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National Geographic
Channel, 2004, ep.02.
RESENHA1
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Trabalho solicitado pelo professor Dr. Inaldo José Minervino da Silva na disciplina de Mecânica dos Solos 1.
2
Graduanda em Engenharia Civil, 8° Período – lizie_azevedo@hotmail.com
Durante essa fase da construção aconteceu o atentado do 11 de setembro nos
Estados Unidos, isso fez com que o turismo entrasse em profunda crise, deixando Dubai
deserto por 3 meses. Milhões já haviam sido investidos. 1200 engenheiros trazidos de
outros países, e por isso, as construções continuaram.
Com o primeiro trecho do quebra mar erguido, foram usados mergulhadores
para conferir se a barreira se comportava como esperado. Eles monitoravam cada metro
do quebra mar em busca de fraturas ou deslocamentos que pudessem deixa-lo
vunerável. O cronograma da obra sofreu um atraso de 3 meses por conta da chegada do
inverno, com tempestades que traziam ventos de mais de 50 km/h, impedindo o trabalho
das dragas.
Mas o quebra mar resistiu e os trabalhos prosseguiram, contudo o atraso no
cronograma forçou uma adaptação no projeto. A ilha passaria a ser construída junto com
o quebra mar, um grande desafio, pois as duas obras deviam ser sincronizadas. Se o
quebra mar adiantasse mais que a ilha, cortaria o acesso das dragas, o contrário, deixaria
a ilha exposta e vulnerável. Assim, a ilha começou a surgir, com areia vindo do próprio
mar, apenas 11 km de distância do local.
As dragas tiravam aproximadamente 1 metro de areia do fundo do mar ao longo
de 5 km², coletando 8 mil toneladas. Essa areia era transportada e lançada a 10 m/s.
Foram 94 milhões de metros cúbicos de areia e 5,5 milhões de rochas, e nada foi
lançado por acaso. As rochas foram colocadas cuidadosamente para garantir a firmeza,
já para areia, foi usado o único satélite privado do mundo para conferir se a ilha estava
no formato desejado, além de 5 homens com pesados equipamentos de GPS que
andavam sobre a ilha diariamente.
Outro desafio que surgiu ao longo da primeira etapa foi a renovação da água
dentro do quebra mar, a maré não se comportava como esperado e isso faria com que a
água ficasse estagnada no interior da ilha. A solução foi simples, pontes em dois pontos
do muro, permitiam que a água circulasse. Para garantir que tudo funcionaria como
esperado, a água é testada continuamente.
Em Agosto de 2003, Dubai começou a se recuperar da crise, o quebra mar foi
concluído e a ilha já estava inteira no mar. Restava a construção das casas, restaurantes,
centros de compras e 22 hóteis para a cidade até o ano de 2006. Nesta etapa, o grande
desafio foi tornar a areia não compactada, segura para construção. Outro agravante é
que Dubai fica na borda de uma zona de terremotos, então a fundação das construções
precisavam trazer segurança para as estruturas.
A compactação foi feita por vibração em janeiro de 2004, 15 máquinas
compactaram uma camada de areia de 12 metros de profundidade. Em março, a ilha já
estava pronta para receber as construções. O projeto inicial era que a ilha abrigaria 60
mil pessoas, com o sucesso da ideia, esse número passou para 120 mil. As casas foram
colocadas a venda e esgotada em 3 dias, foram 180 mansões, uma delas de David
Beckhan. Materiais de construção chegaram de várias partes do mundo, foram 51
empreiteiras e mais de 2000 operários. A infraestrutura de água, gás e energia era outro
grande desafio, mas tudo estava seguindo o cronograma.
O tronco da palmeira era a parte mais complexa, pois abrigaria mansões, centros
comerciais, lojas, hotéis e até uma torre cuja construção faria parte de uma etapa
posterior. A ideia da ilha foi um sucesso tão grande que mais duas ilhas palmeiras foram
encomendadas e um arquipélago de ilhas privadas no formato do mundo.
Mesmo com a obra quase concluída, desafios surgiam como a questão do
impacto no ecossistema marinho do local. Porém após vários estudos, foi comprovado
que a construção diversificou ainda mais o sistema, fornecendo novos abrigos para
peixes e corais. Foram colocados ruinas de dois caças e de um ônibus para servir de
atrativo para mergulhadores e de abrigo para os animais marinhos.
Outra questão era a erosão que continuou a acontecer, retirando areia de alguns
lugares e depositando em outros, por isso é necessário o constante monitoramento e
manutenção da área. Além disso, a ilha alterou o movimento das correntes no local,
causando erosão e engordas em algumas praias de Dubai, esperasse que com o tempo,
esse fenômeno se estabilize, enquanto isso a regularização e manutenção das praias é
feita com o auxílio das dragas.