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Acredito que foi Lincoln quem disse “Você pode enganar algumas pessoas o
tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar
todas as pessoas o tempo todo.”
Isso é fato: uma hora ou outra a fragilidade do erro ficará exposta. É tudo uma
questão de tempo.
É exatamente isso que ocorre quando o texto bíblico é manipulado pelos
adventistas para a defesa do sábado, mas na verdade cria um efeito bumerangue,
expondo a fragilidade dos argumentos sabatistas.
E por que acontece isso? Simples: o texto é claro ao dizer que Jesus violou o
sábado, acompanhe:
“E os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas Ele
lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os
judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas
também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.”
Por diversas vezes perguntam: “Quem disse que Jesus violava o sábado? Os
fariseus.” E, “Jesus violava o sábado? Não”.
Ao contrário do que afirmam, quem declarou com todas as letras que Jesus
violou o sábado foi o apóstolo João, o mais intimo dos doze, preste atenção
novamente:
“E os judeus perseguiam Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas Ele lhes
disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus
ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também
dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.” (João 5.16-18).
João apresenta dois grandes motivos pelos quais os fariseus se opuseram a
Jesus nesta passagem:
1º VIOLAR O SÁBADO
Todavia, o texto não admite esse ponto de vista. O que João faz não é repetir
uma falsa conclusão criada pelos fariseus, antes é expor sua opinião pessoal com a
inequívoca e cristalina confissão a respeito da divindade plena do Filho.
Isso foi admitido até mesmo por um escritor adventista. No livro “As
pretensiosas Testemunhas de Jeová”, o adventista Pedro Apolinário, refuta os TJ
neste texto com o seguinte argumento:
“Não encontrando nenhuma base no texto grego, em defesa de suas eternas
cavilações, as Testemunhas de Jeová afirmam, que João está aqui recordando o que
os judeus diziam a respeito de Cristo. Não se encontra nesta passagem nenhum
resquício desta estapafúrdia idéia, porque é o próprio João que por inspiração
divina afirma em alto e bom som a igualdade de Cristo com Deus. A estrutura
frasal apenas admite interpretar que foi João quem afirmou inspirado pelo Espírito
Santo, e não os judeus.” (As Pretensiosas Testemunhas de Jeová. Andrews
University Instituto Adventista de Ensino, 1981, p. 124).
Observe o que afirmou Ellen White sobre essa passagem: “pediu ao homem
que levasse a cama através da cidade, a fim de publicar a grande obra de que fora
objeto. Isso daria lugar à questão do que era ou não era lícito fazer no sábado, e
abriria o caminho para Ele condenar as restrições dos judeus quanto ao dia do
Senhor, declarando vãs suas tradições.” (O Desejado de todas as nações, CPB,
p.206)
Pergunto: por que essa mudança brusca na análise das duas sentenças, sendo que
ambas admitem a mesmíssima lógica em sua interpretação?
Em hipótese alguma a violação dizia respeito meramente às trinta e nove
regras da Mishná que os fariseus haviam criado em torno da guarda do sábado.
Admitir isso é desconsiderar completamente o tom da polêmica colocado por João.
João não deixava seus destinatários em suspense. Quando queria expor aos
seus leitores o ponto de vista de terceiros ele mesmo registrava. Observe este
exemplo a seguir:
“Por isso, alguns dos fariseus diziam: esse homem não é de Deus,
porque não guarda o sábado” (João 9.16)
Essa parece ser uma característica de João ao escrever seu evangelho, isto é,
registrar e expor o real pensamento de outros, interpretando as entrelinhas (O que eu
estou afirmando pode ser comprovado lendo os seguintes versos: João 2.20-22; 6.5,6,
6. 63,64, 6.70,71; 9.21-23; 11.11-14).
Como disse certo escritor: “João não ‘socorre’ Jesus do ‘engano’ dos leitores
de entenderem que o Cristo profanou o sábado”.
Caso contrário, deveríamos esperar algo do tipo: “Não que Jesus tenha
profanado o sábado, mas violou apenas as regras dos fariseus sobre a guarda do dia”,
como ele fez em outras ocasiões, por exemplo, em relação ao santuário: “…replicaram
os judeus: em quarenta e seis anos foi edificado esse santuário, e tu, em três dias, o
levantarás? Ele porém, se referia ao santuário do seu corpo.” (João 2.20,21)
Assim como João não estava registrando mera opinião dos fariseus de Ele ser
igual a Deus, tampouco era mera opinião dos fariseus que ele havia violado o sábado.
Jesus de fato, tanto era Deus, quanto quebrantou o sábado. Não há como fugir da
lógica a que o versículo nos leva. É a única interpretação coerente e possível a ser
admitida.
Em outra ocasião Mateus coloca na boca de Cristo as seguintes palavras: “Ou
não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e
ficam sem culpa?” (Mateus 12.5)
Que Jesus violou o sábado e não apenas as regras dos Fariseus sobre o dia já
ficou comprovado. É fato. Agora se apresenta outra pergunta decorrente desta: como
ele fez isso? O contexto fornece alguma pista de como isso ocorreu? Sim.
Jeremias deixa mais explícita a ordem quando profetiza: “assim diz o Senhor:
Guardai-vos a vós mesmos, e não tragais cargas no dia de sábado, nem as
introduzais pelas portas de Jerusalém; nem tireis cargas de vossas casas no dia de
sábado, nem façais trabalho algum; antes santificai o dia de sábado, como eu ordenei
a vossos pais.” (Jeremias 17.21,22)
A cama era uma carga? Era sim. Jesus poderia ter curado o homem em outro
dia, mas preferiu fazer no sábado, poderia apenas ter curado o corpo do homem, mas
insistiu que ele carregasse uma carga quebrando a lei. Ao atrelar a cura com o ato de
carregar uma carga o que era terminantemente proibido pela lei, não dos fariseus, mas
de Deus, Jesus estava dando o recado de superioridade sobre a Lei.
E olha que não foi a primeira vez que Jesus fez esse tipo de coisa! Em outras
ocasiões disse: “ouviste o que foi dito aos antigos… Eu, porém vos digo”, Etc.
Jesus violou o sábado? Sim. Ele poderia muito bem fazer isso, pois como era
“igual a Deus”, não estava sujeito a lei do sábado, pois Jesus era “maior” que o
“templo”, maior que “Salomão”, maior que “Jonas” e maior que o “sábado”. O sábado
foi feito para o homem e não para o Messias. Ele era Senhor sobre o dia e podia
modificar as regras quando quisesse.
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