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Tribus

Personagens:

 Shada, Rainha de Ramurã.


 Bardo, Rei de Ramurã.
 Zurak, Rei de Saroar.
 Valkyria, Rainha de Saroar.
 Ários, Braço direito do rei de Ramurã.
 Thalok, Divindade da Água.
O rei e a Rainha estão ao redor de um berçário rústico onde pintam seus corpos
para celebrar o novo herdeiro que chegara. Eles cantam em tons ritualísticos
emitindo sons de sua região enquanto desenham as marcas de sua tribo em seus
corpos, levando em questão que o rei possui vestimentas e marcas características
de seu patriarcado. Eles finalizam o rito.

Bardo – Eis que nos concedestes esta dádiva, cabe a nós


retribuirmos com nossa gratidão servindo às leis de vossa terra.
Recorremos a vossa generosidade para nos conceder proteção e
sabedoria. Thalok! Intrépida sacerdotisa da água, saudamos Bratza,
seu novo filho da terra, e futuro rei de Ramurã.

Shada – Uma centelha de esperança, ela ainda nos ouve! Este é o


seu legado (Entrega a criança para o rei)... e esta será a sua lenda.

Shada – As rochas precisam guardar esse momento.

(Ela percebe a indiferença do marido)

Shada – O que te tortura?

Bardo – Me preocupo com a escassez de chuva. Nossos recursos


estão sendo afetados. (pausa) Todos os meses obsecramos à Thalok
por água, mas parece que nosso povo já não está mais servindo a
seus princípios, questiono-me se Bratza foi uma dádiva ou uma
penitência.

Shada – Perdemos uns dias de água, somente. Olhe!(Aponta para a


criança). Veja se isso não é um presente divino.(pausa) E quanto à
chuva, ela virá quando precisarmos. Nós temos o suficiente para duas
Ramurãs inteiras.

Bardo – Racionando, sim. Mas o último incidente que tivemos


destruiu uma de nossas comportas e houve muita perda. As outras
duas estão desreguladas, preciso me certificar se elas irão aguentar
até que a outra esteja pronta.

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Shada – Está se sobrecarregando, você tem homens que fazem esse
serviço, não precisa ir à reserva por cada necessidade de restauro.

Bardo – Ver a reserva secar é a última coisa que quero. Tenho que
ter certeza de que nossos suprimentos estão bem cuidados. É meu
dever!

Shada – O seu dever é exortá-los. Você deve confiar no seu povo,


para que seu povo possa confiar em você.

Bardo – Um só deslize e perdemos tudo. Eles esperam de mim, o


que esperavam de meu pai, Shada. Tenho que mostrar que posso
governá-los.

Shada – E você irá mostrar a eles. Seu pai confiou esta terra ás tuas
mãos, ele treinou você para ser um rei, morreu acreditando que seu
povo estaria seguro nas mãos de seu filho, reconheceu a ti como
herdeiro perante Thalok, quem somos nós para duvidar do
discernimento dele?

Bardo – Saber disso só aumenta ainda mais o meu medo de falhar.

Shada – Calma, faz apenas 60 luas que acendeste ao trono. Não se


torture tanto. Você fará de seu reinado, história.

Bardo – O seu nome estará ao lado do meu. Sou grato à Deusa por
ter me presenteado com você. Nunca vou deixar que nada te
aconteça.

Shada – Lembrarei a Thalok, todos os dias, a minha gratidão por ser


sua esposa. (beijam-se)

Bardo – Hoje, teremos uma reunião com o Rei de Saroar. Temos que
rever nosso acordo de Paz.

Shada – Espero que venha sozinho, Valkyria é a própria encarnação


de Khálib.

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Bardo – Realmente não gosto daquela mulher, mas é a esposa dele,
rainha de seu reino e querendo ou não é parte de minha família, filha
de meu Pai.

Shada – Seu pai viu muito cedo o que ela é antes de bani-la. Vê-se
de longe que família ela não é.

Bardo – Ouviremos o que eles têm a dizer. (Pausa) Eles não podem
romper o tratado, foi selado com o sangue de nossos pais. Os Deuses
jamais perdoariam tamanha ofensa a seus princípios.

Shada – Conhecemos as leias da terra. Mas elas regem a eles?

Bardo – Essa é uma pergunta que me faço sempre.

(Ários entra fazendo reverência a seus reis.)

Ários – Zurak acaba de chegar, senhor. Acompanhado de sua


esposa.

Bardo – Esconda todas as armas de minha mulher. (Para Ários)

(O rei deixa o local)

Ários – Com licença senhora. (Vai se virando para sair)

Shada – Ários... Como estão os reparos na represa?

Ários – Os danos foram relevantes. Mas conseguimos controlar a


perda e estamos terminando com a última comporta.

Shada – Isso está deixando Bardo louco. Eu fico feliz por ele ter você
como braço direito, é a única pessoa a quem ele confia.

Ários – Ele salvou minha vida no incidente da reserva. Devo muito a


ele.

Shada – Ainda não acredito no que Noah fez. Tentar destruir as


comportas, nossos recursos? Ele sempre foi leal a Bardo.

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Ários – Os amigos são as pessoas que mais podem te ferir. Eles
possuem a sua confiança, a lealdade é algo muito frágil.

Shada – Não, meu amigo, ela é a nossa força. É o que nos mantém
unidos.

Ários – Preciso ir. Assim que terminarmos, venho notifica-los.

Shada – Obrigada!

(Ários sai. Depois entram Bardo e os reis visitantes)

Bardo – Espero que o sol tenha sido solidário com vocês na viagem.

Zurak – Fora bem mais que o de Saroar. (Todos fazem as


reverências)

Zurak – Eu soube do episódio com a reserva. Houve muita perda?

Bardo – Toda perda é um pesadelo nesse período escasso. Mas


conseguimos evitar maiores estragos.

Valkyria – E como está o imaturo novo herdeiro?

Shada – Agora está repousando, a noite passada foi bem agitada.

Valkyria – Só tem poucas horas e já carrega grandes


responsabilidades em suas costas.

Shada – E saberá lhe dar com elas desde cedo.

Valkyria – Então vamos torcer para que não fracasse. (Shada sai
com seu filho)

Bardo – Ele terá um ótimo guia, como nós tivemos.

Zurak – Será um grande rei, sem dúvida.

Valkyria – Sim, Será. Mas nossos assuntos, por hora, são com o
atual.(pausa) Como podemos continuar com o acordo se estão
perdendo seus próprios recursos? Parece que sua falta de regência
está começando a causar-
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Zukak – Valkyia!

Bardo – Isso não vai se repetir, foi apenas um fato isolado. Parece
que confiança é um produto raro a se encontrar.

Zurak – Entendemos sua perda. Porém, o que minha esposa colocou


em questão é o que queremos discutir. Nossa terra não é agraciada
como a sua e nossa produção só aumenta. Nosso percentual de água
não está suprindo a demanda. Quero aumentar 15% o nosso acordo.

Bardo – Impossível!

Zurak – Bardo, damos a vocês o metal e homens para sua armada,


estamos produzindo o dobro do que nos é necessário e sua atual
baixa está me preocupando muito quanto ao que nos é cedido.

Bardo – Seria mais da metade do que temos a oferecer, iria nos


deixar a mercê da sorte.

Zurak – Mas é essa a posição em que está começando a me deixar.

Bardo – A chuva chegará logo e vamos corrigir o dano que tivemos.

Valkyria – Seja sensato e admita! Suas crenças insultaram os deuses


e eles estão começando a esquecer dessa terra.

Bardo – Essa terra pertence à Thalok. Nossa dádiva é ofertada por


ela em troca de nossa crença.

Valkyria – E faz quanto tempo que ela não lhe oferta essa dádiva?

Zurak – Bardo, se os outros reinos começarem a almejar nossas


riquezas, e se nós não tivermos recursos, não poderemos conter o
massacre.

Bardo – Isso não irá acontecer. Seremos agraciados e você receberá


sua parte do tratado.

Valkyria – A sua fé cega levará a ruína de todos nós.

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Bardo – A minha fé é o que nos mantém vivos. Era a mesma fé de
nosso pai. (Para Valkyria)

Valkyria – O SEU PAI!

Zurak – Valkyria... Ele já deu seu veredito. Deixemos que ele cumpra
o acordo, como ele diz que irá cumprir.

(Shada entra)

Shada – Considere a palavra de meu marido, sua própria lei.

Bardo – Eu nunca quebraria os princípios da terra. Encerramos por


aqui. A noite logo chegará, então podem ficar e partir na aurora.

(Os reis de Saroar fazem reverência e saem)

Shada – Parece que meu agouro estava certo. O que eles queriam?

Bardo – Estão preocupados com a escassez e pediram 60 por cento


de nossa água. Acreditam que nossas fontes irão secar.

Shada – Isso é um absurdo! As nuvens não cobrem o sol há vários


dias, isso é fato. Mas, é apenas um período seco. Iremos repor toda
água desperdiçada quando a chuva retornar.

Bardo - Se ela retornar...

Shada – Mas o que foi isso? Basta eles virem aqui e soltarem
palavras vãs que já abalam a sua fé?

Bardo – Nunca passamos por luas tão secas. A humidade está


caindo cada vez mais.

Shada – Bardo! Já enfrentamos episódios mais sérios do que esse.


Onde está aquele homem ávido com quem me casei?

Bardo – Cada dia mais absorto com tantas preocupações.

Shada – Querido, confie nos seus instintos, confie no seu povo e no


seu espírito.

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Bardo – Eu confio... (pausa) Melhor eu ir dar uma olhada na reserva.

Shada – Ários já está cuidando de tudo por lá.

Bardo – Eu não sei o que eu faria sem ele. Sempre foi como um
irmão para mim.

Shada – E ele sabe disso. Depois que o salvou ele passou a venerar
você.

Bardo – Fiz apenas o mesmo que ele faria por mim.

Shada – Então tenha um pouco mais de fé. Precisamos nos preparar


para o ritual da chuva sob a lua crescente. Sei que Thalok irá ouvir
nossas súplicas, só precisamos aguardar a tempestade.

Bardo – Vamos torcer para que a primeira lunação de Bratza seja


com grandes precipitações.

Shada – Acredite. No próximo quarto crescente, estaremos


comemorando as enxurradas.

Bardo – Meu pai acreditava que as mulheres conseguem ser mais


próximas dos deuses, pois elas possuem o dom de gerar vida. Talvez
se eu ficar bem perto (Vai se aproximando de Shada)... A sacerdotisa
me escute melhor.

Shada – Não custa nada arriscar. (Os dois se beijam)

(Ários entra interrompendo a conversa)

Ários – A comporta foi restaurada. Já podemos começar a utilizá-la.

Bardo – Enfim uma boa notícia! Fico grato por seus serviços meu
amigo. Eu irei verificar se não falta mais nenhum detalhe para corrigir.

Ários – Bardo... Cirina, esposa de Noah, foi encontrada aos pés da


cama em sua casa e ao seu lado estava um pote que continha
algumas toxinas. Acreditamos que ela... (pausa)

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Bardo – Deve ter sido consumida pela perda de seu marido.
Realmente é uma perda dolorosa, mas a sentença de Noah foi selada
no momento em que ele decidiu falhar com sua terra. Iremos entrega-
la à Thalok de forma honrosa para que não seja perturbada pelo
demônio dos mortos, Khálib. Prepare o corpo de Cirina para que
possa ir em paz.

Ários – E quanto aos senhores de Saroar?

Bardo – Irão passar a noite por aqui. Certifique-se de que não lhes
falte nada.

(Bardo Sai)

Shada – O que lhes falta é nossa terra.

Ários – Ainda preocupada?

Shada – Eu sei que Zurak é sensato. Mas aquela mulher...

Ários – Realmente como rainha não se compara à você.

Shada – Vejo que não perdeu seu hábito de me elogiar.

Ários – Nunca perderei tal hábito. Assim como meus desejos que
tenho por você.

Shada – Porém, o seu limite é até aí.

Ários – Shada, eu sei que ainda sente desejos por mim. Consigo ver
que seu corpo ainda clama pela minha carne.

Shada – O que tivemos no passado, antes de meu marido, foi


esquecido pelo tempo. É melhor se retirar, irei cuidar de meu filho.

(Ários puxa a rainha e a abraça firme)

Ários – Ele não a satisfaz como mulher, o que dirá como rainha. Eu
posso te dar prazer e todas as regalias que você pode ter. Ceda a seu
instinto, eu sei o que senti.

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(Shada se vira e dá um tapa em Ários)

Shada – Eu sou sua rainha e esposa de Bardo, seu rei. É melhor que
tenha mais respeito quando for dirigir sua palavra a mim. (pausa)
Esqueça o passado, assim como vou esquecer o que acabo de ouvir
aqui. Volte a seus serviços, temos que preparar tudo para a
cerimônia.

(Ários sai. Depois Shada se retira)

(Entram Zurak e Valkyria)

Valkyria – Cada dia que passa é um dia a menos pra nós. O fim do
solstício irá queimar Saroar sem hesitar, e nem toda a reserva desta
terra poderá conter esse infortúnio.

Zurak – Estou ciente disso. Mas essas terras ainda não estão em
nosso poder.

Valkyria – Não! Está nas mãos daquele bastardo.

Zurak – Mas não por muito tempo. Precisamos ser pacientes.

Valkyria – Essa terra pertence a mim. Esse direito me foi negado,


Zurak. Eu era a primeira legítima, treinei com tudo o que eu tinha
almejando aquele trono e fui posta pra fora como um animal.

Zurak – Sabes bem que uma fêmea não tem posição para isso. Você
feriu a fé de sua família e tentou matar seu irmão.

Valkyria – E se eu tivesse tido sucesso, estaria no lugar dele.

Zurak – Se tivesse tido sucesso, não teria encontrado seus dons e


nunca poderíamos achar a “Fonte Mereide”. Os deuses não jogam
nossos destinos à sorte, minha querida. Veja se a pedra já nos mostra
a origem da fonte.

(Valkyria olha sua pedra)

Zurak – E então?

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Valkyria – Nada, ela só me mostra que está situada aqui. Temos que
esperar até o eclipse, quando a lua enfraquece e cede seu brilho às
pedras.

Zurak – Entretanto, nós não podemos esperar mais. Terá que ser
hoje, durante a cerimônia, estarão distraídos.

Valkyria – É melhor que não fracasse. No último episódio com as


comportas, aquele idiota quase bota tudo a perder. Você confia
demais nesse homem.

Zurak – Todos os homens podem ser corrompidos. Dê algo que eles


querem e em troca eles os servirão. A lealdade é medida por aquele
que der mais.

Valkyria – Se tivermos acesso a essas águas, poderemos ter


qualquer coisa.

Zurak – E nós teremos. Nada, nem mesmo os deuses...Poderá nos


parar.

Valkyria – Eu quero o coração dele, pulsando em minhas mãos.


Quero sentir o último sopro de vida que sairá daquele corpo. (Desliza
sua mão sobre o peito de Zurak)... Sentir a pele esfriando enquanto o
sangue escorre lentamente... (A rainha avança em seu corpo, pronta
pra satisfazer seu prazer. Zurak vira sua esposa e começa a penetra-
la.)

Cena 2

(Cerimônia de adoração à Thalok. Os reis dançam e cantam perto de


Bratza, enquanto Ários ministra o instrumento de precursão)

Shada – Que a mãe das águas nos ouça e nos presenteie com sua
graça.

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Bardo – Se ela não ouvir seu chamado, eu ouvirei.

Shada – Quanta honra vossa graça.

Shada – Seu pai é o mais galanteador guerreiro de Ramurã.


(Direciona-se para seu filho) Acho que ele quer ouvir histórias. Vou
lhe contar a origem de nossa terra.

Bardo – Shada, ele ainda não tem idade para entender.

Shada – Ele me entende desde quando estava aqui. (Acaricia sua


barriga)

Shada – Há muitas luas atrás, os povos estavam em guerra. Nosso


povo nunca possuiu muitas armas e nosso número de homens era
menor. Mas nossa crença nos Deuses era maior do que qualquer
exército. Acreditávamos que os Deuses estavam do nosso lado, nos
ajudando. Então, numa noite, um brilho forte desceu do céu e rasgou
o horizonte até chegar ao solo. A terra começou a brilhar... Os Deuses
deram aos inimigos o poder do sol. Ele é infinito, só cessa depois de
consumir tudo a sua volta. Aquele que a portava era intitulado de Filho
do Sol. Kriatus usava o sol para queimar seus inimigos e todo o resto.
Nada conseguia parar as centelhas que se espalhavam pelos muros e
das chamas que consumiam seus corpos. Mas houve um homem
que, ao invés de enfrenta-lo com armas, confrontou-o com orações.
Ele sentou e orou para uma única deusa que ele sabia que o
escutara. Thalok ouviu suas preces e trouxe a tempestade que
engoliu todo o fogo que eles traziam em suas mãos. Sem suas armas,
os homens de Kriatus foram dizimados. E esse homem que acreditou
em sua fé, construiu esses muros e guardou nosso bem mais
precioso. Seu nome era Rahjar. Avô de seu pai.

Bardo – Um dia ele contará essa história para os filhos dele e contará
a nossa também.

Shada – Farei ele se lembrar de mim.

Bardo – É claro que lembrará. Você será uma excelente mãe.


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Shada – Quase não consigo me lembrar da minha. A única imagem
que tenho dela, é deitada na terra. Vendo aquele cretino arrancar
suas vestes como se fosse um animal. (pausa) Não pude fazer nada,
só pude ficar escondida, observando. Os gritos ainda hoje estão
presentes nos meus ouvidos. Ele não parava, não importava o quanto
ela gritava. Ela não aguentou a dor. Mas nada o saciava. Ele veio até
mim, me agarrou pelos braços e me jogou no chão. Consigo me
lembrar do odor de seu sangue debaixo do meu corpo, a dor parecia
mil facas me apunhalando. Mas eu não gritei, só virei minha cabeça
para o lado e olhei para minha mãe. (pausa) Pude estar com ela nos
últimos momentos de sua vida.

Bardo – Ele não está mais vivo. Não pode mais fazer nada com você.
Ninguém mais vai te machucar, eu prometo. (Abraça sua esposa)

Shada – Chega de histórias tristes. (pausa)

Bardo – Tenho certeza de que ele quer ouvir as melhores.

Shada – O lobo selvagem lidera uma alcateia somente com seu uivo.
Todos seguem veementemente o seu alfa. Os lobos banham-se de
sangue de seus inimigos derrotados, para afugentar os que tentarem
confrontá-los. Os guerreiros usam tal símbolo para proteger toda sua
alcateia e liderar um ataque... E somente o alfa, possui a marca de
sua supremacia. (Desliza suas mãos sobre pinturas no corpo de
bardo)

(Bardo a puxa e começa a beija-la)

Shada - Vou lhe contar sobre a noite que conheci seu pai. Uma das
noites mais maravilhosas da minha vida.

Bardo – Cuidado com os detalhes.

Shada – Eu carregava as plantas mais lindas. Sim! Adorava a cor das


Raideiras e o seu perfume. Seu pai passa por mim e –

(Barulho interrompe a conversa. Logo depois Ários entra eufórico)

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Ários – Ramurã foi invadida! Há um exército usando as vestimentas
de Saroar, mil homens ou mais.

Bardo – Fique aqui com Bratza e não saia por nada, você entendeu?
(Para Shada)

Bardo – Chame Nofeus e reúna a primeira infantaria.

(Saem Ários e Bardo)

(Shada vai até seu filho)

Shada – Está tudo bem, Thalok está ao lado de seu pai.

(Zurak Entra)

Shada – Nenhum Deus terá misericórdia por sua traição.

Zurak – Eu não busco misericórdia.

Shada – Nós já lhe demos tudo o que tínhamos.

Zurak – Tenho certeza que isso não é tudo o que vocês têm. Mas não
se preocupe, estou tomando posse de tudo para garantir.

Shada – Você desonra sua família. Tem sangue de seu pai naquele
tratado e você cospe na imagem dele.

Zurak – Vou honrá-lo ao fazer o que ele nunca teve coragem. Lutar
por um propósito. Ele sempre foi covarde. Mas eu não tenho medo de
lutar pelo que almejo.

(Ários entra)

Shada – Ários. (pausa) Arranque a cabeça desse infeliz e traga pra


mim.

(Ários caminha até Zurak, até ficar frente a frente. Depois abre
passagem para o rei de Saroar.)

Shada – Não...(Pausa) Bardo confiou em você. Nós confiamos em


você. Como você pode...
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Zurak – Dê a um homem o que ele quer e ele será leal a você.

Zurak – Pegue o menino.

Shada - Você não vai tocar no meu filho.

(Ários se aproxima e Shada avança em seu corpo como uma fera


defende sua cria. Mas é vencida.)

Shada – Por favor, não faça nada com meu filho.

Zurak – Isso depende de você, vossa graça. Se me disser o que


quero saber.

Shada – O que você quer?

Zurak – Quero saber onde fica a fonte Mereide.

Shada – As águas sob as terras?! Veio dizimar o meu povo por causa
de um mito?

Zurak – Vejo que você não quer colaborar.

Shada – Você sempre foi um péssimo rei, e agora és um idiota que


pôs todo o seu povo a perder por conta de uma história que te
contaram antes de você dormir.

Zurak – Olha só todo esse poder! Onde ele está agora? (pausa)
Você deve se sentir orgulhosa, sempre tão erudita. O poder deixa
uma mulher muito excitante. Estar à cima de qualquer coisa, sentir-se
sempre protegida. Onde está o seu homem para lhe proteger agora?
Onde eles estão para me impedir de saborear a tua carne?

(Shada cospe em Zurak)

Zurak – Acho que está na hora de alguém trata-la com a devida honra
que vossa graça merece.

(O rei de Saroar pega Shada pelos cabelos e sai arrastando-a. Ouvi-


se somente os gritos de desespero e clemência. A rainha agora
mantém-se calada enquanto Zurak a estupra.)
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(Ele a traz de volta após terminar o ato.)

Zurak – Você vai me dizer, ou eu vou ter que achar outro jeito de
penetra-la.

Zurak – Eu mandei você me dizer.

(Ela se mantém em silêncio, então Zurak a esbofeteia. )

Shada – Foi ela não foi? Você nunca teve controle de nada. Sempre
foi um cãozinho adestrado. Acha que sabe reger um reino, mas é ela
que o faz. Você é uma cadela domesticada e que está perdido sem
saber o que fazer, atrás de uma utopia que foi colocada na sua
cabeça. Irá cair bem mais rápido do que eu imaginei, mas rápido do
que seu avô. E você nem sequer carrega as chamas dele, porque
você é um fracasso.

Zurak – Então não sabe mesmo? É uma pena.

(Zurak tira uma adaga e golpeia Shada pelas costas. Ela se arrasta
para tocar em seu filho.)

Ários – Por que você fez isso?

Zurak – Não lhe foi prometido nada em relação a ela. Faça somente o
que você tem que fazer. Dê-me a criança.

(Bardo aparece)

Bardo – SHADAAAA!

Zurak – Se não quiser que eu mate os dois é melhor você cooperar.

Bardo – Selou o seu destino Zurak, no momento em que testou a


minha ira.

Zurak – Quanto tempo você consegue viver sem sua família?

(Bardo percebe sua desvantagem e arqueia-se perante Zurak)

(Ários retira bardo. Depois Zurak se retira com a criança)

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Cena 3

(Estão presentes os reis de Saroar)

Valkyria – Eu disse que o queria morto.

Zurak – Ele tem mais valia pra nós, vivo.

Valkyria – E você ainda me trás seu filhote.

Zurak – Nós vamos manter ele vivo, por hora. Você entendeu? Talvez
ele saiba de algo que possa nos ajudar em nossa busca.

Valkyria – E por que você acha que ele lhe dirá alguma coisa?

Zurak – Porque família é tudo para ele.

Valkyria – Eu ainda não acho seguro mantê-lo vivo.

Zurak – Ele não vai a lugar nenhum. Nós agora temos essas terras e
em breve possuiremos Mereide.

(Ários entra)

Ários – Tudo saiu como você planejou. Vim reivindicar o que me


prometeu.

Zurak – Claro! Você realmente tinha razão. Parece que participava


muito mais do íntimo de seus reis, do que eu imaginava. Terá cinco
por cento dos recursos da reserva.

Ários – Cinco por cento? Eu quero quarenta por cento e liderar a


primeira infantaria.

Valkyria – Você quer? E quem é você para exigir alguma coisa,


verme? É melhor ter mais respeito com seu rei.

Zurak – Você estará à frente apenas da armada e terá somente cinco


por cento, agora saia daqui.

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Ários – Sim! Com licença, vossa graça. (Se retira)

Zurak – Vou preparar as equipe de busca. Não cessaremos enquanto


não encontrarmos essas águas. Eu quero que fique e cuide de
qualquer incidente que houver, e não tentes nada contra seu irmão.

Valkyria – Como desejar!

(Saem os dois. Depois entra Ários trazendo Shada amarrada.)

Ários – Eu nunca quis machucar você.

Shada – Onde está Bardo?

Ários – Diga à eles onde fica a fonte e nada vai acontecer a você.

Shada – O que fizeram com meu filho?

Ários – Acha que eles não vão atrás de cada homem, mulher e
criança de Ramurã. Eles não vão parar. Vai abdicar de sua vida para
proteger pessoas que não se importam com você?

Shada – Vou proteger as pessoas com quem eu me importo, e isso já


mostra o meu valor. É melhor do que trair as pessoas que me
acolheram e morrer como um verme inútil e sem valor algum. É
melhor ter certeza de que eu não saia viva daqui, porque o meu rosto
será a ultima coisa que você vai ver.

(Ários sai)

(Barulhos e gritos ecoam lá atrás, depois Ários entra com Bardo e


coloca-o no chão com o corpo todo lesionado)

Ários – Você queria seu marido? (Ários deixa o local)

Shada – Bardo...

Bardo – Eles fizeram algo com você?

Shada – Estou bem.

Bardo – Bratza?
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Shada – Estão com ele.

Bardo – Eu falhei... Falhei com meu povo, falhei com você.

Shada – Você não falhou com ninguém. Ainda estamos aqui e vamos
nos levantar. Cortaremos as cabeças de todos os cretinos que nos
traíram. Mas eu preciso de você.

Bardo – Thalok nos deixou. Tudo pelo o que lutamos, tudo pelo o que
construímos... se foi.

Shada – Nem tudo. Nós temos um ao outro, é o que basta. A chuva


cairá em breve e nós iremos retomar o que é nosso. Continuaremos
nossa história, ergueremos nosso povo e você governará essa terra.
Sei que perdeu a fé nos Deuses, mas não perca a fé em nós. As
rochas irão contar seu reinado e eternizará nosso legado.

(Valkyria entra)

Valkyria – Onde está?

(Os dois reis se mantém em silêncio)

Valkyria – Observe sua esposa. Olho seus olhos, e aprecie seu


último suspiro. (Fala para Bardo)

Bardo – Não faça nada a ela. Você tem a mim, é tudo o que você
sempre quis, eu ajoelhado aos seus pés. Mas não a machuque.

Valkyria – Minha ambição não era você de joelhos, era meu reino, o
que sempre foi meu por direito.

Bardo – Nunca foi digna de governar reino algum. Você envergonha


nosso sangue, envergonha nosso povo e envergonha nossa Deusa.

Valkyria – Você acha que me importo com uma entidade extinta? Só


tenho interesse em uma coisa nesse momento, e estou certa de que
vai me ajudar.

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Bardo – Tu falas da minha fé cega, mas é você que está perdida.
Nosso pai teria desgosto em descobrir que você se tornou isso que
está perante a mim.

Valkyria – Não vim aqui para conversar Bardo. Vim atrás de seu
sangue!

(Valkyria corta o pescoço de seu irmão)

Bardo – Shada... (Desfalece)

(Shada permanece atônita enquanto A rainha de Saroah coloca um


pouco de sangue de seu irmão em um pote)

Valkyria – O fim de uma era

(Shada grita lamentando a morte do Rei de Ramurã)

(Black Out)

Cena 4

(Ouve-se um tapa. As luzes voltam e Valkyria está no chão)

Zurak – Puta!

Zurak – Você tem ideia do que fez? Perdemos a última chance de


encontrar Mereide.

Valkyria – Ele não ia nos mostrar-

Zurak – Acabou com tudo o que fizemos por causa de uma briga
ridícula de irmãos. Eu devia queimar você viva.

Valkyria – Nós encontraremos a fonte.

Zurak – Como? Com bardo morto, levaremos centenas de luas até


acharmos.

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Valkyria – Encontrei um jeito de localizá-la. Ele possivelmente era o
único que saberia onde encontrar, e certamente nunca iria nos dizer.
Nós vamos achar a fonte, confie em mim.

Zurak – Para a sua segurança é melhor que esteja certa.

Zurak – Saia daqui!

(Valkyria Sai, Ários entra em seguida.)

Zurak – Eu sou muito diferente do seu rei. Puno a traição com uma
morte que até os Deuses estremecem.

Ários – Fiz o que sua esposa ordenou.

Zurak – Á quem você serve?

Ários – Ao senhor!

Zurak – Lembre-se disso, quando receber ordens de alguém que não


seja seu Rei.

Ários – Sim, meu rei.

Zurak – Me atualize sobre os insurgentes.

Ários – Alguns cederam e ofertaram lealdade à vossa graça, já a


maioria nega-se a servir um novo rei.

Zurak – Treine cada homem que teve a sensatez de se juntar a nós.


Alimente-os e prometa á eles grandes recursos. Almas pobres se
alimentam de qualquer esperança que lhes é ofertada.

Ários – Enquanto aos outros?

Zurak – Junte-os em uma gruta e queimo-os até suas almas virarem


pó. Não vamos presentear os Deuses com esse povo imundo.

(Saem os dois)

(Valkyria entra carregando um pote antigo. Ela realiza um ritual místico


com a ossada de seu irmão.)
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Valkyria – Tempo!... A ilusão de um fluxo contínuo de eventos
irrompíveis. A percepção errônea inferida por sentidos limitados de
seres incapazes de se expandir. Tempo! Mostre-me como é possível
romper a causalidade entre Tempo e corpo. Devolva-me as minhas
luas gastas em seu ciclo infinito de ações. Leve consigo o que sobrou
de meu corpo e darei a vós o prazer da carne.

(Valkyria começa a se tocar até chegar ao prazer intenso)

(Black Out)

(Em cena está Shada e o corpo de Bardo, logo em seguida Zurak


entra.)

Zurak – É assim que quer terminar?

(Ela permanece em silêncio)

Zurak – Quer o mesmo fim para seu filho?

Shada – Não ouse tocar nele.

Zurak – Você não está em posição de ordenar nada. Não me faças


matar a última família que lhe resta.

Shada – Eu vou caçar você. Vou atrás de todos os buracos que você
estiver se escondendo feito inseto e vou arrancar todas as partes do
seu corpo.

Zurak – Você vai me dizer o que eu quero.

Shada – Mesmo se eu soubesse, eu não diria a você.

Zurak – Você ainda acha que é alguma coisa? Acha que ainda tem
algum poder aqui? Você é só uma mulher inútil. Uma moribunda que
não tem nem sequer um homem que possa te proteger. Será que o seu
rei pode protegê-la, agora? Vamos Bardo! Estou preste a matar sua
mulher, e você fica aí inerte, acovardado, esperando que sua Deusa
realize algum milagre. (Pausa) Acho que ele abandonou você também.

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Ele não vai se importar se eu provar você de novo não é? Confesse
que você gostou da minha carne.

(Shada cospe em Zurak, e este revida com um tapa.)

Zurak – Ários!!!

(Ários entra)

Ários – Senhor?!

Zurak – Ofereça a Ramurã, o corpo de seu rei para saciar sua fome.

(Zurak e Ários saem. Logo em seguida Zurak volta com um pote)

Zurak – Trouxe algo para você não morrer à míngua. Não quero que
acabe como seu marido, não antes de me ajudar.

Shada- Eu não quero sua comida.

Zurak – Aproveite enquanto temos coisas boas para servir a você. Sei
que está com fome. Vamos, alimente-se. Esses olhos mostram a sua
vontade de lutar, e a esperança tola de sobreviver.

(Shada cede e começa a devorar)

Zurak – Uma alma desesperada em busca de uma centelha. Espero


que o gosto esteja à altura de seu paladar. A carne não estava em
boas condições, mas creio que o sabor lhe agrade, já que é carne de
sua carne. Faça essa refeição valer a pena, pois me deu muito
trabalho. Sua cria não parava de gritar.

(Shada começa a vomitar. Zurak sai e Ários retorna)

Ários – Eu nunca quis nada disso.

Ários – Espero que um dia possa perdoar meus atos.

(Ários entrega uma adaga á Shada.)

Shada - Corra... o mais rápido que conseguir. Minhas pernas não se


cansarão até encontrar você.
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(Ários sai)

(Shada esconde a arma, olha para o prato e devora com ânsia sua
comida)

(Uma entidade penetra o local)

Thalok – Levante-se minha criança, ainda não é tempo de se abrandar.


Observe o último vislumbre da lua. A tempestade regressa.

Shada – Tantas luas, á espera de sua chegada. Seu regresso tarda.

Thalok – A calmaria se estendeu por longos dias, mas o fogo se renderá uma
vez mais à intempérie.

Shada – Tudo foi tirado de mim. Não possuo mais forças para me erguer.

Thalok – Tu nunca estiveste só, teu espírito sempre foi seguido por aqueles
que exortastes. Tu lideras o maior exército que podes reger, estás à frente da
armada mais auspiciosa que qualquer homem possa tocar. Tua própria
determinação.

Shada – Você abandonou a mim e a meu marido. Abandonou nosso povo e


nossa esperança em tuas glórias.

Thalok – O homem espera que os Deuses sempre concretizem suas


ambições e amparem suas lamentações como Heróis. Não é dever de um
Deus ser Herói, é uma dádiva dos homens.

Shada – Como me pedes para ter fé, se ela nos levou a ruína?

Thalok – Sua fé a manteve viva, ela gerou seu fruto e fortaleceu seus laços.
Sua crença moveu um povo, ascendeu um reino e tocou o coração de um
homem. A fé que tens, não em mim, mas em ti mesma, te fez perdurar.

Shada – Sempre soube o que eu precisava fazer. Mas agora me sinto na


escuridão, sem saber que caminho tomar. O medo me consome e a dor me
sucumbe. Eles tiraram não só minha carne, mas meu espírito.

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Thalok – Por quantas escuridões tu já penetraste e conseguistes sair? Por
quantas dores tu te curaste? A chuva, primeiro decai, para então elevar-se.
Vislumbrei o horizonte do tempo, e a história possui teu nome gravado nas
pedras. Somente tu podes findar tua própria essência, ou torna-la infinita.

Shada – Perecerei hoje?

Thalok – Toda vida é efêmera, mas o legado que deixarás será eterno.

Thalok – Ventos fortes sopram em sua direção. As chamas crescem com o


sopro e se extinguem com a humidade. Levante-se minha rainha, pois nós
somos a tempestade. (Desaparece)

(Valkyria entra)

Valkyria – Vim ver se nossos serviços estão do seu agrado, vossa


graça.

(Shada permanece em silêncio)

Valkyria – Onde está a grande rainha de Ramurã? Só consigo


enxergar um monte de carne prestes a definhar. Se você me disser
onde posso encontrar a fonte, posso dar a você o que você quiser, até
mesmo... Juventude.

Shada – O que você é?

Valkyria – Algo que jamais você conseguirá ser.

(Shada se solta e agarra Valkyria com uma adaga em seu pescoço)

Shada – Tem razão, jamais serei como você.

Valkyria – Você não tem coragem, tudo era sustentado pelo o poder
de reinar, agora que você não tem nada, não lhe resta nem bravura.

Shada – Que inútil desperdiçar suas últimas palavras assim.

(Zurak entra)

Zurak – O que está fazendo?

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Valkyria – Mate-a Zurak.

Zurak – Qual era o seu plano? Me matar e enfrentar um exército


sozinha?

Valkyria – Está desesperada, se agarrando em qualquer esperança


que restar. Mate-a logo.

Shada – Se chegar mais perto, rasgo a garganta dela.

Zurak – Vá em frente.

Valkyria – O quê?

Zurak – Acha que isso irás me tolher? Eu não botaria tudo em jogo por
conta de uma mulher inútil que de nada me soma. Eu encontrarei
Mereide e irei reinar todas as terras desse reino.

Valkyria – O que você está dizendo?

Zurak – Você achou que eu dividiria meu reinado com você? Corte
logo a garganta dessa bruxa vagabunda e nos poupe dessas palavras
medíocres que saem de sua boca infame.

Valkyria – Como você pôde?

Zurak – Acabe logo com isso, corte-a, termine com todas as ambições
que ela um dia achou que iria possuir.

Shada – Seu erro foi usar seu corpo ao invés de usar sua erudição.
(Fala para Valkyria)

(Shada golpeia Valkyria por trás, e esta cai no chão entre os dois)

Zurak – E agora Shada? Você já sabe como isso termina não é?

Zurak – Eu vou arrancar toda a pele desse lindo corpo enquanto você
anseia pela a morte.

Shada – É melhor se redimir com os deuses, porque você vai queimar.

Zurak – Que bela apresentação Shada, mas você tem toda essa força-
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Zurak – O QUE?!

(Valkyria agarra os pés de Zurak)

Valkyria – A vadia ainda está viva!

(Shada avança em Zurak e o mata violentamente)

(Valkyria vai ate zurak se lamenta, depois levanta-se até shada. Pega
sua adaga)

Valkyria – Eu não darei a você o prazer de me matar.

(Valkyria corta seu próprio pescoço e desfalece)

(Black Out)

Cena 5

Mostra Shada tingindo seu corpo com as cores de um Rei e usando as


vestimentas do mesmo. Ela vira-se e vai desenhar algo na parede no
fundo da cena.

(Thalok aparece do outro lado em um foco pequeno e sombrio)

Thalok – O brilho da lua uma vez mais se oculta. As nuvens choram as


lamentações de almas que foram esquecidas durante toda uma era. A
lama apaga os rastros deixados por um povo outrora vivido sob um
dessemelhante costume, e o tempo carrega consigo somente o fardo
de extinguir episódios preteridos. Mas as rochas... As rochas se
incubem da função de narrar o passado, onde aqui, nesse local
corriqueiro, ela nos mostra a passagem de um legado, muito mais do
que reinos e guerras, ferro e fogo. (Shada termina sua pintura, se
aproxima do público e permanece parada sob a fala da Deusa) Elas
relatam o legado de uma fêmea, mais do que rainha, mais do que
guerreira. Revela-nos a próspera vivência de uma mãe que
arduamente lutou por sua cria. A essência de uma fêmea. O cerne de
uma mulher!
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(A luz revela o desenho na parede das duas capivaras que simbolizam
o Parque Nacional situado no Piauí, Serra da Capivara)

Fim

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