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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E ARTES

Flávio Henrique Pereira

RESUMO:A Educação Física escolar, atualmente, tem buscado novas formas


de investigar a prática pedagógica. Assim, a pesquisa-ação apresenta-se como
uma possibilidade metodológica de ação e reflexão sobre a práxis. Assim
sendo, como objetivos analisaram a produção científica da pesquisa-ação na
Educação Física escolar em alguns periódicos nacionais brasileiros. Conclui-se
que a pesquisa-ação como uma ferramenta de auxílio às pesquisas na área da
Educação Física escolar ainda apresenta um baixo número de investigações,
sendo necessário haver mais estudos pautados nesta metodologia. O objetivo
deste artigo é diferenciar e problematizar a Educação Física Escolar como
prática profissional e subárea de pesquisa no campo mais amplo da Educação
Física e das investigações educacionais. Para tal, inicialmente delimita o que é
pesquisa em Educação Física Escolar, distinguindo-a da pesquisa sobre
Educação Física Escolar, e quais seriam os objetos e hipóteses de pesquisa
significativa para esta subárea. A seguir, analisa-se vários artigos
caracterizados como pesquisa em Educação Física Escolar, publicados em
muitos periódicos (revistas) brasileiras, classificando-os nas categorias "ciclo
de escolarização", "prática corporal " e "tema" investigados. Os resultados
indicam que predominam os estudos no ensino fundamental, nas práticas
"jogo" e "esporte", e pesquisas de cunho descritivo-interpretativo das aulas de
Educação Física em várias dimensões e inter-relações. Em conclusão, aponta
a necessidade de maior direcionamento para as pesquisas nos âmbitos da
didática, da implementação dos programas (currículos) formulados na
capacidade das políticas públicas, e da formação de professores. Por fim,
alerta para a necessidade dos programas de pós-graduação em Educação
Física no Brasil investir mais nas pesquisas em Educação Física Escolar.

Palavras-chave: Educação física escolar; Profissão; Ensino; Pesquisa


científica
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Abstract: The Physical Education, currently, has sought new ways to


investigate the pedagogical practice. Thus, action research is presented as a
methodological possibility of action and reflection on practice. So how goals
analyzed the scientific production of action research in Physical Education in
some Brazilian national journals. We conclude that action research as a tool to
aid research in school physical education area still has a low number of
investigations, requiring more studies be guided by this methodology.The
purpose of this article is to differentiate and discuss the physical education as a
profession and subarea research in the broader field of physical education and
educational research. To do this, initially defines what is research in physical
education, as distinct from research on School Physical Education, and what
are the chances of meaningful objects and search for this subarea. Below, we
analyze several articles characterized as research in physical education,
published in many periodicals (magazines) Brazil, classifying them in the
"education cycle", "body practice" and "theme" investigated. The results indicate
that predominate studies in elementary school, in practice "game" and "sport",
and research descriptive and interpretive nature of physical education classes
in various dimensions and interrelations. In conclusion, it points out the need for
greater direction for research in the fields of teaching, the implementation of the
programs (curricula) formulated in the ability of public policies, and teacher
training. Finally, underscores the relevance of graduate programs in physical
education in Brazil invest more in research in physical education.

Keywords : Physical education; Profession; Education; Scientific


research

1. Definição do assunto:

A Educação Física e Artística por muito tempo, e ainda atualmente,


recebem o estéreo tipo de disciplines secundário, que deve fazer parte da escola
por simples cumprimento das normas da LDB. Essa forma comum de pensar o
elenco e a hierarquia das disciplines na influência do aprendizado e
desenvolvimento intelectual, nos traz à lembrança o pensamento de Vygotsky
(1991), que no início do século já se preocupava com o problema da disciplina
for- mal, é como explica ao citar seus dois aspectos:
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a) Cada disciplina de ensino tem importância sólida no desenvolvimento


mental geral da criança;
b) Cada disciplina difere no valor que possui para o desenvolvimento geral.
Não compete introduzir este ensaio com discussões teóricas em
profundidade sobre a temática das teorias que tratam do desenvolvimento e
aprendizagem, mas situar nossa perspectiva de pensar este problema que,
juntamente, define uma ou outra postura dos professores frente às crianças,
frente ainda às ideias que mantêm sobre a epistemologia da aprendizagem.
Concordamos com Negrine (1994), cujo pensamento refuta a tese de que o
desenvolvimento cognitivo seja o resultado da acumulação gradual de
alterações independentes. Nesse sentido, o autor contribuir com seu
entendimento sobre as questões do desenvolvimento e da aprendizagem:

"O desenvolvimento não é uma simples e lenta acumulação de


mudanças unitárias e sim um processo dialético complexo, caracterizado
pela periodicidade, pela irregularidade no desenvolvimento das distintas
funções, pela metamorfose ou transformação qualitativa de uma forma
ou outra, da inter-relação de fatores internos e externos, e dos
processos de adaptação que superam e vencem os obstáculos com os
quais a criança se depara." (p.15)

Levar em consideração estas ideias significa compreender que a


aprendizagem e desenvolvimento dos seres humanos não seguem regras
rigorosas, mas ao contrários se definem por uma pluralidade e multiplicidade de
elementos complexos. Amparados por estes conceitos iniciais, reconhecemos
que as atividades lúdicas- educativas desenvolvidas em Artes ou Educação
Física ganham uma dimensão relevante no processo de aprendizagem e
desenvolvimento infantil. Não significa destituir a importância do elenco das
demais disciplines, mas justamente trazer a ideia do plural e da composição
interdisciplinar que orienta e desenvolve o pensamento infantil, bem como
quebrar um pouco o estereotipo carregado que envolve esta área do
conhecimento.
Levar em consideração estas ideias significa compreender que a
aprendizagem e desenvolvimento dos seres humanos não seguem regras
rigorosas, mas ao contrários se definem por uma pluralidade e multiplicidade de
elementos complexos. Amparados por estes conceitos iniciais, reconhecemos
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que as atividades lúdicas educativas desenvolvidas em Artes ou Educação


Física ganham uma dimensão relevante no processo de aprendizagem e
desenvolvimento infantil. Não significa destituir a importância do elenco das
demais disciplines, mas justamente trazer a ideia do plural e da composição
interdisciplinar que orienta e desenvolve o pensamento infantil, bem como
quebrar um pouco o estereotipo carregado que envolve esta área do
conhecimento.
Reconhecendo esta problemática descrevemos uma experiência escolar
com crianças de 2 a 9 (dois a nove) anos de idade, que busca conjugar
atividades corporais, em sessões de psicomotricidade relacionada (Educação
Física), com atividades gráficas e plásticas (desenho, pinturas e modelagem),
em Educação Artística.
Para melhor esclarecer nossas ideias, usaremos a nomenclatura que se
possa compreender a mesma linguagem, explicamos que adotamos a palavra
"atividades corporais" para as atividades de jogo e exercício que fazem as
crianças nas escolas e atividades gráficas e plásticas para as atividades na sala
de Educação Artística.

2. Tema:

Educação Física é um termo usado para designar o conjunto de


atividades físico e esporte com fins recreativos, ou seja, não competitivo. É
praticada no ambiente escolar, pois se trata de uma disciplina, estando assim
ligada ao campo acadêmico.
A Educação Física na escola é responsável, dentre muitos aspectos,
pelo desenvolvimento motor das crianças, vale ressaltar também a importância
do exercício físico para a saúde, uma vez que combate ao sedentarismo,
obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
O objetivo deste estudo é contribuir para a reflexão sobre a articulação
das experiências estéticas e lúdicas no contexto da Educação Física, como
elementos essenciais para um desenvolvimento significativo e para um
dimensionamento positivo da ação no mundo. Concentramos atenção especial
às congruências existentes entre a arte e o jogo, focalizando aspectos relativos
à afetividade inerente a ambos os conceitos.
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A carga afetivo-emocional presente em ambos pode interferir


positivamente, desencadeando o processo de mudança axiológica, através da
possibilidade de expor os indivíduos à conscientização da inconsistência de
suas crenças e valores atuais, bem como, da abertura de espaços onde ocorra
o desequilíbrio afetivo-cognitivo, especialmente conseguido através da
valorização das interações intra e interpessoais.
Auxiliar a ampliar sentidos e valores, é tarefa decisiva e que pode
fundamentar a ação diretamente na cultura, de modo a estimular a dialética
entre o sentir, pensar e o agir.
Apresentamos reflexões teóricas referentes à relação entre mídia e
Educação Física escolar. Aduzindo propostas contextualizadas para
contribuição na formação do receptor-sujeito, tendo a desenvolver uma reflexão
crítica, a partir do problema de pesquisa: qual o papel da Educação Física
Escolar na formação do receptor-sujeito, num processo de intervenção
pedagógica sobre os conteúdos midiáticos? Objetivando analisar diversas
interpretações sobre os conteúdos midiáticos e suas contribuições para ação
crítica, identificando-as e engajando-as como prática pedagógica nas aulas de
educação física escolar.
Por fim, desenvolvendo temas referentes ao consumismo, valores,
atitudes e atividades esportivas estereotipadas, mostrando aos professores de
Educação Física e educadores em geral, sobre a importância e influência
crescente dos conteúdos midiáticos sobre os saberes dos educandos, tomando
consciência da associação entre mídia-educação-educação física, despertando
um olhar mais ativo sobre tal problemática. Conclui-se neste estudo, a
relevância de novos olhares epistemológicos para compreensão da recepção
midiática, promovendo a retomada de uma formação cultural esportiva
autônoma, concorrendo para ação do receptor-sujeito.
A educação é o cerne do desenvolvimento social, pois esta, quando
vinculada ao mundo do trabalho e à prática social abrange os processos
formativos nos espaços não-formais e formais de ensino, que se desenvolvem
desde a vida familiar e de convivência humana, às instituições de ensino e
pesquisa (LDB, 1996).Considerando as várias disciplinas que compõem o
currículo da educação básica, a Educação Física assume um papel
indispensável na esfera curricular/escolar, pois esta sistematiza, acumula,
reflete, reorganiza e transforma saberes decorrentes da cultura corporal,
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abarcando como objeto de estudo “o corpo em movimento”, sua epistemologia


e as inter-relações com a ciência, cultura e a sociedade (DAVID,2002).
Tendo como principal objeto de estudo, o corpo em movimento, a
Educação Física busca através dele, trabalhar os aspectos individuais do
sujeito em suas variadas dimensões, ou seja, na perspectiva de desenvolver o
conhecimento da cultura corporal do movimento, cooperação, autonomia,
participação social, valores e princípios democráticos, nas dimensões afetivas,
motoras e socioculturais.
Assim, tendo como eixos norteadores as danças, esportes, lutas, jogos e
ginásticas, por estes compor uma patrimônio cultural relevante e que deve ser
valorizado, conhecido e desfrutado, pois através destes eixos será possível
adotar uma postura não-preconceituosa e discriminatória, sobreas diversidades
encontradas nos variados espaços de convivência (PCNs, 1997).

3. Delimitação do tema:

A delimitação do que seja pesquisa científica em Educação Física


Escolar é uma questão fulcral desse campo de conhecimento. Não é fácil
definir ou delimitar o que é pesquisa científica em Educação Física Escolar,
pois estamos nos situando numa área de fronteiras um tanto fluidas. Temos aí
pelos menos dois problemas: a demarcação do que seja pesquisa científica
frente a pesquisa não científica, e a demarcação do que seja pesquisa
científica em Educação Física Escolar.
Para isso, inicialmente iremos abordar a questão da cientificidade,
problematizando a questão no campo mais amplo da pesquisa educacional.
Em seguida, iremos focar a própria subárea da Educação Física Escolar para
discutir o que seja pesquisa científica específica dessa subárea, uma vez que
nem todas as pesquisas científicas que se auto incluem ou são incluídas,
muitas vezes a partir de critérios pouco consistentes, na área da Educação
Física escolar poderiam ser de fato assim consideradas, conforme
demonstraremos mais adiante.
Existe uma dificuldade inerente em tentar explicitar algum critério ou
regra constitutiva do que seja pesquisa científica em Educação Física Escolar.
Essa dificuldade é a mesma que vem acompanhando a ciência moderna desde
o seu nascimento: o que é conhecimento científico? Há mais de um século vem
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se buscando um critério objetivo que demarque o conhecimento científico de


outros tipos de conhecimento.

4. Problematização:

Arte e Educação Física permitem esse tipo de ideias por lidarem de


forma muito concreta com dois elementos ainda estranhos ao mundo escolar: o
corpo e o prazer. De modo geral, as escolas e outras instituições paralelas ou
substitutivas delas têm grandes problemas para lidar com o corpo e com o
prazer, daí a Arte virar prêmio, castigo, cura, lazer, obrigação e não forma de
conhecimento. Ou seja, a Arte como linguagem muitas vezes apenas tangencia
os programas escolares e os projetos sociais cujos objetivos não vislumbram a
questão do conhecimento específico na área de Arte.
Sabemos que a arte tem de fato grande possibilidade de contribuir
para a formação daquilo que costuma ser chamado de “bom comportamento”.
Disciplina, concentração, dedicação, envolvimento, participação coletiva,
aproximação e respeito com o outro, elevação da autoestima, responsabilidade
pelos resultados são atitudes e valores presentes no fazer da arte, são
essenciais no fazer da arte, mas não podem ser tomados como fim último do
ensino de Arte.
A presença da arte na escola serve principalmente ao conhecimento, à
percepção e à experimentação das diversas linguagens, suas possibilidades de
produzir sentido estético e suas relações com o meio social em que estão
inseridas. Dança, poesia, teatro, artes visuais e música são visões de mundo,
formas de pensar, produzir e discutir ideias, sentidos e sensações no mundo.

5. Objetivos:

O objetivo da educação física deve ser a organização da motricidade da


criança, por meio de um programa educacional que atenda a seus interesses.
Entende-se a Educação Física Escolar como uma disciplina que introduz
e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que
vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, capacitando-o para usufruir os
jogos, os esportes, as danças, as lutas e as ginásticas em benefício do
exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida.
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O objetivo da educação física deve ser a preparo da motricidade da


criança, por meio de um programa educacional que atenda a seus interesses,
buscando a harmonia entre as necessidades individuais e do grupo, por meio
de atividades lúdicas, desenvolvendo a consciência corporal, de espaço e
tempo. Dessa forma, a criança poderá ser capaz de realizar movimentos
considerados fundamentais, como a manipulação, a locomoção, a
estabilização, entre outros.

5.1 Objetivos gerais:

O desenvolvimento da criança é como um todo, não apenas no que se


refere à atividade física, mas, desde aspectos do aprendizado na escola, até
questões do convívio social. São eles:

 Obter desenvolvimento corporal harmônico (físico- mental);


 Adquirir controle corporal;

 Desenvolver a habilidade motora;

 Condicionar os sistemas orgânicos a suprir demandas diárias e de


emergência;

 Assumir a responsabilidade do seu próprio bem-estar;

 Desenvolver a habilidade de utilização do movimento como instrumento


de comunicação e expressão;

 Utilizar sadiamente as horas de lazer;

 Adquirir comportamentos e valores referentes ao ajustamento pessoal


e social;

 Desenvolver atitudes favoráveis à atividade física.

5.2 Objetivos específicos:

 A concepção de Educação Física e seus objetivos na escola devem ser


repensados, com a correspondente transformação de sua prática pedagógica.
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A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão


capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura
corporal de movimento – o esporte-espetáculo dos meios de comunicação, as
atividades de academia, as práticas alternativas, etc. Por outro lado, é preciso
ter claro que a Escola brasileira, mesmo que quisesse, não poderia equiparar-
se em estrutura e funcionamento às academias e clubes, mesmo porque é
outra a sua função.
 A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica
deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura
corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e
transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das
atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em
benefício da qualidade da vida.

“A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de


movimento há de ser plena – é afetiva, social, cognitiva e motora.
Vale dizer, é a integração de sua personalidade” (Betti, 1992, 1994a).

6. Justificativa:

Colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler


criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la. Dentro
dessa missão, cada disciplina estuda e aprofunda uma pequena parcela da
cultura. O que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal.
Nosso papel é investigar como os grupos sociais se expressam pelos
movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças,
entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las,
refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-
las no espaço escolar.

7. Hipótese:

A Educação Física proposta na escola não pode ser a mesma proposta


em outros espaços. Se é apenas para o aluno se divertir, existem lugares para
isso - ginásios públicos e centros comunitários, por exemplo. Se é somente
para aprender modalidades esportivas, melhor procurar um clube ou uma
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academia. A escola não serve para formar atletas, mas para refletir e entender
as manifestações culturais que envolvem o movimento.
O trabalho pode começar com a turma experimentando jogar futebol,
mas não pode parar por aí. A vivência de qualquer modalidade na escola exige
reflexão e adaptação. Propondo uma pesquisa, é possível levar os alunos a
conhecer outros tipos de futebol - de campo, de quadra, de areia, feminino -,
conhecer quem pratica o esporte hoje, como se jogou no passado e como se
pode jogar na escola.
É importante que eles saibam, por exemplo, que o esporte já foi
praticado sem juiz, que os atletas não tinham números na camisa e que o
pênalti era cobrado de outra maneira.
Com base nessas informações, voltam à prática já atentos a novas
questões: é preciso arbitrar os jogos? Como fazer meninos e meninas
participar simultaneamente? E as crianças com deficiência?

8. Fundamentação teórica:

O conteúdo da área de Educação Física é relevante não por apenas


desenvolver o aluno fisicamente, possibilitando o ensino do esporte, porém,
através desse ensino, resgatar os valores educativos e culturais,
desenvolvendo o aluno como um ser total, ultrapassando os limites do
domínio das habilidades motoras. Por estar vinculado também a outras
áreas de conhecimento, torna-se ainda mais importante, pois Soares et al
(1992), comenta que:

(...) a visão de totalidade do aluno se constrói à medida que ele faz


uma síntese, no pensamento, da contribuição das diferentes ciências
a explicação da realidade. Por esse motivo, nessa perspectiva
curricular, nenhuma disciplina se legitima no currículo de forma
isolada. É o tratamento articulado do conhecimento sistematizado
nas diferentes áreas que permite ao aluno constatar, interpretar,
compreender e explicar a realidade social complexa, formulando uma
síntese no seu pensamento à medida que vai se apropriando do
conhecimento científico universal sistematizado pelas diferentes
ciências ou áreas de conhecimento.

Em relação à linguagem corporal, os PCN’s mostram que “os gestos e


movimentos fazem parte dos recursos de comunicação que o ser humano
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utiliza para expressar suas emoções e sua personalidade, comunicar atitudes


interpessoalmente e transmitir informações”.
Mostra também a necessidade de não apenas serem utilizados os
gestos culturais que fazem parte do contexto onde o indivíduo está inserido,
porém, é importante que se conheça e aprenda os de outros grupos.
Desse modo, torna-se importante a utilização dos temas transversais,
dentre os quais se destaca, nesse projeto, a pluralidade cultural e suas
manifestações, pois segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, ao
tempo em que o aluno entende os gestos, ele faz uma leitura e interpretação,
construindo e ativando a sua “competência de análise das diferentes
manifestações da cultura corporal”.
Em se tratando, ainda, de pluralidade cultural, um dos objetivos
indicados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais diz que o aluno deve ser
capaz de:

(...) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural


brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em
diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia
ou outras características individuais e sociais.

Pensando no esporte como meio de promover no aluno um


desenvolvimento maior, contribuindo para o seu crescimento em todas as
esferas da vida é que se precisa pensar em ensiná-los para a vida, pois
segundo Freire (2004), “quem ensina, ensina a viver”, por isso o professor
deve se conscientizar do seu compromisso ético não restrito ao esporte,
mesmo sabendo que ele faz parte da vida, pois é preciso desenvolvê-lo com
a finalidade de viver mais e melhor, de maneira saudável e adquirindo
autonomia e capacidade de se autogovernar, mesmo depois de findada essa
prática.
Sendo, então, a escola um ambiente favorável à formação do ser
em suas dimensões, permite ao aluno conhecer as belezas e as diferenças
da cultura humana, bem como proporciona um olhar diferente, voltado para a
aprendizagem para vida, torna-se indispensável o seu papel na comunidade
em que se insere. Cabendo-lhe, portanto, a busca por espaços para
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intercâmbio e manifestação do aluno para o exercício do diálogo e troca de


experiências.

9. Metodologia:

Como metodologia, a teoria dialética do conhecimento se dá por meio de


três grandes momentos: A Síncrese, a Análise e a Síntese que
pedagogicamente em sala de aula poderia ser expressa por três eixos:
Mobilização para o conhecimento, Construção do conhecimento e Elaboração
e Expressão da Síntese do Conhecimento como superação das metodologias
tradicional e da escola novista. Há um paralelo entre as três dimensões da
metodologia dialética de conhecimento em sala de aula com os três momentos
do método dialético de conhecimento. Não sistemático e mecanicamente, mas
tendo uma participação entre um momento e outro se tornando indispensáveis
as três dimensões, na prática de sala de aula.
A Mobilização, o primeiro eixo da metodologia, acontece no início do
trabalho em que é necessário um esforço a fim de dar significação inicial; o
interesse tem que ser provocado. "A mobilização corresponde a uma
sensibilização para o conhecimento a criar uma atitude favorável à
aprendizagem". (Vasconcellos, 2002:59).Nesta dimensão pedagógica para dar
significação e provocar o interesse inicial entre o sujeito e o objeto e que este
levasse em conta o objeto como um desafio inicial e estabelecesse um primeiro
nível de significação para o resgate ou elaboração das primeiras
representações mentais com o objeto a ser conhecido, dois questionamentos
foram realizados:
- Qual sua perspectiva sobre as aulas de Arte e Educação Física juntas?
Dê a sua opinião.
- O que você conhece ou ouviu falar sobre dança? E se conhece qual é
a dança de sua preferência?
Estabelecido um ambiente afetivo, os alunos responderam a essas
questões individualmente por meio da escrita, pois estas seriam comparadas
com os mesmos questionamentos ao término do trabalho do trimestre, e
posteriormente as opiniões seriam expressas no coletivo. um círculo, posição
esta que facilitaria a dialogicidade e a continuidade da interação no grupo, pois
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sendo o inicio das atividades do ano letivo muitos se resguardavam quanto à


exposição perante o grande grupo.
Expostas as opiniões particulares positivas ou não, esta experiência
seria inédita tanto para os alunos como para os respectivos professores .

10. Técnicas para coleta de dados:

Utilizamos da abordagem de pesquisa qualitativa. Na pesquisa


qualitativa, o principal instrumento é o pesquisador que está em contato direto
com o colaborador, observando-o, tendo o propósito de descobrir sua opinião,
reações, entendimento, sentimentos sobre o assunto da pesquisa. Conforme
Barbosa (1998), a pesquisa qualitativa envolve a detenção de dados descritivos
obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatizando
mais o processo do que o produto e se preocupa em relatar a perspectiva dos
participantes. O que leva a perseguir essa linha de investigação é, por um lado,
o desejo de contribuir para um ensino de qualidade para a maioria da
população que frequenta a escola, e por outro, reconhecimento do importante
papel que pode ter o professor nessa qualidade desejada (BARROS, 2003).
Fizeram parte da amostra 13 professores de ambos os sexos do
Ensino Médio nas escolas da Rede Estadual e Particular de Ensino de Santa
Maria e Nova Palma, RS. sendo que dez (10) atuam em diversas escolas
estaduais e três (3) em escolas particulares do município de Santa Maria e
Nova Palma.
Como instrumento de coleta, utilizou-se um questionário com questões
abertas e fechadas, na qual as perguntas versaram sobre os temas: dança
como conteúdo da Educação Física, estilos da dança arte e dança educação.
O questionário foi respondido individualmente, e entregue no mesmo dia para a
pesquisadora. Para a análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo.

11. Análise e interpretação dos dados

O objetivo deste estudo foi abordar questões referentes ao tema como


está sendo trabalhados pelos professores os conteúdos da dança e qual a
ligação da prática com os diferentes estilos de dança, e sua relação com os
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objetivos propostos na dança educação, dando ênfase especial aos


professores de Educação Física.

12. Considerações Finais

Ao longo do estudo, confrontos de ideias surgem em torno da influência


que a mídia exerce sobre os saberes dos jovens. Porém todos concordam que
a mídia deve ser conversada e trabalhada no âmbito escolar, já que a escola
detém ou deveria deter os profissionais adequados a desenvolver esse
trabalho.
Contudo, sabe-se da necessidade de atualização e de novas propostas
que possam desenvolver um trabalho crítico/reflexivo/autônomo em relação
aos conteúdos midiáticos. Cabendo a Educação Física escolar, com pleno
conhecimento sobre a cultural corporal de movimento, objetivar a integração do
educando, concebido como uma totalidade humana, com suas dimensões,
físico-motora, sócias afetivas e cognitivas, na busca de formar o receptor-
sujeito.
Promovendo a retomada de uma formação cultural esportiva autônoma
em relação a indústria midiática. Através de diálogos e discussões sobre
vídeos, documentários, revistas e jornais, possibilitando a emancipação
reflexivo-autônoma em relação aos conteúdos midiáticos, dando significado
próprio, conforme suas estruturas de recepção.
Nesse sentido, não almejamos nenhuma conclusão, mas simplesmente
discutir e levantar alguns elementos que possam contribuir para análise/estudo
mais aprofundado dessa temática, considerando-a de extrema relevância para
as práticas pedagógicas transformadoras.

13. Referências bibliográficas:


 ADORNO, Theodor W. e HORKHEIMER, Max. Dialética do
esclarecimento: fragmentos filosóficos. Traduzido por Guido Antonio de
Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1985.
 ADORNO, Theodor W. Gesammelte Schriften, Band 8. Frankfurt
am Main: Suhrkamp Verlag, 1972-80. Tradução de Newton Ramos-de-Oliveira,
Bruno Pucci e Cláudia B. M. de Abreu. A revisão definitiva, feita pelo mesmo
grupo, contou também com a colaboração de Paula Ramos de Oliveira.
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Publicado na Revista "Educação e Sociedade" n. 56, ano XVII, dezembro de


1996, pág. 388-411.
 BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. Campinas:
Autores Associados, 2001.
 BETTI, Mauro. A janela de vidro: Esporte, televisão e educação
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 _______. Mídias: aliadas ou inimigas da educação física escolar.
Motriz.. São Paulo, v.7, n.2 p.125-129, Jul./Dez. 2001.
 _______. Imagem e ação: a televisão e a Educação Física
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 ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. Traduzido por: Pérola
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Mauro. Educação Física e Mídia: novos olhares outras práticas. São Paulo:
Hucitec, 2003.
 PUCCI, Bruno. A teoria da semicultura e suas contribuições para
teoria criticada educação. In: ZUIN, Antonio, A.S.;PUCCI, Bruno & RAMOS-DE-

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