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Mega Structures – Impossible Island: Dubai Palm Island.

National Geographic
Channel, 2004, ep.02.

RESENHA1

Por Anelise Azevedo2

“Mega Structures” ou Obras Incríveis, no Brasil, é um programa da National


Geographic Channel que apresenta os grandes e ousados projetos de arquitetura e
engenharia da atualidade. A série foi ao ar entre 2004 e 2015 e apresentou obras como o
Aeroporto de Hong Kong, Itaipu no Brasil, e diversas pontes, túneis e prédios de grande
porte que desafiavam a tecnologia e a natureza.
O episódio intitulado “Impossible Island: Dubai Palm Island”, ou Ilhas artificiais
de Dubai, foi transmitido em 2004, como o episódio de número 11 da segunda
temporada, em 2004. Esse capítulo apresenta um dos projetos de engenharia mais
audacioso do nosso tempo, a ilha artificial construída em forma de palmeira no Golfo
Pérsico. A ilha tem 5,5 Km de extensão, sendo a maior do mundo, foi toda construída
em areia e rocha e pode ser vista do espaço. As dificuldades de uma construção desse
porte são apresentadas no documentário. Uma estrutura que desafia a natureza, já que a
água é um dos grandes agentes causadores da erosão.
Dubai nem sempre foi um destino luxuoso para turistas, mas a mudança ocorreu
num período de 50 anos graças as riquezas em petróleo, ouro e comercio. Porém, era
previsto uma grande crise em decorrência do esgotamento do petróleo na região, sendo
necessário inovar e planejar estratégias para que Dubai não fosse esquecida. O príncipe
Sheikh Hamdan Bin Mohammed Al Maktoum colocou em prática um plano para
transformar Dubai no mais luxuoso e desejado destino turístico, e foi assim que surgiu a
ideia da Ilha Palm Jumeirah.
A ilha seria não apenas um atrativo, mas ela aumentaria a costa de Dubai,
triplicando a capacidade de receber pessoas. Para a construção da ilha, foi necessário
encontrar uma equipe de engenheiros especialistas em obras nesse porte, porém
ninguém jamais fez algo assim, uma cidade no mar. Palm Jumeirah seria construída
apenas com areia e rochas, no meio do mar, sob ação de ventos e ondas, foi preciso um
estudo minucioso para realização do projeto.
Como a profundidade e extensão do mar em Dubai são pequenas, o risco de
ondas gigantes é baixo e o mar é quase sempre calmo. Então os trabalhos para
construção da ilha foram iniciados com uma equipe de engenheiros holandeses,
especialista em expansão continental e controle do mar. A primeira etapa seria construir
o quebra mar que serve de proteção para a ilha, de acordo com os estudos, este deveria
se erguer 3 metros acima das ondas, ter 11,5 km de extensão e ser construído em 2 anos.
Foram 9 barcaças, 15 rebocadores, 4 dragas. 30 caminhões para carga pesadas e
10 guindastes flutuantes trabalhando para aterrar o fundo do mar levantando-o em 3
metros, e criar um leito de rochas para acomodar e manter tudo no lugar. Mas a proteção
efetiva seria feita pela parte acima da água, feita com camadas de grandes rochas de até
6 toneladas que vieram de 16 pedreiras diferentes nos Emirados Árabes.

1
Trabalho solicitado pelo professor Dr. Inaldo José Minervino da Silva na disciplina de Mecânica dos Solos 1.
2
Graduanda em Engenharia Civil, 8° Período – lizie_azevedo@hotmail.com
Durante essa fase da construção aconteceu o atentado do 11 de setembro nos
Estados Unidos, isso fez com que o turismo entrasse em profunda crise, deixando Dubai
deserto por 3 meses. Milhões já haviam sido investidos. 1200 engenheiros trazidos de
outros países, e por isso, as construções continuaram.
Com o primeiro trecho do quebra mar erguido, foram usados mergulhadores
para conferir se a barreira se comportava como esperado. Eles monitoravam cada metro
do quebra mar em busca de fraturas ou deslocamentos que pudessem deixa-lo
vunerável. O cronograma da obra sofreu um atraso de 3 meses por conta da chegada do
inverno, com tempestades que traziam ventos de mais de 50 km/h, impedindo o trabalho
das dragas.
Mas o quebra mar resistiu e os trabalhos prosseguiram, contudo o atraso no
cronograma forçou uma adaptação no projeto. A ilha passaria a ser construída junto com
o quebra mar, um grande desafio, pois as duas obras deviam ser sincronizadas. Se o
quebra mar adiantasse mais que a ilha, cortaria o acesso das dragas, o contrário, deixaria
a ilha exposta e vulnerável. Assim, a ilha começou a surgir, com areia vindo do próprio
mar, apenas 11 km de distância do local.
As dragas tiravam aproximadamente 1 metro de areia do fundo do mar ao longo
de 5 km², coletando 8 mil toneladas. Essa areia era transportada e lançada a 10 m/s.
Foram 94 milhões de metros cúbicos de areia e 5,5 milhões de rochas, e nada foi
lançado por acaso. As rochas foram colocadas cuidadosamente para garantir a firmeza,
já para areia, foi usado o único satélite privado do mundo para conferir se a ilha estava
no formato desejado, além de 5 homens com pesados equipamentos de GPS que
andavam sobre a ilha diariamente.
Outro desafio que surgiu ao longo da primeira etapa foi a renovação da água
dentro do quebra mar, a maré não se comportava como esperado e isso faria com que a
água ficasse estagnada no interior da ilha. A solução foi simples, pontes em dois pontos
do muro, permitiam que a água circulasse. Para garantir que tudo funcionaria como
esperado, a água é testada continuamente.
Em Agosto de 2003, Dubai começou a se recuperar da crise, o quebra mar foi
concluído e a ilha já estava inteira no mar. Restava a construção das casas, restaurantes,
centros de compras e 22 hóteis para a cidade até o ano de 2006. Nesta etapa, o grande
desafio foi tornar a areia não compactada, segura para construção. Outro agravante é
que Dubai fica na borda de uma zona de terremotos, então a fundação das construções
precisavam trazer segurança para as estruturas.
A compactação foi feita por vibração em janeiro de 2004, 15 máquinas
compactaram uma camada de areia de 12 metros de profundidade. Em março, a ilha já
estava pronta para receber as construções. O projeto inicial era que a ilha abrigaria 60
mil pessoas, com o sucesso da ideia, esse número passou para 120 mil. As casas foram
colocadas a venda e esgotada em 3 dias, foram 180 mansões, uma delas de David
Beckhan. Materiais de construção chegaram de várias partes do mundo, foram 51
empreiteiras e mais de 2000 operários. A infraestrutura de água, gás e energia era outro
grande desafio, mas tudo estava seguindo o cronograma.
O tronco da palmeira era a parte mais complexa, pois abrigaria mansões, centros
comerciais, lojas, hotéis e até uma torre cuja construção faria parte de uma etapa
posterior. A ideia da ilha foi um sucesso tão grande que mais duas ilhas palmeiras foram
encomendadas e um arquipélago de ilhas privadas no formato do mundo.
Mesmo com a obra quase concluída, desafios surgiam como a questão do
impacto no ecossistema marinho do local. Porém após vários estudos, foi comprovado
que a construção diversificou ainda mais o sistema, fornecendo novos abrigos para
peixes e corais. Foram colocados ruinas de dois caças e de um ônibus para servir de
atrativo para mergulhadores e de abrigo para os animais marinhos.
Outra questão era a erosão que continuou a acontecer, retirando areia de alguns
lugares e depositando em outros, por isso é necessário o constante monitoramento e
manutenção da área. Além disso, a ilha alterou o movimento das correntes no local,
causando erosão e engordas em algumas praias de Dubai, esperasse que com o tempo,
esse fenômeno se estabilize, enquanto isso a regularização e manutenção das praias é
feita com o auxílio das dragas.

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