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ESCOLA PORTUGUESA DE DÍLI

CENTRO DE ENSINO E LÍNGUA PORTUGUESA RUY CINATTI

ANO LETIVO 2017/2018

Teste de Português 12º A

Lê o texto A com atenção e responde, de forma clara e completa, às questões:

Tudo o que faço ou medito


Fica sempre na metade.
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

Que nojo de mim me fica


Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica,
E eu sou um mar de sargaço –

Um mar onde boiam lentos


Fragmentos de um mar de além…
Vontades ou pensamentos?
Não sei e sei-o bem.

Fernando Pessoa

1. Explica o sentido da primeira estrofe, tendo em conta a temática pessoana nela contida.

2. Caracteriza o estado de espírito do sujeito poético, justificando a caracterização com


excertos relevantes do texto.

3. Comenta a importância da referência ao “mar de sargaço” neste poema.

4. Identifica dois recursos expressivos na terceira estrofe e interpreta o seu sentido no texto.

5. Na maioria dos poemas de Fernando Pessoa ortónimo há aspetos da poética tradicional que
são preservados, ao serviço da musicalidade que o poeta tanto presa.

Comprova a afirmação acima, com base neste poema.


II
Lê agora o texto B com atenção e responde às questões:
Modernismo

O início do século XX foi um momento de crise aguda, de dissolução de muitos valores. Os artistas
reagiram ao cepticismo(1) social (…) através da agressão cultural, pelo sarcasmo, pelo exercício
gratuito das energias individuais, pela sondagem, a um tempo lúcida e inquieta, das regiões virgens
e indefinidas do inconsciente, ou então pela entrega à vertigem das sensações, à grandeza inumana
5 das máquinas, das técnicas, da vida gregária(2) nas cidades.
No início deste século, as minorias criadoras manifestaram-se por impulsos de rutura com as
diversas ordens vigentes(3). As forças da aventura romperam as crostas das camadas conservadoras
e tentaram redescobrir o mundo através da redescoberta da linguagem estética. Na área da poesia,
recusam-se os temas poéticos já gastos, as estruturas vigentes da poética ultrapassada. A arte
10 entra numa dimensão – outra: os objetos não estéticos e o dia a dia na sua dimensão multiforme
entram na arte. Recusa-se o código linguístico convencional e, sob o signo da invenção, surgem
novas linguagens literárias: desde a desarticulação deliberada da frase até à expressão densamente
metafórica, quase inacessível ao entendimento comum.
É a toda esta recusa, desejo de rutura e redescoberta do mundo através da linguagem estética
15 que se chama modernismo ou movimento modernista. No caso português, o modernismo pode ser
considerado um movimento estético, em que a literatura surge associada às artes plásticas e por
elas influenciada. Nomes como Fernando Pessoa (n. 1888), Sá-Carneiro (n. 1890) e Almada
Negreiros (n. 1893) são marcos importantes dessa época.
Foi em 1913, em Lisboa, que se constituiu o núcleo do grupo modernista. Pessoa e Sá-Carneiro
20 haviam colaborado na Águia, órgão do saudosismo; mas iam agora realizar-se em oposição a este,
desejosos como estavam de imprimir ao ambiente literário português o tom europeu, audaz(4) e
requintado, que faltava à poesia saudosista (…). Em 1914, os nossos jovens modernistas,
estimulados pela aragem da atualidade vinda de Paris com Sá-Carneiro e Santa Rita Pintor, adepto
do futurismo, faziam seu o projeto que Luís da Silva Ramos (Luís de Montalvor) acabava de trazer
25 do Brasil: o lançamento de uma revista luso-brasileira: Orpheu. Desta revista saíram dois números
em 1915. (…) Feitos, em parte, para irritar o burguês, para escandalizar, estes dois números
alcançaram o fim proposto, tornando-se alvo das troças dos jornais; mas a empresa não pôde
prosseguir por falta de dinheiro. A geração modernista continuou a manifestar-se, quer em
publicações individuais, quer através de outras revistas, como é o caso de Exílio (1916), com um
30 só número, e Centauro (1916). Em Portugal, a nova geração combatia o academismo bem pensante
de republicanos burgueses que tinham feito carreira à sombra do partido.

In: http://www.citi.pt/cultura/temas/modernismo.html, sítio da Universidade Nova de Lisboa, F.C.S.H. (adaptado)

Notas: (1) tendência para duvidar de tudo;


(2) em grupo;
(3) que estão em vigor, aceites pela maioria;
(4) corajoso, ousado.
1. Responde a cada um dos itens que se seguem, selecionando a única opção que te
permite obter uma afirmação correta.

1.1. O início do século XX foi uma época em que

a) imperavam a descrença social e o acomodamento dos artistas aos modelos


estéticos vigentes.

b) apesar do ceticismo generalizado, os artistas revelaram uma grande


produtividade criativa, ainda que subversiva.

c) os artistas, desgostosos com o sentimento geral de descrença social, decidiram


revoltar-se de forma violenta e mortífera.

d) os artistas isolaram-se da sociedade, formando grupos à parte, e remeteram-se


ao silêncio como forma de protesto.

1.2. Nesta época, as questões estéticas

a) constituíam uma preocupação generalizada de todas as classes sociais.


b) eram acessíveis a toda a população, dado que esta era culta e instruída.
c) estendiam-se a uma pequena parcela de artistas que visavam a inovação.
d) eram entendidas como produto de mentes perturbadas e misteriosas.

1.3. O movimento modernista, literariamente, pode resumir-se

a) à rejeição das convenções e à busca de novas linguagens estéticas.


b) à rutura das associações entre a literatura e as artes plásticas.
c) à vontade de revelar, através da linguagem, um mundo diferente.
d) à aceitação exclusiva das artes plásticas como linguagem dominante.

2. Responde de forma correta às questões que se seguem:

2.1. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão “o núcleo do grupo


modernista” (l.19)

2.2. Diz em que tempo e modo verbal se encontra o verbo “pôde”.(l.27)

2.3. Classifica três fenómenos fonéticos ocorridos na transformação da seguinte palavra:

SCRIBERE > escrever


III

Redige um texto argumentativo estruturado, com um mínimo de cem a cento e cinquenta palavras, em
que te posiciones a favor ou contra a seguinte afirmação:

“Ninguém é sério aos 17 anos.” (Arthur Rimbaut)

Fundamenta o teu ponto de vista, recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com
um exemplo significativo.

Bom trabalho!

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