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RESUMO P1 - CONTROLE DE QUALIDADE

PARTE TEÓRICA

Aula 1 (02/08/2017)
Tópicos a serem abordados:
· Controle de Qualidade microbiológico (produtos estéreis e não estéreis);
· Controle Físico-químico.

EVOLUÇÃO DA QUALIDADE
Qualidade: cumprir bem para o que foi produzido.
“Qualidade é o grau de utilidade esperado ou adquirido de qualquer coisa, verificável
através da forma e dos elementos constitutivos do mesmo e pelo resultado do seu uso. A
palavra "qualidade" tem um conceito subjetivo que está relacionada com as percepções,
necessidades e resultados em cada indivíduo. Diversos fatores, como a cultura, modelos
mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam
diretamente a percepção da qualidade”.
Como garantir a qualidade? Deve-se avaliar as especificações. São parâmetros muito
importantes para avaliar a qualidade.

Especificações (Ex: carro → ver a cor, o modelo, o motor, quanto faz km/Litro...)
Em medicamentos, deve-se a avaliar se a cor se mantém e se é igual em todos os
comprimidos, se há comprimidos quebrados (isso o consumidor consegue ver)... agora se
há ou não a quantidade correta de fármaco no comprimido, características como
viscosidade, grau de limpeza... o consumidor não consegue saber... por isso, deve-se
realizar testes de acordo com a legislação (órgão governamental).
Hoje em dia, a qualidade do produto faz a diferença neste mercado competitivo.
Somente podemos fazer controle de qualidade se estabelecermos especificações e
os critérios para estes. Ex: especificação (cor), critérios (quais as cores que devem
ter).
Só consigo avaliar a qualidade, se colocar as especificações para essa avaliação. Quando
há registro na ANVISA, já deve-se estabelecer estas especificações (a empresa que faz
isto, não a ANVISA). Uma empresa pode, por exemplo, não querer fazer os ensaios
microbiológicos lote a lote, somente lote sim, lote não, desde que ela justifique o motivo e
seja aprovado pela ANVISA.
E quais são as Especificações? Tanto para matéria prima, quanto para o produto
acabado.
Especificações obrigatórias
1. Descrição
-Se é Matéria Prima (nomenclatura, M.M, cor, P.F, P.E, peso, forma mostrar como ela
deve ser);
-Produto acabado (comprimido, M.M, cor...).
2. Impurezas
-Mostrar para o órgão governamental quais as impurezas vem do produto de síntese
e não consegui retirar, e qual a % que podem estar presentes ou que vem do
processo de degradação (tudo deixar avisado, e avaliar as impurezas). Temos
que ter métodos de quantificação, detecção e fazer testes toxicológicos para
provar que não há prejuízos no consumo destas impurezas. Algumas impurezas
que são muito baixas e não tóxicas, não precisam de métodos de
detecção/quantificação.
-Posso ter impurezas dos veículos também, tudo isto conta. Não dão tanta
importância para as impurezas que vem do produto de síntese (se nenhum
componente do meu veículo tiver o mesmo da síntese, não tem porque eu me
preocupar com as impurezas da síntese, pois já está registrado, esta impureza
vai ser constante). Agora devo sim, me preocupar, com a quantidade de produto
de degradação. Ex: AAS e ácido salicílico (ver % e controlar esta impureza lote a
lote).
3. Teor de Pureza (Ex: de 98 – 101%).
-Devo ter um método quantitativo para ver quanto de fármaco há na matéria prima e
no produto acabado (teor quanto de ativo há no produto – estabeleço isso).

Agora tem especificações que dependem do produto. Ex: referentes


a forma farmacêutica (tópica ou se tem penetração, se é transdérmica) e as
características específicas do produto: Ex: liberação imediata → tenho que ver se
é realmente de liberação imediata; verificar uniformidade de dose... referentes
as diferentes formas farmacêuticas.

Evolução do Controle de Qualidade USA (C.Q) - 4 ERAS

-Inspeção (100% dos lotes)


Antes de Rev. Industrial (formal) : artesão fazia o produto e ele mesmo controlava (modo
visual), quem fabrica é quem inspeciona.
Após a Rev. Industrial (instrumental): produção de forma escalonada e de vários produtos
ao mesmo tempo, possui instrumentação/sistemas de medida.

-Controle Estatístico da Qualidade (ainda é uma inspeção, porém não avalia todo lote)
Ver se diminui o número inspecionado (tem que ver todos os produtos, tem que
controlar tudo, há muita perda de produto) → analisa, dentro de um lote, apenas
o número de amostras necessárias e quantifica quantas são defeituosas ou não.
Ou seja, é uma inspeção, porém com análise estatística.

-Garantia da Qualidade
Qualidade se inicia desde o início do desenvolvimento, não somente no final, quando o
produto já está acabado. Desta forma, garante a diminuição de defeito. Iniciaram a
qualificar os fornecedores, começaram a ver as especificações da M.P. Se a M.P está
ruim... ex: se a M.P tem 97% de fármaco, não tem como eu ter margem de 98% para cima
no produto acabado.
Enfim, garante a qualidade do produto antes de chegar no controle de qualidade.
Tudo deve ser documentado, maior rastreabilidade.

A Indústria cosmética, em casos de que não há Princípio Ativo, deve se preocupar no


controle biológico, pois não é necessário quantificar quanto de cada matéria prima tem, se
não tiver P.A.
Validação do processo, desde a matéria prima até o produto final. O pré requisito para
validar um processo na Indústria é a validação dos métodos analíticos.

Como validar um processo de produção?


Reunir pessoal da produção, do desenvolvimento, engenharia, manutenção, garantia
adequada e controle de qualidade... fazer testes de estabilidade, testes clínicos...
acompanhar o processo passo a passo (métodos analíticos).
O grupo deve estar envolvido com elaboração de protocolos, as atividades do processo e
avaliação de mudanças e desvios durante o processo de validação.

Validação permite:
-Conhecer e manter controle sobre os processos (confiabilidade do processo);
-Diminuir riscos de desvios de qualidade;
-Base sólida para o treinamento técnico operacional e para melhoria contínua (devo
conhecer bem o método para explicar de maneira simples para pessoas que vão realizar o
processos – treinamento melhor);
-Diminuição de testes em processos e no produto acabado;
-Integração entre as áreas;
-Redução de custos (jogar menos lotes fora).

Validação do processo (3 etapas)


1. Qualificação necessária: deve-se ver a limpeza dos equipamentos (processo de
limpeza e calibração – métodos validados), pessoal treinado, conhecer bem o
processo produtivo (escolher o melhor método para validar), melhor maneira de
alcançar o produto final dentro das especificações, matérias primas qualificadas
(qualificação de fornecedores).
2. Área de fabricação: se o ambiente permite produção do produto dentro das
especificações.
3. Processo de produção.

Pré-requisito (validação de métodos analíticos) – para ver a limpeza e calibração de


equipamentos, para ver impurezas, todos esses métodos devem ser validados.
Hoje em dia nada funciona sem estes métodos analíticos validados que são
feitos durante o desenvolvimento do produto. Agora fica mais fácil o controle de
qualidade no final lote a lote e perde menos do produto acabado → aumenta o
lucro.
É importante saber de tudo, pureza até da água, não adianta pensar “depois
esterilizo tudo” → MENTIRA → só tira todos os microrganismos se tiver pouco, se
tiver muito em 15 minutos não tiro tudo.. “Ah, então eu vou colocar mais tempo”
→ NÃO → pode degradar o Produto Acabado. Então, deve sim avaliar até a pureza
da água, de tudo, todas as Matérias Primas.

-Gestão da Qualidade
Ponto de vista do cliente. Processo de planejamento estratégico → pesquisa de
mercado e sua demanda + ouvir o clientes.
Não adianta nada fazer bem feito, chegar lá fora e não vender porque o cliente não gosta.
Ver qual o nosso diferencial frente a outros produtos.
Exigências: exame cuidadoso dos produtos concorrentes, reclamações dos consumidores.
Na gestão da qualidade, tudo deve estar conectado: finanças, custos, RH, vendas,
embalagem, etc.

_________________________________________________________________________

Aula 2 (09/08/2017)

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS


RDC- 146 → ANVISA
1. Seletividade ≠ Especificidade
2. Linearidade (faixa de trabalho)
3. Precisão
4. Exatidão

Qual o objetivo de validar um método analítico? Para conhecê-lo e ver até que ponto ele é
confiável, para ver até quanto é a variação deste método analítico ou quanto é o erro do
processo de produção.
1. Seletividade ≠ Especificidade
Ver se estou quantificando somente a substância (fármaco) de interesse, não importa a
complexidade da amostra.
Existe diferença entre seletividade e especificidade.
Ex: HPLC é seletivo, pode ter 2 coisas que absorvem no mesmo comprimento de onda
(mas aparece como um pico só). Já uma reação enzimática é específica (enzima
específica), assim como uma reação Antígeno-Anticorpo.

Deve-se desenvolver um método analítico e ver se é seletivo.


Ex: fármaco (padrão) - injeção deste padrão para testar o método analítico. Se der um
pico agudo no HPLC, quer dizer que foi bem eluído.
Agora, ao invés de injetar o padrão, vou injetar um comprimido (solubilizado, de
preferência na mesma solução da Fase Móvel). Já sei a concentração de ativo do
comprimido. Então considero 100%. Injeto a mesma concentração do padrão. Como vou
saber se meu método é seletivo? Que este pico é realmente do meu fármaco e não de
outros excipientes? Injeto a mesma concentração dos excipientes (solubilizados), diluo e
injeto também. Se eu injetar e não eluir no mesmo comprimento de onda, não tem pico
e significa que meu método é adequado neste comprimento de onda.

E se eu injetar um excipiente que coelui com o pico do fármaco? Não posso dizer que
meu método é seletivo, pois neste pico tem também excipiente. Aí devo voltar,
desenvolver/mudar o método analítico, suas condições e testar novamente.

Mas e se eu não tenho um fármaco, ainda estou desenvolvendo e não sei quanto dele
tem no comprimido? Como vou medir quanto de fármaco tem no comprimido? Por
Titulação Volumétrica (único método para ver a concentração de fármaco sem ter
padrão), pois é um método químico, uma reação.

2. Linearidade (faixa de trabalho)


Fazer curva de calibração (relação entre a concentração e a resposta). Para saber a
linearidade, necessito de um padrão puro. Faço isso em diferentes concentrações.
Ex: em HPLC, a área é proporcional a concentração que injetei.
Relação área/concentração [µg/mL] confirmar unidade→ Fator de Resposta.
Fator de resposta em cada um dos pontos deve ser o mesmo em relação ao padrão;
sua variação pode ser de no máximo 2%.

Fator de resposta → ex: 5/5=1; 10/10=1...


A mesma concentração de soluções diferentes (A1, A2, A3, A4) estou
testando o método Analítico (ver porcentagem de variação) → cada
concentração pode variar uma quantidade. Se a matriz é simples a variação
permitida é de até 2%.
(Pegar Plata)
Se realizar os fatores de resposta em várias concentrações, todos derem uma variação
menor que 2%, mas na concentração de 5% a variação for maior que 2%, o que
acontece? O método não é válido? Posso sim usar meu método analítico, só não posso
usar neste ponto que a variação foi maior que 5%. Desta forma, vou definir a minha
faixa de trabalho (faixa em que meu método analítico tenha a menor variação possível).
OBS: se eu fizer várias vezes na mesma concentração em dias diferentes, estarei
avaliando a variação do equipamento, da solução... e não do método analítico.
Padrão só é utilizado na identificação do Fármaco e na linearidade... Os outros vão
avaliar o medicamento como um todo, não posso avaliar só o fármaco, porque tem mais
de um medicamento com mesmo fármaco; depende da formulação também.
Neste caso, uma variação de 5% não é permitida

Se a linearidade do padrão e fármaco são coincidentes, quer dizer que o método é


seletivo. Se der um pouco abaixo, quer dizer que são paralelas, mas o método continua
sendo seletivo. O comprimido veio do processo de fabricação, a concentração de ativo
pode variar em cada comprimido.

3. Precisão
Comprimidos diferentes (porém do mesmo lote) > em triplicata.
CV= coeficiente de variação do método

Quanto maior o n, menor o CV (que vê a precisão do método), o que é melhor. Ou seja,


quanto mais vezes eu testar melhor. Ex: triplicata é melhor que duplicata.
Vou descobrir qual a faixa de linearidade em que tenho CV ≤ 2%. Não adianta ser
linear se o CV for alto. Isso em matriz simples, em matriz complexa o CV pode ser
maior.

Deve-se fazer a curva com apenas os valores com baixo CV.


Determinar precisão em 3 níveis????????????

4. Exatidão
Pego a quantidade de placebo (excipientes) + ativo (sei a concentração exata - padrão).
Misturo e solubilizo. Ex: Injeto 50µg/mL e vejo a resposta. Coloco na curva de calibração
e vejo se bate com o valor de 50µg/mL. Se tiver esta concentração, quer dizer que meu
método tem 100% de exatidão.

Vou fazer isso várias vezes para ver a exatidão do meu método. Qual a diferença entre
exatidão e precisão? Exatidão eu uso um valor conhecido de padrão. Já na precisão eu
estou comparando o comprimido (não o padrão), quero ver como vai variar de
comprimido para comprimido.

E quando não tem o placebo (excipientes)? Ex: quantidade de fármaco no plasma. Só


vai saber a exatidão do método por adição de padrão (concentração conhecida). Ex:
Injeto no HPLC 5µg/mL de padrão conhecido + 5µg/mL (mas não tenho
certeza da concentração). Se no fim der realmente 10µg/mL sei que
havia realmente a concentração de 5µg/mL e meu método tem 100%
de exatidão.
Se der 8 ao invés de 10, quer dizer que o meu método não está
dando 100%, mas sim 80%. ?? Como se eu não sei a concentração
exata????

Limite de Quantificação e de Identificação… ?

Aula 3 (16/08/2017)
Controle de Qualidade Produtos Não estéreis
Os produtos não estéreis podem apresentar uma certa quantidade de
microrganismos, mas deve haver um limite. Além disso, deve ter ausência de
microrganismos indesejáveis.
Para a análise, utilizamos soluções (ou dispersões, sempre em água), não podemos
utilizar cremes, pois dessa forma o microrganismo pode não entrar em contato com o meio
de cultura. O líquido de dispersão pode ser tampão fosfato 7.2 com sal (NaCl) ou
substâncias nitrogenadas (pectona), ou ainda caldo de TCS.

Preparação da amostra para os testes quantitativos e qualitativos

ISC: inativante do sistema conservante


10= diluição 10x 10²= diluição 100x 10³= diluição 1000x
O Inativante do sistema conservante é adicionado apenas se houver conservante na
formulação.
O teste do sistema conservante, assim como o composto solubilizante e o
neutralizante são protocolados no desenvolvimento.
Escolhemos o melhor método dependendo da quantidade de microrganismos. Essa
escolha é feita no desenvolvimento.
Se o produto for caro não é necessário usar 10g, podemos validar o processo com
menos.
O número ideal de colônias para efetuar a contagem é de 30 - 300 colônias. Menos
que isso se torna impreciso, mais que isso dificultoso.

Análise Quantitativa
1. Inoculação:
Segundo melhor método.

2. Filtração (melhor técnica)

Os tipos de membrana de filtro são:


- Nitrato de celulose: usada para soluções aquosas, oleosas e levemente alcalinas
- Acetato de celulose: para soluções com grande quantidade de álcool
O líquido de lavagem = tampão + ISC (pois pode haver resíduos de conservante).
O lado da membrana que fica retido o microrganismo é o que fica voltado para o
meio. (checar)
É o melhor método, mas é caro, se possível utilizar o método de inoculação.

3. NMP

Método utilizado para:


- análise de poucos microrganismos quando é inviável pegar mais solução (ex,
produto muito caro, se for possivel pegar mais solução, utilizar método da filtração)
- soluções muito viscosas, que não passam pelo filtro.

Análise qualitativa ou análise de microrganismo indesejáveis


Quero ver se está presente ou não, não preciso contar.
Os microrganismo indesejáveis não são necessariamente patogênicos.
A análise qualitativa e quantitativa podem ser feitas na mesma placa (como?)
Se for encontrado um microrganismo indesejado o lote todo é reprovado.
1. Microrganismos bile tolerantes (G-)

Para fazer a análise quantitativa a partir desse teste basta pegar o erlenmeyer com o
caldo de enriquecimento de entobactérias (tem glicose, sais biliares e fonte de N) e fazer
diluições.
A bile e o cristal de violeta inibem gram-positivas. As colônias (G-) ficam vermelhas
devido ao vermelho de fenol.
A detecção de G- é importante pois eles são mais resistentes ao sistema
conservante.

2. E. coli
A E. coli é termotolerante, por isso foi utilizada uma temperatura de 43 ºC, para
selecioná-la, com o mesmo princípio foi utilizado o ágar MacConkey, que contêm lactose,
um açúcar que a E. coli pode utilizar.
E. coli não pode estar presente principalmente em produtos labiais/boca.

3. Clostridium

Eu anotei anaerobiose no Ágar Colombio e não no passo anterior.. (deve ser então)
Incubação a 80°C por 10 min = elimina forma vegetativa.
Se crescer apenas na placa que não foi incubada a 80°C = presença apenas da
forma vegetativa (difícil de acontecer), o que não tem muito problema, pois posso inativar.
Agora não consigo inativar os esporos.
Se crescer em ambas igualmente = provavelmente apenas forma esporo.
Se crescer em ambas de forma desigual (mais na que não foi incubada) = temos
formas vegetativas e esporos.
Esses testes duplos são importantes para conhecer melhor o produto.
Clostridium é um perigo maior em produtos que vem de origem mineral, por exemplo
talco.

Atividade de água
O produto de maior atenção é a solução aquosa (mais fácil contaminação).
A determinação da atividade de água é a medida da água livre que está disponível
para o microrganismo. A maioria das bactérias tem atividade de água de 0,91
(pseudomonas 0,97 (cresce inclusive em água destilada e utiliza compostos inorgânicos
para metabolismo), S. aureus 0,86 (resiste a grande quantidades de sais, podendo viver em
agua salgada, essa é uma característica que pode ser utilizada para diferenciá-lo), maioria

das leveduras 0,88, etc).

Sendo o maior valor = 1

Alguns produtos, como xampus e emulsões (O/A) possuem grande quantidade de


água.
Não apenas a atividade de água influencia no crescimento de bactérias, mas o pH
da formulação também. G+ são mais resistentes a falta de água e pHs extremos.

Utilizando a atividade de água temos uma noção dos tipos de microrganismos que
podem contaminar um produto.
PS: produtos estéreis: parenterais, oftálmicos e medicamentos que são aplicados em áreas
lesadas abertas descontínuas (ex: mucosa nasal não íntegra, pele não íntegra - queimada).

Aula 4 (23/08/2017)
PRODUTOS NÃO ESTÉREIS: Limites Microbianos
Especificações microbiológicas
-Contagens de microrganismos mesófilos (crescem a temperatura de 30ºC) aeróbios totais:
10²UFC/mL
-Contagem total de bolores e leveduras: 10¹ UFC/mL
-Ausência: S. aureus e P. aeroginosa (Análise Qualitativa)
Diluente (caldo de TCS) + polissorbato 80 ou 20 (3%)*
lecitina 1%*
*Neutralizam o Sistema Conservante
TESTE DE NEUTRALIZAÇÃO DO SISTEMA CONSERVANTE
-Não posso diluir muito, porque não vou saber se foi o neutralizante que inativou o
conservante, ou se foi a alta diluição.

Análise Quantitativa
Se o neutralizante conseguir inativar todo o conservante, devo ter a mesma quantidade de
unidades.

Análise Qualitativa
Tenho que diluir bastante, para ver se meu método é bom e consegue visualizar baixas
quantidades de colônias.

Fontes de Contaminação microbiana na produção de produtos farmacêuticos e cosméticos

Água: única matéria prima produzida pela própria indústria. A indústria que tem
que purificar esta água.
Como monitorar o ambiente? No caso de produtos estéreis → necessidade de
Filtro HEPA.
No caso de produtos não estéreis, não é necessário/obrigatório filtros HEPA. Mas
é necessário o controle microbiológico do ambiente de produção:

Como se dá esse controle microbiológico do ambiente de produção?

-Distribuir as placas nas diferentes áreas de produção da seguinte forma: placas na parte de
cima viradas para cima, e as tampas na parte de baixo, voltadas para baixo. Superfície deve
estar esterilizada, pois não quero ver a contaminação da superfície, e sim a do ambiente
(Fizemos isso na farmacinha). O tempo de exposição vai variar.

O ar entra (sucção) e atinge a placa. Este método ativo é utilizado apenas quando há filtros
HEPA no ambiente, caso contrário, não se utiliza.
Também é um método ativo.
O ar entra e vai entrar em contato com as diferentes placas com diferentes meios de
cultura.

Também é um método ativo.


Membrana e aciono (sucção). O tempo que deixei ligado corresponde ao volume de sucção
de ar.

Limpeza e sanitização de equipamentos e superfícies


Enxaguar com água de baixo nível de contaminação microbiana.

Cloro hoje em dia não é muito utilizado (oxida os equipamentos)


Mais utilizado: ácido peracético. Mas a preferência são os métodos físicos, pois não deixam
resíduos.
Procedimentos de amostragem:
1. Swabbing” das superfícies do equipamento;
2. Amostragem do fluido de enxague final (quantificar o ativo e microrganismos – método
validado);
3. Uso de batch placebo (validar o método de limpeza - placebo para detectar
contaminação do P.A (o que é o placebo? Veículo menos P.A). Então vou colocar meu
placebo e quantificar para ver se tem ativo ali que acabou ficando no equipamento. Posso
pegar esse placebo também e quantificar quanto te microrganismos existe.

Cálculos:
Quanto os microrganismos da superfície do equipamento colaboram com a carga
microbiana do produto-Beclosol?
Ex:

Dimensões do misturador: Altura- 3,2 m; Diâmetro- 2,0m


Calculo da área total:
Área lateral = 2rh= 2X3,1416X 1mX3,2m = 20,106 m2
Área das bases = 2 r2 = 6,283 m2
Área total = 26,34 m2 = 263894 cm2
Limite microbiano para área limpa= 200 UFC/100 cm2
200 UFC ------------ 100 cm2
x -------------263894
x = 527788 UFC / 10000L
0,052 UFC /mL

Qualidade microbiológica das matérias primas de uso farmacêutico e cosmético (1:18:15)


-Avaliar aspectos físicos e como são obtidos.
1. Matérias Primas hostis aos microrganismos (baixo nível de contaminação)
Ex. óleos essenciais, sais, conservantes e soluções de tensoativos altamente concentrada
(acima de 60%).
Características dessas matérias primas:
-base anidras (sem água);
-apresentam atividade microbiocida ou conservante
-matérias primas com extremo de pH <3 (ex: HCl) ou >12, baixa atividade de água (<0,6) e
outras características antagônicas
-Certificado de análise dos fornecedores deve ser listado as caracteristicas/atributos da
matéria prima.
Testes mínimos recomendados: não precisa fazer teste microbiológico.
2. Matérias Primas Inertes
Ex. corantes, graxas, glicerina, pós,etc.
Características dessas matérias primas:
-Não possuem atividade microbiocida intrínseca;
-Não suportam o crescimento microbiano devido a baixa atividade de água (<0,6);
-Matérias primas que associam baixa atividade de água e passos no processo de produção
que controlam a quantidade de microrganismo (Ex. processos com alta temperatura, uso de
ar quente para secagem, irradiação gama de baixa dose).

Testes mínimos recomendados: é bom avaliar se o fornecedor avalia a quantidade de água


(já que não pode ter muita água) e características higroscópicas da matéria prima.
Necessidade de conhecer o processo de produção do fornecedor e avaliar se existem
passos no processo que reduz a carga microbiana
3. Matérias Primas Quimicamente Conservadas
Matérias primas que devem ser adicionadas de conservantes ou substancias
antimicrobianas.
Exemplos: soluções de tensoativos com menos de 60% (lauril sulfato de amônio 28%),
colágeno hidrolisado, gel de aloe vera, goma de xantana etc.
Matéria prima requer:
-Programa de testes para avaliação do conteúdo microbiano.
-Método analítico validado para a quantificação do conservante

Matérias primas devem ser fornecidas com certificado de análise:


- Conteúdo microbiano.
-Nome do conservante utilizado
-Análise química do conservante
Fornecedor deve dar informações sobre:
-Resultados do teste de eficácia do conservante realizado,demonstrando a eficiência do
conservante em eliminar a carga de microrganismo;
-Eficácia do conservante sob condições de armazenamento acelerado e em tempo real.
4. Matérias primas que suportam o crescimento de microrganismo e não podem ser
conservadas.
Ex. Água purificada de uso farmacêutico, solução de proteína, mistura em processo.

POP DEVE CONSIDERAR:


-Controle do processo
-Métodos analíticos validados
-Frequência dos testes de análise microbiológica
-Documentação da validação dos procedimentos de limpeza e sanitização

PRODUTOS NÃO ESTÉREIS: Limites Microbianos

Especificações microbiológicas
-Contagens de microrganismos mesófilos (crescem a temperatura de 30ºC) aeróbios totais:
10²UFC/mL
-Contagem total de bolores e leveduras: 10¹ UFC/mL
-Ausência: S. aureus e P. aeroginosa (Análise Qualitativa)
Diluente (caldo de TCS) + polissorbato 80 ou 20 (3%)*
lecitina 1%*
*Neutralizam o Sistema Conservante
TESTE DE NEUTRALIZAÇÃO DO SISTEMA CONSERVANTE
-Não posso diluir muito, porque não vou saber se foi o neutralizante que inativou o
conservante, ou se foi a alta diluição.
Análise Quantitativa

Se o neutralizante conseguir inativar todo o conservante, devo ter a mesma quantidade de


unidades.
Análise Qualitativa
Tenho que diluir bastante, para ver se meu método é bom e consegue visualizar baixas
quantidades de colônias.
Fontes de Contaminação microbiana na produção de produtos farmacêuticos e
cosméticos

Água: única matéria prima produzida pela própria indústria. A indústria que tem que purificar
esta água.
Como monitorar o ambiente? No caso de produtos estéreis → necessidade de
Filtro HEPA.
No caso de produtos não estéreis, não é necessário/obrigatório filtros HEPA. Mas é
necessário o controle microbiológico do ambiente de produção:
Como se dá esse controle microbiológico do ambiente de produção?

-Distribuir as placas nas diferentes áreas de produção da seguinte forma: placas na parte de
cima viradas para cima, e as tampas na parte de baixo, voltadas para baixo. Superfície deve
estar esterilizada, pois não quero ver a contaminação da superfície, e sim a do ambiente
(Fizemos isso na farmacinha). O tempo de exposição vai variar.

O ar entra (sucção) e atinge a placa. Este método ativo é utilizado apenas quando há filtros
HEPA no ambiente, caso contrário, não se utiliza.

Também é um método ativo.


O ar entra e vai entrar em contato com as diferentes placas com diferentes meios de
cultura.

Também é um método ativo.


Membrana e aciono (sucção). O tempo que deixei ligado corresponde ao volume de sucção
de ar.
Limpeza e sanitização de equipamentos e superfícies

Enxaguar com água de baixo nível de contaminação microbiana.

Cloro hoje em dia não é muito utilizado (oxida os equipamentos)


Mais utilizado: ácido peracético. Mas a preferência são os métodos físicos, pois não deixam
resíduos.
Procedimentos de amostragem:
1. Swabbing” das superfícies do equipamento;
2. Amostragem do fluido de enxague final (quantificar o ativo e microrganismos – método
validado);
3. Uso de batch placebo (validar o método de limpeza - placebo para detectar
contaminação do P.A (o que é o placebo? Veículo menos P.A). Então vou colocar meu
placebo e quantificar para ver se tem ativo ali que acabou ficando no equipamento. Posso
pegar esse placebo também e quantificar quanto te microrganismos existe.

Cálculos:
Quanto os microrganismos da superfície do equipamento colaboram com a carga
microbiana do produto-Beclosol?
Ex:

Dimensões do misturador: Altura- 3,2 m; Diâmetro- 2,0m


Calculo da área total:
Área lateral = 2rh= 2X3,1416X 1mX3,2m = 20,106 m2
Área das bases = 2 r2 = 6,283 m2
Área total = 26,34 m2 = 263894 cm2
Limite microbiano para área limpa= 200 UFC/100 cm2
200 UFC ------------ 100 cm2
x -------------263894
x = 527788 UFC / 10000L
0,052 UFC /mL

Qualidade microbiológica das matérias primas de uso farmacêutico e cosmético


(1:18:15)
-Avaliar aspectos físicos e como são obtidos.
1. Matérias Primas hostis aos microrganismos (baixo nível de contaminação)
Ex. óleos essenciais, sais, conservantes e soluções de tensoativos altamente
concentrada (acima de 60%).
Características dessas matérias primas:
-base anidras (sem água);
-apresentam atividade microbiocida ou conservante
-matérias primas com extremo de pH <3 (ex: HCl) ou >12, baixa atividade de água (<0,6) e
outras características antagônicas
-Certificado de análise dos fornecedores deve ser listado as caracteristicas/atributos da
matéria prima.
Testes mínimos recomendados: não precisa fazer teste microbiológico.
2. Matérias Primas Inertes
Ex. corantes, graxas, glicerina, pós,etc.
Características dessas matérias primas:
-Não possuem atividade microbiocida intrínseca;
-Não suportam o crescimento microbiano devido a baixa atividade de água (<0,6);
-Matérias primas que associam baixa atividade de água e passos no processo de produção
que controlam a quantidade de microrganismo (Ex. processos com alta temperatura, uso de
ar quente para secagem, irradiação gama de baixa dose).

Testes mínimos recomendados: é bom avaliar se o fornecedor avalia a quantidade de água


(já que não pode ter muita água) e características higroscópicas da matéria prima.
Necessidade de conhecer o processo de produção do fornecedor e avaliar se existem
passos no processo que reduz a carga microbiana
3. Matérias Primas Quimicamente Conservadas
Matérias primas que devem ser adicionadas de conservantes ou substancias
antimicrobianas.
Exemplos: soluções de tensoativos com menos de 60% (lauril sulfato de amônio 28%),
colágeno hidrolisado, gel de aloe vera, goma de xantana etc.
Matéria prima requer:
-Programa de testes para avaliação do conteúdo microbiano.
-Método analítico validado para a quantificação do conservante

Matérias primas devem ser fornecidas com certificado de análise:


- Conteúdo microbiano.
-Nome do conservante utilizado
-Análise química do conservante
Fornecedor deve dar informações sobre:
-Resultados do teste de eficácia do conservante realizado,demonstrando a eficiência do
conservante em eliminar a carga de microrganismo;
-Eficácia do conservante sob condições de armazenamento acelerado e em tempo real.
4. Matérias primas que suportam o crescimento de microrganismo e não podem ser
conservadas.
Ex. Água purificada de uso farmacêutico, solução de proteína, mistura em processo.

POP DEVE CONSIDERAR:


-Controle do processo
-Métodos analíticos validados
-Frequência dos testes de análise microbiológica
-Documentação da validação dos procedimentos de limpeza e sanitização

Aula 5 (13/09/2017)
Controle de qualidade de produtos estéreis
É no desenvolvimento de produto que definimos os possíveis microrganismos e a
quantidade deles que estarão presentes no produto. O controle de qualidade trabalha no
desenvolvimento verificando se a empresa tem um ambiente (planta) para produzir o
produto, se existem equipamentos adequados, etc.

Matéria prima
Nas formulações desenvolvidas o controle analisa a matéria prima. Com base na
capacidade de levar ao crescimento de microrganismos e contaminação, as matérias
primas podem ser classificadas em:
1. Hostis: não levam ao crescimento de microrganismos (ex, ácido sulfúrico)
2. Inertes: não inibem o crescimento de microrganismos nem o promovem,
basicamente são as matérias primas isentas de água (ex, ácidos graxos). Como
essas matérias ainda sim podem ser contaminadas, devemos verificar como a
matérias prima foi obtida, pois ela pode estar contaminada. A medida de atividade de
água deve ser feita pelo fabricante e o controle de qualidade da empresa que
adquire o produto deve verificar essa documentação lote a lote.
3. X: são matérias primas que podem proporcionar o crescimento de microrganismos,
devendo ser adicionadas de conservantes. Normalmente são compostos naturais. O
conservante adicionado deve ser comprovadamente eficaz para aquele produto,
devendo ser feito o teste de eficácia do sistema conservante durante todo o período
de estabilidade do produto final. A existência e validação de um método para
quantificar o conservante é essencial também.
Produtos para a área dos olhos devem ter no máximo 100 UFC/g e ausência de S.
aureus e P. aeruginosa. Por isso os produtos para olhos não contém matérias primas que
não passaram por algum processo que mate os microrganismos, por exemplo hidrólise
ácida. Um exemplo é o colágeno hidrolisado. Devemos ter atenção às UFC desses
compostos, ainda mais para uma área tão sensível, avaliando o histórico dos testes feitos
pelo produtor e o método analítico utilizado. Se no histórico tivermos 99% dos dados com
UFC baixo (1UFC/g), mas aquele 1% foi alto (p. ex. 10 UFC/g), consideraremos, por
precaução sempre o maior valor.

Matéria prima: água


Como produtos cosméticos possuem grande quantidade de água, devemos ter
cuidado com essa matéria. A água purificada possui 100 UFC/mL, não sendo utilizada para
a área dos olhos (limite de 100 UFC/g), sendo a água para injeção, com limite permitido de
10 UFC/100 mL, ideal para esse tipo de produto.
Se não for possível adicionar conservantes na água ela deve ser produzida na própria
empresa.
Da água de abastecimento do município podemos obter:
1. Água purificada (100 UFC/mL, ausência de P. Aeruginosa, coliformes totais e fecais).
A água de abastecimento do município pode ser já uma água purificada. Mas essa
água deve ainda seguir os padrões de qualidade.
2. Água para injeção (10 UFC/100mL), que é quase exclusivamente utilizada para
produção de produtos estéreis. Mas se os produtos estéreis são normalmente
esterilizados durante o processo ou após embalagem, por que utilizar uma água
para injeção? Pois apesar da esterilização matar os microrganismos, ela não é
capaz de retirar pirogênios, e mesmo o método de filtração em membrana 0.22, não
ocorre eliminação completa de endotoxinas e o filtro fica saturado com a grande
quantidade de microrganismos.

A água para injeção pode ser preparada a partir da água de abastecimento do


município, ou a partir de poços artesianos. Quando utilizamos a água de abastecimento do
município devemos utilizar:
1. Filtro multimeio: filtro composto de areia grossa, média e fina. Esse filtro segura as
partículas maiores. A limpeza deve ser feita periodicamente com efluxo de água
limpa. É trocado de 2-2 anos. Bissulfeto de sódio é usado para sanitizar. O fluxo
deve ser medido pois pode indicar que houve formação de canalículos no filtro, para
o mesmo fim a pressão é avaliada.

Depois do filtro, seguimos o procedimento indicado na imagem. Se a água for de


poço artesiano não é necessário passar pelo filtro multimeio.

2. Decationizador: resina de ácido sulfônico, para segurar especialmente cátions Ca2+


e Mg2+, que podem levar a formação de crostas na tubulação.
3. Torre de descarbonatação: retira compostos carbonados.
4. Pré filtro: barrar partículas maiores e pedaços da resina de descarbonatação.
5. Tanques de armazenamento provisório.
6. Carvão ativo: retirar o cloro e algumas moléculas orgânicas pequenas. Sem o cloro,
devemos ter maior atenção com o processo, já que não ocorre inibição do
crescimento microbiano.
7. Filtro: para retirar partículas de carvão ativo.
8. Deionizadores anfóteros: importantes para segurar outros íons, como
fluoreto, fosfato, etc, diminuindo a condutividade elétrica da água. É
anfótero pois possui partículas aniônicas e catiônicas pressas, que
sequestram outras partículas de carga oposta. Um dos maiores problemas
dos deionizadores é a possibilidade de formação de colônias, pois as
proteínas que ficam retidas na resina podem servir de alimento para
alguns dos microrganismos que também ficam presos, e a água que passa
por ali já não possui cloro. A água que sai do deionizador deve ser
avaliada quanto a condutividade, carga viral (se muito elevada → limpar),
taxa de carbono total e quanto ao fluxo de água (avaliar formação de
canais na resina).
9. Osmose reversa: retém bactérias e endotoxinas. O controle da osmose reversa deve
ser rigoroso pois existe perigo de rompimento da membrana.
10. Armazenamento: a 80°C para evitar contaminação.

Se na água utilizada existir cloramina, após a passagem por carvão ativo, a água
deve passar por um retirador de amônia, que é formada quando essa substância reage com
o carvão ativo, a fim de evitar o sobrecarregamento do deionizador, aumento o tempo de
uso dele.

Participação do controle da qualidade na formulação


Se a formulação possui muita água e produtos naturais devemos auxiliar na escolha
da melhor embalagem, podemos sugerir por exemplo que um produto com alta atividade de
água e sem conservantes ou com conservante naturais, que seja utilizada uma embalagem
de dose única.
Tipos de embalagem:
- Baixo risco: dose única ou embalagem muito pequena com bocal estreito.
- Risco moderado: embalagens multiuso grandes mas que o contato com água e
mãos é improvável.
- Alto risco: multiuso, com bocal grande, onde água e mão adentram ou podem
adentrar facilmente.
A embalagem é escolhida a partir da atividade de água e componentes da
formulação.
O controle da qualidade auxilia ainda na escolha do sistema conservante, com base
na legislação, compostos da formulação, área de aplicação, público e país alvo, etc. A
escolha deve levar em consideração se a formulação será aquecida, e sofrerá alteração de
pH. Podemos então apresentar uma lista de conservantes que serão adicionados na
formulação em teste.
O conservante não é adicionado para eliminar os microrganismos do procedimento,
como derivado de equipamentos, pois em um processo validado não há adição de
microrganismos no produto, baseado nas medidas prévias da validação. Os microrganismo
que não podemos evitar, por exemplo da água, ambiente, devem ser sempre os mesmos
em um processo validado. Ou seja, o conservante não deve ser relacionado com os
microrganismos do processo de produção.
Não podemos usar uma quantidade muito elevada de conservantes (volume) pois
pode interferir nas propriedades fisicas do produto e consequentemente no próprio
conservante.
Com as amostras das formulações com os conservantes sugeridos o controle de
qualidade deve fazer o teste de eficácia do sistema conservante.

Teste de eficácia do sistema conservante


Feito com as sugestões de conservantes na formulação final.
A diferença entre o teste de neutralização e o de eficácia é que o de neutralização
temos a quantificação após diluição de 10x, no de eficácia não há diluição.
Este teste é realizado apenas uma vez, a não ser que algum componente da
formulação seja alterado.
1. No produto final, na embalagem, são adicionados microrganismos teste, 10⁶ UFC/g
de produto. Esses microrganismos são S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e/ou outros,
o importante é ter gram-positivos e gram-negativos. É usado ainda levedura (C.
albicans) e um fungo (geralmente A. niger), esses dois a 10⁵ UFC/g de produto. Não
devemos adicionar todos os microrganismos juntos, para cada microrganismo é
utilizado uma amostra diferente. Existem alguns que dizem que podemos fazer uma
mistura de bactérias (10⁶ de cada uma) e pegar 10⁶ da mistura, pois assim
simulamos melhor as condições reais, porém perdemos a noção do que o sistema
conservante inibe naquele produto, o que é importante saber.
2. Após homogeneizar os microrganismo no produto devemos quantificar os
microrganismos logo em seguida = tempo 0 (t0).
1g do produto (t0) → 9 mL de diluente com neutralizante do sistema conservante
(validado pelo teste de neutralização) → diluir até 10³ pois no t0 temos grande
quantidade de microrganismos → Utilizar 200 µL em cada uma das duas placas
TCS. Nesse teste em t0 esperamos que a contagem de microrganismos seja igual
a do padrão, já que o sistema conservante não agiu.
3. A embalagem com o microrganismo é armazenada em temperatura ambiente (ou na
temperatura que o consumidor deixará o produto). A mesma etapa realizada em t0 é
repetida em intervalos distinto, que variam segundo a farmacopeia utilizada:
● Britânica: t0, t4h, t6h, t12h, t24h, t7d, t14d, t21d, t28d
● Americana (USP): Não há medidas em horas, mesmo t0h. Medidas ocorrem em t7d,
t14d, t21d e t28d.
Nestes tempos é acompanhada a morte do microrganismo no produto. Quanto maior
o tempo de exposição, menor a diluição utilizada para o teste, até que tenhamos um
diluição de apenas 10x. É usado um tempo de até 28 dias pois pode ocorrer adaptação do
microrganismo no produto, ocorrendo um decaimento nos dias iniciais, mas um aumento em
dias futuros.

Aula 6 (20/09/2017)

Produtos estéreis.
Fármacos sintéticos: mais resistentes ao calor, não perdem ação na autoclavação.
Posso esterilizar na hora de envasar.
Fármacos biotecnológicos: obtidos por técnica de RNA recombinante - são proteína
ou peptídeos, não são resistentes ao calor, se aquecer perde atividade biológica - filtração
por membrana de 22 micrometros. Não pode esterilizar na hora do envase.
Fármacos biológicos: produzidos de forma estéril, normalmente não dá pra
esterilizar após o enchimento.
As indústrias tendem a escolher fármacos em que é possível esterilizar após o
enchimento. Os métodos de esterilização são:
● Físicos térmicos
- Calor seco: despirogenização de recipientes, gaze, algodão, etc. Utilizada
temperatura de 180 a 200 °C
- Calor úmido: autoclave. Utiliza vapor de água a 121°C

● Físicos não térmicos


- Luz ultravioleta (pouso usado)
- Radiação ionizante
- Filtro: único que retira a carga microbiana (nas outras técnicas eu mato, mas eles
continuam ali)

● Químicos
- Esterilização por óxido de etileno: utilizada em materiais que não podem ser
colocados a alta temperatura como plásticos, equipamentos eletrônicos. Gás possui
alta penetrabilidade. É muito tóxico, carcinogênico e processo é demorado.
- Formaldeido
- Beta-propiolactona-lactona cíclica

Controle de qualidade de produtos estéreis


Antes da década de 90 o controle era feito apenas no produto final, a partir de então
começou a se fazer o acompanhamento de todo o processo de produção ainda mais pelo
fato do teste de esterilidade ser um teste probabilístico, ou seja, é impossível dizer com toda
a certeza que o produto está realmente estéril.
Apesar de não poder ter vírus, não é feito o teste de vírus lote a lote em produtos
estéreis, pois se comprovarmos que não há células (bactérias e fungos), que são os meios
de sobrevivência dos vírus, podemos dizer que não há vírus.
Para produtos de origem biológica e biotecnológica temos que ter um elevadíssimo
grau de pureza, métodos para detectar se a estrutura não se modificou, ausência de DNA.
O produto estéril deve ter:
1. teste de esterilidade: teste probabilístico, por isso não é possível afirmar com 100%
de certeza se o produto é realmente estéril. Muitos países estudam retirar esse teste
devido a esse caráter probabilístico, mas a rigorosidade no acompanhamento
aumentará, o que as empresas rejeitam.
2. Quantificação de endotoxinas: produtos injetáveis.
3. Partículas: não devem existir, em especial para produtos injetáveis.

Controle de qualidade de produtos estéreis: Matérias primas


A preocupação com matérias primas ocorre principalmente com produtos biológicos
e biotecnológicos. Em produtos estéreis não são utilizados muitos produtos, pois quanto
mais componentes, maior o número de contaminantes, quanto maior o número de
contaminantes maior o tempo de esterilização e maior a probabilidade do princípio ativo ser
degradado.
Os principais componentes de produtos estéreis são:
- Água. Como visto na aula anterior, deve ter limite de 1,3 µS/cm (medido em
condutivímetro), 0,5 mg/mL de TOC, 10 UFC/100mL (determinado pelo método de
filtração em membrana), endotoxinas 0,25 UE/mL.
A detecção das UE (unidades de endotoxinas) pode ser realizada de duas formas,
pelo método in vivo e in vitro (mais utilizados).
● In vivo: geralmente feita a detecção de pirogênios (lipopolissacarídeos de
membrana). São utilizados coelhos (6-9), que podem ser reutilizados após 3 dias, se
não houve reação pirogênica, e após 3 semanas se houve. A injeção é feita na
orelha do animal e a temperatura é medida pelo reto.
● In vitro: método mais utilizado. Método de gelificação e método colorimétrico. Os
métodos in vitro utilizam um lisado de amebócitos (células especializadas) de Limus
(caranguejo).
○ Método de gelificação: foi descoberto que o lisado de amebócitos leva a
gelificação em contato com endotoxinas de forma diretamente proporcional,
isso porque os amebócitos possuem uma enzima que leva a ativação de uma
cascata: Pró-enzima do amebócito é convertida a enzima proteolítica pela
endotoxina, essa enzima proteolítica leva a gelificação do homogeneizado de
amebócitos de Limus.
○ Método colorimétrico: Conhecendo a enzima descrita acima, foi desenvolvido
um substrato sintético que contém 5 aminoácidos, sendo o último a para-
nitro-anilina, que quando liberado, possui uma absorção em um comprimento
de onda de 405nm. O método é sensível (linear) de 0,1 UE a 1 UE.
- Fármacos: assim como qualquer outra matéria prima, deve ser feito o controle
microbiológico de princípios ativos.

Controle de qualidade de produtos estéreis: Salas


O ambiente é uma fator principal para a produção de produtos estéreis. Ele deve ter
uma qualidade microbiológica, que deve ser verificada, seja de partículas viáveis, como não
viáveis.
Uma sala limpa é obtida utilizando filtros HEPA, com eficiência de segurar partículas
maiores que 0,3 µm de 99,97%, além de ter pressão controlada, temperatura controlada e
para sala mais controlada de todas, deve haver um fluxo de ar unidirecional, com
velocidade e direção do fluxo determinados.
Existem várias classificações de salas limpas, a mais utilizada é a classificação da
UE de 2008, onde as salas são divididas em 4 classes (todas elas tem filtro HEPA, o que as
diferencia é a pressão, sendo a pressão na sala A maior) e divididas em repouso (existem
máquinas mas não ocorre trabalho) e operação.
Para detectar as UFC nessas salas é comum utilizar o método ativo (captação de
volume conhecido de ar). Testes de luva devem ser realizados após a realização da
operação (para ver se o operador fez algo não estéril dentro da sala).
O enchimento de um produto estéril é sempre feito em sala A (capela de fluxo
laminar, ou sala móvel pequena com fluxo laminar), que está inserida em uma sala B. Se o
produto vai ser esterilizado na embalagem final, pode ser feito o enchimento em sala C, a
não ser que o tempo de envase seja muito grande e/ou o produto seja facilmente
contaminável.
Para a produção asséptica (sem esterilização final ou no decorrer do processo), a
validação deve ser realizada com media filling. No método de media filling são utilizados
meios de cultura com características físicas semelhantes ao produto (viscosidade, tempo de
passagem pelos filtros, etc), que são processados da mesma forma que o produto,
passando por todos os equipamentos, da mesma e forma e tempo, inclusive se paradas
ocorrerem no processo de produção do produto, devem ocorrer nos meios de cultura. Deve
ser utilizado inclusive o mesmo volume (se foram produzidos 500 L de produto, devem ser
processados 500L de meio de cultura). O meio de cultura é então armazenado e incubado.
Dessa forma podemos avaliar posteriormente a turvação do meio que passou pelos
processos. O método de media filling é repetido sempre a cada produção (CONFIRMAR).

A validação dos processos é feita sempre no pior caso (ex. no frasco que ficou esperando
mais tempo antes de entrar em um autoclave, que pode ter acumulado mais
microrganismos).

Para cada parada que se faz em um processo (por exemplo para trocar os filtros)
temos um lote diferente, e para cada lote é feito o teste de esterilidade. Cada unidade que
entra no autoclave é também um lote específico, a que entra em seguida outro. (não
explicou como faz teste de esterilidade).
Para a certificação de uma sala limpa devemos seguir parâmetros físicos, como
diferença de pressão, e parâmetros biológicos, como contagem de partículas viáveis.
Na certificação devemos ter registrado o que foi realizado na construção da sala, na
fase de repouso e na de atividade.
Em uma etapa dinâmica (quando se está trabalhando), não deve ser feito teste de
vazamento em filtros, pois nesses testes é necessário utilizar compostos contaminantes no
ar.

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