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Direcção-Geral da Saúde
Ministério da Saúde
Fevereiro de 2005
I. Introdução
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I. Introdução
A gripe é uma doença aguda do aparelho respiratório provocada pelo vírus influenza.
Transmite-se facilmente e pode manifestar-se sob a forma de casos esporádicos, de
surtos ou de epidemias que excepcionalmente adquirem expressão pandémica, com
acentuadas repercussões na morbilidade e mortalidade a nível mundial.
O vírus influenza tem capacidade de alterar a constituição das suas principais proteínas
de superfície (hemaglutinina e neuraminidase) o que lhe confere uma variabilidade
antigénica que lhe permite reemergir, em cada ano, como um agente infeccioso
diferente.
Uma pandemia pode surgir por recombinação do vírus entre estirpes humanas e
animais ou por mutação adaptativa, uma vez que toda a população está susceptível
devida à ausência de anticorpos protectores. As grandes variações antigénicas
(variações major ou shift antigénico) surgem apenas nos vírus influenza A, motivo pelo
qual estes são os únicos responsáveis pelo aparecimento de pandemias que ocorrem
em intervalos irregulares, impossíveis de prever. As pandemias originam uma elevada
morbilidade e mortalidade, associada a um enorme impacte na economia e no tecido
social.
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I. Introdução
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O potencial pandémico destas estirpes, que estarão mais adaptadas para transmissão
entre animais, do que destes para as pessoas, pode não ser fácil e rapidamente
determinado, pelo que é necessário um estado de alerta constante e uma colaboração
estreita entre a vigilância da gripe no homem e nos animais (particularmente nas aves).
Com base na informação retrospectiva, a OMS considera que existem indícios de uma
potencial pandemia quando:
• um novo vírus influenza A (contendo antigénios que não se encontram nos
vírus que habitualmente infectam o Homem) é isolado em pessoas e
• se demonstra que houve transmissão do novo vírus pessoa-a-pessoa, e
• se confirma que o novo vírus está associado a doença com manifestações
clínicas.
A pandemia verifica-se quando o novo vírus causa doença com expressão epidémica,
atingindo a população de mais de um país.
As medidas preparatórias para fazer face a uma pandemia, bem como aquelas que
serão adoptadas no seu decurso, constam, em linhas gerais, deste Plano que teve em
atenção as orientações da OMS e da União Europeia.
Além dos serviços do Ministério da Saúde que serão referidos nas diferentes fases do
Plano, na eventualidade de se verificar a ocorrência de uma pandemia, terão de ser
envolvidos outros ministérios e entidades dos sectores público ou privado, bem como a
sociedade civil e a população em geral.
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II. Fases do Plano Pandémico
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II. Fases do Plano Pandémico
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Vigilância epidemiológica
• Reforçar a vigilância epidemiológica integrada (clínica e laboratorial) de
rotina, utilizando como principais indicadores: as estimativas das taxas
semanais de incidência de síndrome gripal e os vírus identificados e
tipificados em cada semana. Os dados serão estratificados por grupo
etário.
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Orientações técnicas
• Informações e orientações técnicas para os profissionais de saúde a emitir
pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Comunicação e informação
• Intensificar a comunicação com as estruturas de vigilância internacionais.
• Utilizar a Linha Saúde Pública – Módulo Gripe (informação aos
profissionais e ao público).
• Utilizar o portal de internet da DGS (www.dgsaude.pt) para informação aos
profissionais e ao público.
Vigilância epidemiológica
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Orientações técnicas
• Actualizar e divulgar orientações técnicas para os profissionais de saúde
emitidas pela DGS.
Comunicação e informação
• Definir e desenvolver uma estratégia de comunicação à Imprensa e de
disseminação da informação aos profissionais (incluindo as orientações
técnicas e definição de caso) e ao público.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar regularmente os profissionais de saúde, outros profissionais e o
público (portal da DGS e outros meios).
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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ou
identificação do novo sub-tipo do vírus em vários países cuja única explicação seja o
contacto com pessoas infectadas.
Vigilância epidemiológica
• Acompanhar a situação epidemiológica nos outros países através de
fontes de informação internacionais e comunicação com outros centros
internacionais (OMS, UE e outros).
• Contactar com os Centros Colaboradores da OMS para assegurar a
obtenção da nova estirpe viral e reagentes (antigénio, antisoro e outros)
adequados à estratégia de diagnóstico previamente definida (a realizar
pelo CNG/INSA).
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Orientações técnicas
• Emitir orientações de apoio à decisão clínica, definição de caso,
procedimentos, vacinação, quimioprofilaxia e terapêutica em função das
orientações da OMS.
• Divulgar as orientações emitidas pela OMS e UE com aconselhamento
para viajantes, pessoal com risco ocupacional de exposição ao vírus
(companhias aéreas, profissionais de saúde, etc.) e ao público.
Comunicação e informação
• Comunicados à imprensa (press releases).
• Actualizar, periodicamente, a informação no portal de internet da DGS
(www.dgsaude.pt) para informação ao público e profissionais de saúde.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar os viajantes
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 1. Confirmação, pela OMS, do início da pandemia
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Vigilância epidemiológica
• Planear a monitorização dos efeitos secundários e da susceptibilidade aos
antivirais (INFARMED).
• Activar a recolha de informação para obtenção dos indicadores definidos
no nível 3 da Fase 0, que permitam monitorizar a situação epidemiológica
(DGS e INSA).
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 1. Confirmação, pela OMS, do início da pandemia
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Orientações técnicas
• Actualizar as orientações de apoio à decisão clínica, definição de caso e
procedimentos, em função das novas informações da OMS.
Comunicação e Informação
• Reforçar a informação ao público através de comunicados à imprensa
(press releases).
• Actualizar periodicamente a informação no portal de Internet da DGS
(www.dgsaude.pt) para informação ao público e aos profissionais.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar os viajantes com eventual encaminhamento para a Linha Saúde
Pública.
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
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Vigilância epidemiológica
• Reforçar toda a vigilância para identificação precoce da presença do novo
vírus (preparação para desencadear o nível 2).
Rastreio
• Triagem clínica de passageiros em embarcações, portos, aeronaves e
aeroportos.
Orientações técnicas
• Actualizar e implementar as orientações de apoio à decisão clínica,
definição de caso e procedimentos, em função das informações da OMS.
• Produzir orientações para o rastreio clínico de passageiros para
profissionais de aeronaves e embarcações.
Comunicação e informação
• Emitir alertas e actualizar a informação para os profissionais de saúde e o
público (comunicação do risco).
• Emitir informação e recomendações para os viajantes de e para áreas
com transmissão local (comunicação do risco).
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
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Acções a desenvolver:
• Verificar e reforçar todas as etapas das fases anteriores.
• Aplicar os critérios de internamento definidos no nível 1 da Fase 2.
• Aplicar a estratégia de utilização dos antivirais.
• Instituir quimioprofilaxia selectiva e acelerada a grupos profissionais
prioritários.
• Implementar ou reforçar as medidas destinadas a limitar a disseminação
nosocomial (controlo da infecção).
• Designar estruturas de internamento complementar (em caso de
sobrelotação hospitalar).
• Eventualmente, “requisitar’ pessoal de saúde (executar o plano de
substituição do pessoal de saúde / planos de contingência hospitalares).
• Realizar exame necrópsico dos primeiros casos mortais de pneumonia
viral detectados (de acordo com o plano de investigação definido no nível
3 da Fase 0).
• Encerrar, eventualmente, escolas e creches devido à elevada
transmissibilidade entre as crianças (a decidir de acordo com o cenário).
• Limitar e interditar as visitas a instituições como casas de repouso, lares e
hospitais (a decidir de acordo com o cenário).
• Determinar o uso obrigatório de máscara em serviços de saúde e,
eventualmente, noutras circunstâncias.
• Encerrar estabelecimentos públicos de utilidade secundária (a decidir de
acordo com o cenário).
• Difundir recomendações relativas às medidas a adoptar pelos contactos
de um caso.
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
Fase 3. Fim da primeira onda da pandemia
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Acções a desenvolver
• Manter a vigilância integrada (clínica e laboratorial) reforçada, de modo a
poder detectar qualquer eventual acréscimo de incidência que possa
originar uma nova onda epidémica.
• Avaliar o impacte da epidemia a nível nacional.
• Avaliar a actuação e a adequação do Plano Pandémico e elaborar as
modificações em função da experiência adquirida.
• Preparar a resposta à segunda onda da pandemia.
• Intensificar a colaboração internacional.
• Estimar a disponibilidade de vacinas, antivirais e de outros medicamentos.
• Activar nova REM, adquirindo mais vacinas, antivirais, outros
medicamentos e material de protecção individual, de acordo com as
necessidades estimadas para a segunda onda da pandemia.
• Manter activo o plano de vacinação.
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 4. Segunda (ou posteriores) onda(s) da pandemia
Fase 5. Período pós-pandémico
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Pode ocorrer, pelo menos, uma segunda onda pandémica causada pelo mesmo vírus, 3
a 9 meses após a primeira onda.
Acções a desenvolver:
As mesmas que na Fase 2 (primeira onda), adequando as acções às novas
características epidemiológicas e de acordo com a experiência entretanto adquirida.
A OMS declara o fim do período pandémico, o qual pode ocorrer 2 a 3 anos após o
início da pandemia. Considera-se ter sido atingida esta fase quando os indicadores
epidemiológicos tenham regredido à situação basal inter-pandémica, verificando-se que
a população apresenta alguma imunidade ao novo vírus.
Acções a desenvolver:
• Manter a vigilância integrada (clínica e laboratorial) reforçada, de modo a
poder detectar qualquer eventual acréscimo de incidência, ou uma nova
onda epidémica.
• Elaborar um relatório circunstanciado, que descreva a difusão temporo-
espacial da epidemia, os grupos atingidos e suas características, o seu
impacto (nomeadamente: absentismo, morbilidade, hospitalização,
letalidade e custos), descrição das medidas tomadas, os resultados
obtidos e as recomendações a implementar em situações futuras.
• Analisar e rever todas as medidas tomadas.
• Introduzir as alterações que forem pertinentes no sistema de vigilância
nacional e na organização dos serviços de saúde.
• Realizar estudos serológicos e virológicos para caracterização antigénica
e genética das estirpes do novo vírus influenza.
• Decidir sobre o regresso à Fase 0 (período inter-pandémico).
• As Estruturas e Entidades para a Gestão, Acompanhamento e Aplicação
do Plano de Contingência para a Gripe Plano avaliam as lições aprendidas
e recomendam a actualização do plano de contingência.
• Desactivar os grupos para a Gestão, Acompanhamento e Aplicação do
Plano de Contingência para a Gripe.
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