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Ministério da Saúde

Direcção-Geral da Saúde

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A GRIPE

Ministério da Saúde

Fevereiro de 2005
I. Introdução
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PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A GRIPE

I. Introdução

A gripe é uma doença aguda do aparelho respiratório provocada pelo vírus influenza.
Transmite-se facilmente e pode manifestar-se sob a forma de casos esporádicos, de
surtos ou de epidemias que excepcionalmente adquirem expressão pandémica, com
acentuadas repercussões na morbilidade e mortalidade a nível mundial.

A gripe é responsável, anualmente, por 3 a 5 milhões de casos de doença grave e por


250 mil a 500 mil mortes em todo o mundo.

O vírus influenza tem capacidade de alterar a constituição das suas principais proteínas
de superfície (hemaglutinina e neuraminidase) o que lhe confere uma variabilidade
antigénica que lhe permite reemergir, em cada ano, como um agente infeccioso
diferente.

Uma pandemia pode surgir por recombinação do vírus entre estirpes humanas e
animais ou por mutação adaptativa, uma vez que toda a população está susceptível
devida à ausência de anticorpos protectores. As grandes variações antigénicas
(variações major ou shift antigénico) surgem apenas nos vírus influenza A, motivo pelo
qual estes são os únicos responsáveis pelo aparecimento de pandemias que ocorrem
em intervalos irregulares, impossíveis de prever. As pandemias originam uma elevada
morbilidade e mortalidade, associada a um enorme impacte na economia e no tecido
social.

No século XX registaram-se três grandes pandemias, nomeadamente a Gripe


Espanhola (1918-1919), a Gripe Asiática (1957) e a Gripe de Hong Kong (1968). A
primeira destas três pandemias foi a mais importante, tendo causado um número de
mortes estimado em 30 milhões, com uma concentração importante nos adultos jovens.

As pandemias surgem, habitualmente, no Oriente e propagam-se a partir da Ásia ou


dos antípodas para a Europa.

Graças ao sistema mundial de vigilância da gripe, coordenado pela Organização


Mundial da Saúde, que Portugal integra através do Centro Nacional da Gripe do
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, é cada vez mais fácil e rápido identificar
“novas estirpes potencialmente pandémicas”, verificando-se, de tempos a tempos, em
qualquer local do Mundo, a transmissão esporádica de novos vírus influenza dos
animais para as pessoas. Considera-se natural que, quanto melhor for a vigilância, mais
casos de transmissão interespécies sejam detectados. Foi, aliás, o que aconteceu nos
últimos anos: em 1997, em Hong Kong, com a identificação do vírus influenza A(H5N1);
em 1999, também em Hong Kong com o vírus A(H9N2); em 2003, novamente em Hong
Kong, com o vírus A(H9N2); na Holanda, em 2003, com o vírus A(H7N7); e, muito
recentemente, 2004 e 2005, no Vietname e na Tailândia com o vírus A(H5N1)).

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I. Introdução
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O potencial pandémico destas estirpes, que estarão mais adaptadas para transmissão
entre animais, do que destes para as pessoas, pode não ser fácil e rapidamente
determinado, pelo que é necessário um estado de alerta constante e uma colaboração
estreita entre a vigilância da gripe no homem e nos animais (particularmente nas aves).

Com base na informação retrospectiva, a OMS considera que existem indícios de uma
potencial pandemia quando:
• um novo vírus influenza A (contendo antigénios que não se encontram nos
vírus que habitualmente infectam o Homem) é isolado em pessoas e
• se demonstra que houve transmissão do novo vírus pessoa-a-pessoa, e
• se confirma que o novo vírus está associado a doença com manifestações
clínicas.

A pandemia verifica-se quando o novo vírus causa doença com expressão epidémica,
atingindo a população de mais de um país.

A resposta a uma ameaça pandémica pressupõe, por parte do País, capacidade de


vigilância epidemiológica do vírus, da doença e do seu impacte, nos anos
interpandémicos, bem como capacidade de organizar a resposta à pandemia,
constituindo reservas estratégicas de medicamentos e vacinas “pandémicas” (limitadas
pela oferta disponível) e organizando/preparando os serviços de forma a serem
assegurados cuidados individuais e clínicos, mas também iniciativas de saúde pública
pertinentes.

As medidas preparatórias para fazer face a uma pandemia, bem como aquelas que
serão adoptadas no seu decurso, constam, em linhas gerais, deste Plano que teve em
atenção as orientações da OMS e da União Europeia.

O Plano será revisto sempre que a situação epidemiológica ou os desenvolvimentos


sociais e tecnológicos o recomendem e a sua operacionalização constará de anexos
técnicos específicos.

As grandes áreas de intervenção do Plano são as seguintes: Vigilância Epidemiológica


(VE); Reserva Estratégica de Medicamentos (REM); Saúde Pública e Comunicação;
Planeamento e Recursos/Serviços de Saúde e outros (organização da oferta).

Além dos serviços do Ministério da Saúde que serão referidos nas diferentes fases do
Plano, na eventualidade de se verificar a ocorrência de uma pandemia, terão de ser
envolvidos outros ministérios e entidades dos sectores público ou privado, bem como a
sociedade civil e a população em geral.

Serão designadas e nomeadas as Estruturas e Entidades de Acompanhamento do


Plano de Contingência para a Gripe, presididas pelo Director-Geral e Alto Comissário
da Saúde.

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II. Fases do Plano Pandémico
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II. Fases do Plano Pandémico


O plano é elaborado e será aplicado em função de dois critérios:
• a progressão da doença no tempo e no espaço
• a transmissibilidade e/ou a gravidade da doença

Tendo em atenção o primeiro critério são estabelecidos diferentes fases e respectivos


níveis. A Fase 0 corresponde ao período interpandémico e em função da progressão do
vírus e da doença serão accionadas as diversas fases e níveis previstos no Plano.

Fase 0. Período interpandémico

Nível 0 - Sem indicação da existência de um novo vírus


Nível 1 - Detecção de um caso humano de infecção por um novo subtipo do vírus
influenza
Nível 2 - Ocorrência de dois ou mais casos humanos confirmados de infecção pelo
novo subtipo do vírus influenza, mantendo-se a incerteza sobre a transmissão
humana do vírus
Nível 3 - Ocorrência comprovada de transmissão eficaz pessoa-a-pessoa do novo
vírus, acompanhada do aparecimento do primeiro surto

Fase 1. Confirmação, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), do início da


pandemia

Fase 2. Epidemias regionais ou multi-regionais, causadas pelo novo vírus


influenza, atingindo vários países a nível mundial
Nível 0 - Epidemias regionais ou multi-regionais em países fora da União Europeia
(UE)
Nível 1 - Epidemias num Estado Membro da UE
Nível 2 - Epidemia instalada em Portugal

Fase 3. Fim da primeira onda da pandemia

Fase 4. Segunda onda da pandemia

Fase 5. Período pós-pandémico

Em cada uma das fases descritas, após a confirmação de transmissão humana e


ocorrência de um surto (Fase 0, nível 3), será equacionado o cenário de impacte mais
plausível, de acordo com critérios conhecidos de progressão e gravidade da doença.

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II. Fases do Plano Pandémico
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Quadro I – Fases do Plano Pandémico

Fases do Plano Pandémico Descrição


Fase 0 – Período interpandémico
Nível 0 Sem indicação da existência de um novo vírus
Nível 1 Detecção de um caso humano de infecção por
um novo subtipo do vírus influenza

Nível 2 Ocorrência de dois ou mais casos humanos


confirmados de infecção pelo novo subtipo do
vírus influenza, mantendo-se a incerteza sobre a
transmissão humana do vírus
Nível 3 Ocorrência comprovada de transmissão eficaz
pessoa-a-pessoa do novo vírus acompanhada do
aparecimento do primeiro surto
Fase 1 – Início da Pandemia Confirmação pela OMS do início da Pandemia
Fase 2 – Epidemias regionais ou Vários países e áreas geográficas do Globo são
multiregionais afectados
Nível 0 Epidemias regionais ou multiregionais em países
fora da UE
Nível 1 Epidemias num estado membro da UE

Nível 2 Epidemia instalada em Portugal

Fase 3 – Fim da primeira onda da Quando se começa a verificar uma diminuição na


Pandemia dimensão da epidemia em diferentes países ou
regiões inicialmente afectadas mas persistindo
alguns surtos.
Fase 4 – Segunda onda da Aparecimento de novos surtos causados pelo
Pandemia mesmo vírus 3 a 9 meses após a primeira onda
Fase 5 – Período pós-pandémico Os indicadores epidemiológicos regridem à
situação basal inter-epidémica

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe

Fase 0. Período interpandémico

Nível 0. Sem indicação da existência de um novo vírus

▼ Nomear as diferentes Estruturas e Entidades para a Gestão, Aplicação e


Acompanhamento do Plano de Contingência para a Gripe.
▼ Acompanhar, a nível internacional, a evolução dos conhecimentos, da tecnologia e
dos procedimentos, relativos à reemergência de uma pandemia de gripe.

Vigilância epidemiológica (VE)


• Definir os indicadores necessários para monitorizar a pandemia e
identificar as instituições responsáveis pela sua obtenção.
• Manter actualizados e em funcionamento os mecanismos e actividades de
vigilância epidemiológica integrada (clínica e laboratorial) de rotina, para a
monitorização da actividade gripal, coordenada pelo Instituto Nacional de
Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA) - Centro Nacional da Gripe (CNG) e
Observatório Nacional de Saúde (ONSA), através da rede Médicos
Sentinela (MS) e das Estruturas de Urgência Sentinela (EUS).
• Estabelecer e manter actualizados outros mecanismos e actividades de
vigilância epidemiológica que permitam apurar indicadores
complementares (procura de cuidados, hospitalizações, mortalidade, etc.)
para monitorizar a actividade gripal e o seu impacte.
• Promover o desenvolvimento de um Programa Nacional de Vigilância da
Gripe em animais, nomeadamente nas aves.

Saúde Pública e Comunicação


• Manter actualizados os mecanismos de informação e comunicação do
risco aos profissionais de saúde, aos parceiros de outras instituições e ao
público.
• Aumentar a cobertura vacinal contra a gripe nos grupos de risco definidos
anualmente pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) em Circular Informativa.
• Emitir orientações para vacinação com a vacina polissacarídea contra o S.
pneumoniæ nos grupos de risco, de forma a reduzir a
morbilidade/mortalidade por sobre-infecção bacteriana.
• Desenvolver mecanismos de articulação entre as autoridades de saúde
humana e veterinária.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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• Elaborar um plano relativo à protecção pessoal, à vacinação, à


quimioprofilaxia, à terapêutica e ao eventual isolamento de pessoas que
venham a estar expostas a surtos de gripe em animais, nomeadamente
trabalhadores em explorações agro-pecuárias e veterinários.
• Promover a elaboração de um plano de abate sanitário dos referidos
animais no caso de se verificarem surtos de gripe entre estes.

Reserva Estratégica de Medicamentos (REM)


• Rever a Reserva Estratégica de Medicamentos (REM) tendo em atenção a
avaliação do risco de pandemia.
• Constituir e manter a REM.
• Identificar fornecedores e capacidade de produção e fornecimento de
material de protecção individual, como máscaras.
• Promover a discussão, a nível jurídico e das Comissões de Ética, sobre os
critérios para utilização de medicamento e vacinas em relação aos quais
não existam “stocks” para distribuição universal. Definição de grupos de
risco e de grupos prioritários.

Planeamento e Recursos / Serviços de Saúde e outros (organização da oferta)


• Actualizar o levantamento da capacidade instalada de serviços de saúde
que possam prestar cuidados clínicos a vítimas da pandemia.
• Incentivar o desenvolvimento dos planos de emergência das instituições
de saúde.

Nível 1. Detecção de um caso humano de infecção por um novo subtipo do vírus


influenza
Este nível é accionado quando se verifica o isolamento de um novo subtipo do vírus
influenza a partir de um único caso humano, sem evidência de disseminação do vírus
ou da ocorrência de surtos associados.

Vigilância epidemiológica
• Reforçar a vigilância epidemiológica integrada (clínica e laboratorial) de
rotina, utilizando como principais indicadores: as estimativas das taxas
semanais de incidência de síndrome gripal e os vírus identificados e
tipificados em cada semana. Os dados serão estratificados por grupo
etário.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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• Ponderar a criação/activação de outras estruturas sentinela para a


detecção de casos de gripe, como por exemplo escolas.
• Reforçar outros sistemas de vigilância.

Saúde Pública e Comunicação

Orientações técnicas
• Informações e orientações técnicas para os profissionais de saúde a emitir
pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Comunicação e informação
• Intensificar a comunicação com as estruturas de vigilância internacionais.
• Utilizar a Linha Saúde Pública – Módulo Gripe (informação aos
profissionais e ao público).
• Utilizar o portal de internet da DGS (www.dgsaude.pt) para informação aos
profissionais e ao público.

Nível 2. Ocorrência de dois ou mais casos humanos confirmados de infecção


pelo novo subtipo do vírus influenza
Este nível é accionado quando se confirma a ocorrência de dois ou mais casos de
infecção no homem pelo novo vírus, mas a capacidade do vírus se transmitir pessoa-a-
pessoa e estar na origem de surtos permanece questionável.

▼ Actualizar e activar as diferentes Estruturas e Entidades para a Gestão e


Acompanhamento do Plano de Contingência para a Gripe que orientarão as acções a
seguir enumeradas.
▼ Rever e actualizar o Plano de Contingência.

Vigilância epidemiológica

• Acompanhar a evolução da situação epidemiológica nos outros países


através das fontes de informação internacionais e intensificar a
comunicação com os centros internacionais (OMS, UE e outros).
• Comunicar, permanentemente, com as autoridades veterinárias para
monitorização da evolução da doença nos animais.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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• Planear o reforço da vigilância epidemiológica:


ƒ Contactar com os laboratórios internacionais de referência (OMS)
para definir a estratégia de diagnóstico laboratorial virológico e
obtenção de reagentes (INSA/CNG).
ƒ Planear o reforço da capacidade laboratorial instalada do
INSA/CNG para o desenvolvimento de testes de diagnóstico
específicos para identificação da nova estirpe viral.
ƒ Rever os recursos e procedimentos laboratoriais existentes.
ƒ Planear as acções de incentivo à notificação e à realização de
testes laboratoriais em populações/indivíduos que desenvolvam
sintomatologia respiratória após terem viajado para as regiões onde
foi identificado o novo vírus.
ƒ Incentivar a notificação e a realização de testes laboratoriais em
indivíduos/populações que desenvolvam sintomatologia respiratória
e que possam ter estado expostos a animais hospedeiros do novo
vírus influenza, no decurso de surtos.
ƒ Planear a requisição/contratação dos recursos humanos
necessários às actividades de vigilância epidemiológica reforçada,
nomeadamente capazes de produzir e analisar os indicadores
necessários para monitorizar a eventual pandemia.
ƒ Activar ou desenvolver os outros sistemas de vigilância
anteriormente definidos.

Saúde Pública e Comunicação

Orientações técnicas
• Actualizar e divulgar orientações técnicas para os profissionais de saúde
emitidas pela DGS.

Comunicação e informação
• Definir e desenvolver uma estratégia de comunicação à Imprensa e de
disseminação da informação aos profissionais (incluindo as orientações
técnicas e definição de caso) e ao público.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar regularmente os profissionais de saúde, outros profissionais e o
público (portal da DGS e outros meios).

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Nível 3. Ocorrência comprovada de transmissão eficaz pessoa-a-pessoa do novo


vírus, acompanhada do aparecimento do primeiro surto
Este nível é accionado quando é confirmada pela OMS a transmissão humana do novo
vírus, através de:

evidência clara de transmissão pessoa-a-pessoa na população, tal como a ocorrência


de casos secundários por contacto com um caso índice, originando um surto com a
duração mínima de 2 semanas, num determinado país

ou

identificação do novo sub-tipo do vírus em vários países cuja única explicação seja o
contacto com pessoas infectadas.

▼ Reunir as diferentes Entidades para a Gestão e Acompanhamento do Plano de


Contingência para a Gripe para definição e planeamento estratégico, assim como para
assegurar os meios para o desenvolvimento das acções previstas.
▼ Reforçar a comunicação e colaboração internacional através da OMS, UE e outras
instituições envolvidas, para equacionar, entre outros aspectos, a distribuição
internacional equitativa de vacinas e medicamentos.

Vigilância epidemiológica
• Acompanhar a situação epidemiológica nos outros países através de
fontes de informação internacionais e comunicação com outros centros
internacionais (OMS, UE e outros).
• Contactar com os Centros Colaboradores da OMS para assegurar a
obtenção da nova estirpe viral e reagentes (antigénio, antisoro e outros)
adequados à estratégia de diagnóstico previamente definida (a realizar
pelo CNG/INSA).

• Definir um plano de investigação e a recolha organizada de informação


para a monitorização e posterior avaliação do impacte da pandemia.
• Eleger o cenário mais provável do impacte da epidemia (taxas de ataque,
velocidade de propagação, gravidade/letalidade, etc.) de acordo com os
dados internacionais disponíveis.
• Identificar as populações nacionais com risco aumentado de infecção com
o novo vírus (incidência e gravidade da infecção).
• Estimar o número de pessoas que necessitarão de internamento.

• Estimar a taxa de letalidade.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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• Estimar a cobertura vacinal com a última vacina sazonal contra a gripe e


com a vacina contra S. pneumoniae.

• Estabelecer, reforçar e adequar as actividades de vigilância à


detecção/identificação da transmissão do novo vírus.
• Definir orientações para o reforço da vigilância através das estruturas
sentinela existentes (redes Médicos-Sentinela e Serviços de Urgência de
Hospitais e Serviços de Atendimento Permanente ou similares dos
Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde).
• Activar outras estruturas sentinela (ex: escolas).
• Definir os indicadores de vigilância a serem utilizados a partir da Fase 1,
tais como:
− estimativas das taxas semanais de incidência de gripe, por grupo etário
− vírus identificados e tipificados em cada semana
− número total de consultas em serviços de urgência
− número total de consultas de medicina familiar/clínica geral
− n.º total de admissões nos hospitais por problemas respiratórios
− número de óbitos por todas as causas e causas seleccionadas por idade
− consumo semanal de medicamentos
− percentagem de absentismo escolar (<30 dias)
− outros.

Saúde Pública e Comunicação


• Actualizar e identificar os recursos existentes e estimar as necessidades
de acordo com o cenário mais provável.
• Estimar o número de pessoas elegíveis para vacinar contra a gripe e
contra S. pneumoniae e para quimioprofilaxia e tratamento (específico, de
suporte e das complicações) para a gripe.
• Definir os critérios para identificação dos elegíveis e, dentro destes, dos
prioritários (para o caso de haver necessidade de uma vacinação e/ou
quimioprofilaxia mais restritiva/selectiva).
• Elaborar as estratégias de vacinação e de administração dos antivirais
disponíveis.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 0. Período interpandémico
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Orientações técnicas
• Emitir orientações de apoio à decisão clínica, definição de caso,
procedimentos, vacinação, quimioprofilaxia e terapêutica em função das
orientações da OMS.
• Divulgar as orientações emitidas pela OMS e UE com aconselhamento
para viajantes, pessoal com risco ocupacional de exposição ao vírus
(companhias aéreas, profissionais de saúde, etc.) e ao público.

Comunicação e informação
• Comunicados à imprensa (press releases).
• Actualizar, periodicamente, a informação no portal de internet da DGS
(www.dgsaude.pt) para informação ao público e profissionais de saúde.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar os viajantes

Reserva Estratégica de Medicamentos (REM)


• Definir as estratégias a adoptar relativamente à disponibilidade das
vacinas, medicamentos e meios de protecção.
• Verificar a Reserva Estratégica de Medicamentos (REM) existente,
nomeadamente de antibióticos, antivirais e de vacinas. Obter informação
sobre o desenvolvimento, produção e disponibilização da vacina contra o
novo vírus e equacionar/reequacionar a reserva estratégica de vacinas
contra a nova estirpe e dos antivirais (e outros) junto das firmas
produtoras/distribuidoras e da OMS e UE (a realizar pelo INFARMED).
• Iniciar os contactos necessários com a indústria farmacêutica, em função
das decisões tomadas quanto às necessidades acrescidas em vacinas e
medicamentos, no sentido da sua obtenção.
• Estimar as necessidades e disponibilidade de meios de protecção
individual, seringas, agulhas, etc e promover a sua reserva ou aquisição.

Planeamento e Recursos / Serviços de Saúde e outros (organização da oferta).


• Estimar a capacidade instalada e potencial de camas hospitalares, camas
em Unidades de Cuidados Intensivos e ventiladores, no País.
• Estimar os recursos humanos disponíveis e mobilizáveis nos serviços de
saúde.
• Identificar a capacidade instalada referente ao circuito de cadáveres.
• Alertar para a eventual insuficiência de pessoal de outros sectores como
das forças de segurança, protecção civil, transportes, etc.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 1. Confirmação, pela OMS, do início da pandemia
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Fase 1. Confirmação, pela OMS, do início da pandemia

A OMS declara o início da pandemia, em função da transmissão eficaz do vírus entre


pessoas. Nesta fase verificam-se vários surtos provocados pelo novo vírus influenza
em, pelo menos, um país e houve disseminação para outros países. O quadro clínico
da doença sugere elevada morbilidade e mortalidade em, pelo menos, um segmento da
população.

▼ Reforçar as actividades das Estruturas e Entidades para a Gestão e


Acompanhamento do Plano de Contingência para a Gripe passando algumas delas a
funcionar em permanência.
▼ Definir o cenário previsível (o cenário pode ser actualizado posteriormente em função
da informação existente).

Vigilância epidemiológica
• Planear a monitorização dos efeitos secundários e da susceptibilidade aos
antivirais (INFARMED).
• Activar a recolha de informação para obtenção dos indicadores definidos
no nível 3 da Fase 0, que permitam monitorizar a situação epidemiológica
(DGS e INSA).

Saúde Pública e Comunicação


• Definir as populações de risco e as populações prioritárias para vacinação
com a nova vacina.
• Designar centros de vacinação e, quando necessário, reforçar os recursos
humanos. Para tal utilizar-se-ão os habituais locais ou serviços de
vacinação (centros de saúde) e, em caso de necessidade, far-se-ão
deslocar equipas para outros pontos.
• Designar os locais de distribuição dos antivíricos.
• Vacinar contra o novo vírus (se houver vacinas).
ƒ Monitorizar os efeitos secundários da vacina (INFARMED).
ƒ Decidir sobre a atitude a tomar no caso do aparecimento de efeitos
secundários demasiado graves ou numerosos.
• Decidir acerca do início da quimioprofilaxia antiviral nos elegíveis definidos
na Fase 0, nível 3.
• Vacinar contra S. pneumoniae, de acordo com a disponibilidade de
vacinas e os critérios definidos anteriormente.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 1. Confirmação, pela OMS, do início da pandemia
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Orientações técnicas
• Actualizar as orientações de apoio à decisão clínica, definição de caso e
procedimentos, em função das novas informações da OMS.

Comunicação e Informação
• Reforçar a informação ao público através de comunicados à imprensa
(press releases).
• Actualizar periodicamente a informação no portal de Internet da DGS
(www.dgsaude.pt) para informação ao público e aos profissionais.
• Reforçar a Linha Saúde Pública.
• Informar os viajantes com eventual encaminhamento para a Linha Saúde
Pública.

Reserva Estratégica de Medicamentos (REM)


• Pôr em curso os mecanismos para aquisição da vacina contra o novo
vírus, assim que disponível, considerando formas expeditas de aprovação,
licenciamento do produto e libertação de lotes (REM: INEM, INFARMED,
DGS, IGIF, Empresas Farmacêuticas).

Planeamento e Recursos / Serviços de Saúde e outros (organização da oferta).


• Definir a rede de referenciação de cuidados hospitalares e de centros de
saúde.
• Planear a substituição de pessoal dos serviços de saúde para a fase de
epidemia instalada no País (Fase 2, nível 2) – os planos de emergência
hospitalares devem equacionar a hipótese da pandemia de gripe.
• Distribuir a vacina aos serviços locais (logo que a vacina esteja disponível
e seja recomendada pela OMS (o que pode não ocorrer nesta fase).
• Aplicar as medidas referidas no anterior ponto “Saúde Pública e
Comunicação”, referentes à vacinação e utilização de antivirícos.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
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Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial

Nível 0. Epidemia em países não pertencentes à UE

▼ Manter todas as actividades descritas para a Fase 1, com destaque para a


actualização permanente da informação (nomeadamente de alertas/informações
internacionais).

Nível 1. Epidemia de gripe causada pelo novo vírus em estado membro da UE

Vigilância epidemiológica
• Reforçar toda a vigilância para identificação precoce da presença do novo
vírus (preparação para desencadear o nível 2).

Saúde Pública e Comunicação

Rastreio
• Triagem clínica de passageiros em embarcações, portos, aeronaves e
aeroportos.

Orientações técnicas
• Actualizar e implementar as orientações de apoio à decisão clínica,
definição de caso e procedimentos, em função das informações da OMS.
• Produzir orientações para o rastreio clínico de passageiros para
profissionais de aeronaves e embarcações.

Comunicação e informação
• Emitir alertas e actualizar a informação para os profissionais de saúde e o
público (comunicação do risco).
• Emitir informação e recomendações para os viajantes de e para áreas
com transmissão local (comunicação do risco).
• Reforçar a Linha Saúde Pública.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
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Planeamento e Recursos / Serviços de Saúde e outros (organização da oferta).


• Definir o fluxograma de encaminhamento de doentes.
• Implementar a rede de referenciação de cuidados hospitalares e de
centros de saúde.
• Definir critérios de internamento na fase de epidemia.
• Ponderar a decisão quanto ao uso de meios de protecção individual e
outros meios de protecção em serviços de saúde, noutras instituições e
em locais públicos.

Nível 2. Epidemia instalada no País

Acções a desenvolver:
• Verificar e reforçar todas as etapas das fases anteriores.
• Aplicar os critérios de internamento definidos no nível 1 da Fase 2.
• Aplicar a estratégia de utilização dos antivirais.
• Instituir quimioprofilaxia selectiva e acelerada a grupos profissionais
prioritários.
• Implementar ou reforçar as medidas destinadas a limitar a disseminação
nosocomial (controlo da infecção).
• Designar estruturas de internamento complementar (em caso de
sobrelotação hospitalar).
• Eventualmente, “requisitar’ pessoal de saúde (executar o plano de
substituição do pessoal de saúde / planos de contingência hospitalares).
• Realizar exame necrópsico dos primeiros casos mortais de pneumonia
viral detectados (de acordo com o plano de investigação definido no nível
3 da Fase 0).
• Encerrar, eventualmente, escolas e creches devido à elevada
transmissibilidade entre as crianças (a decidir de acordo com o cenário).
• Limitar e interditar as visitas a instituições como casas de repouso, lares e
hospitais (a decidir de acordo com o cenário).
• Determinar o uso obrigatório de máscara em serviços de saúde e,
eventualmente, noutras circunstâncias.
• Encerrar estabelecimentos públicos de utilidade secundária (a decidir de
acordo com o cenário).
• Difundir recomendações relativas às medidas a adoptar pelos contactos
de um caso.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 2. Epidemias regionais ou multiregionais em vários países a nível mundial
Fase 3. Fim da primeira onda da pandemia
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• Adequar o plano de farmácias de serviço (ANF).


• Adiar todos os internamentos hospitalares não urgentes.
• Mobilizar, eventualmente, recursos humanos suplementares (Cruz
Vermelha, Forças Armadas, Serviço Nacional de Protecção Civil) para
apoio logístico.
• Adequar a vigilância aos recursos existentes.
• Estimar o tipo e proporção de casos de sobre-infecções bacterianas nos
casos de infecção viral.
• Organizar o armazenamento de espécimes post-mortem (de acordo com o
plano de investigação definido no nível 3 da Fase 0).

Fase 3. Fim da primeira onda da pandemia

Quando se começa a verificar uma diminuição na dimensão da epidemia em diferentes


países ou regiões inicialmente afectadas mas persistindo alguns surtos.

Acções a desenvolver
• Manter a vigilância integrada (clínica e laboratorial) reforçada, de modo a
poder detectar qualquer eventual acréscimo de incidência que possa
originar uma nova onda epidémica.
• Avaliar o impacte da epidemia a nível nacional.
• Avaliar a actuação e a adequação do Plano Pandémico e elaborar as
modificações em função da experiência adquirida.
• Preparar a resposta à segunda onda da pandemia.
• Intensificar a colaboração internacional.
• Estimar a disponibilidade de vacinas, antivirais e de outros medicamentos.
• Activar nova REM, adquirindo mais vacinas, antivirais, outros
medicamentos e material de protecção individual, de acordo com as
necessidades estimadas para a segunda onda da pandemia.
• Manter activo o plano de vacinação.

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III. Medidas no âmbito do plano de contingência para a gripe
Fase 4. Segunda (ou posteriores) onda(s) da pandemia
Fase 5. Período pós-pandémico
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Fase 4. Segunda (ou posteriores) onda(s) da pandemia

Pode ocorrer, pelo menos, uma segunda onda pandémica causada pelo mesmo vírus, 3
a 9 meses após a primeira onda.
Acções a desenvolver:
As mesmas que na Fase 2 (primeira onda), adequando as acções às novas
características epidemiológicas e de acordo com a experiência entretanto adquirida.

Fase 5. Período pós-pandémico

A OMS declara o fim do período pandémico, o qual pode ocorrer 2 a 3 anos após o
início da pandemia. Considera-se ter sido atingida esta fase quando os indicadores
epidemiológicos tenham regredido à situação basal inter-pandémica, verificando-se que
a população apresenta alguma imunidade ao novo vírus.
Acções a desenvolver:
• Manter a vigilância integrada (clínica e laboratorial) reforçada, de modo a
poder detectar qualquer eventual acréscimo de incidência, ou uma nova
onda epidémica.
• Elaborar um relatório circunstanciado, que descreva a difusão temporo-
espacial da epidemia, os grupos atingidos e suas características, o seu
impacto (nomeadamente: absentismo, morbilidade, hospitalização,
letalidade e custos), descrição das medidas tomadas, os resultados
obtidos e as recomendações a implementar em situações futuras.
• Analisar e rever todas as medidas tomadas.
• Introduzir as alterações que forem pertinentes no sistema de vigilância
nacional e na organização dos serviços de saúde.
• Realizar estudos serológicos e virológicos para caracterização antigénica
e genética das estirpes do novo vírus influenza.
• Decidir sobre o regresso à Fase 0 (período inter-pandémico).
• As Estruturas e Entidades para a Gestão, Acompanhamento e Aplicação
do Plano de Contingência para a Gripe Plano avaliam as lições aprendidas
e recomendam a actualização do plano de contingência.
• Desactivar os grupos para a Gestão, Acompanhamento e Aplicação do
Plano de Contingência para a Gripe.

Direcção-Geral da Saúde, Fevereiro de 2005

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