XIII, as invasões que ocorriam
naquela região acabaram empurrando os ossetianos para as montanhas do
Cáucaso, ou seja, na fronteira da Geórgia com a Rússia, como podemos
observar no mapa.

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Acontece que esse pessoal que foi empurrado para o sul sempre quis
se juntar à Ossétia do Norte, que é uma república autônoma dentro da
Federação Russa, entenderam? Ai alguns podem perguntar: “mas e os
georgianos que moram nessa região?”

Bem, os georgianos são uma minoria dentro do território da Ossétia


do Sul, representando menos de um terço da população. Ainda assim, a
Geórgia rejeita o nome Ossétia do Sul e prefere chamar a região pelo nome
antigo da principal cidade da região: Samachablo, ou Tskhinvali.

Apesar de suas origens étnicas, esse conflito tem interesses


completamente geopolíticos por dois motivos.

O primeiro é que este pequeno país compõe um corredor que corta


uma das regiões mais ricas em petróleo do mundo. Assim, caso a Ossétia do
Sul se junte à Rússia como deseja, os EUA perderão o controle sobre uma
grande parte da produção, trazendo mais crise e recessão.

Além da questão econômica, há também um segundo fator: o


político. Apesar da queda do muro de Berlim ter simbolizado definitivamente o
fim da Guerra Fria, ainda persiste a disputa entre a Rússia e o imperialismo
americano por um maior controle político e militar da região, ou seja, o conflito
envolve tanto preocupações econômicas, quanto estratégicas.

Desde o cessar-fogo assinado em junho de 1992, tudo apontava para


uma solução política para o conflito. No entanto, sob a justificativa de que
civis estavam morrendo no combate entre as tropas da Geórgia e os rebeldes
separatistas, a região sofreu intervenção militar russa em 2008, numa clara
demonstração de apoio à causa osseta. Essa intervenção do Governo Russo
aproveitou a transmissão mundial da cerimônia de abertura das Olimpíadas de
Pequim para mostrar ao mundo o conflito da região.

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12- (CESPE/STJ-2008-adaptada)- A recente intervenção militar russa


foi justificada por Moscou como de apoio à separatista Ossétia do Sul,
alvo de ataque por parte do poder central da Geórgia.

Comentários:

A Rússia interveio militarmente em 2008 na Ossétia Sul com o fito de


apoiar a causa separatista osseta. Para que possamos memorizar as relações
geopolíticos da região, devemos pensar que a Geórgia tem manifestado
posições pró-ocidentais (a favor dos EUA) e, portanto, contrárias aos
interesses russos. Por tudo isso , a questão está correta.

Conflitos na China

Atualmente, podemos observar o empenho da mídia em divulgar


notícias sobre a China. Paralelo a isso, percebemos um crescente interesse de
estudiosos sobre esse país e um significativo aumento de intercâmbios
econômicos, políticos e culturais de diversos países com essa nova potência,
não é mesmo?

Pois bem, apesar de todo o desenvolvimento econômico que ronda


este país, ele também tem sua história marcada por conflitos e tensões que se
estendem até os dias atuais, como o caso do Tibet e de Taiwan.

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Se observarmos o mapa perceberemos que Taiwan é uma pequena


ilha localizada na Ásia oriental e este território tem mais de 2 mil anos de
história ligada à China. Entretanto, para entender a “pendenga” atual não
precisaremos retroceder tanto no tempo, basta voltarmos à Revolução
Comunista Chinesa ocorrida em 1949.

Naquela ocasião, Mao Tsé-Tung tomou o controle da China


Continental e expulsou o líder nacionalista que ali habitava e defendia
preceitos democráticos. Este líder, Chiang Kai-shek, se retirou para Taiwan e
levou consigo mais de 2 milhões de refugiados, para, no momento oportuno,
ocupar o poder na China por meio de uma invasão.

A partir de então, as duas partes tomaram caminhos diferentes: a


China seguiu pelo caminho comunista inspirando-se na URSS; Taiwan se
aproximou dos EUA, obtendo seu apoio na implantação de um sistema
capitalista na ilha.

A partir dos anos 60, Taiwan mudou o foco de sua política externa e
parou de tentar conquistar o continente, voltando-se apenas para o
reconhecimento de sua independência.

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Todavia, pessoal, foi exatamente nessa época que o mundo ocidental


estava começando a reatar os laços com a China, que acabara de romper com
a URSS. Assim, apoiar Taiwan se tornou uma questão política muito delicada,
já que para conter o avanço soviético, o Ocidente precisava de um bom
relacionamento com a China.

Por essa razão, em 1971, a ONU simplesmente deixou a questão de


Taiwan mal-resolvida, reconhecendo, em 1979 a República Popular da China e
retirando, oficialmente, a proteção militar que fornecia à ilha de Taiwan.
Apesar disso, meses depois alguns laços econômicos foram reatados, incluindo
a venda de armas para a ilha.

Os EUA venderam armas para Taiwan, o que gerou desconforto nas


relações diplomáticas entre americanos e chineses. Isso porque a China não
reconhece a independência de Taiwan, sendo esta considerada uma “província
rebelde”.

Já o Tibete, conhecido como o "teto do mundo" por se situar a mais


de quatro mil metros de altitude, no Himalaia, é um dos países mais religiosos
do mundo. A forte tradição budista é cultuada na submissão à autoridade
suprema do Dalai Lama. O Tibete manteve o status de país independente até a
Revolução chinesa quando Mao Tsé-tung chegou ao poder e promoveu uma
série de “mudanças” no mapa chinês.

Foi nesse período que territórios ao leste do Tibete foram anexados à


China e houve a implantação de medidas para suprimir a identidade cultural
tibetana. Em 1950, a China ocupou efetivamente o território tibetano, mesmo
contra a vontade dos monges budistas que, nove anos depois, se organizaram
para lutar pela autonomia do Tibete. Apenas em 1963 essa região ganhou
status de Região Autônoma, e hoje conta com um governo apoiado pela
China.

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Em meados do mes de Agosto de 2011, o líder espiritual Dalai Lama


foi substituído por líder laico do governo exilado do Tibete, Lobsang Sangay,
que é advogado e jurista de Harvard. Aos 43 anos Sangay assumiu a difícil
missão de substituir Dalai Lama e voltar a negociar com a China. Por sua vez,
Dalai Lama – que permanece como líder espiritual – defendeu a cultura
tibetana em discurso para milhares de pessoas capital da Estônia afirmando
que "O objetivo do Tibete não é sua separação da China, mas o
desenvolvimento da cultura tibetana”.

Pó outro lado, seguindo na linha da chamada Primavera árabe, há


várias semanas, a potência comunista enfrenta violentas manifestações que
colocam em evidência a revolta crescente de boa parte da população contra o
poder.

Os distúrbios foram desencadeados por casos de corrupção, abuso de


poder e expropriações ilegais de terras por parte de autoridades locais, o que
destoa da imagem de "sociedade harmoniosa" preconizada pelo presidente Hu
Jintao, num momento em que o regime tenta evitar ao máximo o contágio das
rebeliões populares dos países árabes.

Vejamos como os principais focos de tensão na China já foram


cobrados em prova!

13- (FCC/APOFP-2010)- Após classificar a relação com os EUA como a


mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,
afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados
pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar
com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington
venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan. (OESP, 15/3/2010)
As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem
porque o

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a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas


que lutam pela liberdade religiosa e política.
b) Dalai-lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e
de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.
c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado
inglês.
d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,
ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia
comunista na China por ser um centro religioso.
e) Dalai-lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida
em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada
uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia

Comentários:

A) Bem, depois de tudo o que lemos aqui ou em outros meios de


comunicação sobre o poderio Chinês podemos afirmar, com toda certeza, que
Taiwan e Tibete não representam nenhuma ameaça efetiva à China, não é
mesmo?

B) Afirmar que o Dalai lama defende o enfrentamento armado é um


erro que, com o mínimo de conhecimento sobre o budismo ou mesmo
assistindo aos noticiários, poderia facilmente ser evitado. Em 1993, esse líder
foi laureado com o prêmio Nobel da Paz justamente pelo seu pacifismo diante
do desejo de liberdade do Tibete.

C) A história do Tibete é marcada por guerras e conquistas,


entretanto, essa região nunca foi um protetorado inglês, e antes de ser
anexado à China possuía governo próprio.

D) Essa assertiva esta incorreta justamente por ter invertido as


coisas. O poderio econômico que vem assustando a economia chinesa pertence
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a Taiwan e não ao Tibete. Do mesmo modo, quem ameaça a ideologia


comunista na China por ser um centro religioso é o Tibete e não Taiwan, como
afirmou a questão.

E) Essa questão está perfeita, pois Dalai-lama é classificado pelo


governo chinês como separatista, justamente por buscar a independência do
Tibete. Taiwan, por sua vez, é considerada uma província rebelde que também
luta por manter sua autonomia.

FGV/MPE-MS/2013-ANALISTA- com adaptações) O Mar da China


Meridional é uma encruzilhada, onde se enfrentam atualmente os
interesses da China, dos EUA e dos países do sudeste asiático.

Com base no mapa, analise as afirmativas e marque a opção


incorreta.
a) A maior presença de navios de guerra e pesqueiros chineses nas
Ilhas Paracel têm causado protestos do Vietnã.
b) A exploração de gás e petróleo, nas águas das Ilhas Spratly e
Paracel, tem sido foco de tensão entre Hanoi e Pequim.

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c) A aproximação entre o Vietnã e as Filipinas tem enfrentado a


oposição dos EUA, favoráveis às aspirações expansionistas de Pequim.
d) As iniciativas chinesas de turismo nas ilhas Paracel também têm
causado protestos do Vietnã.
e) As ilhas possuem grande potencial pesqueiro, e a China, através
de suas províncias, incentiva os pescadores a avançarem sobre a zona de
conflito.

COMENTÁRIOS:
Vamos falar, resumidamente, sobre o conflito em questão e assim
encontraremos a opção incorreta.
A China e o Vietnã já administraram, cada um, uma parte das ilhas
Paracel, mas um conflito em 1974 fez com que Pequim assumisse o controle
de todo o arquipélago, enquanto o Vietnã controla grande parte das maiores
ilhas no arquipélago das Spratly.
A China reclama grande parte do território do Mar do Sul da China,
mas países como as Filipinas, Vietnã, Brunei ou Malásia dizem ter direito a
partes reclamadas por Pequim.
As disputas sobre conjuntos de ilhas na região do Mar do Sul da
China sobem de tom depois de serem conhecidas potenciais reservas de
petróleo o gás nessas zonas.
E por que tanto interesse nessas ilhas? - perguntam vocês. Bem,
pessoal, é que além de ser uma área de grande produtividade pesqueira, a
região tem potenciais reservas de petróleo e gás. Agora ficou mais fácil de
entender o porquê de tanta confusão.
A China decidiu que a cidade de Sanscha seria o centro administrativo
para os arquipélagos de Paracel (controlado pela China) e das Spratly
(controlado pelo Vietnã). Como era de se esperar, a decisão chinesa causou
protestos na capital vietnamita, Hanoi. A China também tem aumentado a
liberdade de suas províncias, que têm incentivado seus pescadores a avançar
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mais nas zonas de conflito, sobretudo forçando-os a modernizar seus navios e


a equipá-los com sistemas de navegação por satélite. Além disso, o governo de
Hainan também tem feito várias tentativas para desenvolver o turismo nas
ilhas Paracel, apesar dos protestos veementes do Vietnã.
A letra A e a letra E falam sobre o potencial pesqueiro e sobre o
incentivo dado pela China aos navios pesqueiros para que avancem sobre a
região das ilhas. Portanto, a letra A e a letra E estão corretas.
A letra B está correta. Já na explicação sobre o conflito, eu já havia
citado o motivo para tanta disputa: petróleo + gás. Essa soma significa
dinheiro, muito dinheiro.
A letra C está errada. Os EUA criticaram a postura de Pequim em
suas tentativas de reivindicar soberania no Mar da China Meridional, ao tempo
que pediram às partes envolvidas que ponham fim à retórica de confronto.
A letra D está correta. O governo de Hainan tem buscado
desenvolver o turismo nas ilhas Paracel e isso tem causado a revolta dos
vietnamitas.

(CESPE/CNJ/2013- Analista Judiciário- com adaptações)A China tem


investido US$ 250 bilhões por ano no que economistas chamam de
capital humano. Assim como os Estados Unidos da América (EUA)
ajudaram a construir uma classe média no final dos anos 40 e início
dos anos 50 do século passado, usando um programa para educar
veteranos da segunda guerra mundial, o governo chinês emprega
recursos para educar milhões de jovens que se mudam das áreas
rurais para as cidades. O objetivo disso é transformar o sistema atual,
em que uma elite minúscula, altamente educada, supervisiona vastos
exércitos de trabalhadores rurais e de operários de fábricas pouco
qualificados.
O Globo, 18/1/2013, p. 30 (com adaptações).

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Tendo o texto acima como referência inicial, e considerando a


crescente importância da China no cenário global contemporâneo, marque a
opção correta:
a) A aposta chinesa na universalização educacional denota outro
aspecto marcante da transformação econômica vivida por esse país asiático na
atualidade: a abertura da economia, incluindo a presença significativa de
capitais privados externos, se faz acompanhar da indispensável abertura
política, mediante a identificação de seu regime de governo com os padrões
ocidentais de democracia.
b) Com peso cada vez maior no mercado global, a China, por ser
detentora de enorme população — que produz e consome — e de todos os
recursos naturais de que necessita para sustentar seu desenvolvimento, tem
sido constantemente acusada de protecionismo, buscando exportar e
praticamente nada importar.
c) Em sua arrancada para promover o desenvolvimento econômico, a
China demonstra ter compreendido uma das exigências centrais da atual
economia globalizada, qual seja, o domínio do conhecimento como condição
essencial para bem situar-se em um cenário econômico altamente competitivo
e impulsionado por incessantes inovações tecnológicas.
d) A experiência chinesa de modernização econômica não
acompanha, em larga medida, situações vividas por muitos outros países no
mundo contemporâneo, em que a industrialização provoca a urbanização da
qualificação, via educação, dos milhões de jovens trabalhadores egressos do
campo.
e) A transformação da China em potência mundial implica
principalmente em mudanças na orientação da economia e poucos
investimentos na educação.

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COMENTÁRIOS
Pessoal, eu sempre vou analisar cada item para encontrar a resposta
certa, ok? Assim, enquanto resolvemos a questão, vamos aprendendo outros
aspectos do assunto. Então, vamos lá.
A letra A está errada. Essa pergunta foi para ajudar, não foi? Falar
que a China está num processo de abertura política é até engraçado.
Só para se ter uma ideia, o Partido Comunista Chinês (PCC) tem 66
milhões de membros e o título de maior partido político do mundo, governa a
China desde 1949, sem tolerar oposição e geralmente reagindo de maneira
polêmica em relação a dissidentes.
O partido exerce influência sobre vários aspectos da vida dos
cidadãos chineses: do que aprendem na escola ao que assistem na televisão,
seus empregos, suas casas e até o número de filhos que podem ter. Ou seja,
se isso é abertura política, imaginem o que é ditadura! Eu tenho uma amiga
que morou na China em 2011. Ela me contou, que às vezes, do nada, a
internet ficava dias fora do ar, sem motivo aparente.
A letra B está errada. Ao iniciarmos a leitura das questões, parece
que está tudo bem: China, enorme população, exportação. Mas o erro está em
dizer que a China possui todos os recursos naturais de que necessita. Isso não
é verdade. Tanto que a China importa do Brasil: soja, minério de ferro, óleo
de soja, produtos siderúrgicos, entre outros.
A letra C está correta. No passado, a China cometeu um erro
gravíssimo ao fechar as universidades durante a Revolução Cultural (1966-
1976), mas o erro está sendo corrigido. Já no final da década de 1970, Deng
Xiaoping promoveu avanços tremendos em todos os níveis da educação, em
especial no universitário. De 600 faculdades existentes em 1978 o país passou
para 2 mil em 2008 - e não para de aumentar. No ano de 2000, 40 mil jovens
chineses foram estudar nas melhores universidades do mundo. Isso prova que
a China reconheceu que conhecimento e desenvolvimento andam juntos.

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A letra D está errada. Nessa questão, a banca cooperou e muito.


Voltem no texto do enunciado. Lá está falando exatamente o contrário do que
está sendo proposto nessa assertiva, ou seja, a China está investindo no
capital humana e se ocupando com a educação dos jovens que vêm das áreas
rurais. Na verdade, os chineses já definiram sua arma para dominar o mundo:
a educação. O país realiza uma colossal revolução na preparação de talentos
para ciência e tecnologia, com um arrojado Plano Educacional para 2010-2050.
A China quer eliminar a diferença existente em relação aos Estados Unidos, ao
Japão e à Alemanha e se apronta para ser o líder em pesquisa e
desenvolvimento e, consequentemente, na produção industrial até 2050. Como
uma palavra pode mudar tudo, não é mesmo?
A letra E também está errada e é outra cooperação da banca. No
próprio texto, fala que a China tem investido US$ 250 bilhões por ano no
capital humano. Se isso é pouco investimento, eu não sei o que é muito.
Sendo assim, a letra C é a resposta certa.

A exploração de gás e petróleo, nas águas das Ilhas Spratly e Paracel,


tem sido foco de tensão entre Hanoi e Pequim.
COMENTÁRIOS
A assertiva está certa. Na explicação sobre o conflito, eu já havia
citado o motivo para tanta disputa: pesca abundante+ petróleo + gás. Essa
soma significa dinheiro, muito dinheiro.

A aproximação entre o Vietnã e as Filipinas tem enfrentado a oposição


dos EUA, favoráveis às aspirações expansionistas de Pequim.
COMENTÁRIOS
A assertiva está errada. Os EUA criticaram a postura de Pequim
em suas tentativas de reivindicar soberania no Mar da China Meridional, ao
mesmo tempo em que pediram às partes envolvidas que ponham fim à
retórica de confronto.
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Vamos falar, resumidamente, sobre o conflito em questão e assim


encontraremos a opção incorreta.
A China e o Vietnã já administraram, cada um, uma parte das ilhas
Paracel, mas um conflito em 1974 fez com que Pequim assumisse o controle
de todo o arquipélago, enquanto o Vietnã controla grande parte das maiores
ilhas no arquipélago das Spratly.
A China reclama grande parte do território do Mar do Sul da China,
mas países como as Filipinas, Vietnã, Brunei ou Malásia dizem ter direito a
partes reclamadas por Pequim.
As disputas sobre conjuntos de ilhas na região do Mar do Sul da
China sobem de tom depois de serem conhecidas potenciais reservas de
petróleo o gás nessas zonas.
E por que tanto interesse nessas ilhas? - perguntam vocês. Bem,
pessoal, é que além de ser uma área de grande produtividade pesqueira, a
região tem potenciais reservas de petróleo e gás. Agora ficou mais fácil de
entender o porquê de tanta confusão.
A China decidiu que a cidade de Sanscha seria o centro administrativo
para os arquipélagos de Paracel (controlado pela China) e das Spratly
(controlado pelo Vietnã). Como era de se esperar, a decisão chinesa causou
protestos na capital vietnamita, Hanoi. A China também tem aumentado a
liberdade de suas províncias, que têm incentivado seus pescadores a avançar
mais nas zonas de conflito, sobretudo forçando-os a modernizar seus navios e
a equipá-los com sistemas de navegação por satélite. Além disso, o governo de
Hainan também tem feito várias tentativas para desenvolver o turismo nas
ilhas Paracel, apesar dos protestos veementes do Vietnã.
A letra A e a letra E falam sobre o potencial pesqueiro e sobre o
incentivo dado pela China aos navios pesqueiros para que avancem sobre a
região das ilhas. Portanto, a letra A e a letra E estão corretas.

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A letra B está correta. Já na explicação sobre o conflito, eu já havia


citado o motivo para tanta disputa: petróleo + gás. Essa soma significa
dinheiro, muito dinheiro.
A letra C está errada. Os EUA criticaram a postura de Pequim em
suas tentativas de reivindicar soberania no Mar da China Meridional, ao tempo
que pediram às partes envolvidas que ponham fim à retórica de confronto.
A letra D está correta. O governo de Hainan tem buscado
desenvolver o turismo nas ilhas Paracel e isso tem causado a revolta dos
vietnamitas.

Guerra das Malvinas

A Guerra das Malvinas foi um conflito ocorrido entre Argentina e


Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido
possui o controle dessas ilhas, as quais foram ocupadas em 1982 pela
Argentina.

Essas ilhas se situam a apenas 480 quilômetros do litoral da


Argentina que nunca aceitou este domínio e, em 1982, o ditador argentino
Leopoldo Galtieri invasão com tropas a capital das Malvinas, Stanley. Essa
invasão, que tinha razões políticas evidentes, esperava unir a nação numa
espécie de surto patriótico em apoio a esta iniciativa, o que não ocorreu!

Iniciado no inicio dos anos 80 entre Grã- Bretanha e Argentina, esse


conflito foi bem mais rápido se comparado aos outros que estudamos aqui
hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a
Grã-Bretanha reagiu imediatamente, enviando à região uma força-tarefa com
28 mil combatentes - quase três vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio
dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco mais de dois meses para
encerrar o conflito.

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Com o apoio dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco


mais de dois meses para encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou
apenas voltar para casa e resolver os problemas internos que se amontoavam
por lá!

O fato é que até hoje a Argentina não se conforma em não ter a


soberania das Ilhas Malvinas. Isso é tão evidente que já foi várias vezes usado
como discurso político pela atual presidente da argentina Cristina Kirchner.

Apesar disso, o governo do Reino Unido reiterou, no mês de


Setembro de 2012, que não negociará a soberania das Malvinas "a menos que
os ilhéus assim desejarem," em resposta à presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, que pediu na ONU um "diálogo" sobre a "usurpação ilegal" do
arquipélago.

Em resposta à pressão para que Londres inicie um processo de


negociação para resolver a disputa territorial das ilhas do Atlântico Sul, o
governo das Malvinas convocou o referendo em março de 2013, onde se
perguntou aos moradores se eles queriam que as Malvinas continuassem como
território dependente da Grã-Bretanha. O resultado foi que os moradores são
contra qualquer negociação e não querem passar para a soberania argentina.
Mas isso é legal professora?

Bom, meus amigos, a presidente da Argentina afirma que foi ilegal,


pois este referendo não foi convocado pelas Nações Unidas, nem conta com
sua aprovação ou supervisão, mas o fato é que o que esta organização quer
mesmo é que essa disputa seja resolvida pelas vias diplomáticas e não por
meio de mais um conflito militar.

Veja como esse assunto foi cobrado em prova.

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14-(FCC/APOFP-2010)- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,


em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da
classificação de segurança (confidencial) a toda informação e
documentação vinculada com as operações das Forças Armadas
durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao
"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente. (OESP, 7/1/2010, adaptado)
É correto afirmar:
a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e
documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o
período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes
comuns praticados por militares.
b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente
à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao
confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.
c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos
direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada
por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década
de 1970.
d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já
haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para
a democracia na Argentina.
e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a
abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes
durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.

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Comentários

A letra A está errada. A decisão tomada pela presidente Cristina


Kirchner de abrir ao conhecimento público todos os arquivos do período da
ditadura abrange tanto os crimes e violações aos direitos humanos praticados
pelos militares quanto os praticados pelos civis em resistência ao regime. Com
efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a América
Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil
pessoas tenham desaparecido nas mãos de agentes da repressão.

A letra B está errada. As informações referentes á Guerra das


Malvinas não estão abrangidas, por uma questão de segurança nacional, pela
medida.

A letra C está correta. A medida abre os arquivos da ditadura


argentina, já que considera-se que, passados mais de 25 anos do fim do
regime, não há porque mantê-los afastados do conhecimento público.

A letra D está errada. As Forças Armadas mantiveram os arquivos


sob sigilo.

A letra E está errada. Nem todos os desaparecidos durante o período


da ditadura foram encontrados.

O CONFLITO NO MALI

Vamos tratar de mais um conflito, é o “Conflito no Mali”. Vamos


entender exatamente que conflito é esse e o que está acontecendo!
A intervenção militar francesa começou em 11 de janeiro de 2013
quando os islamitas, que ocupavam o norte do Mali desde março de 2012,
começaram a avançar para o sul.

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O Mali é um país no oeste africano sem acesso ao mar e uma das


nações mais pobres do mundo, foi colônia francesa até sua independência em
1960 e, desde então, tinha muitas dificuldades para se impor em todo o
território. Enquanto exercia maior controle no sul, cortado pelo Rio Níger e
com terras férteis, enfrentava seguidos levantes no Azawad, um inóspito
deserto ocupado pelos nômades tuaregues. A combinação de fragilidade
institucional com uma ampla área sem vigilância era a receita ideal para que
grupos radicais se instalassem sem serem incomodados.
No dia 21 de março de 2012, militares rebelados atacaram diversos
locais da capital Bamako, incluindo o palácio presidencial, a televisão estatal e
quartéis militares. Formaram então um "Comitê Nacional para a Restauração
da Democracia e do Estado" (CNRDE), de declararam, no dia seguinte, que
tinham derrubado o regime de Amadou Toumani Touré. Touré renunciou ao
cargo formalmente no dia 8 de abril, após um acordo entre as facções
golpistas e lideranças da Comunidade Econômica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO). O golpe foi seguido de condenação internacional
unânime.
O Exército assumiu o controle do país acusando o governo de ser
frouxo com os militantes islâmicos e a rebelião tuaregue (povo berbere
nômade). A situação se agravou em maio, quando golpistas atacaram Traoré
em seu escritório, que estava na posição de presidente interino, obrigando-o a
buscar tratamento médico na França.
Certo, temos um golpe de Estado, mas o que gerou todo esse conflito
internacional?
Depois do golpe de Estado, aproveitando a distração dos militares, os
rebeldes fizeram rápidos avanços na sua investida e controlaram o norte do
Mali.
Quando os rebeldes fundamentalistas islâmicos, em nova ofensiva,
entraram na cidade de Konna, no centro do país, o presidente interino recorreu
à França para obter ajuda militar, declarando que os rebeldes queriam ampliar
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suas ''atividades criminais'' e que o país, segundo ele, estava em estado de


emergência.
Antes de tudo vamos tentar entender um pouco sobre esses grupos
rebeldes:
O Movimento Nacional pela Libertação de Azawad (MNLA) e o grupo
islâmico Ansar Dine são os dois principais grupos envolvidos na tomada de
poder no norte do Mali.
Apesar de terem objetivos distintos, o MNLA e o Ansar Dine juntaram
suas forças para realizar combates conjuntos, mas existem séries tensões
entre os dois grupos rebeldes. O MNLA quer a independência da sua terra natal
tuaregue, Azawad, no norte do Mali. Enquanto os guerrilheiros islâmicos do
Ansar Dine e Mujao são grupos que têm conexões com a facção da Al-Qaeda
no norte da África, conhecida como Al-Qaeda no Magrebe Islâmico.
Ansar Dine e Mujao seguem a vertente do Islã adotada pela milícia
Talibã, enquanto a maior parte dos muçulmanos do Mali segue o islamismo
sufi. Os grupos querem impor essa rigorosa e rígida versão da lei islâmica
remanescente do Afeganistão.
Os guerrilheiros islâmicos do Ansar Dine e do Mujao invadiram três
das principais cidades da região, Timbuktu, desde junho, Gao, desde abril, e
Kidal. Os fundamentalistas viram no Mali uma possível base para suas
operações inspirados na al-Qaeda.
E a França, o que tem com tudo isto, já que conflitos na África são
tão comuns?
A França tem um histórico de intervenções militares em suas antigas
colônias em momentos de insurreições, golpes de Estado e instabilidade
política. Mas atualmente vinha preferindo não intervir.
A princípio, em acordo firmado em outubro passado, a França deveria
liderar uma missão européia que daria treinamento e apoio logístico para uma
intervenção feita pelo bloco militar da Comunidade Econômica de Estado de

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África Ocidental (Cedeao). Ou seja, não estava previsto que a França


participaria dos combates.
Então, por que o país mudou de idéia tão subitamente?
A resposta do governo francês é que o próprio governo interino de
Mali pediu a ajuda francesa quando os rebeldes avançaram até assumirem o
controle de Konna, cidade considerada crucial e situada a pouco mais de 680
km da capital malinesa, Bamako. O governo francês temia que os rebeldes
marchassem até Bamako, transformando o Mali no que Hollande chamou de
''um Estado terrorista'', ameaçando o restante da África e da Europa. O
presidente francês tem enfatizado que se o Mali se converter em refúgio de
rebeldes islâmicos, a segurança européia estará em risco.
Mas, além da segurança européia, será que há algo a mais por trás
da decisão francesa de intervir no conflito africano?
Com o aval de uma resolução da ONU, a intervenção estrangeira no
país surgiu como a única alternativa para impedir a tomada de todo o Mali
pelos fundamentalistas. Também serve a importantes interesses econômicos
de Paris. O vizinho Níger é o maior fornecedor de urânio para as usinas
nucleares francesas, responsáveis por 80% da energia da França, e o próprio
norte do Mali é um prêmio pelo qual muitos estão dispostos a lutar, já que, na
região há reservas pouco exploradas de gás natural e petróleo.
O Exército no Mali não tem capacidade de conter a ofensiva rebelde;
a captura recente de Konna, o ponto mais ao norte do país que ainda não
havia caído nas mãos dos militantes islâmicos, funcionou como um grito de
alerta. Sem a ajuda francesa os rebeldes poderiam tomar a capital e isso seria
desastroso não apenas para o Mali, mas para toda a África Ocidental,
ameaçando a estabilidade e as estruturas democráticas de toda a região e
arriscando a segurança de várias nações, já que o objetivo desses grupos é
difundir a guerra santa.

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O Exército francês, junto com a União Africana, entrou em Timbuktu


e controlou os acessos à cidade, mas ainda não está totalmente sob o controle
do exercito de Mali.
Para Tony Pacheco, “países não têm amigos, têm interesses”, há
duas questões por trás da chegada das tropas francesas: uma política e
outra econômica:
1) O presidente François Hollande, que foi eleito em maio de 2012,
enfrenta na França uma popularidade em queda brutal, poucos meses após
sua posse. Ele só tem 37% da aprovação do povo e crê que se saindo vitorioso
na África, terá, ao final, um movimento de união nacional em torno do seu
nome. O pior é que ele está certo: 80% dos franceses apoiam a intervenção.
2) A questão econômica é que a França tem como matriz energética
o átomo (a nossa é a hidroeletricidade). E uma das suas principais fontes de
exploração de urânio está no Níger, levada pela empresa Aréva, a apenas
200 Km do Mali. Quer dizer, qualquer possibilidade de uma vitória islâmica
no Mali, com a criação do novo país Azawad ou com a tomada do Mali inteiro
por muçulmanos, é uma ameaça direta à sobrevivência energética da França.
Além disso, o Mali é um abençoado território riquíssimo em urânio, diamante,
fosfato, ferro, bauxita, manganês e petróleo, além de ser o terceiro maior
produtor de ouro da África, logo após a África do Sul e Ghana.
Embora tenha dado a "independência" aos malineses em 1960, a
França quer continuar explorando as riquezas do país, hoje disputadas com a
China, país cada vez mais presente em toda a África. O único problema do
presidente francês com esta intervenção do Mali, para preservar seu mandato
recém-conquistado e as riquezas minerais que são importantes para a França,
é que o seu país não está em condições financeiras de sozinho, manter um
esforço de guerra a tantos quilômetros de casa. Por isso, pediu ajuda à União
Européia, organização que reúne 27 países europeus.
O presidente francês não teve a solidariedade de nenhum dos outros
26 países, pois todos entendem que o Mali é um problema francês e a França e
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François Hollande são os únicos a ganhar com uma vitória sobre o Islam,
naquela área da África. (Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/2013/01/21/veja-por-
que-franca-estao-tao-interessada-em-proteger-mali)

Apesar da intervenção militar, não se sabe qual será o futuro da


ação no Mali. O complexo cenário no norte da África tem múltiplas facções e
uma sobreposição de grupos étnicos e clãs operando, o que se teme é que os
terroristas tenham se dispersado em meio à população local e depois voltem
para o deserto, mas apenas por algum tempo.
Vamos ver como isso pode ser cobrado em provas!

(Questão inédita/VirginiaGuimaraes/2013) Sobre o conflito no Mali é


incorreto afirmar que:

(A) Vários grupos rebeldes se juntaram, entre eles os grupos do Movimento


Nacional pela Libertação de Azawad (MNLA) e o grupo islâmico Ansar Dine,
com o propósito de tomada do Mali e instauração da lei islâmica sharia pelo
segundo grupo.

(B) A França interveio, pois grupos ligados a Al-Qaeda estavam ameaçando


ataques terroristas ao país devido ao fato de Mali ter sido colônia francesa.

(C) Com o aval da ONU, a intervenção francesa no Malí surgiu como alternativa
para impedir a tomada de todo o país pelos fundamentalistas.

(D) Todo movimento começou com um levante militar que provocou um golpe
de Estado, tirando do poder o então presidente Amadou Toumani Toure, no
inicio de 2012.

(E) Em dezembro do ano anterior, a França rejeitou um pedido de intervenção


da República Centro-Africana, que solicitou que fossem enviadas tropas para
ajudar a conter o avanço rebelde na região. Na ocasião, o líder francês
afirmou: 'Esses dias acabaram'. Mas poucas semanas depois, a França

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interveio no Mali, enviando tropas para a capital, Bamako, e atacando posições


rebeldes

COMENTÁRIOS:

A assertiva incorreta é a B, pois a França não foi diretamente ameaçada


com ataques em seu país, apesar de ter aconselhado seus cidadãos a não
viajarem à Nigéria, por medo de represálias. O que se observa em relação a
motivação francesa, é mais de caráter econômico e político.

(Questão inédita/VirginiaGuimaraes/2013) Não faltam guerras na


África. No momento, pelo menos sete conflitos estão em curso, numa
constante ameaça aos recentes ganhos econômicos e sociais do
continente. Travados em nações miseráveis, costumam receber pouca
atenção do resto do mundo. Por que, então, com o Mali foi diferente e
a crise deixou de ser um problema externo? Busque a assertiva
correta:

(A) Pelos termos de um acordo firmado em outubro passado, a França deveria


liderar uma missão européia que invadiria sua ex colônia com uma intervenção
promovida pelo bloco militar da Comunidade Econômica de Estado de África
Ocidental (Cedeao). Ou seja, estava previsto que a França participaria dos
combates.

(B) Quando aconteceu o Golpe de Estado, que foi o início de todo conflito no
Mali, as tropas justificaram o golpe com a alegação de que o islamismo no Mali
estava perdendo espaço, o que perocupou a França.

(C) A decisão francesa também serve a importantes interesses econômicos de


Paris, já que a vizinha Argélia é a maior fornecedora de urânio para as usinas
nucleares francesas, responsáveis por 80% da energia da França.

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(D) Os grupos islâmicos que invadiram o Mali, têm conexões com a facção da
Al-Qaeda no norte da África, conhecida como Al-Qaeda no Magrebe Islâmico,
cuja especialidade é sequestrar ocidentais em troca de resgates.

(E) Até o momento, o presidente francês, vinha se posicionando como um


estadista antibelicista e seus índices de aprovação caíram para a faixa de 20%.
A tomada do Mali foi estratégica e planejada para aumentar sua popularidade.

COMENTÁRIOS:

Em relação a assertiva A, estava previsto que a França não participaria dos


combates, apenas daria treinamento a uma intervenção promovida pelo bloco
militar da Comunidade Econômica de Estado de África Ocidental (Cedeao).

As tropas que promoveram o golpe militar que iniciou o conflito, justificaram o


golpe com a alegação de que o governo havia fracassado no confronto contra a
rebelião tuaregue. Os rebeldes aproveitaram esse vácuo de poder para tentar
controlar o país.

A afirmação C estaria correta se o nome do país descrito fosse Níger e não


Argélia, apesar desta também fazer fronteira com o Malí.

A alternativa D é a correta, pois os grupos islâmicos do Ansar Dine e do Mujao


têm conexões com a Al-Qaeda. François Hollande, teve sua popularidade
aumentada depois da intervenção no Mali, mas isso foi conseqüência de sua
atitude e não o motivo para tal.

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Estados Unidos e Coréia do Norte

Bom, pessoal, vamos finalizar nossa aula com um outro conflito que
que ocupou a mídia do mundo todo e colocou muitos países em estado de
alerta: a ameaça que Córeia do Norte emitiu aos E.U.A. no início do ano de
2013.
Alguns de vocês devem estar se perguntando: O que houve para que
isso acontecesse, quem provocou quem e por que, foi tão sério assim
professora?
Bem, amigos, “tudo” começou por causa de um voo, mas não um voo
qualquer, que ocorreu num ambiente em que a relação entre esses dois países,
há tempos já não é tão amável, né?
Vocês sabiam que a Coréia do Norte é o "adversário mais antigo" dos
Estados Unidos?
Teremos que fazer uma breve retrospectiva histórica. Prometo ser
breve mesmo: rsrs
Ao final da Segunda Guerra Mundial os norte-americanos ajudaram a
dividir a península coreana em Coréia do Sul e Coréia do Norte que até então
era uma colônia do Japão, onde a do Norte foi ocupada pelos russos e os
norte-americanos no Sul, e isto levou a Coréia a um conflito político que levou
à guerra de Coréia e deixou o país em ruínas. O sul enriqueceu, e o norte
empobreceu com o fim da União Soviética.
Avançando no tempo chegamos no ano de 1990. Neste ano a Coréia
do Norte expandiu o seu programa nuclear, e os Estados Unidos emitiram
suspeitas de desenvolvimento de armas de destruição em massa e ameaçou
bombardear essas instalações. Com isso a relação entre os dois países
pioraram e ficaram estremecidas por um bom tempo, sendo que somente em
1994, Jimmy Carter e o líder norte-coreano Kim Il Sung, negociaram o
caminho de volta do limiar da guerra. Para isso, o acordo entre eles exigia que
a Coréia do Norte congelasse o seu programa nuclear em troca de
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carregamentos pesados de óleo combustível dos Estados Unidos e dois


reatores nucleares de água leve a serem construídos por um consórcio
internacional financiado, em grande parte, pelo Japão e a Coréia do Sul, e
também se comprometeram a avançar em direção à plena normalização das
relações diplomáticas.
Com a morte do líder norte-coreano Kim Jong-il,(dez/11) a sucessão
ficou para seu filho Kim Jong-n,(30 anos) que somente em fevereiro de 2012,
iniciou com os Estados Unidos um primeiro contato oficial, cujo principal tema
foi a desnuclearização na península coreana, e outras questões, como a não-
proliferação, os direitos humanos e também questões humanitárias.
A Coréia do Norte é um Estado comunista, e sua economia
inicialmente teve um crescimento substancial, mas entrou em colapso na
década de 1990, ao contrário do seu vizinho comunista a China. A Coréia do
Sul surgiu, após décadas de regime autoritário, como uma democracia liberal
capitalista.
Em 12 de Fevereiro de 2013, os 15 membros do Conselho de
Segurança (incluindo China e Rússia) votaram, por unanimidade, o reforço das
restrições financeiras à Coréia do Norte e um aumento da vigilância para
controlar os bens e as mercadorias que entram e saem do país, para que este
não consiga financiamento para alimentar as suas ambições militares e
balísticas. Apesar de benéfica, esta sanção econômica da ONU preocupa os
vizinhos da Coréia do Norte, pois significaria um número ainda maior de
pessoas deixando o país e emigrando para países vizinhos. E no caso de um
conflito militar ou econômico, os Estados Unidos terão dificuldade em
convencer os vizinhos da Coréia do Norte a cooperarem. A Coréia do Sul,
apesar de aliada dos Estados Unidos, deseja manter um bom relacionamento
com a Coréia do Norte.
Em março de 2013, a Coréia do Norte acusou Washington de usar
testes militares conjuntos com a Coréia do Sul como uma plataforma para um
possível ataque nuclear e convencional ao país, e ameaçou fazer mais testes
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de armas nucleares em resposta às sanções impostas pelo Conselho de


Segurança.
Mas e o tal vôo professora? Eu respondo. Não foi um vôo qualquer, e
foi a “gota” d’agua para subir a tensão entre esses dois países. O vôo
aconteceu quando os EUA e a Coréia do Sul praticavam os seus exercícios
militares conjuntos anuais, que envolvia cerca de 15.000 soldados.
Os E.U.A efetuou vôos de bombardeiros B-52 sobre a península
coreana, como parte das manobras conjuntas, causando a ira do ditador Kim
Jong-in , qualificando de "provocação imperdoável" o tal vôo sob o espaço
aéreo sul-coreano. Por isso ameaçou retaliar com uma ação militar deixando
seu exército de prontidão para que se preciso fosse estes atacassem as bases
dos Estados Unidos no Japão.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un diz estar genuinamente
preocupado com um possível ataque ao seu país ou se, ainda inseguro após
substituir seu pai como chefe de estado, tenta mostrar firmeza à população. E
como está o “resto” do mundo? E os países próximos ao continente?
Claro que o mundo está preocupado com as ameaças da Coréia do
Norte e estão se movimentando. Os Estados Unidos estão enviando dois navios
de guerra para a península coreana, e instalando um dos mais modernos
sistemas para derrubar mísseis em pleno vôo na base militar na pequena Ilha
de Guam, que pertence aos Estados Unidos e fica no meio do Oceano Pacífico.
Porém o governo norte-coreano já avisou que, se houver uma guerra, esse é
um dos alvos. No Reino Unido existe uma grande pressão no parlamento para
que não haja cortes nos gastos militares, especialmente na área dos
armamentos nucleares. Os submarinos do programa Trident estão sendo
construídos. Eles disparam um sistema de mísseis considerado muito caro,
mas o governo está cortando gastos em outras áreas, por enquanto.
O “Japão, apesar de acreditar que não se pode permitir a provocação
agressiva da Coréia do Norte”, em resposta às crescentes ameaças do regime
de Pyongyang, disse que vai reforçar a vigilância e que vai "manter uma
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relação estreita com os Estados Unidos, a Coréia do Sul, a China e a Rússia". A


Coréia do Sul afirma que irá reagir rapidamente a um eventual ataque norte-
coreano, agindo como aliada aos E.U.A.
É meus amigos, a parte mais complicada é que não será fácil para os
Estados Unidos atacar a Coréia do Norte, pois bombardear o reator nuclear
espalharia radiação pelo Japão, Coréia do Sul e China, sem contar que, a
Coréia do Norte possui um grande e poderoso exército.
Analistas acreditam que a possibilidade de um ataque nuclear é
muito baixa, mas a Coréia do Norte se diz determinada a produzir mísseis
capazes de atingir os Estados Unidos. Por tudo isso, amigos, esse é mais um
conflito que vale a pena acompanharmos e ir percebendo suas conseqüências
políticas e econômicas para os países envolvidos, ok?

_____________________________________________
Bem, como eu disse no inicio da aula, esse é um assunto bem denso
e que precisa ser “digerido’ com muita calma então, qualquer dúvida que
venha a surgir, não hesitem em usar nosso fórum, ok?
Grande abraço a todos e até a próxima semana na nossa próxima
aula!!! ;- )

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LISTA DE QUESTÕES

1- (CESPE/STJ-2008)- Ao contrário do que se previa há duas décadas,


o fim da Guerra Fria fez recrudescer as tensões do sistema bipolar
mundial, ampliando a rivalidade americano-soviética, como se vê nos
atuais incidentes envolvendo a Geórgia.

2-(CESPE/ANTAQ-2009)- O Afeganistão tornou-se alvo da ação dos


EUA desde os atentados de 2001, sob a acusação de que esse país
asiático servia de abrigo para terroristas.

03-(FCC/APOFP-2010)- O programa nuclear iraniano foi um dos temas


abordados por Hillary Clinton em sua recente visita ao Brasil. “Nós
debatemos o valor central da não proliferação e o nosso
comprometimento comum de fazer com que o Irã não tenha armas
nucleares”, disse ela. Por outro lado, declarações amplamente
divulgadas tornaram evidente a existência de divergências entre os
EUA e o Brasil relativas à questão nuclear iraniana.
Considere as afirmações:
I. Ao contrário do Brasil, os EUA consideram que as negociações falharam,
portanto o caminho é aprovar mais sanções para impedir que o Irã enriqueça
urânio e possua armas nucleares.
II. O governo brasileiro é contra sanções e considera que ainda há espaço para
negociar com o presidente Mahmud Ahmadinejad, além de reiterar sua posição
contra a proliferação de armas nucleares.
III. O Brasil, por não ser signatário de acordos contra a proliferação de armas
nucleares, pode manter postura independente e contrária à norte-americana
em relação ao programa nuclear iraniano.
Está correto o que se afirma em:
a) III, apenas.
b) II e III, apenas.

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c) I, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

04- (CESPE/Pesquisador INMETRO-2010)- O Irã, desde a revolução


que derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas
relações internacionais, estando com frequência em destaque devido a
conflitos com outros países. Assinale a opção correta acerca do
relacionamento do Irã com o restante do mundo.
a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,
atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam
apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.
b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã
ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.
c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados
Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em
nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.
d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela
Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em
desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.
e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao
ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa
na área nuclear, seja civil, seja militar.

05-(CESPE/ TJ-ES-2011)- O Irã está envolvido em polêmicas


relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de uso dessa
energia para a construção de uma bomba atômica. Com relação a essa
polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados, julgue os próximos
itens.

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( ) Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se
comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso
em aplicações de natureza pacífica.
( ) Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de
sanções contra o Irã.
( ) Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas aprovou novas sanções ao Irã.
06-(CESPE/ANTAQ-2009)- No Iraque, os EUA derrubaram Saddam
Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência
posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e
crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.

07- (CESPE/IRB-2009)- Nas duas vezes em que atacaram militarmente


o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa
resistência da população local, em larga medida incentivada pela
reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos
Estados árabes.

08-(CESPE/Agente Administrativo – UERN-2010)- O Conselho de


Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições
legislativas realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à
unidade do país. Os quinze países-membros do Conselho de Segurança
elogiam, em um comunicado, os iraquianos pela demonstração de
“compromisso com um processo político pacífico, completo e
democrático”. “A votação representa uma etapa importante no
processo político, que busca estabelecer a unidade nacional do Iraque,
soberania e independência”, afirma o comunicado. Veja Online,
9/3/2010 (com adaptações).
A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.
a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a
invasão americana ocorrida há quase sete anos.
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b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve


mortos ou feridos.
c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.
d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.
e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.
09- (CESPE/STJ-2008-adaptada)- A recente intervenção militar russa
foi justificada por Moscou como de apoio à separatista Ossétia do Sul,
alvo de ataque por parte do poder central da Geórgia.

10- (FCC/APOFP-2010)- Após classificar a relação com os EUA como a


mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,
afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados
pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar
com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington
venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan. (OESP, 15/3/2010)
As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem
porque o
a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas
que lutam pela liberdade religiosa e política.
b) Dalai-lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e
de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.
c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado
inglês.
d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,
ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia
comunista na China por ser um centro religioso.
e) Dalai-lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida
em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada
uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia

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11-(FCC/APOFP-2010)- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,


em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da
classificação de segurança (confidencial) a toda informação e
documentação vinculada com as operações das Forças Armadas
durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao
"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente. (OESP, 7/1/2010, adaptado)
É correto afirmar:
a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e
documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o
período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes
comuns praticados por militares.
b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente
à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao
confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.
c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos
direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada
por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década
de 1970.
d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já
haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para
a democracia na Argentina.
e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a
abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes
durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.

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