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Fernando Pessoa
1. Explica o sentido da primeira estrofe, tendo em conta a temática pessoana nela contida.
4. Identifica dois recursos expressivos na terceira estrofe e interpreta o seu sentido no texto.
5. Na maioria dos poemas de Fernando Pessoa ortónimo há aspetos da poética tradicional que
são preservados, ao serviço da musicalidade que o poeta tanto presa.
O início do século XX foi um momento de crise aguda, de dissolução de muitos valores. Os artistas
reagiram ao cepticismo(1) social (…) através da agressão cultural, pelo sarcasmo, pelo exercício
gratuito das energias individuais, pela sondagem, a um tempo lúcida e inquieta, das regiões virgens
e indefinidas do inconsciente, ou então pela entrega à vertigem das sensações, à grandeza inumana
5 das máquinas, das técnicas, da vida gregária(2) nas cidades.
No início deste século, as minorias criadoras manifestaram-se por impulsos de rutura com as
diversas ordens vigentes(3). As forças da aventura romperam as crostas das camadas conservadoras
e tentaram redescobrir o mundo através da redescoberta da linguagem estética. Na área da poesia,
recusam-se os temas poéticos já gastos, as estruturas vigentes da poética ultrapassada. A arte
10 entra numa dimensão – outra: os objetos não estéticos e o dia a dia na sua dimensão multiforme
entram na arte. Recusa-se o código linguístico convencional e, sob o signo da invenção, surgem
novas linguagens literárias: desde a desarticulação deliberada da frase até à expressão densamente
metafórica, quase inacessível ao entendimento comum.
É a toda esta recusa, desejo de rutura e redescoberta do mundo através da linguagem estética
15 que se chama modernismo ou movimento modernista. No caso português, o modernismo pode ser
considerado um movimento estético, em que a literatura surge associada às artes plásticas e por
elas influenciada. Nomes como Fernando Pessoa (n. 1888), Sá-Carneiro (n. 1890) e Almada
Negreiros (n. 1893) são marcos importantes dessa época.
Foi em 1913, em Lisboa, que se constituiu o núcleo do grupo modernista. Pessoa e Sá-Carneiro
20 haviam colaborado na Águia, órgão do saudosismo; mas iam agora realizar-se em oposição a este,
desejosos como estavam de imprimir ao ambiente literário português o tom europeu, audaz(4) e
requintado, que faltava à poesia saudosista (…). Em 1914, os nossos jovens modernistas,
estimulados pela aragem da atualidade vinda de Paris com Sá-Carneiro e Santa Rita Pintor, adepto
do futurismo, faziam seu o projeto que Luís da Silva Ramos (Luís de Montalvor) acabava de trazer
25 do Brasil: o lançamento de uma revista luso-brasileira: Orpheu. Desta revista saíram dois números
em 1915. (…) Feitos, em parte, para irritar o burguês, para escandalizar, estes dois números
alcançaram o fim proposto, tornando-se alvo das troças dos jornais; mas a empresa não pôde
prosseguir por falta de dinheiro. A geração modernista continuou a manifestar-se, quer em
publicações individuais, quer através de outras revistas, como é o caso de Exílio (1916), com um
30 só número, e Centauro (1916). Em Portugal, a nova geração combatia o academismo bem pensante
de republicanos burgueses que tinham feito carreira à sombra do partido.
Redige um texto argumentativo estruturado, com um mínimo de cem a cento e cinquenta palavras, em
que te posiciones a favor ou contra a seguinte afirmação:
Fundamenta o teu ponto de vista, recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustra cada um deles com
um exemplo significativo.
Bom trabalho!