Sie sind auf Seite 1von 4

PRÁTICA DE PESQUISA EM HISTÓRIA

Orientar o formando na produção do seu trabalho de conclusão de curso, que é um requisito


obrigatório para a obtenção do título de Licenciado em História. Para isso, dialogamos ao
longo das aulas com uma série de discussões teóricas que caracterizam a atual dinâmica do
campo historiográfico. Sendo assim, podemos dizer que o grande tema dessa disciplina é a
"historiografia pós-moderna", tal como o conceito foi tratado por autores como Keith Jenkins e
François Lyotard. Em um momento no qual dois modelos analíticos modernos caracterizados
pela ênfase nas interpretações das estruturas sociais entraram em crise, o campo
historiográfico é caracterizado por uma série de debates que questionou o rendimento
heurístico desses macro modelos. É em meio a essa crise que o aluno precisa pensar a sua
atuação como um pesquisador/professor na área de História.

1. Aula
O conhecimento histórico como uma ciência especializada
Se a história do conhecimento histórico, na cultura ocidental, é muito antiga, nos
remetendo, em última instância, a autores como Heródoto e Tucídices, a História da
ciência histórica é muito recente, sendo uma construção moderna que data do século
XIX.
Entender as discussões teóricas e filosóficas que caracterizaram a construção da
ciência História é o tema da nossa primeira aula e é algo fundamental para que
sejamos capazes de compreender os protocolos metodológicos que foram definidos
como indispensáveis para essa prática científica.
Alguns desses protocolos, como, por exemplo, a definição da análise da documentação
como requisito básico da ciência histórica, é até hoje o fundamento da nossa prática
profissional.

2. Aula

O projeto de uma ciência histórica de inspiração sociológica

Já no século XX, o movimento historiográfico francês que aprendemos a chamar de "Escola dos
Annales" afirmou que a "História problema" de cariz sociológico era a melhor forma de
produzir o conhecimento histórico. Sob aspecto algum, essa proposta foi inventada pelos
Annales, mas foi o produto de uma apropriação de uma discussão que já existia desde o final
do século XIX.

Analisar essa discussão oitocentista que colocou frente a frente os historiadores historicistas e
os sociólogos estruturalistas é o objetivo da segunda aula.

Essa reflexão é fundamental para a compreensão da noção de "História problema", que até
hoje é importante nos projetos de pesquisa histórica.

3. Aula

Os marxismos e a análise histórica


Durante muito tempo, o materialismo histórico, que foi desenvolvido por Karl Marx ao longo
do século XIX, foi um modelo analítico muito utilizado pelos historiadores.

Fundamentado em conceitos como luta de classes, ideologia e modo de produção, esse tipo de
abordagem por muitas vezes foi alimentado pela orientação política dos pesquisadores que o
utilizaram; ainda que hoje ele esteja relativamente fora de uso, o que se explica pela rejeição
que a historiografia contemporânea tem pelos macro modelos modernos, o marxismo e os
seus mais diversos desdobramentos nos ajudam a pensar o ofício do historiador e a construção
do discurso histórico.

Nesse sentido, o objetivo da terceira aula dessa disciplina é examinar as principais


características das propostas marxistas de interpretação histórica e refletir sobre o rendimento
heurístico dessas abordagens.

4. Aula

A derrocada dos macro modelos e a proposta do giro linguístico

Em 1962, veio à luz a primeira edição do "Meta-História", livro escrito pelo intelectual norte-
americano Hayden White. Esse polêmico trabalho questionou o estatuto científico da História
e se tornou um símbolo para um tipo de discussão que ficou conhecido como "giro linguístico".

Alguns anos mais tarde, em 1971, o historiador francês Michel de Certeau publicou o seu
Escrita da História, mostrando que a narrativa historiográfica estava na agenda dos
historiadores profissionais.

Essa preocupação, que deu origem ao surgimento do sub campo dos estudos historiográficos,
relaciona-se diretamente com o ceticismo em relação às concepções mais rigorosas de
"verdade histórica". Se por um lado, as discussões propostas pelo "giro linguístico" são cada
vez mais frequentes na historiografia contemporânea, pelo outro, as suas inspirações estão na
antiguidade, particularmente na discussão que Aristóteles desenvolveu a respeito da retórica.

Entender esse debate e a sua contribuição para as pesquisas históricas que estão sendo
desenvolvidas atualmente são os objetivos da quarta aula dessa disciplina.

5. Aula

A derrocada dos macro modelos e a proposta da micro história

Na década de 1970, ganhou fôlego, no espaço universitário italiano, a abordagem histórica que
ficaria conhecida como "micro História". Autores como Carlo Poni, Edoardo Grendi, Giovanni
Levi e Carlo Guinzburg reagiram ao colapso das macro análises de inspiração sociológica de
forma menos cética do que fizeram os autores afinados com o "giro linguístico".

Não se tratou, para esses micro historiadores, de questionar o estatuto científico da História,
mas sim de redefinir as pretensões da análise histórica.

Certamente, as propostas da micro História estão entre as mais influentes no campo da


historiografia contemporânea. Examinar a importância dessas propostas para a pesquisa
histórica é o objetivo da quinta aula dessa disciplina.

6. Aula
A derrocada dos macro modelos e a proposta da “Nova História Cultural”

Ao mesmo tempo em que o giro linguístico se debruçava sobre o discurso historiográfico e a


micro História defendia que as abordagens de cariz monográfico eram as ideais para a
pesquisa histórica, autores como a historiadora norte americana Lynn Hunt e o historiador
francês Roger Chartier questionavam as análises culturais inspiradas na antropologia
estruturalista que foram desenvolvidas nos quadros da História social francesa, aquilo que
ficou conhecido como "História das Mentalidades", que encontrou no historiador francês
Philipp Airés o seu principal representante.

Essa "nova" história cultural propôs a ênfase no conceito de "práticas", o que havia sido
ofuscado pelo conceito de "utensilhagem mental", que foi o principal aporte teórico
mobilizado na "História das Mentalidades".

Compreender as abordagens propostas pela "nova" História cultural e as suas diferenças em


relação à "História das Mentalidades" são os objetivos da sexta aula dessa disciplina.

7. Aula

A derrocada dos macro modelos e a proposta da “nova” História politica

Na medida em que os macro modelos de análise histórica foram questionados, as interdições


que a História social francesa impôs à escrita biográfica e às análises preocupadas com as
questões políticas também foram criticadas.

Na esteira das considerações de Michel Foucault e Pierre Bourdieu, esses temas foram
revitalizados e se tornaram fundamentais para as pesquisas históricas que atualmente estão
sendo desenvolvidas.

Compreender o diálogo entre as atuais pesquisas biográficas e políticas com aquelas do


mesmo gênero que caracterizaram a historiografia do século XIX é o principal objetivo da
sétima aula dessa disciplina.

8. Aula

A historiografia pós-moderna em perspectiva

Atualmente, o campo do conhecimento histórico é caracterizado por uma série de


questionamentos que complexificam e problematizam o "fazer" historiográfico. Nesse sentido,
é fundamental que o profissional de História, o professor/historiador, conheça tanto a
historicidade do seu ofício como o atual estágio da comunidade profissional na qual está
inserido.

Examinar as principais características da historiografia pós-moderna e os caminhos de pesquisa


mais utilizados atualmente são os objetivos da oitava aula dessa disciplina.

9. Aula

O cariz monográfico das pesquisas históricas na pós-modernidade


Se examinarmos os títulos e os resumos dos trabalhos de história que estão sendo
desenvolvidos nas diversas universidades brasileiras, perceberemos que a ênfase no estudo de
caso e delimitação cuidadosa dos problemas de pesquisa são características importantes da
historiografia contemporânea.

Por isso, a delimitação do problema de pesquisa, com seus devidos recortes, é fundamental
para a prática da pesquisa histórica. Refletir sobre essa etapa do processo de construção do
conhecimento histórico é o objetivo da nona aula dessa disciplina.

10. Aula

O projeto de pesquisa como o primeiro passo da operação historiográfica

Em complementação à discussão desenvolvida na nona aula, a décima aula dessa disciplina


pretende examinar as diversas partes que compõem um projeto de pesquisa. Nesse sentido,
analisamos nessa última aula, o processo de escrita de um projeto de pesquisa e os
procedimentos formais e normas científicas sem os quais não é possível elaborar um trabalho
historiográfico.

BIBLIOGRAFIA

BARROS, José d’Assunção. O projeto de pesquisa em História. Petrópolis: Vozes, 2005

BOUTIER, J. e JULIA, D. Passados recompostos. Campos e canteiros da História. Rio de Janeiro:


UFRJ/FGV, 1998.

CERTEAU, Michel. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

ELIAS, Norbert. A Sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

________. Relações de força. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

JENKINS, Keith. A história Repensada. São Paulo: Contexto, 2007.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado. Contribuição à semântica dos tempos modernos. Rio de
Janeiro: Contraponto, 2006.

LYOTARD, François. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988.

MALERBA, JURANDIR. A história escrita. São Paulo: Contexto, 2006.

REVEL, Jacques (org.) Jogos de escala: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: FGV, 1998.

Das könnte Ihnen auch gefallen