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Olavo Alexandre Gomes

Advogado

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE CENTENÁRIO DO SUL – ESTADO DO PARANÁ.

Processo 0000911-31.2016.8.16.0066

JULIO CESAR DA SILVA, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado legalmente nomeado, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em cumprimento ao que determina
o artigo 396 do Diploma Processual Penal, modificado pela Lei nº 11.719/2008,
apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no art. 396-A do CPP, de
conformidade com as razões fático/jurídicas que doravante passa a expender:

SÍNTESE DA DENÚNCIA

Em sua proemial acusatória, o M.P.E. atribui ao acusado a


autoria dos delitos tipificados no artigo 129, § 9º, do C.P.B., em relação à vítima
STEFANI GONGALVES DA SILVA, combinados com o art. 7º incisos I da Lei nº.
11.340/2006 – Lei Maria da Penha -, consoante dos autos. (MOV. 21.1).

Para tanto, alega que em 22/06/2016 por volta das


16h10m, em via pública, nas proximidades da Rua Deodato de Oliveira, na cidade de
Centenário do Sul, o denunciado “teria”, “prevalecido de suas relações
domésticas”, teria agredido sua convivente, desferindo contra elas “chutes” – no
plural, causando lesões constantes do laudo anexo aos autos.

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Olavo Alexandre Gomes
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Eis o processo criminal.

O requerido não cometeu o ato delituoso, o fato que


ocorreu foi uma pequena discussão familiar, uma discussão e agressões mútuas, se
assim o cometeu, cometeu de natureza leve.

Conforme consta do inquérito policial, tanto o condutor


quanto a testemunha do auto de prisão em flagrante, disseram em depoimentos na
delegacia de Centenário que: por volta da 16h10m o operador do COPOM via
rádio informou à viatura da policia, que segundo ligações via 190, davam
conta que UM CASAL ESTAVAM EM VIAS DE FATO na Rua Deodato de
Oliveira, e de posse da referida informação deslocaram até o local e
identificaram o acusado e a suposta vítima, e diante dos fatos os
conduziram para a Delegacia.

Ato continuo, o casal foi encaminhado ao hospital local


para confecção de laudo de lesão corporal, laudos (mov. 18.2) e (mov. 18.3).

Do respectivo laudo foi contatado o seguinte com relação


à STEFANI GONCALVES DA SILVA: 1) houve ofensa à integridade corporal; 2) com
lesão única; 3) que causou hematoma; 4) na coxa esquerda, 5) cuja lesão é
classificada como leve. (mov. 18.2)

Do respectivo laudo foi contatado o seguinte com relação


ao acusado JULIO CESAR DA SILVA: 1) houve ofensa à integridade corporal – FICOU
SEM RESPOSTA – NEM QUE SIM NEM QUE NÃO – O QUE SURPREENDE PELA
SEQUENCIA DO LAUDO O QUE FAZ DEDUZIR QUE SIM; 2) com lesão única; 3)
que causou escoriações; 4) no braço esquerdo, 5) cuja lesão é classificada como
leve. (mov. 18.3)

Ora Excelência, estamos diante de uma via de fatos onde


ambos envolvidos se violentaram entre sim. Se o acusado deve responder por lesão
corporal por se homem, não deve a esposa da mesma forma sofrer a
reprimenda do Estado vez que o acusado também foi agredido, (pelo mesmo
tipo penal), o que foi declarado espontaneamente pela “vitima” em depoimento na
sede policial.

Conforme narrado pelos policiais, a notícia que chegou até


os mesmos é que um casal estavam em vias de fato em via pública, e nada
em contrário.

Não consta dos autos quaisquer testemunha presencial


dos fatos, de que o acusado teria agredido verbalmente a “vitima”, tendo a policia
chego após os ânimos contidos. Tal agressão jamais existiu.

O que houve foi uma discussão acalorada que


resultou em agressões mútuas, não havendo que se falar que o acusado se
prevaleceu de suas relações domésticas, vez que também foi agredido por

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STEFANI o que é confirmado pelo laudo de mov. 18.3. Resta portanto, à


conclusão houve foi vias de fato e não violência exclusiva do acusado em desfavor
de STEFANI, como diz a acusação.

DA DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME

Diante do retro mencionado, inexiste um juízo seguro para


a condenação do acusado no delito de lesões corporais de natureza grave, ou média.

Tais ditas agressões mútuas não configuram ofensa à


integridade física, pois não alteram o seu aspecto físico, de forma que entendeu
caracterizado o crime de lesões corporais pela acusação.

Note-se Excelência que, o crime de lesão corporal, por sua


natureza, exige a comprovação de ofensa à integridade física da vítima, enquanto
nas vias de fato a natureza das agressões não chega a ofender a integridade física
da vítima, sendo, por isso, dispensável inclusive a prova pericial.

Entende-se por contravenção de vias de fato a infração


penal expressamente subsidiária, em que o autor emprega violência contra
determinada pessoa sem causar lesões corporais ou morte.

O conceito de vias de fato é residual. Depois do ataque ou


agressão, se a vítima não for lesionada gravemente, haverá a aludida infração penal.
Os exemplos mais comuns são empurrões, tapas ou bofetadas etc.

A contravenção penal de vias de fato encontra-se prevista


no artigo 21 do Decreto 3.688/41 (LCP). O objetivo da norma foi proteger a
incolumidade das pessoas. A infração penal é comum, podendo ser praticada por
qualquer pessoa. A conduta consiste em praticar vias de fato dolosamente contra
alguém. Logo, não há forma culposa.

Assim estabelece o referido dispositivo do Dec.-Lei


3.688/1941:

Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:

Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um
conto de réis, se o fato não constitue crime.

Nesse sentido, é a jurisprudência estadual:

APELAÇAO CRIMINAL. CRIME CONTRA A VIDA. LESÕES CORPORAIS DE NATUREZA


GRAVE. PERIGO DE VIDA. PRELIMINAR DE NULIDADE DO LAUDO PERICIAL
ARGUIDA. CABIMENTO. LAUDO PERICIAL ELABORADO POR APENAS UM PERITO
NAO OFICIAL. NULIDADE DECLARADA. ART. 159, 1º, DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL. Em se tratando de crime que deixa vestígios e declarado nulo o laudo
pericial acostado aos autos, não há como se manter a condenação dos apelantes,
pelo crime de lesão corporal. DESCLASSIFICAÇAO, DE OFÍCIO, PARA A

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CONTRAVENÇAO PENAL DE VIAS DE FATO. PROVA ROBUSTA DA AUTORIA.


SOBRESTAMENTO DOS EFEITOS DA CONDENAÇAO PARA A RÉ ANDREA PARA
APLICAÇAO DOS INSTITUTOS DA LEI N. 9.099/95. RECURSOS CONHECIDOS E
PROVIDOS PARCIALMENTE. (AC , Terceira Câmara Criminal, Rel. Des. Leopoldo
Augusto Brüggemann, j. em 17-8-2011, v.u).

Dessa forma, embora requer a desclassificação do crime


para a contravenção penal de vias de fato (art. 21 do Dec.-Lei 3.688/1941), uma vez
que, se presente a violência, existiu para ambos, tanto o acusado quanto a “vitima”.

DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Pertinente esclarecer que comparando-se a agressão


evidentemente sofrida pelo acusado e “vítima” são de natureza leve, não passando
de escoriações e marcas no corpo, e não uma agressão violenta ao ponto de colocar
a vida de um ou do outro em risco, conforme informou o laudo pericial que a
natureza das lesões em ambos envolvidos foram leve.

Outrossim, buscando analisar o presente feito de forma


contextualizada, há que se ponderar acerca da dependência alcoólica do réu, fator
alterador de seu entendimento, o que de per si exclui a existência de dolo.

Ao promover a acusação contra o defendente, o M.P.E.


incorreu no vício da interpretação por demais extensiva quanto à conduta do mesmo
em se tratando da prática do delito positivado no artigo e parágrafo em comento, eis
que evidenciado, na conduta do réu, o PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, de
conformidade com julgado do E. TACrSP, in verbis:

“Se não há lesão significativa ao bem alheio, deve ser excluída a tipicidade
penal pela aplicação do princípio da insignificância” TACrSP, RJDTACr 9/75-
6
Assim sendo, invoca-se aqui o preceito tipificado no inciso
III do artigo 386 do CPP, in verbis:

Artigo 386 – O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte


dispositiva, desde que reconheça:
(…)
III: não constituir o fato infração penal.

Neste sentido, a lição de Capez :

“(…) o direito penal não cuida de bagatelas, nem admite tipos


incriminadores que descrevam condutas incapazes de lesar o bem jurídico.
(…) se a lesão, de tão insignificante, torna-se imperceptível, não é possível
proceder-se ao enquadramento. Por essa razão, os danos de nenhuma
monta devem ser considerados fatos atípicos.”

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DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se


digne de:

Rejeitar a inicial acusatória do Douto Representante do


Ministério Público, em razão da ausência de justa causa para o exercício da ação
penal, com fulcro no art. 395, III, do Código de Processo Penal;

Seja declarada a absolvição sumária do acusado, com


fulcro no art. 397, III, do Código de Processo Penal;

Caso não seja este o entendimento, requer sejam ouvidas


as testemunhas arroladas pelo Ministério Público, para melhor elucidação dos fatos,
ante a singeleza de seus depoimentos colhidos na oportunidade, como medida da
mais lídima JUSTIÇA!!

Nestes termos

Pede e aguarda Deferimento

Florestópolis, 01 de outubro de 2018.

Olavo Alexandre Gomes


Advogado Oab. Pr 33.310

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