DRENAGEM URBANA – DIAGNÓSTICO DE RAPOSOS

ISSN: 1984-3151

Christopher dos Santos Jorge¹

Lucas Vassalle de Castro² (Orientador)
1 Graduando em Engenharia Civil. UNIBH, 2018. Estudante.
Belo Horizonte, MG. christopherjorge@hotmail.com.br.

2 Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos. UFMG, 2017. Professor. Belo Horizonte, MG.
Lucas.vassalle@prof.unibh.br

3
RESUMO: Atualmente Raposos enfrenta vários problemas relacionados a enchentes, o que viabilizou esse estudo
sobre o levantamento das possíveis causas desses problemas na cidade, das possíveis soluções a partir de
aplicações altamente viáveis para o município e principalmente pela pesquisa, necessidade, viabilidade de
aplicação e escolha do melhor sistema de canalização para o Rio das Velhas, que atravessa o município.
PALAVRAS-CHAVE: Raposos, Rio das Velhas, Bacia, Canalização, Saneamento Básico, Hidrologia, Enchente,
Sustentabilidade, responsabilidade social, obra pública

ABSTRACT: Currently Raposos faces several problems related to floods, which enabled this study on the possible
causes of these problems in the city, the possible solutions from highly viable applications for the municipality and
mainly for the research, necessity, feasibility of application and choice of the the best plumbing system for the Rio
das Velhas, which runs through the municipality.
KEYWORDS: Raposos, Rio das Velhas, Basin, Channeling, Basic Sanitation, Hydrology, Flood, Sustainability, Social
Responsibility, Public Works
____________________________________________________________________________

1 INTRODUÇÃO renda, que sem a influência do planejamento urbano,

se estabelecem nesses locais costeiros à rios
Entre 1990 a 2012 o Brasil sofreu cerca de 30 mil
(passíveis de alagamentos) ou em encostas íngremes
desastres naturais, uma média de 1363 por ano
(com características sólidas mecânicas altamente
(BRASIL, 2013). Destes, 2009 foi o ano com o maior
erosivas, propiciando os desmoronamentos).
índice, tendo o número aproximado de 3000 eventos.
(CEPED/UFSC, 2013) Nos casos dos alagamentos, estudos evidenciam que
a expansão urbana provoca mudanças num ciclo
Dentre as regiões do Brasil a mais impactada por
hidrológico, tendo como fonte o desmatamento,
essas catástrofes, no período citado, é o Sudeste
assoreamento, impermeabilização do solo, erosão,
(75,27%), já que, com a predominância de contextos
intervenções estruturais nos rios e construções
históricos, de Planaltos, Serras e consequentemente
irregulares as margens desses rios. (LONDE at al.,
recursos naturais provindos de talvegues; possui a
2014)
maior densidade demográfica em relação as outras
regiões. (CEPED/UFSC, 2013) Isso do ponto de vista antrópico, já que na ausência
de centros urbanos, são considerados apenas
Entre as personas dessa e de outras regiões, pode-se
processos físico naturais; sem grandes impactos a
dar destaque a população com moradia de baixa
fauna e flora ali presentes.

/
Neste contexto surge a necessidade de lago Sobradinho, ao norte do estado da Bahia,
diferenciarmos inundações de enchentes, transformando-se novamente no Rio São Francisco.
alagamentos e enxurradas. Ele então passa a servir de limite entre os estados de
Bahia e Pernambuco e depois Sergipe e Alagoas,
Segundo Valente, 2009 inundações são consequência
desaguando no Oceano Atlântico. (GOOGLE MAPS)
de um curso de água numa calha, que ao transbordar
preenche uma área várzea ou planície de inundação Figura 1 – Bacia do Rios das Velhas e São Francisco
até um limite altimétrico específico; no limite do Leito
Maior.

Porém, conforme o Ministério das Cidades/IPT,

enchentes são ocasionadas pela elevação do nível de
água até a cota máxima de um canal, sem extravasa-
lo; alagamentos são caracterizados pelo acúmulo de
água temporário em locais deficientes de sistemas de
drenagem; e enxurrada é o percurso hídrico com
grande energia cinética para transporte, estando ou
não em domínios de processos fluviais. (MINISTÉRIO
DAS CIDADES/IPT, 2007)
Fonte: CBH RIO DAS VELHAS
Em qualquer um dos casos, a Engenharia Civil, aliada
a órgãos governamentais e empresariais, cumpre o Pode-se verificar que o Rio que corta a Bacia tem:

papel primordial na solução e prevenção de qualquer Extensão é de 801 Km, área de bacia de 29150 Km²,

dano natural, buscando sempre o equilíbrio perfeito vazão média de 320,5 m³/s e altitude da nascente de

entre sustentabilidade, qualidade de vida e 1100 metros. Seus principais afluentes são o Rio Cipó,

principalmente inovação tecnológica. Rio Corrente, Rio Pardo, Rio Onça, Rio Bicudo, Rio
Picão e Rio Curimatá (Figura 2 e 3). (CAMPOS at al.,
Pode-se dar destaque a essa importância ao
2011)
evidenciarmos casos como a grande enchente em
1979 em Minas Gerais (MG), com 246 vítimas fatais, Figura 2 – Rios que compõe a Bacia Rio das Velhas

37 cidades ilhadas, milhares de desabrigados e

grandes prejuízos financeiros específicos. (OE, 2011)

O estado de MG tem uma grande importância hídrica

para a região Sudeste, devido principalmente à bacia
do Rio das Velhas (Figura 1); que compõe parte de
uma das mais importantes bacias brasileiras, que é a
do Rio São Francisco.

O Rio das Velhas nasce na Cachoeira das

Andorinhas, na cidade de Ouro Preto. Ele desagua
(foz) no Rio São Francisco, na cidade de Várzea da
Palma - MG. O Rio São Francisco (que nasce na
nascente histórica do rio São Francisco) deságua no
Fonte: MAPA INTERATIVO DO RIO DA VELHAS

/
Figura 3 – Principais Rios que banham o Rio das
Velhas
Fonte: EUCLYDES, 2009
Por ser o maior afluente do Rio São Francisco e estar
próximo da capital e diversos outros municípios de MG
e assim possuir grande adensamento populacional, é
o que mais impacta com a poluição proveniente do
esgoto doméstico (principalmente a capital BH),
dando-se destaque para o Ribeirão da Onça e o
Ribeirão Arrudas. (CAMPOS at al., 2011)
Outro grande problema em regiões específicas do rio
é o assoreamento, que em épocas e objetivo principal fazer um diagnóstico de drenagem
consequentemente climas específicos do ano, se
concentram principalmente na capital mineira, cidades
metropolitanas e as costeiras a elas.
Dentre essas cidades, pode-se dar destaque para
Raposos, que além de ter um grande Potencial Hidro
geológico, em função de drenagens associadas a
duas das mais importantes bacias hidrográficas de
Minas Gerais (Rio Doce e a do Rio São Francisco,
com o Rio Paraopeba e o Rio das Velhas,
respectivamente), possui uma importante reserva
hídrica subterrânea. (BORBA at al., 2004)
A cidade está situada no SCBH Águas do Gandarela e
no SCBH Águas da Moeda (Figura 4). Além disso, a
cidade é delimitada apenas pela Área de Proteção
Ambiental Sul Americana RMBH (pelo Decreto 35.624,
de 08/06/1994) e o Parque Nacional da Serra do
Gandarela (pelo Ato Legal DEC/SN 13/10/2014).
(Mapa interativo do Rio das Velhas).
Figura 4 – Áreas de Proteção Ambiental de Raposos
(A.P.A.S.A. e P.N.S.G., com áreas coloridas de verdes
escuro e claro no mapa interativo, respectivamente)
Fonte: MAPA INTERATIVO DO RIO DA VELHAS
Tem-se inúmeros casos de enchentes e enxurradas
em Raposos, sendo a maior registrada no ano de
1997. (SEMADS, 2015)
Com base no que foi exposto, esse trabalho tem como
de Raposos, embasado nos seguintes objetivos:
1- Fazer um estudo bibliográfico, como
referencial teórico, das características físicas
e químicas do rio, além de características da
macro e micro drenagem da cidade de
Raposos.
2- Avaliar os impactos antrópicos no micro e
macrodrenagem pluvial do município.
3- Propor uma solução para as enchentes na
cidade.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SISTEMA HÍDRICO MUNICIPAL
Os sistemas hídricos municipais, normalmente são
compostos de dispositivos de micro e macrodrenagem
conforme mostrado na Figura 5. No Brasil, assim
como em grande parte do mundo, esse sistema é
separador absoluto, ou seja, não há mistura entre
águas pluviais e esgoto doméstico.
Figura 5 – Sistema Hídrico Municipal
Fonte: KNAPIK – Adaptado pelo autor
Já a rede de distribuição doméstico do Sistema de
Abastecimento de água potável (Lei N°11.445/2007),
caracteriza-se por adutoras com diâmetros, extensões
e rugosidades; dependendo exclusivamente das
vazões/velocidades de água projetados pela Copasa,
em função da demanda numa região específica.
No caso de Raposos a empresa atua pela ETA Bela
Fama, atendendo todas especificações mínimas e
áreas de influência municipal.
Raposos conta com o um projeto atual para
elaboração de um Sistema de Informação Digital
Municipal de Saneamento Básico, conforme o Termo
de Referência criado em março de 2016 pela Gesois e
Prefeitura. (PREFEITURA DE RAPOSOS, 2016)
A micro drenagem pluvial tem papel fundamental na
prevenção de enchentes, sendo de extrema
importância sua separação de redes de esgoto,
conforme Decreto Estadual 5.916/75, artigo 13.
/
O sistema de micro drenagem funciona basicamente
com a coleta de água pluvial da tubulação principal da
micro drenagem, pelas bocas de lobo; e o posterior
transporte do mesmo até um receptor final específico,
como um sistema de macrodrenagem. (Figura 5)
Segundo Vilela, pode-se verificar que a densidade de
drenagem está entre 0,5 Km/Km² (bacias com baixa
densidade de drenagem) e 3,5 Km/Km² (bacias bem
drenadas). Quanto mais próximo deste último, menor
a probabilidade de enchentes em áreas com coleta
limite de volumes específicos. (VILLELA, 1975)
2.2 RISCOS HÍDRICOS E DRENAGEM MUNICIPAL
O Ribeirão da Prata é um rio raposense que compões
o Rio das Velhas. Segundo o Plano Diretor Municipal
este rio é um dos principais pontos turísticos da
cidade, estando protegido pela legislação municipal e
a Lei Nº 979/2006 (que dispõe sobre o Uso e
Ocupação do Solo), a Deliberação Nº 001/2000 (que
regulariza o tombamento do Manancial do Ribeirão da
Prata) e a Lei Nº 1002/2007 (que cria o Parque
Municipal de Raposos - Ribeirão da Prata).
(PREFEITURA DE RAPOSOS – Plano Diretor, 2006)
Raposos já enfrentou vários casos de enchentes,
sendo o principal caso, como evidenciado no início
deste artigo, em 1979; 1997 e vários outros casos.
O último foi no dia 17/01/2016, aonde o rio das velhas
chegou a 278,9 m³/s, com aumento de 15 vezes na
quantidade de água que flui pelo seu leito. No dia
10/01/2016 a vazão já era de 17,9 m³/s. No dia 14
desse mesmo mês, a vazão era de 21,5 m³/s,
dobrando no dia 15. No dia 16 já estava com 124,2
m³/s.
No início do ano de 2016, no dia 1, a vazão era de
apenas 16,4 m³/s. O rio teve recebimento de 286,8
mm de chuva, sendo que no mesmo mês de 2015 foi
de 50,1 mm. Aumento de 472%, em relação à média
histórica para o período de 2015, que foi de 302 mm.
(CAMILO, 2016)
2.3 ESTUDO DE SOLO PARA DRAGAGEM
Para dragagem de um rio, deve-se proceder com
vários estudos e processos, citando-se: Após o
Diagnóstico Hídrico Municipal e reuniões, averiguação
de atendimento a Legislações e Licenças específicas;
levantamento de dados sociais, empresariais
governamentais, além de vários outros voltados a
Saneamento Básico Municipal e Viabilidade
econômica. (FILHO, 2014)
Finalizado estes e confirmado a implantação da Macro
Canalização, procede-se com o Projeto Básico,
Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Posteriormente
inicia-se o Projeto Executivo, estudo de solo, escolha
e método de implantação da Macrodrenagem
escolhida; estudo dessa Macrodrenagem
velocidade de escoamento, vazão, rugosidade,
volume máximo. Dimensões e outros; como no caso
da canalização do rio). (CASTRO at al., 2012)
Pode-se dar destaque também para os profissionais,
equipamentos e maquinários necessários, legislações
especificas a serem atendidas (como NRs e NBRs).
Dentre essas, dá-se destaque a Resolução Conama
N° 454, de 1° de Novembro/2012. (CONAMA, 2012)
O estudo do solo geral é feito a partir da coleta de
dados SPT (ou por outros métodos específicos, como
o CPT, sondagem a trado, abertura de poço ou
trincheira, investigação geofísica e outros) e seu
posterior estudo laboratorial, coletas de dados, além
de cálculos a partir de aplicações de fórmulas
inerentes em Mecânica dos Solos. (CONCEIÇÃO,
2016)
Vale lembrar da importância de levantamento
completo dos detalhes do lençol freático no rio
estudado, e os impactos na fauna e flora após
inserção de mudanças no leito do rio. (CASTRO at al.,
2012)
Nesses estudos há a importância de aplicações
hidrológicas, hidráulicas e principalmente referentes a
prazo de execução, custos, sustentabilidade,
segurança e saúde dos profissionais responsáveis
pela aplicação do projeto em campo. (CASTRO at al.,
2012)
Posteriormente aplicam-se coleta de dados do solo
e coletado e posteriores aplicações de fórmulas para o
cálculo de índices físicos, classificação dos solos e
compactação. Vale ressaltar a importância também da
avaliação de consolidação, velocidade de
sedimentação, permeabilidades, plasticidade,
densidade in situ, e entre outros. (FILHO, 2014)
3. METODOLOGIA
Como método de estudo, foi feito um estudo
bibliográfico da micro e macrodrenagem municipal de
(como
Raposos; além da situação atual do Sistema de
Esgoto Sanitário, demonstrando seus impactos na
macrodrenagem da cidade e consequentemente para
a população raposense. Coletou-se essas
informações de estudos técnicos de trabalhos feitos
pela Arsae, Copasa e Gesois (empresa contratada
pela prefeitura para estudo de saneamento básico
municipal).
Posteriormente procedeu-se com a análise da melhor
ferramenta de estudo possível do rio (Perfilador
Acústico Doppler) e dos impactos ambientais nas
características físicas e químicas do rio, averiguando
suas possíveis contribuições para as enchentes na
cidade de Raposos.
Finalizou-se os estudos com uma avaliação prática do
micro drenagem e macrodrenagem com levantamento
fotográfico de locais específicos dos dois sistemas;
além de levantamento de dados pelo Google Earth,
junto as análises profissionais e as bibliográficas
avaliadas neste artigo.
Com esses dados objetivou-se avaliar e selecionar os
possíveis meios de contornar as enchentes na cidade
da melhor forma custo/benefício possível, haja em
vista a baixa renda per capita municipal.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES menor em razão da infiltração pelo solo). (Figuras 7, 8,
9 e 10).
4.1 MICRO DRENAGEM MUNICIPAL
Figura 7 – Destino final da Micro drenagem
Analisa-se na figura 6 que a micro drenagem (bocas
de lobo) do município de Raposos é bem distribuído
pela cidade, porém, não atendendo as exigências da
bacia regional municipal, pela grande vazão,
provenientes de locais de grande índice pluviométrico,
ou do rio; após a coleta de água de topografias
superiores ao do “talvegue artificial” para dias de
precipitações intensas pela escassez de unidades
drenantes do sistema da micro e macro drenagem,
como também por rejeitos antrópicos e assoreamento
natural e antrópico do rio.
Fonte: GESOIS, 2015
Figura 6 – Dispositivos de Micro drenagem municipal
Figura 8 – Transbordamento R. D. Bolívar de Freitas

Fonte: SECRETARIA DE OBRAS, 2014

Figura 9 – Área comercial inundada por enchente

Fonte: PREFEITURA DE RAPOSOS, 2014

Os pontos que sofrem maior concentração da

enchente são nas proximidades do rio, já que além da
influência topográfica; existe a absorção da
macrodrenagem de toda água do sistema do micro
drenagem, da bacia artificial de concreto municipal e
Fonte: SEMADS, 2015
de toda a bacia do Rio das Velhas (com impacto

/
Figura 10 – Rua perpendicular ao canal do rio
Fonte: SECRETARIA DE OBRAS, 2014
4.2 SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO – SES
Segundo a prefeitura de Raposos, no ano de 2015 o
município tinha 18450 habitantes, sendo somente
14514 atendidos com redes de esgotamento pela
Copasa, localizados na área urbana. Dentre outros do
total, 221 estavam localizados na Cândida, sem redes
de esgotamento e com serviços sanitários prestados
somente pela prefeitura municipal e pelos próprios
moradores, com fossas sépticas ou rudimentares.
(COPASA, 2015)
Figura 11 – Sistema de Esgotamento Sanitário
Fonte: PREFEITURA DE RAPOSOS, 2014
A Copasa tem concessão de prestação de serviços de
esgotamento sanitário para cidade de 1998 a 2028;
tendo 56,856 Km de rede de esgoto (expectativa de
60,9 Km até 2035) e alguns centenários pontos de
redes para esgoto e água pluvial simultaneamente.
(COPASA, 2015)
A localização do interceptor principal com o coletor
principal está localizada a margem direita do Rio das
Velhas, conforme a Figura 11. A extensão total dos
interceptores é de 2000 metros, com diâmetro nominal
de 200 e 250 mm. (ARSAE, 2016)
Figura 12 – Sistema de Esgoto Sanitário de Raposos
Fonte: ARSAE-MG, 2016
ETE Galo está funcionando desde 20 de dezembro
de 2015, conforme documento prestado pela Copasa
no relatório da ARSAE-MG. Tem o mesmo sistema da
ETE Sede, porém com capacidade de vazão de
apenas 1L/s e atendimento de até 200 ligações
(ARSAE, 2016)
Conforme avaliado pela ARSAE em 2016 e no site do
R7, atualmente, em 2018, a ETE Sede não entrou em
funcionamento ainda; sendo estimado custo total de
10 milhões de reais pela prefeitura municipal, além de
tarifas sociais pelo serviço não prestado. (MG
RECORD, 2018)
Além disso o município se encontra com as obras das
EEE do Matadouro (42,4 L/s, 2 CMB, Linha de
recalque DN 200 mm e 473 metros de extensão),
Várzea do Sítio (14,31 L/s, 2 CMB, Linha de recalque
DN 150 mm e 414 metros de extensão) e EEE Herval
Silva (48,8 L/s, 2 CMB, Linha de recalque DN 150 mm
e 414 metros de extensão); paralisadas. A população
estimada de atendimento é de 11396 pessoas, dos
quais contam com 50856 metros de rede coletora,
com diâmetros de 100, 150 e 200 mm. (ARSAE, 2016)
Isso vai totalmente contra o DN COPAM/CERH n°1 de
2008, que em seu artigo 19 estipula a obrigatoriedade
de comprimento das especificações de tratamento de
lançamento de efluentes poluidores em corpos de
água naturais. (ARSAE, 2016)
Segundo o levantamento da Gesois, a ETE Sede teve
um projeto para uma vazão de 42 L/s; com 6 reatores
tipo Upflow Anaerobic Sludge Blanket (UASB) ou
Reator Anaeróbico de Fluxo Ascendente (RAFA); além
de 1 Filtro Biológico Percolador primário (FBP), 1 FBP
secundário e 6 leitos de secagem. (GESOIS, 2015)
Figura 13 – ETE Sede de Raposos
Fonte: GOOGLE MAPS – Adaptado pelo autor
O Sistema completo tem eficiência média de remoção
de DBO de 80 a 93%, atendendo a DBO máxima de
60 mg/L exigido pela Resolução n° 355, de 19 de julho
de 2017; do CONSEMA; da Secretaria do Meio
Ambiente e da legislação federal Resolução CONAMA
n° 430, de 13 de maio de 2011. (COMUSA, 2017)
/
4.3 ESTUDO DO PERFIL TOPOGRÁFICO DO CANAL
DE UM RIO
Para o estudo de vazão, existe o método de análise
de velocidade no tempo de um objeto escoando no rio
ou o Perfilhador Acústico Doppler; porém o primeiro
tem dados muito diferentes dos reais e o segundo, por
proporcionar dados extremamente precisos da vazão
por área, além de levantamento topográfico; é
extremamente caro.
Em casos extremos, como estudos de prevenção a
danos sociais e com verba acessível, o estudo do
perfil topográfico de um rio deve ser executado com
um Perfilador Acústico Doppler; obtendo-se vazões
precisas de toda área de um trecho do rio, além de
dados complementares, como o de sólidos em
suspensão e perfil topográfico médio do leito do rio;
como mostrado nas figuras a seguir.
O preço médio do equipamento varia entre 232 mil a
350 mil reais; dependendo dos equipamentos que são
fornecidos pela empresa. (HIDROMARES, 2018)
Figura 14 – Estudo de Perfilador Acústico Doppler
Fonte: CLEAN ENVIRONMENT BRASIL
Figura 15 – Estudo de um rio com o Perfilador
Fonte: HIDROMARES
4.4 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO RIO DAS Figura 17 – Índice pluviométrico mensal de Raposos

VELHAS EM RAPOSOS

A característica física do Rio das Velhas em cada

trecho de percurso de sua Bacia está diretamente
relacionada com o ambiente de percurso (como área e
volume do canal natural, declividade do canal e
rugosidade extremamente variável do mesmo),
características climáticas (como temperatura ambiente
e índice pluviométrico) e principalmente com os
recebimentos de fluxos de rios que interligam Rio das
Velhas, aumentando assim sua vazão e velocidade.

Neste trabalho, para a Bacia Rio das Velhas, os dados

de vazão foram obtidos de várias estações de
Fonte: CLIMATE, 2018
medição espalhados por sua área, sendo estimado
uma vazão média para um período específico. Na cidade de Raposos pode-se avaliar uma
diminuição considerável de temperatura média mensal
Um dos principais fatores impactantes na vazão de um
(com os desvios padrões) do mês de janeiro ao junho;
rio é o clima, já que com o aumento e diminuição de
aumentando esses valores desse período até o mês
temperaturas específicas, em uma estação do ano,
de fevereiro (Figura 16).
provocam mudanças significativas nos processos
naturais da água, como taxa de infiltração do solo, O impacto dessa variação térmica sobre o índice
vaporização e índices pluviométricos; por isso foram pluviométrico na cidade de Raposos pode ser muito
também coletados dados da temperatura local por bem evidenciado na Figura 17.
levantamento de estações espalhadas pelo INMET na
4.5 LEVANTAMENTO DE DADOS PARA A
localização.
SOLUÇÃO DAS ENCHENTES NA CIDADE
Figura 16 – Temperatura média mensal de Raposos
A Copasa fornece dados de vazão de rios diariamente
de vários pontos de coleta de informações de
medidores espalhados por MG. Além de dados
coletados com pluviômetros, são utilizados aparelhos
específicos como o molinete e canaletas.

No caso de Raposos é possível ver as vazões

analisadas pela Copasa na data presente (figura 22).
Conforme os dados, é possível verificar uma vazão
média aproximada de 15,6 m³/s de escoamento no
leito da cidade de Raposos.

Essas medições são de extrema importância para

detecção de possíveis enchentes na cidade, além de
Fonte: INMET, 2018
estudos específicos das condições do rio na cidade.
Iniciando-se com a avaliação de assoreamento, Figura 19 - Erosão
avaliou-se que os trechos do rio com as maiores
concentrações de terra e entulho nas proximidades,
são os representados nas Figuras de 23 e 24.

De todos esses pontos, foram feitos registros

fotográficos das situações mais críticas, para análise
da atual situação do rio; selecionou-se para esse
artigo os das figuras de 18 a 21 e 25 a 30. Os códigos
no mapa estão representados em cada fotografia. A
partir desses registros fotográficos, procurou-se
averiguar uma correlação entre entulho e erosão com
o assoreamento do rio. Fonte: Autor, 2018

Na Figura 31 já é possível averiguar o trecho Figura 20 - 6

analisado para dragagem, levando em conta o ponto
de início e fim de impactos antrópicos. Logo em
seguida a figura 32 demonstra as áreas alagáveis no
rio da cidade de Raposos, para uma altura absoluta de
720m em relação ao nível do mar.

Vale ressaltar que o estudo altimétrico do rio pelo

Google Earth não é exato, já que o mapeamento por
satélite é feito apenas com as estimativas de emissão
e retorno de ondas com frequências específicas na
superfície terrestre, obtendo além disso dados
fotográficos de alta resolução da superfície do rio,
assim como dos lugares ao seu redor. Fonte: Autor, 2018

Figura 18 – 4 – Ponto Final de Esgoto Figura 21 – 6

Fonte: Autor, 2018 Fonte: Autor, 2018

/
Figura 22 – Vazão diária do Rio das Velhas em Raposos – (Nova Lima – Honório Bicalho)

Fonte: COPASA, 2018

Figura 23 – Pontos com assoreamento e acúmulo de entulho

Fonte: GOOGLE EARTH - Modificado pelo autor, 2018

Figura 24 – Pontos com assoreamento e acúmulo de entulho

Fonte: GOOGLE EARTH - Modificado pelo autor, 2018

Figura 25 – Entulho 1 Figura 28 – Entulho 3

Fonte: Autor, 2018 Fonte: Autor, 2018

Figura 26 – Entulho 2 Figura 29 – Entulho 4

Fonte: Autor, 2018 Fonte: Autor, 2018

Figura 27 – Entulho 3 Figura 30 – Entulho 5

Fonte: Autor, 2018 Fonte: Autor, 2018

/
 Figura 31 – Local preferencial para dragagem Os impactos antrópicos averiguados para selecionar o
trecho dragável da Figura 31 foram os voltados a
características específicas do rio pós dragagem.

No início do rio, verifica-se que haverá um aumento de

velocidade do escoamento, devendo esse trecho
então se aproximar da área que há residenciais.

Isso se deve por nesse trecho poder ter início de

velocidade maior, em decorrência da maior
declividade do leito do rio; propiciando uma diminuição
do volume de água padrão a montante.

Ao fim do percurso dragado, o rio tenderá a alagar as

bordas do canal natural, já que haverá menor altura
topográfica e mais obstáculos, como mostrado na
figura 31. Esse trecho é importante para barrar e
diminuir a velocidade de escoamento do rio,
preservando áreas a jusante.

As áreas inundáveis da figura 32 foram feitas com

base na ferramenta polígono do Google Earth. A área
avaliada teve altura de 720m absolutos acima do nível
Fonte: GOOGLE EARTH –Modificado pelo Autor, 2018 do mar, tampando áreas com altitudes menores.

Figura 32 – Áreas alagáveis em Raposos, com nível de água á 720m acima do nível do mar

Fonte: GOOGLE EARTH - Modificado pelo autor, 2018

4.6 IMPACTOS ANTRÓPICOS NA MACRO E MICRO
DRENAGEM MUNICIPAL DE RAPOSOS
O assoreamento por motivos antrópicos, como
constatado nas figuras de 20, 21 e 23 e 24 são
ocasionados em decorrência da falta de fiscalização e
controle do uso e ocupação do solo.
Analisa-se que de todo o trecho do rio, o dos pontos 8
e 9 da figura 24 são as mais assoreadas; em razão da
erosão e do acúmulo de entulhos provenientes da
população costeira ao rio. Pode-se verificar o impacto
da erosão, urbanização e entulhos com os dados da
Gesois para SST e da mudança da coloração da água
na Figura 23, na marcação “Erosão”.
Figura 33 – Pontos de coleta de lixo em Raposos
Fonte: GESOIS, 2015
Ao analisar-se a Figura 33, fica claro que a coleta
seletiva na cidade não é eficaz, principalmente nos
locais costeiros ao rio principal e o Ribeirão da Prata.
/
Muitos componentes do entulho doméstico possuem
densidade maior que os componentes de solo,
provenientes da erosão natural de locais íngremes;
depositando-se assim com mais facilidade no fundo do
rio. Além do entulho atrair pragas específicas e
doenças em consequência disso, seu acúmulo no leito
do rio aumenta o nível altimétrico do mesmo,
propiciando maiores chances de enchentes;
Dentre essas doenças, pode-se citar as provenientes
de pragas como ratos (Peste Bubônica, Leptospirose
e Febres), escorpiões (picadas com veneno), moscas
(Amebíase, Salmonelose) ou mosquitos (Dengue,
Febre Amarela, Leishmaniose, Malária, etc).
Com a inexistência de planos de limpeza eficazes,
sendo feitos sobre demanda; o lixo acumulado nas
vias é levado por diversos fatores específicos até as
bocas de lobo, entupindo os mesmos a longo prazo e
aumentando a chance de enchentes.
Ao analisar-se a Figura 6, com o estudo feito pela
Gesois, fica bem claro os pontos que precisam de
implantação maior de sarjetas.
Além das doenças citadas acima, há ainda os
transportados pelas fezes presentes na água, como a
Cólera, Febre Tifoide, Disenteria Bacilar, Poliomielite,
Áscaris lumbricoides, Ancilostomíase (amarelão),
Teníase ou ainda a Hepatite A. Há também os
transmitidos por insetos vetores que se reproduzem
em locais com fezes expostas ou águas muito
poluídas, como a filariose, transmitida por mosquitos.
Pode-se verificar também um alto nível de despejo de
esgoto nas proximidades da ETE Sede, com a alta
variação da coloração da água, como mostrado na
Figura 24. Pode-se concluir que esses dejetos são
provenientes dos Interceptores do Sistema de Esgoto
Sanitário, como consta na Figura 18.
Analisando-se os dados demonstrados na Figuras 11,
12, 13, 24 e o exemplo com a Figura 18, verifica-se
altos índices de destino final de esgoto na
macrodrenagem em Raposos, como consta para o
Ribeirão da Prata com classe 1 (AV340) e o Rio das
Velhas com classe 2 (AV320 e BV063) ou ainda a céu
aberto no município.
Esse alto índice de fezes, em função da quantidade de
Coliformes Termo tolerantes, avaliados pela Gesois,
possibilita a grande probabilidade de contração das
doenças citadas acima pela população costeira ao rio
das Velhas; por mais ainda aos costeiros a seu
efluente e principalmente aos que despejam esgoto a
céu aberto; aumentando muito essas contrações
patológicas em casos de ocorrência de enchentes,
como bem demonstrado da Figuras de 7 a 10 e 32.
Em relação ao assoreamento, ao analisar-se a
variação da coloração no rio, próximo a marcação
“erosão”, da Figura 23; além dos dados de SST
analisados pelo GESOIS no código BV063; verifica-se
que nesse ponto até a marcação “8” (Figura 24) é que
ocorrem a maior erosão do solo as bordas do rio
Como solução, a prefeitura de Raposos deve:
. Prevenir o acúmulo de entulho a partir da limpa
desses locais com a implantação de gerenciamento de
resíduos sólidos. Indica-se destinar os mesmos a
áreas que demandam aterro;
. Melhorar e aumentar os pontos de implantação da
coleta, sendo preferencialmente seletiva e sem ser
sob demanda (como é atualmente). Neste raciocínio,
melhorar plano de varrição; melhorar plano de limpa
de sarjetas e principalmente manusear corretamente
resíduos de serviço de saúde, prevenindo propagação
de doenças como o HIV;
. Implantar uma execução da lei de uso e ocupação
de solo de forma mais rígida e estratégica,
desocupando áreas de risco e oferecendo abrigos
temporários para os futuros desabrigados.
. Ajudar na prevenção de enchentes com
aperfeiçoamento do sistema de micro drenagem
municipal com a implantação de mais sarjetas em
pontos específicos das Ruas: Santos, São Paulo,
Ouro Preto, Oyapoque, Juvenino A., Santos, Paraguai,
Felipe Alves da Rocha, Joaquim Teixeira, Geraldo
Gomes de Lima, Herval Silva. Implantar também mais
bocas de lobos na Praça Getúlio Vargas e no bairro
Bela Vista, na região com topografia absoluta de 717
m a 720 m; próximo ao rio.
. Prevenir as enchentes com aplicações de métodos
específicos na macrodrenagem municipal, indicando-
se para isso a dragagem do leito do rio.
Isso tudo estabelecerá a maior prevenção da saúde e
da vida de moradores de baixa renda próximos dos
locais estudados.
4.7 CESSAMENTO DE ENCHENTES COM
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO DO LEITO DO RIO
E MÉTODO INTELIGENTE DE DRAGAGEM
Analisando a grande diferença topográfica, da
declividade do leito e do mapeamento dos rios em
Raposos e cidades próxima a ela; nota-se que a maior
vazão de água é recebida pela cidade em função das
contribuições das vazões provenientes de todo
sistema de drenagem de Nova Lima, Rio Acima,
Honório Bicalho e da própria cidade; além da vazão
proveniente da bacia natural e artificial que circundam
a cidade e as outras vizinhas.
Como as cidades estão próximas a Raposos, não há
distância suficiente para infiltração no subleito do rio
em situações hídricas críticas, como a de enchentes.
Além disso, conforme índices topográficos analisados
pelo Google Earth, a declividade do subleito do rio é
quase constante em pontos específicos (variação
menor que 1m), sendo maior nas proximidades da
ponte principal da cidade, formando um U (diminuição
da média de 720m na ponte que corta o Ribeirão da
Prata; até 715m na ponte; e subindo até 720m
o novamente, pouco depois dos dois campos de futebol
na Vila Valeria).
Isso é um dos fatores mais evidentes de concentração
de enchentes logo nas proximidades da ponte, já que
a água percolante encontra “barreiras” a sua frente,
extravasando para as bordas do rio (principalmente
em escoamentos de grande velocidade).
No entanto, como afirmado por FOX, ao ultrapassar
desse U para um nível altimétrico mais alto, a
velocidade do fluido aumenta, mantendo a altura da
cota superior do fluido (com exceção do ressalto
hidráulico); como mostrado a seguir. (FOX at al, 2010)
Figura 34 – Escoamento sobre ressalto
Fonte: FOX at al, 2010
Analisando estudos de FOX, verifica-se que há
exceções que dependem de diversas variáveis,
resumindo-se elas às avaliações de energia de
escoamento. Isso pode ser analisado na imagem a
seguir, com a aplicação do coeficiente de Froude em
fórmulas específicas para um determinado
escoamento. (FOX at al, 2010)
Figura 35 – Perfis de Escoamentos Sub e Supercrítico
Fonte: FOX at al, 2010
Aonde z é a altura do ressalto, y1 a altura inicial do
nível de água, y2 a altura final do nível de água e y (x)
/
a altura específica do nível de água em uma certa
distância do ressalto.
Nota-se também, com o procedimento utilizado na
Figura 32, que as únicas cidades com condições
topográficas desfavoráveis que Raposos são Sabará
(a jusante de Raposos, com altitude absoluta média
de 700m) e São Benedito, que se situa a jusante desta
última (altitude absoluta média de 680m). O impacto
das condições topográficas é evidenciado com os
maiores índices, já registrados, de enchentes em
Sabará e mais ainda em São Benedito.
O assoreamento do rio é o principal causador de
enchentes na cidade de Raposos, sendo de extrema
importância, após levantamento topográfico do leito do
mesmo, da quantidade de terra que poderia sofrer
dragagem para prevenir enchentes.
O levantamento topográfico médio em questão pode
ser feito com o aluguel ou compra de um Perfilador
Acústico Doppler, ou por outros métodos mais
arcaicos. Posteriormente, com os dados, seria preciso
somente realizar o levantamento 3D médio ou exato
do rio em softwares específicos, para se ter uma visão
totalmente apurada do canal natural.
Esse levantamento estimaria o quanto poderia ser
acomodado de água no canal natural, em uma
quantidade X em L/s, antes e depois de estimar o
volume de solo dragável em trechos específicos do
rio; prevenindo transbordamento dos limites do canal e
consequentemente preencher a área várzea ou
planície de inundação até o limite altimétrico
específico; no limite do Leito Maior.
A vazão necessária a ser acomodada pelo canal deve
ser a da enchente histórica no município, que é a de
1997 (278,9 m³/s).
Pode ser estimado com base nos Sólidos em
Suspensão Totais, a taxa de assoreamento em
trechos específicos do rio, prevendo-se o quanto se
acumularia em data Y. Necessitaria posteriormente de
novo procedimento de dragagem após refazer o
levantamento topográfico com o Perfilador Acústico
Doppler no período específico, com uma concentração
média avaliada, averiguando o quanto a ser dragado.
Analisando pela Mecânica dos Fluidos, os resultados
desses procedimentos são evidentes, já que mesmo a
jusante do rio, a altura da base do leito do rio ser
maior; haverá um aumento da velocidade do rio na
parte superior da água (a que está sobre a água que
diminui de velocidade até 0 m/s, na base inferior do
leito do rio), como mostrado na figura a seguir.
Figura 36 – Perfis Comuns de Velocidades em Canais
Fonte: CHOW, 1959
Esse aumento de velocidade de escoamento se deve
ao atrito água-água ser menor que o atrito água-solo.
Nisso esse procedimento desviaria a inundação para
outro local, assim como aconteceria em escala muito
maior com o atrito água-concreto, com um canal na
macrodrenagem (cujo objetivo é diminuir
concentração de partículas moleculares de água num
trecho específico, prevenindo inundações).
Como citado anteriormente, esse aumento
velocidade da água alagaria regiões específicas, como
a área de roxo na Figura 31, cuja altitude absoluta
média em relação ao nível do mar é de 716m
absolutos. Ali funcionaria como um piscinão, de onde
a água escoaria em velocidade menor às cidades a
jusante.
5. CONCLUSÃO
Conclui-se que a cidade de Raposos necessita de
uma melhoria significativa no que se refere em
prevenir o acúmulo de entulho com o gerenciamento
de resíduos sólidos; no aumento de pontos de
implantação da coleta, sendo preferencialmente
seletiva e sem ser sob demanda; além do manuseio
correto de resíduos médicos.
Além disso verifica-se a necessidade de execução da
lei de uso e ocupação de solo de forma mais rígida e
estratégica; aperfeiçoamento do sistema de micro
drenagem municipal e principalmente a prevenção de
enchentes com aplicações de métodos específicos na
macrodrenagem municipal, indicando-se para isso a
dragagem do leito do rio.
Como execução primordial, e imediata, cita-se a
finalização da ETE Sede do município; uma vez que
sedimentos são encaminhados para o Rio e faz com
que seu processo de assoreamento seja acelerado,
perdendo assim capacidade de escoamento.
A cidade precisa de novos estudos no que se refere
aos dados citados anteriormente, devendo essas
metas serem inseridas nos planos de obras públicas,
atendendo as verbas municipais públicas do
município.
Para atender melhor aos projetos (em especial a
finalização da ETE Sede), haja em vista a pouca
renda per capita municipal, é preciso a prefeitura fazer
a parcerias e conseguir verba estadual, como a cidade
de Queimados na canalização do seu rio.
Pode-se concluir que é possível inclusive conseguir
da verbas com outros municípios, como Nova Lima,
Sabará, São Sebastião e Belo Horizonte, já que são
cidades que impactam e são impactadas pelo
problema. Esse projeto pode ser viabilizado por
programas federais, atendendo custos, como
averiguado pela cidade, pela PAC e pelo plano
municipal financeiro.
____________________________________________________________________________
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