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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS

Ezequiel Martins Ferreira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO IV:

Goiânia
2018
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Ezequiel Martins Ferreira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO IV:

Relatório Final de Estágio IV apresentado ao curso de


Licenciatura em Artes Cênicas - EaD, da Escola de
Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás,
como requisito parcial para a obtenção da integralização
das quatrocentas horas de Estágio mais entrega de
relatório, exigidas pela lei 11.788.
Orientação: Prof. Ms. Francisco Guilherme de Oliveira
junior
Co-orientação: Profa. Daniela Marques.

Goiânia
2018
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................
1. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO OBSERVADA ..........................................
2. A OBSERVAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TEATRO .......................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................
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INTRODUÇÃO

O estágio foi realizado junto a duas frentes de trabalho no Colégio Estadual Sebastião
Alves de Souza. A primeira foi ligada ao grupo de dança Alma e Corpo, sediado no Colégio
Estadual Sebastião Alves de Souza, situado no Setor Finsocial na cidade de Goiânia. O mesmo
foi realizado entre os dias 23/04 a 12/07. Consistiu em acompanhar o desenvolvimento do grupo
em questão e contribuir a partir de oficinas com técnicas teatrais para a elaboração e produção
de um espetáculo do grupo.
O grupo é coordenado pelo bailarino Valter Caldeira que desde 2012 ministra aulas no
formato de oficinas no Colégio Estadual Sebastião Alves de Souza, na região Noroeste em
Goiânia. Como grupo de produção em dança, o mesmo atinge nesse período, 3 anos de
existência, contando com alguns espetáculos e prêmios internacionais, pela apresentação em
alguns campeonatos sendo o último All Dance Worlds 2018.
O grupo é composto por alunos e ex-alunos do Colégio Estadual Sebastião Alves de
Souza e em parceria com o Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte e conta com o apoio
da Secretaria de Estado de Educação Cultura e Esporte (Seduce).
A segunda foi própria da situação educacional da instituição onde foram acompanhadas
as aulas de Artes juntamente com as turmas do Ensino Médio da Instituição. Para isso foi
discutido com a professora Poliana sobre quais conteúdos seriam ministrados ao longo do
semestre e focamos nos conteúdos relativos ao teatro.
Apenas os terceiros anos tiveram o teatro como linguagem artística trabalhada no último
bimestre desse ano e por isso acompanhamos somente as aulas nessas duas turmas.
O relatório conta com três subdivisões sendo estas: A descrição da instituição observada,
onde serão dados maiores detalhes sobre a escola, assim como um breve levantamento da
clientela e levantamento de dados de turmas, alunos e profissionais que atuam na instituição; A
observação das aulas de artes; e as Considerações Finais, onde serão expostos os pontos mais
importantes do andamento do estágio.
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1. DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO OBSERVADA

Este estágio foi realizado em apenas uma instituição, mas contando com dois focos de
observação e intervenção. Assim como no Estágio Básico Supervisionado III, este estágio foi
realizado nas dependências do Colégio Estadual Sebastião Alves de Souza.
O Colégio Estadual Sebastião Alves de Souza foi fundado a mais de 20 anos, situado na
Rua VF Vinte e Dois, S/N, na Vila Finsocial, em Goiânia, estado de Goiás. A escola conta com
9 salas de aula, além de sala de vídeo, laboratório de informática, biblioteca e a sala de dança,
além das dependências administrativas. Nessas salas são oferecidos nos três turnos as séries
relativas à segunda fase do Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
A maioria das famílias moram em casas pequenas, porém próprias. Geralmente são
compostas por pai, mãe e irmãos, sendo que uma grande porcentagem das crianças são filhos
de pais separados, mães solteiras, criados com avós, tios ou madrastas.
O grau de escolaridade das famílias dos alunos varia entre o Ensino Fundamental
incompleto, sendo alguns analfabetos e poucos que conseguiram concluir o ensino médio.
Baseado neste fato pode-se concluir que o tempo de frequência à escola por essas famílias foi
mínimo e como consequência, não possuem o hábito de leitura, o que torna uma dificuldade
para os alunos no cumprimento das tarefas de casa, no trabalho com pesquisas e na realização
de leituras diversificadas.
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2. A OBSERVAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TEATRO

Pela obrigatoriedade de se destinar este estágio ao ensino médio, uma complicação se


colocou no meio do caminho: A instituição que encontrei não havia a disciplina teatro, e apenas
a disciplina artes, onde se é trabalhada as várias linguagens artísticas nas diferentes séries. Dado
esse fator dialoguei com a docente da disciplina sobre ao conteúdos que seriam ministrados nas
turmas e descobri que aos terceiros anos seria ministrado uma breve história do teatro no último
bimestre do ano. Nesses termos me propus a acompanhar e auxiliar a docente nestas turmas em
seus conteúdos. O restante do tempo eu passaria acompanhando o grupo de dança que ocorre
na mesma instituição.
O projeto que a professora estipulou para ocorrer nos terceiros anos passava por três
momentos: teatro grego, Idade média, e idade moderna. Na abordagem do teatro grego os
alunos pesquisaram sobre o modo de vida dos gregos, os principais autores e as funções do
teatro na Grécia assim como as funções e constituintes do teatro. Foi dado um certo enfoque ao
papel do Coro no teatro grego como sendo o representante da voz do povo e de uma
racionalidade divina.
Na idade média o foco foi na Commedia dell’art e os principais personagens da mesma.
Os alunos gostaram muito de estudar os diferentes tipos de personagens da Commedia dell’art
e conseguiram em uma atividade identificar personagens de filmes atuais personagens que se
baseiam nas características dos personagens da Commedia dell’art.
Por fim na idade moderna os estudos foram para o dramaturgo brasileiro Nelson
Rodrigues. Nesse estágio foram vistas algumas encenações de peças do autor e suas conexões
com a vida moderna.
Ao que diz respeito à observação do grupo houveram tivemos três momentos diferentes.
A oficinas de consciência corporal, técnicas de balé e dança contemporânea; oficinas de ensaio
para apresentações externas e internas; a apresentação do espetáculo. As oficinas de consciência
corporal e técnicas de balé e dança contemporânea são oficinas realmente técnicas onde sempre
seguiam certa rotina, contando com um breve aquecimento, visto que os alunos já haviam
sempre se alongado e se aquecido antes do início da aula e a aplicação ou execução da proposta
do dia. Nos dias acompanhados seguiram-se exercícios de fortalecimento muscular próprios do
balé, técnicas de imersão para a criação de sequências rítmicas e técnicas de consciência
corporal dirigidas.
E por fim, algumas poucas oficinas destinadas à produção do espetáculo Inclusão, onde
o coordenador se usou de técnicas de imersão para provocarem os alunos a criar sobre
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determinados parâmetros pré estabelecidos. Os parâmetros são bastante condizentes com as


ideias de Laban em relação à dinâmica espacial e o corpo do ator/bailarino. De acordo com
Rengel (2006), Laban, e Emile Jacques Dalcroze, estudaram de forma original a relação do
movimento com o espaço. Ambos, Dalcroze e Laban influenciaram outros praticantes da Dança
Moderna e Laban está intimamente ligado à origem da Escola Expressionista Alemã, que mais
tarde se desenvolveu na Dança-Teatro, na qual não só se dança, mas também se interpreta.
Sobre o lugar da dança contemporânea utilizada no grupo, de acordo com Garaudy
Ao contrário do balé clássico, onde os passos e seus encadeamentos obedeciam a uma
ordem pré-estabelecida, a dança moderna procurou compor a forma do movimento
como expressão de um significado interno. Contra o exclusivo virtuosismo mecânico
das pernas, pôs o corpo todo para trabalhar, privilegiando, em lugar dos membros,
periféricos, o centro gerador de todo o movimento, o tronco (GARAUDY, 1980, p. 48).
Nessa visão, o corpo é um processo da natureza e da cultura. Ou seja, assim como a
mente, o corpo também está envolvido num contexto biológico, psicológico e cultural,
considerando que o comportamento das pessoas depende principalmente do envolvimento com
os outros indivíduos e dos elementos que participam de sua vida. Pensando nesses aspectos de
um corpo dentro de um processo cultural, e que não apenas dança, mas também interpreta,
seguimos pelas ideias do método de Laban, onde o mesmo aponta para um processo de
desenvolvimento que irá de encontro com o desenvolvimento da própria pessoa.
O sistema Laban pode ser utilizado tanto para movimento corporal, quanto para leitura
dramática de textos. Assim sendo, um som pode ser horizontal, leve, desacelerado, e
expansivo. As palavras e o texto, como um todo, podem ganhar diferentes fraseados,
ritmos, acentos etc. – todos termos usados em LMA. Através desta, o ator explora o
sincronismo, a oposição e a independência entre expressão gestual e verbal, e a relação
destas com seu ambiente, outros atores e objetos em cena, mapeando seus personagens
de forma mais clara e flexível, uma vez que LMA concede uma estrutura bem definida,
porém aberta para improvisação. (FERNANDES, 2006, p. 29)

Nesse contexto as oficinas de teatro vieram para complementar o sentido já interno ao


processo de criação do grupo, oferecendo recursos para pensar a interpretação que seus próprios
corpos darão a partir de situações dadas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das estranhezas, desencantos e frustrações, obtidos nos estágios anteriores,


concluí apaixonadamente que o acompanhamento do grupo foi produtivo do ponto de vista de
realidade da educação brasileira, e principalmente em relação as metodologias que a arte deve
adotar para atingir seu objetivo. Eu poderia elucidar a clareza da desproporcionalidade entre o
que ocorre na escola enquanto ensino obrigatório de artes e a disciplina optativa de dança, que
comporam os objetos desse estágio.
Em primeiro lugar, gostaria de retomar um assunto anterior: o fato da inexistência do
Teatro como uma disciplina. Já citei anteriormente que as escolas que tem a disciplina Teatro
parecem tê-la por interferências pontuais, ou projetos específicos. O que legalmente temos é a
disciplina Arte (no singular, atualmente) e nem sempre profissionais da própria área
desempenhando esse papel. É natural que isso ocorra, de certo modo, devido à própria história
da formação acadêmica do professor das artes. O nosso curso mesmo, não parece anteceder o
ano de 2000. E parece ter ganhado pouco espaço desde então.
Além da ausência da disciplina específica, do material didático inexpressivo, outro
ponto que percebi contar para o caos no ensino das Artes é a questão avaliativa. A avaliação
quantitativa continua sendo o modelo mais adotado nas escolas. Durante essa permanência na
escola, percebi que em meio a todas essas dificuldades o professor tem poucos caminhos a
percorrer: ou se entrega ao desespero em atender tudo aquilo que lhe é solicitado, ou fica em
sua zona de conforto (nesse caso nem sempre significa dizer que a zona de conforto é a
linguagem artística em que o sujeito tem formação), ou tenta realizar um ensino de arte ao
menos um pouco mais crítico.
Mas, o que percebi nas oficinas de dança, são de uma outra realidade. Uma realidade
que deveria acontecer mais frequentemente em nossos sistemas de ensino, visto que as artes e
as línguas não precisam ser seriadas e poderiam se desenvolver mediante a aptidão do aluno e
escolha.
A questão da aptidão e escolha são tão fortes que muitos dos que frequentam as oficinas
já não são mais alunos e sentem a necessidade de continuar ligados à escola, pois nela
encontram um lugar para explorar seus medos e peculiaridades por meio da arte.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNANDES, Ciane. O corpo em movimento: o sistema Laban Baternieff na formação e
pesquisa em artes cênicas. 2 a Ed. São Paulo: Annablume, 2006.

GARAUDY,Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

RENGEL, Lenira. Cadernos de Corpo e Dança – os temas de movimento de Rudolf Laban.


São Paulo: Annablume, 2006.

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