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2007
Saúde mental e lazer Aquino, Cavalcanti, Melo
Resumo
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Animador Sociocultural: Revista Iberoamericana vol.1, n.2, mai.2007/set.2007
Saúde mental e lazer Aquino, Cavalcanti, Melo
Introdução
Porque não sabes// que comigo venceram// milhares de olhos que não podes ver,//
milhares de pés e peitos que andaram comigo,// que sou mais forte// porque levo
em mim// não minha vida breve,// porém todas as vidas,// e ando seguro para
frente// porque tenho mil olhos,// golpeio com peso de pedra// porque tenho mil
mãos. Pablo Neruda (1980)
Desde sua criação, no ano 2000, temos observado que a ação do Clube de Lazer
entender o lazer inserido em um hospital psiquiátrico, voltado para uma clientela em sua
maioria idosa, institucionalizada por longa data, sem vínculos familiares e sem recursos
financeiros.
O objetivo do CLCC, desde a sua origem, é receber, além dos usuários de longa
A proposta inicial do CLCC era ser um espaço de lazer dentro dos preceitos da
clareza tinha-se acerca de que papéis o Clube deveria cumprir. Com o decorrer do
tempo, a partir de uma maior proximidade com o referencial teórico oriundo dos
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o modo como eles percebem e entendem este espaço. Nossas perguntas centrais são: o
Clube de Lazer interfere positivamente na vida dos usuários que dele participam? De
Além disso, a partir dos relatos dos usuários do CLCC, estabelecemos reflexões
a respeito dos aspectos teóricos do lazer que consideramos relevantes para o nosso
realizadas.
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1924.
denominou de Reforma Psiquiátrica e tem por eixo a luta pelo fim dos asilos
psiquiátricos, pelo respeito à cidadania dos usuários dos serviços de saúde mental e pela
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idosos: 27% com idade entre cinqüenta e um e sessenta anos, 25% entre sessenta e um e
setenta anos, 23% na faixa etária entre setenta e um e oitenta anos, 9% entre vinte e um
Material e Métodos
que “[...] um dos seus pontos fortes é que estuda pessoas em seus ambientes naturais e
processos sociais ou acessar áreas da vida social que não estão abertas ou receptivas à
pesquisa quantitativa” (Pope, 2005, p. 16). Para tanto, utilizamos como instrumentos:
usuários do Clube.
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A maioria das entrevistas foi realizada no local onde as atividades do Clube são
desenvolvidas, pela manhã, logo após o espaço físico ter sido montado e as atividades
terem sido iniciadas. O local de realização da entrevista dentro do Clube foi escolhido
lazer. Foram selecionados usuários que freqüentaram o Clube de Lazer pelo menos mais
de uma vez. A idade dos usuários variou entre vinte e cinco a oitenta e cinco anos. A
entrevista foi aberta a todos os usuários dos serviços de saúde mental freqüentadores do
transcritas.
A entrevista foi realizada de modo que, num primeiro momento, pudesse ser
voz, livremente, sem precisarmos recorrer ao seu prontuário – o que seria típico de uma
visto como mais um paciente no meio de um grande contingente, algo pode se revelar e
o mesmo se torna singularizado. Sendo assim, através de perguntas sobre sua história de
entrevistas.
Clube: por que o freqüentam; que atividades consideravam positiva ou negativa; o que
deveria ser modificado; o que faltaria; que lugares desejavam conhecer; e, se percebiam
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diferenças entre o Clube e o local onde residiam. Estas perguntas buscam distinguir qual
o espaço que o Clube ocupa na vida e no cotidiano destas pessoas. Após a escuta e
transcrição das fitas, realizamos uma ordenação e classificação dos dados e “com base
no que é relevante nos textos, nós elaboramos as categorias específicas” (Gomes, 1994,
estima e do conhecimento.
Quando Melo e Alves Junior (2003) iniciam sua reflexão, definem o lazer como
o resultado:
[...] gerado de uma clara tensão entre as classes sociais e da ocorrência contínua e
complexa de controle/resistência, adequação/subversão. [...] [e que] devemos estar
atentos para compreender a articulação entre política, economia e cultura no âmbito
do lazer, o que não significa submetê-lo a qualquer desses ornamentos: existe uma
especificidade do fenômeno do lazer [...]. (p. 10)
não é rotina, rompendo o movimento produzido pela vida submetida ao modelo asilar.
com a sociedade.
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experiência e solicitam aquilo a que estão acostumados; também entre parte dos
dividir o mesmo espaço com pessoas diferentes, com referências sociais, econômicas e
culturais distintas.
possibilidades:
rotina institucional e ocupando seu tempo com atividades como “levantar para comer”,
“ver televisão”, “jogar lixo fora, botar cadeira no lugar”, “não fazer nada”, “ficar
sentado aqui na cama, ver a TV, a TV fica ligada toda hora, todo minuto”, “nada,
vez que eu saio, vou trabalhar na casa de uma pessoa que me dá dinheiro, dá café,
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Esta primeira direção nos indica, como definiram Amarante e Rotelli (1992)
dentro das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde e implemente com certo
campo de pesquisa, este trabalho não alcança ainda o fim de semana, quando a maioria
do corpo técnico está de folga e os usuários optam por não estar no espaço do Clube.
constantes ele pode ser verdadeiramente minado, oferecendo-se a estes usuários uma
alternativa. Não são modernas instalações de lazer, nem mesmo reformas no espaço
asilar que fazem esta postura modificar, mas sim um (re)significado, o encontro de um
novo sentido para a vida, que pode se fazer através de um trabalho cotidiano com uma
ofertas de lazer que lhe são peculiares. Qual foi a constatação da equipe em um deles?
permaneceram por certo tempo até que a equipe realizasse uma intervenção. Estes
senhores, com dificuldade, aceitaram uma curta caminhada. Providos de dinheiro, não
desejaram nada, apenas alguns cigarros! Ao longo das oito ou dez horas que lá
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ninguém conseguiu. Apesar do dia nublado, fizeram questão de utilizar tudo que haviam
asilo que existente dentro de cada um deles. E mais uma vez constatou o quanto o
porque está chovendo muito”, “limpando meu quarto”, “em casa eu trabalho mais, aqui
Uma das linhas mestras do nosso percurso teórico se baseia na teoria sociológica
de Joffre Dumazedier (1974), criada a partir da distinção dos momentos de lazer das
obrigações do trabalho e com a rede social. Esse autor destaca que o conceito de lazer
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relatou uma situação que nos fez evocar a época em que os pacientes trabalhavam na
vínculo profissional. Entendemos que, independente do viés que este trabalho adquira,
ele se coloca como uma responsabilidade ou moeda de troca, logo distinto de uma
atividade de lazer.
prazer como a questão principal de toda e qualquer escolha de atividade de lazer o que
Melo (2003) nos alerta que as atividades de lazer não devem cristalizar a
esperado por eles – “vou deixar isso para falar na assembléia”, “hoje vai ter
assembléia?”, “será que já começou a assembléia?” – e que esta se tornou a hora em que
com o grupo, elaborados e chegam à equipe de modo que todos possam se envolver nas
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da capina embora, o mato não pára de crescer, está ficando perigoso. Vamos
reclamar?”. Foi também o espaço onde a equipe, após um longo trabalho, viveu a
emoção de, em momentos distintos, ver dois freqüentadores, taxados pelo asilo como
uma atividade sugerida por apenas uma das pessoas ou pelo grupo e, posteriormente,
dia e hora – a princípio funcionar todo sábado, atualmente todo fim de semana – o que
possibilitou uma orientação no tempo e criou uma identidade para o CLCC. A partir
deste primeiro compromisso outros são gerados: compromisso com o que é falado,
programado, decidido.
obrigação. Nos momentos de lazer, pode-se optar com maior facilidade pelo que se
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leva a concluir que estas escolhas sejam compromissos com eles próprios,
Para todos aqueles que pretendem lidar com ela [a loucura], um duplo desafio se
impõe. Fazer da teoria uma elaboração permanente que sustente, sem conformar,
uma prática clínica que, por sua vez, não perca de vista o compromisso terapêutico
que a legitima. A indagação sobre a loucura a serviço do interesse pelos loucos. A
busca de verdade a serviço da liberdade e da solidariedade. (p. 37)
Com isso, afirmamos que o lazer e todos seus aspectos são um direito e o seu
externas.
carnaval, tem natal”, “pra se distrair. É pra não ficar na casinha sozinha”, “da dança, de
todo mundo”, “é alegre aqui”, “aqui eu não faço nada [...] pra distrair um pouquinho”,
“fazer aquela dança sênior”, “pra dançar”, “porque eu gosto de alegria, brincar com as
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outras, distrair”, “de dançar, escutar música”, “porque eu gosto de me divertir, assistir a
assembléia, a gente fala o que a gente sente”, “pra me divertir um pouquinho [...] ter
outro tipo de atividade”, “eu vim aqui, vim no carnaval, dancei à beça, gostei”, “prá
dançar e comer”, “eu gosto do forró daqui também [...] a gente faz a dança sênior.”
contra as dificuldades e limites que encontra para a execução do seu trabalho. Estes
são encarados pela equipe como forma de resistência à vida mortificante e disciplinar do
quando estamos nos referindo a sujeitos que foram excluídos do espaço social. Vejamos
a seguir.
contribuindo para a formação e informação dos usuários (1): “tem colégio, estudar
cultural [...].” (p. 64) O outro aspecto do lazer é sua utilização como objeto de educação,
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ou seja, educar para o lazer. “[...] considero que para o desenvolvimento de atividades
assimilando mais uma destas funções do lazer, pudemos ampliar nosso quadro de
atividades; idas aos museus e locais históricos de nossa cidade, proporcionando aos
desconhecidos para eles como: Museu de Arte Naïf, Centro Cultural Banco do Brasil,
Petrópolis.
Deste modo, pode-se dizer que, as propostas do CLCC proporcionam para além
do acesso a espaços culturais e de lazer tal qual citados. Deve-se por em destaque que se
locais da cidade.
O animador cultural deve estar atento à dimensão da educação para o lazer, muitas
vezes até mais importante do que a educação pelo lazer, a qual, quando mal
encaminhada, corre o risco de ser extremamente autoritária [...]. O animador
cultural deve ser fundamentalmente um estimulador de novas experiências
estéticas, alguém que, em um processo de mediação e diálogo, pretende apresentar,
discutir, induzir e estimular o acesso a novas linguagens. (p. 67)
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eu nunca tinha ido ao museu não [...] achei ótimo [...] como é que pode, ele [o
artista] guardando tudo aquilo, depois ficou tudo misturado, bonito. Como é a
natureza do homem e da mulher, cada um tem um estilo diferente pra cuidar das
coisas. Meu armário é uma bagunça!
Foi bom, apesar de eu não estar entendendo nada daquilo lá, [...] estou querendo
levar minha mulher [...] tem um negócio lá incrível [...] eu falei: que isso? [...] Mas
pode ir lá a gente? [...] se eu for lá com ela pode entrar para ver?
desenvolvimento – que permite uma maior e mais livre participação social, a prática de
uma cultura sem finalidade produtiva do corpo, da sensibilidade e da razão. (p. 32-34)
destaca que, embora o morro esteja situado próximo a bens culturais, no bairro da
Tijuca, fatores econômicos e culturais afastam esta população da cidade que vive. Sendo
um dos papéis do projeto “extrapolar a barreira do morro [...] Mais ainda que tal
variedade de opções pudesse contribuir para que a comunidade viesse a repensar a sua
do espaço social. Nossa opção por realizar os passeios com um número restrito de
usuários objetiva um acompanhamento mais próximo, por parte da equipe, desta re-
descoberta.
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de você, gosto da minha comadre”, “gosto [de] ajudar o pessoal arrumar”, “porque é o
meu lazer [...] É porque não tenho onde ir”, “venho pra distrair mais vocês”, “pra ver o
pessoal dançando”, “pra ver todo mundo, pra ver meus colegas”, “ajudar meus
companheiros aqui minhas companheiras, preparar assim feito como se fosse uma festa
“ver minha namorada [...] só [...] se a senhora não quiser vim buscar eu vou sozinho”,
“apreciar as coisas bonitas que os outros fazem, olhar o terreiro, apreciar os outros
trabalhando”, “porque mesmo que eu não cante e não dance eu gosto de vim assistir”,
“eu gosto de dançar com os vovôs, eu gosto de estar perto para ensinar as coisas, se
puder abrir uma academia aqui de dança ou de ginástica eu gostaria de fazer com eles.”
melhor espaço e o melhor tempo é o aqui e o agora, e que o prazer não deve ser adiado
[...] a sua própria vivência constitui um dos componentes do processo de mudança.” (p.
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lazer. É este prazer, ocasionado pelos mais diversos fatores, que estimula estes sujeitos a
lúdicos, onde mesmo que o meio interfira “não adquirem o caráter de obrigação e não
são vistos como um conjunto de tarefas a serem cumpridas [...] expressam um exercício
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Clube.
comprar coisa, guaraná, cigarro”, “eu gosto de almoçar aqui porque a comida é melhor,
a comida lá no pavilhão tá muito ruim [...]”, “às vezes tem churrasco aqui”.
Estes relatos mais uma vez reforçam os aspectos das escolhas marcadas pelo
Estes sujeitos, em contraposição aos aspectos da cultura asilar, fazem sua opção
em participar do Clube e por sua vez fazem a equipe do CLCC lutar contra a
partir da demanda de seus freqüentadores, sem uma rotina fechada e que não proponha
Qual o sentido para os usuários das atividades externas? Segundo eles: “pra
passear, passear, eu vim só passear”, “pra se divertir [...] a assembléia também [...]
porque fala coisa boa [...] que a gente vai passear”, “eu gostei demais da feira dos
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paraíbas [...] tem muita coisa para gente comprar e a gente come bem [...] eu comi
rabada com agrião e batata”, “nós já fomos no museu, na praia duas vezes, fomos na
praia da Barra, São Conrado. Fomos no Recreio [...]”, “teve um evento que eu gostei o
de Copacabana e na praia, como é? Lá onde tem asa delta [...] acho lindo lá”; “gostei do
praia”; “no clube o que me marcou foi aquele evento [em Copacabana] [...] eu levei o
binóculo, não foi? [...] eu dei para minha sobrinha, ela vai se formar agora [...]”; “eu
gostei do bondinho [...] São Cristóvão [...] eu gostei de muitas coisas. Tem forró, tem
tudo.”
Foi numa Assembléia, que pela primeira vez surgiu por parte de uma
Paracambi?(2) O doutor levou a gente para passear lá e foi muito bom!.” Este pedido
físico: dar conta do território! Foram diversos lugares visitados até hoje, o que nos
passeios.
Melo (2003) destaca que o lazer deve se constituir por uma lógica distinta do
de escolha.
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institucionalizadas por longa data, entendemos que o nosso papel seja o de acolher os
pedidos de passeio que chegam a nós e ao mesmo tempo oferecer e instigá-los ao novo e
subjetividades.
lazer.
principalmente quando estas atividades não são acompanhadas por um corpo técnico de
modos distintos, na raça, no modo de vestir, falar ou comportar, com freqüência instiga
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direito à vida social, ao acesso aos bens e espaços públicos e privados e à vida em
sociedade.
cidade e do cidadão”, seja ele um usuário de serviços de saúde mental ou uma cidadã de
classe baixa. Definem Melo e Alves Junior (2003): “[...] a separação entre o cidadão e a
conclusão foi construída com base no estudo de uma série de quarenta entrevistas
“Núcleo” – local onde a maioria dos entrevistados passa o dia e reside. Por meio da
observação participante e da análise das entrevistas evidenciou-se que quando não estão
no Clube, às exceções dos horários de dormir e de comer eles ficam sem ter “nada para
fazer” onde a “televisão está ligada o dia todo”. Podemos dizer que nos Núcleos, o
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Uma percepção clara e marcante do Clube evidenciada nos fragmentos é que ele
possibilita “sair da rotina”. Lá ocorre o convívio com pessoas do outro sexo. Ele é um
lugar de “brincar” e de “comer”, onde eles gostam de “dançar”, “passear” e pedem para
ser exercido.
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desta caminhada se sustenta em pequenas conquistas, sejam elas comer no prato, pagar
um passeio, usar uma roupa própria. É esta simplicidade de circulação de afetos que
Agradecimentos
Aiolfi e Rejany Conceição, pois sem elas o caminho até aqui traçado não seria possível.
Notas
ano de 2003, ofereceu aulas de português e inglês ministrada por duas usuárias.
Referências bibliográficas
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DUMAZEDIER, Joffre. 1974. Lazer e Cultura Popular. São Paulo: Perspectiva: SESC.
MELO, Victor Andrade. 2003. Lazer e Minorias Sociais. São Paulo: IMBRASA.
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