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3ª.

TURMA
RECURSO ORDINÁRIO Nº 0001433-56.2012.5.05.0001RecOrd
RECORRENTE(s): Sgs do Brasil Ltda.
RECORRIDO(s): Tiago Fraga Souza
RELATOR(A): Desembargador(a) HUMBERTO JORGE LIMA MACHADO

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. Devido quando


constatado que o empregado laborou em contato com
agentes nocivos que, em ação silenciosa e contínua,
prejudicam sua saúde, e a agressão ocorre tanto por
elementos físicos, quanto químicos.

SGS DO BRASIL LTDA. interpôs RECURSO ORDINÁRIO


contra a r. Sentença de fls. 326/331, complementada pela de Seq 22.1 - Pág. 1,
nos autos da Reclamação Trabalhista n. 0001433-56-2012-5-05-0001, movida por
TIAGO FRAGA SOUZA. Os fundamentos do Apelo encontram-se na petição de
Seq 28.1 – Págs. 1/6. Devidamente notificado, a Reclamante apresentou
contrarrazões- Seq 38.1 - Págs. 1/4. Preenchidos os pressupostos de
admissibilidade do Recurso (tempestividade: Seq 27.1 - Pág. 1, preparo: Seq 28.2
- Págs.1/2, Seq 28.3 - Pág. 1 e Seq 28.4 - Pág. 1 e representação: fl. 73). É o
relatório.
VOTO
JORNADA DE TRABALHO. PERÍODO DE 04/05/2009 ATÉ
09/10/2010
Investe a Reclamada contra a Decisão de piso que,
entendendo não cumpridos os requisitos necessários à adoção do “banco de
horas" ou qualquer outro regime de compensação na Empresa, acabou por
afastar a sua validade e deferiu, por conseguinte, horas extras ao Obreiro e seus
reflexos, no período de 04/05/2009 a 09/10/2010.
Aduz, em síntese, que “não há de se falar em condenação de

Desembargador Relator: HUMBERTO JORGE LIMA MACHADO. Firmado por assinatura digital em 03-
05-2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que
instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Identificador: 10116050301600702739IV
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horas extras, consideradas as excedentes da 8ª diária e 44ªsemanal, uma vez
que o autor recebeu corretamente as horas extras realizadas. Ressalta-se que o
Autor NÃO logrou se desincumbir do ônus de comprovar o trabalho em
sobrejornada” - Seq 28.1 - Pág. 2.
Por fim, diz que “em caso de ser mantida a sentença de 1º
grau, requer-se a aplicação da Súmula 85, III e IV do Egrégio TST” - Seq 28.1 -
Pág. 3:
Sem razão, todavia.
Eis, a propósito, os fundamentos adotados em 1.º grau
acerca do tema:
“(...) quanto ao primeiro período (de 04.05.2009 a
09.12.2010), o regramento da duração do trabalho do
reclamante encontra-se nos acordos coletivos de 2009/2010
e 2010/2011 (fls. 12/44), que estabelecem os seguintes
módulos de duração do trabalho: 8h diárias, 40h semanais e
200h mensais. Cotejando as folhas de ponto do período (fls.
148/169) com os respectivos demonstrativos de pagamento
(fls. 128/138), constata-se que havia prestação habitual de
horas extraordinárias, mas que seu pagamento era
regularmente realizado. Ocorre que o mesmo exame dos
registros de frequência revela que havia inúmeros
lançamentos a título de “banco de horas”, sem, todavia,
encontrar amparo nas normas coletivas acostadas aos autos
(...) A jurisprudência é pacífica quanto à necessidade de
pactuação coletiva para a validade do mencionado regime
(Súmula n. 85, V, do C. TST) pelo que declaro a nulidade do
sistema de banco de horas adotado na demandada. Vale
salientar, ainda, que não há sequer autorização de
compensação de jornada nos acordos coletivos e no contrato
de trabalho firmado entre as partes (fls. 123/124) (...) Nestes
termos, julgo procedente o pedido, para condenar a
Reclamada ao pagamento das horas extras, durante o
período de 04.05.2009 a 09.10.2010 (...)”. – fl. 327.
Em que pese a Recorrente não ter enfrentado diretamente a
questão acerca da nulidade do regime de compensação, via banco de horas,
alegou quitação do sobrelabor e, sucessivamente, requereu a aplicação dos itens
III e IV da Súmula 85 do c. TST, o que autoriza o exame da matéria, sem que tal
implique violação ao princípio da dialeticidade.
Não se sustenta a argumentação recursal relativamente à

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quitação das horas extras. Os cartões de ponto, eleitos como prova dos horários
laborados pelo Autor, registram a prestação habitual de sobrelabor (diário,
semanal e mensal), consignando compensação de jornada, inclusive, via banco
de horas. Contudo, a Empresa não cuidou de trazer à colação instrumentos
normativos que autorizassem tal modalidade de regime compensatório, na forma
exigida no item V da Súmula 85 do c. TST. E mais, também, não logrou
demonstrar que pactuou coletiva ou individualmente qualquer forma de
compensação de jornada, o que afasta qualquer possibilidade de aplicação dos
itens III e IV do mencionado Verbete.
Mantenho a r. Sentença por seus próprios fundamentos.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Pugna, ainda, a Vindicada pela reforma da Decisão
monocrática que, à luz da prova pericial produzida, julgou procedente o pedido
vestibular de pagamento do adicional em epígrafe.
Aduz, em síntese, fragilidade do laudo pericial, ausência de
exposição do Operário a agentes insalubres, e que, ainda que assim não fosse,
lhe eram fornecidos equipamentos de proteção individual capazes de neutralizar
qualquer suposta insalubridade existente.
Sem razão.
Como é cediço, o adicional de insalubridade ou
periculosidade é devido quando constatado que o empregado laborou em contato
com agentes nocivos, que, em ação silenciosa e contínua, prejudicam sua saúde,
e a agressão ocorre tanto por elementos físicos, quanto químicos.
Assim, na forma do art. 195 da CLT, torna-se imprescindível a
realização da prova técnica com vistas à apuração da existência, ou não, da
insalubridade.
E foi o que ocorreu na hipótese dos autos, conforme criterioso
laudo de fls. 288/306, que concluiu, após minuciosa análise do ambiente de
trabalho do Autor e das suas reais atividades, que o Reclamante estava sujeito às
condições insalubres pelo contato com manganês e seus compostos e, ainda,
com carvão mineral e que não foram utilizados regularmente os EPIs adequados

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ao risco.
No mais, o fato de o perito fazer referência à “paradigma” sem
identificá-lo, não afasta o valor probatório do parecer técnico, tendo em vista que
o expert utilizou outros meios para averiguação do fato, inclusive, in loco,
constatou as condições de trabalho e a sujeição aos agentes nocivos, juntando
fotografias do local. Por esses motivos e mais o que dispõe a legislação correlata,
verificou que o Recorrido laborou em atividades insalubres, no grau máximo.
Por fim, também, confirmo o valor dos honorários periciais
(R$ 900,00), pois compatível com o meticuloso e cuidadoso trabalho do perito.
Nada a reparar.
NEGO PROVIMENTO ao Recurso.
Isto Posto, acordam os Desembargadores da 3ª. TURMA do
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, à unanimidade, NEGAR
PROVIMENTO ao Recurso.//

Salvador, 3 de maio de 2016 (terça-feira).Salvador, 3 de maio de


2016 (terça-feira).

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