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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
1. UNIVERSALIDADE
2. UNIDADE OU TOTALIDADE
3. ANUALIDADE
4. LEGALIDADE
5. DISCRIMINAÇÃO (ESPECIFICAÇÃO)
6. ORÇAMENTO BRUTO
7. EQUILÍBRIO
8. EXCLUSIVIDADE
9. NÃO AFETAÇÃO
10. NÃO ESTORNO
11. PUBLICIDADE
12. CLAREZA
13. PROGRAMAÇÃO
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo
e passivo financeiros. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
União, Estados, Distrito Federal e Municípios – com a finalidade de se evitar múltiplos orçamentos
paralelos dentro da mesma pessoa política.
Cabe aqui registrar que a definição supramencionada é aquela que consta do Manual
Técnico de Orçamento (MTO).
James Giacomoni ensina que o princípio da totalidade seria uma evolução do princípio da
unidade, posto que, no Brasil, a LOA engloba três orçamentos: Fiscal, Seguridade Social e de
Investimentos das Estatais. Diante desta estruturação dada pela Constituição de 1988 à LOA, o
citado autor, entre outros, defende que no Brasil se aplica o princípio da totalidade ao invés da
unidade.
Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano
civil e, por isso, será de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
A CF/88 traz a seguinte exceção a este princípio:
Neste ponto do nosso curso apenas devemos saber que os créditos especiais e
extraordinários, assim como os créditos suplementares, são espécies do gênero “créditos
adicionais”.
Este princípio determina que o orçamento de ser uma lei, proposta pelo Poder Executivo
ao Poder Legislativo. O artigo 165 da CF/88 fundamenta este princípio:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.” (grifo nosso)
Este foi um dos primeiros princípios orçamentários a surgir, pois, com o advento da
República, o administrador dos recursos públicos passa a prescindir da autorização dos
representantes do povo (parlamento) para gastar o dinheiro público.
A discussão e aprovação das leis orçamentárias (PPA, LDO, LOA e leis de créditos
adicionais) pelo Poder Legislativo, permitem-lhe conhecer previamente (e autorizar ou não) os
dispêndios a serem realizados pela Administração Pública.
Este princípio determina que as receitas e despesas devem constar do orçamento por
seus valores totais, sendo vedadas quaisquer compensações ou apresentação de valores
líquidos de receitas ou despesas. Vejamos o texto do art. 6º da Lei nº 4.320/64:
“Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.
(...)”
Este princípio tem como principal objetivo preservar a transparência das contas públicas,
que se perderia se fosse permitida a apresentação de valores líquidos nas leis orçamentárias.
6. ESPECIFICAÇÃO
Como se pode ver o parágrafo único do art. 20 da Lei nº 4.320/64 representa exceção a
este princípio. A título de exemplo, podemos citar alguns gastos das Forças Armadas, que, em
razão da preservação da segurança nacional, são atendidos por dotações globais. Outro exemplo
comum são os gastos com os programas de proteção a testemunhas, que, por razões óbvias, não
devem ser detalhados.
“Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
(...) 5 III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido
com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.”
7. EQUILÍBRIO
O princípio do equilíbrio determina que o total das receitas orçamentárias previstas deve
ser igual ao total das despesas orçamentárias fixadas, na LOA.
Entretanto, no Brasil, este equilíbrio pode esconder déficits orçamentários, pois o conceito
de receita orçamentária adotado pela Lei nº 4.320/64 engloba os recursos financeiros obtidos por
meio de operações de crédito (desde que não sejam por Antecipação da Receita Orçamentária –
ARO).
Neste contexto, o orçamento pode ser equilibrado por meio de operações de crédito.
A CF/88, em seu artigo 167, III determina que a receita de operações de crédito não
poderá superar as despesas de capital fixadas no orçamento:
Tal comando constitucional ficou consagrado pela doutrina como o nome de “Regra de
Ouro” e tem como objetivo evitar que a dívida pública cresça de forma mais rápida que o
endividamento público. Esta conclusão é possível se considerarmos que, em regra, as despesas
de capital contribuem para o aumento do patrimônio público (são despesas orçamentárias não-
efetivas e, por isso, são acompanhadas do registro de uma variação ativa orçamentária, ou seja,
de uma “mutação ativa”).
Outro aspecto relevante é atentar para as exceções, pois, como se verifica da leitura do
dispositivo constitucional, caso o montante das operações de crédito seja superior às despesas
de capital, tais despesas orçamentárias deverão ser autorizadas mediante créditos suplementares
e especiais aprovados por maioria absoluta e com destinação específica. Esta é a única hipótese
em que uma lei orçamentária deverá ser aprovada por maioria absoluta.
A LRF trouxe comando similar em seu artigo 12, § 2º, porém, foi objeto da ADIN 2.238-5,
que o suspendeu liminarmente.
“art. 12 (...)
Ainda na LRF, encontramos o artigo 44, o qual dispõe sobre a aplicação de recursos
obtidos a partir da alienação de ativos (bens e direitos) públicos:
O princípio da não afetação das receitas determina que é vedada a vinculação da receita
de impostos a fundo, órgão ou despesa. Entretanto, este princípio comporta várias exceções,
todas de estatura constitucional, ou seja, para se vincular a receita de um imposto é necessária a
aprovação de uma emenda à constituição.
(...)
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto
no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(...)
“Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2015,
20% (vinte por cento) da arrecadação da União de impostos, contribuições sociais e de
intervenção no domínio econômico, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data,
seus adicionais e respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
68, de 2011).
Como se pode verificar a partir do art. 76 do ADCT, a vinculação fica reduzida, em regra,
em 20%, ou seja, o percentual de vinculação incidirá sobre 80% da receita arrecadada,
ressalvados os casos previstos na CF/88.
Tem por objetivo evitar que os gastos aprovados pelo Poder Legislativo seja alterados
pelo administrador, o que tornaria inócua a função fiscalizadora do parlamento.
(...)
11. PUBLICIDADE
O princípio da publicidade também deve ser visto sob o aspecto da divulgação dos atos
do governo via imprensa oficial.
12. CLAREZA
13. PROGRAMAÇÃO
Na esfera federal o projeto de lei do PPA deve ser enviado ao Congresso Nacional até 31 de agosto do
primeiro ano do mandato do chefe do Poder Executivo, devendo ser devolvido para sanção até o término da sessão
legislativa (22 de dezembro). É o que determina o artigo 35 do ADCT:
§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas
as seguintes normas:
I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício
financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa;”
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.”
- AS DIRETRIZES;
- OBJETIVOS; E
- METAS
A regionalização do PPA tem como principal objetivo a redução das desigualdades interregionais (função
distributiva do estado). Importante ressaltar o destaque para as despesas de capital, pois representam gastos
normalmente relacionados à infraestrutura do país, importantes para a dinamização da nossa economia.
Em outro comando, a CF/88 determina que os planos e programas nacionais regionais e setoriais sejam
compatíveis com o PPA.
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.”
Sendo o PPA o eixo que norteia o planejamento governamental, seria incoerente não exigir que outros
planos e programas não se compatibilizassem com ele. Entretanto restaria perguntar que interpretação dar a este
comando constitucional caso um programa setorial tenha duração superior ao PPA. E mais, se tal programa não
constar da CF/88? Segundo Giacomoni esses e outros temas carecem de interpretação mais detalhada, que se
espera com a edição da lei complementar prevista no art. 165, § 9º, da CF/88.
Os investimentos plurianuais (investimentos com duração superior a um exercício) somente poderão ser
iniciados caso estejam incluídos no PPA ou haja lei que autorize sua inclusão. É o que diz o artigo 167, § 1º da
CF/88:
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.”
A LDO é, atualmente, a mais importante das leis orçamentárias, pois além de cumprir sua função básica de
eleger as metas e prioridades da administração para o exercício seguinte, vem cumprindo papel fundamental ao
estabelecer normas relativas às finanças públicas e, principalmente, por servir de ferramenta para implementação da
política fiscal do governo.
O conteúdo da LDO divide-se entre a CF/88 e a LRF. Vamos nos restringir ao edital e estudarmos apenas o
conteúdo da LDO na CF/88.
LDO na CF/88
- METAS
DA ADMNISTRAÇÃO PÚBLICA PARA O EXERCÍCIO
- PRIORIDADES SUBSEQUENTE
É importante chamar a atenção para um aspecto: de acordo com a CF/88, a LDO não estabelece
diretrizes.
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e
aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Desta forma, os aumentos de despesa com pessoal devem ser previamente autorizados na LDO,
lembrando que tal exigência não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista.
Neste ponto, cabe ressaltar que tal exceção não alcança as estatais dependentes, na forma do art. 2º da
LRF.
Ainda no texto constitucional, vemos dois importantes comandos, o do artigo 35 do ADCT, que se combina
com o do artigo 57, § 2º da CF/88:
“Art. 35.(...)
§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas
as seguintes normas:
(...)
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa;”
(...)
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.” (grifos nossos).
Portanto, verifica-se que o projeto de LDO (PLDO) deve ser encaminhado ao Poder Legislativo até 15
de abril, devendo ser devolvido ao Poder Executivo, para sanção, até 17 de julho (prazos referentes à União).
Importante destacar que, de acordo com o artigo 57, § 2º da CF/88, a sessão legislativa não será interrompida sem a
aprovação do (PLDO).
A Lei Orçamentária Anual (LOA) tem como principal finalidade prever as receitas e fixar as despesas. Trata-
se de lei especial, pois tem trâmite diferente, em alguns aspectos, das leis ordinárias, além de possuir vigência
predeterminada de um ano. Sua especialidade também se justifica pelo fato de não apresentar a generalidade e
abstração características das leis em geral, caracterizando-se como uma lei de efeitos concretos.
A LOA tem caráter autorizativo, ou seja, as despesas não são obrigatórias, trata-se de uma autorização
para que a administração possa gastar recursos públicos.
O projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do governo federal deve ser enviado pelo Poder Executivo ao
Poder Legislativo até 31 de agosto, devendo ser devolvido para sanção até 22 de dezembro (encerramento da
sessão legislativa), conforme determina o artigo 35 do ADCT:
“art. 35 (...)
§ 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas
as seguintes normas:
(...)
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.”
O PLOA deve conter um quadro demonstrativo do efeito, sobre receitas e despesas, de benefícios fiscais,
conforme prevê o artigo 165, § 6º:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria
do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”
Importante ressaltar que o orçamento de investimentos engloba as empresas estatais não dependentes,
pois os investimentos das estatais dependentes constarão do orçamento fiscal.
As despesas de custeio das estatais não dependentes não constam da LOA. Elas são aprovadas, na esfera
federal, por meio de decreto do Presidente da República e constituem o Programa de Dispêndios Globais (PDG).
A CF/88 ainda determina que o OF e o OI devem ser elaborados no sentido de reduzir as desigualdades
interregionais, segundo critério populacional, conforme está previsto no artigo 165, § 7º:
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão
entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.”
Portanto, é importante frisar que o Orçamento da Seguridade Social não terá função de reduzir as
desigualdades inter-regionais.
O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) é recebido pelo Congresso Nacional e encaminhado à Comissão
Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), a qual será responsável por conduzir o processo de
emendas ao PLOA.
12 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br
Professor Egbert
Orçamento Público - AFO
Material das Aulas 1 a 6
“Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e
aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais
comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.”
Emendas ao PLOA
O Poder Legislativo poderá propor emendas ao PLOA, na forma do art. 166 da CF/88:
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas,
na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem
ser aprovadas caso:
Nos termos da CF/88, é permitido ao Poder Executivo propor modificação ao PLOA, desde que a parte a
ser alterada não tenha sua votação iniciada na CMO.
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação
nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.”
VOTAÇÃO DO PLOA
A votação do PLOA se dá em sessão conjunta, mas a apuração dos votos ocorre de forma separada na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Para aprovação do PLOA é necessária a obtenção de maioria simples
nas duas casas do Congresso Nacional.
A rejeição do PLOA causaria grandes obstáculos à execução dos programas de governo, o que torna esta
hipótese improvável. Do ponto de vista prático, a discussão do PLOA e a propositura de emendas por parte do Poder
Legislativo contribuem para diminuir o risco de o PLOA não ser aprovado. Entretanto, a CF/88 trouxe um comando
aplicável a esta situação: