Existe uma grande oposição entre o liberalismo clássico (Adam Smith) e o marxismo ou
comunismo (Karl Marx).
Adam Smith , um dos filósofos do liberalismo clássico, acredita que apenas a valorização da liberdade individual e a livre concorrência podem permitir que as sociedades se tornem cada vez mais avançadas, permitindo também o surgimento do bem estar social isto é, por exemplo, um trabalhador não se levanta todas as manhãs apenas porque ama seu trabalho ou deseja praticar o bem. Ele sabe que precisa desta ocupação para sobreviver. No entanto, com este gesto, ele ajuda toda a sociedade, pois graças ao seu esforço, as pessoas que dependem dele, também são beneficiadas. Smith afirmava que ainda que não fosse intencional, o egoísmo das pessoas, redundava no bem comum. Smith vê no capitalismo o sistema ideal para organizar a economia. O Estado, por sua vez (e ao contrário do socialismo), deve ser mínimo e voltado principalmente para a rígida aplicação das leis, sendo todos os homens iguais perante a lei, independente de classe social. Se a lei não for aplicada a todos, não podemos ter esperanças nem no liberalismo e muito menos em qualquer sociedade que queira evoluir. Este acreditava que se estas condições estiverem devidamente postas, o mercado iria regular-se de forma espontânea, equilibrando os preços dos produtos e gerando os bens e serviços necessários a todos os cidadãos por um preço justo. Quanto menos o Estado interviesse na economia, melhor para todos. O filósofo chamou esta organização natural de “mão invisível do mercado”, na qual apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comunal, a interação dos indivíduos parecia resultar numa determinada ordem como se existisse a tal “mão invisível”, que hoje chamamos “oferta e procura”, que orientasse a economia. Adam Smith defendia que o trabalho deveria ser realizado por etapas, a fim de que cada trabalhador fosse aperfeiçoando e melhorando seu empenho ao longo da produção. Igualmente, transpôs essa ideia para as nações, afirmando que cada uma deveria se especializar em fabricar apenas certos produtos com o objetivo de vendê-los no mercado. Isso criaria uma mão de obra qualificada e um conhecimento técnico difícil de superar. No século XVIII vigorava a ideia que a riqueza de uma nação era a quantidade de ouro e prata guardados nos seus cofres e a habilidade de produzir bens. Para isso, era necessário a intervenção estatal e os entraves ao comércio exterior. A este conjunto de medidas chamou-se mercantilismo. Defendia a liberdade contratual (entre patrões e empregados), a propriedade privada e que o Estado não interferisse na economia. Por outro lado, Karl Marx, filósofo socialista e escritor do “Manifesto Comunista”, realizou uma análise das sociedades capitalistas e levantou várias questões que vieram a influenciar muitos pensadores depois dele, além de motivar várias revoluções e movimentos sociais pelo mundo fora. Entre as suas ideias fundamentais está a perceção de que a história da humanidade tem sido a história da luta de classes. Marx parte de uma análise histórica, distinguindo as várias formas de opressão social durante os séculos e situa a burguesia moderna como nova classe opressora. O proletariado, por sua vez, seriam aqueles que, sem recursos ou riquezas, oferecem sua mão de obra para produzir os bens e serviços necessários à sociedade em troca do salário. Os meios de produção, no entanto, pertencem à classe dominante (ou burguesia) que busca sempre o acúmulo cada vez maior de capital. Para demonstrar como ocorre esse acúmulo de capital e a exploração do proletariado, Marx criou o conceito de “Mais Valia”, que seria a base da exploração capitalista. A “Mais Valia” é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto. Para conseguir um lucro cada vez maior, é necessário que o proletariado trabalhe cada vez mais por um salário cada vez menor, aumentando assim o lucro. O Manifesto Comunista faz uma dura crítica ao modo de produção capitalista e à forma como a sociedade se estruturou através dele. Procura organizar o proletariado como classe social capaz de reverter a sua situação precária e descreve os vários tipos de pensamento comunista, assim como define o objetivo e os princípios do socialismo científico. Duas de suas maiores reivindicações foram reformas sociais: a conquista da diminuição da jornada diária de trabalho de 12 para 10 horas e o voto universal, embora apenas para os homens. Marx afirmou que “os filósofos interpretaram o mundo, mas chegou a hora de transformá-lo”. E esta transformação seria justamente a destituição da burguesia através de uma revolução do proletariado, que tomaria os meios de produção, fazendo surgir o socialismo e a divisão em classes sociais desapareceria, o poder público perderia seu caráter opressor e, enfim seria instaurada uma sociedade comunista.