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Revista Eletrônica Gestão & Saúde ISSN: 1982-4785

Araújo EP, Ferreira BO, Caetano NCSP Ensaio

A visita íntima como prática educativa para adolescentes privados de


liberdade
The visit as underwear for educational practice incarcerated adolescents

La visita conyugal como una práctica educativa para los adolescentes encarcelados

Emanuelly Pereira de Araújo1, Breno de Oliveira Ferreira2,


Nadja Carolina de Sousa Pinheiro Caetano3

Resumo
A visita íntima antes era um direito também acerca dos direitos sexuais e
concedido somente a pessoas maiores dos direitos reprodutivos sob a
de idade que se encontravam perspectiva da Declaração Universal
aprisionadas. Atualmente, com a sanção dos Direitos Humanos. Contudo, é
da lei nº 12.594, de 18 de janeiro de preciso repensar práticas e ampliar
2012, que regulamenta o Sistema concepções acerca das representações
Nacional de Atendimento sociais da sexualidade humana que
Socioeducativo (SINASE) esse também outrora se constrói de maneira
passa a ser um direito dos adolescentes fragmentada, já que a visita íntima pode
privados de liberdade. Nesse sentido, o repercutir positivamente na vida do
objetivo deste ensaio teórico foi analisar socioeducando se de fato for executada
pontos relevantes no que se refere às dentro dos pressupostos éticos-legais.
medidas socioeducativas, em especial, a
prática da visita íntima. Para tanto, Palavras-chave: educação;
propõe-se uma discussão sobre como sexualidade; adolescentes.
era o antigo cenário com a ausência
dessa medida, e como deverá ser depois Abstract
de sua regulamentação. Discute-se The conjugal visit was a right granted
only to persons of legal age who were
1
Psicóloga graduada pela Faculdade Integral Diferencial. imprisoned. Since the sanction of Law
Mestra na área de Psicologia Educacional pela UNICAMP.
São Paulo, Brasil. E-mail: emanuellyaraujo@hotmail.com
2
No. 12,594, of January 18, 2012, which
Psicólogo graduado na Universidade Estadual do Piauí
(UESPI), especialista em Saúda da Família e mestre em regulates the National System of Socio-
Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Piauí
(UFPI). Piauí, Brasil. E-mail: breno.oli@hotmail.com
3
Psicóloga, professora do curso de Psicologia da Educational Services (SINASE) the
Universidade Estadual do Piauí (UESPI), mestre e doutora
em Educação Especial pela Universidade Federal de São conjugal visit has also become a right of
Carlos. Piauí, Brasil. E-mail: nadjacarolina@hotmail.com
incarcerated adolescents. Based on this

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development, this paper focus on and educativas, en particular, la práctica de


analyzes relevant issues that are related las visitas conyugales. Y por lo que
to educational measures, specially the propone una discusión sobre cómo era
practice of conjugal visits. This work el viejo escenario con la falta de acción,
proposes a discussion about how the y cómo debe ser posterior a la
previous scenario was without the regulación. También se discute acerca
regulation and how it might be after the de los derechos sexuales y los derechos
new regulation. It also discusses sexual reproductivos desde la perspectiva de la
and reproductive rights from the Declaración Universal de los Derechos
perspective of the Universal Declaration Humanos. Sin embargo, es necesario
of Human Rights. It is necessary to repensar las prácticas y ampliar las
rethink practices and broaden concepciones de las representaciones
conceptions of social representations of sociales de la sexualidad humana que
human sexuality, since conjugal visits una vez que usted construye de una
can have a positive impact on the lives manera fragmentada, ya que las visitas
of adolescents, who are in conflict with conyugales pueden tener un impacto
the law, if the conjugal visits are made positivo en el hecho de que adolescente
within ethical and legal assumptions. vida se lleva a cabo dentro de los
requisitos éticos-legales.
Keywords: education; sexuality;
adolescents.
Palabras clave: educación; sexualidad;
adolescentes.
Sumario
La visita conyugal una vez un derecho
concedido sólo a personas mayores de
Introdução
edad que quedaron atrapados.
Este ensaio teórico tem como
Actualmente, con la promulgación de la
objetivo discutir questões relacionadas à
Ley Nº 12.594, de 18 de enero, de 2012,
Lei n. 12. 594/12 que dentre outros
que regula el Sistema Nacional de
aspectos, regulamenta a prática da visita
Servicios Socio-Educativos (SINASE),
íntima como processo socioeducativo
que también pasa a ser un derecho de
de adolescentes que se encontram em
los adolescentes privados de libertad.
privação de liberdade, discutindo o
En este sentido, el objetivo de este
panorama do adolescente, do ato
ensayo teórico es analizar las cuestiones
infracional e das unidades de
pertinentes en relación con las medidas
internação. Os debates se concentram

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em dois grandes eixos: “O Adolescente principais direitos humanos a se


e o Ato infracional”, que contextualiza a ressaltar na situação de internação. Para
adolescência, o ato infracional e o isso, salienta-se a Política Nacional de
adolescente em conflito com a lei, Atenção Integral à Saúde de
enfatizando o conceito de adolescência Adolescentes em Conflito com a Lei em
bem como as particularidades típicas regime de internação, e a sexualidade
dessa fase em interface com o ato dos internos, enfocando o cenário das
infracional. medidas socioeducativas de internação
O segundo eixo, “Instituições antes da sanção da Lei 12.594/12 e as
privativas de liberdade e a visita suas possibilidades de intervenção.
íntima”, discute questões alusivas às
O Adolescente e o Ato infracional
instituições privativas de liberdade,
enfocando sua natureza educativa bem O termo adolescência provém
como seus objetivos. Discute-se etimologicamente do verbo latino
também como esses sujeitos são “adolescere” e significa
percebidos pelo meio social e como são amadurecimento e crescimento.
responsabilizados pelos atos que Cronologicamente esse período da vida
cometeram, destacando as medidas sofre variações conforme a cultura em
socioeducativas existentes no Brasil e que o indivíduo estiver inserido. Para a
evidenciando a de internação e o tempo Organização Panamericana de Saúde, a
de permanência do adolescente na adolescência é definida como uma fase
mesma, assim como os procedimentos que abrange pessoas de 10 a 20 anos de
(1)
legais pós cumprimento de medida. Há idade incompletos. Já o Estatuto da
um debate sobre temas importantes Criança e do Adolescente (1990)
como o conceito e atribuições do delimita adolescência com uma etapa
Sistema Nacional de Atendimento compreendida por pessoas com idade
(2)
Socioeducativo (SINASE), a Lei de entre 12 e 18 anos. Para efeitos deste
regulamentação 12.594/12 e um dos estudo a idade cronológica adotada é a
novos benefícios para adolescentes do Estatuto da Criança e do
privados de liberdade nela contida, o Adolescente (ECA).
direito a visita íntima. A adolescência é caracterizada
Considera-se nessa discussão, os como uma fase de metamorfose, isto é,
direitos sexuais e os direitos época de grandes transformações, de
reprodutivos como alguns dos descobertas, de rupturas e de

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aprendizados, e por isso mesmo, uma pertencimento e de inferioridade invade


fase da vida que envolve riscos, medos, o pensamento daquele que encontra-se a
(3)
amadurecimento e instabilidades. margem das oportunidades, se
Nesse período, o adolescente mostra-se instalando assim a dificuldade de se
mais vulnerável às alterações sociais, identificar e se solidarizar com este
pois esta se faz marcada pelas transições sujeito ou estas coletividades.(6) O
e transformações biológicas e aumento de adolescentes envolvidos
psicológicas, em que o jovem deixa de com atos infracionais na realidade
ser criança para passar a uma condição brasileira estaria associado as
de maior responsabilidade, entrando no problemáticas condições sociais em que
“temido” mundo dos adultos e perdendo os mesmos se encontram, onde a
a sua condição infantil. (4) pobreza potencializa a vinculação deste
No Brasil, os adolescentes público com o mundo do “crime”. (5)
pobres que residem nas áreas de maior Diante disso, o ato infracional
risco e vulnerabilidade social se surge como uma forma de apresentação
deparam, crescem, se formam e do adolescente à justiça, mecanismo no
convivem cotidianamente com a qual a história do ato infracional é
violação de seus direitos fundamentais colocada em evidência em detrimento
como, por exemplo, a educação, a da compreensão de desenvolvimento
convivência familiar, a saúde, o lazer, a em que se encontra o adolescente. (7)
cultura e o esporte. Diante dessa O Art. 103 do Estatuto da
realidade, é difícil exigir que tais Criança e do Adolescente aponta o ato
adolescentes desenvolvam a consciência infracional como a conduta descrita
do direito do outro já que os seus lhes como crime ou contravenção penal
foram negados. (5) executada por indivíduos menores de 18
Assim, este processo de não anos cuja responsabilidade tem início
(2)
reconhecimento do direito do outro é aos 12 anos. Os atos infracionais são
intensificado através da nítida equiparados aos crimes previstos no
desigualdade social que assola a história Código Penal, nas contravenções penais
do Brasil, já que quanto maior as e nas leis extravagantes, ou seja,
diferenças entre os seres humanos, comandos legais que não se encontram
maior a probabilidade de não se positivados nos códigos e sim em leis
estabelecer uma relação pautada no separadas, como é o caso do Estatuto da
respeito, pois o sentimento de não Criança e do Adolescente. (8)

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Diante disso, o ato infracional coopera para a manutenção da


não é uma condição intrínseca a desigualdade social. (11)
identidade do adolescente, mais sim, O adolescente em conflito com a
uma condição que pode ser modificada lei é via de regra aquele que convive em
quando houver disponibilidade interna ambientes altamente coercitivos, onde
para tal. Defende-se também que o ECA tanto a violência física quanto o
conceitua taxativamente o ato abandono estão presentes, produzindo
infracional, classificando o adolescente ao longo de seu desenvolvimento
dentro de uma categoria jurídica, onde comportamentos de caráter antissocial
ele passa a ser considerado sujeito de que é característico desse grupo. (12)
direitos estabelecidos na Doutrina de Ademais, esse tipo de
Proteção Integral, inclusive do devido comportamento é reforçado quando
processo legal ao qual responde. (9) esses adolescentes entram em contato
Desta maneira, é possível com a face repressiva do Estado,
ressaltar que o adolescente em conflito encontrando assim, na violência
com a lei não nasce infrator. Na organizada dos grupos de narcotráfico a
realidade, ele se constitui infrator tendo possibilidade de realização de seus
em vista o contexto de exclusão a que sonhos, principalmente aqueles
estão expostos. Pode-se afirmar, então, relacionados a autoafirmação, heroísmo,
que a prática de atos infracionais é uma consumismo e de obtenção de
situação que pode ser modificada. vantagens imediatas. (13, 8)
A situação dos adolescentes em
Instituições privativas de liberdade e
conflito com a lei no cenário brasileiro
a visita íntima
está intimamente relacionada com os
As instituições privativas de
efeitos da desigualdade social e das
liberdade são espaços direcionados para
habituais injustiças que atingem os
o processo de reeducação e reinserção
segmentos mais pobres da população.(10)
social de adolescentes em conflito com
Assim, em concordância com esta idéia,
a lei. Com isso, devem contemplar além
a sociedade ao intitular esse público
dos pressupostos de natureza punitiva,
com rótulos como “menores infratores”,
os de natureza educativa, de modo a
“marginais” e “trombadinhas” além de
fornecer ao socioeducando condições
contribuir para o reforço da miséria
para que o mesmo possa se desenvolver
social e psicológica desses adolescentes,

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plenamente no processo de aquisição de de ser e conviver em sociedade em


repertório de socialização. consonância com as leis vigentes. A
A disciplina é a base que norteia aprendizagem que o adolescente
a prática dos profissionais que atuam necessita adquirir dentro dos centros de
dentro das instituições socioeducativas, socioeducação deve pautar-se na
tendo com principal objetivo a demarcação de limites, indicação de
reeducação de adolescentes que se caminhos e transmissão da disciplina,
envolveram em atos infracionais e que, sempre considerando suas necessidades,
por sua vez, estão cumprindo medidas possibilidades e potencialidades, de
socioeducativas. Os processos modo que cada um possa corrigir tanto
disciplinares estão presentes nas seus desvios comportamentais quanto
principais instituições sociais, como por suas crenças, procurando sempre
exemplo, nos conventos, nos exércitos, respeitar sua individualidade e adequá-
nas oficinas, nas igrejas, exigindo às la à norma. (16)
vezes uma espécie de “cerca”, o que se Os adolescentes em conflito com
remete a locais heterogêneos a todos os a lei são concebidos pelo meio social
outros e fechados em si mesmo e que como sujeitos marginalizados,
resulta primeiramente à distribuição dos estigmatizados, indisciplinados, inúteis,
(14)
indivíduos no espaço. De acordo desajustados e carregados de
com esse pensamento, os espaços de preconceito, ficando a instituição
restrição e privação de liberdade socioeducativa responsável por tentar
assumem a função de normatizar os reverter esse quadro. Contudo, as
adolescentes por meio de um regime práticas socioeducativas visam
disciplinar pautado no respeito, que os desenvolver as aptidões e capacidades
selecione e os classifiquem para treiná- dos adolescentes, de modo que possam
los e utilizá-los melhor. (15) corrigir seus desvios comportamentais,
Por conseguinte, os centros de contemplando ações que estimule o
socioeducação para adolescentes em protagonismo juvenil na construção de
conflito com a lei surgiram com o um projeto de vida que leve em
objetivo de reinserção do jovem ao consideração tanto sua singularidade,
meio social através de práticas quanto os valores éticos e morais
educativas que elucidem o intrínsecos ao meio social ao qual serão
desenvolvimento de habilidades que reinseridos. (14)
permitam ao socioeducando condições

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O envolvimento de adolescentes encaminhado a outras medidas


em atos infracionais é considerado um socioeducativas, como por exemplo, a
sintoma social. Todavia, o adolescente de liberdade assistida ou semiliberdade.
(18)
que comete atos infracionais é
responsabilizado por tal, recebendo Nestes casos, quando há
como forma de punição medidas restrição ou privação de liberdade, os
socioeducativas, com ou sem privação demais direitos do adolescente devem
de liberdade, dependendo da gravidade ser assegurados, como é o caso do
da infração, conforme prever o Estatuto direito ao exercício da sexualidade,
da Criança e do Adolescente (ECA). (17) principalmente por meio da visita
Dependendo da natureza e íntima. Não obstante, há um enorme
característica da infração cometida pelo desinteresse dos centros de internação
adolescente, bem como, de sua por quase todos os aspectos da vida de
circunstância familiar e social e da adolescentes em conflito com a lei que
disponibilidade de programas e serviços se encontram privados de liberdade,
em nível municipal, regional e estadual, principalmente no que se refere ao
são que as medidas socioeducativas modo pela qual sua sexualidade é
poderão ser aplicadas e operadas. Dos exercida dentro dos centros de
seis tipos de medidas socioeducativas internação. (19)
(advertência; obrigação de reparar o A visita íntima, antes era um
dano; prestação de serviços à direito concedido somente a pessoas
comunidade; liberdade assistida; maiores de idade que se encontravam
semiliberdade e medida de internação, aprisionadas. Atualmente, com a sanção
esta é a que deveria ser destinada da lei nº 12.594, de 18 de janeiro de
unicamente aos adolescentes que 2012, que regulamenta o Sistema
cometeram atos infracionais Nacional de Atendimento
considerados graves. O tempo máximo Socioeducativo (SINASE) esse também
que um adolescente pode ficar privado passa a ser um direito dos adolescentes
de liberdade é de três anos, conforme privados de liberdade. O parágrafo
menciona o ECA, sempre considerando primeiro da Lei n. 12.594/12 conceitua
e respeitando sua condição peculiar de SINASE como o “conjunto ordenado de
pessoa em desenvolvimento. Depois do princípios, regras e critérios que
cumprimento da medida de internação, envolvem a execução de medidas
o adolescente deve ser liberado e socioeducativas”. (20)

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O SINASE é um documento que antagonicamente, gerando grandes


se constitui como um guia no processo discussões no que diz respeito ao
de implementação das medidas processo de ressocialização de
socioeducativas, e tem como objetivo adolescentes que se encontram
primordial o desenvolvimento de ações institucionalizados.
socioeducativas baseadas nos princípios Outrossim, as medidas
dos direitos humanos. Ele é orientado socioeducativas devem ser planejadas
pelas normativas nacionais e de modo que o adolescente disponha de
internacionais, como por exemplo: novas oportunidades de
Constituição Federal e Estatuto da desenvolvimento pessoal e social, a fim
Criança e do Adolescente (nacionais); de superar as dificuldades que o
Convenção da ONU sobre os Direitos levaram a cometer atos infracionais,
da Criança, Sistema Global e Sistema aprendendo novas regras e adquirindo
Interamericano dos Direitos Humanos: um novo repertório comportamental que
Regras Mínimas das Nações Unidas lhe proporcione reinserção no convívio
para Administração da Justiça Juvenil social. (14,17)
Regras de Beijing – Regras Mínimas O artigo n. 112 do Estatuto da
das Nações Unidas para a Proteção dos Criança e do Adolescente explicita
Jovens Privados de Liberdade quais são as medidas socioeducativas
(internacionais das quais o Brasil é que deverão e poderão assistir o
(21)
signatário). Esse documento foi adolescente em conflito com a lei, todas
sancionado a fim de preencher a lacuna de caráter educativo e não
entre o que é preconizado pelo ECA, a essencialmente punitivo, como era
realidade cotidiana dos adolescentes em anteriormente no que se denominava
conflito com a lei e a rede institucional Código de Menores. Entende-se por
voltada ao atendimento socioeducativo. medida socioeducativa aquela em que o
Desde então, a regulamentação autor de ato infracional é obrigado a
da Lei n. 12.594 divide opiniões quanto participar por ordem judicial e que visa
a sua execução. De um lado, à sua reintegração social. As medidas
autoridades compreendem esse socioeducativas são orientadas por
benefício de forma positiva, admitindo socioeducadores, denominados
que irá favorecer o processo de orientadores de medidas, em
ressocialização por estreitar os vínculos instituições autorizadas legalmente, e
familiares. Já outros se posicionam devem priorizar o fortalecimento dos

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laços familiares e a convivência Conflito com a Lei, em Regime de


comunitária. (2) Internação e Internação Provisória, por
Contudo, é válido ressaltar que o intermédio da Portaria Interministerial
fato do adolescente estar privado de nº 1.426 e da Portaria SAS/MS n. 647
liberdade não lhe tira a possibilidade de busca orientar em sua linha de ação a
gozar de seus direitos. Entretanto, é de implantação e implementação de um
suma importância a aplicação de elenco de ações no âmbito da promoção
medidas ao infrator, bem como é dever da saúde, prevenção de riscos e
do estado proporcionar a ele condições assistência aos agravos, em unidades de
educativas que facilitem sua reinserção internação, garantindo a integralidade e
no contexto social, pois se a sociedade e a universalidade de acesso aos serviços
unidades de internação não investirem e de saúde em todos os níveis de
não acreditarem na possibilidade de assistência, bem como uma atenção à
mudança e transformação do jovem saúde humanizada. (22)
acautelado, tampouco o socioeducando A Portaria n. 647 direciona
terá motivação para encontrar recursos ainda as ações referentes a saúde sexual
internos para mudar. Embora sejam e reprodutiva dos adolescentes em
culpados, o cumprimento das medidas a conflito com a lei e em situação de
eles impostas devem ser executadas internação. Ressalva a importância de
com dignidade, respeito e esperança. atividades que visam desenvolver
(14,17)
práticas educativas que abordem o
De acordo com o caderno planejamento familiar, a gravidez na
organizado pelo Ministério da Saúde, adolescência, a paternidade/maternidade
intitulado - Direitos sexuais, direitos responsável, a contracepção e as
reprodutivos e métodos Dst’s/AIDS. Afirma a relevância de
anticoncepcionais - os direitos humanos ações que distribuam preservativos e
são os direitos fundamentais da pessoa outros contraceptivos e em especial, as
humana, pois sem eles o indivíduo é que orientem quanto aos direitos
incapaz de se desenvolver e participar sexuais e direitos reprodutivos dos
ativamente da vida. Dentre os direitos adolescentes. (22)
humanos fundamentais encontra-se à Nessa perspectiva dos direitos
livre expressão da sexualidade. (21) humanos, em evidência, o da livre
A Política Nacional de Atenção expressão da sexualidade, é válido
Integral à Saúde de Adolescentes em salientar que todos os adolescentes

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possuem o direito de obter informações Esse discurso cria um dos principais


e educação no que tange a: saúde sexual critérios de autorização da visita íntima.
(18,19)
e saúde reprodutiva; meios e métodos
anticoncepcionais e prevenção contra as Até pouco tempo atrás, a vida
doenças sexualmente sexual dos jovens internados não era
(21)
transmissíveis/HIV/AIDS. admitida, e consequentemente a
Com isso, os direitos sexuais se negação das visitas íntimas era uma
fazem fundamentais na consolidação realidade que fazia parte da dinâmica da
dos direitos humanos, tendo em vista maioria dos centros de internação do
que adolescentes privados ou não de país, sendo este mais um dos problemas
liberdade são igualmente titulares de enfrentados pelos adolescentes privados
direitos, independentemente das de liberdade. Havia grande resistência
restrições a eles impostas pela medida por parte destas instituições em
socioeducativa. Essa é uma questão perceber o adolescente como um ser
polêmica, pois divide opiniões. Logo, sexuado, e por isso questões relativas à
há quem fale que os adolescentes em sexualidade eram excluídas do projeto
regime de internação não possuem educativo das mesmas, o que não
direito ao exercício da sexualidade, pelo anulava a prática sexual, mas sim a
fato da medida socioeducativa ter omitia e a negligenciava. (19)
caráter punitivo. Todavia, é precio Os auotres destacam que muito
salientar que a medida socioeducativa possivelmente o fato do ECA não fazer
não possui caráter apenas punitivo, mas nenhuma alusão específica aos direitos
também educativo, devendo oferecer ao sexuais e reprodutivos de adolescentes
adolescente privado de liberdade a se justifique em decorrência de que os
possibilidade de se reeducar em muitos principais documentos internacionais
aspectos de sua vida, como é o caso da que os reconhecem, e que fazem
educação para o exercício da menção sobre essa população foram
sexualidade. elaborados depois do ano de 1990,
Alguns especialistas em direito mesmo assim, alguns mecanismos do
da criança e do adolescente defendem Estatuto permite que estes direitos
que o exercício da sexualidade dentro sejam assegurados na atenção a saúde
das unidades de internação é como, por exemplo, a garantia da
importante, pois reforça o convívio atenção integral à saúde. (5,7)
familiar e a manutenção de vínculos.

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Dessa forma, os argumentos comunitária, ressaltava a possibilidade


mais utilizados para justificar a omissão de garantia da visita íntima
foram que: os adolescentes acautelados exclusivamente aos adolescentes que
não possuíam maturidade suficiente cumprem medida socioeducativa de
para exercerem a sexualidade; as internação, pois entendia-se que os
instituições não dispunham de espaço socioeducandos já possuíam vínculo
adequado para que os socioeducandos afetivo antes do cumprimento da
tivessem relações sexuais e o fato de medida. Caso a unidade de internação
todas as unidades de internação do país autorizasse a visita íntima, o visitante
serem compostas apenas de jovens do deveria ter autorização legal dos pais ou
mesmo sexo, o que supostamente responsáveis e ao mesmo seria
diminuiria a possibilidade de relações assegurado acesso à: orientação sexual,
sexuais entre os internos. Mas, o que métodos contraceptivos, tudo realizado
realmente acontecia/acontece são por profissionais da área da saúde
relações sexuais entre os internos com devidamente qualificados para tal. (21)
as namoradas durante a visita e com os Também encontra-se positivado
(17)
próprios funcionários. no SINASE, antes de sua lei de
Nesse contexto, foi desenvolvida regulamentação, no que se refere aos
uma pesquisa com 228 adolescentes Parâmetros da Gestão Pedagógica no
privados de liberdade acerca do tema. Atendimento Socioeducativo,
Seus resultados apontaram que 52,13% particularmente no eixo: suporte
dos sujeitos em análise não receberam institucional e pedagógico, a garantia de
nenhum tipo de orientação referente à adequação e reserva de local, dentro das
educação sexual. Ainda relatou que unidades de internação, destinado à
13% deles declararam que durante o prática de visita íntima para
período de internação se envolveram em adolescentes internos, em acordo aos
práticas sexuais. Para o autor os pressupostos legais no que tange à idade
resultados apontaram para a necessidade dos visitantes e a autorização (por
de práticas educativas que abordem essa escrito) dos pais ou responsáveis, bem
temática. (18) como a participação de todos os
Antes da regulamentação da Lei envolvidos (adolescentes internos,
n. 12. 594/12, o SINASE, no tópico visitantes e responsáveis) em
Gestão dos Programas, especificamente atendimentos a nível individual e/ou
no eixo: abordagem familiar e grupal acerca dos seguintes temas:

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orientação sexual e reprodutiva, integral à saúde de adolescentes


métodos contraceptivos, doenças privados de liberdade, dentre eles o do
sexualmente transmissíveis e AIDS planejamento familiar, devem ser
além de outros temas relevantes. (21,22) levados em consideração no exercício
Contudo, após a sanção da Lei n. do direito à visita íntima, pois essa
12.594, de 18 de janeiro de 2012, que medida socioeducativa deve contemplar
regulamenta o SINASE, via de regra, ações, medidas e práticas que protejam
todas as unidades socioeducativas de a saúde reprodutiva dos
internação devem implantar essa socioeducandos, devendo estes obter
medida, pois segundo o art. 68 desta lei: “condições e recursos informativos,
é assegurado ao adolescente casado ou educacionais, técnicos e científicos que
que viva, comprovadamente, em união assegurem o livre exercício do
estável o direito à visita íntima. (20) planejamento familiar” conforme
De acordo com os atores, cada estabelece a Lei n. 9.263/96 no seu art.
centro de internação (provisória ou não) 5. Esses ditames legais deverão ser
estabelecerá sua própria regulamentação efetivados pelos diretores das unidades
no que se refere a visita íntima, assim de internação socioeducativas, que terão
como contará com a colaboração e a tarefa de adotar as providências
orientação da equipe técnica necessárias para a obtenção do sucesso
multiprofissional, a fim de que não haja da medida. (23)
distorção da objetividade e seriedade da Outra pesquisa desenvolvida
proposta socioeducativa em questão. com profissionais de saúde de uma
(19,23)
unidade de internação em Brasília,
Não obstante, o parágrafo único Distrito Federal, destacou que os
do art. 68 da lei 12.594/12 define que profissionais entrevistados
antes da realização da visita íntima, o demonstraram certa dificuldade e tensão
visitante passará por um processo de ao estabelecerem a relação entre:
identificação e registro pela direção do medida socioeducativa, saúde e
programa de atendimento, onde será sexualidade, incluindo a visita íntima,
emitido um documento de identificação, uma vez que para eles essa interelação é
pessoal e intransferível, específico para bastante complicada, e por assim ser,
essa finalidade. (20) assumem uma postura passiva frente a
Os ditames legais que mesma, pois entendem que essa
regulamentam o atendimento global e situação “não tem jeito”, visto que

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temas como esses não se encontram é válido ressaltar que a sexualidade se


ancorados ao projeto pedagógico da faz intrínseca ao processo de
instituição e por isso há muita desenvolvimento humano, ganhando
dificuldade em discuti-los, dificultando grande conotação durante o período da
assim as intervenções. (24) adolescência, o qual se configura a
Dos 27 estados brasileiros, partir de intensas modificações físicas,
somente três situados na região nordeste biológicas e psicológicas e se constitui
do país implantaram a medida de visita também como um período da
íntima antes da sanção da lei acima construção da identidade. Questiona-se
citada, pois nesses centros, reconheceu- então como fica esse processo para o
se que o adolescente é um ser sexuado e adolescente privado de liberdade?
que possuía vida sexual antes da Os aparelhos midiáticos têm
internação, não podendo assim ficar lançado todos os dias casos de violência
privado desse direito. Nessas três envolvendo adolescentes. No entanto, a
unidades, o modelo de visita íntima é violência não é vista como uma
igual ao das unidades prisionais de manifestação específica da
adultos, e todas possuem normas de adolescência, mas desde a antiguidade
regulamentação, algumas documentadas tem sido atrelada como uma
e outras apenas verbalizadas. Nestes característica própria a essa fase da
centros de internação, a visita íntima é vida. Suas formas de manifestação
liberada sob as seguintes condições: o variam, podendo ocorrer
adolescente deve ter acima de 18 anos individualmente ou em grupos. A
de idade; deve ser reconhecido o violência existe internamente nos
casamento ou a união estável do jovem, adolescentes e pode ou não ser
sendo um dos fatores que favorecem a expressa.
comprovação a existência de filhos em A violência urbana praticada por
comum; autorização dos pais e do juiz - adolescentes é reflexo de uma sociedade
caso a companheira for menor de idade; de desiguais na qual, uma parcela
e enfim, o interno deve apresentar um significativa da população está a
bom comportamento. (19) margem das oportunidades de inserção
à diversas políticas públicas, dentre
Considerações finais elas, uma das mais valorizadas
Apesar de ser abordada como socialmente na sociedade: a educação.
um produto das densas relações sociais,

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Por cumprimento de medida Sem dúvidas, esse é um tema


socioeducativa, a grande parte do delicado e polêmico, no entanto de
processo educativo de adolescentes extrema relevância social. Nesse
privados de liberdade ocorre na maioria sentido, é preciso repensar práticas e
das vezes nos centros de internação, em ampliar concepções acerca das
especial pelo alto índice de reincidência. representações sociais da sexualidade
Nessa perspectiva, o adolescente em humana que outrora se constrói de
conflito com a lei em regime de maneira fragmentada.
internação se faz um sujeito com É importante que se perceba a
direitos de liberdade restritos, no visita íntima como uma medida
entanto, com diversos outros direitos socioeducativa propriamente dita, e que
constitucionais, em especifico, os pode repercutir positivamente na vida
direitos sexuais e reprodutivos. do socioeducando se de fato for
A partir da sanção da Lei n. executada dentro dos pressupostos
12.594/12 que regulamenta o SINASE, éticos-legais. Essa medida só será
o qual é responsável pela organização e cumprida efetivamente com a
execução das medidas socioeducativas, colaboração de profissionais
o exercício da visita íntima por devidamente preparados para subsidiar
adolescentes restritos de liberdade e esse processo e facilitar a reinserção do
ainda sob algumas condições tornou-se adolescente ao meio social.
mais uma prática sociopedagógica a ser
Referências
e implementada e efetivada em todos os
centros de internação do país. 1- Martins PO, Trindade ZA, Almeida
AMO. O ter e o ser: representações
Em virtude disso, é preciso sociais da adolescência entre
adolescentes de inserção urbana e
problematizar algumas questões: como rural. Psicol. Reflex. Crit. [periódico na
internet]. 2003 [citado 2015 mar
os profissionais irão se posicionar frente 22];16(3):[cerca de 14 p.]. Disponível
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3a14.pdf
capacitação de recursos humanos? O
ambiente físico esta sendo preparado 2- Brasil. Lei Nº. 8.069, de 13 de julho de
1990. Institui o Estatuto da criança e
adequadamente para a realização da do adolescente. Diário Oficial da
União, Brasília, 13 jul. 1990.
visita íntima? Haverá trabalhos
educativos junto à família desses
3- Pinsky I, Bessa MA. Adolescência e
adolescentes (visitados e visitantes)? E drogas. São Paulo: Contexto; 2004.

se o adolescente for homoafetivo?

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http://www.scielo.br/pdf/psoc/v20n2/a Participação dos autores
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Revisaram o artigo conjuntamente

18- Volpi M. O adolescente e o ato


infracional. São Paulo: Cortez; 2011.

19- Mattar LD. Exercício da sexualidade


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privação de liberdade. Cadernos de
Pesquisa [periódico na internet]. 2008
[citado 2015 fev. 23]; 38(10): [cerca de
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http://www.scielo.br/pdf/cp/v38n133/a
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20- Brasil. Lei Nº 12.594, de 18 de Janeiro


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Atendimento Socioeducativo. Diário
Oficial da União, Brasília, 18 jan.
2012.

21- Brasil. Ministério da Saúde. Cartilha de


Direitos sexuais, direitos reprodutivos
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Oficial da União, Brasília, 8 ago. 2009.

22- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº


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Aprova as normas de atenção integral a
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a lei. Diário Oficial da União, Brasília,
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23- Ramidoff ML. Sistema Nacional de


Atendimento Socioeducativo -
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2012.

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de liberdade: a experiência do CAJE- Recebido: 06.10.2015
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Universidade de Brasília; 2008. [citado Revisado: 29.02.2016
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http://repositorio.unb.br/handle/10482/ Aprovado: 01.04.2016
6419

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