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CMPA Assunto:

Colégio Municipal Plínio de Almeida Análise textual do


AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA romance Vidas
III UNIDADE Secas
PROFESSORA: ELIETE PEREIRA LIMA DATA___/___/____
8º ANO ___
ALUNO (A):______________________________________ TURMA:__________
__

 Leia o texto atenciosamente.


 Responda as questões discursivas sem rasurar
 Use caneta azul ou preta.
 Para cada questão objetiva existe apenas uma alternativa correta.
 Sejam atenciosos
 Questão rasurada é questão anulada
 Tenham calma

Nesta unidade tivemos o desafio da nossa 1ª leitura: o livro de Graciliano Ramos “VIDAS SECAS”, que tem
como tema central a vida do Retirante nordestino representado no romance por Fabiano e sua família. Sendo uma
publicação de 1938 o livro traz características que marcou o movimento literário modernista da segunda fase e, seu
autor através do romance denuncia uma mazela social que não está tão distante dos dias atuais. E a família de
Fabiano representa este lado tão sofrido por muitos que não só pela seca, se veem obrigados a se afastar da sua
terra em busca de dias melhores.
Os momentos de retirada dessas pessoas inspira a literatura brasileira e, nos remete a uma análise deste
livro que conta a trajetória de uma família de retirantes liderada pelo pai Fabiano tentando fugir da seca. Passemos
à leitura de um fragmento inicial de vidas secas

Mudança
Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os
infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos.
Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na
areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que
procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através
dos galhos pelados da catinga rala.
Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo
escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio,
cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a
espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia
iam atrás. (...)
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno
esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe
deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não
acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.
A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas
brancas que eram ossadas. O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em
redor de bichos moribundos.
– Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a idéia de abandonar o filho
naquele descampado. Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja,
irresoluto, examinou os arredores. Sinhá Vitória estirou o beiço indicando
vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam pertos.
Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se, pegou no
pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados no estômago, frio como um
defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o
anjinho aos bichos do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no
cangote, levantou-se, agarrou os bracinhos que lhe caíam sobre o peito, moles, finos
como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse arranjo, lançou de novo a interjeição
gutural, designou os juazeiros invisíveis. E a viagem prosseguiu mais lenta, mais
arrastada, num silêncio grande.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 71. ed. Rio de Janeiro:
Record, 1996. p. 9-10. (Fragmento).

Depois da leitura do texto vamos às questões!

1. Todos sabem que narrar é contar um fato ou uma sucessão de fatos para
construir uma história. O foco narrativo desta narrativa:
a) está em 1ª pessoa, pois o narrador é observador.
b) está em 3ª pessoa, pois trata-se de narrador – observador
c) está em 1ª pessoa, ou seja, apresenta narrador – personagem.
d) está em 3ª pessoa, isto é, o narrador é personagem
e) é mista, pois em alguns momentos aparece narrador – observador e, em
outros, narrador personagem?
2. O narrador procura usar variantes para apresentar a história social, a
cultura, a formação escolar e a precariedade do grupo a que pertence a
família de Fabiano. Essas palavras. Essas palavras podem ser
compreendidas a partir do contexto textual. Então correlacione as palavras
em negrito com os seus respectivos significados.
(A) “Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante
na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas.”
(B) “Como isso não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado,
praguejando baixo”.
(C) “O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos
moribundos”
(D) “_ Anda, excomungado.”
(E) “Fabiano sombrio, cambaio, aio a tira colo, a cuia pendurada numa correia
presa no cinturão.”

( ) A casca do fruto da cueira que, depois da vazia e seca, é usada como


vaslha.
( ) maldito.
( ) prestes a morrer
( ) na maioria das vezes
( ) protestar por ter sido contrariado
( ) amaldiçoar
3. Este fragmento é a introdução do livro “Vidas Secas”. É na introdução que
se apresentam os personagens. A imagem que melhor representa a descrição
dos personagens é:

A B

C
D

E F
4. Fabiano chega a considerar a hipótese de abandonar o filho à própria sorte,
mas desistiu de levar à gente essa ideia. Leia os trechos que comprovam a
razão de sua desistência, mascando C para CERTO e E para ERRDO
(________) “Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos”. (linhas1, 2)
(________) “[...] o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se,
fechou os olhos”. (linhas 11,12)
(________) “Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se
levantasse [...] (linhas 12,13)
(________) “Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja,
irresoluto, examinou os arredores.” (linhas 19,20)
(________) “Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e
afirmou com alguns sons guturais que estavam perto.” (linhas 23, 24)

5 – Diante dos problemas sociais, a vida da família relatada no livro “Vidas


Secas” é realmente seca. Isso acontecia porque se trata de um vida

A– tranquila
B– sub-humana
C– alegre
D– normal

6 – Sobre o livro “Vidas Secas” não é correto afirmar que ele

A – foi escrito entre 1937/1938 por Graciliano Ramos e relata a história de


sofrimento.

B – foi escrito entre 1937/1938 por Graciliano Ramos e relata a história da


família de Fabiano e Sinhá Vitória pelas amarguras do deserto nordestino.

C – foi escrito entre 1937/1938 por Machado de Assis e relata a história do


sofrimento de uma família de retirantes nordestinos.

D – foi escrito entre 1937/1938 por Graciliano Ramos e relata a história de


retirantes nordestinos.

7 – Dentre as opções abaixo, assinale aquela que está correta e mais


completa em relação ao enredo de “Vidas Secas”.

A – Ele conta a história de quatro pessoas e uma cachorrinha pelo sertão


nordestino à procura de um lugar para morar.
B – Ele conta a história de uma família de quatro pessoas e um papagaio
pelo sertão nordestino em busca de uma nova vida.
C – Ele conta a história de uma família de quatro pessoas, um papagaio e
uma cachorrinha pelo sertão nordestino.
D – Ele conta a história de uma família de quatro pessoas, um papagaio e
uma cachorrinha a caminhar pelo sertão em busca de uma vida melhor.
8 – “Numa conversa, a palavra inferno tinha chamado a atenção do menino
mais velho. Perguntando à Sinhá Vitória, vaga na resposta. Fabiano o
ignorou. Na volta à Sinhá Vitória, indagou se ela já tinha visto o inferno. Levou
um cascudo e fugiu indignado.” Por essa passagem se nota que a família de
Fabiano

A – discutia todos os problemas em casa.


B – não tinha grandes problemas.
C – pouco se falava.
D – brigava e discutia muito.

Análise e Compreensão Textual

9. O segundo parágrafo é dedicado à apresentação das personagens. Que


relação existe entre elas?
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10. RESPONDA:
a) Que informações levam o leitor a concluir que essas personagens são
retirantes? Justifique.
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b) A cachorrinha chama-se Baleia. Pode-se afirmar que há certa ironia nesse
nome? Por quê?
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