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GRUPO I
Compreensão do oral
Para responderes aos itens deste grupo, vais ouvir um excerto informativo sobre o arquivo da Torre
do Tombo e os tesouros que encerra.
1. Numera os subtítulos de 1 a 4, de acordo com a ordem pela qual as informações sobre o
arquivo da Torre do Tombo são apresentadas no texto.
1
CARONTE Filho imortal de Érebo e da Noite, este ancião mal vestido, de figura
sombria e sinistra, tem por função passar as almas dos mortos nos rios que os
2
separam do mundo dos Infernos. Duro e inflexível, o barqueiro infernal não permite a
nenhum vivente subir para a sua barca e realizar a menor travessia. Avaro acima de
5 tudo, ele exige aos passageiros um óbolo. É por isso que sempre se coloca uma
pequena moeda na boca do morto, antes de o entregar à pira 1. Mas, para os que,
defuntos, permanecem sobre a terra sem sepultura, Caronte mostra-se impiedoso.
Afastadas brutalmente, as suas almas são obrigadas a errar, durante cem anos, até
que se decida sobre o seu destino. Segundo Homero e Hesíodo 2, as almas atraves-
10 sam, elas mesmas, os rios lamacentos e pantanosos dos Infernos, guiadas por Her-
mes. Mas é essencialmente a especulação3 romana que, inspirando-se no espírito
alado4, condutor dos mortos na religião etrusca, forjou a personagem Caronte, um
pouco incerta na mitologia grega. Eneias, por exemplo, conseguiu convencê-lo, ao
apresentar-lhe um ramo de ouro, que lhe oferecera previamente a Sibila de Cumas,
15 ramo consagrado a Proserpina. Pôde, sem dificuldade, atravessar o primeiro rio
infernal. Quanto a Héracles, que descera aos Infernos ainda vivo, encheu Caronte de
socos e forçou-o a aceitá-lo na sua barca. O velho devia ser punido por esta infração
à lei dos Infernos: foi, durante um ano, banido da morada dos mortos.
1. pira: fogueira onde se queimavam os cadáveres. 2. Homero e Hesíodo: escritores gregos, autores,
respetivamente, de A Odisseia e Teogonia. 3. especulação: suposição, conjetura. 4. alado: com asas.
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
(B) Outra versão do que sucederia às almas, de acordo com dois famosos escritores.
(D) Indicação do que sucedia aos mortos que não eram sepultados.
(F) Motivo por que o barqueiro consentiu a entrada de Héracles na sua barca.
2.4. Os dois heróis referidos no texto (Eneias e Héracles) convenceram Caronte a deixá-los
passar o primeiro rio infernal,
(A) oferecendo-lhe presentes: um ramo de ouro e um par de socos.
(B) dando-lhe uma prenda ou através da força física.
(C) seguindo os conselhos da Sibila de Cumas.
(D) adorando Proserpina.
Cena II
DIA. Ó precioso Dom Anrique!
Cá vindes vós? Que cousa é esta?! 4
1. agora.
FID. Esta barca onde vai ora,1
2. aparelhada, pronta para a
que assi está apercebida?2
partida.
5 DIA. Vai pera a Ilha Perdida
e há de partir logo essora.3 3. sem demora.
FID. Pera lá vai asenhora?4 4. tendo sido tomado por
“senhora”, o Diabo retifica, no
DIA. Senhor, a vosso serviço.
verso seguinte.
FID. Parece-me isso cortiço.5
5. coisa sem valor, embarcação
10 DIA. Porque a vedes lá de fora.
pobre.
Embarca ou embarcai,
que haveis de ir à derradeira.10 10. por fim.
30
Mandai meter a cadeira,
que assi passou vosso pai. 11. É mesmo verdade?
FID. Quê, quê, quê?… Assi lhe vai?! 11 12. de imediato.
DIA. Vai ou vem! Embarcai prestes!12
35
Segundo lá escolhestes,
assi cá vos contentai.
Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem, com base no
excerto acima reproduzido e no teu conhecimento da obra.
6. Transcreve e classifica a oração subordinada que integra a frase complexa que se segue.
Geralmente, os alunos que leem o Auto da Barca do Inferno acham graça ao Parvo.
7. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, substituindo o elemento sublinhado
pelo pronome relativo que.
Faz as alterações necessárias.
a. Os alunos gostaram muito da representação da peça. Eles foram ver a peça.
b. A peça está a ter muito público. A peça estreou em janeiro.
Grupo IV
Lê o excerto do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e responde, de forma completa e bem
estruturada.
[Vai-se à barca do Anjo, e diz:]
I II II III IV
1 ……….. 4 pontos Parte A Parte B 1……. 2 pontos Item único
2.1 …….. 3 pontos 1………. 3 pontos ….. 4……. 3 pontos 2……. 2 pontos
2.2 …….. 3 pontos 2.1 ……. 2 pontos 5……. 6 pontos 3……. 2 pontos 28 pontos
2.3…….. 3 pontos 2.2. ……. 2 pontos 6……. 4 pontos 4…….3 pontos
2.3 ……. 2 pontos 7……. 4 pontos 5……. 3 pontos
2.4……. 2 pontos 8……. 6 pontos 6……. 3 pontos
3 ……. 2 pontos 9……. 4 pontos 7……. 4 pontos
º
A
Proposta de correção
1. 4-3-1-2
C
B
C
GRUPO II - PARTE A
1. E, G, D, B, A, F, C.
2.1. (C);
8
2.2. (A);
2.3. (B);
2.4. (B).
3. (C).
Grupo I - PARTE B
4. Esta cena decorre num cais onde se encontram duas barcas – a barca do Inferno (“batel infernal”)
e a barca do Paraíso.
5. Os símbolos caracterizadores do Fidalgo são o pajem, o manto e a cadeira de espaldas. O pajem
simboliza a tirania e a exploração; o manto, a sua vaidade; a cadeira de espaldas, o seu
estatuto social.
6. A forma como cada um viveu na Terra determina o seu destino: “Segundo lá escolhestes,/assi cá
vos contentai.” Assim, se cumpriu as regras morais, embarcará na barca do Paraíso; se não o
fez, na barca infernal.
7. O Diabo acusa o Fidalgo de ter vivido “a seu prazer”, de acordo com as suas vontades.
8. Gil Vicente pretende criticar não apenas este Fidalgo, mas toda a nobreza. Assim, critica a
presunção, a tirania e imoralidade da nobreza, que explora o povo.
9. O recurso expressivo presente é o eufemismo (“Ilha Perdida”), utilizado para atenuar o destino da
barca, o Inferno, não o referindo diretamente.
10.
GRUPO III
1. D)
2. C)
3. A)
4. A,,D
5. a. modificador do nome apositivo. b. predicativo do sujeito.
6. “que leem o Auto da Barca do Inferno” → oração subordinada (adjetiva) relativa restritiva.
7 a. Os alunos gostaram muito da representação da peça que foram ver. b. A peça que estreou
em janeiro está a ter muito público.
Grupo IV
Esta cena decorre num cais, onde se encontram duas barcas – a barca do Inferno e a barca do
Paraíso.
Neste excerto, intervêm o Anjo e o Onzeneiro, que procura entrar na barca da Glória. No entanto,
o Anjo manda-o dirigir-se “pera quem te enganou!”, ou seja, para o Diabo, acusando-o de ter o
coração cheio de pecados – “Porque esse bolsão / tomará todo o navio.”.
Procurando defender-se, o Onzeneiro afirma que o seu “bolsão” está vazio, pois deixou na terra
todo o seu dinheiro, o que demonstra que não compreendeu que o bolsão que carrega simboliza o
seu amor ao dinheiro, a cobiça que enche o seu coração.
Com esta cena, o autor critica a cobiça e a avareza.
(118 palavras)
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