RECURSO INOMINADO. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE PREENCHIDOS.
CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS CUMULADO COM PEDIDO DE REFATURAMENTO. FALHA OU DEFEITO NA PRES- TAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE CIVIL. REFATURAMENTO DA CONTA DE CONSUMO PELA MÉDIA. DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS, UMA VEZ QUE NÃO HOUVE COMPROVAÇÃO DA SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO NEM TAM- POUCO INSCRIÇÃO DA RECORRIDA NOS ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
1- Afirma a parte autora que as faturas de consumo dos meses de novem-
bro/11 março/2016 registraram um consumo que variam de 10m³ a 42m³, o que não condiz com sua média mencionada. Aduz que não houve nenhuma mudança na rotina do imóvel que causa-se o aumento no consumo. Alega ainda que utiliza-se de poço artesiano desde 2015, só utilizado da ré apenas o esgoto. 2- A sentença foi julgada procedente em parte para reconhecendo como indevida as cobranças efetuadas pela ré nas contas de consumo dos meses de novembro/2011 a outubro/2013, bem como nas faturas dos meses de março, maio a dezembro/2014 e janeiro a dezembro/2015. Condeno a empresa ré a, no prazo de 10 dias, refatu- rar as contas de consumo em aberto, pela média de 6m³, para, após encaminhá-la para o autor, para pagamento, tempestivamente, sem co- brança de juros e encargos contratuais. 3- A recorrente não logrou êxito em demonstrar qualquer elemento concreto e objetivo em amparo a sua argumentação, ônus que lhe incumbia em face da inversão do ônus probatório. Da análise dos autos, infere-se que a empresa recorrente agiu de forma negligente, cobrando do consumidor um valor não devi -
Assinado eletronicamente por: MARY ANGELICA SANTOS COELHO;
Código de validação do documento: 57885340 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA. COJE – COORDENAÇÃO DOS JUIZADOS ESPECIAIS 4ª TURMA RECURSAL CÍVEL E CRIMINAL
do. Destarte, da análise dos autos é possível verificar que de
fato faz jus a parte autora ao refaturamento da conta de con - sumo, tendo em vista que o medidor apresentou leitura equi - vocada e mais onerosa em desfavor do consumidor. 4- Todavia, no caso em exame, o consumidor não tem o direito de obter, contra a empresa, a compensação pecuniária pelos supostos danos cau- sados aos seus direitos subjetivos da personalidade. Não houve compro- vação de suspensão do fornecimento do serviço na residência do recorri- do, assim como não há qualquer inscrição de seu nome em cadastros de proteção ao crédito. 5- É verdade que ficou caracterizada uma cobrança indevida, cujo cancela- mento foi determinado pelo Juiz a quo e mantido nesta decisão. Não há, entretanto, lesão à dignidade humana, em que a pessoa possa se sentir reduzida ou aniquilada em sua existência jurídica. A simples e indevida cobrança, isoladamente considerada, poderá até acarretar transtornos e desgaste emocional, todavia não se apresenta apta a traduzir ofensa a qualquer dos atributos da personalidade dos consumidores. 6- Ante o quanto exposto, por vislumbrar que merece reforma a decisão vergastada, voto no sentido de CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO, mantendo integralmente a sentença de origem. Custas e honorários, pela recorrente, estes que fixo em 20% do valor da condenação. 7- Julgamento pela ementa conforme art. 46 da lei nº 9.099/95. É como voto.
Salvador, 24 de novembro de 2016.
MARY ANGÉLICA SANTOS COELHO
Relatora
ACÓRDÃO
Realizado Julgamento do Recurso do processo acima epigrafado. A QUARTA
TURMA, composta dos Juízes de Direito, ELOISA MATTA DA SILVEIRA LOPES, MARY ANGELICA SANTOS COELHO, MARCIA DENISE MINEIRO MASCARENHAS decidiu, à unanimidade de votos, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RE- CURSO INTERPOSTO, mantendo integralmente a sentença de origem. Custas e honorários, pela recorrente, estes que fixo em 20% do valor da condenação.
Assinado eletronicamente por: MARY ANGELICA SANTOS COELHO;
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Salvador, Sala das Sessões, em 24 de novembro de 2016.
ELOISA MATTA DA SILVEIRA LOPES
Juíza Presidente
MARY ANGÉLICA SANTOS COELHO
Juíza Relatora
Assinado eletronicamente por: MARY ANGELICA SANTOS COELHO;
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