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PARTE TEÓRICA
Aula 1 (02/08/2017)
Tópicos a serem abordados:
· Controle de Qualidade microbiológico (produtos estéreis e não estéreis);
· Controle Físico-químico.
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE
Qualidade: cumprir bem para o que foi produzido.
“Qualidade é o grau de utilidade esperado ou adquirido de qualquer coisa, verificável
através da forma e dos elementos constitutivos do mesmo e pelo resultado do seu uso. A
palavra "qualidade" tem um conceito subjetivo que está relacionada com as percepções,
necessidades e resultados em cada indivíduo. Diversos fatores, como a cultura, modelos
mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam
diretamente a percepção da qualidade”.
Como garantir a qualidade? Deve-se avaliar as especificações. São parâmetros muito
importantes para avaliar a qualidade.
Especificações (Ex: carro → ver a cor, o modelo, o motor, quanto faz km/Litro...)
Em medicamentos, deve-se a avaliar se a cor se mantém e se é igual em todos os
comprimidos, se há comprimidos quebrados (isso o consumidor consegue ver)... agora se
há ou não a quantidade correta de fármaco no comprimido, características como
viscosidade, grau de limpeza... o consumidor não consegue saber... por isso, deve-se
realizar testes de acordo com a legislação (órgão governamental).
Hoje em dia, a qualidade do produto faz a diferença neste mercado competitivo.
Somente podemos fazer controle de qualidade se estabelecermos especificações e
os critérios para estes. Ex: especificação (cor), critérios (quais as cores que devem
ter).
Só consigo avaliar a qualidade, se colocar as especificações para essa avaliação. Quando
há registro na ANVISA, já deve-se estabelecer estas especificações (a empresa que faz
isto, não a ANVISA). Uma empresa pode, por exemplo, não querer fazer os ensaios
microbiológicos lote a lote, somente lote sim, lote não, desde que ela justifique o motivo e
seja aprovado pela ANVISA.
E quais são as Especificações? Tanto para matéria prima, quanto para o produto
acabado.
Especificações obrigatórias
1. Descrição
-Se é Matéria Prima (nomenclatura, M.M, cor, P.F, P.E, peso, forma mostrar como ela
deve ser);
-Produto acabado (comprimido, M.M, cor...).
2. Impurezas
-Mostrar para o órgão governamental quais as impurezas vem do produto de síntese
e não consegui retirar, e qual a % que podem estar presentes ou que vem do
processo de degradação (tudo deixar avisado, e avaliar as impurezas). Temos
que ter métodos de quantificação, detecção e fazer testes toxicológicos para
provar que não há prejuízos no consumo destas impurezas. Algumas impurezas
que são muito baixas e não tóxicas, não precisam de métodos de
detecção/quantificação.
-Posso ter impurezas dos veículos também, tudo isto conta. Não dão tanta
importância para as impurezas que vem do produto de síntese (se nenhum
componente do meu veículo tiver o mesmo da síntese, não tem porque eu me
preocupar com as impurezas da síntese, pois já está registrado, esta impureza
vai ser constante). Agora devo sim, me preocupar, com a quantidade de produto
de degradação. Ex: AAS e ácido salicílico (ver % e controlar esta impureza lote a
lote).
3. Teor de Pureza (Ex: de 98 – 101%).
-Devo ter um método quantitativo para ver quanto de fármaco há na matéria prima e
no produto acabado (teor quanto de ativo há no produto – estabeleço isso).
-Controle Estatístico da Qualidade (ainda é uma inspeção, porém não avalia todo lote)
Ver se diminui o número inspecionado (tem que ver todos os produtos, tem que
controlar tudo, há muita perda de produto) → analisa, dentro de um lote, apenas
o número de amostras necessárias e quantifica quantas são defeituosas ou não.
Ou seja, é uma inspeção, porém com análise estatística.
-Garantia da Qualidade
Qualidade se inicia desde o início do desenvolvimento, não somente no final, quando o
produto já está acabado. Desta forma, garante a diminuição de defeito. Iniciaram a
qualificar os fornecedores, começaram a ver as especificações da M.P. Se a M.P está
ruim... ex: se a M.P tem 97% de fármaco, não tem como eu ter margem de 98% para cima
no produto acabado.
Enfim, garante a qualidade do produto antes de chegar no controle de qualidade.
Tudo deve ser documentado, maior rastreabilidade.
Validação permite:
-Conhecer e manter controle sobre os processos (confiabilidade do processo);
-Diminuir riscos de desvios de qualidade;
-Base sólida para o treinamento técnico operacional e para melhoria contínua (devo
conhecer bem o método para explicar de maneira simples para pessoas que vão realizar o
processos – treinamento melhor);
-Diminuição de testes em processos e no produto acabado;
-Integração entre as áreas;
-Redução de custos (jogar menos lotes fora).
-Gestão da Qualidade
Ponto de vista do cliente. Processo de planejamento estratégico → pesquisa de
mercado e sua demanda + ouvir o clientes.
Não adianta nada fazer bem feito, chegar lá fora e não vender porque o cliente não gosta.
Ver qual o nosso diferencial frente a outros produtos.
Exigências: exame cuidadoso dos produtos concorrentes, reclamações dos consumidores.
Na gestão da qualidade, tudo deve estar conectado: finanças, custos, RH, vendas,
embalagem, etc.
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Aula 2 (09/08/2017)
Qual o objetivo de validar um método analítico? Para conhecê-lo e ver até que ponto ele é
confiável, para ver até quanto é a variação deste método analítico ou quanto é o erro do
processo de produção.
1. Seletividade ≠ Especificidade
Ver se estou quantificando somente a substância (fármaco) de interesse, não importa a
complexidade da amostra.
Existe diferença entre seletividade e especificidade.
Ex: HPLC é seletivo, pode ter 2 coisas que absorvem no mesmo comprimento de onda
(mas aparece como um pico só). Já uma reação enzimática é específica (enzima
específica), assim como uma reação Antígeno-Anticorpo.
E se eu injetar um excipiente que coelui com o pico do fármaco? Não posso dizer que
meu método é seletivo, pois neste pico tem também excipiente. Aí devo voltar,
desenvolver/mudar o método analítico, suas condições e testar novamente.
Mas e se eu não tenho um fármaco, ainda estou desenvolvendo e não sei quanto dele
tem no comprimido? Como vou medir quanto de fármaco tem no comprimido? Por
Titulação Volumétrica (único método para ver a concentração de fármaco sem ter
padrão), pois é um método químico, uma reação.
3. Precisão
Comprimidos diferentes (porém do mesmo lote) > em triplicata.
CV= coeficiente de variação do método
4. Exatidão
Pego a quantidade de placebo (excipientes) + ativo (sei a concentração exata - padrão).
Misturo e solubilizo. Ex: Injeto 50µg/mL e vejo a resposta. Coloco na curva de calibração
e vejo se bate com o valor de 50µg/mL. Se tiver esta concentração, quer dizer que meu
método tem 100% de exatidão.
Vou fazer isso várias vezes para ver a exatidão do meu método. Qual a diferença entre
exatidão e precisão? Exatidão eu uso um valor conhecido de padrão. Já na precisão eu
estou comparando o comprimido (não o padrão), quero ver como vai variar de
comprimido para comprimido.
Aula 3 (16/08/2017)
Controle de Qualidade Produtos Não estéreis
Os produtos não estéreis podem apresentar uma certa quantidade de
microrganismos, mas deve haver um limite. Além disso, deve ter ausência de
microrganismos indesejáveis.
Para a análise, utilizamos soluções (ou dispersões, sempre em água), não podemos
utilizar cremes, pois dessa forma o microrganismo pode não entrar em contato com o meio
de cultura. O líquido de dispersão pode ser tampão fosfato 7.2 com sal (NaCl) ou
substâncias nitrogenadas (pectona), ou ainda caldo de TCS.
Análise Quantitativa
1. Inoculação:
Segundo melhor método.
3. NMP
Para fazer a análise quantitativa a partir desse teste basta pegar o erlenmeyer com o
caldo de enriquecimento de entobactérias (tem glicose, sais biliares e fonte de N) e fazer
diluições.
A bile e o cristal de violeta inibem gram-positivas. As colônias (G-) ficam vermelhas
devido ao vermelho de fenol.
A detecção de G- é importante pois eles são mais resistentes ao sistema
conservante.
2. E. coli
A E. coli é termotolerante, por isso foi utilizada uma temperatura de 43 ºC, para
selecioná-la, com o mesmo princípio foi utilizado o ágar MacConkey, que contêm lactose,
um açúcar que a E. coli pode utilizar.
E. coli não pode estar presente principalmente em produtos labiais/boca.
3. Clostridium
Eu anotei anaerobiose no Ágar Colombio e não no passo anterior.. (deve ser então)
Incubação a 80°C por 10 min = elimina forma vegetativa.
Se crescer apenas na placa que não foi incubada a 80°C = presença apenas da
forma vegetativa (difícil de acontecer), o que não tem muito problema, pois posso inativar.
Agora não consigo inativar os esporos.
Se crescer em ambas igualmente = provavelmente apenas forma esporo.
Se crescer em ambas de forma desigual (mais na que não foi incubada) = temos
formas vegetativas e esporos.
Esses testes duplos são importantes para conhecer melhor o produto.
Clostridium é um perigo maior em produtos que vem de origem mineral, por exemplo
talco.
Atividade de água
O produto de maior atenção é a solução aquosa (mais fácil contaminação).
A determinação da atividade de água é a medida da água livre que está disponível
para o microrganismo. A maioria das bactérias tem atividade de água de 0,91
(pseudomonas 0,97 (cresce inclusive em água destilada e utiliza compostos inorgânicos
para metabolismo), S. aureus 0,86 (resiste a grande quantidades de sais, podendo viver em
agua salgada, essa é uma característica que pode ser utilizada para diferenciá-lo), maioria
Utilizando a atividade de água temos uma noção dos tipos de microrganismos que
podem contaminar um produto.
PS: produtos estéreis: parenterais, oftálmicos e medicamentos que são aplicados em áreas
lesadas abertas descontínuas (ex: mucosa nasal não íntegra, pele não íntegra - queimada).
Aula 4 (23/08/2017)
PRODUTOS NÃO ESTÉREIS: Limites Microbianos
Especificações microbiológicas
-Contagens de microrganismos mesófilos (crescem a temperatura de 30ºC) aeróbios totais:
10²UFC/mL
-Contagem total de bolores e leveduras: 10¹ UFC/mL
-Ausência: S. aureus e P. aeroginosa (Análise Qualitativa)
Diluente (caldo de TCS) + polissorbato 80 ou 20 (3%)*
lecitina 1%*
*Neutralizam o Sistema Conservante
TESTE DE NEUTRALIZAÇÃO DO SISTEMA CONSERVANTE
-Não posso diluir muito, porque não vou saber se foi o neutralizante que inativou o
conservante, ou se foi a alta diluição.
Análise Quantitativa
Se o neutralizante conseguir inativar todo o conservante, devo ter a mesma quantidade de
unidades.
Análise Qualitativa
Tenho que diluir bastante, para ver se meu método é bom e consegue visualizar baixas
quantidades de colônias.
Água: única matéria prima produzida pela própria indústria. A indústria que tem
que purificar esta água.
Como monitorar o ambiente? No caso de produtos estéreis → necessidade de
Filtro HEPA.
No caso de produtos não estéreis, não é necessário/obrigatório filtros HEPA. Mas
é necessário o controle microbiológico do ambiente de produção:
-Distribuir as placas nas diferentes áreas de produção da seguinte forma: placas na parte de
cima viradas para cima, e as tampas na parte de baixo, voltadas para baixo. Superfície deve
estar esterilizada, pois não quero ver a contaminação da superfície, e sim a do ambiente
(Fizemos isso na farmacinha). O tempo de exposição vai variar.
O ar entra (sucção) e atinge a placa. Este método ativo é utilizado apenas quando há filtros
HEPA no ambiente, caso contrário, não se utiliza.
Também é um método ativo.
O ar entra e vai entrar em contato com as diferentes placas com diferentes meios de
cultura.
Cálculos:
Quanto os microrganismos da superfície do equipamento colaboram com a carga
microbiana do produto-Beclosol?
Ex:
Especificações microbiológicas
-Contagens de microrganismos mesófilos (crescem a temperatura de 30ºC) aeróbios totais:
10²UFC/mL
-Contagem total de bolores e leveduras: 10¹ UFC/mL
-Ausência: S. aureus e P. aeroginosa (Análise Qualitativa)
Diluente (caldo de TCS) + polissorbato 80 ou 20 (3%)*
lecitina 1%*
*Neutralizam o Sistema Conservante
TESTE DE NEUTRALIZAÇÃO DO SISTEMA CONSERVANTE
-Não posso diluir muito, porque não vou saber se foi o neutralizante que inativou o
conservante, ou se foi a alta diluição.
Análise Quantitativa
Água: única matéria prima produzida pela própria indústria. A indústria que tem que purificar
esta água.
Como monitorar o ambiente? No caso de produtos estéreis → necessidade de
Filtro HEPA.
No caso de produtos não estéreis, não é necessário/obrigatório filtros HEPA. Mas é
necessário o controle microbiológico do ambiente de produção:
Como se dá esse controle microbiológico do ambiente de produção?
-Distribuir as placas nas diferentes áreas de produção da seguinte forma: placas na parte de
cima viradas para cima, e as tampas na parte de baixo, voltadas para baixo. Superfície deve
estar esterilizada, pois não quero ver a contaminação da superfície, e sim a do ambiente
(Fizemos isso na farmacinha). O tempo de exposição vai variar.
O ar entra (sucção) e atinge a placa. Este método ativo é utilizado apenas quando há filtros
HEPA no ambiente, caso contrário, não se utiliza.
Cálculos:
Quanto os microrganismos da superfície do equipamento colaboram com a carga
microbiana do produto-Beclosol?
Ex:
Aula 5 (13/09/2017)
Controle de qualidade de produtos estéreis
É no desenvolvimento de produto que definimos os possíveis microrganismos e a
quantidade deles que estarão presentes no produto. O controle de qualidade trabalha no
desenvolvimento verificando se a empresa tem um ambiente (planta) para produzir o
produto, se existem equipamentos adequados, etc.
Matéria prima
Nas formulações desenvolvidas o controle analisa a matéria prima. Com base na
capacidade de levar ao crescimento de microrganismos e contaminação, as matérias
primas podem ser classificadas em:
1. Hostis: não levam ao crescimento de microrganismos (ex, ácido sulfúrico)
2. Inertes: não inibem o crescimento de microrganismos nem o promovem,
basicamente são as matérias primas isentas de água (ex, ácidos graxos). Como
essas matérias ainda sim podem ser contaminadas, devemos verificar como a
matérias prima foi obtida, pois ela pode estar contaminada. A medida de atividade de
água deve ser feita pelo fabricante e o controle de qualidade da empresa que
adquire o produto deve verificar essa documentação lote a lote.
3. X: são matérias primas que podem proporcionar o crescimento de microrganismos,
devendo ser adicionadas de conservantes. Normalmente são compostos naturais. O
conservante adicionado deve ser comprovadamente eficaz para aquele produto,
devendo ser feito o teste de eficácia do sistema conservante durante todo o período
de estabilidade do produto final. A existência e validação de um método para
quantificar o conservante é essencial também.
Produtos para a área dos olhos devem ter no máximo 100 UFC/g e ausência de S.
aureus e P. aeruginosa. Por isso os produtos para olhos não contém matérias primas que
não passaram por algum processo que mate os microrganismos, por exemplo hidrólise
ácida. Um exemplo é o colágeno hidrolisado. Devemos ter atenção às UFC desses
compostos, ainda mais para uma área tão sensível, avaliando o histórico dos testes feitos
pelo produtor e o método analítico utilizado. Se no histórico tivermos 99% dos dados com
UFC baixo (1UFC/g), mas aquele 1% foi alto (p. ex. 10 UFC/g), consideraremos, por
precaução sempre o maior valor.
Se na água utilizada existir cloramina, após a passagem por carvão ativo, a água
deve passar por um retirador de amônia, que é formada quando essa substância reage com
o carvão ativo, a fim de evitar o sobrecarregamento do deionizador, aumento o tempo de
uso dele.
Aula 6 (20/09/2017)
Produtos estéreis.
Fármacos sintéticos: mais resistentes ao calor, não perdem ação na autoclavação.
Posso esterilizar na hora de envasar.
Fármacos biotecnológicos: obtidos por técnica de RNA recombinante - são proteína
ou peptídeos, não são resistentes ao calor, se aquecer perde atividade biológica - filtração
por membrana de 22 micrometros. Não pode esterilizar na hora do envase.
Fármacos biológicos: produzidos de forma estéril, normalmente não dá pra
esterilizar após o enchimento.
As indústrias tendem a escolher fármacos em que é possível esterilizar após o
enchimento. Os métodos de esterilização são:
● Físicos térmicos
- Calor seco: despirogenização de recipientes, gaze, algodão, etc. Utilizada
temperatura de 180 a 200 °C
- Calor úmido: autoclave. Utiliza vapor de água a 121°C
● Químicos
- Esterilização por óxido de etileno: utilizada em materiais que não podem ser
colocados a alta temperatura como plásticos, equipamentos eletrônicos. Gás possui
alta penetrabilidade. É muito tóxico, carcinogênico e processo é demorado.
- Formaldeido
- Beta-propiolactona-lactona cíclica
A validação dos processos é feita sempre no pior caso (ex. no frasco que ficou esperando
mais tempo antes de entrar em um autoclave, que pode ter acumulado mais
microrganismos).
Para cada parada que se faz em um processo (por exemplo para trocar os filtros)
temos um lote diferente, e para cada lote é feito o teste de esterilidade. Cada unidade que
entra no autoclave é também um lote específico, a que entra em seguida outro. (não
explicou como faz teste de esterilidade).
Para a certificação de uma sala limpa devemos seguir parâmetros físicos, como
diferença de pressão, e parâmetros biológicos, como contagem de partículas viáveis.
Na certificação devemos ter registrado o que foi realizado na construção da sala, na
fase de repouso e na de atividade.
Em uma etapa dinâmica (quando se está trabalhando), não deve ser feito teste de
vazamento em filtros, pois nesses testes é necessário utilizar compostos contaminantes no
ar.