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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: NOÇÕES GERAIS
OUTORGA O COMPETÊNCIA
PODER DE TRIBUTÁRIA
TRIBUTAR
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS
LIMITA O PODER
DE TRIBUTAR
IMUNIDADES
TRIBUTÁRIAS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: NOÇÕES GERAIS
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS
LIMITAÇÕES AO
GARANTIAS
PODER DE CONSTITUCIONAIS
TRIBUTAR DO DO CONTRIBUINTE
ESTADO
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: NOÇÕES GERAIS
“A relação jurídico tributária não é meramente uma relação de poder, pois, como toda
relação jurídica, é balizada pelo direito e, em face da interferência que o poder de
tributar gera sobre o direito de propriedade, o legislador constituinte originário resolveu
traçar as principais diretrizes e limitações ao exercício de tal poder diretamente na
Constituição Federal.” (Ricardo Alexandre, Direito tributário esquematizado, Editora
Método, 2012, p. 76)
Ao lado das imunidades, são limitações constitucionais ao poder de tributar
Necessidade de regulamentação por lei complementar (art. 146, II, CF)
Rol não exaustivo (“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte ...” –
art. 150, caput, CF)
Previstos basicamente nos arts. 150 a 152 da Constituição Federal
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: NOÇÕES GERAIS
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR COMO
CLÁUSULAS PÉTREAS – STF, ADI 939
“2. A Emenda Constitucional n. 3, de 17.03.1993, que, no art. 2º, autorizou a União a instituir o
I.P.M.F., incidiu em vício de inconstitucionalidade, ao dispor, no parágrafo 2º desse dispositivo, que,
quanto a tal tributo, não se aplica "o art. 150, III, b e VI", da Constituição, porque, desse modo,
violou os seguintes princípios e normas imutáveis (somente eles, não outros): 1. - o princípio da
anterioridade, que é garantia individual do contribuinte (art. 5º, par.2º, art. 60, par. 4º, inciso IV e
art. 150, III, b da Constituição); 2. - o princípio da imunidade tributária reciproca (que veda a
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de impostos sobre o
patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que é garantia da Federação (art. 60, par.4.,
inciso I, e art. 150, VI, a, da C.F.); 3. - a norma que, estabelecendo outras imunidades, impede a
criação de impostos (art. 150, III) sobre: b): templos de qualquer culto; c): patrimônio, renda ou
serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,
das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da
lei; e d): livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão” (STF, ADI 939)
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: VISÃO GERAL
PRINCÍPIOS
DE SEGURANÇA
DE LIBERDADE DE JUSTIÇA
JURÍDICA
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: VISÃO GERAL
PRINCÍPIO DE PRINCÍPIO DA
LIBERDADE LIBERDADE DE
TRÂFEGO (150, V)
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
TRIBUTÁRIOS: VISÃO GERAL
LEGALIDADE (150, I)
PRINCÍPIOS DE
SEGURANÇA JURÍDICA
IRRETROATIVIDADE (150, III, “A)
UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA
PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA
(151, I)
PROIBIÇÃO DE TRIBUTAÇÃO
FEDERAL DIFERENCIADA (151, II)
PROIBIÇÃO DE ISENÇÕES
HETERÔNOMAS (151, III)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
PAPEL DO CTN
“Art. 146. Cabe à lei complementar:
(...)
II - regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de
legislação tributária (...)”
O CTN (Lei 5.172/66) foi recepcionado pela Constituição Federal
como lei complementar – o CTN tem status de lei complementar
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
PAPEL DO CTN
REGULAR AS
LIMITAÇÕES
CONSTITUCIONAIS AO
PODER DE TRIBUTAR
CTN ESTABELECER NORMAS
GERAIS EM MATÉRIA
DE LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
PREVISÃO NORMATIVA
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II,
CF)
“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça” (art. 150, I,
CF)
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada” (art. 3º do CTN)
“Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica,
federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição (...)” (art. 150, § 6º, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
FUNDAMENTO
A lei, de forma mediata, é fruto da vontade popular. Assim, a criação
ou majoração de tributo dependem da “aprovação” do povo, já que
somente poderão ocorrer por lei
O princípio da legalidade também prestigia a segurança jurídica, na
medida em que veda a criação ou majoração de tributo por ato
infralegal
Veicula o autoconsentimento popular para a tributação ou
legitimidade popular para a tributação
É o caminho para a democracia fiscal
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
MATÉRIAS SOB RESERVA DE LEI (ART. 97
DO CTN)
“Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária
principal e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo;
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
MATÉRIAS SOB RESERVA DE LEI (ART. 97 DO CTN)
“Somente a lei pode estabelecer:
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de
dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo,
que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.”
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
MATÉRIAS SOB RESERVA DE LEI (ART. 97 DO CTN)
1. Criação e extinção de tributo
2. Aumento e redução de tributo
3. Definição do fato gerador da obrigação tributária principal
e do seu sujeito passivo
4. Fixação da alíquota e da base de cálculo
5. Cominação de penalidade
6. As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA MATÉRIAS SOB
RESERVA DE LEI (ART.
CRIAÇÃO E 97 DO CTN)
EXTINÇÃO
MAJORAÇÃO E
REDUÇÃO
EXCLUSÃO, EXTINÇÃO E
SUSPENSÃO DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
TRIBUTO FATO GERADOR E
SUJEITO PASSIVO
COMINAÇÃO,
DISPENSA E ALÍQUOTA E
REDUÇÃO DE BASE DE
PENALIDADE
CÁLCULO
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE: FIXAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA DA BASE DE CÁLCULO E DA DATA DE
PAGAMENTO DO TRIBUTO
“Não constitui majoração de tributo (...) a
atualização do valor monetário da respectiva
base de cálculo” (art. 97, § 2º, CTN)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE: FIXAÇÃO DA DATA DE PAGAMENTO DO
TRIBUTO
“Quando a legislação tributária não fixar o tempo do
pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias
depois da data em que se considera o sujeito passivo
notificado do lançamento.” (art. 160, CTN)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE: FIXAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO
MONETÁRIA E DA DATA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO
Segundo o STF, não é necessário que a correção monetária do
pagamento de tributo e que a definição da data para pagar o tributo
sejam fixadas em lei
“TRIBUTÁRIO. ICMS. MINAS GERAIS. DECRETOS N.ºS 30.087/89 E 32.535/91, QUE
ANTECIPARAM O DIA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO E DETERMINARAM A
INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DE ENTÃO. ALEGADA OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA ANTERIORIDADE E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.
Improcedência da alegação, tendo em vista não se encontrar sob o princípio da
legalidade estrita e da anterioridade a fixação do vencimento da obrigação tributária;
já se havendo assentado no STF, de outra parte, o entendimento de que a atualização
monetária do débito de ICMS vencido não afronta o princípio da não-cumulatividade
(RE 172.394). Recurso não conhecido.” (RE 195218 MG )
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
FIXAÇÃO DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA
“É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em
percentual superior ao índice oficial de correção monetária” (Súmula
160, STJ)
“Considere a seguinte situação hipotética: Em determinado município, foi promulgada
lei definindo os elementos para a cobrança válida do imposto predial e territorial
urbano (IPTU), que tinha como referência a área construída do imóvel. A lei continha
anexo com os valores do imposto. Dois anos depois da entrada em vigor, a
secretaria municipal de finanças remeteu exposição de motivos ao prefeito,
sugerindo a edição de decreto que atualizasse os valores do imposto, devido à
desvalorização da moeda. Concordando com a exposição de motivos, o prefeito
baixou decreto atualizando monetariamente os valores do IPTU. Nessas
circunstâncias, apesar do princípio da legalidade, o decreto é juridicamente válido”
(CESPE, Procurador do INSS, 1999)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE: ESTABELECIMENTO DE OBRIGAÇÕES
ACESSÓRIAS
“A obrigação acessória decorre da legislação tributária
e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas,
nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos” (art. 113, § 2º, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRICÍPIO DA LEGALIDADE: ALÍQUOTAS
Imposto de importação (II)
Imposto de exportação (IE)
Alteração de alíquotas dentro
Imposto sobre produtos dos limites legais (art. 153, §
industrializados (IPI) 1º, CF) Ato do Poder
Imposto sobre operações Executivo Federal
financeiras (IOF)
Redução ou restabelecimento
CIDE-combustíveis de alíquotas (art. 174, § 4º, I,
b, CF)
Fixação de alíquotas (art. 155,
ICMS-combustíveis Convênio (CONFAZ)
§ 4º, IV, c, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRICÍPIO DA LEGALIDADE: QUADRO GERAL
Majoração ou redução das alíquotas do imposto Art. 153, § 1º, CF
de importação (II), imposto de exportação (IE), São tributos extrafiscais, com viés regulatório,
imposto sobre produtos industrializados (IPI), o que justifica a flexibilidade para a
imposto sobre operações financeiras (IOF), alteração de suas alíquotas, já que a
economia exige respostas rápidas na sua
condução
Redução e restabelecimento da alíquota da CIDE- Art. 177, § 4º, I, b, CF (tributo com caráter
combustíveis extrafiscal)
Fixação de alíquotas do ICMS-combustíveis Art. 155, § 4º, IV, c, CF(tributo com caráter
extrafiscal)
Fixação da data do pagamento do tributo Art. 160, CTN
Regular obrigações acessórias Art. 113, § 2º, CTN
Atualização monetária da base de cálculo do Art. 97, § 2º, CTN
tributo 25
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
ATENUAÇÕES OU EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE: NORMA TRIBUTÁRIA EM BRANCO
O STF entendeu que o desdobramento dos conceitos
indeterminados “atividade preponderante” e grau de risco
“leve”, “médio” e “grave”, para fins de incidência da
contribuição previdenciária para o financiamento das
prestações acidentárias (adicional ao SAT) pode ser feito por
regulamento (decreto), desde que se atente para o conteúdo
da lei, sob pena de se incidir em ilegalidade (Recurso
Extraordinário nº 343.446/SC, Relator Ministro Carlos Velloso)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
LEI INSTITUIDORA OU MAJORADORA DE TRIBUTO
Regra geral: lei ordinária (ou MP)
Exceções: lei complementar
1. Empréstimo compulsório (art. 148, CF)
2. Imposto sobre grande fortuna (art. 153, VII, CF)
3. Imposto residual (art. 154, I, CF) TRIBUTOS
FEDERAIS
4. Contribuição social residual de seguridade social (art.
195, § 4º, c/c art. 154, I, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
PODE HAVER CRIAÇÃO DE TRIBUTO POR MEDIDA
PROVISÓRIA?
Sim, desde que a matéria não esteja sob a reserva de lei
complementar (art. 62, § 1º, inciso III, CF)
“É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (...)
III - reservada a lei complementar” (art. 62, § 1º, III, CF)
“Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II,
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada” (art. 62, § 2º, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
TRIBUTOS QUE NÃO PODEM SER REGULADOS POR
MEDIDA PROVISÓRIA
1. Empréstimo compulsório (art. 148, CF)
2. Imposto sobre grande fortuna (art. 153, VII, CF)
3. Imposto residual (art. 154, I, CF)
4. Contribuição social residual de seguridade social (art. 195, § 4º,
c/c art. 154, I, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
PODE HAVER CRIAÇÃO DE TRIBUTO
POR LEI DELEGADA?
Sim, desde que a matéria não esteja sob a
reserva de lei complementar (art. 68, § 1º, CF)
“Não serão objeto de delegação os atos de
competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos
Deputados ou do Senado Federal, a matéria
reservada à lei complementar” (art. 68, § 1º, CF)
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA
TIPICIDADE CERRADA
TRIBUTOS QUE NÃO PODEM SER REGULADOS POR LEI
DELEGADA
1. Empréstimo compulsório (art. 148, CF)
2. Imposto sobre grande fortuna (art. 153, VII, CF)
3. Imposto residual (art. 154, I, CF)
4. Contribuição social residual de seguridade social (art. 195, § 4º,
c/c art. 154, I, CF)
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...) III - cobrar tributos: (...) b) no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b
(art. 150, III, b e c, CF)
As contribuições sociais [de seguridade social] só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b“ (art. 195, § 6º, CF)
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
A anterioridade nonagesimal ou noventena
somente foi prevista inicialmente para as
contribuições sociais de seguridade social
(art. 195, § 6º, CF)
A EC 42/2003 estendeu a anterioridade
nonagesimal ou noventena aos tributos em
geral (art. 150, III, “c”, CF)
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE:
FINALIDADE
A ideia fundamental do princípio é proteger o
contribuinte contra a imediata aplicação de normas que
aumentem a carga tributária (instituição ou majoração
de tributo)
Evitar a surpresa decorrente da tributação gravosa
Possibilitar o planejamento tributário
Vetor axiológico do princípio da segurança jurídica
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
AMPLITUDO DA EXPRESSÃO
MAJORAÇÃO DE TRIBUTO
Aumento da alíquota de contribuição
Aumento da base de cálculo
Inclusão de novo sujeito passivo
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE:
APLICAÇÃO
Aplica-se somente às leis tributárias gravosas
Segundo o STF, não se aplica nas hipóteses de
extinção ou redução de benefício fiscal e de
extinção de insenção
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
REGRA GERAL
Tributo criado ou majorado em um exercício financeiro somente
poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte (anterioridade de
exercício financeiro), observado o intervalo mínimo de 90 dias entre
a data de publicação da lei e a exigência do tributo (anterioridade
nonagesimal ou noventena)
Por outras palavras, Instituído ou majorado tributo, a cobrança
somente pode ser feita após o transcurso de, no mínimo, noventa dias
da data da publicação da lei instituidora ou majoradora e desde
que já atingido o exercício financeiro subsequente
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
REGRA GERAL
Tributo criado ou majorado em um exercício financeiro somente
poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte (anterioridade
de exercício financeiro), observado o intervalo mínimo de 90 dias
entre a data de publicação da lei e a exigência do tributo
(anterioridade nonagesimal ou noventena)
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
REGRA GERAL
ANTERIORIDADE DE ANTERIORIDADE
EXERCÍCIO FINANCEIRO NONAGESIMAL OU
(EFS) NOVENTENA (90)
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SEGURANÇA
JURÍDICA
NÃO SURPRESA
FINALIDADE
CONFIANÇA/LEALDADE
PLANEJAMENTO
ANTERIORIDADE
DA LEI APLICABILIDADE DIFERIDA DA LEI
TRIBUTÁRIA GRAVOSA
GRAVOSA EFEITOS
INAPLICABILIDADE TEMPORÁRIA
DA LEI GRAVOSA
CLÁUSULAS
CRIAM TRIBUTOS
TEMPORAIS
MAJORAM TRIBUTOS
OBJETO LEIS QUE REVOGAM ISENÇÃO
“EFS” “90”
REDUZEM OU EXTINGUEM
DESCONTO 40
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
1. CRIAÇÃO E MAJORAÇÃO DE TRIBUTO EM 20.11.2012
ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO-AEF=01.01.2013
ANTERIORIDADE NONAGESINAL=19.02.2013
INÍCIO DA COBRANÇA=19.02.2013
2. CRIAÇÃO E MAJORAÇÃO DE TRIBUTO EM 20.08.2012
ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO-AEF=01.01.2013
ANTERIORIDADE NONAGESINAL=19.11.2012
INÍCIO DA COBRANÇA=01.01.2013
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NÃO SE APLICAM A ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO
FINANCEIRO E ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU
NOVENTENA – COBRANÇA IMEDIATA
1. II
2. IE EXTRAFISCALIDADE
3. IOF
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
- IPI
- Contribuição social de seguridade social
- Restabelecimento de alíquota do ICMS-monofásico-
combustível
- Restabelecimento de alíquota da CIDE-combustível
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Imposto de renda
Alterações da base de cálculo do IPTU e do IPVA
44
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: QUADRO GERAL
EXIGÊNCIA IMEDIATA SOMENTE ANTERIORIDADE
SOMENTE ANTERIORIDADE
(NÃO SE APLICA A NONAGESIMAL OU
DE EXERCÍCIO FINANCEIRO
ANTERIORIDADE DE NOVENTENA (NÃO SE
(NÃO SE APLICA A
EXERCÍCIO FINANCEIRO E APLICA A ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE
NEM A ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO
NONAGESIMAL)
NONAGESIMAL) FINANCEIRO)
IOF, II, IE, empréstimo IPI, contribuições sociais Imposto de renda e
compulsório decorrente de seguridade social, alterações da base de
de calamidade pública ou restabelecimento de cálculo do IPTU e do IPVA
guerra e imposto alíquota do ICMS-
extraordinário de guerra combustível,
restabelecimento de
alíquota da CIDE-
combustível 45
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO E O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
GUERRA EXTERNA E
CALAMIDADE EXIGÊNCIA IMEDIATA
PÚBLICA
EMPRÉSTIMO
COMPULSÓRIO
INVESTIMENTO DE ANTERIORIDADE
CARÁTER URGENTE E PLENA
DE RELEVANTE
INTERESSE NACIONAL (EFS + 90)
46
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
47
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NOVENTENA E MEDIDA PROVISÓRIA: CONVERSÃO TOTAL OU
PARCIAL DA MEDIDA PROVISÓRIA EM LEI
“Em se tratando de medida provisória, sua conversão em lei pode dar-se total
ou parcialmente. A conversão é total quando a lei que a realiza mantém, sem
alteração, os dispositivos da medida provisória, dando-lhes eficácia
permanente. Já a conversão é parcial quando a lei que a realiza mantém, sem
alteração, parte dos dispositivos da medida provisória, alterando, porém – por
acréscimo, supressão ou modificação –, a outra parte. Neste último caso, a
medida provisória, em última análise, serve de suporte para a conversão
naquilo em que é mantida, e atua como projeto de lei para permitir as
emendas que, se vierem a ser transformadas em lei, são tidas como preceitos
novos que implicitamente rejeitam a disciplina resultante da medida provisória
no que foi alterado.” (RE 169.740)
48
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
51
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTES DA EC 32/2001 INÍCIO DA
INÍCIO DA CONTAGEM
DO PRAZO COBRANÇA
90 DIAS
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
INÍCIO DA
ANTES DA EC 32/2001 COBRANÇA:
10.10.1999 01.01.2000
09.11.1999 09.12.1999
08.01.2000
REEDIÇÃO REEDIÇÃO
REEDIÇÃO
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NOVENTENA E MEDIDA PROVISÓRIA: NOVA REDAÇÃO
DO ART. 62 DA CF
As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, uma vez por igual
período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as
relações jurídicas delas decorrentes (art. 62, § 3º, CF)
Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver
a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional (art. 62, § 7º,
CF)
Não editado o decreto legislativo regulador das relações jurídicas decorrentes
da edição da medida provisória até sessenta dias após a sua rejeição ou perda
de eficácia, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas (art. 62, § 11, CF)
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
NOVENTENA E MEDIDA PROVISÓRIA
APÓS EC 32/2001
PRORROGAÇÃO
60 DIAS 60 DIAS
INÍCIO DA COBRANÇA
MP 30 DIAS ?
CONTINUIDADE DA
COBRANÇA
DEPENDE DE
CONVERSÃO EM LEI
90 DIAS 55
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO E
MEDIDA PROVISÓRIA
Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e
154, II, [II, IE, IPI, IOF e IEG] só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o
último dia daquele em que foi editada (art. 62, § 2º, CF)
Pelo disposto no art. 62, § 2º, da CF, salvo quanto ao II, IE, IPI, IOF e IEG, a
cobrança de imposto instituído ou majorado por MP só poderá ser realizada
no exercício financeiro seguinte caso haja a sua conversão em lei até o último
dia daquele em que tenha sido editada.
56
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA
TRIBUTOS EM GERAL IMPOSTOS
Cobrança no exercício EXCEÇOES (II, IE, IPI,
REGRA GERAL
IOF e IEG)
financeiro seguinte ao da
edição da medida provisória Cobrança no Não observam o
exercício financeiro princípio da
seguinte ao da anterioridade de
conversão da exercício financeiro
medida provisória
em lei
58
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA
IMPOSTOS EM GERAL
1ª. ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO (ART. 150, III, “B”,
CF) – À EXCEÇÃO DO II, IE, IOF, IEG E IPI
2ª. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (ART. 150, III, “C”, CF) – À
EXCEÇÃO DO II, IE, IOF, IEG, IR E BASE DE CÁLCULO DO IPTU E
IPVA
3ª. INCIDÊNCIA NO DIA PRIMEIRO DE JANEIRO POSTERIOR AO
DA CONVERSÃO DA MP EM LEI (ART. 62, § 2º, CF) - À EXCEÇÃO
DO II, IE, IPI, IOF E IEG
59
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO E MEDIDA PROVISÓRIA
CONVERSÃO EM LEI
MP
90 DIAS 61
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO FINANCEIRO E MEDIDA PROVISÓRIA
MP
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE E A REDUÇÃO
OU EXTINÇÃO DE DESCONTO LEGALMENTE
PREVISTO
Segundo o STF, não configura aumento de tributo a
mera redução ou extinção de desconto legalmente
previsto, razão pela qual não se aplica o princípio
da anterioridade
“5. A redução ou a extinção de desconto para pagamento de tributo sob
determinadas condições previstas em lei, como o pagamento antecipado em
parcela única, não pode ser equiparada à majoração do tributo em questão, no
caso, o IPVA. Não-incidência do princípio da anterioridade tributária. 6. Vencida
a tese de que a redução ou supressão de desconto previsto em lei implica,
automática e aritmeticamente, aumento do valor do tributo devido.” (ADI 4.016)
74
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
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PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
PREVISÃO CONSTITUCIONAL (ART.
150, III, “A” CF)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado
A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF)
79
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
FUNDAMENTO
Garantir a segurança na relação
jurídica tributária, no sentido de
assegurar a prévia cognoscibilidade
da norma jurídica tributária
Consagração da parêmia do tempus
regit actum
80
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
RETROAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA (ART. 106, CTN)
A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída
a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação
ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado
em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei
vigente ao tempo da sua prática.
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PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
82
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
RETROAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA (ART. 144, § 1º, CTN)
APLICA-SE A LEI
VIGENTE NA DATA DO
FATO GERADOR LANÇAMENTO LANÇAMENTO
- -
DATA A DATA B
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PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
JURISPRUDÊNCIA DO STF
Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-
base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que
deve ser apresentada a declaração (Súmula 584 do STF)
Exemplo de aplicação da Súmula: norma vigente, a partir de
dezembro de 2012, majora o IR intencionando atingir a
integralidade da renda auferida na competência de 2012 –
alteração ocorrida em dezembro de 2012 e que se aplica a
todo o exercício de 2012
85
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
JURISPRUDÊNCIA DO STF
“3. Com efeito, a pretensão da ora recorrida, mediante Mandado de Segurança, é a de se abster de
pagar o Imposto de Renda correspondente ao ano-base de 1989, pela alíquota de 18%,
estabelecida no inc. I do art. 1º da Lei nº 7.968, de 28.12.1989, com a alegação de que a
majoração, por ela representada, não poderia ser exigida com relação ao próprio exercício em que
instituída, sob pena de violação ao art. 150, I, a, da Constituição Federal de 1988. 4. O acórdão
recorrido manteve o deferimento do Mandado de Segurança. Mas está em desacordo com o
entendimento desta Corte, firmado em vários julgados e consolidado na Súmula 584, que diz: "Ao
Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício
financeiro em que deve ser apresentada a declaração." Reiterou-se essa orientação no julgamento do
R.E. nº 104.259-RJ (RTJ 115/1336). 5. Tratava-se, nesse precedente, como nos da Súmula, de Lei
editada no final do ano-base, que atingiu a renda apurada durante todo o ano, já que o fato
gerador somente se completa e se caracteriza, ao final do respectivo período, ou seja, a 31 de
dezembro. Estava, por conseguinte, em vigor, antes do exercício financeiro, que se inicia a 1º de
janeiro do ano subsequente, o da declaração. 6. Em questão assemelhada, assim também decidiu o
Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do R.E. nº 197.790-6-MG, em data de 19 de
fevereiro de 1997.” (STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 194612 SC)
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PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 584 DO STF
RETROATIVIDADE PRÓPRIA RETROATIVIDADE IMPRÓPRIA
a lei se aplica a períodos de a lei se aplica a períodos de apuração não concluídos ainda,
apuração já concluídos isto é, a períodos de apuração em curso a partir do início da
quando iniciada a vigência, vigência do diploma normativo. Eis o sustentáculo da Súmula
ou seja, a períodos de 584 do STF: a norma tributária incide quando do término do
apuração já findos. Nesse ano-base, até porque o IR constitui exação de apuração
caso, ocorre uma violação à anual. O IR se encaixa na teoria dos tributos complexivos,
garantia da irretroatividade sinônimo de tributos de período: a hipótese de incidência
tributária. Ex.: norma tributária se concretiza no fim do período, mas leva em
vigente, a partir de janeiro consideração a integralidade do período. Em outras
de 2013, majora o IR palavras: antes do fim do período, inexiste fato gerador
visando a atingir a renda consumado. Logo, a norma impositiva não incide. Contudo, o
auferida na competência de ciclo de formação já começou com a ocorrência dos fatos
2012 econômicos passíveis de exação
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PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
JURISPRUDÊNCIA DO STJ
“Tributário. Imposto de Renda. Ciclo de Formação do Fato Gerador.
Momento da Disponibilidade Econômica ou Jurídica do Rendimento. CTN,
arts. 104, 106, 116 - Decreto-lei 1.967/82. Súmula 584/STF. 1. O fato
gerador do Imposto de Renda identifica-se com a disponibilidade
econômica ou jurídica do rendimento (CTN, art. 116). Inaplicabilidade
da Súmula 584/STF, construída à luz de legislação anterior ao CTN. 2.
A tributação do Imposto de Renda decorre de concreta disponibilidade
ou da aquisição de renda. 3. A lei vigente após o fato gerador, para a
imposição do tributo, não pode incidir sobre o mesmo, sob pena de
malferir os princípios da anterioridade e irretroatividade. 4.
Precedentes jurisprudenciais. 5. Recurso não provido.” (REsp 179966 RS)
88
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PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
“Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios: (...) II - instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos” (art.
150, II, CF)
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” (art. 5º, caput, CF)
90
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA E O
PRINCÍPIO DO PECUNIA NON OLET
Todos aqueles que realizarem o fato gerador do
tributo poderão ser chamados a compor o polo
passivo da relação jurídico-tributária,
independentemente da denominação jurídica dos
rendimentos, títulos ou direitos ou mesmo da
licitude ou ilicitude do fato praticado 91
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA E O
PRINCÍPIO DO PECUNIA NON OLET
“Se o cidadão pratica atividades ilícitas com consistência
econômica, deve pagar o tributo sobre o lucro obtido, para
não ser agraciado com tratamento desigual frente às pessoas
que sofrem a incidência tributária sobre os ganhos
provenientes do trabalho honesto ou da propriedade
legítima” (Ricardo Lobo Torres, Tratado de Direito
Constitucional, Financeiro e Tributário, 2005, p. 372)
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PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA E O PRINCÍPIO
DO PECUNIA NON OLET
“A validade da ação, da atividade ou do ato em Direito Privado,
a sua juridicidade ou antijuridicidade em Direito Penal, disciplinar
ou, em geral, punitivo, enfim, a sua compatibilidade ou não com os
princípios da ética ou com os bons costumes não importam para o
problema da incidência tributária, por isso que a ela é indiferente
a validade ou nulidade do ato privado através do qual se
manifesta o fato gerador: desde que a capacidade econômica
legalmente prevista esteja configurada, a incidência há de
efetivamente ocorrer” (Amílcar de Araújo Falcão, Fato gerador da
obrigação tributária, 2002, p. 45)
93
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA E O
PRINCÍPIO DO PECUNIA NON OLET
O princípio visa dar tratamento isonômico aos detentores de
capacidade contributiva e, ao mesmo tempo, evitar que a
atividade criminosa se configurasse mais vantajosa
“A exoneração tributária dos resultados econômicos de fato
criminoso – antes de ser corolário do princípio da
moralidade – constitui violação do princípio de isonomia
fiscal, de manifesta inspiração ética’ (STF, HC 77.530)
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PRINCÍPIO DA ISONOMIA
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PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
“Sempre que possível, os impostos terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar,
respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte” (art. 145, § 1º, CF) 96
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA (ART. 150, II, CF)
(ART. 145, § 1º, CF)
Sempre que possível, os impostos terão Sem prejuízo de outras garantias
caráter pessoal e serão graduados asseguradas ao contribuinte, é vedado à
segundo a capacidade econômica do União, aos Estados, ao Distrito Federal e
contribuinte, facultado à administração aos Municípios: (...) II - instituir tratamento
tributária, especialmente para conferir desigual entre contribuintes que se
efetividade a esses objetivos, identificar, encontrem em situação equivalente,
respeitados os direitos individuais e nos proibida qualquer distinção em razão de
termos da lei, o patrimônio, os ocupação profissional ou função por eles
rendimentos e as atividades econômicas exercida, independentemente da
do contribuinte denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos
97
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E O PRINCÍPIO DA
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
O princípio da capacidade contributiva
funciona como pressuposto, parâmetro e
limite do poder normativo tributário
99
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
100
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
101
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL DE SEGURIDADE SOCIAL: EQUIDADE NA
FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO
“Compete ao Poder Público, nos termos da lei,
organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos: (...) V - equidade na forma de
participação no custeio” (art. 194, parágrafo único,
inciso V, CF)
102
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS
A progressividade traduz-se em técnica
de incidência de alíquotas variadas,
cujo aumento se dá na medida em que
se majora a base de cálculo do tributo
A progressividade pode ser: fiscal e
extrafiscal
104
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS
Impostos com alíquotas progressivas previstos
na Constituição Federal
IR (progressividade fiscal)
ITR (progressividade extrafiscal)
IPTU (progressividade fiscal e extrafiscal)
105
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS - ITR
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º. O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de
forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas
106
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS - IR
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade,
da universalidade e da progressividade, na forma
da lei;
107
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS -
IPTU
PROGRESSIVIDADE FISCAL
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º,
inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
108
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS - IPTU
PROGRESSIVIDADE EXTRAFISCAL
É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: (...) II - imposto
sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo (art. 182, § 4º, inciso II, CF)
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PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS E IMPOSTOS REAIS
IMPOSTO REAL IMPOSTO PESSOAL
Ocorre quando ele incide sobre algum O imposto é classificado como pessoal quando
elemento econômico de maneira objetiva, não a tributação varia de acordo com aspectos
levando em consideração a situação pessoal pessoais do contribuinte. A tributação será
do contribuinte. Em palavras simples, imposto maior ou menor conforme a capacidade
real é aquele que incide objetivamente sobre contributiva do devedor.
uma coisa, sem levar em conta a pessoa do
contribuinte.
Ex: o IPVA é imposto real e incide sobre a Ex: o IR é pessoal, tendo em vista que a
propriedade de veículos. Assim, se um tributação varia de acordo com as faixas de
milionário possui um "Gol modelo X, ano rendimentos de cada contribuinte e situações
2010" e um indivíduo pobre também possui o particulares (possibilidade de deduções –
mesmo carro, modelo e ano, ambos irão pagar gastos com saúde, número de filhos, gastos do
o mesmo valor de IPVA. educação etc.)
Nos impostos reais, em regra, a capacidade Nos impostos pessoais, a capacidade
contributiva é observada por meio da técnica contributiva, em regra, é observada por meio
da proporcionalidade, segundo a qual as da técnica da progressividade, segundo a
alíquotas são fixas e o que varia é a base de qual as alíquotas são maiores conforme se
cálculo (AL fixa e BC variável). aumenta a base de cálculo (BC varia, AL varia
progressivamente). 110
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS E IMPOSTOS REAIS
PATRIMÔNIO
IMPOSTOS
REAIS
IMPOSTO CONSUMO
IMPOSTOS
RENDA PESSOAIS
111
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS E IMPOSTOS REAIS: POSIÇÃO
ANTERIOR DO STF
É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS
PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS"
DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL
(SÚMULA 656, STF)
É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA
ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000,
ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A
ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA
PROPRIEDADE URBANA (SÚMULA 668)
112
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS E
IMPOSTOS REAIS: POSIÇÃO ATUAL DO STF
O STF decidiu que todos os impostos,
independentemente de sua classificação como
de caráter real ou pessoal, podem e devem
guardar relação com a capacidade
contributiva do sujeito passivo (RE
562.045/RS).
113
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
PROGRESSIVIDADE E IMPOSTOS REAIS
POSIÇÃO ANTERIOR DO STF POSIÇÃO ATUAL DO STF (RE 562.045)
A lei somente pode prever a técnica da progressividade A lei pode prever a técnica da progressividade tanto
para os impostos pessoais, salvo nas hipóteses em que a para os impostos pessoais como também para os reais. O
Constituição Federal expressamente a prevê para § 1º do art. 145 da CF/88 não proíbe que os impostos
impostos reais reais sejam progressivos.
O § 1º do art. 145 da CF/88, de forma implícita, É errada a suposição de que o § 1º do art. 145 da
somente permite a progressividade para os impostos CF/88 somente permite a progressividade para os
pessoais impostos pessoais. Todos os impostos estão sujeitos ao
princípio da capacidade contributiva, mesmo os que não
tenham caráter pessoal, e o que esse dispositivo
estabelece é que os impostos, sempre que possível,
deverão ter caráter pessoal.
Os impostos reais não podem ser progressivos, salvo se O ITCMD (que é um imposto real) pode ser progressivo
expressamente autorizados pela CF/88 (ex: IPTU) mesmo sem que esta progressividade esteja
expressamente prevista na CF/88. Ao contrário do que
ocorria com o IPTU (Súmula 668-STF), não é necessária a
edição de uma EC para que o ITCMD seja progressivo.
No caso dos impostos reais, o princípio da capacidade No caso do ITCMD, por se tratar de imposto direto, o
contributiva é atendido pela técnica da princípio da capacidade contributiva pode ser também
proporcionalidade. Desse modo, para atender ao realizado por meio da técnica da progressividade. Desse
princípio da capacidade contributiva, os impostos reais modo, existem impostos reais que podem ser
devem ser proporcionais e não progressivos. progressivos.
114
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS SELETIVAS - ICMS
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias
e dos serviços;
115
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E ALÍQUOTAS
SELETIVAS – IPI
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do
produto;
116
ICMS IPI
SELETIVIDADE SELETIVIDADE
FACULTATIVA OBRIGATÓRA
117
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
118
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E EXTRAFISCALIDADE: IPTU
É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob
pena, sucessivamente, de: (...) II - imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana progressivo no tempo (art. 182, § 4º,
inciso II, CF)
119
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
ISONOMIA E EXTRAFISCALIDADE: INCENTIVOS FISCAIS
DESTINADOS A PROMOVER O EQUILÍBRIO DO
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO ENTRE AS DIFERENTES
REGIÕES DO PAÍS
É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em
todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência
em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômico entre as diferentes regiões do País (art. 151, I,
CF) 120
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA:
CASUÍSTICA DA JURISPRUDÊNCIA DO STF
“3. Inconstitucionalidade. Ação direta. Emenda Constitucional (EC
nº 41/2003, art. 4º, § único, I e II). Servidor público.
Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à
incidência de contribuição previdenciária. Bases de cálculo
diferenciadas. Arbitrariedade. Tratamento discriminatório entre
servidores e pensionistas da União, de um lado, e servidores e
pensionistas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
outro. Ofensa ao princípio constitucional da isonomia tributária,
que é particularização do princípio fundamental da igualdade.”
(ADIN 3.105)
121
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA: CASUÍSTICA DA
JURISPRUDÊNCIA DO STF
“EMENTA : - Isenção de IPTU, em razão da
qualidade de servidor estadual do Agravante,
postulada em desrespeito da proibição contida
no art. 150, II, da Constituição Federal de
1988.” (AI-AgR 157871 RJ)
122
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA: CASUÍSTICA
DA JURISPRUDÊNCIA DO STF
“TRIBUTÁRIO. COFINS. ART. 8.º E § 1.º DA LEI N.º 9.718/98. ALÍQUOTA
MAJORADA DE 2% PARA 3%. COMPENSAÇÃO DE ATÉ UM TERÇO COM A
CONTRIBUIÇÃO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL, QUANDO O CONTRIBUINTE
REGISTRAR LUCRO NO EXERCÍCIO. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA
ISONOMIA. Por efeito da referida norma, o contribuinte sujeito a ambas as
contribuições foi contemplado com uma bonificação representada pelo direito a
ver abatido, no pagamento da segunda (COFINS), até um terço do quantum
devido, atenuando-se, por esse modo, a carga tributária resultante da dupla
tributação. Diversidade entre tal situação e a do contribuinte tributado unicamente
pela COFINS, a qual se revela suficiente para justificar o tratamento diferenciado,
não havendo que falar, pois, de ofensa ao princípio da isonomia. Não-
conhecimento do recurso.” (RE 336134 RS)
123
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA:
CASUÍSTICA DA JURISPRUDÊNCIA DO STF
“4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei,
por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a
microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade
contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas
cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho
sem assistência do Estado. Ação direta de inconstitucionalidade
julgada improcedente” (ADI 1643)
124
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
“Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar
tributo com efeito de confisco”
125
FUNDAMENTO
O tributo não pode ser usado para
suprimir todos os bens do contribuinte
(esvaziar a propriedade do contribuinte)
e nem para inviabilizar a sua atividade
econômica
126
130
131
133
134
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios: (...) V - estabelecer limitações ao tráfego de
pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público
“É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
sair com seus bens” (art. 5º, XV, CF)
135
FUNDAMENTO
Não é possível tributação diferenciada com o
objetivo de limitar o tráfego de pessoas ou bens
Visa a evitar a guerra fiscal
136
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
GEOGRÁFICA
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
É vedado à União: I - instituir tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio
do desenvolvimento socioeconômico entre as
diferentes regiões do País (art. 151, I, CF)
137
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
GEOGRÁFICA
FUNDAMENTO
Visa proteger o pacto federativo
Os impostos da União têm de ter as
mesmas alíquotas em todo o território
nacional
Exceção: a União pode criar uma área de
incentivos fiscais no território nacional para
estimular o desenvolvimento regional
138
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
GEOGRÁFICA
JURISPRUDÊNCIA DO STF
"Decreto 420/1992. Lei 8.393/1991. IPI. Alíquota regionalizada incidente
sobre o açúcar. Alegada ofensa ao disposto nos arts. 150, I, II e § 3º, e 151, I,
da Constituição do Brasil. Constitucionalidade. O Decreto 420/1992
estabeleceu alíquotas diferenciadas – incentivo fiscal – visando dar concreção
ao preceito veiculado pelo art. 3º da Constituição, ao objetivo da redução das
desigualdades regionais e de desenvolvimento nacional. Autoriza-o o art. 151,
I da Constituição. A alíquota de 18% para o açúcar de cana não afronta o
princípio da essencialidade. Precedente. A concessão do benefício da isenção
fiscal é ato discricionário, fundado em juízo de conveniência e oportunidade do
Poder Público, cujo controle é vedado ao Judiciário. Precedentes." (AI 630.997-
AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-4-2007, Segunda Turma, DJ de
18-5-2007.)
139
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
GEOGRÁFICA
JURISPRUDÊNCIA DO STF
"A Constituição, na parte final do art. 151, I, admite a ‘concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do país’. A concessão de isenção é ato
discricionário, por meio do qual o Poder Executivo, fundado em juízo de
conveniência e oportunidade, implementa suas políticas fiscais e econômicas e,
portanto, a análise de seu mérito escapa ao controle do Poder Judiciário.
Precedentes: RE 149.659 e AI 138.344-AgR." (RE 344.331, Rel. Min. Ellen
Gracie, DJ de 14-3-2003). Não é possível ao Poder Judiciário estender isenção
a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia (RE 159.026)."
(RE 344.331, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 11-2-2003, Primeira
Turma, DJ de 14-3-2003.)
140
141
ISENÇÕES
AUTÔNOMAS HETERÔNOMAS
(AUTONÔMICAS) (HETEROTÓPICAS)
Concedidas pelo ente Concedidas por ente
federado a quem a federado diverso
Constituição atribuiu a daquele que tem
competência para a competência para a
criação do tributo criação do tributo 145
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Art. 152. É vedado aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens
e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino.
149
150
FUNDAMENTO
Como o crédito tributário é parte do
patrimônio público, qualquer benefício
fiscal somente poderá ser concedido
mediante lei (autorização do povo), em
razão do princípio da indisponibilidade do
interesse e do patrimônio público
152
154
EXCEÇÃO
A concessão de benefícios fiscais do ICMS
deve ser precedida de deliberação
conjunta dos Estados e do Distrito Federal,
conforme regulado em lei complementar
(art. 155, § 2º, g, CF)
157
EXCEÇÃO
“TRIBUTÁRIO - IMPOSTOS MUNICIPAIS - ISENÇÃO
CONCEDIDA POR MEIO DE RESOLUÇÃO LEGISLATIVA:
ILEGALIDADE - VIOLAÇÃO DO ART. 176 DO CTN. 1. Nos
termos do art. 176 do CTN, a isenção tributária somente pode
ser concedida mediante lei específica, com exceção do ICMS,
que se dá mediante convênio firmado entre todos os Estados
(art. 150, § 6º c/c 155, § 2º, XII, g, da CF/88). 2. Ilegalidade
da concessão de isenção de tributos municipais por resolução
legislativa. 3. Recurso especial provido” (STJ, Resp 723.575)
158
EXCEÇÃO
“ICMS - SERVIÇOS PÚBLICOS ESTADUAIS PRÓPRIOS,
DELEGADOS, TERCEIRIZADOS OU PRIVATIZADOS DE ÁGUA,
LUZ, TELEFONE E GÁS - IGREJAS E TEMPLOS DE QUALQUER
CRENÇA - CONTAS - AFASTAMENTO - "GUERRA FISCAL" -
AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO. Longe fica de exigir
consenso dos Estados a outorga de benefício a igrejas e
templos de qualquer crença para excluir o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços nas contas de serviços
públicos de água, luz, telefone e gás.” (ADI 3.421)
159
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
A lei determinará medidas para que
os consumidores sejam esclarecidos
acerca dos impostos que incidam sobre
mercadorias e serviços (art. 150, § 5º,
CF)
160
FUNDAMENTO
Desenvolver a cultura da cidadania
fiscal, de modo que o consumidor tenha
conhecimento da carga tributária
embutida no serviço ou bem
161
162
FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO
Visa a evitar a cobrança de tributos em cascata – o tributo incide sobre ele
mesmo
Sempre que um tributo for plurifásico (incidir várias vezes sobre o mesmo
item), cada vez que o tributo for pago em uma etapa dessa cadeia de
circulação ou produção, esse tributo pago gerará um crédito que será
descontado na saída
Aplica-se somente ao IPI, ICMS, contribuições sociais de seguridade social
sobre a receita ou faturamento e do importador de bens ou serviços do
exterior, impostos residuais e contribuições sociais residuais de seguridade
social
163
FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO
“(...) os conceitos de cumulatividade e não-cumulatividade pressupõem
a existência de fatos geradores que componham uma cadeia
econômica, formada por várias operações. Isso porque a não-
cumulatividade visa a evitar o efeito “cascata” da tributação,
compensando-se o valor referente ao tributo recolhido nas operações
anteriores com o valor a ser recolhido na operação ora considerada.
Tem por escopo, indubitavelmente, desonerar o contribuinte da
repercussão econômica que um sistema de tributação cumulativo
acarretaria no preço final do produto.” (Rodrigo Koehler Ribeiro, O
princípio da não-cumulatividade no Direito Tributário Brasileiro)
164
FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO
“(...) os conceitos de cumulatividade e não-cumulatividade pressupõem
a existência de fatos geradores que componham uma cadeia
econômica, formada por várias operações. Isso porque a não-
cumulatividade visa a evitar o efeito “cascata” da tributação,
compensando-se o valor referente ao tributo recolhido nas operações
anteriores com o valor a ser recolhido na operação ora considerada.
Tem por escopo, indubitavelmente, desonerar o contribuinte da
repercussão econômica que um sistema de tributação cumulativo
acarretaria no preço final do produto.” (Rodrigo Koehler Ribeiro, O
princípio da não-cumulatividade no Direito Tributário Brasileiro)
165
FUNDAMENTOS E APLICAÇÃO
“(...) a não-cumulatividade nada mais é que o direito do contribuinte
creditar-se do valor recolhido, a título de imposto, nas operações
anteriores relativas ao mesmo produto, mercadoria ou serviço. O
tributo não-cumulativo, nesse aspecto, incide sobre o valor total da
operação, e não somente sobre o valor agregado. É esse o sistema
estabelecido pela nossa Carta Constitucional, configurado através de
uma compensação entre valores.” (Rodrigo Koehler Ribeiro, O
princípio da não-cumulatividade no Direito Tributário Brasileiro)
166
PRODUTO X=20
IPI SOBRE X/Y/Z=10% C=CRÉDITO
PRODUTO Y=50
D=DÉBITO
PRODUTO Z=100
CONSUMIDOR
EMPRESA A EMPRESA A EMPRESA A
FINAL
C=0 D=2 C=2 D=5 C=5 D=10
2 3 5 10 NÃO CUMULATIVIDADE
2 5 10 17 167
CUMULATIVIDADE
PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
IV - produtos industrializados;
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que
as operações e as prestações se iniciem no exterior
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;
169
PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
As alíquotas do ICMS (facultativamente) e do IPI
(obrigatoriamente) serão graduadas conforme a
essencialidade do produto ou do serviço
ICMS IPI
SELETIVIDADE SELETIVIDADE
FACULTATIVA OBRIGATÓRA
170